Construção da Língua Portuguesa ao longo dos tempos

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Gestão de Educomunicação

Área: “EXPRESSÃO E ARTES”

O cidadão eletrônico conhece tanto quanto o cidadão social

Escola Madre Marta Cerutti, Barra do Garças, 2002.


Justificativa Segundo Marco Gasparetti “a internet abriu horizontes inexplorados também no setor da didática.” (p.40) Muitas instituições estão pondo seus trabalhos on-line, outras estão construindo páginas e páginas para explicar os seus projetos. (p. 47) “Há escolas que, derrubando metaforicamente muros e limites, trocam experiência via-email (correio eletrônico) e produzem (de acordo com o paradigma construtivista) jornais bilíngües, hipertextos e verdadeiros livros de textos próprios.” (p.50) Em algumas escolas italianas elaborou-se um programa-curso entre professores e jornalistas numa tentativa de aproximação entre as duas áreas do conhecimento (educação e comunicação). A experiência deu certo e os alunos começaram a construir hipertextos (texto não-linear caracterizado pela presença de links – nós – que ligam vários documentos. O hipertexto, portanto, não se lê, mas nele se navega, passando de um nó a outro, sem acompanhar a seqüência do texto.), colocando em prática os conhecimentos adquiridos. O jornal on-line oferece uma infinidade de recursos a professores e alunos, bem como a participação simultânea, sem falar um número muito grande de pessoas podem participar e interagir com o mesmo. É um precioso meio que pode acabar com as divisões rígidas entre as séries e de pôr em prática o ensino mútuo que tanto se apregoa, mas pouco se realiza, segundo Gasparetti.

Introdução Os educadores da Escola Madre Marta Cerutti, reconhecendo o valor implícito das considerações de Marco Gasparetti, assumiu para o ano o projeto “A construção da Língua Portuguesa ao longo dos tempos”, que se desenvolve a partir dos critérios da Educomunicação. Os alunos-pesquisadores são os protagonistas do projeto, desde a pesquisação à construção e divulgação dos resultados na internet. Além da pesquisa acadêmica realizada em sala de aula e acervos históricos, os alunos estão organizados em equipes para que o trabalho seja desenvolvido, de maneira participativa e democrática em vista da cidadania que se constrói em três equipes:


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Equipe de programadores que fazem a atualização on-line; Equipe de síntese que seleciona e reescreve, sinteticamente, o conteúdo pesquisado pelos demais alunos a ser colocado na internet; Equipe jornalística que investiga os procedimentos da pesquisa-projeto em sala de aula, entrevistando, fotografando e comentando o que acontecia por trás dos bastidores.

Objetivos 

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Adquirir capacidade de síntese no transformar os fatos em notícias para apresentá-lo à sociedade local e comunidade educativa; Escrever bem, clara e coesa, os assuntos pesquisados e discutidos em sala; Tornar a atividade educativa e interdisciplinar da escola visível aos cidadãos internautas; Dar condições para que o educando seja capaz de desenvolver seu próprio projeto de vida, tornando-se um cidadão consciente, criativo e ativo. Desenvolver o protagonismo juvenil pela prática da pesquisa, do debate e da divulgação do projeto, como algo inerente à proposta de educomunicação.

Fundamentação teórica Organização do trabalho em sala de aula, de acordo com Marco Gasparetti, jornalista e professor de multimídia, deve consistir em cinco regras (GASPARETTI, 2001:124): 1) Não subestimar o trabalho. Os meninos, principalmente os menores, sentem-se como se fossem verdadeiros jornalistas. 2) Não ser extremamente rigoroso. Devem-se fechar os olhos se um texto expõe um assunto de maneira um pouco confusa. Até os jornais ‘de verdade’ nem sempre são um modelo de estilo. 3) Dar prioridade ao aspecto pesquisa, sobretudo de campo. Em outras palavras, os garotos devem se transforma realmente em jornalistas e andar à caça das notícias. Transformar os alunos em meros executores das diretrizes do professor não adianta


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nada. O mesmo discurso vale para a internet: pode ser muito divertido caçar notícias na rede. Ser flexível na organização do trabalho. As editorias não devem ser divididas de maneira muito rígida e todos os alunos devem saber trabalhar em várias delas. Dar grande autonomia aos alunos.

Procedimentos metodológicos Para que o trabalho possa ser atingido com maior eficácia, é bom dividir as responsabilidades, sem tanta rigorosidade jornalística. Como nos grandes jornais, é importante distribuir funções nas reuniões, mas respeitando a democracia. Na primeira reunião semanal, por exemplo, é importante decidir o assunto principal (reportagem) e a maneira como consegui-lo, lembrando-se de que é importante investigar a situação. Os leitores merecem uma informação correta e bem dada. Sempre que der um assunto geral, trazê-lo para nossa realidade no intuito de ligação e de significatividade para que a notícia fique interessante e próxima a quem lê-la. Depois de coletar as notícias, decide-se como escrevê-la, sua extensão e critérios lingüísticos para isso. É importante lembrar que notícias na internet devem ser curtas, simples e atrativas. A sala toda participa da construção do jornal e suas notícias, mas apenas aqueles que se destacarem pela responsabilidade, interesse, curiosidade, etc é que participaram da equipe de paginação e diagramação no computador e internet, pois ainda não temos um laboratório de informática à disposição de todos. Haverá uma equipe técnica e pedagógica que acompanhará todo o trabalho. A saber: a coordenadora pedagógica, a jornalista educomunicadora, o webmaster, os professores de Língua Portuguesa e de outras disciplinas solicitados de acordo com a proposta interdisciplinar.

A partir do Idioma Seria interessante se o projeto crescesse na descoberta da língua portuguesa, enquanto história que fez a humanidade progredir. Nesse sentido, os professores de Língua Portuguesa (Educação


Infantil ao Ensino Médio) teriam que fazer um estudo bem aprofundado dessa história para solicitar a co-participação de professores de outras disciplinas nesse projeto interdisciplinar. Assim, os alunos pesquisariam – sob orientação dos professores – debateriam em sala e culminariam as descobertas através de atividades artísticas e lançando o resultado na internet semanalmente. Poder-se-ia estudar a história da ortografia e da gramática na história humana.

Fases do Projeto O projeto será dividido em quatro fases interligadas e consecutivas. Os alunos participarão das fases de acordo com sua série e professor orientador. Sempre partirá do tema em seu sentido mais amplo, passando pelo regional até chegar ao local. Os professores Língua Portuguesa serão os coordenadores de cada fase, contudo auxiliados pelos demais professores da Escola.

1ª Fase (5ª séries, 1ª séries e educação infantil): 1) Arte rupestre 2) A história da Escrita – evolução do alfabeto

2ª Fase (7ª séries, 6ª séries e 2ª séries): 1) A história indígena 2) Estrangeirismos – idioma indígena

3ª Fase (1ª série do Ensino Médio e 4ª séries): 1) Origem da Língua Portuguesa 2) Países que falam a Língua Portuguesa 3) A Língua Portuguesa hoje: Brasil, Portugal, outros.

4ª Fase (8ª séries e 3ª séries): 1) Questoes históricas-ortográficas da Língua Portuguesa 2) Níveis da Linguagem: padrão culto e coloquial


Recursos Humanos O projeto conta com a participação contínua:  Professores de Língua Portuguesa: Manoel João Milhomen Maciel, Arlete Alves do Nascimento, Madalena Parolin Albuquerque, Deusiney Pereira dos Santos, Cristina Alves Moreira, Malvina Aparecida Amadeu, Renata Vidotti e Fátima Cristine Anffe.  Professores solicitados de outras disciplinas  Coordenadora pedagógica: Cármen Beatriz Dadalto  Jornalista: Antonia Alves Pereira  Webmaster: Luís Alves do Prado Filho  Todos os alunos da Escola

Recursos Financeiros O projeto será realizado em sala de aula e posto na internet. Será comprado um domínio e hospedagem na internet, no valor de R$ 30,00. Será feito um levantamento financeiro de cada fase do projeto incluindo fotografias, etc.

Cronograma Fases 1ª fase 5ª, 1ª e Ed.Infantil

2ª fase 7ª, 6ª e 2ª

1° semestre – inauguração no dia 3 de maio Mês On-line Responsável 03/05 Adriana, Maciel, Malvina, 10/05 Cristina, Renata e Fátima Maio 17/05 Professores de outras 24/05 disciplinas 31/05 07/06 Arlete, Maciel, Madalena, 14/06 Deusiney Junho 21/06 Professores de outras 28/06 disciplinas

3ª fase 1° Ano e 4ª

Agosto

4ª fase 8ª e 3ª

Setembro

13/08 20/08 27/08 03/09 10/09 17/09

Arlete e Madalena Professores de outras disciplinas Arlete, Madalena e Deusiney Professores de outras disciplinas


24/09 Cada fase será encerrada com uma culminância dos responsáveis para toda a Comunidade Educativa.

Anexo: Exemplo de Projetos no Projeto Variações da Língua e da Escrita OBJETIVO – Fazer os alunos do Ensino Fundamental saber identificar em qualquer época histórica, literária e lingüística, a evolução das palavras, dos costumes e hábitos, das variações lingüísticas ocorridas desde 1.500 até nos dias atuais. É importante não apenas o trabalho de uma sala de aula como as atividades extraclasses que permite aos alunos uma visão mais realista do país que eles habitam e suas modificações que englobam todos os seres habitantes dessa terra explorada. JUSTIFICATIVA – O aluno será capacitado a identificar palavras em desuso que ajuda a ampliar seu vocabulário, as substituições escritas feitas por hábitos orais que nos levam a adaptar a oralidade na grafia; Fazer graficamente um estudo de aumento ou diminuição da popularidade da língua, de costumes e da população e o ajudará a entender certas atitudes e causas históricas do nosso povo. APLICAÇÃO - Levá-los a um centro histórico ou qualquer repartição que possa dar a eles informações que poderão ser exploradas pelo professor se enquadrando nos objetivos gerais do projeto. DESENVOLVIMENTO 1ª Etapa – Trabalhar uma lista de palavras (dada pelo professor) que hoje receberam outras denominações (pesquisadas por eles) colocando-as em pauta para dar continuidade às pesquisas históricas ; Juntamente com o professor de matemática os alunos vão elaborando um quadro evolutivo das palavras (quantos sinônimos elas ganharam com o tempo). 2ª Etapa – Fazê-los pesquisar os hábitos orais que se transformaram em vocabulário ativo da língua. 3ª Etapa – Elaborar trabalhos expositivos (através de cartazes ou materiais da época) para mostrar os principais acontecimentos naquele ambiente visitado. 4ª Etapa – Usar ainda gráficos para expor o aumento ou a diminuição populacional utilizando legendas para mostrar onde teve maior crescimento da área explorada (depende do ambiente visitado), também na disciplina de história fazer relatórios de compreensão da importância das atividades desenvolvidas na repartição histórica visitada. 5ª Etapa – Para finalizar os estudos históricos e lingüísticos analisados por eles, pedir para que todos os envolvidos façam uma redação colocando suas idéias sobre aquele trabalho e uma narrativa curta contando tudo que eles puderam aprender na visitação, nas pesquisas e no desenvolvimento final (ou seja, a conclusão de como ficou o trabalho todo). Os professores ficam responsáveis em relatar as dificuldades dos alunos no desenvolvimento, as mais freqüentes perguntas históricas que envolvem o centro visitado, documentar tudo com fotos da exposição de cartazes, usar os gráficos como documento histórico e depois de ler todos as redações e narrativas avaliar a participação e o aprendizado do aluno com o projeto.


DURAÇÃO - Para cada etapa dar uma semana ou duas (dependendo da turma de alunos), levando assim a meta de dois meses uma conclusão definitiva do projeto.

Bibliografia GASPARETTI, Marco. O computador na educação. Home Page: www.educacional.com.br LÉVY, Pierre. As Tecnologias da Inteligência. O futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34. 1993. FARACO, Carlos Alberto (org.). Estrangeirismos guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2001. GIOVANNINI, Giovanni. Evolução na Comunicação. Do Sílex ao Silício. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 1987. 3ª edição. BABIN, Pierre e KOULOUMDJIAN, Marie-France. Os novos modos de compreender. A geração do audiovisual e do computador. São Paulo: Paulinas, 1989. FARIA, Maria Alice. O Jornal na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1991. 2ª edição. COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática Histórica. Lingüística e Filologia. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1987. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização & Lingüística. São Paulo: Scipione, 1990. CUNHA, Celso Ferreira. Gramática da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: FAE, 1986. 11ª edição. DELISLE, Jean e WOODSWORTH, Judith. Os Tradutores na História. São Paulo: Ática, 1998. LAGE, Nilson. Linguagem Jornalística. VELLO, Valdemar; COLUCCI, Mônica; e ARIANE, Paula. Artes pranchas de Linguagem visual. Minigaleria e glossário. São Paulo: Scipione, 2001. Volume I. VISCONTI, Maria Cristina e JUNQUEIRA, Zilda A. Escrita das paredes ao computador. São Paulo: Ática, 1998. GOULART, Audemaro Taranto e SILVA, Oscar Vieira da. Estudo dirigido de gramática, história e teoria da literatura. São Paulo: Editora do Brasil. 9ª edição. Impressões no tempo. A escrita, da pedra ao computador. Agenda do Positivo 2002. ECOSAM. Proposta de Educomunicação para a Família Salesiana. Caracas, 2001.


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