FICHA DE TRABALHO DE PORTUGUÊS – “ULISSES”
6.º ANO Professora: ____________________________________ Enc. de Educação: ___________________________
Nome: ___________________________________________________________________
Data: ___ /___ /2014
Nº ______ Turma: _____
GRUPO I
Texto A Lê este excerto com muita atenção e responde às perguntas sobre a obra estudada nas aulas de Português.
5
10
15
20
25
30
O ciclope acordou aos urros, e mais furioso ficou quando percebeu que estava cego!(…) No meio da noite cerrada, os seus urros e gritos ecoaram de uma forma tremenda. Ele atroava os ares: – Acudam, meus irmãos! Acudam, meus irmãos! Os ciclopes das outras ilhas acordaram estremunhados e disseram uns para os outros: – É o Polifemo que está a chamar por nós e está a pedir socorro. Temos de ir lá ver o que é, temos de lhe acudir! E levantaram-se todos, e deitaram-se todos ao mar, e chegaram todos à porta da gruta onde morava o Polifemo. Chegaram escorrendo água e frio e ansiedade. Disse um: – Metemos o pedregulho dentro! Responderam os outros: – Não, não. Olha que ele pode estar com um dos seus ataques de mau génio e nós é que sofremos. Vamos perguntar o que lhe está acontecendo, e depois veremos. E assim fizeram. A conversa que se seguiu foi esta: – Ó Polifemo, o que tens? – Ai meus irmãos, acudam-me, acudam-me! – O que foi, Polifemo? – Ai meus irmãos, acudam! Ninguém quer matar-me... – Pois não, Polifemo, ninguém te quer matar. – Não é isso, seus palermas! O que eu estou a dizer é que Ninguém está aqui e Ninguém quer matar-me! – Pois é, rapaz! É o que nós estamos a perceber muito bem: ninguém está aqui e ninguém te quer matar... – Não é isso, seus idiotas!... E não havia maneira de se entenderem uns com os outros. Quando os ciclopes perceberam que o Polifemo estava já muito zangado, dizendo sempre aquelas mesmas coisas que eles já tinham ouvido, escorrendo ainda água e frio se foram retirando para as suas cavernas das outras ilhas, comentado entre si: «Ora esta! Que ideia, no meio da noite cerrada acordar-nos assim para nos dizer que ninguém estava lá e ninguém o queria matar... Coitado! Com certeza estava com alguma dor de dentes!» Maria Alberta Menéres, Ulisses, Edições ASA