Indústrias Químicas e o Meio Ambiente

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Para Sheldrake (1993), em nosso mundo particular, não-oficial, a natureza é mais fortemente identificada com a região rural em oposição à cidade, e, acima de tudo, com as regiões selvagens e intactas. Para o autor, muitas pessoas sentem uma ligação emocional com determinados lugares, frequentemente associados com sua infância, ou sentem uma empatia com animais ou com plantas, da mesma forma que são inspiradas pela beleza da natureza ou vivenciam um sentimento místico de unidade com o mundo natural. Segundo o autor: Durante a infância, as crianças frequentemente são criadas numa atmosfera animista de contos de fadas, de animais que falam e de transformações mágicas. O mundo vivo é celebrado em poemas, cantos e canções, e refletido em obras de arte. Milhões de pessoas que vivem na cidade sonham em dirigirse para o campo, ou mudar-se para lá, ou em possuir uma segunda casa em ambiente rural. (SHELDRAKE, 1993, p. 15)

Para Beck (2006, p. 32) quando alguém utiliza a palavra “natureza”, imediatamente se estabelecem alguns questionamentos: [...] que modelo cultural de natureza é aquele que se dá por suposto? A natureza dominada, explorada até o esgotamento pela indústria? Ou a vida rural dos anos cinqüenta (tal como se contempla hoje retrospectivamente, ou tal com contemplavam então as pessoas que viviam no campo)? A solidão das montanhas antes de existir uma guia intitulada passeios nas montanhas solitárias? A natureza das ciências naturais? Ou a que se vende nos folhetos turísticos do supermercado? A visão realista do homem de negócios, segundo a qual as intervenções industriais sobre a natureza sempre podem reparar-se plenamente? Ou a visão das pessoas sensíveis, comovidas pela natureza, que consideram que inclusive as intervenções em pequena escala podem causar danos irreparáveis?

Sheldrake (1993, p. 16) acredita que “o nosso relacionamento privado com a natureza pressupõe que esta seja viva e, pelo menos de modo implícito, usualmente feminina”. Para Sheldrake (1993, p. 21): Á semelhança das mães humanas, a natureza sempre evocou emoções ambivalentes. É bela, fértil, nutriz, benevolente e generosa. Mas também é selvagem, destrutiva, desordenada, caótica, opressiva e lida com a morte.

De acordo com Sheldrake (1993, p. 22): As próprias palavras que designam a natureza nas línguas européias são femininas – por exemplo, phusis em grego, natura em latim, la nature em francês, die Natur em alemão. A palavra latina natura significa, literalmente,


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