Indústrias Químicas e o Meio Ambiente

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[...] de um lado, indica toda a constelação de crenças, valores, técnicas, etc., partilhadas pelos membros de uma comunidade determinada [...] e de outro, denota um tipo de elemento dessa constelação: as soluções concretas de quebra-cabeças que, empregadas como modelos ou exemplos, podem substituir regras explícitas como base para a solução dos restantes quebracabeças da ciência normal.

Para Kuhn (2005), quando os fatos concretos não conseguem mais se encaixar dentro de paradigmas vigentes, acontecem as anomalias que vão forçar a emergência de novos paradigmas. Em função destas características, a noção de paradigma passou a ser aceita no meio acadêmico e amplamente aplicada pela comunidade científica pelo fato de permitir aos cientistas testar as suas hipóteses em relação aos paradigmas vigentes, como forma de testar a sua validade. Somente quando o paradigma não consegue mais resolver os problemas pesquisados e provoca anomalias, surgem então crises que vão dar origem há um novo paradigma. Para Vasconcelos (2002, p. 33), Kuhn introduziu a idéia de que: [...] a ciência não avança de forma linear, evolutiva e cumulativa, mas por meio de rupturas ou paradigmas, como verdadeiros sistemas de crenças e referências quase sempre incompatíveis uns com os outros, dentro dos quais as verdades científicas teriam formas limitadas e relativas de validade. Nessa mesma conjuntura, a crítica à especialização e à tecnoburocracia induziram a aspirações por práticas inter e transdisciplinares, capazes de fazer dialogar e produzir trocas entre os diversos campos de saber.

Em sua obra, o autor preocupa-se em diferenciar o conceito de ciência normal da definição de paradigma. Ele define a ciência normal como a pesquisa firmemente baseada em uma ou mais realizações científicas passadas, sendo essas realizações reconhecidas durante algum tempo por alguma comunidade científica. Quanto ao paradigma, o autor o define como aquilo que é compartilhado por membros de uma comunidade. Em especial no caso das comunidades científicas, são as realizações científicas universalmente conhecidas, que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade praticante de uma ciência. Para Vasconcelos (2002), a crítica à perspectiva popperiana e pós-positivista é desenvolvida inicialmente por autores como Kuhn, que, apesar de suas posições


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