Revista Andebolito 3

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CADERNO TÉCNICO “ O FIM DOS SISTEMAS DEFENSIVOS”, MIGUEL RIBEIRO

Nº 3 / 2013

www.facebook.com/andebolito

OPINIÃO

TIAGO SILVA (AJAP) ANTÓNIO TRINCA (APAOMA) ANTÓNIO MARREIROS (CAFAP)

FIGURA DO MÊS Ana Maria Cabral

PÁG6

À CONVERSA COM

RICARDO ANDORINHO DO DESPORTO À GESTÃO


ESTE MÊS

março 2013

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Notícias Pedro Sequeira lidera projeto de desenvolvimento na Europa

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Figura do Mês

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Opinião

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Clube do Mês

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Caderno Técnico

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Opinião

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À conversa com

Ana Maria Cabral - Presidente da Associação de Andebol de Lisboa

Tiago Santos Associativismo no andebol português

Académico Futebol Clube

“ O fim dos sistemas defensivos”, Miguel Ribeiro

António Trinca (APAOMA) Que futuro para a arbitragem?

À conversa com: Ricardo Andorinho

FICHA TÉCNICA Direcção Técnica: Tiago Oliva (tloliva@gmail.com) João Antunes (antunes.joaop@gmail.com) Redacção: Tiago Oliva (tloliva@gmail.com) João Antunes (antunes.joaop@gmail.com) Colaboradores: Duarte Pimenta, Francisco Gomes, Mário Borges Design Gráfico: Cortes (cortes.design73@gmail.com) Capa: Ricardo Andorinho

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Competição. Saiba tudo sobre as principais competições

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Editorial Bom Ano... Sendo esta a primeira edição da revista do ano de 2013, não queriamos deixar passar a oportunidade de desejar a todos os nossos leitores em excelente 2013, e continuação de boa época desportiva. Numa época em que as dificuldades económicas se fazem sentir, é necessário que os recursos disponíveis ao desenvolvimento do Andebol estejam todos a remar na mesma direção. E sem dúvida que os principais recursos são as pessoas. Este número da revista tem como tema central o Dirigismo, pois julgamos que pessoas com bons níveis de confiança e cultura organizacional fazem diferença nos clubes e/ou associações onde trabalham ou colaboram, podendo garantir parte do sucesso desportivo de uma equipa. No caderno “À conversa com...”, fomos falar com Ricardo Andorinho e fícamos a perceber que rumo pretende seguir esta nova Direcção da FPA. Se enquanto atleta revelou sempre ser empenhado e competitivo colhendo frutos dessa sua atitude e vontade, enquanto dirigente revelou-nos um pouco da sua estratégia: “... ser rigoroso com vontade de ousar o desafio”. Desafio, também é palavra de ordem na AJAP, na APAOMA e no Handball Project tal como nos contam os seus responsáveis. O mês de janeiro foi mês de Mundial. Espanha recebeu e venceu a prova que organizou, goleando a Dinamarca, numa final que ficará para a história com o resultado mais desnivelado de sempre. Terá sido o factor casa que trouxe motivação extra? O Professor Miguel Ribeiro faz uma apreciação do Mundial e constata qual o critério de sucesso: “... todos os jogadores têm de ser exímios defensores”. Uma opinião, um ponto de vista. Neste terceiro número da revista decidimos alterar a sua periodicidade para bimensal, pois apesar do Andebolito ser um projeto amador feito por amigos, queremos fazê-lo com o maior profissionalismo e rigor, seja nos conteúdos apresentados, seja no grafismo elaborado. Esperamos que compreendam e que continuem fieis à publicação. Bons remates. João Pedro Antunes


FOTO DO MÊS

AUTOR(A): PhotoReport.in JOGO: 1 º Torneio de Natal, organizado pelo Allavarium

Envie-nos a sua foto para andebolito@gmail.com , com o nome e descrição do jogo.

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Notícias Juniores B masculinos PARTICIPAM NO 9º EUROPEAN OPEN SUB19 EM JULHO na Suécia PORTUGAL ESTÁ NO GRUPO D, COM ÁUSTRIA, NORUEGA, ISLÂNDIA, ISRAEL E GRÃ-BRETANHA. A Selecção Nacional de Juniores B masculinos, orientada por Dragoslav Punosevac, é uma das 22 selecções nacionais que já confirmou a presença no 9º European Open Sub19 masculinos, a ter lugar de 1 a 5 de Julho de 2013, na Suécia. Uma vez mais, o European Open Sub19 decorre a par com a Partille Cup, em Gotemburgo, na

Suécia. Realizado o sorteio da fase de Grupos, Portugal está integrado no Grupo D, juntamente com Áustria, Noruega, Islândia, Israel e Grã-Bretanha. Recorde-se que, na última participação portuguesa no European Open Sub19 de 2011, Portugal terminou no 12º lugar da classificação geral.

EHF: PEDRO SEQUEIRA LIDERA PROJECTO DE DESENVOLVIMENTO DO ANDEBOL NA EUROPA

ANDEBOL 4 ALL: LOULÉ RECEBEU FORMAÇÃO A 8 DE MARÇO

No sítio da EHF, Pedro Sequeira fala sobre o cargo e o projecto que assume nos próximos quatro anos. Pedro Sequeira, responsável pelo Departamento de Formação da FAP, foi eleito, em Junho de 2012, no Congresso da EHF no Mónaco, responsável máximo pelo desenvolvimento do andebol na Europa, através do “Methods Commission”, projecto da EHF. O “EHF Methods Commission” tem vindo a desenvolver programas de desenvolvimento e promoção do Andebol em toda a Europa, desde a sua fundação, em 1991. Pedro Sequeira salienta o bom trabalho feito pelo seu antecessor, Allan Lund e apresenta, agora, as ideias que gostaria de ver desenvolvidas e implementadas através do “EHF Methods Commission”.

Foram 30 os participantes na Acção de Formação que se realizou em Loulé. No seguimento do plano de formação do projeto ANDEBOL 4ALL, teve lugar mais uma formação teórico prática, na tarde do passado dia 8, no Pavilhão Municipal de Loulé. O Andebol para a Deficiência Intelectual (ANDDI) e o Andebol em Cadeira de Rodas foram os temas abordados. Esta formação contou com cerca de 30 participantes, entre os quais utentes e técnicos de associações locais - a Existir, a Parasport e a Apexa. Também participaram agentes de alguns clubes da região e alunos finalistas da Universidade do Algarve. A Acção teve nos participantes um impacto bastante positivo, a ver pela forma de participação, especialmente na parte prática. A Associação de Andebol do Algarve, que coordenou localmente esta acção, esteve presente em todos os trabalhos, incluindo o seu Presidente João Estrela. O Vereador do Desporto da Câmara Municipal de Loulé, Dr. Joaquim Guerreiro, que também apoiou esta formação, também marcou presença no final da acção.

Competições europeias: EHF nomeia delegados Manuel Conceição estará na Taça Challenge masculina e Rui Coelho na Liga dos Campeões. Manuel Conceição foi nomeado pela EHF para delegado do jogo entre Initia Hasselt (Bel) e Handball Esch (Lux), a contar para a 1ª mão dos 1/4 final da Taça Challenge masculina. O jogo terá lugar no Sporthal Alverberg, Hasselt, na Bélgica, a 17 de Março próximo, pelas 15h00 locais. Os árbitros nomeados são Peter Bol/ Ed Van Eck, da Holanda. No mesmo dia, Rui Coelho é o delegado do jogo BM Atletico Madrid - Füchse Berlin, dos 1/8 final da Liga dos Campeões Masculina, que se realiza no Palacio Vistalegre, Madrid, pelas 18h00 locais. A dupla francesa Thierry Dentz /Denis Reibel vai dirigir o jogo.

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Fontes: Federação de Andebol de Portugal

Santan’andebol 2013 Páscoa Nos dias 23 e 24 de Março, em Gueifães. O C.D.C Santana vai organizar um torneio de Andebol “Santan’andebol 2013 Páscoa”, nos dias 23 e 24 de Março, no Pavilhão Municipal de Gueifães. O Torneio destinase aos escalões de infantis e iniciados e disputase no seguinte sistema: Dia 23 Março - Meiasfinais Dia 24 Março - Finais

VIII Torneio de Andebol Jovem Feminino AREPA 2013

A ter lugar de 27 a 30 de Junho de 2013. A AREPA – Associação Recreativa do Porto Alto organiza o VIII Torneio “ANDEBOL JOVEM” AREPA 2013 e destina-se essencialmente aos escalões de Minis, Infantis, Iniciados e Juvenis femininos. O Torneio contará com a participação de 4 Equipas de Minis, 6 Equipas de Infantis, 8 Equipas de Iniciadas e 8 Equipas de Juvenis Femininos e os jogos serão no Gimnodesportivo do Porto Alto e no Gimnodesportivo de Samora Correia.

Ricardo Fonseca e Duarte Santos nomeados para Torneio no Bahrain A arbitragem portuguesa volta a estar em destaque a nível internacional, com mais uma nomeação de uma dupla portuguesa. Ricardo Fonseca e Duarte Santos foram nomeados pela IHF para o “32º GCC Clubs Handball Championship”, a decorrer no Bahrain, de 16 a 22 de Março. A dupla viaja para o Bahrain no dia 15 de Março.

A dupla de árbitros Daniel Martins/ Roberto Martins e o delegado António Goulão foram nomeados para os torneios de qualificação para o Europeu de Sub17 Femininos No fim de semana de 22 a 24 de Março, disputam-se um pouco por toda a Europa os jogos dos oito grupos de qualificação para o Campeonato da Europa de Sub17 Femininos, cuja fase final terá lugar na Polónia. A EHF designou António Goulão para delegado do grupo 1, cujos jogos terão lugar em Porrino, Espanha.Do grupo 1 fazem parte Espanha, Suécia, Bulgária e Itália. A dupla de árbitros portuguesa Daniel Martins / Roberto Martins foi nomeada para dirigir jogos do grupo 7, a par da dupla da Ucrânia Mischuk/ Rozhkov. Daniel e Roberto Martins vão estar em Nitra, na Eslováquia, onde a Noruega, Eslováquia, Grécia e Bósnia Herzegovina vão disputar os dois lugares de acesso à fase final do Europeu de Sub17 femininos. A Seleção Nacional de Juniores B femininas estará na Hungria, a disputar os jogos do grupo 6, com a Hungria, Lituânia e Macedónia.Os dois primeiros lugares do Grupo dão acesso directo à fase final do Europeu de Sub17, na Polónia. Os árbitros nomeados para este grupo são Kiyasko/ Kiselev, da Rússia e Unlu/ Simsek, da Turquia e o delegado é Füleova, da Eslováquia.

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Ana Maria Cabral Mulher, mãe de 3 filhos e avó de 8 netos. Na vida, como no desporto, é uma Mulher decidida, disponível, que luta pelo que acredita, que encara cada desafio de forma empenhada e genuína. Ninguém fica indiferente às suas ações e decisões. É uma das figuras femininas mais marcantes no panorama do andebol, mais precisamente, no dirigismo e associativismo, pela sua garra, determinação e qualidade. Nasceu a 31 de março de 1947, no Funchal e é a presidente da Associação de Andebol de Lisboa: Ana Maria Cabral. A sua carreira desportiva iniciou-se ainda na ilha da Madeira, com a prática de natação em alto mar. Desde sempre demonstrou o seu caráter destemido, entusiástico, convicto e pautado pela entrega absoluta, paixão e dedicação, em todas as áreas da sua vida, e a desportiva e a do dirigismo, não são exceção. Nunca tendo praticado andebol, envolveu-se na modalidade, através dos seus três filhos

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que a praticavam, no Clube Desportivo de Paço de Arcos. Na década de 80 iniciou a função de dirigente, no Paço de Arcos (P.A.), onde acompanhou o andebol feminino e partilhou muitos momentos marcantes para a equipa e para o clube. O P.A. sempre se destacou pelo Hóquei em Patins. No entanto, a Ana Maria conseguiu impulsionar o andebol, nomeadamente nos femininos, onde o clube chegou a ter todos os escalões e nunca mais parou, mesmo quando a saúde (ou a falta dela!) a forçava a abrandar… Sendo uma mulher lutadora, competente e decidida, continuou a defender as suas ideias e ideais, mesmo quando não reunia o consenso, num “mundo” dirigido na sua maioria por homens.

Tem ‘fintado’ os percalços da vida, sempre com o sorriso no rosto e com um otimismo invejável. No seu currículo como dirigente no P.A. contam-se muitas conquistas em termos de resultados, onde ressaltam, de imediato, a vitória no Campeonato Nacional da II Divisão em Seniores Femininos (1987/1988), as duas finais consecutivas na Taça de Portugal, no escalão sénior, tendo o clube saído vitorioso, à segunda, na época 1990/1991. A mesma equipa conseguiu, por duas vezes, estar presente na supertaça e nas competições europeias, devido aos bons resultados alcançados a nível nacional, mas muito também pela dedicação, esforço e dinamismo da Ana Maria que conseguia desbloquear


Em 2008 foi realizado um torneio com o seu nome “1º Torneio de Andebol Ana Maria Cabral”. Em 1991 foi considerada a Dirigente Prestígio pelo seu desempenho em prol do Andebol.

“Amizade e Cumplicidade - Ana Maria e o saudoso “Mestre” Fernando Jorge brindam a mais uma vitória!”

todas as “amarras” que se colocavam, na altura, nos femininos. Encontra-se também referenciada na “História do Clube Desportivo de Paço de Arcos de 1921 - 1991”, livro que faz referência a Ana Maria, como tendo sido a “mola real” de toda a atividade do andebol feminino no clube. Na década de 90, ingressou na Associação de Andebol de Lisboa, na Praça da Alegria, como colaboradora na gestão de provas e árbitros, tendo, pouco tempo depois, entrado na aventura de se candidatar a Presidente, função que desempenha até hoje. Estes cargos são sempre difíceis, de grande responsabilidade e onde muitas vezes, são tomadas decisões exigentes que nem sempre reúnem o consenso de todos. A Ana Maria não vira a cara à luta, nem ao diálogo e as decisões são sempre a pensar no que considera ser o melhor para o crescimento e desenvolvimento da modalidade no distrito e para a instituição que preside.

vezes contra o -me de jogar várias Pedro Nunes lembro do es estava sempre ior que Jun PA de r te do “Enquanto jogado uma mulher dirigen com ado rig int com a minha ) e ficar comecei a namorar Paço de Arcos (PA mais tarde quando os an s r: era a Ana un lhe Alg mu ão. e a essa presente no pavilh esentado finalment apr fui ) PA no e dedicação que e jogava lhor toda a paixão atual mulher (qu passei conhecer me nto me dirigente da eqmo o se com des Quer Maria! A partir ramos: o andebol! ado bos am que e das minhas dalidade filho, quer como mã ela tinha pela mo o adversário do seu com r a ligadas ao que , r An lhe da s mu faceta uipa da minha rindo as diversas ma loucura: as dela!) fui descob nu filh ela as a ei os ein sem (tr s tás 2 atleta nos jun a minha mulher e eu ses questões me que s m un co o Passad andebol . Isso fez que fomos eleitos?! da AAL! E não é da Direção o r sai eçã de Dir à ter s a ato r) candid e à minha mulhe o a Ana foi ram-nos (a mim apaixonada com profissionais obriga distância a forma à r ha an mp da, apaixonada, aco ica de Ded os o! xam deb dei An o ao mas nã sua débil saúde!) Ana vida (incluindo a forma de estar da entregando a sua as que descrevem a avr pal das dalias mo um à ligada - são alg tinuando a vê-lá polémica, diretiva sando e eu vou con a Ana pas E vão de. os ida an dal Os . mo tam da com o Andebol de todos o que gos s o Andebol precisa dade! Fico feliz poi ra uei Seq a Maria!” Pedro gosta! Obrigado An r! sempre para ganha de FORÇA... É jogar Falar de ti é falar rante 6 espectacu, du ria ., Ma P.A a be, An clu de o “Gran tilhámos o mesm enorme amiga, par a preparar terreno! Grande dirigente, e tu, na perfeição ar jog to! de o goz o ter a Eu . tão pouco fizeste tan cas épo Com ura! lares Feminino nessa alt ol deb An o foi nde! Que grande que És de raça, és gra ter tido o privilégam as palavras... ada, Ana Maria, por Falar de ti...não che rig Ob o: ent cim agrade o gel Júlia Calado sin te!” u sen me o pre sempre Apenas deixo amiga por estares tua vida, obrigada a ar tilh par de gio Esta ito o Andebol deve. Lisboa a quem mu ns nem me hora do andebol de ho Sen itos A , mu ral de Cab os têm on “ANA MARIA uma Mulher que combatividade, e sua débil Saúde é acidade de grande Senhora apesar da ten e nd gra de a hor Sen a um ar o nosso querido É lev ter. de tade sequer sonham er e com uma von sab com ra gar s, com s ideais. de fortes convicçõe azmente pelos seu anos, já teriam frente lutando ten sado ao longo dos pas ANDEBOL para a tem L AA a que por des lda icu ociados pura e es dif o que os clubes ass Sem ela as enorm mbe associativa, dad ato hec e a e apesar disso, rm An eno a ssa no provocado um sua associação. A da a vid na pam do o seu corpo lhe partici AAL mesmo quan simplesmente não suas forças pela sua as as tod com ar continua a lut ol Nacional .” tidas. AAL e pelo Andeb prega grandes Par tens feito pela nossa que o o tud por A Obrigado AN João Paulo Cruz

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OPINIÃO ASSOCIATIVISMO NO ANDEBOL PORTUGUÊS Tiago Silva - Associação de Jogadores de Andebol de Portugal (AJAP)

Antes de mais gostaria de enaltecer a excelente iniciativa dos editores desta revista pela coragem em terem criado mais um espaço de opinião e divulgação da nossa querida modalidade. É pois para mim um enorme privilégio em poder contribuir com umas palavras, e claro, agradeço a oportunidade. Não sendo minha intenção dissecar sobre o associativismo, e em concreto sobre o associativismo no andebol português, não posso deixar de constatar um fenómeno no mínimo curioso dado o contexto cultural do nosso país. Se não vejamos. Principalmente após a revolução de Abril nasceram e continuam a nascer em Portugal associações nas mais variadas classes e temáticas. Sempre fomos um povo com forte espírito associativista. Tive o cuidado de fazer uma pesquisa sobre as associações existentes em Portugal (desafio-vos a fazer o mesmo, vão encontrar associações inacreditáveis!) e é notória a tendência que temos para “associar” quase tudo, quanto mais não seja apenas para elevar algo a esse estatuto. E no andebol? Não considerando as associações distritais, também no mundo andebolístico existem associações, nomeadamente de calsses, entre

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as quais a Associação dos Jogadores de Andebol de Portugal (AJAP), a qual tenho o prazer de presidir, mas infelizmente não encontro esse espírito associativista que caracteriza o povo português. Vou referir-me à realidade da AJAP pois não conheço a fundo a realidade das outras associações ligadas ao andebol. Acompanho a AJAP desde a sua fundação e o principal obstáculo que sempre encontramos foi a aceitação por parte dos atletas. Nunca os atletas se identificaram genuinamente pela AJAP. A única explicação que encontro é que os dirigentes da AJAP nunca o conseguiram fazer. E aqui reside a curiosidade que referia no início. Então porque será que nós os dirigentes da AJAP nunca conseguimos captar o verdadeiro espírito associativista que certamente existe nos jogadores? Na minha opinião porque nunca conseguimos mostrar os benefícios que os jogadores têm em serem sócios e se fazerem representar pela AJAP. Quero pelo menos acreditar nisso pois se estiver no nosso pensamento que os jogadores é que não têm espírito associativista, estaremos a desculpar a nossa incapacidade e nunca mais sairemos desta inércia. Então e que vantagens têm os jogadores em se associarem à AJAP? Logo à partida por esta ser a associação da classe dos jogadores, temos como responsabilidade máxima a defesa dos interesses dos jogadores. Defesa essa que é feita seja qual for a matéria de facto e a entidade que tenhamos de reivindicar. Apraz-me dizer que temos o total apoio e disponibilidade por parte

da Federação de Andebol de Portugal (FAP) em podermos participar em decisões e discussões no seio federativo, o qual aproveito para agradecer à actual direcção. O sermos ouvidos na FAP e termos espaço para intervir, é por si só um motivo de interesse para os jogadores pois se calhar de forma individual não o conseguiriam fazer. Exemplo disso é o facto de sermos membros ordinários da Assembleia Geral da FAP o que nos confere um direito a 15% dos votos em sufrágios. Adicionalmente, temos sempre uma palavra amiga a dizer a qualquer jogador que nos consulte, e procuraremos sempre ajudar e orientar os nossos jogadores seja qual for a sua necessidade. Actualmente não existem sócios pagantes, o que nos limita e muito em termos de actuação dada a ausência de fundos que financiem a nossa actividade, mas não deixamos por isso de estar activos e prontos para ajudar no que pudermos. Não conseguimos ainda ter a nossa estrutura de apoio aos jogadores a funcionar como pretendíamos porque exigiria da nossa parte investimentos financeiros, mas todos os dirigentes da AJAP estão disponíveis e prontos para contribuir para o bem da nossa modalidade e em concreto dos jogadores. Recentemente criámos a nossa página no Facebook onde nos poderão contactar e interagir de forma mais fácil. Pretendemos com isto estar mais próximos dos jogadores e amigos do andebol no geral. O associativismo funciona, as classes unidas sempre mostraram mais força que a parte, e a AJAP quer com esse princípio contribuir para uma classe de jogadores mais forte e unida. Para tal temos ainda um longo caminho de sensibilização dos jogadores para que se “associem” a esta causa!


CLUBE DO MÊS

O Académico Futebol Clube é um jovem centenário, distinto na herança e impar na dedicação dos seus jovens atletas.

O

O Académico Futebol Clube é um clube desportivo que foi fundado em 15 de Setembro de 1911, no Porto. Tendo a sua origem num grupo de estudantes, essencialmente provenientes do Liceu Alexandre Herculano. A partir de 1923, iniciaram a construção do estádio, que viria a ser, a partir de 1937, o primeiro relvado, a nível nacional, e rodeado por duas pistas de Atletismo, em cinza, e a de Ciclismo, em cimento. O Académico F. C. possuía instalações em terrenos cedidos pela Santa Casa de Misericórdia do Porto, os quais teriam sido pertença de ilustre cidadão portuense, sendo a sua sede social na antiga residência do mesmo, o Palacete do Lima. Ainda hoje as instalações do clube são identificadas como sendo do Lima, mas essa identificação tem sido também extensiva ao perfil elitista do seu anterior proprietário. O Clube tem tido uma imagem eclética. É dentro deste contexto de ecletismo que surge o Andebol no clube. O Académico F. C. afirmou-se no Andebol de 11, com o seu primeiro título em 1945, no

escalão de Juniores, com a final disputada no Campo da Aliança em Lisboa, com o resultado de Sport Lisboa e Benfica- 2 Académico4. No início da década de 70, com a afirmação do andebol de sete, o Académico F. C. apresenta uma primeira equipa nesta variante, que se destaca pela sua juventude e ambição. O treinador Armando Campos valorizou esses jovens, destacando-se os internacionais, José Agostinho, Armindo Leite e Estevão Lafuente. O Clube teve até hoje treze atletas internacionais com as cores do clube e muitos mais que se iniciaram no clube e que se tornaram internacionais na representação de outros. Nos finais da década de 70 aparece o andebol feminino em Portugal e o Académico F. C. desde cedo se associa aos que abraçam esta prática. As equipas femininas do clube passam a ser as principais representantes do andebol nortenho. Dessas destacam-se as internacionais Paula Marisa Castro, Paula Biscaia e Maria José Carvalho, que mais tarde se transfeririam para outro clube, aquando

BILHETE DE IDENTIDADE ACADÉMICO FUTEBOL CLUBE Associação: Associacao de Andebol Porto Recinto: PAVILHÃO LIMA Morada: Rua Costa Cabral, 186, 4200-208 Porto Telefone: 225020129 Fax: 225506315 E-mail:geral@academicofc.pt

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CLUBE DO MÊS

MINIS MASCULINOS

INFANTIS MASCULINOS

INICIADOS FEMININOS

Em cima: João Osório, Miguel Fernandes, Ricardo Costa, João Areias, Rodrigo Lopes, Bernardo Pinto, Paula Silva, João Teixeira, Tiago Moreira. Em baixo: Gonçalo Silva, Vasco Costa, Ivo Silva, Paulo Carmo, Alex Lindner

Em cima: Vitor Carneiro, Paulo Gomes, Gualdino Correia, Miguel Gomes, Miguel Basto, Nuno Nóvoa, João Carneiro, Nuno Almeida, Filipe Morais, Ana Paula, Treinador Tiago Moreira. Em baixo: Gonçalo Silva, João Oliveira, Hugo Moreira, Miguel Pereira, Lourenço Paulo, Vasco Vigário, José Freitas.

Em cima da direita para a esquerda, Treinadora Ana Catarina, Leonor Santos, Sofia Bordonhos, Barbara Sousa, Carolina Monteiro, Ana Fernandes, Leonor Monteiro Baixo: Joana Martins, Maria Cunha e Rita Figueiredo.

INICIADOS MASCULINOS

JUVENIS MASCULINOS

JUNIORES FEMININOS

Em cima da esq para a direita: Alexandre Monteiro, Ana Silva, Zé Freitas, Gonçalo Silva, Miguel Basto, Rodrigo Vilarinho, Diogo André, João Carneiro, Nuno Nóvoa, David Moreira, Gonçalo Martins, Pedro Martins Em baixo da esquerda para a direita: Gonçalo Dias, David Coelho, Rafael Melo, Gualdino Correia, Lourenço Paulo, Miguel Gomes

Em cima da esquerda para a direita: Alberto Saraiva, Andre Lima, Bernardo Alves, João Soares, Vasco Pereira, Filipe Esteves, Antonio Saraiva, Bruno Maia e Arlindo Freire. Em baixo da esquerda para a direita: Horácio Pereira, Gustavo Nina, Vasco Freire, Gabriel Pereira, Vasco Fernandes, Henrique Lobo, Andre Faria, Alexandre Rocha e Rui Lopes.

Em cima da direita para a esquerda: Laura Alves, Barbara Gandra, Sofia Sousa, Maria Freitas, Patrícia Lima, Nair Pinho, Sílvia Santos, Mónica Teixeira Em baixo da direita para a esquerda: Ana Gomes, Maria Inês Soares, Inês Cruz, Ana Meinedo, Cristiana Pedrosa, Carolina Feijoo.

SENIORES FEMININOS

SENIORES MASCULINOS

Em cima da esquerda para a direita: Laura Alves, Inês Ferreira, Sílvia Santos, Mónica Teixeira, Nair Pinho, Patrícia Lima, Sofia Sousa, Joana Melo, Joana Cuz, André Monteiro. Baixo: Raquel Pinto, Cristiana Pedrosa, Ana Meinedo, Carolina Alves. Fazem ainda parte, Barbara Gandra, Alexandra Ricardo, Inês Cruz, Sofia Assis, Filipa Oliveira.

Em cima da esquerda para a direita: Fis. Luís Delindro, Tr. Adj. Alexandre Melo, Tr. Jorge Costa, Ricardo Fernandes, Tiago Leite, Marco Pinheiro, Jorge Vigário, Gustavo André, Filipe Santos, Ricardo Pereira, Dir. Jorge Duarte, em baixo: André Ribeiro, Ricardo Duarte, Luis Coutinho, André Monteiro, António Ferreira, João Silva, Diogo Vigário, e ainda: Luis Santos, Luis Isidoro, Nuno Farelo, Rui Pereira, Miguel Guimarães, José Silva, José Veloso, Bruno Maia, Alexandre Monteiro, Pedro Pedrosa.

JUNIORES MASCULINOS Em cima da esquerda para a direita: Jorge Vigário, Diogo Vigário, Tiago Gonçalves, Pedro Freitas, Fernando Marques, André Almeida, Nuno Arnaldo, João Macedo, Ricardo Pereira e Alexandre Melo. Em baixo e no mesmo sentido: Pedro Martins, Ruben Costa, Leonardo Magalhães, António Monteiro, Pedro Silva e Ricardo Nogueira. Fazem parte do Grupo mas estão ausentes nesta foto: Nuno Ferreira , Jorge Sousa , Diogo Lopes

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Oficiais Nome Esc./Função Manuel Pinheiro, Jorge Duarte

Seniores Masculinos

Jorge Vigário, Diamantino Marques, Serafim Gonçalves

Juniores Masculinos

Horácio Pereira, Arlindo Freire,Alberto Saraiva, Luís Lima

Juvenis Masculinos

Pedro Martins, Paulo Gomes

Iniciados Masc.

Vitor Caneiro; Ana Paula Silva

Infantis Masc.

Jorge Silva;Vitor Caneiro;Ana Paula Silva Minis Masculinos Isabel Fundo ; Fernando Gandra ; Rui Ricardo Seniores Fem. Isabel Fundo ; Fernando Gandra ; Rui Ricardo Juniores Fem. Fernanda Freitas ; Manuel Gomes Juvenis Fem. Maria Fátima Castro : Rita Sá

Iniciadas Fem.

Treinadores Nome Esc./Função Jorge Costa. Adj. Alexandre Melo Alexandre Melo Bruno Maia Alexandre Monteiro Tiago Moreira

Juvenis Masculinos Iniciados Masculinos Infantis Masculinos

João Osório

do final desse ciclo do andebol feminino no clube. O clube sempre se debateu com dificuldade ao nível da exiguidade de instalações face ao número de modalidades e equipas em competição. As exigências competitivas cada vez maiores, nas condições e no tempo de treino, têm criado constrangimentos de vária ordem e dificuldade na consecução e conciliação de objetivos e interesses. Hoje o clube vive as dificuldades de uma agremiação desportiva na realidade socioeconómica atual mas ambiciona manter a sua identidade desportiva, de formação integra e cuidada. O Andebol em particular assumiu desafios

Seniores Masc.

Juniores Masculinos

Minis Masculinos

Laura Alves, Adj. André Monteiro

Seniores Fem.

Laura Alves, Adj. André Monteiro

Juniores Fem.

André Monteiro, Adj. Laura Alves

Juvenis Fem.

Catarina Almeida e Raquel Pinto

Iniciadas Fem.

exigentes, porque é dos mais representativos da cidade, em qualidade competitiva, em ambos os géneros. Possui mais de uma centena e meia de atletas divididos em diversos escalões, tanto em masculinos como em femininos, num total de 9 equipas inscritas nos diversos campeonatos nacionais e regionais. Procura consolidar a qualidade de formação com o aumento do número de praticantes, o que nas exíguas instalações do Lima é um verdadeiro desafio. Tal só é possível porque quem conhece sabe que este é um clube acolhedor para todos, respeitando a individualidade e promovendo a integração dos familiares, num grupo amplo que é a família academista. 11


CADERNO TÉCNICO

O FIM DOS SISTEMAS DEFENSIVOS O “SISTEMA DEFENSIVO 6:0” ESPANHOL

Miguel Ribeiro

E

sta reflexão surge na sequência da observação, num curto espaço de tempo (um ano), de três competições masculinas de Andebol, alto nível: Campeonato da Europa (Sérvia, 2012), Jogos Olímpicos (Londres, 2012) e Campeonato do Mundo (Espanha, 2013).

LLLL

são conjunturais, mas sim estruturais, uma vez que surgem recorrentemente, em vários contextos e não de uma forma episódica ou casual; ou seja, vieram para ficar. Paralelamente, verifica-se um decréscimo crescente do número de exclusões por jogo.

A evolução do jogo está a fazer-se a expensas do processo defensivo.

A análise (empírica) destes eventos evidenciou um facto, para nós, inquestionável: a evolução do jogo está a fazer-se a expensas do processo defensivo. De facto, é bastante perceptível que o funcionamento dos sistemas defensivos (SD) está a alterar-se de uma forma muito marcada.. Esta situação está perfeitamente consubstanciada no facto de, hoje em dia, ao mais alto nível (masculinos), ser cada vez mais difícil definir, com objectividade, o sistema defensivo que uma qualquer equipa utiliza, tal a quantidade de transformações estruturais inabituais dos sistemas, que acontecem com grande frequência durante um mesmo jogo – cada equipa tem a sua própria interpretação! Verificámos também, que estas alterações não

Média de Exclusões por Jogo Campeonato do Mundo Sen. Masc. 10,7

15,0

7,9

10,0 5,0 0,0

2005

2013

Não esqueçamos contudo, que estes acontecimentos estão a ocorrer ao mais alto nível do jogo e as suas ondas de choque ainda vão demorar algumde tempo a contaminar níveis Média "Roubos" de Bolaoutros por Jogo de jogo. Esta Camp. demora tem- a verMasc. com a própria Mundo Sen. 19,7

12

20,0


“Os principais objectivos dos SD -

protecção da baliza e recuperação da posse de bola, têm agora uma nova interpretação, no sentido de serem percebidos, obrigatoriamente, em conjunto” Miguel Ribeiro, Treinador

cultura do jogo e com algum conservadorismo dos treinadores. Podemos afirmar que estamos a conviver com o futuro, no presente! Há que aproveitar o facto e antecipar o futuro do jogo, para benefício do Andebol!

O QUE ESTÁ A MUDAR

As mudanças estão a ocorrer fundamentalmente a dois níveis: • Os SD estão a desenvolver-se não em função dum rígido conjunto de regras (individuais e colectivas), que definiam com alguma inflexibilidade, os modos de colaboração inter-defensores, o espaço de acção dos defensores, a sua colocação, o tempo de saída, etc.; mas antes, em função do contexto, das características dos jogadores e de acordo com princípios (gerais e específicos);

devem dar lugar, progressivamente, a acções mais criativas e produtivas. Em termos práticos, aquelas mudanças reflectem-se no jogo da seguinte forma: • Aumento das acções de risco: maior raio de acção dos sistemas, mais intercepções, mais dissuasões; Média de Exclusões por Jogo • Maior número de erros provocados Campeonato do Mundo Sen. Masc. ao ataque; • Maior número de acções imprevisíveis; • Maior número de acções criativas e antecipa10,7 7,9 15,0 tivas (jogo inteligente); 10,0 • Uma grande motivação dos defensores; 5,0 • Individualização dos SD, com uma crescente 0,0 autonomia dos jogadores, embora sempre 2005 2013 subordinada ao colectivo.

Média de "Roubos" de Bola por Jogo Camp. Mundo - Sen. Masc.

• Os SD redefiniram os seus objectivos principais – protecção da baliza e recuperação da posse de bola, no sentido de serem obrigatoriamente percebidos em conjunto. A interrupção do jogo ofensivo, através do uso deliberado de faltas, está a diminuir continuamente. Para nós, estas acções não podem ser consideradas como um desígnio defensivo, mas antes uma falha do sistema. E, como tal,

19,7 20,0 15,0

9,1

10,0 5,0 0,0

2005

2013

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CADERNO TÉCNICO

O FIM DOS SISTEMAS DEFENSIVOS O “SISTEMA DEFENSIVO 5:1” FRANCÊS

LLLL

É cada vez mais difícil definir o SD que uma qualquer equipa utiliza, tal a quantidade de transformações estruturais dos sistemas, que ocorrem durante um mesmo jogo.

IMPLICAÇÕES NO TREINO

A maior implicação no Processo EnsinoAprendizagem do Jogo é a necessidade de dar um grande enfoque ao aperfeiçoamento das capacidades técnico-tácticas individuais dos defensores, no sentido destes conseguirem jogar de uma forma inteligente, criativa e eficaz, em qualquer contexto de jogo. Paralelamente, é também necessário reforçar as suas capacidades psicológicas – motivação, vontade e espírito de sacrifício. Está completamente fora de questão o aperfeiçoamento colectivo, em forma de sistema defensivo, pois este procedimento não tem qualquer transferência para o jogo. Como é facilmente compreensível, o treino ofensivo, baseado em movimentações ofensivas fechadas (“jogadas”), perdeu todo o significado.

CONCLUSÕES

Perante este quadro teórico, somos tentados a afirmar que os sistemas defensivos, tal como os entendíamos, acabaram! Ou, pelo menos, têm tendência para acabar! Talvez seja mais sensato, a partir de agora,

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O “SISTEMA DEFENSIVO 5:1” CROATA falar-se de Projecto Defensivo da equipa, por exemplo, do que empregar o termo sistema defensivo. Este “pormenor” é importante para o desenvolvimento da modalidade? É sem qualquer dúvida, pois assinala a passagem simbólica de um conceito fechado, pouco imaginativo e rígido, para um conceito aberto, criativo e de grande capacidade adaptativa, que vai tornar o Andebol muito mais espectacular, não só para os espectadores, mas também para os jogadores!


OPINIÃO

ARBITRAGEM HOJE… E AMANHÃ António Marreiros, Presidente Conselho de Arbitragem da Federação de Andebol de Portugal

Talvez não fosse este o momento ideal para estar à frente da arbitragem nacional. A crise que o País atravessa, com todos os cortes financeiros que se estendem também à nossa modalidade, para além das já outras conhecidas dificuldades para ser ÁRBITRO, seriam com certeza razões mais que suficientes para não arriscar. Mas… o andebol é como um vírus que nos entra sem antidoto possível, e pensei que este seria o momento para retribuir e colocar em prática os meus conhecimentos, não só académicos, mas da realidade atual da arbitragem no andebol, depois de mais de vinte e cinco anos em atividade como Árbitro, doze dos quais como Internacional. Por outro lado, todas as dificuldades esperadas poderão também ser motivadoras para se fazer mais e melhor com menos custos. Este será no nosso desafio, meu e do Conselho de Arbitragem a que presido para os próximos quatro anos. Pretendemos numa primeira fase, aumentar, no que à arbitragem diz respeito, o número de atores principais e secundários: árbitros, oficiais de mesa e delegados/observadores. Não será fácil, mas é uma meta que achamos ser possível atingir nos próximos dois anos. Perguntamos nós como iremos captar mais jovens para a arbitragem (árbitros e oficiais de mesa), quando o que lhes é oferecido é quase

nada, a não ser trabalho e poucas condições de uma forma generalizada. Vamos trabalhar com as Associações Regionais nesta área da captação, criando canais de comunicação rápidos e mais eficientes, disponibilizando os meios humanos possíveis para ações de formação com conteúdos e formadores estabilizados e uniformes. As Associações terão com certeza um papel fundamental e sem elas não conseguiremos atingir os nossos objetivos. Também papel importante para o que pretendemos será o dos delegados/ observadores. Também nesta área o número terá de aumentar para com o tempo sobressair a qualidade. O desempenho destes atores será fundamental para o desenvolvimento dos árbitros e a classificação destes será o espelho do seu equilíbrio e sentido de justiça. Este equilíbrio e sentido de justiça obrigatoriamente transmitido nas suas competências será a génese das suas análises com vista a uma sã competição entre árbitros. Paralelamente estamos a reequacionar os nossos serviços administrativos, no sentido de os modernizar, instalando novas condutas de organização e ferramentas de controlo e responsabilização. As Comissões de Apoio a este Conselho de

Arbitragem e o excelente momento relacional com os restantes órgãos da Federação e seus representantes, podem e devem ajudar a atingir este objetivo. Na última metade do nosso mandato pensamos começar a tirar dividendos desta nossa política, e quiçá começar a contar com mais duplas jovens a atuarem na nossa principal prova. Deixamos para o fim a questão internacional, não por não ser para nós importante, mas porque se não construirmos uma nova arbitragem cimentada nos padrões atrás referidos, também ela verá o seu futuro cada vez mais difícil. Vamos continuar a apoiar as nossas duplas tendo em vista o sonho de uma delas poder estar presente nos próximos Jogos Olímpicos no Brasil. Este seria um feito marcante e de grande prestígio para a arbitragem nacional nunca atingido em Portugal. Contudo, os nossos árbitros internacionais não poderão mais estar à parte da arbitragem nacional. Não por sua culpa, mas apenas pelo facto de o serem, e terão de ter também eles um papel a desempenhar no desenvolvimento dos colegas mais novos. Acreditamos que esta equipa pode superar as expectativas de todos aqueles que desejam mais e melhor para o Andebol em geral e para a arbitragem muito em particular.

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OPINIÃO

QUE FUTURO PARA A ARBITRAGEM? António Trinca - (APAOMA)

todo o investimento em uma ou duas duplas, pois os Nao posso, nem devo começar começar este artigo sem enaltecer este campeonatos não se decidem em um ou dois jogos. É projecto chamado de Andebolito. Que se perpetue no tempo, que cresimpensável abordar uma competição onde só se tenha ça com a nossa modalidade e que se mantenha como mais uma prova uma ou duas duplas capazes de orientar um jogo decisivo. da vitalidade da nossa “casa”. Desde já os meus parabéns pela vossa Os campeonatos, na sua globalidade, têm 40 ou 50 jogos iniciativa! por época que decidem quem será o vencedor, e este volume O árbitro, enquanto agente de qualquer modalidade, é uma peça fundamental para o desenrolar do jogo. Sem alguém que de jogos não pode ficar dependente de apenas uma ou duas zele pelo cumprimento das regras, não pode existir Jogo! O árbi- duplas. E se existir uma competição internacional? E se houver tro deve ser tido, por todos (jogadores, treinadores, dirigentes uma lesão? E se a vida pessoal levar a um abandono precoce? Temos de ter muitos árbitros, e muito capazes, diria mesmo que, e público) como uma peça fundamental para a existência do jogo. Para os que disto duvidem, deixo a pergunta de quantos ao seu nível, teremos de ter todos os árbitros capazes, um degrau acima do nível do jogo que lhe propõem. Isto será o ideal! Para isto arriscariam a participar num campeonato sem árbitros? O andebol vive, nos dias de hoje, um estado de união é necessário arriscar, é preciso, numa primeira fase, dar jogos mais como há muito não se via. Honra seja feita à actual direcção exigentes, apresentar novos desafios, dar espaço e tempo para errar. da Federação de Andebol de Portugal (FAP) e em especial à Que jogador cresceu sem errar? Que treinador atingiu o topo só com pessoa do seu presidente pelo rumo que traçou para unir vitórias ou boas decisões? Nenhum! Os árbitros também não poderão a nossa modalidade e as suas gentes. Hoje, temos as asso- crescer se não se arriscar, com critério naturalmente, se não dermos ciações de classe com o apoio público da FAP e uma dis- tempo e espaço para errar. O processo formativo deve ser baseado em ponibilidade para ouvir a incorporar as diversas sensibili- “formação-desafio-erro-melhoria”. Um árbitro em formação (e todos os árbitros devem estar em formadades como não me recordo de existir. Esta é a porta que se abre e desejo que todos estejamos à altura de por ela ção até ao dia em que peçam licenciamento) deve, em meu entender, entrar e contribuir para o engrandecimento da nossa casa! ter um nível crescente de dificuldade nos jogos que lhe apresentam. Neste contexto, é o tempo certo para todos os agentes Para esses jogos, deve ir acompanhado e ser corrigido! Aceitando que da arbitragem se unirem e trilharem um caminho que nos um dia mau todos podem ter, jogadores, treinadores e árbitros, é funleve à excelência enquanto modalidade de referência. É damental permitir que o erro seja encarado mais como uma ferramenuma evidência que melhores jogos ajudam a formar me- ta de evolução e não como o primeiro degrau da crítica. Quando referi o critério que o risco tomado deve ter, fi-lo com a lhores árbitros e melhores árbitros proporcionam melhores jogos, esta pescadinha resolve-se facilmente se caminhar- consciência da importância que as associações de classe devem posmos juntos. Acredito que o árbitro deve ser um executor de suir. Elas devem estar presentes no crescimento do andebol, devem uma linha estratégica definida por quem entende todas as chamar a si responsabilidades formativas e estratégicas, dentro das variantes técnico-tácticas do jogo. Deve ser um conselho respectivas classes. No meu ponto de vista, ninguém deverá cotécnico a definir o modelo de jogo que pretendemos para nhecer melhor os seus agentes do que as associações de classe o andebol nacional e, posteriormente, o Conselho de Arbi- e, assim, ninguém estará mais apto a colaborar na formação dos tragem (CA) deve encontrar a forma adequada de colocar os mesmos do que quem os representa. Terão estas associações de criar massa crítica para responder a este desafio? Por certo, sim! árbitros a contribuir para esse objectivo. Esta linha de pensamento permite-me avançar para a etapa Deverão ou poderão perder esta oportunidade conjuntural tão seguinte. O desenvolvimento dos árbitros é nesta altura o pon- única? Jamais! Este é o momento, todos esperam que as associações de classe digam presente. Estou certo que a APAOMA to mais relevante da nossa classe. A Associação Portuguesa de dirá, mas a Associação de Treinadores de Andebol de PortuÁrbitros e Oficiais de Mesa de Andebol (APAOMA) bateu-se por gal (ATAP) e a Associação de Jogadores de Andebol de Poruma nova forma de pensar e de abordar o crescimento dos árbitugal (AJAP) também! É este o próximo desafio, deixar o tros. Nenhum árbitro evolui se não tiver mais e melhores jogos, mais trabalho sombra. Melhor, conjugar o trabalho não visível e maiores desafios, mais e mais exigente acompanhamento! Não existe com alguma notoriedade e trabalho visível! Teremos, risco maior para a arbitragem e para o andebol nacional do que colocar

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liderados por gente que andou largos anos no topo todos, de ser capazes de conciliar a batalhas com a tutela, em relação à da nossa arbitragem, que sabe o que necessitamos. A fiscalidade dos árbitros, a elaboração e discussão de regulamentos, a direcção actual da FAP demonstra toda a abertura possídefesa surda dos associados, com a formaçao e com a participação vel para que os árbitros trilhem o seu próprio caminho. A activa na evolução dos quadros de arbitragem. É este o papel que APAOMA deverá ser mais do que um elemento activo dentro preconizo para os próximos anos. da estrutura federativa e deve estar no terreno, junto dos seus Como se concretizará a evolução? Acredito e sonho com um árbitros, formando e aportando valor. Os árbitros, esses, devem tempo em que a avaliação dos árbitros passará por observadores que tenham sido o expoente máximo da sua geração en- aceitar e preparar-se para um novo patamar de exigência, estar quanto árbitros ou delegados, e gostava de chegar um pouco mais activos e presentes na vida associativa e assumir a sua resmais longe, gostaria de incluir na avaliaçao dos árbitros uma ponsabilidade na evolução do jogo e da modalidade. Termino com uma consideração que não posso deixar de fazer. O componente avaliativa decidida por jogadores e treinadores. Sou sensato a ponto de ter a certeza de que ainda não temos andebol é o nosso “produto” é dele que depende muito do nosso condições para tal, mas o modelo ideal terá, para mim, de bem-estar e do nosso equilíbrio pessoal e muitas vezes profissioenglobar a opinião daqueles que mais de perto connosco nal. Quando um árbitro comete um erro técnico, não está a ajudar privam e mais na pele sentem as nossas fragilidades. Por a potenciar este produto, quando um dirigente se esquece das suas enquanto, um passo de cada vez, gostaria que treinado- funções também não o faz, quando um jogador ou um treinador usam res e jogadores transmitissem as principais fraquezas do o seu tempo de antena para buscar “culpados” por uma derrota tamquadro de arbitragem a quem de direito, para que as for- bém não o fazem! Não temos, infelizmente, a robustez do futebol que mações sejam cada vez mais efectivas e mais adaptadas à aguenta e vive, semana após semana, de dissertações sobre árbitros, craques ou pontos virtuais. A nossa realidade é diferente, vivemos em nossa realidade. Teremos de ter mais formações, e mais segmentadas. concorrência com o basquetebol, com o râguebi, com o voleibol... junOs desafios de um árbitro com dez anos de carreira, não tos temos de mostrar que somos diferentes, que vale a pena vir para o são os mesmos de um que agora começa. O jogo evolui andebol, que somos na verdade a mais espectacular das modalidades, a cada dia, e aos árbitros não podemos fornecer apenas que temos garra e força! Que temos de ser rápidos e inteligentes! Que uma formação de actualizaçao geral, pouco diferenciada e somos uma modalidade verdadeiramente colectiva, onde um só não muito “teórica”. Temos de recolher informações de todos pode ganhar campeonatos, mas onde, também, há espaço para “esos agentes, saber onde estamos, enquanto classe, para, trelas” e ídolos! Que no andebol o que tem mais mérito, ganha! Que mesmo com a época a decorrer, focalizar o esforço forma- não necessitamos de mostrar que somos duros, mas semana após setivo, teremos de ter capacidade para formar em acção, em mana jogamos até ao limite! Que temos mulheres, muitas e bonitas, a jogar todas as semanas! Que temos “os grandes do futebol” a jogar contexto de jogo, quando os erros acontecem. O caminho a seguir deve ser de formar e exigir, formar andebol! Que somos uma modalidade de portugueses! Aceitamos mais e melhor, exigir mais e mais construtivamente. As or- todos os estrangeiros, todos os credos e raças e são inseridos na ganizaçoes envolvidas devem dotar os árbitros de um plano nossa modalidade, mas mesmo assim não temos equipas descafisíco e técnico que lhes permita entender melhor o jogo e racterizadas com 80% e 90% de não nacionais, com contratações estar mais “dentro” do mesmo. Existe, nesta altura, um quadro massivas de estrangeiros a cada ano! No andebol formamos desmuito jovem de arbitragem, talvez o mais jovem de sempre, esta de a mais tenra idade e os nossos “meninos” de ontem chegam é também uma oportunidade para exigir mais em termos físicos, aos nossos clubes de topo... chegam à nossa selecção nacional! mais em termos de entendimento de jogo e mais em termos de Os nossos árbitros andam nas competições internacionais e exigência evolutiva. Será responsabilidade, também, da sua asso- com prestações de destaque! Os nossos treinadores também treinam no estrangeiro e com sucesso! Se há um licor que ciação de classe continuar a levantar as principais necessidades. é o licor de Portugal, tenho certeza de que se há uma moSerá responsabilidade de cada um dos árbitros apresentá-las e exidalidade que é a modalidade de Portugal, é o ANDEBOL! gir que sejam suprimidas. É este o caminho e é este o momento! O Juntos conseguiremos fortalecer a nossa casa! CA actual tem abertura e conhecimento suficiente para o fazer, estamos

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RICARDO ANDORINHO 18


VALE A PENA INVESTIR-SE NO

ANDEBOL E NO DESPORTO ... FALANDO COM O ANDEBOLISTA

BANDA Prodigy, Sting

Como surgiu a iniciação no andebol? A minha entrada no Andebol deu-se quando tinha 12 anos, através de um colega da minha mãe que nesse mesmo ano fundou o Évora Andebol Clube, trazendo para o clube muitos jogadores do Lusitano de Évora, clube que tinha extinguido o seu andebol. Évora era um meio pequeno, com um ambiente muito familiar, algo de benéfico para entidades dispostas a investir em modalidades extrafutebol. Na escola a prática do andebol não estava muito enraizada, no entanto tínhamos um ambiente muito bom e boas condições de treino, uma vez que havia proximidade geográfica e um bom espírito de grupo, algo difícil de alcançar nas grandes metrópoles. O carácter repentista do meu início no andebol deu-se também ao nível da competitividade, uma vez que nesse meu primeiro ano, o Évora Andebol Clube participou num torneio nacional com as melhores equipas do país. A partir daí o meu espírito competitivo nasceu e desenvolveu-se. Em 1994 foi para o Sporting. Havia mais interessados? Foi uma opção pessoal? O interesse de alguns clubes deu-se após ter disputado o Campeonato da Europa de 1993. A prova correu-me bem e rapidamente os meus pais tiveram a visita do Sporting e do Benfica. Como eu era sportinguista tratou-se de uma decisão fácil. A minha vinda para Lisboa permitia-me aliar os estudos universitários com a oportunidade de jogar no Sporting Clube de Portugal. Aos 17 anos já treinava ao mais alto nível ao lado de nomes como o José Luzia, Miguel Eiras, Armando Pires ou o Carlos Ferreira, símbolos do andebol nacional, e ídolos de infância. O período inicial em Lisboa não foi fácil, devido à conciliação entre os estudos e o andebol. Contudo, a linguagem comum que partilhava com os colegas de equipa

MÚSICA One (U2); Pumped up Kicks (Foster the People)

LIVRO “Everest 1996”; “Gestão de Alta Competição – Ouse vencer”

FILME/ SERIE TV 24 Horas

JOGO (PC,PS3,...) Andebol, Brain train,

VIAGEM Japão

ATLETA (ANDEBOL)) Jackson Richardson

ATLETA (OUTRA MODALIDADE) João Garcia

EQUIPA DE ANDEBOL Khiel e Barcelona

SELEÇÃO DE ANDEBOL Portugal, Dinamarca

SABIA QUE Os jovens de hoje têm de perceber que o desporto é uma janela de oportunidade que eles têm para se valorizar, nunca esquecendo aquilo que já fizeram.

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ajudou-me bastante nesse período. Esteve dez anos de leão ao peito. Como vê hoje todo o processo de crescimento que o levou a tornarse uma das referências do andebol leonino e nacional? Não foi um caminho fácil. Este tipo de situações nunca são fáceis, independentemente de serem mais ou menos conscientes. Nunca fui uma pessoa de estabelecer objectivos a longo prazo, fui aproveitando as oportunidades que me eram dadas, independentemente do clube que representava, e fui fazendo o meu percurso como tantos outros. A especificidade e alto espírito competitivo dos dias de hoje obriganos a que nos foquemos apenas numa determinada área. Não é possível encontrar um equilíbrio perfeito entre os estudos e a prática desportiva, e é por isso que os jovens de hoje têm de perceber que o desporto é uma janela de oportunidade que eles têm para se valorizar, nunca esquecendo aquilo que já fizeram. Hoje em dia é muito difícil competir contra o relógio e contra as marcas, pois essa é a base de sustentação do poder económico no desporto, um poder que entrou no universo des-

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É FUNDAMENTAL

PARA PORTUGAL COMPETIR REGULARMENTE AO MAIS ALTO NÍVEL portivo apenas devido à marca, e não por causa da classificação. Receio que essa pressão do resultado e do relógio possa criar mais casos de doping. Se retirássemos o peso do relógio das competições, e premiássemos os atletas independentemente das suas marcas, a pressão para o doping não seria tão grande. Creio ser necessário rever a noção de “Olimpismo” e “competição” implementada nos dias de hoje. Em 2004 foi jogar para Espanha, mais propriamente para o Portland Santo António, na altura melhor equipa da Europa. Como se desenrolou esse processo de ida para o país vizinho? É até uma história engraçada, da qual poucas pessoas sabem. Eu fui contratado pelo Portland Santo António por duas vezes. Em 2000 recebi uma proposta do Portland. Ao falar com o Sporting foi-me dito que o orçamento era escasso, e que nem sabiam se o andebol do Sporting iria

continuar no ano seguinte. Assim acabei por assinar contrato com o Portland. Contudo nessa época o Sporting ganhou tudo o que havia para ganhar a nível interno, e no final da temporada o Sporting quis que eu continuasse, isto apesar de eu já ter um contrato assinado com outro clube. Tendo em conta essa situação, o Sporting acabou por pagar a cláusula de rescisão do contrato que me ligava ao Portland. Orgulho-me de ter podido explicar a situação ao Portland, de tal forma que, mesmo não tendo cumprido o primeiro contrato que assinei com eles, o interesse do clube em mim não esmoreceu. Assim sendo, e quando terminou o meu contrato com o Sporting, o Portland voltou a avançar e foi aí que acabei por ir para Espanha em definitivo. Que diferenças encontrou entre a realidade portuguesa e a espanhola? Os problemas de Portugal e Espanha são, no geral, muito seme-


lhantes. Contudo, se tivermos em atenção apenas o aspecto desportivo e competitivo, então aí as diferenças são colossais. São diferenças que se concentram muito na vertente do treino e do jogo, e não tanto a nível estrutural ou económico. Nunca estive num clube que me desse tantas condições, e me valorizasse tanto como o Sporting Clube de Portugal. O Portland tinha grande poder económico e uma equipa de altíssimo nível, mas não foi por isso que me conseguiu dar melhor estrutura e uma base de valorização mais sólida. A minha ida para o Portland pode ser comparada com a passagem do Évora Andebol Clube para o Sporting, a diferença reside no elevado e constante nível de competitividade do andebol espanhol. Jogar num campeonato altamente disputado e onde não existam grandes hiatos temporais a esse nível permite a um jogador uma maior evolução em todos os parâmetros. Se um atleta quer evoluir tem que aproveitar as oportunidades de testar as suas capacidades num patamar superior ao dele, caso contrário não estará a tirar o máximo partido da sua condição de desportista. Não pode permanecer constantemente no familiar e no cómodo, pois existe o risco de estagnar. Quem eram as pessoas com quem se dava melhor no Portland? É curioso pois a minha chegada ao Portland é em tudo semelhante ao meu ingresso no Sporting, ou seja, em ambos os casos entrei numa equipa que estava a ser construída de raiz, onde os atletas já se conheciam a nível técnico e de jogo, mas não em termos de comportamento. Foram ambas experiências muito interessantes do ponto de vista humano, uma vez que quando observarmos um jogador em acção, não temos ideia da sua personalidade fora de campo, foi agradável poder ter também essa perspectiva extraprofissional. Quando estamos numa equipa, nós nunca nos damos bem com toda a gente, mas há sempre tendência para criar laços mais fortes com uns do que com outros. No Portland eu relacionava-me com toda a gente, tínhamos um bom espírito de equipa, sobretudo nos primeiros anos. Obviamente que, com o passar do tempo foram-se formando pequenos subgrupos, mas

isso é algo normal na dinâmica de uma equipa. Se tivesse de escolher uma pessoa naquela equipa com a qual me relacionei melhor, diria que foi com o Jackson Richardson, alguém que, quer como pessoa, quer enquanto atleta é realmente do outro mundo. Como foi a primeira chamada à selecção? Lembro-me da primeira chamada aos juniores, jogámos contra a Rússia em Paredes de Coura. Quanto à Selecção AA, as primeiras internacionalizações foram no Torneio RTP de Andebol. O terceiro lugar no Campeonato do Mundo de juniores em 1995 foi um resultado histórico para o andebol português, considerando a dimensão do andebol no nosso país? A equipa que ganhou a medalha de bronze na Argentina em 1995 pertencia a uma geração anterior à minha, a geração que venceu o Campeonato da Europa de Sub-19 em 1992, na Suíça. Nessa altura havia muito andebol nas camadas jovens. Havia muitos torneios, bem organizados. Esse tipo de eventos são importantíssimos na constituição de uma forte base competitiva e é algo que, infelizmente é cada vez mais difícil de organizar nos dias de hoje. O que vemos hoje no andebol jogado ao mais alto nível é o resultado de um processo contínuo de construção de uma estrutura sólida e eficaz,

e é essa escola que nós queremos implementar, isto apesar de já termos alcançado resultados fantásticos, tendo em conta as infra-estruturas e os recursos disponíveis. Portugal tem muito talento, um talento que tem de ser aproveitado dentro do nosso país por forma a elevar a fasquia qualitativa do seu andebol a nível interno. Temos tido algumas dificuldades em valorizar e desenvolver esses mesmos talentos, mas estamos a trabalhar muito para que estes jovens de grande valor tenham mais e melhores condições de trabalho e competição ao mais alto nível, para que se sintam valorizados com a sua aposta e investimento pessoal. Na minha opinião há muitos jogadores portugueses com potencial que se perdem “no caminho” da alta competição, em muito devido à impossibilidade de implementar e estabilizar meios (logísticos, de qualidade de treino e de apoio contínuo aos atletas, nos estudos por exemplo) que permitam aos jovens de hoje ser competitivos e estarem a apostar na sua carreira andebolística a 100%. Se continuarmos com qualidade na base e tivermos mais atletas de valor nos plantéis, o nível do andebol português subirá obrigatoriamente. Se para ganharmos mais qualidade a nível nacional for necessário enviarmos os nossos valores para o estrangeiro, a Federação fará tudo o que está ao seu alcance para que tal aconteça, o que é realmente pouco, uma vez que estas situações estão mais dependentes do

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interesse das partes e da ambição dos atletas. Tanto eu, pessoalmente, como a direcção da Federação Portuguesa de Andebol estamos muito atentos a esta situação. Tivemos um mundial de andebol em Portugal no ano de 2003. Era de esperar que nessa altura houvesse um crescendo no número de praticantes, de forma a que hoje pudéssemos ver os frutos disso mesmo. Por que razão não houve uma evolução crescente que permitisse hoje tirar esses mesmos dividendos? Enquanto evento, o mundial em Portugal correu muito bem no seu âmbito organizativo e no que toca à projecção da imagem de Portugal a nível internacional. Contudo, creio que poderia ter havido mais investimento nas infra-estruturas e na dinâmica a elas adjacente. O ano de 2003 coincide com um período muito complexo na história do andebol em Portugal, marcado pelo conflito entre a Federação Portuguesa de Andebol e a Liga Portuguesa de Andebol, algo que acabou por influenciar todo o funcionamento, não só das competições internas, como da própria selecção nacional. O Mundial de 2003 poderia ter

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corrido melhor desportivamente. Havia valor para alcançar um melhor resultado, isto apesar da presença e da elevada qualidade demonstrada pelas grandes potências da modalidade. A partir de 2003 chegámos a ter uma selecção nacional que não era a selecção nacional..., algo que nos deveria envergonhar a todos como portugueses. Nem sei como deixámos isto acontecer como sociedade. Com o mundial de andebol em Portugal, esperava-se de facto que a modalidade sofresse um crescendo nos seus praticantes, contudo, a já referida polémica entre a Federação e a Liga de Clubes acabou por não contribuir para esse mesmo desenvolvimento. Apesar desta situação, a verdade é que, a longo prazo, o número de praticantes foi crescendo e acreditamos que temos tudo o que é preciso para estruturar e desenvolver a modalidade com os recursos que temos à disposição. A abertura aos agentes desportivos desta direcção e os objectivos de fomento da modalidade são claros para todos e a direcção da FAP já demonstrou a necessidade e vontade de “aproveitar” os contributos de todos num contexto social muito difícil para a vida dos clubes portugueses.

Acha que o campeonato nacional já foi mais forte? Na minha opinião há dois modos de abordar essa questão: primeiro há que atentar a perspectiva económica e de investimento. Se há menos dinheiro na modalidade, há menos dinheiro para trazer jogadores estrangeiros de qualidade, e os estrangeiros que chegam, não só não justificam o investimento, como o seu retorno não é superior ao dos jovens que já cá estão. O segundo modo de abordagem prende-se com uma questão do foro cultural. Temos como objectivo a construção de uma base sólida através da formação, por forma a garantir a evolução e desenvolvimento dos jogadores e das equipas numa perspectiva a longo prazo. É preciso realçar neste ponto que a formação é um meio pouco dispendioso onde existem infra-estruturas e existe interesse, contudo, existe também uma política implementada na actualidade, e que se baseia na ideia de que o estrangeiro é sinónimo de qualidade. Através dessa premissa contratam-se jogadores estrangeiros que, salvo algumas excepções, acabam por ter menor rendimento do que os jogadores portugueses, se estes fossem trabalhados e motivados internamente. A


valorização dos atletas dos clubes é, a meu ver, um dos maiores activos que os clubes têm de trabalhar, estimar e enaltecer, pois são recursos muito válidos e que apresentam um retorno do investimento geralmente superior. Com isto andamos a deslocalizar jovens, colocando-os num circuito de rodagem por vários clubes, algo que em nada contribuiu para o seu desenvolvimento, pois não têm possibilidade de ganhar estabilidade numa equipa por forma a poderem evoluir, e acabam por se tornar mais dispendiosos. Trata-se de uma questão estrutural com a qual não é fácil lidar dada a acesa competição interna entre clubes. Não há um investimento tão grande na formação como seria suposto? Eu não quero generalizar, uma vez que há clubes e situações diferentes entre si. Se olharmos apenas para os grandes clubes, creio que se podia fazer um maior esforço ao nível da formação, isto porque a estrutura e o conhecimento necessários já existem. Trata-se apenas de garantir uma maior mobilização e dinâmica para se consiga elevar o nível competitivo e escola nessas equipas e nos seus jogadores, contribuindo diretamente para os séniores. Esta estatística é facilmente realizada se compararmos o número de atletas “produzidos” na escola interna com jogadores contratados nacionalmente. Para tal seria necessário haver mais equipas e haver um carinho especial pela formação interna, valorizando o trabalho da cadeia de valor do clube e não prejudicando os jovens que estão a desenvolver o seu percurso e são dispensados porque a galinha da vizinha é melhor que à minha. Muitas vezes, não é de todo. Grande parte do andebol nacional encontra-se concentrado na região litoral norte do país, havendo uma baixa densidade de clubes situados mais a sul. Há algum projecto federativo que tenha em vista a alteração deste cenário? Esse problema está identificado, neste momento temos o Augusto Silva a trabalhar nesse âmbito, tendo apresentado até agora bons resultados, apesar das restrições orçamentais a que somos sujeitos. De facto temos um projecto de fomento da modalidade nessas regiões com menor demo-

QUEM QUISER INVESTIR

REALMENTE NO ANDEBOL PODE TER UM RETORNO MUITO INTERESSANTE grafia, precisamente para aumentar o número de equipas. O objectivo é formarmos mais equipas, não deixando, no entanto, de garantir a sustentabilidade dos clubes existentes, uma vez que alguns deles encontram-se numa situação muito delicada. Para garantir novas equipas é necessário realizar uma abordagem empresarial focada em objectivos concretos: se determinado investimento está a ser feito numa determinada associação, o mesmo tem de permitir a criação de mais equipas. Não podemos ficar de braços cruzados à espera que surjam mais equipas. Se elas não aparecem, então devemos avaliar os investimentos que estamos a fazer. Encontra-se em marcha um plano revisto de financiamento às associações muito mais objectivo e com critérios desportivos mais claros para todos. Nós queremos aumentar o número de equipas, de forma a que seja possível alargar a base de formação, e queremos que esses clubes não sejam obrigados a um esforço logístico e financeiro tão grande para ter competitividade. Assim, se tivermos mais equipas a nível local, começamos a facilitar a vida às associações e ao próprio fomento da modalidade.

Por outro lado há sempre a questão cultural, que já mencionei. Há de facto situações a nível cultural que felizmente já foram identificadas e de onde retiraremos resultados positivos garantidamente. Depois de tantos anos ligado à prática do andebol, o que o levou a enveredar pelo dirigismo? Quando me fizeram o convite para vir para a direcção da Federação coloquei-me perante duas opções: recusar ou aceitar. Recusar seria o caminho mais fácil, onde não haveria qualquer tipo de compromisso ou comprometimento. Aceitar o convite era a oportunidade de dar o meu contributo através do conhecimento que fui adquirindo na minha vida desportiva. Para além disso, posso dizer que, depois de tantos anos como jogador de andebol, e depois de tudo o que ele me deu, sinto-me de certo modo em dívida para com a modalidade em geral. E foram essas as principais razões me levaram a aceitar o convite de pertencer à Direcção da Federação Portuguesa de Andebol, um caminho que se tem constituído como uma agradável surpresa, principalmente no que toca aos métodos implementados

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pela Federação em relação à gestão da equipa directiva e aos processos de abertura do andebol aos variados agentes que o podem influenciar. Pessoalmente este trajecto tem sido uma bela lição de humildade em relação aos processos e política que a Federação leva a cabo em todas as áreas onde intervém. O dirigismo não é um fenómeno novo para mim, uma vez que fiz parte da Associação de Jogadores, e penso que as minhas capacidades e o meu empenho poderão ser melhor potenciados dentro da Federação do que fora dela. Nesta altura é preciso o esforço e o trabalho de todos para que juntos possamos ultrapassar esta fase mais complicada do andebol português. Seria muito importante termos um bom resultado a nível internacional. Acreditamos muito no apuramento da Selecção Nacional para o europeu de 2014, pois estes atletas já provaram que têm grande qualidade, e que a diferença para os melhores do mundo não é tanta como aquela que se pensa. Esta geração está a mudar essa mentalidade e já provou que tem qualidade para jogar ao mais alto nível e ganhar aos melhores. Esperemos que consigamos atingir a fase final do campeonato da Europa, o que seria um prémio muito grande para estes atletas. É fundamental para Portugal competir regularmente ao mais alto nível, pois só assim poderá desenvolver seus activos e reforçar o espírito competitivo da modalidade no nosso país. Enquanto jogador, o Ricardo demonstrou sempre um espírito dinâmico e empreendedor. É esse espírito que podemos esperar do Ricardo dirigente? A natureza humana torna-nos vulneráveis ao erro. Estamos todos sujeitos a errar, quer seja no desporto, quer em qualquer outra área. No entanto, o desporto tem o condão de expor a personalidade de cada um perante o juízo e opinião púbica, onde somos constantemente sujeitos ou objectos de crítica exterior, venha

TEMOS UMA BOA

ESCOLA DE ANDEBOL E JOVENS COM MUITO TALENTO ela de onde vier. A posição adoptada por quem está do lado de fora é a de criticar e de terem opinião de como se pode fazer melhor, pois têm sempre uma grande margem de erro, e não têm qualquer compromisso ou noção do que se passa no interior. Enquanto jogadores, nós não temos a noção de todo o trabalho desenvolvido pela Federação, e a sua responsabilidade no panorama do andebol nacional. A Federação encontra-se inserida num sistema muito exigente, complexo e com muitos intervenientes, onde há muitos jogos e muito trabalho a fazer do ponto de vista das operações,

dos regulamentos, da comunicação com os agentes, das inscrições, da organizações de eventos ou com a responsabilidade com as instâncias nacionais e internacionais, para não falar dos aspectos legais de arbitragem e de disciplina em que o nosso desporto é particularmente propenso. No meu caso, o que podem esperar de mim enquanto dirigente é uma grande dedicação à causa, ajudando da forma que sei e posso nesta “cruzada”. Quais os principais projectos da Federação, tendo em vista o desenvolvimento da modalidade?

SABIA QUE Nesta altura é preciso o esforço e o trabalho de todos para que juntos possamos ultrapassar esta fase mais complicada do andebol português

24


Há projectos a serem levados a cabo neste momento, lançámos a Andebol TV, que consiste em agregar várias web tv´s para que, a médio prazo, possamos ter um produto de informação bastante importante para as marcas e divulgação das mesmas. Para além disso temos uma série de eventos em estudo para o período de 2014/2015. De destacar a realização do Campeonato da Europa de andebol feminino em Portugal, na categoria de sub-19, em 2015. Pretendemos ainda criar uma série de eventos que possam dar mais visibilidade aos nossos patrocinadores, cativando ao mesmo tempo mais adeptos e praticantes da modalidade, quer a nível masculino, quer a nível feminino. Estamos também a lançar uma loja online da Federação, tal como um arquivo fotográfico, aproveitando ainda para renovar o nosso parque informático e a nossa estrutura de base. Mas um dos nossos principais

focos são os clubes, pois estes são o principal cliente da Federação, uma vez que são os clubes que proporcionam uma actividade que necessita ser organizada. Há uma total receptividade da nossa parte em relação a todos os agentes que queiram utilizar os recursos da FAP para divulgar melhor as suas agendas, os seus jogos e história. Disponibilizamos também o nosso sistema de informação para divulgar os resultados dos clubes, ou para fazer um site fora do nosso sistema de informação da Federação. Há assim uma série de possibilidades que estamos a abrir aos clubes, contudo a escassez de recursos dos mesmos coloca sempre obstáculos. Mas estou em crer que, se houver um espírito de compromisso nós podemos oferecer melhores soluções. Que conselhos deixa para os jovens que estão agora a começar no andebol?

Digo-lhes que vale a pena investirse no andebol e no desporto, uma vez que é uma componente muito importante na nossa vida. Independentemente de gostarmos de fazer outras coisas e de termos outras obrigações, a mente e o corpo andam sempre de mãos dadas. Quem quiser investir realmente no andebol pode ter um retorno muito interessante, não só a nível físico como também psicológico. Temos uma boa escola de andebol e jovens com muito talento, por isso aconselho que se foquem em evoluir e competir com os melhores, pois um dia poderão jogar ao lado deles. Sete Ideal: Guarda-Redes: Tomas Svenson Ponta-esquerda: Karchakievic Lateral-esquerdo: Carlos Resende Central: Jackson Richardson Lateral-direito: Aleksandr Tuchkin Ponta-direita: Irfan Smajlagić Pivô: Rolando Urios

SABIA QUE No meu caso, o que podem esperar de mim enquanto dirigente é uma grande dedicação à causa, ajudando da forma que sei e posso nesta “cruzada”

25


COMPETIÇÃO

Campeonato Nacional

andystat.com

Campeonato Nacional Seniores Masculinos - 1.Divisao

26

Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

FC PORTO VITALIS

64

22

21

0

1

740

527

213

2

SL BENFICA

63

22

20

1

1

691

502

189

3

SPORTING C.P.

53

22

15

1

6

691

526

165

4

ÁGUAS SANTAS - MILANEZA

50

22

13

2

7

571

514

57

5

ABC/UMINHO

49

22

13

1

8

609

567

42

6

A.M.MADEIRA AND.SAD

45

22

11

1

10

582

641

-59

7

SP. C. HORTA/ELITE SECURITY

44

22

10

2

10

571

572

-1

8

DELTA BELENENSES

38

22

8

0

14

566

603

-37

9

C.D.XICO ANDEBOL

36

22

7

0

15

592

680

-88

10

A. A. AVANCA

32

11

AC FAFE

12

CDE CAMOES

31 23

22 22 22

4 4 0

2 1 1

16 17 21

592 532 427

683 648 701

-91 -116 -274

Ranking MVP Rnk

Jogador

Equipa

Pts

1

5 - Gilberto Duarte

FC Porto Vitalis

121,7

2

15 - Pedro Solha

Sporting CP

113,5

3

18 - Carlos Carneiro

SL Benfica

105,15

Nota Tecnica:

4

7 - Pedro Seabra

ABC Braga

77,1

5

4 - Pedro Portela

Sporting CP

70,8

6

54 - Jose Costa

SL Benfica

69,8

7

81 - Dario Andrade

SL Benfica

68,65

8

19 - Ricardo Moreira FC Porto Vitalis

68,5

9

9 - Pedro Cruz

AA Aguas Santas

66,7

Para a atribuicao dos pontos MVP aos jogadores de campo e considerada a formula MVP = (Golos Marcados(Excepto 7M)*1) + (Golos Marcados de Livre de 7M*0,5) + (Livre de 7M sofridos*0,5) + (Assistencias*0,5) + (Accoes Defensivas*0,4) + (Remates Falhados(Excepto 7M)*-0,6) + (Remates Falhados de Livre de 7M*-0,75) + (Falhas Tecnicas*-0,6) + (Exclusoes*-0,8) + (Livre de 7M cometido*-0,4)

10

5 - Goncalo Vieira

Madeira SAD

66,55

Fonte: andystat.com


Campeonato Nacional Juniores Masculinos - 1.Divisao - 1a Fase Zona Sul Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

SL BENFICA

41

14

13

1

0

502

216

286

2

SPORTING C.P.

39

14

12

1

1

486

287

199

3

CF OS BELENENSES

36

14

11

0

3

477

350

127

4

CCR ALTO MOINHO

32

14

9

0

5

396

366

30

5

JUVE

30

14

8

0

6

361

398

-37

6

NAAL PASSOS MANUEL

28

14

7

0

7

386

378

8

7

GS Loures

20

14

3

0

11

321

449

-128

8

C. D. PACO ARCOS

19

14

2

1

11

348

488

-140

9

ADC BENAVENTE

18

14

2

0

12

309

452

-143

10

GINASIO C. SUL

17

14

1

1

12

343

545

-202

Campeonato Nacional Juniores Masculinos - 1.Divisao - 1a Fase Zona Norte Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

ABC/UMinho

56

19

18

1

0

666

413

253

2

A. D. A. MAIA-ISMAI

48

19

14

1

4

567

498

69

3

FC PORTO

46

18

14

0

4

581

493

88

4

C.D.S. BERNARDO

44

18

13

0

5

560

517

43

5

C.D.XICO ANDEBOL

41

18

10

3

5

533

473

60

6

A. A. AGUAS SANTAS

41

18

11

1

6

529

449

80

7

FC Gaia

37

18

8

3

7

512

502

10

8

AC FAFE

37

19

8

2

9

477

469

8

9

S. C. ESPINHO

33

17

7

2

8

443

477

-34

10

A.D. Sanjoanense

24

18

3

0

15

377

495

-118

11

BOAVISTA F. C.

24

19

2

1

16

483

621

-138

12

A Ac. SAO MAMEDE

24

18

3

0

15

450

628

-178

13

ALAVARIUM

21

19

1

0

18

427

570

-143

27


COMPETIÇÃO

Campeonato Nacional Juvenis Masculinos - 1.Divisao - 1a Fase Zona 1 Pos

Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

A. D. A. MAIA-ISMAI

40

15

11

3

1

510

404

106

2 3 4 5 6 7 8 9

ABC ANDEBOL SAD "A" A. A. AGUAS SANTAS CCR Fermentoes FC INFESTA C.D.XICO ANDEBOL ABC ANDEBOL SAD "B" AC FAFE GC SANTO TIRSO

39 35 32 25 23 23 20 18

14 14 14 14 15 14 14 14

12 10 8 4 3 4 2 1

1 1 2 3 2 1 2 3

1 3 4 7 10 9 10 10

457 398 395 344 406 368 359 326

347 296 380 364 453 419 469 431

110 102 15 -20 -47 -51 -110 -105

Campeonato Nacional Juvenis Masculinos - 1.Divisao - 1a Fase Zona 2 Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

COL. CARVALHOS

46

16

15

0

1

581

413

168

2 3 4 5 6 7 8 9 10

FC PORTO N. A. PENEDONO GC TAROUCA AC Lamego CA Leça A Ac. SAO MAMEDE GONDOMAR CULTURAL SC Salgueiros 08 EA Moimenta Beira

44 38 38 32 31 29 22 20 20

16 16 16 16 16 16 16 16 16

14 10 10 8 7 6 3 2 2

0 2 2 0 1 1 0 0 0

2 4 4 8 8 9 13 14 14

568 525 526 484 397 504 374 317 395

367 433 473 478 404 524 516 533 530

201 92 53 6 -7 -20 -142 -216 -135

Campeonato Nacional Juvenis Masculinos - 1.Divisao - 1a Fase Zona 3 Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1 2 3 4 5 6 7 8 9

38 37 33 28 28 26 25 17 16

14 13 14 12 14 15 14 14 14

12 12 9 8 7 5 5 1 1

0 0 1 0 0 1 1 1 0

2 1 4 4 7 9 8 12 13

457 478 407 390 416 425 393 316 286

291 329 355 307 410 480 440 499 457

166 149 52 83 6 -55 -47 -183 -171

AC SISMARIA C.D.S. BERNARDO S. C. ESPINHO Estarreja AC ADC BENAVENTE ALAVARIUM AED FUAS ROUPINHO CISTER S. A. CA Salvaterra Magos

Campeonato Nacional Juvenis Masculinos - 1.Divisao - 1a Fase Zona 4

28

Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

45 41 41 35 34 31 31 23 22 16

16 16 16 16 16 16 16 16 16 16

14 12 12 9 8 7 7 3 3 0

1 1 1 1 2 1 1 1 0 1

1 3 3 6 6 8 8 12 13 15

547 490 432 458 398 473 413 391 348 266

353 322 386 386 406 461 460 478 505 459

194 168 46 72 -8 12 -47 -87 -157 -193

SPORTING C.P. Lagoa AC SL BENFICA CF OS BELENENSES C. VELA TAVIRA GINASIO C. SUL CCP SERPA IFC TORRENSE NAAL PASSOS MANUEL ALMADA AC


Andebol Feminino Campeonato Nacional Seniores Femininos - 1.Divisao - 1a Fase 1aF Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

ALAVARIUM /LOVE TILES

58

20

19

0

1

640

510

130

2

MADEIRA SAD

57

20

18

1

1

650

396

254

3

ADA Colegio Joao Barros

51

20

15

1

4

601

455

146

4

JUVE

49

20

13

3

4

521

438

83

5

COLEGIO GAIA

42

20

9

4

7

551

529

22

6

CS MADEIRA

41

20

10

1

9

562

575

-13

7

JAC - Alcanena

40

20

10

0

10

513

549

-36

8

MAIASTARS

32

20

5

2

13

487

551

-64

9

C. S. JUV. MAR

32

20

6

0

14

426

553

-127

10

CA Leรงa

30

20

5

0

15

449

531

-82

11

NAAL PASSOS MANUEL

26

20

3

0

17

455

595

-140

12

N. D. S. JOANA

22

20

1

0

19

472

645

-173

FOTO: REVISTA ANDEBOLITO

29


COMPETIÇÃO

Campeonato Nacional 2 Divisao Seniores Femininos - 1 FASE - ZONA 2 Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

C. VELA TAVIRA

22

8

7

0

1

231

169

62

2 3 4 5

ASS ASSOMADA S. I. M. PORTO SALVO SIR 1º Maio Batalha AC

20 18 11 9

8 8 8 8

5 4 1 0

2 2 1 1

1 2 6 7

246 206 147 134

158 155 231 251

88 51 -84 -117

Campeonato Nacional Juvenis Femininos - 1 FASE - ZONA 6 Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

S. I. M. PORTO SALVO

36

12

12

0

0

391

248

143

2

ARE PORTO ALTO GRUPO DESPORTIVO E RECREATIVO DA QUINTA NOVA ASS ASSOMADA NAAL PASSOS MANUEL CD Mafra GS Loures

32

12

10

0

2

357

249

108

24

12

6

0

6

310

312

-2

22 21 19 14

12 12 12 12

5 4 3 1

0 1 1 0

7 7 8 11

306 262 288 158

305 259 338 361

1 3 -50 -203

3 4 5 6 7

Campeonato Nacional Iniciados Femininos - 1 FASE - ZONA 6 Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

ARE PORTO ALTO

30

10

10

0

0

376

169

207

2

GDR QUINTA NOVA

25

10

7

1

2

275

197

78

3

ASS ASSOMADA

23

10

6

1

3

289

236

53

4

S. I. M. PORTO SALVO

18

10

4

0

6

270

245

25

5

GDCR Quinta da Princesa

14

10

2

0

8

158

304

-146

6

NAAL PASSOS MANUEL

10

10

0

0

10

128

345

-217

Torneio Abertura Infantis Femininos - 1 FASE

30

Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

ARE PORTO ALTO

24

8

8

0

0

174

83

91

2 3 4 5

S. I. M. PORTO SALVO NAAL PASSOS MANUEL G. DESP. E REC. DA QUINTA NOVA ASS ASSOMADA

20 14 12 9

8 8 8 8

6 3 2 1

0 0 0 0

2 5 6 7

159 148 117 130

125 183 129 208

34 -35 -12 -78


Provas Associação Andebol de Lisboa Campeonato Nacional 2 Divisao Juniores Masculinos - 1 FASE - ZONA 5 Pos

Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

SPORTING CP "B"

52

18

17

0

1

557

395

162

2 3 4 5 6

VITORIA FC BOA HORA FC/ROFF CDE CAMOES ALMADA AC ABV Almoçageme

49 41 41 40 32

18 18 18 18 18

15 11 11 11 7

1 1 1 0 0

2 6 6 7 11

596 513 484 467 469

448 467 440 443 539

148 46 44 24 -70

7

IFC TORRENSE

28

18

5

0

13

456

568

-112

8 9 10

GM 1 DEZEMBRO CF Sassoeiros CR B º JANEIRO

26 26 24

18 18 18

4 4 3

1 0 0

13 14 15

419 438 442

490 509 542

-71 -71 -100

Campeonato Nacional 2 Divisao Juvenis Masculinos FASE FINAL - GRUPO III Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

C Oriental Lisboa

23

9

6

2

1

221

161

60

2 3 4

UJ Alverca CF Sassoeiros GC Odivelas"B"

23 17 9

9 9 9

6 4 0

2 0 0

1 5 9

202 160 151

151 186 236

51 -26 -85

Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

GS Loures

24

8

8

0

0

241

180

61

2 3 4 5

GM 1 DEZEMBRO CR B º JANEIRO NAAL PASSOS MANUEL"B" CSJ Brito

18 18 11 9

8 8 8 8

5 5 1 0

0 0 1 1

3 3 6 7

237 209 218 189

203 210 263 238

34 -1 -45 -49

FASE FINAL - GRUPO II

FASE FINAL - GRUPO I Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

SL BENFICA"B"

39

14

12

1

1

402

287

115

2 3 4 5 6 7 8

CD Mafra"A" CDE CAMOES GC Odivelas"A" CD Paço Arcos CD Mafra"B" BOA HORA FC/ROFF CF OS BELENENSES"B"

39 30 28 28 24 20 16

14 14 14 14 14 14 14

12 8 7 7 5 3 1

1 0 0 0 0 0 0

1 6 7 7 9 11 13

404 376 352 349 374 281 264

278 351 315 361 381 364 465

126 25 37 -12 -7 -83 -201

31


COMPETIÇÃO

Campeonato Nacional Iniciados Masculinos GRUPO II - FASE FINAL Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

GINASIO C. SUL

19

7

6

0

1

262

158

104

2 3 4 5 6 7 8

NAAL PASSOS MANUEL"A" GS Loures CF OS BELENENSES"B" GC Odivelas C Oriental Lisboa NAAL PASSOS MANUEL"B" CD Paço Arcos

19 17 17 13 11 9 7

7 7 7 7 7 7 7

6 5 5 3 2 1 0

0 0 0 0 0 0 0

1 2 2 4 5 6 7

248 251 219 210 130 146 90

185 173 166 194 178 266 236

63 78 53 16 -48 -120 -146

Pos Equipa

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

1

CF OS BELENENSES"A"

21

7

7

0

0

245

169

76

2

SPORTING CP

19

7

6

0

1

230

135

95

3 4 5 6 7 8

ALMADA AC GM 1 DEZEMBRO SL BENFICA CSJ Brito CD Mafra CDE CAMOES

17 15 13 10 9 8

7 7 7 7 7 7

5 4 3 1 1 0

0 0 0 1 0 1

2 3 4 5 6 6

181 222 223 153 123 190

178 208 170 224 239 244

3 14 53 -71 -116 -54

GRUPO I - FASE FINAL

Torneio Abertura Infantis Masculinos GRUPO II - FASE FINAL Pos Equipa 1 2 3 4 5 6 7

NAAL PASSOS MANUEL"B"/JOSEFA OBIDOS GM 1 DEZEMBRO SPORTING CP"B" GS Loures GC Odivelas ALMADA AC NAAL PASSOS MANUEL"A"/NAFs

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

18

6

6

0

0

169

81

88

15 12 12 11 10 6

6 6 6 6 6 6

4 3 3 2 2 0

1 0 0 1 0 0

1 3 3 3 4 6

102 147 114 88 90 78

98 136 101 124 108 140

4 11 13 -36 -18 -62

Pts

JG

V

E

D

GM

GS

GD

GRUPO I - FASE FINAL Pos Equipa

32

1

SL BENFICA"A"

18

6

6

0

0

195

86

109

2 3 4 5 6 7

SPORTING CP"A" CF OS BELENENSES GINASIO C. SUL CD Mafra NAAL PASSOS MANUEL"C" CDE CAMOES

16 14 11 11 8 6

6 6 6 6 6 6

5 4 2 2 1 0

0 0 1 1 0 0

1 2 3 3 5 6

246 142 133 127 129 67

94 135 157 165 169 233

152 7 -24 -38 -40 -166


Mundo

Andebol

CAMPEONATO EUROPEU SUB 19 FEMININO DE 2015 EM PORTUGAL

Duarte Pimenta

http://www.ihf.info/MediaCentre/ Magazines/WorldMagazines/tabid/5943/Def

O Campeonato Feminino Europeu sub19 (e não sub 17 feminino, como anteriormente publicado pela EHF E_NEWS) foi atribuído a Portugal. O evento será realizado de 23 julho - 2 agosto de 2015. Os locais previstos para a realização dos jogos são: Odivelas e Espinho. Este evento foi premiado pela EXEC EHF na sua reunião de 14 de Dezembro de 2012 em Belgrado, Sérvia.

TREINADORES COM EHF LICENÇA PRO Foto: Uros Hocevar

NOVO LOGOTIPO DO ANDEBOL DE PRAIA REVELADO A partir do próximo Campeonato Europeu de Andebol de praia a jogar-se na Dinamarca a comissão organizadora do evento terá à sua disposição um novo logótipo. “O novo logotipo é bem estruturado, fácil de entender e representa claramente as características do nosso desporto”, disse Peter Fröschl, responsável pelo andebol de praia.

CLASSIFICAÇÃO FINAL EUROPEU FEMININO

1 - Montenegro 2 - Noruega 3 -Hungria 4 - Sérvia 5 - Dinamarca 6 - Rússia 7 - Alemanha 8 - Suécia 9 - França 10 -Roménia 11 - Espanha 12 – República Checa 13 - Croácia 14 - Ucrânia 15 - Islândia 16 - ARJ da Macedónia

Foram entregues as primeiras 20 licenças de treinadores EHF Pro no dia do encerramento do treinador da EHF 2012 ‘Rinck’ Master Convenção Aberta e curso de licenciamento, em Belgrado, realizado a 9 de dezembro. 

O curso consistiu em três módulos, com o início do EURO Masculino em janeiro 2012, a segunda parte em Hard, Áustria, em julho, durante o Campeonato Europeu Masculino sub18 e a última parte a ter lugar em Belgrado,

à margem do Campeonato Europeu Feminino de 2012. 

A nova licença EHF PRO, só pode ser concedida aos treinadores com o grau mestre ou candidatos a Master Coach. Este será válido por dois anos (2013/14) e a sua continuidade será sujeita à frequência de um curso de formação EHF mais (ou EHF reconhecido) em andebol internacional dentro de um período inferior a dois anos.

06 33


AGENDA V FÓRUM NACIONAL DE ANDEBOL “Novas Metodologias de Ensino” logia e Gestão o n c e T e d r o ri scola Supe Auditório da E 013 de Março de 2 Viseu 23 e 24

Programa:

Dia 23 de Março 09:00 - Abertura do Secretariado 09:15 - Cerimónia de Abertura 09:30 - Exercícios e jogos fundamentais para a iniciação do Andebol Mestre João Varejão Master Coach Andebol 14:30 – Trabalhos específicos para os escalões de Formação Professor Doutor Pedro Sequeira — ESD Rio Maior/IP Santarém

Dia 24 de Março 09:30 – Trabalhos específicos para os escalões de Formação Professora Doutora Isabel Gomes — UTAD Vila Real 13:00 - Debate e Cerimónia de Encerramento Destinatários: *Professores de Educação Física — AEC’S do 1º CEB, Grupos 620 e 260 *Treinadores de Andebol—Grau 1 e Grau 2

Patrocinador Oficial

no Portal da FAP - www.fpa.pt até 20-03-2013

Parceiros:

Organização

Inscrições prévias: On-line

02


IV

IV

Torneio Internacional St. M. Claret 26,27 e 28 de Marรงo 2013 IV Torneio Internacional St. M. Claret 26,27 e 28 de Marรงo 2013

Torneio I

IVIV

Torneio Internacional St. M.St. Claret Torneio Internacional M. Claret

26,27 e 26,27 28 Marรงo e 28 Marรงo

2013 2013

IV

Torneio Interna


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