Habitação de Interesse Social no RIo Vermelho

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PROJETO 4

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO BAIRRO RIO VERMELHO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - FLORIANÓPOLIS / NOVEMBRO DE 2012. EQUIPE - ANA ANDRETTA, BIANCA BECEL, LUIZA FURIA E MARCELO XAVIER


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CONCEITO

- O Projeto propõe um novo estilo de vida comunitária, sem desrespeitar o indivíduo enquanto ser único e também plural, visando à tomada de consciência do usuário quanto a sua própria existência e temporalidade entendendo-se consciência pelo bem pontuado conceito de ser-no mundo. Caso se prefira, o mundo é a própria condição de possibilidade da relação sujeito-objeto, ou, melhor o ser-no mundo é a condição de possibilidade da intencionalidade da “consciência”. Em todo o caso, o mundo não é nada, nada de ente-para-além-do-ente, aberto, ele é, no entanto sua condição de possibilidade, a condição fenominalizante. Este para além possibiltador pode ser nomeado: transcendência. O mundo é transcendente. E o transcendente por excelência é o Dasein que abre o mundo em projeto, transcendente na medida em que se atém e sustém essa abertura (Dubois 2004 : 31).

Propomos um contato íntimo do ser com o local, e principalmente sua natureza, acreditamos que é possível sustentar um modo de vida mais calmo, tranquilo, mais a parte do mundo tão imediatista e baseado em no modo de produção capitalista; não diminuindo o consumo, ou o que é consumido, mas a forma como este processo é dado, para que ajude a gerar a consciência de onde vem e para onde vai. Queremos o aumento da vivência coletiva mais do que se é costume hoje em dia. Proporcionando ao usuário um contato com sua moradia além do apenas físico, mas também experimental, ideológico e espiritual com o meio a sua volta, aproveitando as potencialidades já existentes do local, além da proximidade e permeabilidade com o parque implantado, que irá intensificar o convívio com a natureza e o com a cidade e seus demais moradores. Criando um espaço que muito além de priorizar o pedestre ou apenas afastar o carro da casa, cria oportunidades, situações e um vínculo entre morador e entorno. Avaliando as considerações já expostas sobre o espaço, entendemos que é necessário associar o lugar ao tempo e suas metamorfoses. A questão da temporalidade, enquanto fenômeno agrega no projeto a preocupação em manter presente no cotidiano alguns dos ciclos que conhecemos e que estamos intrinsecamente ligados, mas que nem sempre nos damos conta, como o dos alimentos, da água, estações do ano, características climáticas da região e inclusive a própria temporalidade da vida humana. A intenção de analisar e planejar esses ciclos de forma que eles se completem visa não apenas uma melhor qualidade de vida, mas uma qualidade sustentável à escala da comunidade e até mesmo do bairro. Sintetizando, a noção teórica filosófica de Espaço e Tempo através do entendimento fenomenológico de Heidegger, se traduziria de uma maneira mais material no nosso projeto pelas relações buscadas entre indivíduo, lugar e espacialidade; e pela ênfase aos ciclos, enquanto temporalidades, que queremos que estejam presentes sob uma ótica sustentável. Queremos que dentre outras coisas essas características alterem a visão de mundo e o caráter de inação e alienação e conduzam o morador a um novo modo de vida. No fenômeno do espaço, não se pode encontrar nem a única e nem a determinação ontológica primordial do ser dos entes intramundanos. Tampouco ele constitui o fenômeno do mundo. O espaço só pode ser concebido recorrendo-se ao mundo. Não se tem acesso ao espaço, de modo exclusivo ou primordial, através da desmundanizaçao do mundo cricundante. A espacialidade só pode ser descoberta a partir do mundo e isso de tal maneira que o próprio espaço se mostra também um constitutivo do mundo, de acordo com a espacialidade essencial do Dasein, no que respeita à sua constituiçao fundamental de ser-no-mundo (Heidegger. 2009 : 168).

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HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO BAIRRO RIO VERMELHO

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O QUE É?

Habitação de interesse social para suprir parte do déficit habitacional do município, com baixo custo e impacto ambiental, porém provendo boa qualidade de vida.

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ONDE?

Florianópolis, bairro Rio Vermelho, é morfológica e geograficamente afastado do centro da cidade e possuí características socioeconômicas provincianas, tem uma grande diversidade de ecossistemas e zonas de preservação ambiental. O terreno se localiza próximo a uma área onde está sendo prevista a implantação de um parque e sofre eventualmente com alagamentos.

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PARA QUEM?

Para famílias de diferentes características e tipologias que procuram investir em uma habitação própria, e em um outro modo de vida.

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PROPOSTA - VOLUMÉTRICA MÓDULO:  Expansão (externa e interna) – adaptação às várias formações de famílias.  Mistura de classes sociais.  Três Tipos de plantas: 3 dorm./2 dorm./ 1 dorm. (c/ ou s/ mezanino ou área externa privativa)  Flexibilidade da planta baixa  Apartamentos adaptáveis para todos os tipos de necessidades  Modulo de 3mx8m  Concentração da área molhada (redução de custo e materiais)

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HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO BAIRRO RIO VERMELHO

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Permeabilidade com o Parque do Rio Vermelho Modulação fixa da planta. Circulação externa vertical e horizontal (permeabilidade em todos os gabaritos). Área verde de estar e circulação. Materiais que dão identidade ao conjunto. Estacionamentos fragmentados protegidos por faixas de vegetação. Acessos separados para carro e para pedestre. Hortas coletivas (Zonas de compostagem). Comércios voltado para toda cidade. Aquecimento de água por placas solares. Coleta de água pluvial. Tratamento e reaproveitamento de águas cinza. Coleta seletiva (recicláveis secos e orgânicos para compostagem).ermeabilidade com o Parque do Rio Vermelho. Área coletiva centralizada, propiciando o convívio com a presença de cultura e contato com o meio em que estão inseridos. Área para prática esportiva. Área para convívio e desenvolvimento infantil. Pavimento térreo mais livre e permeável.

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PROPOSTA - IMPLANTAÇÃO

MINIMIZAR IMPACTO

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PROPOSTA - CROQUIS

 ESPAÇO COMUNITÁRIO  É formado por ''anéis'' de expansão.  Praça seca é a cota mais baixa do terreno, para   

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onde corre toda a água da chuva não filtrada. Praça tem sistema de coleta da água. Quando alaga, praça se transforma em espelho d'água. A partir da praça seca, circunda um gramado; a partir do gramado jardim; a partir dos canteiros e jardins (que formam espaços de estar) a horta; a partir da horta vegetação mais densa. Possui sistema de irrigação e filtragem de águas. Neste espaço pode acontecer qualquer tipo de evento pertinente a comunidade, atividades de esporte, lazer, cultura. PASSARELAS Um único nível serve aos três pavimentos (unidades estão encadeadas verticalmente) Em alguns momentos conforma espaços de estar. Em alguns momentos se torna terraço. Trajeto horizontal da passarela serve para o térreo (caminho coberto).

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BLOCO DE APOIO AO CONDOMÍNIO E ÁREA DE LAZER:  Lavanderia comunitária.  Churrasqueiras e salões para festas e encontros.  Creches.  Salas para realizações de oficinas.  Salas de estudos, biblioteca e acesso a internet.  Academia e práticas esportivas.  Área de apoio à saúde, podendo abrigar dentistas, consultório médio e fisioterapeutas. BLOCO DE COMÉRCIO PARA TODA CIDADE:  Lavanderia.  Comércio alimentício.  Comércio geral.  Venda das produções do condomínio (horta, jardinagem e artesanatos).  Veterinário e pet shop.

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SÍNTESE

CUSTO (ECONÔMICO)

MINIMIZAR IMPACTO

MATERIAIS

ESTRATÉGIAS DE EFICIÊNCIA

TECNOLOGIA

CONJUNTO HABITACIONAL DO RIO VERMELHO

QUALIDADE

FLEXIBILIDADE

ADAPTAÇÃO

DIVERSIDADE USOS

SEGURANÇA

ÁREA COMUNITÁRIA

CONSCIENTIZAÇÃO DOS MORADORES

SUSTENTABILIDADE CONTATO COM A NATUREZA

AMBIENTAL

APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO x PRIVADO

CULTURAL HORÁRIO

SOCIO ECONÔMICO

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