“Elos entre as diferentes expressões artísticas– multiculturalismo”

Page 1

M

ULTICULTURALISMO — conhecime nto, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas


FICHA TÉCNICA TÍTULO: “Elos entre as diferentes expressões artísticas– multiculturalismo” AUTORAS: Anabela Quelhas e Maria Manuel Carvalhais TEXTO E IMAGENS: Fontes assinaladas na obra. PRODUÇÃO: Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus —Semana da Leitura 2016 DIVULGAÇÃO: Paragens de autocarro da cidade de Vila Real http://www.aemm.pt/ http://aemmateus.blogspot.pt/ E-book 14 de março de 2016 Portugal


M

ULTICULTURALISMO — conhecime nto, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

                                 

Notas prévias Alemanha Angola Argélia Austrália Bélgica Brasil Cabo Verde Canadá Chile China Cuba Espanha Estados Unidos da América França Grécia Holanda Índia Inglaterra Iraque Itália Japão Líbano México Moçambique Nigéria Nova Zelândia Palestina Portugal Rússia S. Tomé e Príncipe Tibete Turquia Agradecimentos

ÍNDICE

Elos entre diferentes expressões artísticas



M

ULTICULTURALISMO — conhecime nto, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas

É tanto aquilo que se desconhece do mundo e sobre os que fazem o mundo continuar a ser mundo!. A literatura e as artes plásticas são realizações do Homem, que por vezes andam afastadas desse mesmo Homem devido a diversos fatores: dificuldades, barreiras, constrangimentos e desculpas inconseguidamente conscientes e oportunas. Hoje com os recursos tecnológicos, temos o Homem do século XXI que pode ter o mundo no seu bolso ou na sua secretária e inicia o conhecimento sobre os outros homens e as suas criações… por vezes descobrem-se semelhanças e por vezes surpreendem-nos as diferenças. Neste ensaio de aproximação e entendimento desenham-se elos de conhecimento e de interiorização sobre nós e os outros.

Se é certo que uma aceitação cega de todas as manifestações culturais dos povos, em sentido amplo, é inaceitável, é igualmente verdadeiro que só com o interesse e com o conhecimento dessas manifestações podemos apreciá-las e julgá-las, à luz dos valores de tolerância, justiça e dignidade que defendemos. O tema da semana da leitura de 2016 – “Elos de leitura” – motivou-me a glosar, em parceria, o diálogo entre povos e entre manifestações artísticas, da forma que aqui se apresenta, um trabalho edificante que muito prazer me deu a realizar e que tenho gosto em partilhar não só com a minha comunidade educativa, como com os meus concidadãos, estabelecendo, dessa forma, mais um elo entre o agrupamento de escolas Morgado de Mateus, em que leciono, e o povo da minha cidade. Maria Manuel Carvalhais

NOTAS PRÉVIAS

Anabela Quelhas



M

ULTICULTURALISMO — conhecimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “Poemas”, de Bertolt Brecht (1898-1956) "Der Fluss, alles weg fängt, Es wird gesagt, gewalttätig zu sein. Aber niemand ruft heftige dass die Ränder zusammendrücken . " ****

“Es gibt Meschen, die kämpfen einen Tag, und sie sind gut. Es gibt andere, die kämpfen ein Jahr und sind besser. Es gibt Menschen, die kämpfen viele Jahre und sind sehr gut. Aber es gibt Menschen, die kämpfen ihr Leben lang: Das sind die Unersetzlichen.”

“Do rio que tudo arrasta, tradução diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas as margens que o comprimem.” **** “Há homens que lutam um dia, e são bons; Há outros que lutam um ano, e são melhores; Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons; Porém há os que lutam toda a vida Estes são os imprescindíveis”

Rinoceronte renascentista, 1515 O primeiro rinoceronte na Europa, animal indiano foi trazido a Roma via Lisboa.– gravura de Albrecht Dürer

ALEMANHA

http://www.dw.com/pt/albrecht-d%C3%BCrer-um-g%C3%AAnio-renascentista/g-17184043


M

ULTICULTURALISMO — conhecime nto, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “Anúncio”, de Alda Lara (1930-1962)

Só nos olhos naufragados estes poentes de sangue…

Pintura de Paulo Jazz

ANGOLA

“Trago os olhos naufragados em poentes cor de sangue... Trago os braços embrulhados numa palma bela e dura e nos lábios a secura dos anseios retalhados... Enrolada nos quadris cobras mansas que não mordem tecem serenos abraços... E nas mãos, presas com fitas azagaias de brinquedo vão-se fazendo em pedaços...

Só na carne rija e quente, este desejo de vida!... Donde venho, ninguém sabe e nem eu sei... Para onde vou diz a lei tatuada no meu corpo... E quando os pés abram sendas e os braços se risquem cruzes, quando nos olhos parados que trazem naufragados se entornarem novas luzes... Ah! Quem souber, há-de ver que eu trago a lei no meu corpo... “

http://blogdangola.blogspot.pt/2010/03/paulo-jazz.html

Anúncio


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tole rância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/ce/Bensari2.jpg

Músicos argelinos em Tlemcen. Pintura por Bachir Yellès.

‫ واعدكم بعدم‬،‫ نجمة‬،‫االستحمام لك‬ ‫االستسالم للحزن عندما يذوب موجو‬ ‫الخاص بك ألنه ال توجد سمة الخاص‬ ‫بك الجمال التي لم تصبح المياه‬ ‫مرة أكثر تكلفة؛ وليس الخيال الذي‬ ‫يجعلني أشعر بهذه المودة الهائلة‬ ‫ الحب أعمى هذا الموضوع‬.‫مرجل‬ ‫دون أن الذاكرة في هذا ألن زاع‬ .‫المانوية األخير للي يحب‬ ‫كاتب ياسين‬

"Banha-te, Nedjma, prometo-te não ceder à tristeza quando o teu encanto se dissolver pois não há nenhum atributo da tua beleza que não me tenha tornado a água cem vezes mais cara; não é a fantasia que me faz sentir este imenso afecto por um caldeirão. Amo cegamente o objecto sem memória em que se disputam os últimos manes dos meus amores." Kateb Yacine

ARGÉLIA

TRADUÇÃO


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas Adam Linsey Gordon, ''A song of automn'

At the falling of the year, When the burnt-up banks are yellow and sad, When the boughs are yellow and sere? Where are the old ones that once we had, And when are the new ones near? What shall we do for our garlands glad At the falling of the year?’ ‘Child! can I tell where the garlands go? Can I say where the lost leaves veer On the brown-burnt banks, when the wild winds blow, When they drift through the dead-wood drear? Girl! when the garlands of next year glow, You may gather again, my dear— But I go where the last year’s lost leaves go At the falling of the year.’

TRADUÇÃO Para onde iremos à procura da beleza das flores deslumbrantes Com o ano a terminar Quando as margens dos riachos queimadas se tornam amarelas e tristes Quando os troncos das árvores ficam amarelados e secos Onde estão os que outrora tivemos E quando chegarão os novos? O que faremos pelas nossas flores deslumbrantes Com o ano a terminar? Criança! Posso dizer-te aonde vão as flores? Posso dizer-te para onde partem as folhas perdidas Sob as margens secas dos riachos, quando o vento ameno sopra Quando as folhas voam através dos arbustos? Menina! Quando as flores deslumbrantes do próximo ano florescerem Tu poderás sorrir de novo, minha querida Mas eu vou para onde as folhas perdidas do ano anterior partem Quando o ano acaba.

Alter Ego 1975 John Olsen (http:// www.savill.com.au/ wopM04.html)

AUSTRÁLIA

http://www.nytimes.com/2015/07/08/arts/international/the-many-contradictions-of-mona-hatoum.html?_r=0

‘WHERE shall we go for our garlands glad


M

ULTICULTURALISMO — conhecime nto, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas

“Tintin et le parfum invisible” 1953—Banda Desenhada de Georges Prosper Remi, conhecido pelo nome Hergé .

“Golconda” 1953—pintura de René Magritte

BÉLGICA

http://www.renemagritte.org/golconda.jsp

http://www.pontoblogue.com/2009/01/pintor-e-o-quadro-10-malangatana.html


M

ULTICULTURALISMO — conhecime nto, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “A Selva”, Ferreira de Castro

Abel Rodríguez, indígena Nonuya da Amazónia colombiana, é ao mesmo tempo cientista e artista, auxiliando o programa botânico Tropenbos e pintando as espécies e fenómenos da floresta. Ganhou o Prêmio Príncipe Claus em 2014.

BRASIL

http://piseagrama.org/o-futuro-da-amazonia/

"Eu devia este livro a essa majestade verde, soberba e enigmática, que é a selva amazónica, pelo muito que nela sofri durante os primeiros anos da minha adolescência e pela coragem que me deu para o resto da vida. E devia-o, sobretudo, aos anónimos desbravadores, que viriam a ser os meus companheiros, meus irmãos, gente humilde que me antecedeu ou acompanhou na brenha, gente sem crónica definitiva, que à extracção da borracha entregava a sua fome, a sua liberdade e a sua existência. Devia-lhes este livro, que constitui um pequeno capítulo da obra que há-de registar a tremenda caminhada dos deserdados através dos séculos, em busca de pão e de justiça. A luta de cearenses e de maranhenses nas florestas da Amazónia é uma epopeia de que não ajuíza quem, no resto do Mundo, se deixa conduzir, veloz e comodamente, num automóvel com rodas de borracha - da borracha que esses homens, humildemente heróicos, tiram à selva misteriosa e implacável." Ferreira de Castro, Pórtico, in "A Selva"


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas Sem título, J. Fortes DESEJOS Queria ser um poema lindo cheirando a terra com sabor a cana Queria ver morrer assassinado um tempo de luto de homens indignos Queria desabrochar — flor rubra — do chão fecundado da terra ver raiar a aurora transparente ser r´beira d´julion em tempo de são João nos anos de fartura d´espiga d´midje E ser riso flor fragrante em cânticos na manhã renovada

Vera Duarte

https://ciclonatural.wordpress.com/tag/projeto-cabo-verde-natural/

Cimboa e Contrabalde

http://www.nosgenti.com/

CABO VERDE

http://www.nosgenti.com/?p=834


M

ULTICULTURALISMO — conhecimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas

CANADÁ

“If you want a lover “I'm Your Man”1988 de Leonard Cohen I'll do anything you ask me to “Se quiseres um amante uma mulher And if you want another kind of love Eu farei tudo o que me pedires Por pedir de joelhos I'll wear a mask for you E se quiseres outro tipo de amor Eu rastejaria para ti, querida Eu usarei uma máscara por ti If you want a partner E cairia aos teus pés E uivaria à tua beleza Se quiseres um parceiro, Take my hand toma a minha mão como um cão no cio Or if you want to strike me down in anger ou se quiseres me derrubar, de E agarrar-me-ia ao teu coração Here I stand raiva E choraria nos teus lençóis Aqui estou eu Diria por favor I'm your man Eu sou o teu homem Por favor If you want a boxer Se quiseres um pugilista Eu sou o teu homem I will step into the ring for you Eu entrarei no ringue por ti E se tiver que dormir, E se quiseres um médico por instantes, na estrada And if you want a doctor Eu examinarei cada centímetro de ti Eu conduzirei por ti I'll examine every inch of you Se quiseres um motorista, entra E se quiseres andar na rua, sozinha If you want a driver Ou se quiseres levar-me a dar um Eu desaparecerei por ti Climb inside passeio Se quiseres um pai para a tua Sabes que podes criança Or if you want to take me for a ride Eu sou o teu homem Ou apenas caminhar um pouco You know you can Oh, a lua brilha demais comigo I'm your man A corrente está apertada demais Pela areia A besta não vai adormecer Eu sou o teu homem Ah, the moon's too bright Tenho recordado Se quiseres um amante The chain's too tight Estas promessas Eu farei tudo o que me pedires The beast won't go to sleep Que fiz e não pude cumprir E se quiseres outro tipo de amor I've been running through these promises to you Mas um homem nunca recuperou Eu usarei uma máscara por ti “ That I made and I could not keep “Arcádia”, 1991—pintura de Danièle Rochon: Ah but a man never got a woman back Not by begging on his knees https://pt.wikipedia.org/wiki/Pintura_do_Canad%C3%A1#/media/File:Rochon_Dani% Or I'd crawl to you baby C3%A8le-Arcadia.jpg And I'd fall at your feet And I'd howl at your beauty Like a dog in heat And I'd claw at your heart And I'd tear at your sheet I'd say please, please I'm your man And if you've got to sleep A moment on the road I will steer for you And if you want to work the street alone I'll disappear for you If you want a father for your child Or only want to walk with me a while Across the sand I'm your man If you want a lover I'll do anything you ask me to And if you want another kind of love I'll wear a mask for you “


M

ULTICULTURALISMO — conhecime nto, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “Amarte sin saber cómo”, in Cem sonetos de amor de Pablo Neruda

“No te amo como si fueras rosa de sal, topacio o flecha de claveles que propagan el fuego: te amo como se aman ciertas cosas oscuras, secretamente, entre la sombra y el alma.

“Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio ou seta de cravos que propagam o fogo: amo-te como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como la planta que no florece y lleva dentro de sí, escondida, la luz de aquellas flores, y gracias a tu amor vive oscuro en mi cuerpo el apretado aroma que ascendió de la tierra.

Amo-te como a planta que não floriu e tem dentro de si, escondida, a luz das flores, e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo o denso aroma que subiu da terra.

Te amo sin saber cómo, ni cuándo, ni de dónde, te amo directamente sin problemas ni orgullo: así te amo porque no sé amar de otra manera,

Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde, amo-te diretamente sem problemas nem orgulho: amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,

sino así de este modo en que no soy ni eres, tan cerca que tu mano sobre mi pecho es mía, tan cerca que se cierran tus ojos con mi sueño.”

a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és, tão perto que a tua mão no meu peito é minha, tão perto que os teus olhos se fecham com o meu sono.”

CHILE

"Etoile des Jardins" , 1995 pintura de Roberto Matta

https://upload.wikimedia.org/

Amo-te Sem Saber Como tradução

http://www.matta-art.com/misc.htm

Amarte sin saber cómo


M

ULTICULTURALISMO — conhecimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas Poema clássico chinês.

http://oseculoprodigioso.blogspot.pt/2006/05/hu-yongkai-arte-chinesa-contempornea.html

送友人 青山横北郭,白水绕东城。 此地一为别,孤蓬万里征。 浮云游子意,落日故人情。 挥手自兹去,萧萧班马鸣。 http://www.lpm.com.br/livros/Imagens/ poemas_classicos_chinese_trecho.pdf

Adeus a um amigo que parte “As montanhas azuladas bordejam as muralhas ao norte. A água cristalina contorna as muralhas ao leste. Nesse lugar nos separamos.

“Esperando”—pintura de Hu Yongkai (1945-)

Você, erva errante, por milhares de li.* Nuvem flutuante, humores vagabundos, o sol que se vai, velhos amigos que se afastam, E mais uma vez relincham os nossos cavalos.” *

Medida chinesa, correspondente a 0,5 km

Poema clássico chinês

CHINA

nós dois nos acenando na hora da partida.


M

ULTICULTURALISMO — conhecimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “Hasta Siempre (guajira) ”, 1965 de Carlos Puebla Tradução

Aqui fica a clara A querida transparência Da sua querida presença Comandante Che Guevara

Aqui fica a clara A querida transparência Da sua querida presença Comandante Che Guevara

A sua mão gloriosa e forte sobre a história dispara quando toda Santa Clara Se desperta para ver-te

Seu amor revolucionário te conduz à nova empresa onde espera a firmeza de seu braço libertário

Aqui fica a clara A querida transparência Da sua querida presença Comandante Che Guevara

Aqui fica a clara A querida transparência De sua querida presença Comandante Che Guevara”

“Aprendimos a quererte Desde la histórica altura Donde el sol de tu bravura Le puso un cerco a la muerte. Aquí se queda la clara, La entrañable transparencia, De tu querida presencia Comandante Che Guevara. Tu mano gloriosa y fuerte Sobre la historia dispara Cuando todo santa clara Se despierta para verte. Aquí se queda la clara, La entrañable transparencia, De tu querida presencia Comandante Che Guevara. Vienes quemando la brisa Con soles de primavera Para plantar la bandera Con la luz de tu sonrisa. Aquí se queda la clara, La entrañable transparencia, De tu querida presencia Comandante Che Guevara.”

“Manifestación popular” pintura de Nelson Dominguez (1947-)

CUBA

Vês queimando a brisa com sol de primavera para plantar a bandeira com a luz do seu sorriso

http://www.rogercummiskey.com/wp-content/uploads/2015/08/NelsonDominguez-manifestaci%C3%B3n-popular-popular-demonstration.png

“Aprendemos a amar-te Desde a histórica altura Onde o sol da sua bravura Lhe colocou perto da morte


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tole rância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas

“Vuelta de paseo” de Poeta en Nueva-York, 1929-1930 Frederico Garcia Lorca/ Vuelta de paseo

Volta de passeio

“Asesinado por el cielo. Entre las formas que van hacia la sierpe y las formas que buscan el cristal, dejaré crecer mis cabellos.

“Assassinado pelo céu, entre as formas que vão até a serpente e as formas que buscam o cristal, deixarei crescer meus cabelos.

Con el árbol de muñones que no canta y el niño con el blanco rostro de huevo.

Com a árvore de cotos que não canta e o menino com o branco rosto de ovo.

Con los animalitos de cabeza rota y el agua harapienta de los pies secos.

Com os animaizinhos de cabeça rota e a água esfarrapada dos pés secos.

Con todo lo que tiene cansancio sordomudo y mariposa ahogada en el tintero.

Com tudo o que tem cansaço surdo-mudo e borboleta afogada no tinteiro.

Tropezando con mi rostro distinto cada día. ¡Asesinado por el cielo!”

Tropeçando com meu rosto diferente de cada dia. Assassinado pelo céu! “

tradução

“Guernica”, 1937—pintura de Pablo Picasso

ESPANHA

http://www.markwk.com/teaching/lessons/quino-picasso-%20guernica/quino-esl-lesson.html


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas Emily Dickinson

LXXXIX A WORD is dead When it is said, Some say. I say it just Begins to live That day.

TRADUÇÃO

Parte Um: Vida LXXXIX Uma palavra morre Quando é dita — Dir-se-ia — Pois eu digo Que ela nasce Nesse dia. (Tradução: Aíla de Oliveira Gomes)

Scott Adams, cartunista norte-americano, autor da série Dilbert

Ícones Pop: “Oh, Jeff...I Love You, Too…” (1964), por Roy Lichtenstein e “Campbell's Soup I: Black Bean” (1968), por Andy Warhol.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Part One: Life


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tole rância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas A pomba apunhalada e o repuxo de água. Poema de Guillaume Apollinaire, 1880-1918

Champs de Mars, La Tour rouge, 1911- Pintura de Robert Delaunay

http://www.stjoseph-stpaul.org/~lepstjo/IMG/gif apollinaire_calligramme.gif

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f8/Delaunay_-_Tour_Eiffel.jpeg

Doces figuras apunhaladas / rostos lábios floridos MIA / MAREYE YETTE / LORIE ANNIE et toi MARIE onde / estão vocês / ó jovens / meninas Mas perto de um repuxo de água que chora e que reza esta pomba extasia-se Todas as lembranças recentes / Onde estão Raynal Billy Dalize Ó meus amigos partidos para a guerra / Cujos nomes se melancolizam Jorrando na direção do firmamento / Como passos numa igreja E os vossos olhares na água estagnada / Onde está Cremnitz que se alistou Morrem melancolicamente / Talvez estejam já mortos Onde estão Braque e Max Jacob / De lembranças minha alma está cheia Derain de olhos cinzentos como a aurora / O repuxo chora sobre o meu desgosto Aqueles que partiram para a guerra no Norte batem-se agora a tarde cai ó mar sanguinolento jardins onde sangra abundantemente o loureiro-rosa flor guerreira

FRANÇA

TRADUÇÃO:


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tole rância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas

ΣΚΙΈΣ

TRADUÇÃO

Με ένα κλαδί μυρτιάς Και ένα όμορφο τριαντάφυλλο Έπαιξε τη

SOMBRAS

Και τα μαλλιά Πέσει από τους ώμους της Και στην πλάτη, Ως σκιές...

Com um ramo de mirto E uma bela rosa Ela brincava E os cabelos Caiam-lhe pelos ombros E pelas costas, Como sombras...

Arquìloco: natural de Paros, floresceu no Século VII a.C.. Supostas datas de vida : 705-645 a.C..

GRÉCIA

http://pt.dreamstime.com/foto-editorial-grafittis-dos-pintores-durante-rua-art-festival-thess-image55535181

Graffitis dos pintores durante a Art Festival Thessaloniki, Grécia, 2015


M

ULTICULTURALISMO — conhecime nto, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “Quem encontra algo procurou mal: dez poemas de Rutger Kopland” (1934-2012) WAT IS GELUK

het omgekeerde het greview is, ik bedoel dit: omdat het geluk ons herinnert aan het geluk achtervolgt het ons en daarom ontvluchten wij het en omgekeerd, ik bedoel dit: dat wij het geluk zoeken omdat het zich verbergt in onze herinnering en omgekeerd, ik bedoel dit: het geluk

“Pormenor do Tríptico das tentações de Santo Antão”, 1505-1506 – pintura de Hieronymus Bosch

https://abrancoalmeida.files.wordpress.com/2012/02/boch-leviathan.jpg

moet ergens en ooit zijn omdat wij dit ons herinneren en dit ons herinner”

O QUE É FELICIDADE

“Como a felicidade é uma recordação a felicidade existe porque também o seu contrário se verifica, o que quero dizer é: como a felicidade nos faz lembrar a felicidade ela persegue-nos e por isso fugimos dela e pelo contrário, o que quero dizer é: que nós procuramos a felicidade porque ela se esconde nas nossas recordações pelo contrário, o que quero dizer é: deve existir a felicidade algures e em algum tempo pois lembramo-nos disto e isto faz-nos lembrar.”

HOLANDA

“Omdat het geluk een herinnering is bestaat het geluk omdat tevens


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “Devdas” - Aishwarya Rai e Shah Rukh Khan http://lounge.obviousmag.org/pelicula_criativa/2012/04/24/devdas.jpg

आप नह ीं जानते कक मास्टर,

कक, स्पाककल ींग वाइन की तरह,

काींच का वह हहस्सा अगर आप फै , और एक प

में खो हिया है ।

मुझे ताजा और शुद्ध कक प्यार िे अपनी बाररश के रूप में ,

Lynn Colling. Obvious, “Devdas - Um olhar sobre o cinema mais colorido do mundo”. Disponível em http://lounge.obviousmag.org/. Consultado em 27 de fevereiro de 2016.

TRADUÇÃO Amor Pacífico e Fecundo Não quero amor que não saiba dominar-se, desse, como vinho espumante, que parte o copo e se entorna, perdido num instante.

मुझे उस प्यार िे

Dá-me esse amor fresco e puro como a tua chuva, que abençoa a terra sequiosa, e enche as talhas do lar. Amor que penetre até ao centro da vida, e dali se estenda como seiva invisível, até aos ramos da árvore da existência, e faça nascer as flores e os frutos. Dá-me esse amor que conserva tranquilo o coração, na plenitude da paz!

शाींतत की पररपूर्त क ा में !

Rabindranath Tagore

कक प्यास पथ् ृ वी को आशीवाकि िे ता है , और जार भरें ।

प्यार है , कक जीवन के केंद्र में घुसना

और वहा​ाँ से अदृश्य के रूप में का ववस्तार

यहाीं तक कक जीवन के पेड़ की शाखाओीं के, और पै िा हो फू

और फ ।

जो हि

चुप को बरकरार रखता है ,

रवीन्द्द्रनाथ टै गोर

In "O Coração da Primavera" (Tradução de Manuel Simões)

ÍNDIA

मैं प्यार करना चाहता

“Devdas” é a maior exportação cinematográfica indiana, símbolo de sucesso internacional. O filme foi consagrado no Festival Internacional de Cinema de Cannes em 2002. Aishwarya Rai e Shah Rukh Khan são os protagonistas da versão “Romeo & Julieta” bollywoodiana e ainda são considerados como os "deuses" do cinema contemporâneo na Índia. (…) É costume do indiano celebrar o cinema nacional.


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “Rei e rainha”, 1953 | Henry Moore

TRADUÇÃO

Shall I compare thee to a summer's day? Thou art more lovely and more temperate; Rough winds do shake the darling buds of May, And summer's lease hath all too short a date; Sometime too hot the eye of heaven shines, And often is his gold complexion dimm'd; And every fair from fair sometime declines, By chance or nature's changing course untrimm'd; But thy eternal summer shall not fade, Nor lose possession of that fair thou ow'st; Nor shall Death brag thou wander'st in his shade, When in eternal lines to time thou grow'st: So long as men can breathe or eyes can see, So long lives this, and this gives life to thee.

Soneto 18

–William Shakespeare

Comparar-te a um dia de verão? Há mais ternura em ti, ainda assim: um maio em flor às mãos do furacão, o foral do verão que chega ao fim. Por vezes brilha ardendo o olhar do céu; outras, desfaz-se a compleição doirada, perde beleza a beleza; e o que perdeu vai no acaso, na natureza, em nada. Mas juro-te que o teu humano verão será eterno; sempre crescerás indiferente ao tempo na canção; e, na canção sem morte, viverás: Porque o mundo, que vê e que respira, te verá respirar na minha lira. (Tradução de Carlos de Oliveira)

INGLATERRA

http://www.epdlp.com/cuadro.php?id=1234

SONNET 18


M

ULTICULTURALISMO — conhecimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “Nascer em cidades onde não nascemos”, 1989, O jardim de Aisha, de Abd Al Wahhab Al Bayati

Nascer em cidades onde não nascemos “Nasço em cidades onde não nasci Mas na noite outonal das cidades árabes, Com o coração partido, morro. Em Granada enterro o meu amor E digo: "Não há ninguém mais vencedor do que o amor". Queimo a minha poesia e morro. E sobre as calçadas do exílio ressuscito para nascer em cidades onde não nasci

http://fineartamerica.com/featured/-mesopotamia-ahmed-al-safi.html

“Mesopotâmia” - pintura de Ahmed Al Safi

IRAQUE

E morrer.”


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas

http://www.pinturasemtela.com.br/wp-content/uploads/2011/06/jeanne-

“Jeanne-Hebuterne”, Amedeo Modigliani.

Eugenio Montale

QUI E LÀ Da tiempo stiamo provando la rappresentazione ma il guaio è che non siamo sempre gli stessi. Molti sono già morti, altri cambiano sesso, Mutano barbe volti língua o età. Da anni prepariamo (da secoli) le parti, La tirata di fondo o solamente ‘il signore è servito’ e nulla più. Da millenni attendiamo che qualcuno Ci saluti al proscénio com battimani O anche com qualche fischio, non importa, Purchè ci riconforti un nous sommes là. Purtroppo non pensiamo in francese e così Restiamo al qui e mai al là.

Há muito tempo que estamos a ensaiar a representação / mas o problema é que não somos sempre os mesmos. / Muitos morreram já, outros mudam de sexo, / mudam de barba de cara língua ou idade. / Há anos preparamos (há séculos) os papéis, / a tirada de fundo ou apenas / ‘senhor, a mesa está posta’ e nada mais. / Há milénios esperamos que alguém / nos aclame no proscénio com aplausos / ou mesmo com algum assobio, não importa, / desde que nos conforte um ‘nós estamos aqui’. / Infelizmente não pensamos em francês e assim / ficamos sempre no cá e nunca no lá.

ITÁLIA

Tradução


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas "Haikai" é uma das formas poéticas de origem japonesa mais conhecidas e apreciadas no mundo e valoriza a concisão e a objetividade. São pequenos poemas que expressam não só a delicada sensibilidade oriental, como também as reações humanas ao mundo que nos cerca. É a arte de dizer o máximo com o mínimo, de captar um momento de experiência, um instante em que o simples subitamente revela a sua natureza interior e nos faz olhar de novo o observado, a natureza humana, a vida.

http://www.coletivoverde.com.br/esculturas-sustentaveis/ http://www.pisitoenmadrid.com/blog/wp-content/uploads/2010/02/escultura-ganz-2.jpg

Sayaka Kajita Ganz A artista japonesa transforma utensílios velhos de cozinha em animais em movimento.

JAPÃO

http://smg.photobucket.com/user/tsukikonakasato/media/haikai2.jpg.html

http://www.cacadoresdelendas.com.br/japao/haikai-poemas-japoneses/


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tole rância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas

ADONIS, ‫ (أدونيس‬Ali Ahmad Said ) Adonis ( poeta e ensaísta sírio-libanês, nasceu em Al Qassabin perto de Lataquia, no Norte da Síria, a 1 de Janeiro 1930. O seu verdadeiro nome é Ali Ahmed Said Esber).

‫وجه المرأة‬ ‫وعشت في وجه المرأة‬ .‫الذي يعيش على موجه‬ ‫ارتفاع المد والجزر إلى الشاطئ‬ .‫المنفذ الذي اختفى في تلك القذائف‬ ‫وعشت في وجه المرأة‬ ‫ أن في دمى من‬،‫أن قتل لي‬ ‫المستعرض‬ ‫إلى نهاية الجنون الحب‬ .‫تريد أن تكون منارة أن تنفجر‬

TRADUÇÃO

O ROSTO DE UMA MULHER Eu morava no rosto de uma mulher que mora numa onda. A maré cheia trouxe-a até à praia cujo porto desapareceu nas suas conchas . Eu morava no rosto de uma mulher que me assassinou, que no meu sangue de navegador até ao fim da loucura amorosa quer ser um farol que se apaga.

LÍBANO

http://www.nytimes.com/2015/07/08/arts/international/the-many-contradictions-of-mona-hatoum.html?_r=0

Mona Hatoum,1992, ''Light Sentence'


M

ULTICULTURALISMO — conhecimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “Libertad bajo palabra”, 1958 de Carlos Paz Tus ojos “Tus ojos son la pátria Del relámpago y de la lágrima, Silencio que habla, Tempestades sin viento, Mar sin olas, pájaros presos, Doradas fieras adormecidas, Topacios impíos como la verdad, Otoño en un claro del bosque En donde la luz canta en el hombro De un árbol y son pájaros todas las hojas, Playa que la mañana Encuentra constelada de ojos, Cesta de frutos de fuego, Mentira que alimenta, Espejos de este mundo, Puertas del más allá, Pulsación tranquila del mar a mediodía, Absoluto que parpadea, páramo.”

MÉXICO

Os teus olhos tradução "Coluna Rota" (1944) - pintura de Frida Kahlo “Teus olhos são a pátria do relâmpago e da lágrima, silêncio que fala, tempestades sem vento, mar sem ondas, pássaros presos, douradas feras adormecidas, topázios ímpios como a verdade, outono numa clareira de bosque onde a luz canta no ombro duma árvore e são pássaros todas as folhas, praia que a manhã encontra constelada de olhos, cesta de frutos de fogo, mentira que alimenta, espelhos deste mundo, portas do além, pulsação tranquila do mar ao meio-dia, universo que estremece, paisagem solitária. “


M

ULTICULTURALISMO — conhecime nto, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra”, 2002 de Mia Couto,

“Encheram a terra de fronteiras, carregaram o céu de bandeiras, mas só há duas nações – a dos vivos e dos mortos”. “Fazer amor, sim e sempre. Dormir com mulher, isso é que nunca. Dormir com alguém é a intimidade maior. Não é fazer amor. Dormir, isso que é íntimo. Um homem dorme nos braços de mulher e sua alma se transfere de vez. Nunca mais ele encontra suas interioridades”. “Sou tão bom que até perdi o caráter – a bondade me desteperamentou”. “O importante não é a casa onde moramos, mas onde, em nós, a casa mora “O rio é uma cobra que tem a boca na chuva e a cauda no mar”. “Vivências”, 2008—pintura de Malangatana

MOÇAMBIQUE

http://www.pontoblogue.com/2009/01/pintor-e-o-quadro-10-malangatana.html


M

ULTICULTURALISMO — conhecimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas

Retrato—entre o corpo feminino e a Nigéria, - pintura de Joseph Eze (1975-)000

“Mesmo chegado ao fim da viagem, jamais senti que tinha chegado. Peguei a estrada lentamente a subir a encosta das perguntas, e que me leva inclusive a descer à terra que conduz a casa. Sei que a minha carne está claramente mordiscada, perdida para o perturbado peixe entre as vagas sussurrantes – deixei-os para trás em minha rota E assim também com o pão e o vinho necessito a partilha da derrota e da carestia deixei-os para trás em minha rota jamais senti que tinha chegado. “Viagem” de Wole Embora amor e boas vindas me acolham em casa Soyinka (1935-) - Prémio os usurpadores gastam o meu copo em cada.” Nobel 1986 banquete como se fosse a última ceia.

NIGÉRIA

http://www.geledes.org.br/pintor-nigeriano-joseph-eze-veja-galeria/


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tole rância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas

http://www.blckdmnds.com/tag/nova-zelandia/

“Grande fábula”, de Andrew Mcleod

Maori nasceu numa ilha da Polinésia integrando um grupo de cinco gêmeos. Os outros eram muito bonitos, mas ele era tão feio que a família resolveu atirá-lo ao mar. Só não morreu porque o deus Tama-ui não deixou. Mais inteligente do que os humanos, compreendeu que a beleza do rapaz era interior e decidiu tomá-lo sob a sua proteção para o educar. De início ensinou-lhe aquilo que era costume: a nadar, a escolher as algas mais tenras para preparar boas refeições, a ler o destino nos astros. Como ele tudo aprendia sem o menor esforço, Tama-ui decidiu ensinar-lhe também coisas que os homens não sabem. E assim o Maori aprendeu a falar com os peixes e a cavalgar sem medo no dorso dos mais ferozes tubarões. Ora, certo dia levantou-se um temporal horrendo sobre a Polinésia. O vento, enlouquecido, arrancava árvores pela raiz. O mar, desvairado, lançava ondas gigantescas sobre praias e florestas. As pessoas ficaram em pânico e fugiram para o interior, mas perceberam que nem aí estavam em segurança e recearam que as ilhas desaparecessem. Então, apesar do perigo, meteram-se nas frágeis pirogas que possuíam e zarparam em busca de uma terra melhor para viver. Durante vários dias andaram à deriva sem fazer a mínima idéia de que rumo lhes convinha e talvez se tivessem perdido para sempre se não fosse Maori, o bom e generoso Maori. Vendo o seu povo tão aflito, esqueceu que o tinham rejeitado e apareceu logo, pronto a ajudar. Cavalgando o dorso do tubarão preferido, conduziu as pirogas até às i l h a s d a N o v a Z e l â n d i a . Revista: Tu cá, tu lá ,nº.6, Maio – Junho 2000 (http://www.portalentretextos.com.br/)

NOVA ZELÂNDIA

Uma lenda da Nova Zelândia - Maori e o Tubarão


M

ULTICULTURALISMO — conhecimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas Poesia Palestina da Resistência de Mahmud Darwish

Pintura de Ismaïl Shammut (1930-2006)

PALESTINA

https://picasaweb.google.com/107647587801209100492/PinturasDeIsmailShammut

“Se os mais humildes não nos compreendem será melhor jogar fora os poemas e ficarmos calados. O poeta diz: se os meus versos são bons para meus amigos e enfurecem os meus inimigos então é que sou mesmo poeta e devo continuar cantando.”


M

ULTICULTURALISMO — conhecimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “A morte saíu à rua”, 1972 de Zeca Afonso,

igual Só olho por olho e dente por dente vale À lei assassina à morte que te matou Teu corpo pertence à terra que te abraçou

https://upload.wikimedia.org/

Aqui te afirmamos dente por dente assim Que um dia rirá melhor quem rirá por fim Na curva da estrada há covas feitas no chão E em todas florirão rosas duma nação.”

PORTUGAL

“Nau Catrineta”, 1947 Cais de Alcantâra - pintura de Almada Negreiros..

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2015/05/guine-6374-p14621-notas-de-leitura-713.html

“A morte saíu à rua num dia assim Naquele lugar sem nome pra qualquer fim Uma gota rubra sobre a calçada cai E um rio de sangue dum peito aberto sai O vento que dá nas canas do canavial E a foice duma ceifeira de Portugal E o som da bigorna como um clarim do céu Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu Teu sangue, pintor, reclama outra morte


M

ULTICULTURALISMO — conhecimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas "Despertar é preciso", de Vladimir Maiakóvski, (1893-1930) Пробуждение необходимо

Despertar é preciso tradução

“В первую ночь они подходят и пожинать цветок из нашего сада, и ничего не говорят. На вторую ночь, больше не скрывают; топтать цветы, они убивают нашу собаку, и ничего не сказал. Пока в один прекрасный день самым хрупким из них ввести в одиночку в нашем доме, не отнимает у нас Луны и, зная наш страх, вырви его голосом горле. И почему ничего не сказал, мы не можем ничего сказать.»

“Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma flor do nosso jardim, e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.”

RÚSSIA

https://pt.wikipedia.org/wiki/Composi%C3%A7%C3%A3o_VIII_(Kandinsky)#/media/ File:Vassily_Kandinsky,_1923__Composition_8,_huile_sur_toile,_140_cm_x_201_cm,_Mus%C3% A9e_Guggenheim,_New_York.jpg

“Composição VIII”, 1936—pintura de Wassily Kandinsky


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “QUEM SOMOS?”, Olinda Beja

somos pescadores-marinheiros de marés vivas onde se escondeu a nossa alma ignota o nosso povo ilhéu a nossa ilha balouça ao sabor das vagas e traz a espraiar-se no areal da História a voz do gandu na nossa memória...

continuaremos a plantar café cacau e a comer por gosto fruta-pão filhos do sol e do mato arrancados à dor da escravidão

Protásio Pina Durante muito tempo foi ele que "desenhou" e pintou os selos de São Tomé, lindos pássaros, flores, coisas maravilhosas de cor e de beleza. In: http://falcaodejade.blogspot.pt/

René Tavares e Olavo Amado, as “Lavadeiras” “O Café e Companhia no centro da cidade de São Tomé é palco da exposição de quadros que reflectem um dos aspectos da identidade cultural são-tomense, o dia-a-dia das mulheres na lavagem da roupa no rio”. In Téla Nón, Notícias de S. Tomé e Príncipe (http://www.telanon.info/

http://www.telanon.info/wp-content/uploads/2010/09/Lavadeiras.jpg

cultura/2010/09/10/5235/rene-tavares-eolavo -am ado -expoe m-as -%E2%80 % 9Clavadeiras%E2%80%9D/)

S. TOMÉ E PRÍNCIPE

Somos a mestiçagem de um deus que quis mostrar ao universo a nossa cor tisnada resistimos à voragem do tempo aos apelos do nada

http://www.shutterstock.com/s/des+protasio+pina/search.html

O mar chama por nós, somos ilhéus! Trazemos nas mãos sal e espuma cantamos nas canoas dançamos na bruma


M

ULTICULTURALISMO — conhe cimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas Mandalas de areia tibetanas, a arte sacra de pintura com areia colorida. A palavra mandala significa "círculo" em sânscrito e representa o cosmograma de um Buda ou bodhisattva. Uma mandala de areia é usada como uma ferramenta para abençoar a Terra e seus habitantes. Ela também fornece ao monge uma representação visual da mente iluminada do Buda.

COMO ALCANÇAR A FELICIDADE? Para começarmos, podemos dividir todo tipo de felicidade e sofrimento em duas categorias principais: mental e física. Das duas, é a mente que exerce a maior influência em muitos de nós. A menos que estejamos gravemente doentes, ou privados das nossas necessidades básicas, a condição física representa um papel secundário na vida. Se o corpo está satisfeito, praticamente o ignoramos. A mente, entretanto, registra cada evento, por mais pequeno que seja. Por isso, deveríamos devotar os nossos mais sérios esforços à produção da paz mental. A partir da minha própria limitada experiência, descobri que o mais alto grau de tranquilidade interior vem do desenvolvimento do amor e da compaixão. Quanto mais nos ocuparmos com a felicidade alheia, maior se tornará a nossa sensação de bem-estar. O cultivo de sentimentos amorosos, calorosos e próximos para com os outros automaticamente descansa a mente. Isto ajuda a remover quaisquer temores ou inseguranças que possamos ter e dá-nos força para enfrentarmos quaisquer obstáculos que encontramos. É a principal fonte de sucesso na vida. Texto atribuído ao atual Dalai Lama, Tenzin Gyatso.

TIBETE

http://imagens.mdig.com.br/arte/mandala_areai_colorida_tibetana_02.jpg

In: http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=27115#ixzz41HtIpiTc


M

ULTICULTURALISMO — conhecimento, tolerância

ativa e interesse pelas dive rsas culturas.

Elos entre diferentes expressões artísticas “Loch Lomond “, 1948—pintura de Princess Fahrelnissa Zeid

http://www.wikiart.org/en/princess-fahrelnissa-zeid/loch-lomond-1948

“As pessoas podem sentir pena de um homem que está a passar por tempos difíceis, mas quando um país inteiro é pobre, o resto do mundo assume que todos os seus cidadãos são desmiolados, preguiçosos, sujos, tolos e desajeitados. Em vez de pena, provocam o riso. É tudo uma anedota: a sua cultura, os seus costumes, as suas práticas. Com o tempo o resto do mundo pode, parte dele, começar a ficar envergonhado por ter pensado dessa maneira, e quando olham em volta e vêem os imigrantes desse pobre país a esfregar o chão e a fazerem os trabalhos pior pagos, eles naturalmente preocupam-se sobre o que poderia acontecer se um dia estes trabalhadores se insurgissem contra eles. Assim, para manter as aparências agradáveis, começam a interessar-se pela cultura dos imigrantes e às vezes até fingem que pensam neles como se fossem seus iguais.”

TURQUIA

“Povos sem sorte” de Orhan Pamuk (1952-) - Prémio Nobel 2006


AGRADECIMENTOS

GERAL—urbanos de Vila Real Equipas das bibliotecas do Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus Entusiastas da leitura



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.