Alimentação Animal: Os Desafios da sustentabilidade

Page 1

Julho–Agosto–Setembro 2013 (Trimestral) — 3€ (IVA incluído)

ANO XXIV Nº 85

Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais - IACA



Alimentação Animal Editorial

Agricultura, Ambiente e Sustentabilidade Ao ser­‑me sugerido que redigisse um breve editorial, consa‑ grado ao tema agricultura e ambiente, ocorreu­‑me prontamente aproveitar esta oportunidade para recordar e prestar uma singela homenagem a um dos mais insignes agrónomos portugueses do século XX – o engenheiro José Manuel Arriaga e Cunha, por quem tenho grande apreço e elevada admiração. Esta deriva, em primeiro lugar, das qualidades humanas do Senhor Conde de Carnide, expressas discretamente na forma simples e generosa com que convivia com os que lhe estavam próximos e com a sociedade em geral, pensando bastante mais no bem­‑estar dos outros do que no dele próprio. Em segundo lugar e mais directamente relacionado com agricul‑ tura e ambiente, importa recordar que o homenageado tomou a iniciativa de substituir o conforto de uma aliciante carreira de investigação, pela criação de uma empresa agro­‑pecuária norteada por dois objectos principais: produzir de modo eficiente alimentos de origem animal com vista à melhoria da dieta dos portugueses e, simultaneamente, defender da erosão e tornar produtivos solos delgados, pedregosos, muito declivosos e, portanto, vulneráveis à erosão. Trata­‑se de temas que muito preocupavam o engenheiro Arriaga e Cunha. No plano ambiental, a erosão dos solos era considerada um grave problema nacional. Nesta matéria aconselhou­‑se com alguns colegas agrónomos – que tinham estudado a temática das pastagens na Austrália, com vista principalmente ao revestimento dos solos dos nossos montados –, tendo assim aplicado as melhores técnicas disponíveis na instalação e maneio de prados, utilizados simultaneamente na defesa dos solos e na alimentação dos bovinos leiteiros. Naquela época não se falava ainda de gases de efeito de

ÍNDICE

estufa, nem de alterações climáticas, sendo que, tanto quanto é do meu conhecimento, a ocorrência destas alterações (designadamente por acção humana) não está ainda demonstrada cientificamente, não obstante ser diariamente objecto de notícias, bastando para o efeito que ocorra algures um tornado ou uma enxurrada. Todavia, a sociedade dedica às alterações climáticas bastante mais atenção e recursos do que aos fenómenos erosivos, sendo certo que estes se mantêm actuais e afectam a

03 04 TEMA DE CAPA 06 SUSTENTABILIDADE 34 INVESTIGAÇÃO 41 SFPM 42 Notícias das 48 Notícias Empresas Editorial

sustentabilidade da agricultura portuguesa. No que concerne à produção eficiente de géneros alimentícios de origem animal – no caso vertente leite e carne –, o engenheiro Arriaga e Cunha actuou especialmente em duas vertentes: melhoramento genético e alimentação adequada de ruminantes. Conciliava o trabalho humilde do maneio dos prados e dos bovinos leiteiros com o estudo aprofundado das referidas matérias, o que lhe conferiu uma competência sólida e ímpar. No que ao melhoramento das vacas leiteiras diz respeito, adoptou uma orientação que divergia da preconizada então pelos serviços oficiais, procurando obter vacas altamente produtivas – porque mais eficientes em termos alimentares (e hoje acrescentaríamos, também mais amigas do ambiente). A informação científica acerca destas matérias ainda hoje não se encontra suficientemente difundida e compreendida por muitos responsáveis, técnicos e decisores políticos, predominando os preconceitos românticos acerca das alegadas vantagens dos animais não melhorados e com baixas produtividades. A este propósito será útil ler alguns textos então redigidos, de modo muito claro, pelo agricultor Arriaga e Cunha (conforme modestamente se intitulava este Homem de notável craveira científica e alto estatuto social), bem como os artigos que mais recentemente o professor Arnaldo Dias da Silva não se tem cansado de publicar, demonstrando as vantagens – em termos ambientais, de eficiência alimentar e de competitividade – proporcionadas pelos bovinos leiteiros com elevado potencial produtivo. A terminar e em decorrência natural do que precede, cumpre assinalar que a exploração agro­‑pecuária em apreço tornou­‑se um exemplo para empresários do sector leiteiro e uma escola para estudantes universitários; por seu lado, o seu criador representa uma referência como Homem de bem e Agrónomo de eleição. Manuel Chaveiro Soares

A l i m e n tação A n i ma l

|

3


Alimentação Animal Tema de Capa

Os Desafios da Sustentabilidade Julho–Agosto–Setembro 2013 (Trimestral) — 3€ (IVA incluído)

ANO XXIV Nº 85

Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais - IACA

4 |

Alimentação Anim a l

Numa altura em que em Portugal se fala

da componente ambiental (“greening”) como

tanto de sustentabilidade, sobretudo ao nível

uma das contrapartidas que a Sociedade deve

das finanças públicas e da economia, o que

pagar, legitimamente, aos agricultores, nas

propomos para esta edição da Revista “AA”

suas múltiplas atividades, quer na produção

é uma reflexão sobre agricultura, ambiente e

animal, quer vegetal. Sobretudo na qualidade

sustentabilidade e os desafios que se colocam

de guardiães da paisagem e do território.

ao nosso Setor.

Por outro lado, a Comissão Europeia acaba de

Vários especialistas partilham connosco reflexões

lançar um debate público sobre a “Alimentação

e opiniões sobre o tema, convergindo em aspetos

Sustentável” que ainda acrescenta mais algumas

essenciais: antes de mais, tem de existir viabilidade

questões como os sistemas atuais de produção

económica da atividade para que as empresas

de alimentos, a obesidade e outros problemas

se mantenham no mercado; por outro lado, a

de saúde, a segurança do aprovisionamento,

indústria agroalimentar e, em particular, a indústria

e a volatilidade dos preços. A verdade é que

de alimentos compostos para animais, tem uma

precisamos de uma Indústria suficientemente

história de sucesso e de eficiência na utilização

forte, competitiva, geradora de empregos e

de recursos, comprovada pelas evoluções dos

de riqueza, capaz de responder ao aumento

índices de conversão; finalmente, a utilização da

da procura de alimentos, mas que ao mesmo

tecnologia, tantas vezes questionada por grupos

tempo respeite os limites ambientais e seja

de pressão, a par da investigação científica e da

sustentável.

inovação, devem ser as ferramentas essenciais

Nesta perspetiva, não podemos esquecer o

para sermos mais competitivos e eficientes,

desperdício e o que também deve ser alterado,

procurando fazer mais com menos.

inclusive ao nível da legislação, para além das

Apesar da opinião pública em geral ligar a

atitudes e comportamentos dos cidadãos no seu

sustentabilidade aos problemas de natureza

quotidiano. Cerca de 90 milhões de tons são

ambiental, é já hoje um dado adquirido que

desperdiçadas anualmente na União Europeia,

temos de ter uma abordagem holística do pro‑

com importantes perdas económicas, ambientais

blema, nas suas múltiplas vertentes, económica,

e de recursos.

ambiental e de responsabilidade social.

Nas reflexões que publicamos nesta edição da

De facto, o crescimento da procura alimentar

Revista, conclui­‑se que é importante o contri‑

mundial que decorre do aumento da população e

buto da nossa Indústria na redução dos gases

da melhoria do poder de compra nas chamadas

com efeito de estufa, na gestão da eficiência

economias emergentes, a internacionalização

dos recursos naturais e na valorização de copro‑

das trocas agrícolas, os efeitos das alterações

dutos, criando valor e transformando recursos

climáticas, a alta estrutural dos preços da

não alimentares em produtos de origem animal.

energia, a progressiva rarefação de recursos

A indústria tem uma experiência única também

naturais, tais como a água, a biodiversidade

ao nível da eficiência, pelo conhecimento da

ou as terras aráveis, são condicionantes impor‑

nutrição, fornecendo alimentos de elevada

tantes e decisivos para a definição de políticas

qualidade, com bases científicas, de acordo

públicas, com impacto na competitividade das

com as necessidades dos animais.

empresas e na melhoria das condições de vida,

Ao nível da FEFAC, naturalmente com o apoio

atual e futura, da população europeia.

das suas organizações filiadas, muito tem sido

De resto, a própria reforma da Política Agrícola

o trabalho nesta área: a publicação de dois

Comum, a implementar a partir de 2014, releva

relatórios ambientais (2009 e 2012), articulação

a importância daqueles fatores, tendo como

com a FAO no estudo do impacto do sector e

objetivo a sustentabilidade dos rendimentos

a integração em Plataformas, quer no âmbito

dos agricultores, dos mercados, a preservação

agrícola, como a EISA (Iniciativa Europeia para

da paisagem e dos recursos naturais, o reforço

o Desenvolvimento Sustentável da Agricultura),


quer a Food SCP Roundtable (Mesa Redonda

de gases com efeito de estufa, contra

res, teremos seguramente uma Indústria

da Cadeia Alimentar para a Produção e

os 18% avançados no primeiro relatório.

de alimentação animal sustentável.

Consumo Sustentáveis), coliderada pela

No entanto, o que é mais interessante é

No âmbito das suas práticas e dos Códigos

Comissão Europeia. Em ambos os casos,

que esse impacto pode ser reduzido em

de Fabrico, há muito que o Setor se adaptou

tratam­‑se de iniciativas importantes

30% pela utilização de boas práticas e

às regras ambientais e de responsabilidade

para a implementação de práticas e

tecnologias já existentes.

social. Esperemos apenas que atitudes e

Guias e de metodologias que permitam

Temos assim um enorme desafio que a

visões fundamentalistas, sem quaisquer

medir o impacto da cadeia alimentar

todos respeita e que passa muito pela

bases científicas e com políticas incoe‑

no ambiente, para além de garantir aos

cooperação com as entidades ligadas à

rentes, não entravem o nosso processo de

decisores políticos e à opinião pública,

investigação e desenvolvimento, inte‑

desenvolvimento e nos condenem a uma

um melhor conhecimento da realidade

grando os conceitos de segurança alimen‑

mera reserva ecológica, de abandono e de

da alimentação e da pecuária e dos seus

tar, saúde e bem­‑estar animal.

desertificação, sem qualquer sustentabili‑

impactos no ambiente, contribuindo para

Contribuindo para uma pecuária eficiente e

dade no futuro.

a desmistificação de algumas ideias

competitiva, com produtos que sirvam os

profundamente erradas. Todas estas

interesses e necessidades dos consumido‑

Jaime Piçarra

questões passarão a ser tratadas num Comité “Sustentabilidade” que acaba de ser criado naquela estrutura europeia, uma vez que o desenvolvimento sustentável não é um problema ligado apenas ao meio ambiente. As crescentes preocupações ambientais e os problemas dos efluentes da produção animal, da pegada de carbono e a necessi‑ dade de redução dos gases com efeito de estufa estão claramente na agenda e têm de ser resolvidos ou mitigados, em conjunto, com os fornecedores de matérias­‑primas e de equipamentos mas igualmente com os produtores pecuários. O exemplo da soja sustentável (RTRS) vai certamente ser alargado a outros setores, pelas exigências dos produtores e dos retalhistas em muitos países, no âmbito da responsabilidade social e ligados a aspetos como a desflorestação, a gestão da água e da mão­‑de­‑obra em países pouco desenvolvidos. Seja pela pressão de alguns Estados­ ‑membros, dos consumidores, de orga‑ nizações não­‑governamentais ou das políticas europeias, as questões ligadas à sustentabilidade (económica, ambiental e social) estarão, mais do que nunca, na ordem do dia e o objetivo será o de termos uma produção animal ecologicamente eficiente. Entretanto, a FAO acaba de atualizar os dados relativos a 2006, concluindo que a atividade pecuária, no seu conjunto, é responsável por 14.5% das emissões A l i m e n tação A n i ma l

|

5


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

A PRODUÇÃO ANIMAL EFICIENTE E A SUSTENTABILDADE DO AMBIENTE Uma tomada de posição

ARNALDO DIAS­ DA SILVA

Professor Catedrático Emérito, UTAD

O Autor parte do crescimento da população no mundo e mostra como evoluiu a produção animal nas últimas dezenas de anos. Mostra a evidência da variação da produção animal ocorrida: de forma consistente houve grande aumento da eficiência das várias produções animais nos países desenvolvidos. Este aumento da produtividade é ilustrado para os últimos 50 anos. O impacto ambiental avaliado pelo instituto britânico DEFRA, mostra que no período 1997­‑2005 se observou redução dos vários impactos ambientais: libertação de metano, efeito de estufa (essencialmente por efeito da redução na produção de metano), libertação de amoníaco e redução na excreção de nitratos. Partindo do princípio que toda a gente tem o direito a incluir na sua dieta produtos de origem animal – isto equivale a dizer que não é expectável que dietas vegetarianas venham a ser impostas às populações por militância política ou religiosa, o consumo de produtos de origem animal irá aumentar justamente porque as populações de países em desenvolvimento podem/ devem ter acesso a dietas que contenham mais produtos de origem animal. Claro que se espera que simultaneamente o seu poder de compra aumente. Para o enorme acréscimo da produção de alimentos que daqui decorre, a ciência animal tem de continuar os objetivos que seguiu até aqui e ampliá­‑los no sentido de incluir obrigatoriamente estudos das componentes segurança alimentar e saúde humana. Por fim, faz­‑se referência ligeira às orientações comunitárias em matéria de investigação agrária no quadro do Programa HORIZON 2020 da União Europeia (UE). Verifica­‑se que a UE reconhece que a investigação em produção animal eficiente tem ser considerada estudando simultaneamente os efeitos da produção na sustentabilidade do ambiente.

Desafio Prevê­‑se que em 2050 sejamos 9,5 biliões à superfí‑ cie do planeta Terra (FAO 2009). Para satisfazer as necessidades destas pessoas, a FAO (2009) consi‑ dera que a produção de alimentos tenha de crescer 70% até lá. Será relativamente consensual dizer­‑se que esta produção tem que ser obtida na mesma superfície de terra arável que dispomos atualmente ou mesmo em menos, dado que, frequentemente, as autoridades contemporizam com a utilização de boas terras agrícolas para fins não agrícolas e são, em nosso entendimento, as principais responsáveis pela diminuição da actual superfície agrícola do planeta. Atingir­‑se o objetivo de satisfazer as necessidades de toda a população do mundo, vai exigir, com toda a certeza, maior produtividade num quadro ambiental verdadeiramente sustentável. A via ou vias a seguir para atingir este objetivo é o desafio que nos propomos analisar.

Eficiência

6 |

Alimentação Anim al

das pessoas e que tenha reconhecido significado técnico e científico. Podemos definir eficiência alimentar como sendo a quantidade de regime alimentar (forragens e alimentos concentrados) de composição mais frequentemente observada, necessária em média por unidade de produto de origem animal consumível – litro de leite, kg de carne ou kg de ovos. Existe alguma imprecisão neste indicador, evidentemente; mas a margem de erro não será grande para caraterizarmos as unidades de produção mais frequentes entre nós e nos países desenvolvidos. Por outro lado, é possível conhecer com razoável grau de precisão o valor nutritivo dos alimentos e das dietas, outra variável importante nesta avaliação.

O que é a sustentabilidade do ambiente? Há muitas definições de sustentabilidade ou de desenvolvimento sustentável mas talvez a primeira e mais conhecida seja a adotada pela ONU, que

Vamos considerar aqui o aspeto eficiência alimentar

em 1987 constituiu uma comissão que elaborou o

de forma que seja entendida pela generalidade

chamado “relatório BRUTELAND” ­‑ OUR COMMON


A l i m e n tação A n i m al

|

7


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

FUTURE. Adotamos a definição que esta comissão seguiu: “satisfazer as necessida‑ des da geração atual sem comprometer as necessidades das futuras gerações”.

A procura dos alimentos de origem animal Há muitas culturas que defendem a ausência de alimentos de origem animal nas suas dietas e há muitos indivíduos em cada cultura que têm razoável saúde e elevado padrão de vida procedendo assim. Os mesmos argumentam que, para fazer face às necessi‑ dades atuais e futuras da humanidade, este será o melhor caminho a seguir. Também se pode mitigar o problema seguindo as chamadas dietas ovolactovegetarianas em que o leite e os ovos são consentidos. Se assim procedermos, não teremos razão para mostrarmos preocupação constante com a produtividade animal e a sustentabilidade do ambiente, dizem eles. Tendo em conta que as produções de suínos, aves e peixes, criados segundo sistemas de elevada eficiência alimentar, são aquelas que mais capacidade de crescimento têm revelado e que os animais ruminantes – e, de uma forma geral, todos aqueles animais que necessitam de transformar previamente os alimentos por fermentação para absorver nutrientes ­‑ têm a possibilidade única de pastarem, há consequências daí inevitáveis que decorrem da análise destas características. Por isso não as podemos ignorar. Com efeito, os animais ruminantes, porque possuem esta capacidade, podem transformar alimentos que se desenvolvem em superfícies não aráveis. Aqui não competem com o cultivo de alimentos para o homem ­‑ excepto quando os animais atingem produtividades extrema‑ mente elevadas e exigirem alimentos com elevada concentração nutritiva que não é a situação geral, longe disso. Todos os outros animais têm de consumir alimentos adequados a uma capacidade digestiva muito semelhante à dos humanos e que têm de ser produzidos em conformidade, ou seja, em superfícies aráveis que poderão ser, de acordo com a maior parte das opiniões, destinadas a produzir alimentos vegetais para consumo dos humanos. Considero pacífico este ponto de vista. Isto seria assim num mundo ideal, que não existe! As superfícies aráveis têm diminuído, como é sabido, dada a forma que o processo 8 |

Alimentação Anim al

de crescimento tem seguido quase em todo o lado. O problema da superfície arável na generalidade dos países desenvolvidos, é um problema sério e que, por isso, deve preocupar os governos e algumas orga‑ nizações internacionais. Importa lembrar, para além das eventuais responsabilidades no ordenamento do território, que em algumas regiões do mundo ainda se dispõe de amplas áreas suscetíveis de serem cultivadas, designadamente na América do Sul e em África. A procura de proteína de origem animal muito provavelmente continuará a crescer no mundo nos próximos 20 anos, especial‑ mente nos países em desenvolvimento, cujos habitantes têm as dietas com um teor em proteína baixo, como sabemos. Inevitavel‑ mente, porém, à medida que o PIB per capita permite ultrapassar o limiar da pobreza, a população privilegia o consumo de produtos de origem animal. É pouco provável que as dietas vegetarianas, mesmo moderadas como as que têm ovos e produtos lácteos como concessões na sua feitura, sejam aceites por grande número de pessoas. Não admira, por isso, que quase sempre estejam votadas ao insucesso campanhas bem­‑intencionadas visando alterar hábitos alimentares (Hume et al. 2011), como o aumento da obesidade nos países mais desenvolvidos atesta. Temos, portanto, de facto, necessidade de aumentarmos a produção animal de forma sustentável com animais saudáveis, cum‑

prindo boas práticas de bem­‑estar, que façam melhor utilização dos recursos e reduzindo ao mesmo tempo o impacto sobre o ambiente. Programa ambicioso que exige antes de mais conhecer onde estamos e o que conseguimos até agora e como o conseguimos.

O que foi o passado Nos últimos 50 anos houve grandes ganhos de produtividade na produção de leite de vaca, de carne de suíno e frango e na produção de ovos de galinha (Tabela 1). Estes ganhos foram conseguidos pelo melhoramento genético combinado com mais profundos conhecimentos de nutrição e de regras de alimentação, de maneio, de controlo das doenças. Importa também referir que proporcionámos melhor ambiente físico aos animais. Toda a gente compreenderá isto, cabendo destacar o contributo mais relevante dispensado pelo melhoramento genético. O que nem toda a gente tem consciência é que estes ganhos foram conseguidos reduzindo a factura ambiental, traduzindo noutros termos talvez mais precisos, a pegada de carbono. É o que se ilustra na Tabela 2 por tonelada de produto animal, isto é, aquele resultado da atividade de produção de uma unidade de ovos, de leite ou de carne que vai para a mesa do consumidor. Como parece legítimo dizer, esta é que representa a verdadeira medida do impacto ambiental da produção de alimentos de origem animal.

Tabela 1. Melhorias na produção animal nos últimos 50 anos Espécie

Suínos

Frango de carne

Característica Leitões desmamados/ por porca/ano

1960

2005

% de aumento

14,0

21,0

50,0

3,0

2,2

27,0

kg de carne magra/t de alimento

85,0

170

100,0

Dias necessários para atingir 2 kg

100

40

60,0

3,0

1,7

43,0

230

300

30,0

5000

9000

80,0

6000

10 000

67,0

FCRª

FCRª Ovos/ano

Galinhas poedeiras

Vaca leiteira

Ovos/t alimento kg de leite/vaca/ano

ª FCR: Taxa de conversão do alimento (Feed Conversion Rate) ­‑ kg de alimento/kg de produto animal Fonte: van der Steen et al. (2005)


Tabela 2. Efeito (%) melhoramento genético na emissão de gases com efeito de estufa nas principais espécies com interesse pecuário entre nós no período 1988­‑2007 (DEFRA, 2008).

global, por exemplo. Desrespeitaram­‑se normas de bem­‑estar animal, é certo que se cometeram erros em Portugal e noutros sítios! Mas, na

Item

CH4

NH3

N2O

GWP 100

Galinhas Poedeiras

­‑30

­‑36

­‑29

­‑25

processo de desenvolvimento não se cometem

Frangos de carne

­‑20

10

­‑23

­‑23

por vezes excessos ou erros?

Porcos em crescimento

­‑17

­‑18

­‑14

­‑15

Bovinos de leite

­‑25

­‑17

­‑30

­‑16

Bovinos de carne

0

0

0

0

Cordeiros

­‑1

0

0

­‑1

A tabela 2 foi obtida a partir de dados

dados apresentados na Tabela 2 são claros

reunidos pela DEFRA (UK), uma agência

a este respeito.

governamental do Reino Unido que analisa os impactos ambientais da atividade agrícola. Respeita ao período 1988­‑2007 para vários tipos de animais com interesse zootécnico entre nós. Quando foram analisadas as excreções de azoto e de fósforo, o grupo do DEFRA que fez esta análise chegou às mesmas conclusões, isto é, que as excreções de azoto ou de fósforo se reduziram também nos países desenvolvidos neste intervalo de tempo. Com frequência afirma­‑se que os animais de altas produções ­‑ ou os super­‑animais, como alguns dizem ­‑ são mais poluentes que aqueles utilizados tradicionalmente. É óbvio que, por cada animal, têm que haver mais excreções produzidas porque os animais têm de ingerir mais alimentos para produzirem mais. Não há biotecnologias milagrosas que permitam maiores produções animais totais e menor consumo de alimentos. O que houve foi a aplicação de princípios e métodos que a investigação científica

Como os atores se organi‑ zaram no terreno

verdade, em que atividade humana no chamado

Numa excelente revisão de Houb Spiertz publicada em 2010 no “CURRENT OPINION IN ENVIRONMENTAL SUSTAINABILITY” e chamada “Food production, crops and sustainability: restoring confidence in science and technology”, o autor reconhece que é necessário pôr em acção, com firmeza em todo o mundo nas próximas décadas, ganhos de eficiência nos sistemas de pro‑ dução agrícola capazes de satisfazer as necessidades crescentes da população e de, ao mesmo tempo, evitar a degradação dos

Hoje a produção de leite, a produção aví‑

ecossistemas naturais e dos importantes

cola e a produção de carne de porco, estão

serviços não­‑agrícolas que eles prestam à

altamente estruturadas com um número

humanidade.

relativamente pequeno de empresas ou

Particularmente de 1985 para cá, nos países

companhias controlando o melhoramento

da UE e nos USA, no Canadá, na Austrália

genético e, portanto, o comércio de animais

e noutros países, foram postas em prática

reprodutores, e, finalmente, a produção dos

uma série de políticas sociais, económicas e

bens de consumo de origem animal.

ambientais limitando, por vezes fortemente, a

Os sectores dos ovinos, dos caprinos e da

aplicação do azoto e do fósforo nos terrenos

produção de carne de bovino não estão

agrícolas, disciplinando mais a aplicação de

tão bem estruturados, estão mesmo longe

pesticidas, proibindo alguns, fixando limites

disso. Igual se poderá dizer relativamente

ou proibindo a aplicação de metais pesados

às produções do coelho, do búfalo, do lama,

e estimulando a criação de amplas áreas com

da alpaca ou do camelo e dos seus produtos

natureza conservada.

zootécnicos, com expressão mais limitada.

Cabe perguntar por que razão ocorreu

Com certeza que haverá nestas espécies

estes descomedimentos todos. Não se

larga margem para ganhos de eficiência

errará se se disser que a maioria dos

no seu processo produtivo pelo menos nos

erros cometidos teve origem na ambição

chamados países ocidentais.

do lucro desmedido e rápido. Alguns foram simples ignorância dos vários agentes

modo, os animais mais produtivos ingerem

Que caminhos devemos ou temos de seguir para poder‑ mos continuar a aspirar um plano de vida elevado neste planeta?

menos alimento por unidade de produto

Do que fica dito acima, parece que resposta

justificação para o seu procedimento!

final embora o façam utilizando, em geral,

a esta pergunta só pode ter um sentido:

A imagem dos produtores foi (está) seria‑

dietas mais digestíveis. O grande público,

precisamos seguir o mesmo caminho que

mente prejudicada, sendo porém necessário

no entanto, nem sempre tem consciência

seguimos até aqui e aprofundá­‑lo! Mas então

acrescentar que a própria sociedade lhes

destes factos, está longe disso.

não ocorreu nada de criticável? Foram tudo

exige bens alimentares de elevada qualidade

Pensamos que não têm responsabilidade

rosas, coisas muito louváveis?

e a baixo custo, sendo que os produtores

permitiu descobrir, para fazer com que a eficiência da produção aumentasse. Tal é o resultado, sobretudo, de uma maior proporção de nutrientes absorvidos ser utilizada para fins produtivos. Dito de outro

envolvidos. Nem assim, contudo, essas práticas são desculpáveis evidentemente. Os media deram cobertura (generosa!) a estes acidentes. Por vezes trataram­‑nos com censurável ignorância. Mas vendiam mais; estava aqui encontrada a (plena)

nesse desconhecimento: o comum das pes‑

Não foram. Houve poluição, degradação

pecuários que não atingem estes objetivos

soas não tem que saber os métodos de

ambiental, perda de biodiversidade. Mas quis­

são simplesmente eliminados do mercado

criação dos animais. Devem é ser informados

‑se atribuir à produção animal uma responsabi‑

global em que operam, não raras vezes com

por quem os faz e sabe! Achamos que os

lidade excessiva no problema do aquecimento

regras e custos diferentes entre países. A l i m e n tação A n i m a l

|

9


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

Os poderes públicos reagiram a estes desvios, naturalmente, com mais ou menos convicção e eficácia. A comunidade europeia (CE) fixou rigorosos limites a substâncias auxiliares da produção e da ingestão – por exemplo, acidificantes e aromatizantes –, estabeleceu rigorosos limites e condições para aplicação de antibióticos, proibiu (embora muito por razões de índole comercial) a utilização de hormonas na produção animal. Entre nós estas regras também se aplicam, natural‑ mente. A autoridade sanitária veterinária nacional (DGAV) e a autoridade nacional de fiscalização (ASAE) aplicam coimas para quem não cumprir. Para isso, brigadas devem fiscalizar regularmente as explorações e os restantes segmentos da cadeia alimentar. O trabalho da ASAE está disponível na internet (www.asae.pt). Outros – alguns – se poderão e devem pronunciar sobre os resultados da sua atividade.

Linhas de investigação prioritárias São várias as frentes de investigação que se devem continuar a prosseguir se se quer produzir alimentos (entre nós também) com sustentabilidade. O melhoramento genético dos animais e das plantas é um deles. Sem ser exaustivo terei que dizer que as linhas a desenvolver serão várias: para além dos objetivos tradicionais do melhoramento genético, deve ser dado realce a alguns outros como a melhoria da fertilidade dos animais e plantas, a melhoraria da per‑ sistência da lactação, aumento da taxa de fecundidade e de sobrevivência dos embriões, aumento da taxa de sobrevivência dos recém­‑nascidos, melhoria do ritmo de crescimento particularmente nas idades jovens, alteração da composição da carcaça aos gostos dos consumidores, orientações de saúde (ácidos gordos poli­‑insaturados na gordura do leite e da carcaça) e, de uma forma geral, naquilo que muitos chamam alimentos funcionais, entre outros. Mas qualquer que seja a produtividade os animais excretam sempre urinas e fezes; portanto, as excreções não podem ser esquecidas. A recolha, o tratamento e a armazenamento das excreções têm de ter regras – a distribuição no terreno tem normas de resto já fixadas há alguns anos entre nós pelo Código de Boas Práticas Agrícolas. A contribuição em nutrientes – 10 |

Alimentação Anim al

designadamente do azoto e do fósforo – das urinas e das fezes não podem ser ignoradas na fertilização das culturas, para além do contributo inestimável nas propriedades físicas e biológicas dos solos. A escolha do sistema de lagoas de decantação, já é frequente no sistema de remoção de urinas e fezes, por exemplo, em suínos. O armazenamento conjunto de urinas e fezes em recipientes cobertos, tem­‑se generalizado em bovinos. Deste modo se reduzem as perdas de azoto (NH3) por volatilização, e se atenuam os cheiros – questão importante – e se atenua as perdas por lavagem e por volatilização (amoníaco) dada a localização frequente de unidades de produção animal junto de zonas urbanas. Outras formas de reduzir os impactos ambientais devem ser estudadas. É sabido desde há muito que a produção de energia elétrica a partir do metano é possível. Todavia as soluções tecnológicas para tornar esta solução atraente ainda não viram a luz do dia (Garves, 2012). Por outro lado, a composição nas fezes dos animais de estômago simples pode manipular­‑se por melhor equilíbrio em ami‑ noácidos (AA) da dieta e incorporação nesta de enzimas, reduzindo, portanto, o teor em proteína (e de fósforo fítico) nas dietas destes animais. Entre outras coisas, isto implica melhor conhecimento dos fatores que limitam a utilização de proteína e do fósforo no intestino delgado com conhecimento mais apurado das necessidades em AA e fósforo dos animais e, portanto, na eficiência da utilização dos recursos alimentares. Esta melhoria já se traduz hoje em muitas reco‑ mendações nutricionais. Em particular, nos ruminantes deve ser otimizada a relação azoto degradado no rumen/hidratos de carbono fermentados neste compartimento para se atingir o objetivo de reduzir o teor em azoto total das dietas dos animais que utilizamos hoje em dia. Nas espécies ruminantes pode ter lugar a redução de metano por fermentação dos alimentos no rumen. Explorar esta possibili‑ dade é o que se propõe fazer a Universidade de Agricultura da Dinamarca em Aarhus (Projeto REMRUM). Este projecto explora a variabilidade genética entre vacas – que existe em extensão não desencorajadora ­‑ conhecida graças a estudos prévios rea‑ lizados sobre a produção de metano. Claro

que o estudo prévio foi feito com muitas vacas alimentadas com a mesma dieta e os estudos realizados com vacas são muito caros... Este projeto é financiado em parte pela Agência Dinamarquesa para a Investigação Estratégica.

Como se pode chegar até lá? A análise fria dos conhecimentos atuais e dos objetivos que temos de atingir, diz­‑nos que precisamos de mais e novos métodos de inves‑ tigação sobretudo em genética, imunologia, nutrição e biologia da reprodução (Hume et al. 2011). Outros cientistas trabalhando em física, matemática ou ciência computacional, serão necessários para realizarmos investigação com aplicação num horizonte aceitável e com credibilidade. Como sublinham Hume et al (2011) do ROS‑ LIM INSTITUTE, do Reino Unido, os países desenvolvidos em todo o mundo nos últimos 20 anos, reduziram sistematicamente os investimentos na investigação nestas áreas. Como sublinhámos atrás, sabemos que a investigação com animais de grande porte é cara, tem de ser cara. Além disso a aplicação da seleção genómica necessita rigorosas determinações fenotípicas em grande número de animais (Green, 2009). Em nossa opinião os animais e os genes não podem ser patenteados – e provavel‑ mente não o serão. Mesmo nos setores dos suínos e das aves, onde há grandes grupos comerciais na área da genética, não parece provável que esses grupos venham a controlar os sectores. Os ganhos de produtividade sustentada na produção animal vão certamente exigir que os governos reconheçam que o financiamento da investigação de que precisamos para atingir a satisfação das necessidades alimentares do planeta Terra num futuro próximo, é um objetivo “público” como disseram Hume et al em 2011.

Reflexão final Como vimos, os animais que atingem melhores desempenhos zootécnicos – nomeadamente em termos de produção de leite, de ovos ou de velocidade de crescimento – são justamente os animais mais eficientes e, quanto mais elevada a performance, menor a proporção de alimento ingerido destinado à satisfação das necessidades de conservação do animal ­‑ que são relativamente elevadas. Por conseguinte,


Precisamente para ver mais longe

Precisamente

a nossa empresa... questões sobre nutrição e saúde animal. A nossa equipa está presente para o ajudar a encontrar soluções inovadoras e seguras para todas as situações e/ou objetivos.

para ver mais longe… •

com os nossos produtos:

Prémisturas e Corretores Minerais e Vitamínicos, Leites de substituição, Especialidades nutricionais, Produtos de higiene, Matérias-primas e aditivos para alimentos compostos.

com as nossas soluções:

A nossa equipa, com o apoio do grupo InVivo NSA, está a sua disposição para lhe oferecer soluções técnicas, nutricionais e laboratoriais.

14 Anos Associado à INVIVONSA Portugal, SA Zona Industrial de Murtede - 3060-372 Murtede - Cantanhede - Portugal Tel +351 231 209 900 - Fax +351 231 209 909 www.invivo-nsa.pt - geral@invivo-nsa.pt - facebook.com/Invivo.Portugal

A l i m e n tação A n i m a l

|

11


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

menor será o dispêndio alimentar por unidade de leite, ovos ou carne produzida. Portanto,

and low waste economy, and to reduce

concerns. The above listed areas will be

natural resources demand along with the

underpinned by more fundamental research

menor será também a excreção relativa de

entire food and feed supply chain. In

to address relevant biological questions as

dejetos.

addition to contribute to food security, new

well as to support and implementation of

Em suma, mercê principalmente dos ganhos

opportunities will be created for the use of

Union policies and supported by adequate

que se vêm registando no melhoramento

biomass and by­‑products from agriculture

assessment of their economic and market

genético, os animais actualmente produ‑

for a wide range of non­‑food applications.

potential”.

tores de bens alimentares são cada vez

Multi­‑disciplinary approaches will be sou‑

Nestes precisos termos se encontra escrito

mais eficientes, em termos de utilização

ght to improve the performance of plants,

o Relatório HORIZONT que vai balizar a

de recursos alimentares e ambientais, ou

animals, micro­‑organisms, while ensuring

“Propose for Council decision to establishing

seja, dão melhor resposta às necessidades

efficient resource use (water, land, soil,

the Specific Programme implementing HORI‑

alimentares da crescente população mundial

energy and other inputs) and the ecolo‑

ZON 2020 – The Framework Programme for

e, simultaneamente, são mais amigos do

gical integrity of rural areas. Emphasis

Research & Innovation (2014­‑2020) (April

ambiente. Será talvez lícito comparar a vul‑

will be placed on integrated and diverse

2013).

garmente designada pecuária intensiva com

production systems and agronomic practices,

Poderá dizer­‑se com razão que aqui estão

uma empresas com economias de escala que

including the use of precision technologies

todos os problemas da sustentabilidade e

permitem diluir os custos fixos, de modo a

and intensification approaches to benefit

da produtividade. Estas palavras e ideias

produzir bens a menor preço e com menores

both conventional and organic agriculture.

são sem dúvida muito respeitáveis, são

impactos ambientais. Considerando o que

Also urban greening will be promoted, with

sérias e cientificamente fundamentadas,

atrás fica dito, será certamente mais rigoroso

new forms of agriculture, horticulture and

mas por enquanto não são mais que as

falar em pecuária eficiente, em termos quer

forestry in urban and peri­‑urban areas.

ideias gerais do novo Programa da UE da

de aproveitamento dos recursos alimentares

These shall be considered by addressing

investigação para a agricultura, a funcionar

quer de preservação do ambiente.

new requirements for plant characteristics,

a partir de 2014.

A este propósito será também oportuno

cultivation methods, technologies, marketing

A importância relativa destes grandes obje‑

sublinhar que a generalidade dos solos

and urban design, in relation with human

tivos vai depender da força dos grupos de

portugueses caracteriza­‑se por baixos teores

health and well­‑being, environment and

pressão em presença. Numa linguagem mais

de matéria orgânica, com inevitáveis reflexos

climate change. Genetic improvement of

chã diremos que há muitos “leões” prontos

negativos na respetiva fertilidade, pelo que

plants and animals for adaptation health

para comer deste bolo...

será conveniente relevar o papel benéfico

and productivity traits will call for all appro‑

Assim formulados, alguns destes pontos já

que a aplicação dos efluentes pecuários

priate conventional and modern breeding

mereceram reserva de importantes organi‑

pode ter na competitividade da produção

approaches and for preservation and better

zações ambientalistas europeias. Têm receio

vegetal nacional.

use of genetic resources. Due attention will

das propostas da Comissão e propostas

Pela sua importância na altura que vivemos e

be given to soil preservation for increasing

nacionais poderem refletir uma orientação

pela responsabilidade que temos de assumir

the productivity of crops. Bearing in mind

dita produtivista, influenciando a UE e

no quadro comunitário e globalmente, vale

the overall objective of ensuring high quality

prejudicando a agricultura que chamam

a pena prestar atenção às recomendações

and safe food production, plant and animal

sustentável. É que naturalmente os recursos

comunitárias, para a investigação científica

health will be improved.

financeiros a afetar à investigação agrária

em agricultura.

Activities in the area of plant health and

são finitos, não podem deixar de ser.

No recente documento “DESAFIOS À SOCIE‑

plant protection will increase knowledge

Como a decisão final do montante de

DADE”, a Comissão especifica: “Desafios

and support the development of integrated

financiamento de cada projeto vai depender

Europeus para a Bioeconomia: Segurança

environmently­‑friendely pest management

da avaliação de uma comissão de peritos

Alimentar, Sustentabilidade em Agricultura

strategic products and tools to prevent the

dos diferentes países comunitários, pode‑

e Floresta, Recursos Marinhos e Marítimos

introduction of pathogens, control pests and

mos imaginar a dificuldade da escolha,

e Investigação em Recursos Aquíferos Inte‑

diseases, and reduce yield losses at pre­‑ and

as lutas que vão ser travadas e os riscos

riores”

post­‑harvested levels. In the area of animal

que corremos quanto ao financiamento

Transcrevo o que lá está dito, sem tra‑

health, strategies form the eradication of

comunitário...

duzir, pelo seu significado: “Activities

diseases including zoonoses and research on

will enhance productivity as well as the

antimicrobial resistances will be promoted.

Nota. O autor agradece a cuidada revisão

adaptive capacity of plants, animals and

Integrated control of disease, parasites and

production systems to cope with rapidly

pests will be strengthened, starting from

changing environmental/climatic conditions

a better understanding of host­‑pathogen

and increasing scarce natural resources.

interactions, surveillance, diagnosis and

The resulting innovations will help to

Referências Bibliográficas

treatments. Studying the effects of practices

O autor disponibilizará todas as referências

move towards low energy, low emission

on animal welfare will help meet the societal

bibliográficas a todos que as solicitarem.

12 |

Alimentação Anim al

e as sugestões que fizeram os colegas Professores Manuel Chaveiro Soares e José Gândara Portela.


13 |

Alimentação Anima l

A l i m e n tação A n i m al

|

13


ILIDADE

o ambiente

Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

O PAPEL DA TECNOLOGIA NO SÉCULO 21:

Permitir que a produção de alimentos seguros, com preços acessíveis e em abundância se torne­ uma realidade global

Jeff Simmons

Uma produção de alimentos altamente eficiente pode ajudar a acabar com a fome mundial, reduzir os custos, proteger os direitos do consumidor e salvaguardar as nossas fontes de recursos naturais. Alcançar esse objetivo significa protegermos os direitos de toda a cadeia alimentar, de usar tecnologias novas e já existentes, enquanto asseguramos as escolhas dos consumidores.

Introdução

Sumário Executivo • Em 2050, precisaremos de 100% mais alimento,3,4 e de acordo com o FAO (ONU), 70% dele deverá ser proveniente de tecnologias que aumentam a eficiência.5

50

Em 20 , a população mundial necessitará

100%

mais alimento,3,4 e

70%

destes alimentos deverão vir de tecnologias que aumentam 5

Uma onda crescente de insegurança alimentar ameaça mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo.1 Os custos globais dos alimentos crescem a níveis perigosos, alcançando um valor recorde em janeiro de 2011. E espera­‑se que esses preços persistam, de acordo com o a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). Nós estamos numa encruzilhada. Nos últimos dois anos, a recessão económica global diminuiu o poder de compra do consumidor e aumentou a insegurança alimentar. Nos próximos dois anos, as dificuldades de abastecimento e aumento do preço dos alimentos poderão levar um sistema que já tem dificuldades ao limite. E, infelizmente, a quantidade de pessoas que passa fome não está diminuindo. Na verdade, o número de desnutridos poderá crescer gradualmente à medida que a população chega a 9 mil milhões de pessoas até meados deste século.

Existem muitas razões – abrangendo desde a pobreza e a política até problemas de desperdício, apodrecimento de alimentos e problemas de infraestruturas. Porém, isto é Em 20 Em , 20 Em ,20 %, % moralmente inaceitável e não precisa de continuar. Contrariamente de outros problemas a população a população a população alim mais alimento, maisealimento, mais a mundial necessitará mundial necessitará mundial necessitará tecno globais como HIV/SIDA, um componente significativo para a solução da fome mundial já existe: a tecnologia para a produção eficiente e abundante de alimentos seguros e a custos acessíveis. A necessidade de ação é urgente.

50 501005010010 7 3,4

• Tecnologia definida: 1. Práticas – fazer melhor 2. Produtos – usar ferramentas e tecnologias inovadoras 3. Genética – melhorar os atributos desejados em plantas e animais • Devemos pedir uma trégua no debate sobre o papel da tecnologia na produção sustentável de alimentos seguros, acessíveis e abundantes se quisermos proteger os Três Direitos: 1. Garantir o direito humano de acesso a alimentos de preço acessível. 2. Proteger o direito de todos os consumidores de gastar o orçamento disponível na maior variedade de escolhas possíveis. 3. C riar um sistema global sustentável de produção de alimentos, o que é um direito do meio ambiente. • Ponto chave O desafio da fome mundial é complexo e multifacetado. Permitir a toda a cadeia alimentar o acesso a tecnologias seguras de aumento da eficiência é componente essencial de uma solução abrangente ao desafio – local e globalmente. Além disso, proteger o direito de escolher estas tecnologias pode tornar o sonho de termos comida segura, acessível e abundante uma realidade em todo o mundo.

14 |

Alimentação Anim a l

Existe, porém, um mito no meio do caminho: o de que as pessoas não querem tecnologias seguras, modernas e eficientes na produção de alimentos. Na verdade, uma investigação conduzida para este artigo – incluindo 28 pesquisas independentes representando mais de 97 mil pessoas de 26 nações – expõe esse mito (ver o Anexo na última página). Tomados em conjunto, esses dados mostram que cerca de 95% das pessoas são neutras ou apoiam fortemente o uso de tecnologia para produzir o seu alimento. É chegada, então, a hora de encerrarmos este debate. Agir de acordo com os mitos cria incontáveis dificuldades: altos custos dos alimentos, uma população injustamente privada de alimento suficiente, ameaça aos direitos básicos do consumidor e um insustentável esgotamento de fontes de recursos naturais. Cada minuto que adiamos é mais um minuto em que 12 crianças morrerão de fome.2 Isso é moralmente errado, já que existem soluções. Factos asseguram um futuro com mais esperança, onde o direito de escolha do consumidor e o direito de uso de tecnologias seguras e eficientes pelos agricultores são protegidos, e o imperativo moral de alimentar o mundo é finalmente atingido.

Hora de Agir Acesso a tecnologias seguras e comprovadas de aumento da eficiência garante:

OS TRÊSOSDIREITOS TRÊS OS DIREITOS TRÊS DIREITOS

1

1 EAN ALIM1ENATLOIM LTIM OENTO

2

2 ESCOLHA 2 ESCOLHA 3 SUST3EN ESCOLHA STUAS3BTEISLNUITDSAATBEDN IELTIADBAIDLEIDADE

um direitoumhumano direito um básico humano direito humano básicoum básico direitoumdodireito consumidor um do direito consumidor do consumidor um direitoumdodireito meio umambiente do direito meiodoambiente meio ambiente

3,4


Direito nº 1: ALIMENTO

Um direito humano básico

Alimentação segura e de preço acessível deve ser um direito de todos Os meus olhos abriram-se para a realidade da fome há alguns anos, quando conheci um homem chamado Joaquim, enquanto eu vivi e trabalhei no Brasil. Como muitos americanos trabalhando noutro país, vivia dentro de uma bolha num condomínio fechado, contando com os serviços de um motorista e um guarda­‑costas. Mas a minha bolha rebentou quando comecei uma amizade com o porteiro do meu condomínio, Joaquim. Uma noite, uma batida na minha porta quebrou o silêncio. Abri; e lá estava o Joaquim com duas jovens meninas ao seu lado. Com uma expressão de dor, ele explicou que as suas filhas não comiam há dois dias. Ele perguntou se eu poderia ajudar. Ver pela primeira vez uma expressão de fome tão de perto transformou isso numa questão pessoal, e imediatamente percebi a necessidade de ajudar não só um ser humano, mas toda a humanidade. Olhando para as filhas de Joaquim, vi expressões de fome pela primeira vez. Emocionalmente, achei aquilo inaceitável. Percebi que, no meu papel como líder na produção de alimentos, eu não poderia esconder-me dessa verdade; eu tinha a responsabilidade pessoal de agir. Resolver o problema da fome transformou-se mais numa causa pessoal do que um abstrato “problema global”. A história de Joaquim não é incomum. A sua batalha não é diferente daquela de 91 mil famílias “em insegurança alimentar” que moram em Indiana central, EUA,9 perto de onde hoje eu vivo com a minha família. Esta é uma região assolada por bol‑ sas de pobreza e fome sobre a qual Barry Rodriguez, diretor do World Next Door, coloca frequentemente no seu blog. Barry costuma contar-me sobre as pessoas que ele conhece, que batalham contra a fome e contam com programas de almoço escolar e organizações de caridade para obter ou complementar as suas refeições. Enquanto a maioria dos residentes do mundo industrializado não é confrontada pela ameaça da fome, muitos lidam com crises aleatórias de insegurança alimentar e esforçam-se significativamente procurando pela próxima refeição. Encontrar nutrição é o desafio diário para um número crescente de crianças em países desenvolvidos. O problema da pobreza e da fome infantil estende-se pelo mundo todo em: • Duas em cada cinco crianças a viver no interior de Londres10 • Uma em cada oito crianças na França11 • Uma em cada sete crianças no Japão12 • Uma em cada cinco crianças nos Estados Unidos13 No mundo em desenvolvimento, a fome é provavelmente o maior problema de saúde. A falta de alimento mata mais pessoas no mundo inteiro anualmente do que guerras, SIDA, malária e tuberculose juntos.2, 14 De acordo com o World Food Programme, a cada hora, 720 crianças no mundo morrem devido à falta de alimento.2 Entre 2008 e 2010, estima­‑se que 18,25 milhões de pessoas no mundo morreram de desnutrição.15 Isso é mais do que a população total de Singapura, Chengdu

Segurança alimentar e Regulamentação com base científica Apenas as autoridades reguladoras e governamen‑ tais deveriam supervisionar a segurança alimentar e a disponibilidade das tecnologias de produção de alimentos. Para deixar claro, este artigo de forma alguma defende o uso de qualquer tecnologia moderna de produção de alimentos que possa ter um impacto negativo na segurança dos mesmos. Manter a segurança do fornecimento global de alimentos é um imperativo indiscutível. Esta é uma premissa fundamental deste artigo. Todos os produtores de alimentos do mundo têm um papel crítico neste esforço. Entretanto, somente as autoridades reguladoras e governamentais mundiais autorizadas – por exemplo, o USDA e o FDA, dos EUA, EMA, CODEX, OMS, o Ministério da Agricultura da China, a Comissão de Segurança Alimentar do Japão, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil) e agências similares – deveriam manter autoridade definitiva para estabelecer, supervisionar e aplicar padrões restritos de segurança dos alimentos em todas as nações. E dados mostram que os seus esforços estão a gerar melhorias. Um relatório recente do European Food Information Council [Conselho Europeu de Informação sobre a Alimentação] mostra que a segurança alimentar melhorou significativamente compa‑ rada com há 40 anos atrás, o que o EUFIC credita a “avanços tecnológicos modernos” abrangendo desde a pasteurização a ferramentas analíticas que podem medir substâncias indesejadas até em quantidades ínfimas.6 Nos EUA, o Foodborne Diseases Active Surveillance Network [Rede de Vigilância Ativa de Doenças Transmitidas por Alimentos] do FDA registou um declínio de 1/3 no número de doenças transmitidas por alimentos entre 1996 e 2009 – a 34,8 incidentes por 100.000 residentes.7 Para contextualizar, 3.311 em 100.000 residentes envolveram-se num acidente de automóvel em 2008.8

Incidência de Doenças Transmitidas por Alimentos nos EUA7 (por 100.000 pessoas) 60 40

51,2 34,8

20 0

1996

2009

Enquanto tecnologias e práticas de segurança de alimentos continuam a evoluir, a taxa de doenças transmitidas por alimentos nos EUA diminuiu aproximadamente 1/3. É de grande importância que estes órgãos reguladores mantenham o controle sobre a disponibilidade das tecnologias no mercado. A sua autoridade não pode ser substituída por grupos não­ ‑regulados que fazem reclamações injustificadas e não baseadas em factos. Dar atenção a estas reclamações pode resultar na confusão do mercado, perda de confiança do consumidor e o estabelecimento de padrões inválidos que podem pôr em risco o bem­‑estar dos consumidores, dos animais de produção e do meio­‑ambiente.

A l i m e n tação A n i m al

|

15


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

1 em cada 6 pessoas no mundo passa fome em 20101

1,02 mil milhões

O alto custo dos alimentos Acredito que cada criança nascida neste planeta entra no mundo com dois direitos fundamentais – o direito a um futuro esperançoso e o direito à alimentação suficiente. Ainda assim, em muitos países, esse último direito, se existe, vem com um alto custo.

1,02 mil milhões

•A proximadamente 3 mil milhões de pessoas – 43% da população do mundo – vive atualmente com menos de 2 dólares por dia.16 • Mais de um terço dos mais pobres do mundo vivem com menos de 1 dólar por dia,17 ou o que muitos de nós lendo este artigo deve gastar numa garrafa de água.

1/6 da população mundial não tem o suficiente para comer em cada dia.

• Nos países mais pobres, cidadãos podem gastar desde a metade até 80% do seu rendimento em alimentação.18

A tecnologia Mantém o Custo do Alimento Reduzido Comparação de custos ajustados à inflação para as principais mercadorias adquiridas pelos consumidores (1960 a 2009)19 350%

300% 337% 350% 250% 300% 337% 200% 250% 150% 200% 100% 150% 50% 100% 0% 50% Petróleo 1960* 0% $21.35 2009

1960* 2009

54%

47%

63% 15%

63%

54%

47% Trigo

$71.88 Petróleo

$7.58 $4.12 Milho

$12.96 $6.15 Trigo

$1,135.12 $168.19 Arroz

$22.89 $14.40 Leite

$21.35 $71.88

$7.58 $4.12

$12.96 $6.15

$1,135.12 $168.19

$22.89 $14.40

Milho

Arroz

15%

Leite

Nos últimos 50 anos, os preços para os principais alimentos diminuíram (ajustados à inflação). Compare ao preço do petróleo, que cresceu mais que o triplo.

Petróleo *Ajustado a 2009

(China), São Petersburgo (Rússia) e Caracas (Venezuela) juntos. E todas essas mortes aconteceram desde que escrevi o meu primeiro artigo sobre a fome. É o equivalente a 60 aviões jumbo caindo do céu todos os dias. Se isto acontecesse, nós não permitiríamos que continuasse. Permitiremos que essa grave injustiça social continue, e potencialmente piore nos meses e anos que estão para vir? Continuaremos a negar o acesso à tecnologia a muitas das pessoas que podem ajudar a combater essa injustiça, os produtores de alimento do mundo?

Manter acessíveis os preços dos alimentos é essencial para criar um maior acesso para aqueles que vivem com baixo rendimento. Devido à contínua inovação na produção de alimentos, temos sido capazes de manter os seus preços incrivelmente baixos. Os custos de produção do milho, trigo, arroz e leite chegam a ser de 40 a 85% menores do que em 1960, com base em preços ajustados pela inflação. Enquanto isso, os preços do petróleo, um input fundamental na produção de alimentos, subiram disparados, custando 337% mais do que em 1960 (valores ajustados pela inflação). Por exemplo, o preço médio do leite hoje é US$ 14,40 por 45 kg (hundredweight), mas o preço médio de 1960 ajustado à inflação faria com que esta quantidade de leite custasse US$ 22,89 hoje.19 A Fundação Gates identificou na agricultura o motor essencial para promover as melhorias na saúde e na redução da pobreza para os cidadãos do mundo em desenvolvimento. Bill Gates, na sua carta anual de janeiro de 2011, observou: “Quando os agricultores aumentam a sua produtividade, a nutrição também melhora e a fome e a pobreza são reduzidas. Em países como o Ruanda, Etiópia e Tanzânia, investimentos em sementes, conhecimento, acesso a mercados e políticas agrícolas inovadoras estão a fazer uma diferença real”.20 A pobreza é uma questão complexa, e as soluções para os desafios relacionados entre pobreza e política, provavelmente, ocorrerão ao longo de algumas décadas. Mas uma coisa pode ser feita agora, ao nível global, e se resume a escolha e tecnologia. Os produtores de alimentos em todo o mundo devem ser livres para escolher de entre uma variedade de ferramentas e métodos seguros e comprovados para o cultivo de uma abundância de alimentos com máxima eficiência. E as pessoas devem ser livres para escolher de entre uma variedade de alimentos seguros, saudáveis e acessíveis para si e suas famílias. O mundo ainda procura uma cura para a SIDA, o Cancro e a doença de Alzheimer. A fome é um problema para o qual já temos uma arma poderosa: a tecnologia. Mas apesar do imperativo de permitir que os alimentos tenham custos acessíveis para os mais necessitados, persiste o mito de que a maioria das pessoas é inflexivelmente contra o uso de tecnologias na redução dos custos da produção de alimentos. Os dados, entretanto, mostram o contrário.

16 |

Alimentação Anim al


A l i m e n tação A n i ma l

|

17


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

43% da população mundial vive com menos de US$2 por dia 16

Direito nº 2: ESCOLHA

Um direito do consumidor

Mito esclarecido: O que mostram os dados sobre as atitudes e comportamentos dos consumidores? Na preparação deste artigo, um projeto de investigação foi realizado para de­terminar como e porque pessoas em todo o mundo fazem as suas decisões de

3 mil milhões

3 mil milhões

l milhões

de produção de alimentos. O International Consumer Attitudes Study– ICAS (Estudo Internacional sobre Atitudes dos Consumidores) foi conduzido por dois economistas

3 mil milhões Alimento a preços acessíveis pode ser uma questão de vida ou morte para os 3 mil milhões de pessoas no mundo que vivem com menos de US$2 por dia.

2009 (real)

EUA

real) Europa

2%

3%

3%

2% 1.4% 2014 (projetado)

EUA

4% EUA

4% Europa

Europa

2009 (real)2% 1.4%

EUA

jetado)

Global

EUA

4%

Global

Europa

Global

Europa

2014 1.6% (projetado)2.5% Global

Europa (projetado)%

2014 2.5

1.6%Global

1.6%

agrí­c olas que analisaram mais de 70 relatórios e estudos sobre atitudes e compor­t amentos dos consumidores de todo o mundo (ver Anexo na página final). Destes, 27 corresponderam ao nosso critério de perguntas abertas ou dados reais sobre gastos dos consumidores, que foram então analisados. Este estudo foi seguido por uma validação feita pela Empresa Nielsen (ver lista na última página).

% de VendasGlobal de Alimentos EUA Europa 22 2009 3% Biológicos 1.4 % (real) 2%

2.5%

compras de alimentos – e, mais especificamente, como consideram as tecnolo­gias

Europa

2.5%

Portanto, estes estudos representam as opiniões de mais de 97 mil pessoas em 26 países. O que revelou o projeto ICAS? • 95% dos consumidores são Compradores de alimento. Eles escolhem alimentos produzidos pela agricultura moderna e são neutros ou apoiam o uso de tecnologias que melhorem a eficiência. Em geral, estes compradores fazem compras baseadas em sabor, custo e nutrição (nesta ordem). Alguns podem indagar por que a segurança do alimento não está no topo da lista. Como observei no meu trabalho anterior, a pesquisa mostra que o “padrão” para a maioria dos con­sumidores é

uma convicção de que os alimentos Estudo de Validação: que compram são seguros para Fatores que Influenciam as comer. Sabor 43,48% Decisões de Compras Outros 1,99%Em geral, apenas nas raras ocasi‑ Custode alimentos Nutrição ões em que retiradas de Alimentos Sabor 23,02% 31,51% nas notícias é que os 43,48% Nielsen, Out. 201023 Outrosaparecem consumidores consideram mudar os 21

1,99%

Como % de todas as vendas de alimentos, os alimentos biológicos cultivados sem determinadas tecnologias representam menos de 2% das vendas mundiais. Mesmo em regiões industrializadas como a Europa e EUA, mais de 97% do rendimento dispendido com alimentação é gasto em produtos cultivados utilizando tecnologia – uma percentagem projetada que pouco mudará até 2014.

18 |

Alimentação Anim al

Outros 1,99%

Sabor 43,48% Nutrição Custo 23,02% 31,51%

seus comportamentos Custode compras NutriçãoSabor Outros 23,02% 43,48% 31,51% – ao menos temporariamente. 1,99% Custo Nutrição A maioria dos consumidores de 23,02% 31,51% alimentos não toma decisões de compras quotidianas baseada em preocupações com a segurança do alimento ou em como eles se

De acordo com uma pesquisa de 2010 com 26.653 lares americanos, os fatores mais importantes na compra de alimento são: sabor, custo e nutrição.

sentem sobre a política alimentar ou questões como os direitos dos animais.


•4 % são Compradores de estilo de vida que compram alimentos baseados em grande parte em fatores de estilo de vida: etnicidade e vegetarianismo, ou apoio a fornecedores de alimentos orgânicos, de produção local e de feiras, entre outros. Para este grupo, o dinheiro não é um fator para a decisão de compra. A pesquisa mostra que os dois grupos tendem a coincidir em muitas áreas, depen‑ dendo de gostos e preferências pessoais. Em outras palavras, não são segmentos distintos de mercado. Em 2010, 75% dos compradores tradicionais de alimento nos Estados Unidos também compraram habitualmente alimentos orgânicos,24 mesmo que custassem mais. Dados de scanner de código de barras comprovam isto, da mesma maneira que mostram que nenhum consumidor norte­‑americano compra apenas produtos orgânicos.25 Da mesma forma, muitos dos que tem preferência por alimentos produzidos localmente compram com regularidade produtos que não podem ser cultivados em seu clima local, como bananas e grãos de café consumidos por cidadãos da União Europeia. Uma característica que ambos os grupos compartilham: querem exercitar o seu direito de escolha. Para validar esta percepção encomendámos em outubro de 2010 à Empresa Nielsen uma pesquisa de 26.653 casas norte­‑americanas, para determinar o fator mais importante nas decisões de compra dos alimentos. Usando uma técnica de concessão [tradeoff] (ver a barra lateral à direita), os resultados demonstraram que o sabor era o fator mais importante (43,48%), seguido por custo (31,51%), e nutrição (23,02%). O 1,99% restante selecionou uma variedade de outras escolhas. Finalmente, os dados mostram que as vendas globais de alimentos produzidos sem a maioria das ferramentas de tecnologia representam menos de 2% de todas as vendas mundiais — uma percentagem que não está projetada para mudar significativamente até 2014.22

The International Consumer Attitudes Study (ICAS) [Estudo Internacional de Atitudes do Consumidor] Inquéritos de Opinião Inquéritos

de Opinião

Dados de gastos

97.000 0

010 0

97.000

Dados de gastos

010

99% 99% Comprador Comprador Comprador Comprador Minoria Minoria de alimento: 95% 95% de estilo de vida: 4%4% de alimento: de estilo de vida:

A análise de 28 estudos que observaram as atitudes e comportamentos dos consu‑ midores em relação à compra de alimentos mostra que 99% das pessoas escolhem comer alimentos cultivados tradicionalmente, alimentos escolhidos de acordo com seu estilo de vida ou ambos. Apenas uma mínima percentagem quer eliminar as escolhas de alimentos banindo tecnologias e/ou métodos agrícolas específicos.

O ponto de vista do consumidor: Pesquisa aberta, concessões (tradeoffs) e gastos: chaves para a compreensão do consumidor por John Strak, economista e pesquisador do mercado consumidor Pode ser perigoso supor que nós sabemos o que os consumidores pensam. Mesmo assim, muitas das pesquisas de mercado que vejo sobre as suas visões no uso de tecnologia na produção de alimentos demonstram exatamente isso. Fazem suposições falsas que, em troca, produzem resultados questionáveis. Então como podemos saber o que os consumidores realmente pensam? Realizando pesquisas que: 1) têm perguntas abertas, 2) usam cenários de concessão (tradeoffs) e 3) são baseadas em comportamentos. (Este é o tipo de pesquisa que foi resumida neste artigo). Assim: Perguntas abertas não dão nenhuma dica de como responder. Exemplo: “Que preocupações tem sobre o alimento que você e sua família comem?” Contraste esta com uma pergunta dirigida: “Quanta preocupação você tem sobre X em sua comida?” Qual delas revela melhor a verdadeira convicção dos consumidores? Aposto na pergunta aberta. Além disso, os dados de 2010 da Companhia Nielsen citados neste artigo efetivamente analisam concessões (tradeoffs). Eles perguntam: “Qual é o fator mais importante em suas decisões decompra de alimento: custo, sabor, nutrição ou algum outro fator?” Selecionando apenas uma opção, o consumidor abre mão ou compensa as outras três – uma simulação justa das decisões que os consumidores fazem diariamente na vida real. Mas será que “fazem” de facto o que “dizem”? Não devemos supor que sim. Um modo útil para solucionar este conflito “dizer X fazer” é examinar com‑ portamentos. Por exemplo, poderíamos perguntar a alguém quanto de seus gastos com comida vai para produtos orgânicos – ou poderíamos somar recibos de caixas registra‑ doras. Uma abordagem nos dará opiniões, a outra, factos. Este artigo fez um trabalho valioso de tentar apresentar uma visão imparcial dos consumidores – um exercício útil. Mas talvez falhe no ponto mais importante. Alimentar o mundo responsável e sustentavelmente requererá tecnologia. Infelizmente, ciência, negócios e a comunicação social não fizeram um bom trabalho para explicar os benefícios das tecnologias ao comprador na loja. Os consumidores precisam de informação robusta sobre o que a ciência oferece à sociedade. E a cadeia alimentar precisa de visões imparciais dos consumidores. Este artigo é um bom ponto de partida para mais discussão. Que venham as concessões! Dr. Strak é Professor Especial de Economia Alimentar, Universidade de Nottingham, Inglaterra.

A l i m e n tação A n i ma l

|

19


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

Ponto de vista das minorias

Ponto de vista de um economista: Por que a perda do direito de escolha significa perda para todos por Dennis DiPietre, economista e escritor Como economista e educador, sei que exemplos simples às vezes podem ajudar a explicar teorias econômicas complexas. Quando se trata da escolha do consumidor, segue um exemplo do que acontece quando deixamos os outros fazerem escolhas para nós. Recentemente, depois de abrir os presentes de aniver‑ sário dados por mim e pela minha esposa, a minha filha agradeceu-nos e então perguntou-nos se ela poderia trocar alguns. Adivinhar as preferências de alguém, apesar de bem intencionado ou achar que se conhece bem a pessoa, pode ser difícil e caro. Após as trocas, todos nós ficamos mais contentes, pois a minha filha satisfez as suas preferências mais precisamente, e nós ficamos satisfeitos por saber que o nosso presente foi apreciado. Obter consenso em situações onde há polémica, ou quando há políticas governamentais em jogo, é sempre um desafio. Porém, quando o consenso é obtido, geralmente há liberdade de escolha na origem das decisões. A principal razão é que ninguém sabe suas preferências melhor do que você. Em nenhum lugar é mais crítico preservar a escolha do que na produção e consumo de alimentos. Apesar da legítima responsabilidade dos governos de assegurar um abastecimento seguro de alimento, é cada vez mais comum que grupos de interesse especial influenciem o governo para tomar decisões como aumentar o preço do produto importado ou exigir que governos locais comprem apenas produtos produzidos naquele país ou região. Outras vezes, governos são influenciados a restringir tecnologias. Governos de grandes cidades estão até mesmo proibindo os moradores de comprar certos tipos de alimentos e começando a ditar, por exemplo, quanto sal um chefe de cozinha pode usar para preparar um prato de restaurante. Quando um grupo relativamente pequeno consegue influenciar políticas públicas para impor suas prefe‑ rências privadas a todos, ele impõe custos elevados à sociedade. Economistas chamam estes custos de perdas de peso morto, pois todos no mercado, com‑ prador e vendedor, levam a pior. Os compradores não conseguem encontrar os atributos que querem, os vendedores pagam custos mais altos na cadeia de aprovisionamento e sofrem redução nas vendas. É como escolher deliberadamente um presente para alguém sobre quem você não sabe nada e depois restringir ou prevenir a sua capacidade de trocá­‑lo. Não é uma coisa agradável para se fazer – e eleva os custos para todos. Dr. DiPietre recebeu o seu Ph.D. da Universidade de Iowa (EUA). Por meio de sua firma, KnowledgeVentures, LLC, ele é consultor de companhias líderes de produção de alimentos em todo o mundo.

20 |

Alimentação Anim al

Imagine, por exemplo, se um grupo minoritário começasse a defender uma legislação para proibir todas as comidas kosher. Consumidores que têm esta preferência ficariam enfurecidos por perderem o seu direito de escolha. Ainda assim, uma minoria (1,66% de consumidores norte­‑americanos, de acordo com pesquisa comissionada pela Nielsen)23 parece acreditar que a maioria dos consumidores é ingênua. Este grupo participa de protestos, piquetes e comícios para “proteger” os consu‑ midores das “ameaças” da produção moderna de alimentos. Embora estes grupos às vezes sejam pouco mais que algumas pessoas com os mesmos pensamentos e talento para ganhar acesso aos “media”, eles podem ser eficazes em influenciar a comunicação social local, regional e até mesmo nacional – e também a legislação. Os resultados de seus esforços, que incluem proibições a tecnologias seguras e eficientes de produção de alimentos, tendem a ter consequências frequentemente negativas e de longo alcance, não importa o quão não­‑intencionadas sejam. As suas razões para estes limites e proibições são tipicamente guiadas por emoção e medo, em vez de factos, e as suas ações ignoram o direito da pessoa que passa fome de ser alimentada. Então, em vez de ajudar os outros, a “minoria” está a condenar os mais pobres e famintos do mundo à morte. Assim, onde faz sentido, líderes da cadeia global de alimentos e organizações devem unir-se para se manifestarem a favor de padrões altos de segurança alimentar, mas contra proibições insensatas em tecnologias que aumentam a eficiência e podem salvar vidas – proibições que elevam o custo do alimento, diminuem sua produção e aumentam a depleção de recursos naturais. Como o ICAS e outras investigações mostram, 99% dos consumidores querem escolher baseados no sabor, custo, nutrição e algum estilo de vida. Os consumidores querem o direito de fazer as suas próprias escolhas na compra de alimentos, e não que sejam feitas por outros. Este grupo minoritário também deveria ter uma escolha. Se eles têm dados científicos confiáveis que provem as suas reivindicações, deveriam escolher compartilhar esta informação não com os “media” ou on­‑line, mas com os órgãos reguladores apropriados, autorizados a examinar e agir sobre estes dados. Apreciamos que os consumidores façam perguntas duras, mas quando a escolha é retirada sem uma revisão regulatória e baseada na ciência, todos nós perdemos cada vez mais.

Uma proposta sem vencedores: O que acontece quando retiramos a opção de escolha do consumidor? Quando ativistas de grupos minoritários conseguem influenciar os legisladores para decretar novas leis ou mudar leis que dão diretrizes para a produção de alimen‑ tos, a segurança dos alimentos, a escolha, a acessibilidade financeira e o acesso podem ser todos comprometidos. Exemplos disto são abundantes. Considere a Califórnia, EUA. A Proposta 2, aprovada na Califórnia em 2008, pretendia criar “padrões humanitários para animais de exploração” impondo, em parte, como os produtores de ovos deveriam alojar as suas galinhas. A análise feita por investigadores agrícolas no University of California Agricultural Issues Center26 (Centro de Questões Agrícolas da Universidade da Califórnia) levou a concluir que:


• A Proposta 2 aumentaria os custos da produção de ovos na Califórnia em 20%. • Esta perda de competitividade entre os produtores de ovo da Califórnia poderia resultar na eliminação completa da indústria de produção de ovo daquele estado até 2015, quando a lei entra em vigor. • Se leis como a Proposição 2 se tornassem padrões nacionais, os consumidores americanos deveriam esperar que os preços do ovo subissem pelo menos 25%, sem mencionar o impacto do preço em muitos alimentos que incluem o ovo como ingrediente.

“Arroz Dourado”: esperança para milhões descartada Criado por pesquisadores suíços em 1999, o que veio a ser chamado de “Arroz Dou‑ rado” é um tipo modificado de arroz que contém beta­‑caroteno, que o organismo humano converte em vitamina A. A deficiência de vitamina A é um problema sério de saúde pública em todo o mundo, e contribui com até 3 milhões de mortes evitáveis de crianças a cada ano.27 Os inventores do “Arroz Dourado” não se preocuparam com lucro, consideraram o seu empreendimento puramente humanitário. Estavam preparados para ceder uma licença grátis para produtores em nações em desenvolvimento para plantar, cultivar, vender e replantar o grão à vontade. O seu único obstáculo? “Arroz dourado” é um organismo geneticamente modificado (GMO). Foi proibido na UE e, como resultado, na África, onde poderia salvar um número incontável de vidas – apesar do fato de que 57 países já aprovaram a plantação ou importação de safras “biotech” ou produtos derivados delas.28 Na verdade, os responsáveis por esta tecnologia capaz de salvar vidas estimam que, desde 2002, mais de 250 mil mortes devido à fome poderiam ter sido evitadas se o “Arroz Dourado” tivesse sido aprovado para utilização.

29

Uma mudança de pensamento da UE? A maré na Europa, depois de muitos anos, parece estar virando para o lado oposto do ponto de vista extremo, rumo a uma aproximação mais baseada em fatos relativos à proteção dos direitos do consumidor e à conscientização sobre a capacidade da tecnologia de ajudar a acabar com a desnutrição e a fome. Paolo De Castro, presidente do Comité de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, concorda. “Nós devemos muito aos nossos agricultores, e eles merecem o direito de escolher usar as tecnologias que os ajudarão a maximizar a sua produtividade – reconhecendo que estas tecnologias devem ser comprovadamente seguras e eficazes”, escreve. “É reconhecido globalmente que a pergunta fundamental hoje é como obter segurança alimentar de modo sustentável a preços de mercado razoáveis.30 E nós precisamos acrescentar: dentro de uma estrutura política amplamente aceita por nossos cidadãos. Os agricultores da UE devem ter permissão para escolher as ferramentas que necessitam para prosperar, e nossos cidadãos devem ser livres para selecionar de entre a mais ampla variedade de escolhas de alimentos que é possibilitada pela agropecuária moderna.”31 Com a liderança de pessoas como Paolo De Castro e amplo apoio do consumidor, está na hora de superar o mito e virar o diálogo em direção a uma pergunta muito mais importante: como podemos alimentar sustentavelmente o nosso mundo em crescimento?

OS AGRICULTORES DA UNIÃO EUROPEIA DEVEM TER PERMISSÃO PARA ESCOLHER AS FERRAMENTAS DE QUE PRECISAM PARA PROSPERAR, E OS NOSSOS CIDADÃOS DEVEM SER LIVRES PARA SELECIONAR DE ENTRE A MAIS AMPLA VARIEDADE DE ESCOLHAS, TORNADA POSSÍVEL PELOS NOSSOS MODERNOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS.” Paolo De Castro Presidente do Comité do Parlamento Europeu para Agricultura e Desenvolvimento Rural

A l i m e n tação A n i m al

|

21


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

Tecnologias que aumentam a eficiência podem reduzir drasticamente o uso de recursos na exploração 32, 33

Direito nº 3: SUSTENTABILIDADE

Um direito do meio ambiente

Uso de Água

Uso de Água 1977 2007

1977 2007

1944

14% menos

65% menos por galão de leite do que em 1944

por libra de carne

bovina do que 14% emmenos 1977

1944

65% menos2007 por galão de leite do que em 1944

por libra de carne bovina do que em 1977

2007

Uso de Terra 1977

34% menos

por libra de carne bovina 34%do que em 1977 menos

2007 1977

Uso de Terra

por libra de carne bovina do que em 1977

2007

90% menos

1944

por galão de leite do que em 1944 90%

1944

menos

por galão de leite do que em 1944 2007

Produção de efluentes

2007

Tecnologia produz sustentabilidade: a solução certa e ambientalmente correta Finalmente, a responsabilidade de proporcionar uma oferta de alimento abundante e disponível, com uma ampla variedade de escolha para o consumidor, deve ser viabilizada ao mesmo tempo que protegemos os recursos naturais – a terra, água e ar – que nos sustentam. Os factos são convincentes e deixam pouco espaço para argumento. Tecnologias de produção permitem aos agricultores cultivar mais alimentos com maior eficiência, possibilitando­‑lhes alimentar mais pessoas enquanto consomem menos recursos naturais e geram menos dejetos. Uma produção moderna e eficiente de alimentos é ambientalmente sustentável. Os dados falam por si. Por exemplo, desde 1944, a produção anual de leite por vaca quadruplicou nos Estados Unidos,32 o que significa que necessitamos de bem menos vacas para suprir a procura de leite. Consequentemente: •A produção moderna de todo galão de leite (4,5 litro), requer 65% menos água e 90% menos terra do que em 1944. • 76% menos efluentes produzidos para cada galão de leite vendido. •A pegada ecológica de carbono para um galão de leite em 2007 foi 63% menor que em 1944. 32 A história repete-se para cada quilo de carne bovina, no caso da carne. • Precisamos de quase menos 1/3 de bovinos hoje para suprir a procura de carne do que em 1977.

Produção de efluentes 1977 2007

1977 2007

20% menos por libra de carne bovina do que em 1977

20% menos por libra de carne bovina do que em 1977

76% menos por galão de leite do que em 1944

1944

76% menos2007 por galão de leite do que em 1944

Pegada ecológica de carbono

1977 2007

18% menos por libra de carne bovina do que em 1977

1944

63% menos

2007

1944

por galão de leite do que em 1944

Pegada ecológica de carbono 1977 2007

18% menos por libra de carne bovina do que em 1977

63% menos

1944

2007

por galão de leite do que em 1944

2007

Dados recolhidos e analisados ao longo de décadas provam que avanços na eficiência agropecuária têm efeitos positivos e de longo alcance no meio ambiente. 22 |

Alimentação Anim al

•C ada libra (cerca de meio quilo) de carne bovina produzida hoje nos EUA requer 14% menos água e 34% menos terra, e a produção atual de carne bovina norte­ ‑americana gera 20% menos efluentes do que em 1977. •A “pegada ecológica de carbono” para cada libra de carne bovina que compramos hoje é 18% menor do que era há apenas uma geração.33 Nós vimos ganhos similares na produção de cereais. Em 1961, um acre de trigo tinha a capacidade de alimentar globalmente cerca de duas pessoas. Hoje podemos alimentar quase seis pessoas com aquele mesmo acre de terra. De forma similar, dados globais mostram que um acre de arroz alimentava quatro pessoas em 1961 e em 2009 duplicou para mais de oito pessoas.34 Ainda assim, temos de continuar a melhorar. Para assegurar que nossa crescente população global tenha alimento suficiente, precisaremos produzir alimento com a máxima eficiência e com o menor impacto possível no ambiente. Como observa o Dr. Jason Clay, do WWF (World Wildlife Foundation), “para alimentar 9 mil milhões de pessoas e manter o planeta, temos que congelar a pegada ecológica de carbono. Se excedermos a capacidade produtiva do planeta, estaremos retirando a base de recursos de que os nossos filhos e os nossos netos necessitarão.35 Nós temos de usar menos para produzir mais a partir de menos.” 36

O impacto da tecnologia Um modo revelador para avaliar o impacto da tecnologia é considerar a agricultura no Brasil e no Reino Unido.


Historicamente, o Reino Unido foi um importante produtor e fornecedor de alimentos para a Europa. Porém, nas últimas décadas, as políticas da UE limitaram o acesso dos produ‑ tores do Reino Unido às tecnologias – e a legislação, em conjunto com uma minoria “barulhenta”, impactou as práticas e políticas. Enquanto havia múltiplos fatores em jogo durante este tempo, o Reino Unido perdeu 60.000 agricultores e trabalhadores rurais (entre 1998 – 2001)37 e em 2007, as importações de carne no Reino Unido foram 389% mais altas do que as exportações.38 Ademais, o volume de negócios das explorações caiu 71% entre 1995 e 2001 e foi negativo em sete de 11 anos entre 1998 e 2009. 39

Desafios aos Três Direitos Esta é uma questão complexa, e frequentemente gera três desafios comuns. 1. “Não precisamos de tecnologia para alimentar o mundo – precisamos de soluções para questões políticas e pobreza.” Na realidade, nós precisamos de todos os três. Mas a tecnologia é uma solução que existe hoje

Estas decisões políticas mais amplas contribuíram para arruinar a competitividade do setor agropecuário da UE. No fim das contas, um país que um dia foi respon‑ sável por alimentar outros países conheceu uma dramática alteração na balança comercial e agora depende fortemente das importações de outros produtores de menor custo, como o Brasil.

e pode gerar resultados imediatos. Como declarou Bill Gates, “Quando os produtores aumentam a sua produtividade, a nutrição melhora e a fome e a pobreza são reduzidas”.

20

E isso se destacou

também na Revolução Verde, de acordo com

Em menos de uma geração, o Brasil passou de importador de alimentos a um dos mais eficientes produtores – e expor‑ tadores – de alimentos do mundo. Entre 1996 e 2006, o valor da produção total do Brasil aumentou 365%.40 As exportações de carne bovina aumentaram dez vezes numa década, e o Brasil é agora o maior exportador do mundo de carne bovina, avícola e cana de açúcar.40 E muito disto foi realizado sem subsídios governamentais significativos.

experts que destacam o trabalho de Norman Borlaug na criação de grãos de alto­‑rendimento, ao qual é creditada a salvação de milhões de famintos no Século 20.42 A tecnologia não é a única solução, mas é uma solução que pode ser implantada hoje para conter os desafios morais, económicos e ambientais que enfrentamos.

O segredo para a marcante reviravolta do Brasil? Em grande parte, foi um clima político que encorajou a proteção do meio­‑ambiente do Brasil, ao mesmo tempo em que ampliou as escolhas de tecnologia agrícola – disponibilizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

2. “Se os consumidores de alimentos soubessem dos

Desenvolvendo tecnologias que variam da genética de novas sementes a novas raças de gado, a Embrapa obteve avanços em pesquisa e tecnologia para encarar alguns dos desafios de produção de alimentos mais intimidadores do mundo. E fizeram isto de uma forma que não apenas amplia as escolhas de tecnologias disponíveis para os produtores, mas também ajuda a proteger e preservar o meio­‑ambiente do Brasil.

segurança de qualquer tecnologia de produção de

fatos, eles não escolheriam alimentos produzidos usando certas tecnologias.”

alimentos, nova ou atual, deveria compartilhá­‑los com os órgãos reguladores apropriados. Porém, se eles tiverem apenas opiniões, devem aos consumidores o reconhecimento de que é este o caso. Os grupos minoritários precisam entender que a segurança dos alimentos pode não ser uma

Marcus Vinicius Pratini de Moraes, Ex­‑Ministro da Agricultura, Pecuária e Abaste‑ cimento (MAPA), Ex­‑Presidente da ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, membro do conselho da JBS S.A. e da COSAN, atribui a transformação agrícola do Brasil a cinco fatores­‑chave:

1. Sol

4. Tecnologia

2. Solo

5. Políticas de pró­‑agricultura

3. Liderança empreendedora

Quem tem dados críveis que ponham em questão a

questão para eles, mas as suas ações podem excluir o direito de escolha de pessoas com fome – até mesmo de pessoas famintas – em todo o mundo. Isso é moralmente errado.

Além disto, o estudo do ICAS para este artigo mostrou que 99% dos consumidores globais tomam suas decisões de compras baseados em

“Entendemos que a biotecnologia tem muito a contribuir para a agricultura e a humanidade”, diz Pratini.

sabor, custo, nutrição ou algum fator de estilo

O Brasil pode servir como modelo para outros países que lutam atualmente contra a insegurança alimentar. Abarcando os avanços da ciência, o país obteve importante rendimento com as exportações, e também forneceu alimentos a custos mais acessíveis e saudáveis à sua população, transformando as lutas de uma nação num triunfo económico e humanitário.

3. “Tecnologias de produção de alimentos prejudicam

de vida.

o nosso meio ambiente.” Métodos modernos de produção de alimentos, na verdade, reduzem o uso de recursos naturais preciosos como terra e água – ao mesmo tempo em que geram ainda menos desperdício.32,33,34

“É por isso que eu apoio totalmente o desenvolvimento científico”, diz Pratini. “Porque pode melhorar a qualidade de vida para toda a humanidade ao fornecer uma solução segura para alcançar a segurança alimentar”.41

Eficiência é o único modo de otimizar os nossos escassos recursos, satisfazer a necessidade futura e duplicar a produção de alimentos.

A l i m e n tação A n i m a l

|

23


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

Conclusões e reflexões finais A necessidade de avançar de forma robusta para combater a fome mundial nunca foi mais urgente. Os stocks de cereais estão a níveis alarmantemente baixos. Os preços dos alimentos estão em niveis recordes, com expectativa altista. A população ruma rapidamente aos 9 mil milhões. Nós temos uma janela de oportunidade excepcional: Uma luz foi focada no assunto. A necessidade é premente! O mito foi descortinado. Para tornar os alimentos seguros, acessíveis e abundantes numa realidade, temos de nos centrar nos três direitos fundamentais provenientes do acesso à tecnologia:

Jeff Simmons, Presidente da Elanco

1. Alimento – um direito humano básico Negar inovações seguras e comprovadas, que tornem a produção de alimento mais eficiente é desumano e deveria ser considerado moralmente inaceitável. 2. Escolha – um direito do consumidor Todos os consumidores deveriam ter o direito de gastar o seu orçamento alimentar da forma que acharem mais adequado. Os que precisam de escolhas de alimentos acessíveis deveriam encontrá­‑los prontamente disponíveis. Consumidores mais abastados também devem ter opções de alimentos de acordo com seu estilo de vida. 3. Sustentabilidade – ambientalmente correto Continuar a salvaguardar os nossos recursos naturais enquanto nos empenhamos para alimentar mais de 9 mil milhões de pessoas até 2050 requererá níveis de eficiência na produção de alimentos nunca antes atingidos. A tecnologia ajudou-nos a aumentar a expectativa de vida humana, virtualmente eliminar a varíola do planeta e enviar o homem à lua. Igualmente, tecnologias agropecuárias seguras e comprovadas para agricultura e alimentos podem ajudar os produtores mundiais a produzir mais com menos.

Hora de agir – O que você pode fazer? • Torne pessoal Junte­‑se a mim no objetivo de fazer do fim da fome global uma missão pessoal. Saia de sua “bolha”. Veja a fome de perto e tornar-se-á um ativista para o alimento seguro, abundante e de preço acessível. Pode haver um assunto moral mais importante para encarar? Está na hora de todos nós fazermos do alimento um direito para todos, em todos os lugares. Faça disto uma questão sua. • Comprometa-se Muito importante para os leitores deste artigo: comprometa­‑se com os influenciadores da cadeia alimentícia mais influentes que você conheça. O “discurso de guardanapo” é bem simples: Alimentos seguros, saudáveis e abundantes = Tecnologia (50­‑100­‑70) + Escolha (95­‑4). Soluções para os desafios de eliminar a fome mundial e maximizar a escolha do consumidor existem. Só trabalhando juntos podemos implementar com sucesso estas soluções. Para se comprometer ainda hoje, visite www.plentytothinkabout.org. • Apoie Finalmente, esteja pronto para apoiar os 99% dos cidadãos do mundo que querem livre escolha e um fornecimento de alimento saudável, acessível e seguro – bem como apoiar os órgãos reguladores que tornam possível produzir este alimento. Quando você souber de grupos de ativistas que representam minorias que buscam eliminar escolhas, banir práticas ou até mesmo eliminar proteína animal de nossas dietas, peça respeitosamente que provem suas afirmações usando dados científicos, económicos e ambientais, e compartilhe­‑os com os órgãos reguladores. Moralmente, cientificamente, economicamente, ambientalmente e socialmente, os dados apóiam o uso de tecnologia. Todos estes factos se alinham para apoiar uma posição com a qual todos nós concordamos: comprometer­‑nos a assegurar que um abastecimento global de alimentos seguros, abundantes e de preços acessíveis possa tornar-se uma realidade nas nossas vidas. 24 |

Alimentação Anim a l


A l i m e n tação A n i m a l

|

25


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

Referências Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. 2009. “More people than ever are victims of hunger” (Mais pessoas do que nunca são vítimas da fome). Acessado em 23 de setembro de 2010. <www.fao.org>. Programa Alimentar Mundial. “Winning the War on Hunger” (Vencendo a Guerra da Fome) Acessado em 2 de novembro de 2010. <www.wfp.org>. Green, R. et al. January 2005. “Farming and the Fate of Wild Nature.” (Agricultura e o Destino da Natureza Selvagem) Science 307.5709: 550­‑555. 4 Tilman, D. et al. August 2002. “Agricultural sustainability and intensive production practices.” (Sustentabilidade agrícola e práticas de produção intensiva) Nature 418.6898: 671­‑677. 5 2002. “World Agriculture: toward 2015/2030” (Agricultura no Mundo: em direção a 2015/2030) Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, Roma. Acessado em 2 de dezembro de 2008. <ftp://ftp.fao.org/ docrep/fao/004/y3557e/y3557e.pdf>. 6 Conselho Europeu de Informação sobre a Alimentação (EUFIC). “EUFIC REVIEW: An Introduction to Food Risk Communication.”(ANÁLISE EUFIC: Uma Introdução à Comunicação do Risco Alimentar) Acessado em 21 de janeiro de 2011. <www.eufic.org>. 7 FDA. 2009. Calculado com dados do Food and Drug Administration Foodborne Diseases Active Surveillance Network, Mesa 1b. Incidência de infecções bacterianas e parasíticas confirmadas em laboratório em 2009. Acessado em 18 de janeiro de 2011. <http://www.cdc.gov/foodnet/factsandfigures/2009/ Table1b_all_ incidence_96­‑09.pdf>. 8 Calculado com dados do U.S. Census Bureau. Acessado em 10 de fevereiro de 2011. <http://www.census.gov/compendia/statab/2011/tables/11s1102.pdf>. 9 Food Research and Action Center. 2008. “State of the States: 2008. FRAC’s Profile of Food & Nutrition Programs Across the Nation.” (Estado dos EUA: 2008. Perfil do FRAC de Programas de Alimentação e Nutrição dentre a Nação) 10 The Poverty Site. 2010. “Children in low­‑income households.”(Crianças em lares de baixa renda) Acessado em 2 de novembro de 2010. <www.poverty.org.uk/16/index.shtml?2>. 11 The Connexion. 2010. “13% of French live in poverty.”(13% dos franceses vivem na pobreza) Acessado em 2 de novembro de 2010. <www.connexionfrance.com>. 12 Fackler, M. 2010. “Japan Tries to Face Up to Growing Poverty Problem.”(Japão tenta enfrentar o problema da crescente probreza) The New York Times. Acessado em 2 de novembro de 2010. <www.nytimes.com>. 13 U.S. Census Bureau. 2009. “Income, Poverty, and Health Insurance Coverage in the United States: 2009.” (Renda, Pobreza e Cobertura de Planos de Saúde nos EUA: 2009) 14 Thurow, R. e Kilman, S. 2009. “Getting Down to Business.”(Começando o Trabalho) Enough: Why the world’s poorest starve in an age of plenty: 234. (Basta: Porque os mais pobres do mundo passam fome numa época de muito) 15 Borlaug, N. 2009. “Farmers Can Feed the World.”(Fazendeiros podem alimentar o mundo) Wall Street Journal. Acessado em 16 de setembro de 2009. <http://online.wsj.com/article/SB10001424 052970203517304574304562754 043656.html>. 16 UNICEF. Acessado em 20 de janeiro de 2011. <www.unicefusa.org>. 17 Newman, M. e SASI Group (University of Sheffield). 2006. “The Wretched Dollar (up to $1 a day).”(O Dólar Miserável [até $1 por dia]) Acessado em 23 de setembro de 2010. <www.worldmapper.org>. 18 Gabinete do Governo. 2008. “Food Matters: Towards a Strategy for the 21st Century (Executive Summary).”(Alimento Importa: Rumo a uma estratégia para o Século 21 [Sumário Executivo]) Acessado em 2 de novembro de 2010. <www.cabinetoffice.gov.uk/strategy/>. 19 Índice de preços para o consumidor: U.S. Department of Labor, Bureau of Labor Statistics. (Departamento do Trabalho, Serviço de Estatísticas do Trabalho) Acessado em 9 de fevereiro de 2011. <http://www.bls.gov/data/inflation_cal‑ culator.htm>. Renda doméstica baseada em renda per capita: U.S. Dept. of Commerce, Bureau of Economic Analysis. (Departamento de Comércio, Serviço de Análise Econômica) Lançado em setembro de 2010. Barril de petróleo: <http://www.inflationdata.com/inflation/inflation_rate/historical_oil_prices_table.asp>. Acessado em 9 de fevereiro de 2011. Milho, Leite & Trigo: USDA­‑NASS. Acessado em 9 de fevereiro de 2011. <http://www.nass.usda.gov/index.asp>. 20 Gates, B. 2011. “Annual Letter from Bill Gates: 2011.” (Carta Anual de Bill Gates: 2011) Fundação Bill & Melinda Gates. Acessado em 14 de fevereiro de 2011. <www.gatesfoundation.org/ annual­‑letter/2011/Pages/home.aspx>. 21 Estudos patrocinados pela indústria de saúde animal em parceria com a Elanco Animal Health. Estudo de 2001 conduzido por Ipsos Reid; estudo de 2004 conduzido por Forward Research; estudo de 2008 conduzido por Ipsos Forward Research. 22 Datamonitor. 2009. “Global Food and Organic Retail for Years 2009 and 2014.” (Varejo global de alimentos e orgânicos para os anos 2009 e 2014) 23 The Nielsen Company. 2010. Pesquisa de visitas online em outubro. Estudo comissionado pela Elanco. 24 Whole Foods Market. 2010. Pesquisa online conduzida por Harris Interactive. Acessado em 20 de janeiro de 2011. <http://wholefoodsmarket.com/pressroom/>. 25 The Nielsen Company. 2010. “Comparison of U.S. consumer purchases of organic and non­‑organic food products (dairy, fruits/vegetables and fresh meats), based on SKU scanner data for 59,863 shoppers.” (Comparação das compras de consumidores americanos de produtos alimentícios orgânicos ou não­‑orgânicos [laticínios, frutas/vegetais e carnes frescas], baseado nos dados do scanner SKU para 59.863 compradores) 26 Sumner, D., Rosen­‑Molina, J., et al. 2008. ”Economic Effects of Proposed Restrictions on Egg­‑laying Hen Housing in California.” (Efeitos Econômicos das restrições propostas ao abrigo de galinhas que põem ovos na Califórnia) University of California Agricultural Issues Center. (Centro de Questões Agrícolas da Universidade da Califórnia) 27 2004. “5th Report on the World Nutrition Situation: Nutrition for Improved Development Outcomes­‑March 2004.” (Quinto Relatório sobre a Situação da Nutrição Mundial: Resultados da nutrição para desenvolvimento melhorado) United Nations System Standing Committee on Nutrition (SCN) (Comitê de Posicionamento em Nutrição do Sistema das Nações Unidas): 27. 28 James, C. 2009. “Global Status of Commercialized Biotech/GM Crops: 2009.” (Status global de comércio de Biotech/Colheitas geneticamente modificadas: 2009) ISAAA Brief 41­‑2009. Acessado em 14 de fevereiro de 2011. <www. isaaa.org>. 29 Stein, A., Sachdev, H. e Qaim, M. 2006. “Potential impact and cost­‑effectiveness of Golden Rice.” (Impacto potencial e relação custo­‑eficácia do Arroz Dourado) Nature Biotechnol. 24: 1200­‑1201. 30 De Castro, P. 2010. “European agriculture and new global challenges.” (Agricultura europeia e novos desafios globais) Editora Donzelli. Roma. 31 De Castro, P. 2010. Correspondência profissional. 32 Capper, J., Cady, R. e Bauman, D. 2009. “The environmental impact of dairy production: 1944 compared with 2007.” (O impacto ambiental da produção de laticínios: 1944 comparado a 2007) J. Anim. Sci. 87: 2160­‑2167. 33 Capper, J. Julho de 2010. “Comparing the Environmental Impact of the U.S. Beef Industry in 1977 to 2007.” (Comparando o impacto ambiental da indústria de carne bovina nos EUA de 1977 a 2007) Apresentação do sumário em reuniões da Sociedade Americana de Ciência Animal. 34 Estatísticas agrícolas da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). 2010. Acessado em 11 de novembro de 2010. <www.fao.org/corp/statistics/en/>. 35 Feedstuffs FoodLink. 2010. “Ag must ‘freeze food footprint.’” (‘Ag’ deve “congelar a pegada do alimento”) Acessado em 20 de janeiro de 2010. <www.feedstuffsfoodlink.com>. 36 Clay, J. 2010. “Why Sustainability? Producing Beef on a Finite Planet.” (Por que sustentabilidade? Produzindo carne bovina em um mundo finito) Apresentação para o Global Conference on Sustainable Beef (Conferência Global de Carne Bovina Sustentável). 37 International Assessment of Agricultural Knowledge, Science and Technology for Development. (Avaliação Internacional de Conhecimento, Ciência e Tecnologia Agrícola para o Desenvolvimento) 2009. “Agriculture at a Crossroads: Global Report.” (Agricultura numa Encruzilhada: Relatório Global) Editado por Beverly McIntyre, Hans Herren, Judi Wakhungu e Robert Watson. 38 AgriStats. Acessado em 18 de setembro de 2009. <http://www.ukagriculture.com>. 39 Country Land & Business Association. 2009. “Food security: Defra engage in a phoney debate, says CLA.” (Segurança de alimentos: Defra se envolve em debate falso, diz CLA) Acessado em 16/09/09. <http://www.cla.org.uk/ News_and_Press/News_Archive/Food/Food_security/107611.htm/>. 40 The Economist. 2010. “The miracle of the cerrado.” (O milagre do cerrado) Acessado em 9/9/10. <http://www.economist. com/node/16886442/print>. 41 Ferriera, L. 2002. “Entrevista: Pratini de Moraes.” Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento. 24: 4­‑6. 42 Kilman, S. e Thurow, R. 2009. “Father of Green Revolution, Norman Borlaug, Dies at 95.” (Pai da Revolução Verde, Norman Borlaug more aos 95 anos) The Wall Street Journal. 24 de setembro de 2009:A5. 43 McGrath, J. 2010. “Public Opinion Report: The U.S. Consumer Relationship with Food and Expectations from Farm to Fork.” (Relatório de Opinião Pública: A relação do consumidor Americano com o alimento e expectativas da fazenda ao garfo) 44 Asian Food Information Centre. (Centro Asiático de Informação Alimentar) 2008. “Food Biotechnology: Consumer Perceptions of Food Biotechnology in Asia.” (Biotecnologia Alimentar: Percepções do consumidor sobre a biotecnologia alimentar na Ásia) 45 Eurobarometer 55.2, Diretório de Pesquisa – Gen., Comissão Europeia, Europeus, Ciência e Tecnologia. 2001. 46 International Food Information Council. (Congresso Internacional para Informação Sobre Alimentos) 2010. “2010 IFIC Consumer Perceptions of Food Technology Survey.” (Pesquisa de percepções do consumidor sobre tecnologia de amilentos IFIC 2010) 47 Food Marketing Institute Research Department. (Departamento de Pesquisa do Instituto de Marketing de Alimentos) 2009. “2009 U.S. Grocery Shopper.” (Comprador de supermercado dos EUA 2009) 48 Lohr, L. ERS/USDA (Departamento de Agricultura dos EUA). 2001. “Factors Affecting International Demand and Trade in Organic Food Products”. (Fatores que afetam a demanda e o comércio internacional de produtos alimentícios orgânicos) Publicado em “Changing Structure of Global Food Consumption and Trade” (Estrutura em mudança do consumo e comércio global de alimentos), editado porAnita Regmi. 49 McWilliams, J. 2009. “Organic Panic: Discovering Agriculture’s Golden Mean.” (Pânico orgânico: descobrindo o meio de ouro da agricultura) Just Food (Apenas Alimento): 53­‑80. 50 Enquete Harris. 2007. Publicado em “Organic Market Forecast to Carve Larger Niche.” (Previsão do Mercado orgânico para conseguir nichos maiores) Decision News Media SAS. Acessado em 26 de janeiro de 2011. <www. foodnavigator­‑usa.com>. 51 U.K. Food Standards Agency. (Agência de Padrões Alimentícios do Reino Unido) 2009. “Public Attitudes to Food Issues.” (Atitudes públicas para questões alimentares) 52 ERS/USDA. 2009. “Organic Agriculture: Organic Market Overview.” (Agricultura orgânica: visão geral do Mercado orgânico) Acessado em 17 de agosto de 2010. <www.ers.usda.gov/ Briefing/Organic/Demand.htm>. 53 Organic Trade Association. (Associação do Comércio Orgânico) 2010. “2010 Organic Industry Survey.” (Pesquisa da Indústria Orgânica 2010) Relatado pelo Meat Trade News Daily. “USA – Organic farm sales gaining market share.” (EUA – Vendas de fazendas orgânicas ganhando fatia do Mercado) Acessado August 5, 2010. <www.meattradenewsdaily.co.uk/news/160610/usa___organic_farm_sales_gaining_market_share_.aspx>. 54 Murphy, R. 2004. “Truth or Scare.” (Verdade ou medo) American Demographics. 26;(2): 26­‑32. 55 Lincoln Food Processing Center Institute of Agriculture and Natural Resources. (Instituto de Agricultura e Recursos Naturais do Centro de Processamento de Alimentos Lincoln) 2001. “Attracting Consumers with Locally Grown Products.” (Atraindo consumidores com produtos cultivados localmente) 56 Food Marketing Institute and American Meat Institute. (Instituto de Marketing de Alimentos e Instituto Americano de Carne) 2010. “The Power of Meat, 2010.” (O poder da carne, 2010) 57 Enquete Time/CNN. 2002. “Do You Consider Yourself a Vegetarian?” (Você se considera um vegetariano?) Acessado em 16 de agosto de 2010. <www.time.com/time/covers/1101020715/poll/>. 58 Stahler, C. 2006. “How Many Adults are Vegetarian?” (Quantos adultos são vegetarianos?) Vegetarian Journal 4. Acessado em 16 de agosto de 2010. <www.vrg.org>. 59 U.K. Office for National Statistics & Food Standards Agency. (Escritório de Estatísticas Nacionais e Agência de Padrões Alimentícios do Reino Unido) 2002. “The National Diet & Nutrition Survey: adults aged 19 to 64 years.” (Pesquisa nacional de dieta e nutrição: adultos de 19 a 64 anos) 60 Enquete interativa Harris. 2008. “Vegetarianism in America.” (Vegetarianismo na América) Relatado no Vegetarian Times. Acessado em 16 de agosto de 2010. <www.vegetariantimes.com>. 61 McStay, J. e Cunningham, J. 2009. “How Many Vegetarians Are There?” (Há quantos vegetarianos?) Vegetarian Journal. Acessado em 16 de agosto de 2010. <www.vrg.org>. 62 BMRB International. 2007. “Defra survey of attitudes, knowledge and behaviour in relation to the environment.” (Pesquisa Defra de attitudes, conhecimento e comportamento em relação ao meio ambiente) 63 U.K. Food Standards Agency. (Agência de Padrões Alimentícios do Reino Unido) 2007. “Consumer Attitudes to Food Standards 2007.” (Atitudes dos consumidores em relação a padrões alimentícios 2007) 64 U.K. Food Standards Agency. (Agência de Padrões Alimentícios do Reino Unido) 2004. “The National Diet and Nutrition Survey: adults aged 19 to 64 years.” (Pesquisa nacional de dieta e nutrição: adultos de 19 a 64 anos) 65 Pesquisa Avançada Ipsos. 2010. Milk Survey: South Africa. (Pesquisa do leite: África do Sul) Pesquisa comissionada pela Elanco. 66 Luntz, Maslansky Pesquisa estratégica. 2009. “Consumer Perceptions Around Dairy and rbST.” (Percepções do consumidor sobre laticínios e rbST) Pesquisa comissionada pela Elanco. 67 The Nielsen Company. 2010. “Milk Study Custom Survey Results.” (Resultados da pesquisa personalizada sobre estudo do leite) Pesquisa comissionada pela Elanco. 68 Nagle, T. 2009. “A Report on the Experience of the Fluid Milk Industry’s Widespread Shift to an ‘rbST­‑free’ Milk Supply.” (Um relatório sobre a experiência da mudança generalizada da indústria de leite fluido para um suprimento de leite ‘rbST­‑free’) Pesquisa comissionada pela Elanco. 1

2

3

26 |

Alimentação Anim al


Anexo Sumário dos estudos e dados­‑chave do ICAS Estudo/Relatório

Ano

Nº Total de consumidores pesquisados

Dados dos pontos de vista da maioria

Dados dos pontos de vista da minoria

1. Relatório de Opinião Pública: A relação do consumidor Americano com o alimento e expectativas da fazenda ao garfo 43

2010

1.000

92% querem que as cias de alimentos ofereçam mais opções saudáveis de alimentos

8% não estão interessados em mais opções saudáveis

2. Biotecnologia Alimentar: Percepções do consumidor sobre a biotecnologia alimentar na Ásia 44

2008

1.007

98% (média) relataram não ter preocupações com alimentos geneticamente modificados

2% (média) relataram preocupação com alimentos geneticamente modificados

3. Eurobarometer 55.2, Diretório de Pesquisa – Gen., Comissão Europeia, Europeus, Ciência e Tecnologia 45

2001

16.029

94,6% querem o direito de escolher se querem comprar alimentos geneticamente modificados

5,2% não sabem ou não querem o direito de comprar alimentos geneticamente modificados

4. Pesquisa de percepções do consumidor sobre tecnologia de alimentos IFIC 2010 46

2010

750

98% relataram não terem preocupação quanto à biotecnologia como um problema para a segurança dos alimentos

2% relataram preocupação quanto à biotecnologia como um problema para a segurança dos alimentos

5. Departamento de Pesquisa do Instituto de Marketing de Alimentos: Comprador de supermercado dos EUA 2009 47

2009

2.040

90% dos americanos estão preocupados com o valor nutricional do que comem

11% dos americanos não estão muito preocupados ou nem um pouco preocupados com o valor nutricional do que comem

6. Departamento de Agricultura dos EUA: Fatores que afetam a demanda e o comércio internacional de produtos alimentícios orgânicos 48

2001

N/A

97% das vendas globais de alimento são de produtos não­‑orgânicos

3% das vendas globais são de produtos orgânicos

7. Apenas Alimento por J. McWilliams. Pânico orgânico: descobrindo o meio de ouro da agricultura 49

2009

N/A

98% dos cidadãos do mundo comem alimentos cultivados tradicionalmente

2% dos cidadãos do mundo comem somente alimentos orgânicos

8. Enquete Harris número 97 50

2007

2.392

93% não compram alimentos orgânicos nunca/quase nunca

7% compram alimentos orgânicos sempre/ quase sempre

9. Varejo global de alimentos e orgânicos para os anos 2009 e 2014 22

2009

N/A

98,5% das vendas globais de alimentos são de alimentos não­‑orgânicos

1,5% das vendas globais de alimentos são de alimentos orgânicos

10. Agência de Padrões Alimentícios do Reino Unido Atitudes públicas para questões alimentares 2009 51

2009

3.219

97% dos cidadãos do Reino Unido não compram produtos orgânicos sempre

3% dos cidadãos do Reino Unido compram produtos orgânicos sempre

11. Relatório da USDA­‑ERS: Organic Agriculture: Agricultura orgânica: visão geral do Mercado orgânico 52

2009

N/A

97% das vendas norte­‑americanas de alimento são de alimentos não­‑orgânicos

3% das vendas norte­‑americanas de alimentos são de alimentos orgânicos

12. Associação do Comércio Orgânico 53

2010

N/A

96,3% das vendas norte­‑americanas de alimento são de alimentos não­‑orgânicos

3,7% das vendas norte­‑americanas de alimento são de alimentos orgânicos

13. American Demographics: Verdade ou medo 54

2004

2.289

98% dos americanos nem sempre compram produtos orgânicos

2% dos americanos sempre compram produtos orgânicos

14. Atraindo consumidores com produtos cultivados localmente 55

2001

500

92% dos americanos em NE, IA, MO e WI citam o sabor como fator n. 1 em suas decisões de compra de alimento

7% dos americanos em NE, IA, MO e WI citam cultivo orgânico como fator n. 1 em suas decisões de compra de alimento

15. Relatório do Instituto de Marketing de Alimentos e Instituto Americano de Carne: O poder da carne, 2010 56

2010

1.174

96% não são vegetarianos ou vegans

4% são vegetarianos ou vegans

17. Relatório do Vegetarian Journal: Quantos adultos são vegetarianos? 58

2006

1.000

96.3% não são vegetarianos ou vegans

3,7% são vegetarianos ou vegans

18. Relatório do U.K. Escritório de Estatísticas Nacionais e Agência de Padrões Alimentícios do Reino Unido: Pesquisa nacional de dieta e nutrição: adultos de 19 a 64 anos 59

2002

3.688

95% dos britânicos não são vegetarianos ou vegans

5% dos britânicos são vegetarianos ou vegans

19. Enquete interativa Harris: Vegetarianismo na América 60

2008

5.050

96,8% dos americanos não são vegetarianos

3,2% dos americanos são vegetarianos

20. Relatório do Vegetarian Journal: Há quantos vegetarianos? 61

2009

2.397

97% dos americanos não são vegetarianos ou vegans

3% dos americanos são vegetarianos ou vegans

21. Pesquisa Defra de atitudes, conhecimento e comportamento em relação ao meio ambiente 62

2007

3.618

90% dos cidadãos do Reino Unido não são vegetarianos ou vegans

10% dos cidadãos do Reino Unido são vegetarianos ou vegans

22. Relatório do U.K. Agência de Padrões Alimentícios do Reino Unido: Atitudes dos consumidores em relação a padrões alimentícios 2007 63

2007

3,513

98% dos cidadãos do Reino Unido não são vegetarianos

2% dos cidadãos do Reino Unido são vegetarianos

23. Relatório do U.K. Agência de Padrões Alimentícios do Reino Unido: Pesquisa nacional de dieta e nutrição: adultos de 19 a 64 anos 64

2004

2.251

95% dos cidadãos do Reino Unido não são vegetarianos ou vegans

5% dos cidadãos do Reino Unido são vegetarianos ou vegans

24. Pesquisa Avançada Ipsos. Pesquisa do leite: África do Sul 65

2010

300

25. Percepções do consumidor sobre laticínios e rbST 66

2009

1.000

92% dos americanos decidem sua compra de leite baseados em gosto, preço e frescor

8% dos americanos decidem sua compra de leite baseados em rotulagem orgânica e livre de hormônios

26. The Nielsen Company – Resultados da pesquisa personalizada sobre estudo do leite 67

2010

6.685

91% decidem suas compras de leite baseados em frescor, teor de gordura, preço e gosto

0,5% decidem suas compras de leite baseados em rotulagem livre de rbST/rbGH

27. Um relatório sobre a experiência da mudança generalizada da indústria de leite fluido para um suprimento de leite ‘rbST­‑free’ 68

2009

800

90% (média) relataram que a biotecnologia não afeta seus comportamentos de compras de alimentos

12% (média) relataram que a biotecnologia afeta seus comportamentos de compras de alimentos

TOTAL SIGNIFICA

70.709 –

99% dos sul­‑africanos não baseiam suas 1% dos sul­‑africanos baseia suas decisões na decisões na compra de leite em rotulagem compra de leite com rotulagem livre de hormônios

95,6

4,3

98% nos EUA dizem que sabor (43,48%), custo (31,51%) e nutrição (23,02%) são os 3 fatores mais importantes levados em consideração na compra de todos os alimentos

1,7% nos EUA dizem que já marcharam/ se agruparam, protestaram ou cercaram uma fazenda, rancho, restaurante ou supermercado para tentar mudar métodos de produção de alimento

ESTUDO CONFIRMATÓRIO 28 Pesquisa de visitas online em outubro da Nielsen Company 23

TOTAL GERAL

2010

26.653

O ICAS foi uma revisão de estudos, ati‑ tudes e comportamentos do consumidor supervisionada pelo economista Matt Erickson, que juntamente com Dennis DiPietre identificou e analisou mais de 70 fontes de investigação, incluindo 27 pesquisas de consumidor que correspon‑ deram aos seguintes três critérios­‑chave para inclusão na avaliação: 1. Para minimizar erros, perguntas aber‑ tas foram uma prioridade de seleção fundamental. Estas são perguntas que pedem aos consumidores que dêem suas próprias respostas, sem ter uma lista de opções para selecionar uma resposta. 2. Para contrastar atitudes relatadas com comportamentos reais, dados dos gastos dos consumidores foram incluídos na análise. 3. “Dados de atitude de consumidor” não solicitados, gerados por grupos com uma agenda óbvia (por exemplo, campanhas de abaixo­‑assinado, pró ou contra, sobre assuntos relaciona‑ dos à produção de alimento) foram excluídos desta análise. Para o bem da objetividade, os dados de atitude do consumidor do ICAS foram limitados a pesquisas aplicadas proativamente por pesquisadores qualificados. . Após completarem a análise destes 27 estudos, a equipa do ICAS contratou a Empresa Nielsen para administrar uma pesquisa confirmatória de mais de 26.000 consumidores norte­‑americanos, que é projetável a toda a população norte­‑americana. Este estudo confirmou que 98% dos consumidores consideram sabor (43,48%), custo (31,51%) e nutrição (23,02%) como os três fatores mais importantes ao tomar decisões de compra de alimentos. Uma parte separada do estudo indicou que 1,66% dos consumidores já marcharam/se agruparam, protestaram ou cercaram uma exploração, rancho, restaurante ou supermercado para tentar mudar métodos de produção de alimentos. Não era pretendido que o ICAS fosse uma metaanálise de todas as pesquisas de consumidores. Nenhuma medida comum de tamanho significativo foi identificada, nem uma média ponderada foi derivada da análise dos dados. Em vez disso, o propósito do ICAS era representar uma amostra objetiva e global de opiniões e comportamentos de consumidores sobre alimentos de 2001 a 2010.

97.362

A l i m e n tação A n i m al

|

27


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

PARA UMA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS COMPOSTOS SUSTENTÁVEL TENDÊNCIAS GLOBAIS

Patrick Vanden Avenne, *

* Presidente da FEFAC até Junho de 2013

28 |

Alimentação Anim al

Gostaria de delinear no meu relatório enquanto Presidente como vemos o caminho a seguir para uma indústria de alimentos compostos sustentável influenciada por aquilo que estamos atualmente a viver na Europa. Poucas palavras são mais utilizadas ou mais mal utilizadas do que sustentabilidade no debate público na UE e a nível global. Todas as empresas ou organizações com um grande sentido de autoestima têm já a sua própria definição de sustentabilidade e uma missão e política de sustentabilidade implementadas. Mas a sustenta‑ bilidade não é uma palavra da moda. Para ser mais preciso, é não só um dever moral, mas também uma configuração por defeito. E a sustentabilidade pode também ser um bom negócio para a indústria de alimentos compostos, defendendo nossa “licença” para produzir. Eu, por mim, gosto bastante da definição de sustentabilidade dos índios Hopi: «Nós não herdamos a terra dos nossos antepassados, mas pedimo­‑la emprestada aos nossos filhos». Após este intermezzo filosófico, gostaria de come‑ çar com um olhar rápido sobre as tendências do mercado global. A tendência de longo prazo é clara: de acordo com a FAO, a produção de carne terá que duplicar até 2050 e a produção de peixe terá que triplicar até 2050. Isto representa uma oportunidade significativa para as indústrias de alimentos compostos, mas também um desafio do ponto de vista económico, ambiental e da segurança alimentar. A produção global de alimentos compostos para animais estima­‑se atualmente em torno de 1.000 milhões de toneladas por ano. Em 2012, a produção de alimentos compostos para animais aumentou 7% na China, diminuiu 1,5% e 3% nos EUA e no Brasil e aumentou menos de 1% na UE a 27 com 153 milhões de toneladas. Temos perspetivas muito favoráveis ​​a longo prazo, mas a atividade diária permanece, ainda assim, muito difícil e arriscada. Esta crescente procura global coloca uma forte pressão sobre os recursos e sobre a disponibilidade dos ingredientes dos alimentos compostos devido à muito elevada volatilidade dos preços dos bens agrícolas. Qualquer má decisão relativamente às atividades de compra pode prejudicar seriamente a rentabilidade e, portanto, o futuro das empresas produtoras de alimentos compostos. Isto significa que a indústria de alimentos compostos global deve seguir dois caminhos paralelos na sua jornada rumo aos alimentos compostos sustentáveis: teremos de

produzir mais com menos. Mas deixem­‑me recordar­ ‑vos aquilo que Warren Buffet disse: a primeira regra para uma empresa se manter sustentável é gerar lucros saudáveis. Assim, para nos mantermos em atividade, mais sustentabilidade também deverá significar mais competitividade. Para que a indústria de alimentos compostos global se mantenha no caminho de uma maior produção sustentável e competitividade sustentável no médio e longo prazo, identifiquei quatro pilares que acredito serem as fundações para construirmos o desenvolvimento da nossa indústria: – O primeiro é uma fonte de alimentos compostos seguros – O segundo é indústrias de alimentos compostos e agropecuária competitivas – O terceiro é uma indústria de alimentos compos‑ tos eficiente em termos dos recursos – E o último é uma cadeia alimentar animal responsável

1. Segurança dos alimentos compostos Uma fonte segura é a base da indústria de alimentos compostos. É evidente que a segurança dos alimen‑ tos não é negociável e pertence, portanto, à área pré­‑competitiva. Trata­‑se de um pré­‑requisito para os consumidores e isto é absolutamente legítimo. Uma das principais tarefas comuns da FEFAC é promover tecnologias de transformação seguras e inovadoras e trabalhar no sentido de ajudar a definir normas regulamentares internacionais rigorosas e eficazes. A FEFAC acredita que é vital para a indústria dos alimentos compostos e para a sustentabilidade da cadeia alimentar que se apliquem normas claras ao longo de toda a cadeia da alimentação animal, tal como demonstrado recentemente pela contaminação do milho por aflatoxinas na UE. Acre‑ ditamos que todos os fornecedores devem aplicar a abordagem «topo da pirâmide» assumindo mais responsabilidades por testar e fazer amostragem das matérias­‑primas para alimentação animal que colocam no mercado. Os nossos fornecedores devem assumir as suas responsabilidades com maior seriedade no que diz respeito a colocar no mercado apenas produtos seguros. Ainda nos falta a atitude correta dos fornecedores como sendo parte integrante da cadeia alimentar. Competir na segurança dos alimentos compostos nas costas dos seus clientes é uma abordagem muito imprudente e irá destruir a confiança, mais uma vez, em toda


A l i m e n tação A n i m a l

|

29


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

a cadeia alimentar animal – pois os nossos próprios clientes, assim como as nossas autoridades públicas voltaram a uma abor‑ dagem «não fazemos prisioneiros», devido a falhas na nossa cadeia de fornecimento para o cumprimento dos limites e requisitos legais dos nossos próprios sistemas de autocontrolo. Os membros da FEFAC estão verdadeira‑ mente desiludidos com a falta de empenho e comunicação dos nossos fornecedores em assumirem a sua parte na situação de gestão da atual crise que está longe de ser resolvida. O primeiro seminário comum da UE sobre implementação de higiene nos alimentos para animais organizado pelo Serviço Alimentar e Veterinário da UE, em Grange, entre as autoridades de controlo competentes de todos os Estados­‑Membros, os parceiros da cadeia alimentar animal da UE e programas de garantia da segurança dos alimentos compostos realizado em 15 de maio de 2013, mostrou­‑nos o caminho a seguir através de uma melhor cooperação e troca de informa‑ ções entre o setor privado e o controlo oficial. Com vista a promover as boas práticas de fabrico e padrões de segurança mais elevados dos alimentos na UE e no mundo, a FEFAC está assim constantemente a atualizar o seu guia EFMC para boas práticas de fabrico de alimentos compostos para animais e pré­‑misturas e irá desenvolver a sua lista de referência para requisitos fundamentais para os sistemas de garantia de segurança dos alimentos compostos para animais. Trabalhamos igualmente com organizações governamentais e não­‑governamentais para apoiar normas internacionais de segurança dos alimentos compostos. A FEFAC também contribuiu para o Grupo de Trabalho Intergo‑ vernamental do Codex sobre Alimentação Animal que definiu novas diretrizes e normas de avaliação de risco da segurança dos alimen‑ tos compostos para utilização dos governos em todo o mundo. A IFIF e a FAO publicaram um Manual de Boas Práticas para Alimentos Compostos global em 2010.

2. U ma indústria de alimentos compostos competitiva A indústria de alimentos compostos é um elo vital na cadeia alimentar. Somos os clientes dos produtores de culturas arvenses e também somos os fornecedores dos produtores pecuários, o que significa que fazemos a ligação entre a produção vegetal e a produção animal. Condições de mercado rígidas e padrões climáticos instáveis continuarão a ser os fatores que mais contribuem para a volatilidade dos 30 |

Alimentação Anim al

preços dos ingredientes dos alimentos compostos nos próximos anos. Precisamos, assim, de dispor das ferramentas adequadas para lidar com esta volatilidade. Com o seu poder de compra, a sua capacidade de utilizar instrumentos de gestão de risco, mas também com os seus conhecimentos sobre nutrição e formulação, a indústria de alimentos compostos desempenha um papel de amortecedor de preços em benefício da pecuária. Este papel de amortecedor é, no entanto, limitado no tempo. Se que‑ remos que a ligação entre produtores de culturas arvenses e criadores de gado seja sustentável, as flutuações de preços em algum nível têm que ser passadas de uma parte da cadeia alimentar animal e humana para a próxima, o que irá ter impacto no consumidor final. Quando as condições do mercado são aper‑ tadas, o acesso aberto a bens agrícolas e ingredientes de alimentos compostos é um fator­‑chave da competitividade sustentá‑ vel. A FEFAC apoia fortemente o comércio aberto e justo. Nesse sentido, apoiamos integralmente as recomendações adotadas na última reunião dos ministros da agricultura do G­‑20 relativamente à prevenção de limites ao comércio. Seguindo a mesma lógica, é da responsabilidade dos decisores políticos da UE e das autoridades nacionais competentes combater e rever os pesos regulatórios e eliminar as medidas que prejudiquem a fluidez dos mercados de matérias­‑primas agríco‑ las. Estas medidas têm um grave impacto negativo na previsibilidade do mercado e, como todos nós vimos nos últimos anos, o comércio internacional não gosta de incer‑ tezas. Consideramos que o atual pacote de compromissos da reforma da PAC é um passo importante neste caminho, desde que permita o grau de flexibilidade necessário para que os agricultores e a indústria de transformação se adaptem às novas condições de mercado, por exemplo, permitindo o plantio de culturas proteaginosas na Área de Interesse Ecológico e a criação de uma reserva de crise agrícola bem financiada. A indústria de alimentos compostos está preocupada com a possibilidade de os biocombustíveis subsidiados distorcerem os mercados para os coprodutos que são mais valorizados nos alimentos compostos a partir de uma perspetiva de sustentabilidade, pois isso reduz a concorrência por grãos nativos, melhorando assim as sinergias no interior da cadeia alimentar. A indústria de alimentos compostos contribui efetivamente para a viabilidade económica da indústria

dos biocombustíveis com a compra dos coprodutos ricos em proteínas como o DDGS ou o bagaço de colza. Tem que encontrar o equilíbrio correto entre a disponibilidade destes coprodutos e o aumento da concor‑ rência por matérias­‑primas, que são também utilizados pela nossa indústria. Em caso de escassez, deve dar­‑se prioridade aos canais de escoamento dos alimentos compostos para animais e os destinados à alimentação humana.

3. U ma indústria de alimentos compostos eficiente Com uma crescente procura e recursos limitados, a equação é, em teoria, simples de resolver: temos de fazer melhor e, com efeito, temos que fazer o melhor uso dos recursos naturais. E a indústria dos alimentos compostos é realmente boa nesta tarefa! Desde o seu início, o valor acrescentado da indústria de alimentos compostos reside no seu “saber­‑fazer” nutricional, o que permite produzir dietas para animais equilibradas e rentáveis. Este “saber­‑fazer” baseia­‑se, por um lado, num conhecimento abrangente das características nutricionais dos ingredientes dos alimentos compostos e, por outro lado, numa avaliação precisa das necessidades nutricionais dos animais. É o conhecimento nutricional que permite valorizar os exceden‑ tes alimentares e as perdas de alimentos e, se tivermos em conta muitos outros ingredien‑ tes dos alimentos compostos, as indústrias da alimentação animal e a pecuária criam grande valor ao transformarem recursos não comestíveis por humanos em alimentos de boa qualidade. A indústria de alimentos compostos, com o apoio da melhoria genética, já conseguiu progressos significativos em termos da efi‑ ciência dos recursos. Os rácios de conversão de alimentos compostos são muito menores atualmente do que eram há algumas décadas atrás. Mas é necessário ir mais longe. A tecnologia de transformação dos alimentos compostos, como a moagem, a peletização e a extrusão permite à indústria satisfa‑ zer com mais precisão as necessidades de nutrientes dos animais. Outros processos, como o tratamento térmico, podem melho‑ rar a digestibilidade, eficiência, utilização e segurança microbiológica dos alimentos compostos. A investigação e a inovação são ferramentas essenciais para melhorar a eficiência dos recursos. Novos modelos de avaliação de alimentos compostos, baseados em estimativas mais precisas do forneci‑ mento de energia, nutrientes e necessidades


energéticas e nutricionais irão contribuir significativamente para a redução de perdas de energia e nutrientes. Uma nutrição e modelos de resposta animal inovadores irão colmatar as lacunas de conhecimento no que diz respeito ao consumo alimentar animal residual e à alimentação animal de precisão. A nova Agenda de Investigação e Inovação Estratégica EUFETEC para nutrição animal que entregámos pessoalmente ao Sr. Jerzy Plewa, o novo Diretor­‑Geral da DG AGRI, em janeiro deste ano é uma referência chave. Esperamos que isso permita à DG Investiga‑ ção da Comissão UE e à Parceria Europeia de Inovação sobre Agricultura Sustentável da DG AGRI darem prioridade a projetos de investigação nesta área importante que tem um impacto chave sobre a sustentabilidade e a competitividade da pecuária e da produção aquícola. Segundo os resultados provisórios da FAO, 70% ou mais da pegada de carbono da carne (aves e suínos) têm origem nos alimentos compostos e não há dúvida de que a redução das emissões de gases de efeito de estufa, e, mais geralmente, da pegada ambiental da carne e laticínios, será um importante impulsionador de negócios para a nossa indústria a nível global nos próximos anos. A este respeito, é extremamente importante comunicar dados fiáveis a​​ pós a publicação da Comunicação da Comissão Europeia sobre “o mercado único de produtos verdes” em abril de 2013. A FEFAC está envolvida em projetos da FAO e da UE com vista a harmonizar a avaliação do impacto ambiental. – O consórcio FEFAC e AFIA criado em 2011 irá este ano atingir um primeiro ponto de referência com a publicação da primeira versão “LCA Guidelines” (Avaliação do Ciclo de Vida) dos alimentos compostos. Estas orientações irão, naturalmente, fornecer recomendações sobre como avaliar as emissões de gases de efeito de estufa, mas algumas outras categorias de impacto ambiental, como o consumo de água doce ou a eutroficação, serão igualmente tidas em conta. –S ob a égide da IFIF, a FEFAC e a AFIA ade‑ riram também à Parceria LEAP (Avaliação do Desempenho Ambiental da Pecuária). A Parceria LEAP visa melhorar a forma como são medidos os impactos ambientais dos produtos da pecuária. – O consórcio liderado pela FEFAC juntou­‑se à fase piloto para testar o protocolo ENVI‑ FOOD sobre a metodologia quadro para avaliação do impacto ambiental da cadeia

alimentar, o que eventualmente levará ao desenvolvimento das Regras de Categoria de Produto para alimentação animal.

4. U ma indústria de alimentos compostos responsável A sustentabilidade não se limita aos impactos sobre o ambiente, mas também abrange o fornecimento responsável e a obtenção responsável de matérias­‑primas. A FEFAC acredita que todas as matérias­‑primas devem ser produzidas de forma responsável segundo princípios internacionalmente aceites. Cabe à indústria de alimentos compostos contribuir para o desenvolvimento de princípios orienta‑ dores para matérias­‑primas sustentáveis e ​​ m cooperação com os principais produtores e organizações comerciais. Contudo, atualmente, o principal foco polí‑ tico, do mercado e dos meios de comunicação é a utilização de bagaço de soja pela nossa indústria. O bagaço de soja é a essência de quaisquer sistemas de produção de pecuária intensiva em todo o mundo, por isso temos interesse global conjunto em assegurar o acesso ao mercado para esta inigualável fonte de proteínas de alta qualidade no longo prazo. A Europa, por exemplo, tem que importar mais de 70% das suas necessidades de proteínas. Mesmo que todos os atuais planos da reforma da PAC para revitalizar a produção europeia de proteína venham a ser aprovados, a dependência da pecuária da UE da soja importada continuará a ser uma realidade económica para o futuro previsível. As campanhas lançadas recentemente nos meios de comunicação estão a colocar em questão certas práticas agrícolas e impactos ambientais nos países exportadores de soja. Os direitos de desflorestação, às terras e da comunidade, as condições de trabalho e as boas práticas agrícolas, na sua maioria ligadas à utilização de pesticidas estão con‑ tinuamente sob escrutínio público. Assim, a FEFAC irá continuar a apoiar a Mesa Redonda da Soja Responsável, a RTRS, como uma plataforma credível com várias partes inte‑ ressadas, ao mesmo tempo que desenvolve um roteiro prático para a adoção gradual de uma lista europeia de critérios básicos para a soja sustentável utilizando RTRS ou sistemas equivalentes como princípio orientador. Esta abordagem deve ser implementada de forma prática e adotando uma introdução gradual no sentido do abastecimento do mercado dominante. As nossas indústrias também se encontram sob pressão em relação à saúde e ao bem­‑estar animal. A saúde do aparelho digestivo é um elemento de con‑

trolo essencial para o agricultor alcançar o desempenho animal ideal. Desenvolveu­‑se pesquisa com vista a otimizar a saúde animal, através de estratégias de nutrição inovadoras. No entanto, ainda existe um potencial significativo de ganhos, utilizando, por exemplo, estratégias de alimentação personalizadas com base no estado de saúde dos animais. Deveriam igualmente desenvolver­‑se novas técnicas em resposta à procura de uma pecuária socialmente responsável. No entanto, os animais doentes têm o direito de ser tratados corretamente. Neste contexto, a FEFAC continua a apoiar os planos da Comissão Europeia de modernizar e harmonizar ainda mais a legislação sobre alimentos medicamentosos como um dos canais de distribuição mais bem controlados para medicamentos veterinários terapêuticos sob estrita prescrição veterinária. CONCLUSÃO Como conclusão, a FEFAC considera que o melhor caminho no sentido de uma indús‑ tria de alimentos compostos sustentável é apoiar os avanços contínuos na melhoria da produção pecuária, do ponto de vista da segurança, ambiental e económico. Acredito que isto só se poderá alcançar através de uma competitividade sustentável da nossa indústria e de um aumento sustentável da produção. O paradigma irá mudar. O conceito de pecuária intensiva e agricultura intensiva está a evoluir no sentido de apoiar uma abordagem ecologicamente intensiva que fornece produtos saudáveis, seguros e acessíveis, o que reduz e suaviza os impactos ambientais. Através da inovação, a pecuária intensiva moderna consegue integrar as metas do bem­‑estar animal, mas acima de tudo, permite que o nosso setor produza mais com menos, a fim de satisfazer as necessidades da nossa crescente população mundial. A indústria de alimentos compostos, no seu esforço para se tornar cada vez mais sustentável, irá apoiar a crescente procura global por produtos pecuários, reduzindo a nossa pegada ambiental e aumentando a nossa eficiência de recursos. No que diz respeito à sustentabilidade, estou confiante que o plano de ação da FEFAC irá manter­‑se no seu curso e satisfazer as necessidades das nossas gerações futuras de consumi‑ dores em termos dos produtos de origem animal produzidos de forma responsável e as exigências societais estabelecidas no novo quadro político da UE sobre produção e consumo sustentável, o mercado único de produtos verdes e a reforma da PAC. A l i m e n tação A n i m al

|

31


Alimentação Animal SUSTENTABILIDADE

Dez Razões que tornam a Soja Americana Sustentável Por que motivo a soja americana é sustentável 1. A soja é cultivada em quase 80 milhões de hectares nos Estados Unidos. Mais de 90% desta área é cultivada com soja biotec‑ nologicamente melhorada, tolerante aos herbicidas, que permite aos agricultores praticarem cada vez mais o plantio direto ou o cultivo com conservação do solo. Soja 2008 Hectares Plantados por Condado Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Serviço de Estatística Agrícola Nacional

5. O plantio directo permite que os resíduos da cultura anterior sejam deixados nos campos. Estes resíduos orgânicos eventualmente deterioram-se e passam para o solo. Isto significa que, pela primeira vez na história da agricultura, os agricultores aumentam a quantidade de solo arável nos seus campos nos periodos de crescimento. 6. O adensamento permite que a soja cresça tão próximo que as plantas formam uma abóbada que reduz a pressão das infestantes, ajudando a reter mais humidade no solo. Isto é crucial durante períodos de seca. 7. A redução da necessidade de maquinaria pesada conduz a uma menor compactação do solo. Isto é positivo para as populações de minhocas e para a fixação de humidade e reduzindo grandemente o escoamento da água para os seus cursos.

2. Através do método de produção de sementeira direta, as sementes são plantadas directamente no solo através de resíduos de culturas anteriores. Isto reduz a necessidade de mobilização profunda que consome energia e de operações de cultivo múltiplas com equipamento pesado. 3. A redução da mobilização profunda diminui grandemente a erosão dos solos e a perda de humidade. Desde a introdução da soja tolerante aos herbicidas em 1996, a utilização da sementeira direta aumentou drasticamente nas explorações de soja norte­‑americanas.

O plantio adensado forma uma abóbada que controla naturalmente o crescimento de infestantes

8. A redução em tempo gasto nas mobilizações do terreno reduz grandemente a utilização de combustível. Isto resulta num corte substancial, em cerca de 88%, nas emissões de gases com efeitos de estufa. 9. A soja biotecnologicamente melhorada proporciona um maior controlo das infestantes, e consequentemente sementes de plantas menos tóxicas na colheita. Isto aumenta a segurança para os consumidores e nos alimentos para animais.

Plantas de soja a nascerem através dos resíduos da colheita de milho do ano anterior

4. A soja tolerante aos herbicidas permite um maior controlo das infestantes e reduz significativamente a quantidade de químicos agrícolas necessários quando comparada com a produção convencional. A soja transgénica permite que o espaçamento entre linhas seja reduzido – 17,7 cm em vez dos convencionais 76 cm porque os agricultores já não necessitam de espaço entre as linhas para controlo mecânico das ervas daninhas. 32 |

Alimentação Anim al

10. A soja norte­‑americana é cultivada em terrenos agrícolas férteis. A produção de soja norte­‑americana não causa perda ou degradação de floresta. Com efeito, existem hoje mais árvores nos Estados Unidos do que há 100 anos. Os agricultores documentaram uma biodiversidade melhorada e mais aves e insectos nas suas terras com estas práticas agricolas. A utilização da biotecnologia e da sementeira directa significa que a ciência da soja sustentável e a natureza trabalham harmoniosamente em conjunto para manter explorações agrícolas eficientes e sustentar assim as economias rurais.


Declaração de Sustentabilidade ASA­‑IM Tal como definida pelo Congresso norte­‑americano na «Lei Agrícola» de 1990, a agricultura sustentável é um sistema integrado de práticas de produção de plantas e/ou produção animal com aplicação num local específico que permitirão, a longo prazo: • Satisfazer as necessidades humanas de alimentos e fibra •A umentar a qualidade ambiental e os recursos naturais dos quais depende a economia agrícola • Fazer o uso mais eficiente de recursos não renováveis e da exploração agrícola e integrar, quando apropriado, ciclos e controlos biológicos naturais • Sustentar a viabilidade económica das operações agrícolas • Melhorar a qualidade de vida dos agricultores e da sociedade como um todo

Estas práticas aumentaram drasticamente com a introdução de sementes de soja transgénicas, permitindo assim aos agricultores expandirem largamente a prática da sementeira direta. Como resultado, os produtores de soja norte­‑americanos estão a assistir a uma menor erosão dos solos, quantidades acrescidas de taxas de sequestro de carbono no solo, diminuindo assim as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera. Os agricultores norte­‑americanos são há muito, e continuarão a ser, líderes na protecção dos nossos recursos naturais e do ambiente ao mesmo tempo que produzem quantidades abundantes de alimentos para distribuição nos Estados Unidos e em todo o mundo. A ASA­‑IM continua a abordar a agricultura sustentável e continuará as suas relações estreitas com os produtores de soja norte­‑americanos para que estes possam permanecer na vanguarda da prática de métodos de produção de soja sustentáveis.

•C ontinuar economicamente viável porque sem rentabilidade não é possível ser sustentável A Associação Americana de Produtores de Soja Marketing Inter‑ nacional e a sua antecessora, a Associação Americana de Soja (ASA), têm uma longa história no apoio aos produtores de soja norte­‑americanos nas práticas de produção sustentáveis, tal como definido pelo Congresso. Em 1998, a ASA e o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) publicaram o livro intitulado «Gestão da Soja e a Terra: Um Manual de Boas Práticas de Gestão para os Produtores» que promovia a adoção de práticas de cultivo com conservação do solo. 1 30/09/13 16:47 AF_raporal_anuncio_148x210mm.pdf

A l i m e n tação A n i m a l

|

33


Alimentação Animal Investigação PU B

As enzimas e a indústria dos alimentos compostos para animais Rob ten Doeschate e Maria Soto­‑Salanova

34 |

Alimentação Anim a l

Quer ganhar dinheiro? Poderá pensar: mas que

preço dos produtos deverá constituir menor

pergunta mais estranha... Porém, às vezes valerá

preocupação, já que o retorno do investimento de

a pena fazer perguntas como esta. Leia o artigo.

uma moderna enzima de alimentos para animais

Quando chegar ao fim, certamente irá responder

é tão grande que as diferenças absolutas do

com um inequívoco: Sim!

preço pago se tornam algo de irrelevante. Mais

As enzimas são utilizadas em alimentos com‑

importante é o facto de conseguir assegurar

postos para animais monogástricos (suínos e

o valor prometido de forma consistente. Em

aves de capoeira) há já bastante tempo, tendo

suma, uma enzima tem de actuar de forma a

sido consideradas por algumas entidades como

proporcionar uma mais­‑valia. Se desejar que uma

commodities. Como é do seu conhecimento,

enzima funcione, um pré­‑requisito é que a própria

as commodities nem sempre são aquilo que

enzima e o substrato proposto se combinem nas

parecem. Vejamos o exemplo do trigo do Reino

condições certas. Para uma fitase, tal significa

Unido este ano. Sabemos que existe fraca

que quando o alimento chega ao estômago ou

qualidade no mercado. Os testes e parâmetros

à moela com um pH reduzido (onde o substrato

de qualidade ajudam a caracterizar a mercadoria,

e o fitato passam a solução), a enzima também

mas na realidade é frequentemente menos

necessita de estar na solução e permanecer

consensual do que pode inicialmente parecer. Tal

activa sob condições gástricas. Para se combinar,

significa que valerá a pena ser um pouco mais

a enzima precisa de procurar o substrato, o

cauteloso com o seu fornecimento e definir a

que poderá ser complicado. Voltemos de novo

mercadoria de modo a obter a qualidade que

à fitase. Habitualmente adicionamos doses de

deseja ou com a qual poderá trabalhar. O recurso

cerca de 100 g de um produto à base de fitase

à importação de trigo tem sido a resposta para

por tonelada de ração. No entanto, as 100 g

alguns, ao passo que outros trabalham com um

não correspondem a proteína de enzima pura.

reduzido valor energético no material disponível

Convenhamos que 10­‑15% corresponde a enzima,

da colheita de 2012 no Reino Unido. Seja como for,

pelo que adicionamos apenas 10­‑15 g/t de enzima.

existe um custo na manutenção do fornecimento

Um alimento típico para animais monogástricos

de nutrientes para os animais: se pagar um

pode conter algo como 0,25% de fósforo fitico,

preço elevado obtém uma qualidade superior,

ou 0,89% de fitato. Assim, prevemos que as 15

enquanto um preço mais baixo implica valores

g de enzima (uniformemente distribuídas em

de nutrientes mais baixos. Algo semelhante se

1000 kg de ração) sejam associadas aos 8,9 kg

aplica à enzimas: ao adquirir o mais barato do

de substrato (de novo, distribuídas de forma

mercado, obterá certamente um valor inferior,

homogénea em 1000 kg de ração), enquanto

ao contrário do que se pagasse um pouco mais

no ambiente gástrico. Sabemos que funciona,

por um dos exemplos mais modernos.

mas como é possível? Tal funciona porque a

As enzimas apresentam vários tipos de diferen‑

enzima possui uma afinidade com o substrato,

ças, algumas das quais são mais importantes

levando a que o procure. Logo, quanto maior

do que outras para a indústria dos alimentos

for a afinidade, maior será a probabilidade

compostos para animais. Na actualidade, o

de a enzima localizar o substrato e conseguir


desempenhar a respectiva função. À medida que o substrato se decompõe e o nível de substrato vai progressivamente baixando, a enzima necessita de trabalhar mais para localizar o substrato

Figura 2: Viscosidade do alimento avaliada em aves com 22 dias de Figura
2:
Viscosidade
da
digesta
avaliada
em
aves
com
22
dias
de
idade
alimentadas
c idade alimentadas com uma dieta viscosa, comparando a Econase XT uma
dieta
viscosa,
comparando
a
Econase
XT
com
produtos
da
concorrência
e
um
con negativo 
 com produtos da concorrência e um controlo negativo

que resta. Vale igualmente a pena saber quanto substrato existe na primeira fase. Trata­‑se de uma área na qual a AB Vista tem

Resultados – Viscosidade (mPa.s) 22d

estado a trabalhar em parceria com a AUNIR com o objectivo de desenvolver calibrações NIR que permitam a previsão fiável de fitato em matérias­‑primas habitualmente utilizadas, bem como em rações completas.

Produto R

A próxima pergunta a responder será como a indústria de

Produto D

alimentos compostos para animais consegue compreender o

Produto B Controlo

valor das enzimas. Habitualmente, fala­‑se sobre melhorias de desempenho que se traduzam em valor, mas para o comum

Fêmeas Média nível
 de
 substrato
 vai
 progressivamente
 baixando,
 a
 enzima
poupanças necessita
 de
 trabalhar
 mais
Machos para
 produtor de rações é mais importante equacionar localizar
 o
 substrato
 que
 resta.
 Vale
 igualmente
 a
 pena
 saber
 quanto
 substrato
 existe
 na
 primeira
 de custos a um idêntico nível de desempenho. Com os actuais fase.
Trata‐se
de
uma
área
na
qual
a
AB
Vista
tem
estado
a
trabalhar
em
parceria
com
a
AUNIR
com
 custos unitários de energia muito elevados, a capacidade de uma O valor combinado do bom controlo da viscosidade e do forneci‑ 
 o
 objectivo
 de
 desenvolver
 calibrações
 NIR
 que
 permitam
 a
 previsão
 fiável
 de
 fitato
 em
 matérias‐ xilanase proporcionar um nível de desempenho idêntico numa mento de mais energia (ou benefício para o índice de conversão primas
habitualmente
utilizadas,
bem
como
em
rações
completas.

 O
valor
combinado
do
bom
controlo
da
viscosidade
e
do
fornecimento
de
mais
energia
(ou
b dieta com o teor de AME (energia metabolizável aparente) mais para
o
índice
de
conversão
alimentar)
significa
que
é
possível
ganhar
mais
dinheiro
com
a
u alimentar) significa que é possível ganhar mais dinheiro com a A
 próxima
 pergunta
 a
 responder
 será
 como
 a
 indústria
 de
 elementos
 compostos
 para
 animais
 da
Econase
XT!
 baixo pode proporcionar um valor real. A Econase XT, a xilanase utilização da Econase XT! consegue
 compreender
 o
 valor
 das
 enzimas.
 Habitualmente,
 fala‐se
 sobre
 melhorias
 de

desempenho
que
se
traduzam
em
valor,
mas
para
o
comum
produtor
de
rações
compostas
é
mais
 intrinsecamente termoestável da AB Vista, pode proporcionar Outro
aspecto
a
considerar
ao
escolher
um
parceiro
fornecedor
de
enzima
será
o
facto
de
a
 Outro aspecto a considerar ao escolher um parceiro fornecedor importante
 equacionar
 poupanças
 de
 custos
 a
 um
 idêntico
 nível
 de
 desempenho.
 Com
 os
 actuais
 até 150 kcal (0,6 MJ) de AME numa dieta à base de trigo. Tal estar
apta
a
prestar
serviços
relevantes,
bem
como
conhecimentos
sobre
a
aplicação
do
pro de enzima será o facto de a empresa estar apta a prestar custos
unitários
de
energia
muito
elevados,
a
capacidade
de
uma
xilanase
proporcionar
um
nível
de
 capacidade
para
analisar
enzimas
é
inquestionável,
mas
a
AB
Vista
consegue
fornecer
algum significa um valor superior ao proporcionado pelos produtos serviçosmais
baixo
 relevantes, bem como conhecimentos sobre a aplicação desempenho
idêntico
numa
dieta
com
o
teor
de
AME
(energia
metabolizável
aparente)
 valias
 nesta
 área.
 Em
 primeiro
 lugar,
 a
 análise
 das
 enzimas
 na
 alimentação
 realiza‐ tradicionais, o que traduz melhorXT,
 desempenho se utilizado termoestável
 do produto. A capacidade para analisar enzimas é inquestionável, pode
 proporcionar
 um
se valor
 real.
num A
 Econase
 a
 xilanase
 intrinsecamente
 da
 AB
 no
 País
 de
 laboratório
 dedicado
 Gales,
 o
 que
 proporciona
 a
 vantagem
 de
 prazos
 de
 Vista,
pode
proporcionar
até
150
kcal
(0,6
MJ)
de
AME
numa
dieta
à
base
de
trigo.
Tal
significa
um
 relativamente
rápidos
e
um
maior
rigor.
Em
segundo
lugar,
desenvolveram‐se
ensaios
base como suplemento de uma dieta em fórmula adequada, conforme mas a AB Vista consegue fornecer algumas mais­‑valias nesta valor
 superior
 ao
 proporcionado
 pelos
 produtos
 tradicionais,
 o
 que
 se
 traduz
 num
 melhor
 anticorpos
(ELISA)
para
produtos
específicos,
que
possibilitam
uma
confirmação
muito
ma se ilustra na figura 1. área. Em primeiro lugar, a análise das enzimas na alimentação desempenho
se
utilizado
como
suplemento
de
uma
dieta
em
fórmula
adequada,
conforme
se
ilustra
 da
presença
e
uma
indicação
dos
níveis
de
enzima
nas
dietas.
A
utilização
do
ensaio
ELISA realiza­‑se num laboratório dedicado no País de Gales, o que na
figura
1.

 Quickstix
permite
determinar
a
presença
da
enzima
na
alimentação
(ou
seja,
se
foi
ou
não
 Figura 1: FCR (índice de conversão alimentar) nos frangos aos 0­‑42 no
 prazo
 de
 dez
aminutos
 desde
 amostra
relativamente de
 alimento.
 O
 teste
 ELISA
 c proporciona vantagem dea
 colheita
 prazos de
 deuma
 resposta Figura
 1:
 FCR
 (índice
 conversão
com alimentar)
 aos
 0‐42
 dias, Econase XT em de
 comparação produtosnos
 da frangos
 concorrência, com dias,
 Econase
 XT
 em
 pode
proporcionar
um
resultado
quantitativo
em
cerca
de
duas
horas.
Este
serviço
está
di rápidos comparação
com
produtos
da
concorrência,
com
doses
aos
níveis
recomendados. 
 e um maior rigor. Em segundo lugar, desenvolveram­ doses aos níveis recomendados. para
a
Econase
XT
(a
única
xilanase
intrinsecamente
termoestável
disponível
no
mercado)
 ‑se ensaios baseados em anticorpos (ELISA) para produtos família
Quantum
de
fitases
avançadas.

específicos, que possibilitam uma confirmação muito mais

Observando
o
substrato,
verifica‐se
a
possibilidade
de
previsão
da
qualidade
do
cereal
(actu rápida dapara
 presença uma bem
 indicação dosníveis
 níveis enzima nas disponível
 milho
 e
 e sorgo),
 como
 dos
 de
de fitato.
 Ambos
 estão
 disponíve serviços
NIR;
o
Serviço
de
Qualidade
do
Milho
e
o
Serviço
de
Qualidade
do
Sorgo,
respectivam dietas. A utilização do ensaio ELISA com kit Quickstix permite

Resultados – Conversão dos alimentos 0-42

determinar a presença da enzima na alimentação (ou seja, se Em
suma,
os
produtos
e
serviços
da
AB
Vista
podem
ser
utilizados
para
fornecer
valor
e
assim lo
a
ganhar
dinheiro.
Estou
convicto
de
que
é
um
objectivo
que
todos
desejamos!
 foi ou não incluída) no prazo de dez minutos desde a colheita Produto R

de uma amostra de alimento. O teste ELISA completo pode

Produto D

proporcionar um resultado quantitativo em cerca de duas horas.

Produto B Controlo

Este serviço está disponível para a Econase XT (a única xilanase intrinsecamente termoestável disponível no mercado) e para a família Quantum de fitases avançadas.

Machos

Fêmeas

Média

Observando o substrato, verifica­‑se a possibilidade de previsão da qualidade do cereal (actualmente disponível para milho e sorgo),

Nas dietas normais no Reino Unido, o trigo é um componente 
 bem como dos níveis de fitato. Ambos estão disponíveis como importante, pelo efeitoo
 de da viscosidade (e pelo
 serviços NIR; ode
Serviço de Qualidade do Milho e o Serviço de Nas
 dietas
 normais
 no
que Reino
oUnido,
 trigo
redução é
 um
 componente
 importante,
 que
 o
 efeito
 consequentes efeitos na qualidade dos resíduos) é outro bom Qualidade do Sorgo, respectivamente. redução
da
viscosidade
(e
consequentes
efeitos
na
qualidade
dos
resíduos)
é
outro
bom
motivo
para
 se
escolher
um
produto
com
xilanase.
No
mesmo
ensaio,
a
viscosidade
da
digesta
foi
avaliada
aos
22
 motivo para se escolher um produto com xilanase. No mesmo Em suma, os produtos e serviços da AB Vista podem ser dias
 de
 idade
 (Figura
 2),
 o
 que
 ilustra
 que
 a
 Econase
 XT
 tem
 um
 efeito
 muito
 benéfico
 sobre
 a
 ensaio, a viscosidade do alimento foi avaliada aos 22 dias de utilizados para fornecer valor e assim ajudá­‑ lo a ganhar viscosidade
in
vivo.

idade (Figura 2), o que ilustra que a Econase XT tem um efeito

dinheiro. Estou convicto de que é um objectivo que todos

muito benéfico sobre a viscosidade in vivo.

desejamos! A l i m e n tação A n i m a l

|

35


Performance, flexibilidade e estabilidade

Elevar os seus padrões de desempenho com Econase® XT. Esforçando-se para melhorar a rentabilidade em tempos de incerteza? Econase ® XT otimiza a eficiência alimentar, oferecendo uma poupança nos custos reais. Performance - Melhor índice de conversão e redução de custos. Flexibilidade - Eficaz em todos os tipos de dieta. Estabilidade - Intrinsecamente termoestável, facilmente detectável e medido na ração. Econase ® XT da AB Vista- os líderes em inovação enzimática. Saber mais: E: Antonio.pratas@winfarm.pt T: +351913317235 W: abvista.com

RAISING STANDARDS 36 |

Alimentação Anim al


Alimentação Animal Investigação PU B

DIETAS PARA SUÍNOS EM CRESCIMENTO O SISTEMA ENERGÉTICO E FORMULAÇÃO PARA CADA AMINOÁCIDO ESSENCIAL Teresa Carmona Costa Directora Técnica INDUKERN PORTUGAL

A formulação de dietas para Figura 1 – Utilização energética dos nutrientes em dietas de suínos de crescimento suínos em crescimento constitui um desafio constante entre a obtenção de performance e o desenho de um alimento ao menor custo. Na actualidade com o impacto que o elevado preço das maté‑ rias primas tem na formula, este desafio impele­‑nos a analisar todos os pequenos detalhes que optimizem a formula nutri‑ cionalmente e que, ao mesmo tempo, mantenham ou diminuam o seu custo, sem afectar a per‑ formance. A formulação para cada amino‑ ácido essencial, ou seja, consi‑ Fonte: Ajinomoto 2011 derando as relações conhecidas disponível na totalidade para o animal. Uma importante entre cada aminoácido essencial e a lisina, é uma possibilidade que permite optimizar fracção desta energia é perdida nas fezes, urina, nutricionalmente a formula sem considerar o nível de metano e calor. A avaliação da quantidade de energia contida no proteína per se. Os aminoácidos essenciais assim controlados per‑ alimento pode ser efectuada utilizando diferentes mitem a libertação da proteína do seu valor mínimo sistemas energéticos (Figura 1). • O Sistema de Energia Digestível (ED): a energia e optimizam também a energia. De facto, nas dietas é expressa tendo em consideração as perdas de alta proteína os aminoácidos em excesso são pelas fezes. A variação que se verifica entre as catabolizados e excretados pela urina e fezes para diferentes matérias­‑primas é função da digesti‑ o ambiente com um custo energético. A optimização bilidade da fibra. das dietas de baixa proteína combinadas com uma • O Sistema de Energia Metabolizável (EM): é a relação dos aminoácidos essenciais no conceito de energia disponível após a quantificação das perdas proteína ideal, possibilita uma optimização da energia, energéticas pelas fezes, urina (muito dependente uma melhor utilização da proteína e a obtenção de do nível de proteína da dieta) e gases. A relação dietas equilibradas de menor custo. EM/ED está linearmente relacionada com o con‑ No entanto, esta optimização implica que considere‑ teúdo proteico do alimento fundamentalmente mos um conjunto de conceitos base que permitem pelas perdas nitrogenadas via urina. o seu equilíbrio: • O Sistema de Energia Limpa (EL ou EN): é a – A utilização do sistema energético de Energia energia verdadeiramente disponível para o animal. Limpa (Energia Net) É a energia disponível após quantificar as perdas – O conhecimento dos Aminoácidos limitantes nas por calor devido à metabolização da Energia dietas de suínos em crescimento metabolizável e os custos energéticos da ingestão – A formulação sem a limitação mínima da proteína e digestão. O aspecto da quantificação das perdas de calor permite verificar que o incremento calórico associado Cada alimento aporta energia per se. Esta energia – A ao metabolismo da digestão das proteínas é significa‑ Energia bruta – representa a quantidade total de tivamente maior ao incremento calórico ou perda de energia fornecida pelo alimento mas que não está energia pelo calor efectuado na digestão do amido ou

Os diferentes sistemas energéticos

A l i m e n tação A n i m al

|

37


Alimentação Animal Investigação PU B

mesmo dos lípidos. Por esta razão, se analisarmos a figura 1, os cereais e lípidos mantêm uma Energia net ou limpa quase similar à energia metabolizável e as fontes proteicas apresentam um maior diferencial. A opção de não considerar estas diferenças de energia de facto disponível, tem impacto nas performances e na qualidade das carcaças para além do diferencial de custo da formula favorável quando utilizamos Energia Limpa comparativamente com os outros sistemas na conjunctura actual das matérias primas (Figura 2)

Por outro lado, quando as dietas são formuladas com Energia metabolizável as perdas por calor não são consideradas, pelo que este excedente energético é depositado na carcaça sob a forma de gordura principalmente quando se consideram dietas de baixa proteína. Quando formulamos com Energia metabolizável à medida que a proteína da dieta diminui a gordura depositada aumenta (Figura 4). Pelo contrário, ao formulamos com Energia Limpa a redução da proteína da dieta não afectou a qualidade da carcaça.

Figura 2 – Efeito do Sistema energético (EM ou EL) no custo do alimento em função de diferentes preços do Bagaço de Soja

Figura 4 – Efeito da redução da proteína bruta na adiposidade da carcaça (% do nível em dietas de alta proteína) quantificada em suínos em crescimento alimentados com dietas com teores energéticos expressos em Energia metabolizável ou em Energia limpa

Fonte: (Ajinomoto­‑Eurolysine, 2011)

Para além da redução do custo da formula verifica­‑se que também ao nível da performance a formulação com Energia limpa tem respostas a nível do campo. Ensaios efectuados que procuraram testar o impacto de diferentes níveis de Energia limpa verificaram que, mantendo uma relação SID Lys/EL de 0.9, à medida que a Energia Limpa do alimento aumenta o consumo do alimento diminui mantendo, no entanto, constante a ingestão de Energia e o ganho médio, salvo quando a concentração energética é tão baixa que leva a uma compensação das necessidades por via do consumo (Quiniou, 2011). Segundo estes autores o suíno em crescimento consegue regular o consumo do alimento se a Energia limpa aportada pelo alimento varia entre as 2077 Kcal e as 2507 Kcal. Quando o aporte energético se situa abaixo de 2077 Kcal a capacidade dos animais regularem o seu consumo energético é limitada pela sua capacidade de consumo (Figura 3) Figura 3 – Efeito da Energia Limpa da dieta na performance dos porcos crescimento, utilizando uma relação constante de SID Lys/EL

Fonte: Ajinomoto, 2011

A proteína bruta e a importância da relação entre os Aminoácidos essenciais nas dietas de suínos e as suas interacções O alimento fornece aminoácidos essenciais e aminoácidos não essenciais através da proteína bruta da dieta. Ao reduzirmos a proteína bruta da dieta teremos que considerar o fornecimento ideal dos aminoácidos essenciais, visto que os não essenciais podem ser sintetizados pelo animal, bem como ter em atenção que a relação entre o azoto fornecidos pelos aminoácidos essenciais e o azoto total se mantem inalterada. A relação óptima entre o azoto fornecido pelos aminoácidos essenciais e o azoto total é de 43% a 50% (Gotterbarm, Roth, & Kirchgessener, 1998) (Lenis, Van Diepen, Bikker, Jonbloed, & Van der Meulen, 1999). Analisando diversos ensaios publicados verifica­‑se, que se baixarmos o teor proteico da dieta, a relação entre os aminoácidos essenciais e não essenciais mantem­‑se inalterada respeitando o valor óptimo, Figura 5 – Efeito da Proteína bruta e da relação Lis/PB na relação entre o Azoto fornecido pelos aminoácidos essenciais e o Azoto total.

Fonte: (Quiniou, 2011)

Este ensaio concluiu que o índice de conversão está directamente relacionado com a quantidade de Energia limpa fornecida pelo alimento o mesmo não se verificando se é formulado com Energia digestível. 38 |

Alimentação Anim al

Fonte: Ajinomoto, 2011


Optimizar o nível de L-Triptofano em alimentos para porcos crescimento para reduzir o custo do alimento

18

Optimo

o nt me Ali do sto Cu 17

19

20

21

22

23

Calculo do óptimo económico da relação SID triptofano:lisina (%) em alimentos para porcos crescimento ☛ Nutricionistas da Ajinomoto Eurolysine S.A.S. demonstraram recentemente que as necessidades da relação SID Trp:Lys em porcos crescimento (>25 kg P.V.) são de 20%.

Resposta do GMD e do I.C. (%)

+6% GMD

☛ O gráfico á direita ilustra expresivamente que formular abaixo das necessidades afecta negativamente o crescimento e o Índice de Conversão, resultando numa performance inferior. ☛ Considerar o L-Triptofano na formulação optimizada ao menor custo possibilita uma maior flexibilidade na utilização das matérias primas para satisfazer as restrições nutricionais.

+6% GMD

SID Trp:Lys (%)

Acesso livre a toda a informação em: www.ajinomoto-eurolysine.com

Contact: INDUKERN PORTUGAL, LDA Centro Empresarial Sintra Estoril II – Rua Pé de Mouro – Edif. C Apartado 53 – Estr. de Albarraque, 2710-335 SINTRA Telef.: 219248140 – Fax: 219248141 – teresa.costa@indukern.pt A l i m e n tação A n i m a l | 39


Alimentação Animal Investigação PU B

bem como se aumentarmos o nível de Lisina da dieta aquela relação mantem­‑se dentro dos parâmetros óptimos se respeitar o conceito de proteína ideal. (Figura 5). Com base nesta relação é possível estimar a quantidade mínima de Azoto e, assim, de proteína, necessária nas dietas dos suínos de crescimento­ ‑acabamento. Se analisarmos o quadro II, verificamos que a relação se mantem com níveis de proteína bruta na ordem dos 12%. Quadro II – Determinação da quantidade de Azoto necessária para manter o equilíbrio entre o azoto fornecido pelos aminoácidos essenciais e o azoto total Lisina total (%)

N dos AAe 1

N dos AAe/N Total

N total necessário

PB mínima (N*6.25)

Dieta de crescimento

1.00

0.9

43 a 50

1.8 a 2.1

11 a 13%

Dieta de acabamento

0.90

0.81

43 a 50

1.62 a 1.89

10 a 12%

No que refere ao Triptofano os dados resultantes de um estudo em que foram considerados 12 ensaios de dose­‑resposta relativamente às necessidades de triptofano em suínos crescimento/acabamento (Ajinomoto – Eurolysine, 2011) (Figura 6), constata­‑se que o valor óptimo SID Trp:Lys para o ganho médio diário é de 20.8% enquanto que para o consumo e índice de conversão é de19,8 e 21,2%, respectivamente, ou seja, em termos médios a necessidade SID Trp:Lys é de 20%. Os resultados obtidos naqueles ensaios permitem constatar que ao aumentarmos a relação SID Trp:Lys do nível de 17% a um nível de 20%, obtemos uma resposta de mais 6% em ganho médio diário e uma redução em 3,5% no índice de conversão, o que significa um aumento de 50 g/ dia e uma redução no I.C. de 0,8% (Figura 7). Figura 7 – Resposta média à relação SID Trp:Lys (base 100 = performance obtida a SID Trp:Lys a 17%) em porcos crescimento

Fonte: Ajinomoto, 2011 1

Baseado no perfil ideal de aminoácidos (Ajinomoto, 2011)

A utilização do conceito de proteína ideal implica o conhecimento das relações entre cada aminoácido essencial e a lisina. Este conceito é uma forma práctica de expressar as necessidades em aminoácidos essenciais (g de aminoácidos/100 g de Lisina) que maximizam os critérios de performance (crescimento, retenção de azoto,…). Naquele perfil todos os aminoácidos são considerados como igualmente limitantes para a performance o que, em nutrição práctica, oferece a vantagem que, enquanto as necessidades de lisina variam (por Kg de alimento ou por unidade de energia), o perfil dos aminoácidos expressos relativamente à lisina mantem­‑se. Segundo os dados publicados pela Ajinomoto – Eurolisyne o equilibiro entre os diferentes aminoácidos essenciais é o indicado no Quadro II. Quadro II – Perfil de Aminoácidos ideal para suínos em crescimento e acabamento Relação SID com a lisina (%) Crescimento (25 aos 65 Kg de Peso vivo)

Acabamento (65 aos 110 Kg de Peso vivo) 100

Lisina

100

Treonina

67

68

Metionina + Cistina

60

60

Triptofano

20

19

Valina

65

65

Isoleucina

53

53

Leucina

100

100

Histidina

32

32

Phenilalanina + Tirosina

95

95

Os valores apresentados foram obtidos a partir dos resultados de ensaios científicos e estudos de meta­‑análise. Destes estudos mais recentes não queremos deixar de realçar a cada vez maior importância dos níveis considerados de Triptofano, Valina e Isoleucina nas dietas de baixa proteína. Figura 6 – Níveis SID Trp:Lys dos diferentes ensaios dose-resposta efectuados em suínos crescimento

Fonte: Ajinomoto, 2011

No que refere aos aminoácidos essenciais Valina e Isoleucina o seu equilíbrio é tanto ou mais importante quando sabemos à partida que o excesso de determinados aminoácidos (por exemplo os aminoácidos ramificados) poderá interferir no equilibrio entre si. Este aspecto está documentado em leitões por (Gloaguen, et al., 2011) e (Wiltafsky, Bartelt, Relandeau, & Roth, 2009). A interacção entre aminoácidos ramificados expressa­‑se por um drástico decréscimo do consumo médio diário dos leitões quando existe excesso de leucina (Wiltafsky M. e., 2010), ou mesmo em ensaios de dose­‑resposta a diferentes níveis de Valina ou de Isoleucina (Barea, 2009). Aquele facto parece estar relacionado com a capacidade de os animais serem capazes de detectar as dietas que se apresentam desequilibradas em termos de aminoácidos ou que se encontram deficientes nos mesmos (Etle T., 2004) dado que o declínio na concentração dos aminoácidos essenciais é detectado no córtex cerebral (Gietzen, 1993), o que poderá implicar numa situação de excesso de leucina uma necessidade adicional de valina ou de Isoleucina conduzindo a uma deficiência relativa. Resumo: • O sistema de Energia Net permite prever com maior precisão as performances a obter • Em dietas de baixa proteína devemos formular considerado o conceito de proteína ideal • A relação SID Triptofano/Lisina é de 20% no crescimento e 19% no acabamento FORMULAÇÃO = < CUSTO DO ALIMENTO = MELHOR PERFORMANCE Nota: Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

40 |

Alimentação Anim a l


Alimentação Animal SFPM

Secção dos Fabricantes de pré-misturas

Pré-misturas

SFPM

Notícias da SFPM

1 - O representante da DIN na direcção da Secção passou a ser o dr. Pedro Barreiros, substituindo o dr. Carlos Cortes, a quem agradecemos a colaboração. 2 - A SFPM em reunião com a Divisão de Alimentação Animal, da DGAV, voltou a expressar a sua opinião sobre as tolerâncias analíticas dos controlos de oligoelementos e as lacunas que entende existir nas declarações anuais de actividade dos fabricantes de alimentos de animais (falhas na rastreabilidade e na validação da declaração pelo técnico responsável). 3 - O próximo Comité de Pré-Misturas e Minerais, da FEFAC, a realizar a 8 de Outubro, terá vários assuntos em que a IACA tem colaborado na discussão, como a utilização dos sais de cobalto e a classificação das pré-misturas como substâncias perigosas. A seu pedido, será discutido o tema das tolerâncias analíticas dos oligoelementos. 4 - O Plenário da SFPM reunirá a 11 de Outubro, na sede da IACA, em Lisboa.

A l i m e n tação A n i ma l

|

41


Alimentação Animal Notícias

REUNIÃO REGIONAL DA INDÚSTRIA

Contando com a presença de 40 par‑

as previsões dos mercados das principais

ticipantes, num evento dirigido apenas

matérias­‑primas, sobretudo cereais e soja.

às empresas associadas da IACA, teve

Por último, intervieram a Engª Ana Cris‑

lugar em Fátima, em 3 de julho, a habi‑

tina Monteiro, da IACA, que apresentou

tual Reunião Regional da Indústria. A

o Projeto QUALIACA, objeto de grande

Sessão foi aberta pela Presidente da IACA, Engª Cristina de Sousa que deu

Teresa Villa de Brito

José Manuel Costa

interesse pelas questões colocadas, e o Engº Jaime Piçarra, que apresentou a

as boas­‑vindas e abordou os objetivos

conjuntura do Setor com base na amostra

e a temática da reunião, seguindo­‑se a

representativa, marcada por uma redução

Diretora­‑Geral da DGAV, Profª Doutora

da produção de alimentos compostos em

Teresa Villa de Brito que falou do papel

cerca de 5%. Tendo em conta a crise da

da Direção­‑Geral no setor agroalimentar

pecuária, o endividamento e limitações de

e, em particular, ao nível da alimentação animal e a importância do nosso Setor ao longo da cadeia alimentar. Situou ainda o problema do controlo de qualidade e o empenho em colaborar com a IACA e as empresas, no sentido de contribuirmos para uma efetiva segurança alimentar, reforçando a qualidade e a imagem dos produtos de origem animal. Por último, salientou a cooperação e colaboração permanentes que devem existir entre a DGAV e a IACA que já são de longa data, ao nível das diferentes áreas e com maior incidência na alimentação animal.

Ricardo Marques

Ana Cristina Monteiro

Nas intervenções que se seguiram, cuja Sessão foi moderada pelo Engº Pedro Folque intervieram, como convidados, o Dr. José Manuel Costa, da DGAV, que se referiu aos diferentes aspetos do controlo de qualidade, e o Dr. Ricardo Marques, da empresa IMF, que abordou a especulação nos mercados das matérias­‑primas. No debate, para além de responder a questões específicas, o Dr. José Manuel Costa falou ainda da problemática das aflatoxinas, em particular no milho, mas igualmente nos sais de cobalto e nas proteínas animais. Da parte da IMF, destaque para as questões ligadas à excessiva volatilidade dos preços, os diversos fatores que contribuem para a formação dos preços, as estratégias dos operadores no mercado nacional interna‑ cional e as perspetivas que se colocam no curto e médio prazo, tendo em conta

42 |

Alimentação Anim a l

crédito, associado aos elevados preços das matérias­‑primas e, consequentemente, aos altos custos da alimentação, as perspetivas não são animadoras, uma vez que continua a não ser possível repassar as tendências altistas para os preços dos produtos ani‑ mais no consumidor. Devido à sua importância, sobretudo ao nível do controlo de qualidade na alimentação animal, alguns dos temas apresentados na Reunião Regional serão mais desenvolvidos na próxima edição da Revista “Alimentação Animal”.


VISITA À OVARGADO Prosseguindo o Programa de visitas às empresas associadas da IACA, a Presidente Engª Cristina de Sousa e o Secretário-Geral Jaime Piçarra visitaram, no passado dia 9 de julho, a empresa Ovargado, onde tiveram uma reunião com a sua responsável Drª Lígia Pode. A empresa dispõe atualmente de 2 unidades, uma das quais especializada na área dos petfoods, tendo esta arrancado em outubro de 2012. Umas das áreas de negócio da empresa, prende-se com as aves ornitológicas, destacando-se desde logo o problema do aprovisionamento de matériasprimas, não disponíveis no mercado nacional, pelo que tem de recorrer às importações. As exportações também são uma outra vertente da empresa, sobretudo devido às dificuldades do mercado nacional. Relativamente aos problemas do Setor, salientou a conjuntura atual de preços altistas na generalidade das matérias-primas, os problemas ao nível das operações portuárias, os prazos de pagamento e de recebimento da parte dos clientes, conduzindo a uma asfixia financeira, numa altura em que o crédito é oneroso e bastante restritivo. Um dos mercados mais complicados é o dos cavalos, sobre‑ tudo devido às dificuldades e encerramentos de explorações e à situação de abandono de animais por parte dos criadores devido às dificuldades

económicas. Falou-se ainda da relação entre a Indústria e a Grande Distribuição, reconhecendo-se que, apesar das dificuldades, todos precisamos um dos outros, pelo que é preciso encontrar os equilíbrios necessários, inclusivamente pela via legislativa e pelo reconhecimento de que as cadeias de distribuição também necessitam da produção nacional. Foi ainda abordado o problema da Contratação Coletiva de Trabalho e a legislação laboral, apelandose a uma maior harmonização e flexibilização, de forma a não penalizar a competitividade das empresas. Quanto ao Projeto QUALIACA, passados em revista os seus principais objetivos, a responsável da Ovargado referiu que pretende aderir a este Programa, salientando que devemos todos ser mais exigentes com os fornecedores de matériasprimas, uma vez que a qualidade e segurança dos

nossos alimentos passa pela aquisição de produtos em perfeitas condições de segurança, dentro dos limites legais estabelecidos pelas autoridades. Nesta perspetiva, foi deixada a mensagem de que a Indústria tem de se organizar e encontrar as melhores alternativas para defender o Setor ao nível da política de aprovisionamento. Fomos ainda alertados pelo problema das misturas e a necessidade de tudo ser controlado, para que não exista concorrência desleal e situações de impunidade, que em casos de existências de crises, contribuem para pôr em causa todo o trabalho das empresas e de todo o Setor. Um aspeto para o qual temos insistido junto das autoridades nacionais, designadamente da DGAV, e que, infelizmente, teima em persistir, afetando a imagem da Indústria e da Pecuária junto dos consumidores e da opinião pública em geral. A IACA e a Revista “Alimentação Animal” agradecem a disponibilidade, bem como as sugestões e reflexões que a Drª Ligia Pode partilhou connosco e os elogios que teceu à nossa organização. Relembramos que a IACA é de todos e para todos e que os contributos serão bem-vindos para que possamos trabalhar, cada vez melhor, ao serviço das nossas empresas associadas. O nosso Muito Obrigado à Ovargado.

A l i m e n tação A n i ma l

|

43


Alimentação Animal Notícias

XXVI CONGRESSO DA FEFAC

Membros do Praesidium da FEFAC com o antigo e o novo Presidente

Subordinado ao tema “Como manter­‑se ren‑ tável em tempos de volatilidade”, teve lugar em Cracóvia, na Polónia, de 5 a 8 de junho, o XXVI Congresso da FEFAC, coorganizado pelos nossos colegas da IZBA e da FEFAC. No âmbito do Congresso, no dia 5 de junho, tiveram lugar o Conselho da FEFAC, onde a IACA esteve representada pelo Engº Romão Braz e a Assembleia Geral onde foi eleito o novo Praesidium para o Mandato 2013/2016. A Presidente da IACA, Engª Cristina de Sousa, foi eleita para este importante Órgão da FEFAC. No dia 6 de junho, depois das intervenções dos Presidente do IBZA, de um representante do Ministério da Agricultura da Polónia e da FEFAC, que abriram o Congresso e situaram os principais desafios que se colocam hoje à indústria de alimentos compostos e á pecuária na União Europeia, teve lugar o primeiro painel dedicado ao tema “O impacto da volatilidade dos preços na economia da pecuária da União Europeia”, moderado por Alexander Doring, Secretário­‑Geral da FEFAC. O segundo painel, dedicado ao tema “Como pode a Indústria e a Pecuária proteger a sua viabilidade?”, onde se debateram igualmente as previsões de evolução dos mercados e os instrumentos financeiros e de gestão de risco, foi moderado pela Presidente da IACA, Cristina de Sousa. Na manhã do dia 7 de junho, a encerrar o Congresso,

1º Painel

44 |

Alimentação Anim al

Jaime Piçarra, da IACA e na qualidade de Vice­ ‑Presidente do Comité “Alimentos Compostos” da FEFAC, moderou o painel dedicado ao tema “Volatilidade dos preços dos alimentos para animais e competitividade do setor pecuário: uma maldição ou uma dádiva para a indústria de alimentos compostos na União Europeia?”, em que se abordou a problemática das condições de produção na Europa comparativamente ao que se passa nos mercados de países terceiros. Destaque ainda para as questões do mercado da soja e uma intervenção de um representante do Grupo Jerónimo Martins que abordou as questões ligadas à grande distribuição. A terminar o Congresso, a intervenção do novo Presidente eleito da FEFAC, Ruud Tijssens, que substituiu Patrick Vanden Avenne, Presidente da organização desde 2010, sucedendo na altura ao Engª Pedro Corrêa de Barros. De referir que as intervenções e o programa detalhado do evento podem ser obtidos no website www. fefaccongress2013.eu ou no site da FEFAC, em www.fefac.eu À margem do Congresso, foram acolhidas pela FEFAC como membros de pleno direito, as Associações da Croácia e da Bulgária, tendo sido anunciado que o próximo Congresso deverá realizar­‑se na Turquia. A Drª Helen Raine, especialista e com um largo curriculum na área da nutrição animal, com funções na FEFAC desde 2004, designadamente ao nível

2º Painel

do Presidium, foi eleita membro­‑honorário da organização europeia. Os responsáveis da FEFAC aproveitaram ainda a presença da comunicação social para dar conta de algumas preocupações do Setor, mais concretamente sobre a reforma da PAC, apelando­‑se a uma maior flexibilidade, inovação e eficiência de recursos, bem como a instrumentos de gestão de crises de mercado. Foram ainda reiterados os compromissos em matéria de sustentabilidade, como a redução do impacto dos alimentos para animais e pro‑ dutos pecuários no meio ambiente, no quadro dos princípios definidos pela FAO, estando a desenvolver­‑se um Guia LCA e uma estratégia para a quantificação da pegada de carbono (CFP), numa metodologia que seja realista para o nosso Setor.

Produção europeia de alimentos compostos cresce 0.7% em 2012, devendo estabilizar em 2013 No âmbito do XXVI Congresso foram apresen‑ tados os últimos dados disponíveis para 2012, perspetivando­‑se o ano de 2013. De acordo com a FEFAC, a produção europeia de alimentos com‑ postos para animais situou­‑se, em 2012, nos 152.7 milhões de tons (excluindo­‑se a Grécia, Malta e Luxemburgo), o que significa um incremento de 0.7% face a 2011. Os alimentos para suínos registaram uma diminuição de – 1.4%, enquanto os alimentos para bovinos, depois da quebra do ano anterior, recuperaram em 2012, com um crescimento de 2.4%. Os alimentos para aves confirmaram a tendência de subida na União Europeia, com 1.5% e a liderança do mercado dos alimentos compostos para animais (51.3 milhões de tons contra 49.6 milhões de tons dos suínos). Tal como em 2011, os principais fatores responsáveis pela conjuntura do mercado em 2012 foram a débil situação da suinicultura e os preços elevados das matérias­‑primas. Ao nível dos diferentes Estados­‑membros, as performances foram claramente divergentes, com subidas importantes no Reino Unido e na Polónia, respetivamente 3 e 5%, impulsionados pela procura de alimentos para bovinos e aves. Inversamente, a Holanda e Hungria viram as res‑

3º Painel


Passagem de testemunho do Presidente

Cristina de Sousa e Romão Braz. Diretores da IACA

M

A

Bioprotecção Biotransformação

TO

Mycofix

X I N RI

SK

MYCO

petivas produções reduzirem em – 1.5 e – 2.0%. O volume de produção em França, Alemanha e Espanha registou uma relativa estabilização mas a produção de alimentos para aves nos países da Europa do Sul foi afetada pela implementação das regras de bem­‑estar animal nas galinhas poedeiras. Em termos globais, com 23.1 milhões de toneladas, a Alemanha continua a liderar a produção europeia de alimentos compostos, seguida da França e da Espanha, ambos com 21.1 milhões de tons. Os preços elevados dos cereais nos últimos 3 anos contribuíram para acentuar a competiti‑ vidade do mercado dos alimentos compostos

As perspetivas para 2013 são as seguintes: • De acordo com os peritos da FEFAC, espera­‑se uma estabilização na produção de alimentos para bovinos, uma redução nos alimentos para suínos (­‑1.0%) e um incremento de 1% nos ali‑ mentos para bovinos. Estes elementos podem ser afetados pelas condições climatéricas, designadamente ao nível das disponibilidades de forragens ou doenças animais. Por outro lado, temos ainda a implementação das novas regras de bem­‑estar nos suínos. No seu con‑ junto, prevê­‑se uma estabilização da produção de alimentos compostos em 2013. • A procura de produtos agrícolas deverá con‑ tinuar em alta em 2013, com consequências nas cotações das principais matérias­‑primas, que continuarão com uma tendência de preços altista. Depois da forte quebra na produção

de soja na América do Norte e do Sul devido à seca, seria de esperar melhoria das cota‑ ções em 2013 devido ao aumento da oferta mas problemas de armazenagem e logística condicionaram os preços de mercado. Com incertezas ao nível dos cereais, pese embora as previsões de colheitas mais favoráveis, o custo médio das principais matérias­‑primas deverão manter­‑se elevados e os preços relativamente firmes.

M YC OF I

X

EN T

comparativamente aos autoprodutores. No entanto, este ganho tem sido obtido, em certa medida, pelo desenvolvimento de alternativas alimentares nos suínos, baseadas numa ali‑ mentação líquida.

NAG EM

®

Tripla Protecção

Adsorção, Biotransformação e Bioprotecção Protecção comprovada contra as micotoxinas mais relevantes presentes nas matérias-primas agrícolas (eg. aflatoxinas, tricotecenos, zearalenona, fumonisina, ocratoxina A e alcalóides) Mycofix é a solução para a gestão de risco de micotoxinas. ®

Adsorção

Centro Empresarial da Rainha Lote 27 2050, VILA NOVA DA RAINHA Tel. 263406570; E-mail. geral@vetlima.com, www.vetlima.com A l i m e n tação A n i ma l

Naturally ahead

|

45


Alimentação Animal Notícias

FALECIMENTO DO SR. ISIDORO MARIA DE OLIVEIRA Faleceu no passado

tempo”, o Sr. Isidoro Maria de Oliveira

dia 6 de julho, o Sr.

granjeou grandes amigos no Setor e na

Isidoro Maria de Oli‑

Associação, também pela sua simpli‑

veira, Presidente da

cidade e empatia com as pessoas. Um

Assembleia Geral

grande humanista e contador de histórias.

da IACA no período

A Direção da IACA, os seus colabora‑

de 1988 a 1990, em

dores e a Revista “Alimentação Animal”

representação dos

expressam aos familiares mas sobretudo

Estabelecimentos Isidoro M. de Oliveira,

às filhas Rita e Maria, os sentidos pêsa‑

SARL, associado desde 1969 a 1991, uma

mes e as mais profundas condolências.

das empresas fundadoras do Grémio e

E porque, para além de empresário,

desta instituição, ainda hoje recordada

também era poeta e autor de letras

como uma referência no setor da alimen‑

de fados que estão hoje musicados

tação animal e da suinicultura.

e ficarão imortalizados nas vozes de

Empresário dinâmico e de espírito empre‑

diferentes fadistas, aqui deixamos, como

endedor, um homem “à frente no seu

homenagem, um poema da sua autoria:

46 |

Alimentação Anim al

Ressurreição

Pôs-nos Deus nesta vida em liberdade E deu-nos uma lei p’ra ser seguida Tal como for a lei por nós cumprida Assim será p’ra nós a Eternidade Todos nós partiremos desta vida Quando chamar-nos for de Deus vontade Estejamos preparados que em verdade Ninguém sabe o momento da partida Inseguros de nós, de nosso porte Só o pensar na morte nos consterna Contra a morte ninguém no mundo é forte Mas quem de Deus tiver a paz interna A Deus será levado pela morte Na morte nascerá p’ra vida eterna


IACA E MERCOLLEIDA LANÇAM AÇÕES DE FORMAÇÃO SOBRE COBERTURAS DE RISCO E MERCADOS DE FUTUROS Sendo certo que a volatilidade dos preços das matérias­‑primas constitui um tema da maior importância e incontornável na atual conjuntura, o que não significa que, designadamente em Bruxelas, não estejamos empenhados, juntamente com outras organizações, em mitigar esses impactos ou diminuir a chamada “volatilidade excessiva”, seja, no âmbito da revisão da Diretiva MiFid, na Reforma da PAC, ou na revisão da Diretiva RED (biocombustíveis e energias renováveis), a Direção da IACA considera relevante a formação das empresas em todos os domínio relacionados com o aprovisionamento de matérias­‑primas para a alimentação animal, sobretudo num contexto de incerteza e de dificuldades acrescidas em que vivemos. Nesta perspetiva, estabelecemos contactos com a Mercolleida, no sentido de lançarmos um Curso/Ação de formação, especifi‑ camente para as nossas empresas Associadas sobre Coberturas de Risco, Funcionamento dos Mercados de Futuros, Chicago versus MATIF, Produtos alternativos, os Futuros como suporte de compras físicas, Estratégias, Ferramentas e Exemplos práticos. Intitulado “Estratégias para Cobertura dos Riscos nos Preços dos Cereais em Mercados de Futuros”, o curso, esgotada a primeira fase de inscrições, teve lugar na sede da IACA, nos dias 9 e 10 de julho e foi ministrado pelo Dr. Josep Tarroja, responsável pelo Departamento de Futuros Financeiros da Mercolleida e especialista nesta área. Com a duração de 8 horas diárias, os participantes foram divididos em 2 grupos, dada a necessidade de rentabilizar ao máximo o tempo de formação. Tendo em conta o sucesso da iniciativa junto das empresas associadas, a IACA continuará a colaborar com a Mercolleida neste e noutros tipos de ações que permitam à Indústria dispor de instrumentos para melhorar a sua capacidade de aprovisionamento de matérias­‑primas para a alimentação animal, tornando­‑as mais eficientes e competitivas. Nesta primeira iniciativa, agradecemos desde já a presença das seguintes empresas associadas, bem como dos seus represen‑ tantes: Bongado (Pedro Pinto), Cevargado (Pedro Alves Pereira), Porto Alto (Carlos Alves Lopes), Racentro (Avelino Gaspar e Miguel Loureiro), Raporal (Cristina de Sousa e Nuno Mota), Sorgal (António Moreira), VA/Tecnipec (Diamantino Caçador) e Valouro (Carla Gomes e Paulo Marques). Participaram ainda, pela IACA, Jaime Piçarra e Ana Cristina Monteiro. A l i m e n tação A n i m a l

|

47


Alimentação Animal Notícias das Empresas

Grupo Soja de Portugal comemora 70 anos Nesta sessão foi ainda possível visionar o filme comemorativo dos 70 anos do Grupo com uma síntese dos seus principais marcos históricos. O evento culminou num jantar na Casa de Serralves onde todos os convidados pude‑ ram disfrutar de um momento de convívio num espaço acolhedor e requintado.

Empresa comemorou 70 anos do Grupo com todos os colaboradores

A Soja de Portugal, grupo ao qual pertencem as empresas Sorgal, Avicasal e Savinor, alcançou este ano os 70 anos na sua história ligada ao sector agro alimentar. As comemorações decorreram no dia 8 de Julho, na Fundação de Serralves, contando com cerca de 200 convidados. Entre as presenças, destacaram-se o Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, Dr. Nuno Vieira e Brito, o Presidente da Câmara de Ovar, o VicePresidente da Câmara de S. Pedro do Sul, o Vice-Presidente da CCDRN, o Presidente da Fundação de Serralves, representantes da Banca, Conselho de Administração do Grupo Soja de Portugal, entre outros. O evento iniciou com uma sessão em auditório com as intervenções do Dr. João Pedro Azevedo, Presidente do Conselho de Administração da Soja de Portugal, do Dr. Alberto Campos, Ex-administrador do Grupo, da Presidente da Associação Raríssimas, associação apoiada pelo Grupo, e do Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar. 48 |

Alimentação Anim a l

As comemorações do 70º aniversário do grupo Soja de Portugal arrancaram pelas 10h00 do dia 8 de Julho, em todas as unidades fabris de Ovar, São Pedro do Sul e Trofa onde os Administradores se associaram ao grupo de funcionários que cantaram os parabéns à instituição. Os representantes da Administração aprovei‑ taram a ocasião para reconhecer o empenho de todos os colaboradores. Durante este dia, o bolo de aniversário foi servido a todos os funcionários da empresa, como forma de reconhecimento do empenho e da entrega à empresa. Foi ainda entregue uma lembrança a todos os funcionários, como materialização deste reconhecimento e como forma de comemorar com todos este dia tão importante para toda a organização.


O maior fórum de carne e leite pela primeira vez na Irlanda – Global 500 1 a 3 de Outubro de 2013, Dublin Eficiência, rentabilidade e susten‑

guimos reunir alguns dos mais bem

carne, gases de efeito estufa, entre

tabilidade são os temas principais

sucedidos produtores da indústria,

outros. Os participantes irão ainda

a serem apresentados e discutidos

participando e envolvendo-se em

ser convidados a participarem em

no Global 500, o maior fórum de

discussões que estão a abrir caminho

jantares, sessões de discussão e

dairy e beef a nível Europeu. No

para um futuro de oportunidades e

visitas a explorações.

ano passado, mais de 700 parti‑

rentabilidade.”

cipantes de 30 países abordaram

Os produtores de leite irão explorar

o futuro da produção de leite e

temas como avanços em nutrição,

carne, debatendo questões atu‑

estratégias para gerir os custos de

ais e pertinentes com vista a um

alimentação e mercados emergentes.

futuro sustentável e rentável,

Na sessão de Carne, os produtores

em Lexington, Kentucky (EUA).

irão mergulhar em questões como

Agora, pela primeira vez, esta con‑

o mercado futuro, as exigências

ferência Global 500 irá ser será

dos consumidores, a qualidade da

Para mais informações visite alltech.com/ global500

realizada na Irlanda, em Dublin, de 1 a 3 de Outubro de 2013. Esta é uma excelente oportunidade para produtores de todo o mundo encontrarem respostas para as suas perguntas e de interagirem com diferentes realidades, num encontro informal e interativo. Quais são os desafios modernos de produção animal? Qual a meta de desempenho e rentabilidade? O que é que o futuro reserva? A sustentabilidade pode ser alcançada? “O Global 500, mais do que um poderoso evento, é um fórum sur‑ preendente,” afirmou o Dr. Pearse Lyons, presidente e fundador da Alltech. “Em poucos anos conse‑ A l i m e n tação A n i m a l

|

49


Ficha técnica ALIMENTAÇÃO ANIMAL Revista da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais – IACA NIPC­‑ 500835411

TRIMESTRAL ­‑ ANO XXIV Nº 85 Julho / Agosto / Setembro

DIRETOR Cristina de Sousa

CONSELHO EDITORIAL E TÉCNICO

Agenda de Reuniões da IACA

Ana Cristina Monteiro Germano Marques da Silva Jaime Piçarra Pedro Folque

Dia

Manuel Chaveiro Soares

COORDENAÇÃO

JULHO 2013

3

Reunião da Direção Reunião Regional da Indústria

8

Comemorações dos 70 anos do Grupo Soja de Portugal

Jaime Piçarra Amália Silva Serviços da IACA

ADMINISTRAÇÃO, SEDE DE REDAÇÃO E PUBLICIDADE (incluindo receção de publicidade,

9 e 10

Curso de Formação da Mercolleida sobre Mercado de Futuros e Gestão de Riscos

11

Embaixada de França

17

Reunião da Comissão Executiva

19

Audiência na Comissão de Economia da Assembleia da República (Plataforma “Peço Português”)

24

Reunião com Prof. Germano Marques da Silva sobre o Alargamento da IACA e a Alteração dos Estatutos

25

Assembleia Geral da Bolsa do Bovino

26

Reunião da Comissão Organizadora do GMCC13

de Alimentos Compostos para Animais – IACA

30

Reunião na DGAV com o Dr. José Manuel Costa

EXECUÇÃO GRÁFICA

Dia

assinaturas, textos e fotos) Amália Silva IACA ­‑ Av. 5 de Outubro, 21 ­‑ 2º E 1050­‑047 LISBOA Tel. 21 351 17 70 Telefax 21 353 03 87

EMAIL iaca@iaca.pt

SITE www.iaca.pt

EDITOR Associação Portuguesa dos Industriais

AGOSTO 2013

Sersilito ­‑ Empresa Gráfica, Lda. Travessa Sá e Melo, 209 4471­‑909 Gueifães ­‑ Maia

PROPRIETÁRIO Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais ­‑ IACA Av. 5 de Outubro, 21 ­‑ 2º E 1050­‑047 Lisboa

DEPÓSITO LEGAL

7 Dia

Nº 113 810 no ICS

50 |

Alimentação Anim al

SETEMBRO 2013

6

Reunião com Tektix-Consultadoria em Sistemas de Informação

9

Reunião com o Adido da Embaixada dos EUA

10

Reunião da Direção

25

CT 37 Reunião do Presidium da FEFAC

Nº 26599/89

REGISTO

Reunião da Comissão Executiva


Torre Ocidente Rua Galileu Galilei, nº 2, piso 7, fracção A/D 1500-329 Lisboa – Portugal www.elanco.com

março.abril 2011 - AVES e OVOS, nº 214 A l i m e n tação A n i m al |

11

51

PTBRLMXN00007

Lilly Portugal


TOTAL NUTRITION FEEDING ANIMALS FOR HEALTH AND GROWTH

Sal CURB® • Lysoforte® • Kemzyme® • Myco CURB®

Kemin AgriFoods Campo Grande, 35 8D, 1700-087 Lisboa, Portugal tel:+351.214.157.500 fax: +351.214.142.172 52 |

Alimentação Anim al

© 2011 Kemin Industries, Inc. and it group of companies 2011 All rights reserved.

®™

Trademark Registered by Kemin Industries, Inc. USA


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.