Port isaura 2013 web

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ISAURA PENA Portf贸lio 1980-2013



Este portfólio é dividido em três grupos de trabalhos, produzidos ao longo de três décadas: a fase inicial que compeende os anos de 1980 e 1989; a seguir, entre os anos de 1990 e 1999, está a fase intermediária e, logo, o terceiro grupo que mostra a produção entre os anos de 2000 e 2013. Ao final, são apresentados quatro textos de importantes autores brasileiros acerca da obra de Isaura Pena.



1980-1989


Sem t铆tulo, 贸leo sobre tela, 38 x 45 cm, 1983



Sem t铆tulo, 贸leo sobre tela, 80 x 100 cm, 1983



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 100 x 150 cm, 1986



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 130 x 120 cm, 1987



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 100 x 150 cm, 1988



Sem tĂ­tulo, acrĂ­lica com pigmento sobre tela, 140 x 100 cm, 1987



Sem tĂ­tulo, acrĂ­lica com pigmento sobre tela, 140 x 100 cm, 1987



Sem tĂ­tulo, acrĂ­lica com pigmento sobre tela, 120 x 100 cm, 1987



Sem título, acrílica sobre tela, 160 x 140 cm, 1989



Sem título, acrílica sobre tela, 140 x 160 cm, 1989




1990-1999


Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 150 x 300 cm, 1992



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 150 x 300 cm, 1992



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 150 x 300 cm, 1992



Vista geral da exposição Bonfim, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, 1992



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 70 x 100 cm, 1990



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 70 x 100 cm, 1993



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 70 x 100 cm, 1993



Sem t铆tulo, 贸leo sobre tela, 160 x 180 cm, 1993



Sem t铆tulo, 贸leo sobre tela, 160 x 180 cm, 1993



Sem t铆tulo, 贸leo sobre tela, 100 x 90 cm, 1994



Sem t铆tulo, 贸leo sobre tela, 100 x 90 cm, 1994



Sem t铆tulo, 贸leo sobre tela, 140 x 160 cm, 1995



Vista da exposição coletiva no Paço Imperial, Rio de Janeiro, RJ, 1995



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 200 x 400 cm, 1993



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 200 x 450 cm, 1994



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 200 x 450 cm, 1997



Sem tĂ­tulo, guache sobre papel, 50 x 70 cm, 1999




2000-2013


Vista da exposição individual na Galeria Kalil e Lauar, Belo Horizonte, MG, 2000



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 30 x 40 cm, 2000



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 30 x 40 cm, 2000



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 70 x 100 cm (cada), 2000



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 70 x 100 cm, 2000



Vistas da exposição coletiva na Casa das Rosas, São Paulo, 2001



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 70 x 100 cm (cada), 2002



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 70 x 100 cm, 2002



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 70 x 100 cm, 2002



Desenhos da série De Um a Treze, nanquim s/ papel manteiga, 100 x 70 cm (cada), 2002 Residência de arte Faxinal da Artes, Faxinal do Céu, Paraná



Desenhos da sĂŠrie De Um a Treze, nanquim s/ papel manteiga, 100 x 70 cm (cada), 2002



Desenhos da série De Quatorze a Trinta, nanquim s/ papel manteiga, 100 x 70 cm (cada) Vista da exposição coletiva no Centro Cultural São Paulo, São Paulo, 2003



Desenhos da série De Quatorze a Trinta, nanquim s/ papel manteiga, 100 x 70 cm (cada) Vista da exposição coletiva no Centro Cultural São Paulo, São Paulo, 2003



Desenhos da sĂŠrie De Quatorze a Trinta, nanquim s/ papel manteiga, 100 x 70 cm (cada), 2003



Desenho da sĂŠrie De Quatorze a Trinta, nanquim s/ papel manteiga, 100 x 70 cm, 2003



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 55 x 37,5 cm (cada), 2003



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 55 x 37,5 cm, 2003



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 100 x 380 cm, 2003



Sem tĂ­tulo (detalhe), nanquim sobre papel, 100 x 70 cm, 2003



Instalação Sem título no Torreão, Porto Alegre, RS, 2003 Desenho nanquim s/ parede e raspagem com palha de aço no taco de madeira



Vista da exposição coletiva Tecendo o Visível, Instituto Tomie Othake, São Paulo, SP Sem título, nanquim sobre papel, 100 x 150 cm, 2003 (cada)



Instalação Mesas, Galeria Gesto Gráfico, Belo Horizonte, MG, 2004



Instalação Mesas (detalhe), Galeria Gesto Gráfico, Belo Horizonte, MG, 2004



Acima: Vista da exposição coletiva na Galeria Marilia Razuk, São Paulo, 2009 Abaixo: Sem título, nanquim sobre papel, 75 x 55 cm (cada), 2006



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 75 x 55 cm, 2006



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 75 x 55 cm, 2006



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 75 x 55 cm, 2006



Vista da exposição Geometrias Impuras Palácio da Artes, Belo Horizonte, 2006



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 100 x 70 cm, 2006



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 100 x 70 cm, 2006



Sem tĂ­tulo, nanquim sobre papel, 100 x 70 cm, 2006



Vista da exposição individual Museu da Pampulha, Belo Horizonte, MG, 2007



Sem tĂ­tulo, seis partes (detalhe), nanquim s/ papel, 100 x 145 cm, 2007



Sem tĂ­tulo, seis partes (detalhe), nanquim s/ papel, 100 x 145 cm, 2007



Pilha, impress達o off-set s/ papel, 11.500 impressos, 166 x 94 x 64 cm, 2007 Museu da Pampulha, Belo Horizonte, MG, 2007



Livro de artista, caneta esferogrรกfica sobre papel, 38 x 189 cm, 2007 Museu da Pampulha, Belo Horizonte, MG



Sem tĂ­tulo, 150 partes, 37,5 x 21 cm (cada), 2007 Museu da Pampulha, Belo Horizonte, MG



Sem título, seis partes, nanquim s/ papel, 100 x 145 cm, (cada), 2007 e Pilha, impressão off-set s/ papel, 11.500 impressos, 166 x 94 x 64 cm, 2007 Vista da exposição coletiva Geomeria Impura no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, 2010



Pilha, impressĂŁo off-set s/ papel, 11.500 impressos, 166 x 94 x 64 cm, 2007 Centro Municipal de Arte HĂŠlio Oiticica, Rio de Janeiro, 2010



I - sem título, nanquim sobre papel, 145 x 100 cm, 2007 II e III - sem título, nanquim sobre papel, 145 x 100 cm, 2009 Detalhe da exposição coletiva Geometria Impura, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, Bahia, 2009



I, II e III - sem título, nanquim sobre papel, 145 x 100 cm, 2009 Exposição coletiva Geometria Impura, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, Bahia, 2009



Vista da exposição coletiva Campo Branco Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza, Ceará, 2012



Lagoa, nanquim sobre papel, 57 x 75 cm (cada), 2012



Lagoa, nanquim sobre papel, 57 x 75 cm, 2012



Lagoa, nanquim sobre papel, 57 x 75 cm, 2012



Lagoa Grande (I, II e III), nanquim sobre papel, 150 x 200 cm, 2012 Vista da exposição coletiva Métodos Empíricos para a Extração (ou construção de uma forma) Galeria Celma Albuquerque, Belo Horizonte, MG, 2012



Lagoa Grande, nanquim sobre papel, 150 x 200 cm, 2012



Lagoa Grande, nanquim sobre papel, 150 x 200 cm, 2012



Lagoa Grande, nanquim sobre papel, 150 x 200 cm, 2012




Textos


[...] Isaura Pena fez do desenho uma espécie de profissão de fé. Sua obra, de grande sensibilidade gráfica, funciona há quase 20 anos como um campo de experiência para questões relativas ao grafismo, a composição, a gestualidade e a abstração. Ao longo de seu percurso, o trabalho assumiu diversas transforma-

ções, revelando uma inquietação por trás da insistência na mídia desenho. Em seus desenhos mais recentes Isaura parece não estar mais aberta ao erro. Seu gesto é agora feito direta e repetidamente. Nessas obras, esse procedimento ordeiro, calmo e reconfortante parece ter encontrado sua condensação máxima. Na série apresentada aqui, “De Quatorze a Trinta” (2003), a artista radicaliza esse processo em 17 desenhos em que cria ritmos rigorosos com uma série crescente de círculos sobre o suporte. O passar do tempo e a maneira como nossa percepção organiza essa sensação parecem o sentido final de tais obras. Importante também notar a semantização do papel utilizado como suporte, que denota as ações da desenhista e deve ser montado sem anteparos, conferindo status diferenciado a esta pesquisa bidimensional.

Rodrigo Moura Belo Horizonte/São Paulo, março de 2003 Catálogo da Exposição Coletiva no Centro Cultural São Paulo, 2003

[...] Isaura Pena é capaz de fabricar uma série de ritmo e modulação musical somente a partir de círculos negros opacos, realizados em nanquim e aplicados sobre papel translúcido. Os círculos jogam com o campo retangular do papel, variam de posição e, uma vez que o conjunto que reúne todos eles é colocado um ao lado do outro, o resultado funciona como uma série que obriga nosso olhar a percorrê-la horizontalmente, oscilando verticalmente a cada passo. Em outros desenhos, linhas circulares movem-se em reverberações concêntricas dentro da mesma lógica musical. Agnaldo Farias São Paulo, janeiro 2003 Texto para o catálogo da exposição coletiva “Tecendo o Visível”, Instituto Tomie Othtake, 2003


Isaura Pena Isaura desenha com a água. Longas aguadas são aplicadas sobre o papel num exercício persistente e contínuo de sobreposição de linhas e gestos. As superfícies alvas são maculadas pelo negro da tinta e da água, que se acomoda aos seus espaços e entranha pelas texturas do papel. O grão do papel que recebe o líquido necessita de tempo para fusão. A carga de cor ou de tom constitui-se a partir da adição de pigmento, a tinta líquida – nanquim – derrama-se pelo papel pouco a pouco, adquirindo corporeidade e peso. Mas é preciso esperar pelo gesto seguinte – aplicar, secar, aplicar. Os longos espaços entre uma operação e outra marcam o tempo de cada trabalho. Aqui tempo e espaço se fundem. Assim como as forças da natureza constroem a paisagem, Isaura Pena desenha. Ao nos depararmos com elementos da natureza poucas vezes nos lembramos de seu processo de construção. Montanhas e serras formam-se a partir de sedimentos que se acumulam ao longo de anos, séculos e milênios. A adição de pequenas fontes de água que brotam das nascentes rasgam a terra, expandem, ocupam espaços, formam os rios. O tempo é condição para que os eventos da natureza ou para o advento plástico no desenho de Isaura possam existir. Adição, acúmulo, repetição – um mesmo gesto gravado no papel originando um maciço de 11.500 folhas de papel empilhado. O desenho/objeto/gravura realizado em offset não possui a fluidez aquosa dos desenhos de superposição de manchas. As folhas de papel colocadas uma sobre as outras, acima da nossa linha do horizonte, não nos permitem ver o desenho, no entanto, as folhas empilhadas formam um sólido com a presença de uma linha no seu dorso. Uma reta é uma seqüência de pontos?

A linha reta, gerada pela sobreposição de um mesmo desenho, contrapõe-se ao gesto que a originou, orgânico e matéria líquida. O que é planográfico torna-se volumétrico.

As formas monocromáticas que Isaura utiliza em seus desenhos são rítmicas quando repetidas, atribuindo valor aos espaços em branco do papel. Seriação e autonomia estão presentes neste trabalho, constituído de 150 fragmentos de uma mesma forma construída pela linha negra que gira no espaço. O que era repetição adensa-se, ganha corpo. Poucas vezes natureza e construção estiveram tão próximas. O resto é silêncio. Fabíola Moulin/Marconi Drummond Texto para o catálogo da exposição individual, Museu da Pampulha, Belo Horizonte, MG, 2007


Construções e desvios Ações coletivas de artistas marcam a história da arte desde o final do século 19, com diferentes tipos de atuação em cada momento histórico. Reveladoras tanto das condições socioculturais do artista, quanto das transformações de linguagem, essas ações caracterizam-se pelas diversas modalidades de sua inscrição na história da arte. Dos manifestos, que visavam constituir uma esfera de debate não restrita ao campo das artes, capaz de explicar e teorizar sobre os objetivos e meios da arte desenvolvida por tendências artísticas específicas, aos atuais coletivos, faz-se presente a busca de uma comunicação sem intermediário com crescente tomada de domínio pelo artista sobre sua própria atividade e sua inserção no mundo. Essa é uma característica do ciclo de exposições Geometria Impura. Com apresentações em Belo Horizonte, cidade de origem dos artistas, Recife, Salvador e agora no Rio indicam afinidades de diferentes ordens que reúnem Isaura Pena, Rodrigo Borges, Renato Madureira, Ricardo Homem, Pedro Motta, Francisco Magalhães e Júnia Penna para uma ação comum. Afinidades eletivas, sem dúvida, decorrentes da atuação em uma cena artística precisa que, apesar de suas relevantes referências históricas e culturais, não deixa de ser rarefeita, com um certo descentramento em relação ao eixo Rio-São Paulo − eixo ainda dominante no contexto brasileiro apesar da crescente ebulição artística de diversas regiões. Ação comum de constituição de espaços produtivos para suas obras que guarda uma dimensão política inscrevendo-se na crescente participação dos artistas em outras funções, que extrapolam a produção de obras de arte e estabelecem novas relações com o sistema de arte em geral, como também com a história, a crítica e a teoria da arte.

Ao renunciar à mediação crítica de um curador − agente que se afirma a partir dos anos 60, participando de um quadro de redefinições de categorias artísticas, estéticas e históricas e, assim, entre o conhecer e o julgar − Geometria Impura, pelas decisões dos próprios artistas, estabelece diferentes diálogos entre as obras segundo suas situações de apresentação. Fazendo-se acompanhar por textos críticos diversificados, busca a constituição de um espaço de confronto de ideias e disseminação dos sentidos de suas enunciações poéticas, indicando as profundas transformações da crítica. Em um contexto histórico de sensível deslocamento da circulação da crítica dos meios de comunicação para os catálogos, livros monográficos e revistas especializadas, a mediação crítica entre o caráter singular das produções e seu sentido coletivo é convocada visando uma outra relação com a avaliação judicativa, sobretudo como “testemunha”, utilizando aqui o conceito introduzido por Thierry De Duve. [...] Os percursos da tradição construtiva, tão decisivos em nossa história da arte, sabemos, são múltiplos com referências como a Amilcar de Castro, cujo célebre vocabulário se caracteriza pela economia de meios expressivos em um partido geométrico distante das premissas ortodoxas do construtivismo. Privilegiando o momento de “alta tensão” e busca do momento inaugural em que do plano surge a terceira dimensão, em que o espaço se integra à matéria, sua atuação como artista, professor, designer e grande conversador-filósofo, seja em seu ateliê ou nos bares, é uma referência central para algumas gerações de artistas, de modo singular em Belo Horizonte. Diálogos, encontros e ensinamentos que reverberam em vários trabalhos desta mostra. [...] Com um desenho reconhecido pela incisão dos gestos no papel, em que também ressoam diálogos com o trabalho de Amilcar, Isaura Pena, em Sem título, 2007, parte de outros parâmetros em exemplar embate com os desdobramentos contem-


porâneos do desenho. Transgride seus limites convencionais, experimentando outras bidimensionalidades e modalidades de inscrição no espaço. Composto de 11.500 exemplares de folhas medindo 94x64 cm, impressas em offset e emplilhadas, totalizando 166 cm altura, Sem titulo apesenta volume e peso, com imponente presença tridimensional no espaço e, assim, remetendo, assim, à tradição escultutórica. Seu corpo é a referência de escala. O desenho, formado por duas linhas que delimitam uma quarta parte do papel, posteriormente impresso, não se expõe à visão, traçando, no entanto, outras duas linhas, verticais, pela superposição das folhas. Nesse processo de experimentação, distinto da ideologia de expressão que desvela, revela e formula uma idéia imaterial, Isaura constrói, desprovida de qualquer transcendência, uma fenomenologia da inscrição, ampliando escala e relações singulares com o espaço, com as imagens de reprodução técnica e com o corpo. Processo que evoca, por exemplo, os “desenhos por delegação” de Sol LeWitt. Em um outro projeto, a artista recorre, para a série de seis desenhos de 100x145 cm construídos com camadas de aguadas de nanquim, à Sequência de Fibonacci cuja memória, no Brasil, remete, sabemos, às polêmicas dos anos 1950 em torno do racionalismo concretista. Apresentada no Museu da Pampulha, em 2007, a série que estabelece um diálogo horizontal com a paisagem em alusão às superfícies da lagoas, desvirtua seu rigor matemático da refrerida sequência pela superposição de camadas de aguadas no último desenho. Sem se ater à soluções de problemas formais relacionados à antecendentes históricos, Isaura enfrenta a ampliação da questão do desenho, de sua natureza e de seu estatuto inscritos nas experiências, na relação com o real e transfomações de linguagem. Como afirma a artista, “A história da arte mostra o caminho percorrido pela arte, mas não indica o caminho a percorrer”.1 1. Isaura Pena. Depoimento. Belo Horizonte: C/Arte, 2000.

[...] Ao responsabilizar-se não apenas pelas condições materiais, buscando os relativamente parcos apoios disponíveis em nosso cenário, mas também pela curadoria, Geometria Impura se soma, assim, à atual instauração de distintos circuitos de arte. Espaços ou fluxos de circulação da produção gerenciados por coletivos de artistas ou de trabalhos artísticos construídos a partir da participação coletiva, em contextos tradicionais ou independentes. A afirmação de Yve-Alain Bois de uma exposição “ser ou tentar ser história da arte sem palavra”2, revebera na ação desses artistas, evidenciando como horizonte a permanente interrogação sobre a destinação e inscrição da arte no mundo.

Glória Ferreira Recortes do texto para o catálogo da exposição coletiva “Geometria Impura”, Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, 2010

2. Yve-Alain Bois. L’exposition dans la pratique de l’histoire de l’art. In: Artpress Spécial, n° 21, 2000.



ISAURA PENA Belo Horizonte, MG, 1958 Cumpriu a Pós-Graduação Latu-Sensu em Artes Plásticas e Contemporaneidade pela Escola Guignard - UEMG em 2009 e a graduação em Artes Plásticas - Habilitação em Desenho pela Escola de Belas Artes da UFMG (1983). Entre suas exposições individuais destacam-se: no Museu de Arte da Pampulha, (Belo Horizonte, MG), em 2007; na Galeria Anna Maria Niemeyer, (Rio de Janeiro, RJ), em 2006; e na Gesto Gráfico Galeria de Arte (Belo Horizonte, MG), em 2004. Entre as coletivas destacam-se Art in Brasil, Anos1960-80, Palais des Beaux- Arts, Bozar – Bruxelas, Bélgica (2011), Geometria Impura – Centro Municipal de Cultura Hélio Oiticica – RJ (2010), Geometria Impura – MAM da Bahia (2009), Geometria Impura – Palácio das Artes - Belo Horizonte (2006), Onde está você, Geração 80? – CCBB - Rio de Janeiro (2004) e Tecendo o Visível - Instituto Tomie Othake - SP (2003). Participou de salões de arte em todo o Brasil, recebendo o Prêmio de Artista Convidada do II Salão Baiano (1989), o Prêmio Aquisição no X Salão Nacional de Artes Plásticas (1988) e o Grande Prêmio no XIX Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte (1986). É professora de desenho no Departamento de Artes Plásticas da Escola Guignard – UEMG desde 1996. Vive e trabalha em Belo Horizonte.

Contatos Telefones: + 55 (31) 3296-7266 / 9305-2326 Belo Horizonte . Minas Gerais . Brasil E-mail: isauracpena@gmail.com


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