Revista Diálogo - Nº 7

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DESENVOLVIMENTO TEXTO BUANNA ROSA FOTO BANCO DE IMAGEM

O

Estado do Rio terá um Centro de Excelência em Fertilizantes, um projeto que vai contribuir para a redução da dependência desse insumo pelo setor agrícola nacional. Ele deverá ser implementado no antigo prédio do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob a coordenação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com o apoio da Alerj, que já anunciou a doação de R$ 30 milhões para o empreendimento. “É uma janela de oportunidade para o Rio investir em tecnologia e produção nesse setor. Temos renomadas universidades, além da matéria-prima e da vontade de fazer acontecer projetos importantes para o desenvolvimento do estado”, justifica o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano (PT). Fértil por natureza, o Brasil é o quarto produtor mundial de grãos (arroz, cevada, soja, milho e trigo) e o segundo maior exportador, segundo a Embrapa. O país lidera a colheita e a comercialização de soja, com 50% do comércio mundial. No ano passado, foram 126 milhões de toneladas produzidas.Apesar dessa relevância no setor agrícola, o país não é autossuficiente na fabricação de insumos fundamentais para a fertilidade do campo. A dependência ficou evidente com a guerra entre Rússia e Ucrânia, quando foram suspensas as exportações do insumo. OPORTUNIDADE PARA O RIO De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), cerca de 85% dos fertilizantes usados na agricultura brasileira vêm do exterior. Mais de 26%, da Rússia e de Belarus. Em 2021, o Brasil importou 41,6 milhões de toneladas de adubos ou fertilizantes químicos, um investimento de US$ 15,1 bilhões.

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DIÁLOGO

BRASIL IMPORTA mais de 41 milhões de toneladas de adubo químico por ano

Terreno fértil para o crescimento da

AGRICULTURA

Parlamento fluminense destina R$ 30 milhões para criação de um Centro de Excelência em Fertilizantes no estado Para o pesquisador da Embrapa, José Carlos Polidoro, que tem participado das discussões na Alerj, o Rio possui o maior ecossistema de inovação favorável para a aplicação dessa tecnologia. “Temos universidades, a Faperj e o parque tecnológico da UFRJ. No país, teremos hubs que vão nos conectar com todas as regiões. Essa é uma grande oportunidade para o Rio”, afirma. Ele ainda destaca que o fertilizan-

te mais exportado mundialmente é o NPK — fertilizantes nitrogenados (N), fosfatados (P) e os de potássio (K) - com facilidade de ser produzido no Brasil, por meio da extração do gás natural, matéria-prima abundante no Estado do Rio. Quem entende bem desse cenário é a engenheira química, Magda Chambriard, que integra a Assessoria Fiscal da Alerj e já foi ex-diretora da Agên-


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