Jornal Farol Alto - Ed.3 - Novembro 2012

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Informativo mensal da AleAkashi Comunicação - ano 1 - número 3 novembro 2012

Comparativo TTS x SLK Coupé ou roadster? Uma dúvida que poucos mortais tem na hora de escolher um carro Pág. 8

Avaliação Renault Sandero Stepway Com câmbio automático de quatro velocidades, o compacto é confortável, mas deixa a desejar Pág. 11

Distribuição gratuita

Farol Alto Jornal

Salão do Automóvel Confira as novidades do maior evento automotivo do País que teve como principal estrela o Chevrolet Onix Pág. 4


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Jornal Farol Alto

São Paulo, novembro de 2012

Editorial

O IPI e o novo regime O Governo Federal não foi inocente ao anunciar o novo regime automotivo e as regras do Inovar-Auto no início de outubro. Fez o que tinha de fazer para garantir arrecadação, e utilizou um dos mercados que se mantém aquecido no País graças à paixão que o brasileiro nutre pelo status de possuir um automóvel. Sem nenhum tipo de aviso, aumentou de uma hora para outra em 30 pontos percentuais o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos automóveis importados, e assustou todo o mercado. Este foi o primeiro passo para algo maior. Muita gente reclamou, claro. Ainda reclama. A OMC (Organização Mundial do Comércio) foi uma delas. Em seguida, anunciou que viria um plano para o setor, com objetivo de incentivar a produção local, a engenheria brasileira e o desenvolveimento de tecnologia nacional. E, diante disso, algo surpreenden-

te aconteceu: os executivos brasileiros do setor automotivo que já possuem linhas de montagem no País aplaudiram o aumento do imposto! Surreal! O que era para ser anunciado em agosto, se prolongou em estudos e discussões até outubro. Para não desagradar tanta gente, principalmente no exterior, foram criados artifícios para legitimar o aumento de imposto. O primeiro é a obrigatoriedade de investimento em engenharia no Brasil, por parte das empresas que querem vender automóveis aqui. São valores relativamente pequenos para a maioria das montadoras que já possuem plantas aqui. O segundo é o sistema de cotas de limites de importações sem o acréscimo de imposto, e os créditos que poderão ser resgatados futuramente, que vai dar fôlego para as montadoras que tinham planos de construir fábricas aqui, mas ficaram em dúvidas quando

anunciaram o aumento do IPI. Verdade é que havia tempo que não se ouvia tantas marcas de carros falando em construir fábricas no Brasil. Só no Salão do Automóvel, JAC Motors, Haima, Changan e BMW confirmaram que vão investir alguns milhões de reais em instalações no País. A Suzuki e Hyundai comemoraram o início das atividades e mostraram os produtos made in Brazil, assim como a Chery, que já está a todo vapor com os planos da fábrica em Jacareí (SP). A Nissan, que compartilha a linha de produção com a Renault, em Pinhais (PR), anunciou investimentos em uma fábrica em Resende (RJ). Verdade é que para as montadoras, o melhor mercado para investir é o Brasil, onde há mercado em elevação, profissionais com certo nível técnico, e principalmente um povo apaixonado por automóvel que não mede esforços para ter um na garagem, e que tem,

ainda, cultura de que carro é sinônimo de status e, assim, não se incomoda de pagar o dobro do preço em relação aos vizinhos. Para as montadoras, isso significa lucro certo. Fica evidente, assim, que o Governo Federal não fez nada por acaso. Resta saber se o objetivo de desenvolvimento de tecnologia e inovação será atingido. Esta é a única parte que ainda não ficou clara, pois para as montadoras que já estão instaladas, o investimento de 0,5% da receita líquida em pesquisa e desenvolvimento, e 1% em engenharia é banal. Ah, mas os carros deverão ser 12% mais eficientes energeticamente, o que representa redução de consumo de 13,6%, algo em torno de consumo médio de 17,1 km/l, medido de acordo com normas ABNT. Bom, para chegar a 17,1 km/l, pressupõe-se que a média atual é de aproximadamente 14,5 km/l. Fica a pergunta: quantos carros fazem média de 14,5 km/l?

Curtas

Audi A4 Attraction parte de R$ 118.900

IPI menor = JAC J2 mais barato: R$ 30.990

Fiat renova câmbio Dualogic do Idea

Equipado com motor 2.0 TFSI de 180 cv, o Audi A4 Attraction 2013 conta com motor 2.0 TFSI, 4 cilindros, com turbocompressor e injeção direta de combustível, que gera 180 cv de potência entre 4.000 e 6.000 rpm e torque máximo de 320 Nm, entre 1.500 e 3.900 rpm, o qeu Novo sedan conta com câmbio CVT permite acelerar de 0 a 100 des, continuamente variável com km/h em apenas 8,2 segundos e nova programação e combinada à atinge máxima de 226 km/h. tração dianteira. O resultado é conCom preço de lançamento sumo combinado (cidade/estrada) de R$ 118.900, o novo Audi A4 é de 14,1 km/litro (10,6 km/litro na Attraction é equipado com caixa de câmbio Multitronic de 8 velocidacidade e 17,5 km/litro na estrada).

A presidente Dilma Rousseff abriu o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo na semana passada com a notícia de que vai manter o desconto no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) até o dia 31 de dezembro. Assim, a JAC Motors acaba de anunciar que o principal lançamento da marca, o compacto J2, vai custar menos do que o previsto: R$ 30.990. O J2 tem motor 1.4 16V VVT de 108 cv, ar-condicionado, direção assistida, vidros, trava e retrovisores com acionamento elétrico, freios com ABS, air bag duplo, CD player com MP3 e sensor de estacionamento traseiro.

encarrega, automaPrimeiro foi ticamente, de mover no Punto, Bravo lentamente o veícue Linea, agora é a lo, sem que o cliente minivan Idea, nas aperte o acelerador, versões Essence como em qualquer e Adventure, que recebe o novo câmmodelo automático bio Dualogic Plus. convencional. Já a função A tecnologia traz “Auto-Up Shift duas novas funções, “Creeping” e “Auto- Agora com novas funçãoes Abort” identifica o exato momento Up Shift Abort”, que segundo a Fiat aumentam o prazer de uma retomada de velocidade e abortar, se for o caso, a troca para de dirigir. uma marcha superior, mantendo a A função “Creeping” proporciona manobras muito mais confor- rotação do motor elevada para distáveis e seguras, já que o sistema se ponibilizar mais torque e potência.

Expediente Edição, reportagem e fotografia Alexandre Akashi (MTB: 30.349) aleakashicom@gmail.com

Direção Comercial Jéssica Akashi 11.2925-7107

O Jornal Farol Alto é uma publicação da AleAkashi Comunicação www.aleakashi.wordpress.com

Todos os texto aqui publicados são fruto do trabalho desenvolvido mensalmente por Alexandre Akashi, jornalista especializado no setor automotivo, com ênfase no aftermarket e bons conhecimentos teóricos de mecânica. Algumas matérias podem ser conferidas também nos sites Carplace (www.carplace.com.br), People Power (www.ppow.com.br) e no Blog Reparador Online (www.reparadoronline.blogspost.com). Apenas os textos das seções Curtas e Colunas podem ser reproduzidas sem prévia autorização.


São Paulo, novembro de 2012

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Curtas

Coluna IQA

Rolls-Royce inaugura showroom em S.Paulo

Da esquerda para a direita: os executivos Hugo Bustamante, gerente geral para América Latina de Rolls-Royce Motor Cars, Viviane Polzim , diretora de Marketing da Via Itália, Milton Chameh, gerente Comercial e de Marca de Rolls-Royce Motor Cars São Paulo, e Jaroslav Sussland, diretor de Relações Internacionais de RollsRoyce Motor Cars São Paulo O espaço escolhido para a primeira loja da Rolls Royce na América Latina foi a avenida Cidade Jardim, em um dos pontos mais exclusivos de São Paulo. A representação comercial da marca será feita pelo Grupo Via Itália, que já importa as marcas Ferrari, Maserati e Lamborghini. “Estamos aumentando nossa presença de forma significativa nos mercados emergentes e por isso o desejo de estarmos no Brasil é algo natural, em razão do forte crescimento econômico e demanda expressiva por produtos de alto luxo no país”, revela Torsten Müller-Ötvös, CEO de RollsRoyce Motor Cars. “Foi um longo processo de negociação, que durou cerca de seis

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meses e foi oficializado em outubro de 2011 para, agora, inaugurarmos oficialmente o showroom”, afirma Jaroslav Sussland, diretor de Relações Internacionais de Rolls-Royce Motor Cars São Paulo. Com a inauguração, o cliente brasileiro terá à disposição os mesmos modelos oferecidos pela Rolls-Royce em todo o mundo: Ghost, Ghost versão estendida e quatro modelos do Phantom (sedã, coupé, conversível e versão estendida). A entrega e o cálculo do preço final dependem da configuração exclusiva de cada carro. “Quando sai da fábrica, cada modelo Rolls-Royce possui características únicas e exclusivas, sem existir um idêntico em qualquer lugar do mundo. Por isso, nesse

momento, não é possível estabelecer uma tabela de preços, pois a definição se faz unicamente sobre cada carro já fabricado e montado que chegará ao país”, explica Milton Chameh, gerente Comercial de Rolls-Royce Motor Cars São Paulo. O modelo de entrada no mercado brasileiro será o Ghost, com motor V12 biturbo de 563 cavalos, que está disponível no showroom para pronta entrega. A expectativa é vender entre 8 e 12 carros por ano no Brasil. O preço inicial do modelo é de R$ 2,3 milhões. Detalhe é que a Via Itália afirma que terá carro em estoque, com entrega em até uma semana. “Conhecemos o gosto de nossos clientes”, disse Chameh.

Instituto amplia atuação regional no interior de São Paulo Com objetivo de ampliar a sua atuação regional, o IQA - Instituto da Qualidade Automotiva, entidade sem fins lucrativos e organismo de certificação acreditado pelo Inmetro, criado e dirigido pela Anfavea, Sindipeças, Sindirepa e outras entidades do setor, inicia parceria com a Facens (Faculdade de Engenharia de Sorocaba) para ministrar treinamentos voltados à qualidade. Além disso, começa a desenvolver trabalho nas cidades de Campinas (SP) e Salvador/ Camaçari (BA), onde também disponibilizará treinamentos em qualidade automotiva. O calendário de cursos na Facens inicia em novembro, no dia 8, com o treinamento IMDS (E sua Integração com APQP e PPAP), e em dezembro ocorrem os treinamentos sobre VDA 6.3 - 2ª Edição 2010 | Conhecimento geral para Auditor de Processo (dias 3 e 4), VDA 6.3 - 2ª Edição 2010| Auditor de Processo Produção Seriada (Questões P5, P6 E P7) (dias 3, 4, 11 e 12), e VDA 6.3 - 2ª Edição 2010 | Auditor de Processo Ciclo de Vida Produto

(Questões P1, P2, P3, P4, P5, P6 e P7) (dias 3, 4, 10, 11 e 12). Os treinamentos são voltados para engenheiros e profissionais ligados ao setor da engenharia, produção, compras, qualidade e logística. Realizar um treinamento com o IQA significa obter um diferencial reconhecido por montadoras (Anfavea), fabricantes de auto peças (Sindipeças), concessionárias (Fenabrave) e oficinas (Sindirepa), condição oferecida exclusivamente pelo único organismo de certificação dirigido pelo setor automotivo. “A ideia é multiplicar nossa força em todo o Brasil, pois acreditamos ser fundamental para a sociedade que todos os profissionais tenham noções acerca das ferramentas da qualidade”, afirma Mario Guitti, superintendente do IQA. “Além disso, esta é uma especialização que representa para o profissional um diferencial competitivo”, diz Guitti. Em Campinas – SP e Salvador/ Camaçari - BA, o IQA também já homologou instrutores para ministrar treinamentos que terão início em dezembro.


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Especial

Salão do Automóvel de São Paulo

Ladrão de cena A

maior mudança desta 27ª edição para as anteriores é que não há tantos carros extravagantes como as Ferrari, Lamborghini, Bugatti, Bentley, Koenigsegg, entre outros, como ocorreu em 2010, mas sim muitos lançamentos que logo estarão nas concessionárias de todo País. É, assim, um evento mais ‘pé no chão’. Mas não será pela falta destas marcas que o salão ficou menos interessante. Muito pelo contrário. Os veículos premium foram bem representados por Aston Martin, Audi, BMW, Mini, Mercedes-Benz, Porsche, Chrysler, Dodge, Jeep, Ram, Jaguar, Land Rover, Volvo, Lexus e Subaru, com destaque maior para a Audi que vai oferecer teste drive dos modelos R8 GT Spyder, superesportivo conversível da marca que custa R$ 1,2 milhão. Mas, voltando à realidade pos-

sível da grande maioria, o grande destaque ente os lançamentos é o Chevrolet Onix, com certeza. Isso porque depois de derrapar feio com Agile e Cobalt, a GM acer-

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tou o design do Onix, colocou air bags duplos frontais, freios ABS e direção hidráulica em todas as versões, inclusive na mais barata, e posicionou o carro em R$ 29.990.

Vai vender muito, pois é bonito e barato (para os padrões do nosso mercado, claro), e vem com equipamentos que até então não havia em modelos populares, mas que a Peugeot 208 terá prévenda com 208 unidades especiais, numeradas; na foto, modelo GTI, que ainda não tem previsão de vinda para o país

partir de 2014 serão obrigatórios. Chevrolet Onix A primeira impressão do Onix é que se trata de um carro mais encorpado, como um micro SUV, mas é um hatchback. Pela estética, era de se esperar um interior caprichado, mas ai o custo ficaria elevado. Assim a marca decidiu encher o modelo de plástico duro e feio, mas como o que importa para brasileiro é aparência externa, fica ai a dica de onde o carro pode melhorar. O Onix chega em novembro às concessionárias, com motores de 1.0l e 1.4l que a GM disse ter retrabalhado e chamou de SPE/4. Outra marca que trouxe boas novidades foi a Peugeot, ao anunciar o lançamento do compacto 208, que chega às concessionárias em abril de 2013. Tal como a GM, a Peugeot aprendeu com os erros


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Os superesportivos

Um dos mais importantes carros do salão: o Audi R8 GT Spyder. Com motor V10 de 560 hp, acelera de 0 a 100 km/h em apenas 3,8 segundos. Serão fabricados apenas 333 unidades, sendo que três vem para o Brasil. O mais bacana do carro é que a Audi permite test drive do modelo, mas para apenas 21 felizardos por dia. Quem perder essa oportunidade, não terá outra, a não ser que tenha R$ 1.200.000, valor pedido pela marca para quem quiser guardar o modelo na garagem.

do passado, e ao invés de fazer um facelift do modelo anterior (como ocorreu quando lançou o 207 brasileiro, que é uma mistura do antigo 206 com 207 europeu) decidiu que é hora de os brasileiros terem um carro com concepção moderna, alinhado ao que há na França. Peugeot 208 Outra novidade do 208 é que ele marca a volta da Peugeot ao segmento de motores 1.0l. Porém, de forma mais moderna com um tri-cilindros que desenvolve em torno de 80cv de potência. Ainda sem preço definido (por conta do vai e vem do IPI, que hora tem desconto, ora não têm), o Peugeot 208 vai ser concorrente forte do Hyundai HB20, pois trará design e acabamento interno de bom nível e bom gosto. Fiat

Fiat 500 Cabrio

A BMW caprichou no M6 Coupé, uma supermáquina com motor V8 de 560 hp e 680 Nm de torque, que acelera de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos. Além desta belezura, a BMW anunciou que vai montar uma planta em Santa Catarina, na cidade de Araquari. Com o investimento, que será na ordem de 200 milhões de euros, a marca alemã tende a ganhar vantagem competitiva ante a concorrência, uma vez que poderá participar do novo regime automotivo, e não precisar pagar acréscimo de IPI. Vamos torcer pelo sucesso da marca.

Dodge Viper. Este é um nome que arrepia quem entende e gosta de automóveis. A marca norte-americana trouxe para o salão nada menos do que a versão SRT Viper GTS, o mais cobiçado dos Dodges. Com motor motor aspirado de alumínio feito à mão V10 de 8,4 litros, despeja 648 cv de potência e nada menos do que 82,9 mkgf de torque nas duas rodas traseiras. Pena que a marca não tem planos de comercializar o veículo no Brasil. Enquanto isso, para as famílias, a Dodge lançou o SUV Durango, um 7 lugares de luxo para quem quer ir além do Journey.

O carro da foto é um dos cinco SLS GT 45th Anniversary que a AMG, divisão esportiva da MercedesBenz, vai fabricar no mundo. E o carro exposto no salão já tem dono, que com certeza vai utilizá-lo nas pistas no ano que vem. Internamente, não tem requinte nenhum. Mas conta com um diferencial importante: o piloto e embaixador da marca AMG, Bernd Schneider, está diretamente envolvido no processo de produção, instalando pessoalmente o motor V8 AMG 6,3 litros no carro. E mais um detalhe: a marca escoulheu São Paulo para mostrar o carro ao mundo.

Com a missão de mostrar ao mundo que não é somente norte-americanos e alemães que sabem produzir superesportivos, a Lexus, marca de luxo da Toyota que acaba de desembarcar oficialmente no Brasil, trouxe uma das 500 unidades do LF-A, exclusivo coupé que conta com motor V10 de 4,8 litros de 560 cv e 48,9 kgfm de torque, e acelera de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos. Feito com carroceria em fibra de carbono, o carro pesa apenas 1.580 kg, e atinge velocidade máxima de 325 km/h.

A grande sensação da Fiat é o 500 Cabrio, primeiro conversível da marca no Brasil. Com motor 1.4 MultiAir 16 válvulas de 105 cv de potência a 6.250 rpm e torque máximo de 13,6 kgfm a 3.850 rpm, vem com câmbio automático de seis marchas, ABS + EBD, airbag duplo, sidebag, ar-condicionado manual, piloto automático, direção elétrica Dual Drive, auto rádio CD MP3, ESP + ASR e Hill Holder, função Sport, entre outros itens. Além disso, faz o pré-lançamento das séries especiais Sublime, para os sedans Grand Siena e Linea, e Interlagos, para Palio e Uno. Os sedans receberão itens de acabamento exclusivos, remetendo os modelos a um estágio superior quanto ao requinte e sofisticação. Já a Série Especial Interlagos tem previsão de venda a partir do final de novembro. Ambos

os modelos receberão a nova cor Amarelo Interlagos e contarão com itens que acentuarão ainda mais esportividade desses modelos.

software ainda permite a indicação digital de troca de marchas. A montadora diz também que há um novo coletor de admissão, projetado para atuar em conjunto com um novo perfil do comando de válvulas, com o objetivo de aumentar o fluxo de ar admitido pelos cilindros em baixas rotações. Foram feitos melhorias em relação à redução de atrito das peças móveis, com novos pistões que contam com superfícies de carbono nas saias, acionamento de válvulas e retentores também modificados para redução de atrito, molas das válvulas com redução na constante elástica e menor massa, e para completar, novos retentores de válvulas, do eixo comando e da flange traseira do virabrequim.

foi o facelift do New Fiesta sedan, mostrado mundialmente pela primeira vez no Salão de São Paulo. O carro que é importado do México será produzido na planta de São Bernardo do Campo e deve estrear em 2013. A grade dianteira ganhou corpo em formato trapezoidal e o capô com vincos proeminentes são elementos que marcam o visual. No estande, mostra também o novo Fusion que chega em janeiro, com motor EcoBoost, 2.0l de injeção direta e turbo, que rende 250 cv de potência.

Volkswagen Gol G5 2 portas

Honda Civic

Volkswagen O lançamento da marca alemã é o Gol 2 portas. Sem grandes novidades em relação ao que já existe no mercado, o Gol 2 portas chega ainda este mês, com motor 1.0l (76 /72 cv (e/g) a 5.250 rpm e torque de 10,6/9,7 kgfm (e/g) a 3.850 rpm), e 1.6l (104/101 cv (e/g) a 5.250 rpm e torque de 15,6/15,4 kgfm (e/g) a 2.500 rpm). Segundo a Volkswagen, o motor TEC 1.0l conta com nova ECU, com micro controlador de 32 bits e 2 Mbytes de memória. O software foi desenvolvido para otimizar a performance do motor em baixas rotações e, na versão com o pacote BlueMotion Technology, o novo

Ford O destaque pé no chão da Ford

Toyota Prius

Renault O destaque popular da Renault foi o Clio que ganhou mais um facelift, apesar de na Europa estar uma geração adianta da nossa, que parou no tempo já faz alguns anos. A frente do carro ganhou novos faróis, para-choques, capô e entradas de ar. Na traseira, foi

Renault Clio


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SãoPaulo, Paulo,novembro outubro de São de 2012 2012

Especial

A importância Brasil Apesar de esta edição do Salão do Automóvel ter ficado desfalcada por alguns superesportivos mais populares, como Ferrari, Lamborghini, Maresati, Bugatti entre outros, as montadoras que participaram do evento mostraram esmero ao apresentar para o consumidor algumas máquinas exclusivas. Se por um lado os importadores oficiais de algumas marcas decidiram que não havia sentido investir em evento que raramente traz retorno em vendas, ainda mais agora que o importado ficou mais caro por causa do aumento do IPI, por outro este foi um salão de avant-première, uma vez que o Brasil já ocupa a quarta posição no ranking dos mercados automotivos mundiais. Então, é assim. Se lá fora as vendas estão estagnadas, vamos mostrar as novidades no Brasil. A primeira a impressionar foi a Mercedes-Benz, que durante semanas divulgou a versão exclusiva da SLS GT3 45th Anniversary, e decidiu que o modelo seria visto pelo público pela primeira vez no Brasil. Dito e feito. O carro, que na verdade é uma versão de corrida especialmente preparado para as pistas, terá apenas 5 unidades produzidas. A que está no Salão, já tem dono e não vai sair do País. Além do superesportivo, a marca apresentou a nova Classe B, monovolume que chega oficialmente, com motor 1.6l turbo de 156 cv e 250 Nm de torque, e cambio

incorporado um aerofólio com brake-light e as lanternas têm luzes com nova disposição. A tampa do porta-malas ganhou dois vincos horizontais. O quadro de instrumentos é novo, com marcadores de nível de combustível e temperatura do líquido de arrefecimento digitais, além do computador de bordo. Sandero Privilège e Stepway e o Logan Expression 1.6 passam a trazer, como opcional, o sistema

automático de 7 velocidades. Outra marca a apresentar uma novidade global foi a Volkswagen, que apesar de ter derrapado ao não lançar o up! (somente trouxe uma versão conceito, batizada de GT up), mostrou o Taigun, que será um SUV compacto, e deverá ser fabricado e comercializado no Brasil com data de estreia prevista para 2014. O protótipo exposto no estande conta com motor três-cilindros 1.0l TSI que rende até 110cv e consumo aproximado de 22,2 km/l de gasolina. A Ford também fez estria mundial da reestilização do New Fiesta Sedan, que agora conta com grade dianteira em formato trapezoidal, novos faróis e capô com linhas esculpidas, além de nova tampa do porta-malas e lanternas de grande efeito visual. Lembrou um carro da década de 1990, o Ford Taurus, mas acredito que semelhanças são meras coincidências. Além do New Fiesta Sedan, a marca aproveita o salão para mostrar ao consumidor o novo Fusion, que a partir do ano que vem perde o motor V6 para um 2.0l quatro-cilindros de injeção direta e turbo que rende 250 cv. O novo motor Ecoboost é menor, mais potente e econômico, e promete agradar a gregos e troianos. Tomara que não tarde a trazer toda gama de Ecoboost para o Brasil, e deixe finalmente de produzir o antigo Rocam, em Taubaté.

Media Nav, o mesmo disponível na série limitada Duster Tech Road. Com tela touch screen de 7 polegadas integrada ao painel, o sistema oferece as funções de rádio, Bluetooth e GPS, com menus de fácil identificação e configuração. Outra novidade é o Fluence GT, com motor turbo 2.0l 16V de 180 cv de potência e torque máximo de 30,6 kgfm a 2.250 rpm, sendo que quase 80% da força já está

O mini SUV da Volkswagen Taigun deve ser lançado oficialmente em 2014

Acima e ao lado, o New Fiesta reestilizado, que foi apresentado pela primeira vez ao público no Salão de São Paulo; outra estreia importante foi o Mercedes-Benz Classe B, que finalmente chega ao Brasil

disponível a partir de 1.500 rpm. Segundo a Renault, vai de 0 a 100 km/h em 8,0 segundos e atinge velocidade máxima de 220 km/h. Chinesas A JAC anunciou que vai montar fábrica em Camaçari, na Bahia, para produzir os veículos que hoje traz da China, para não sofrer com o acréscimo de 30 pontos percentuais do IPI, e manter o produto com-

petitivo. No salão, três novidades: o J2, o J3 Sport e o caminhão leve T140. O primeiro é um subcompacto de 3,5 metros de comprimento e 915 kg equipado com motor 1.4 16V VVT de 108 cv, que segundo a JAC faz 0 a 100 km/h em menos de 10 segundos e atinge 187 km/h. O J3 Sport agora tem motor flex de segunda geração que dispensa o uso de tanquinho, desenvolvido em parceria com a Delphi.

Modelo traz motor 1.5 de 125 cv (gasolina) ou 127 cv (etanol), configurando-se na versão “esportiva” da família. Seu lançamento comercial ocorrerá em dezembro. Já o JAC T140 é um VUC´s equipado com motor diesel Cummins de 140 cv. Utiliza tecnologia EGR, tem capacidade para 1.570 kg de carga útil, com peso bruto total de 3.490 kg, e chassi versátil para instalação de implemento


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Os conceitos

A Honda anunciou durante o Salão do Automóvel de São Paulo a vinda da Acura para o Brasil. Para quem desconhece, esta é a marca de luxo e esportivos que faz parte do grupo. Para celebrar a decisão, trouxe nada menos do que a próxima geração do superesportivo NSX, que contará com motor V6 de injeção direta, com transmissão de dupla embreagem e uma inovadora tecnologia de propulsão Sport Hybrid SH-AWD – Super Handling All Wheel Drive, que utiliza dois motores elétricos com sistema de controle de torque bilateral, que pode gerar instantaneamente torque positivo ou negativo às rodas dianteiras nas curvas, o que proporcionará uma capacidade de controle sem precedentes nos anteriores sistemas de tração integral. Para o salão, a marca trouxe também o sedan ILX e o SUV RDX.

O Ford Evos Concept é um fastback de quatro portas que tem silhueta dinâmica. Mede 4,50 m de comprimento, 1,97 m de largura e 1,36 m de altura, com entre-eixos de 2,74 m. O capô proeminente, o para-brisa dianteiro fortemente arredondado e os pilares “A” voltados para a traseira permitiram aos designers criar a impressão de um GT clássico. O interior, projetado em torno do motorista, acompanha o mesmo espírito de prazer de dirigir. A conectividade em núvem utiliza as preferências e hábitos dos consumidores para combinar as informações pessoais com dados adicionais da nuvem, como a agenda de trabalho do motorista, tráfego local ou condições do tempo. A tecnologia reconhece os hábitos e habilidades do motorista e pode sobrepor dados de mapas e condições do tempo a partir da núvem para ajustar a potência, direção, suspensão e sistema de freios para oferecer máxima satisfação, conforto e segurança.

Outro coupé conceito foi mostrado pela Mercedes-Benz. Batizado de Concept Style Coupé o carro tem design esportivo com um jogo entre superfícies côncavas e convexas. O capô se posiciona, com saliências no conjunto dianteiro, assim como a grade com acabamento inspirado nos diamantes – um tema repetido em outros pontos do carro. Para reforçar a escultura das linhas, o conceito foi pintado em Alubeam, uma cor com efeitos luminosos especiais, que reforça a qualidade escultural de suas linhas. Os faróis lembram os olhos sempre alertas de um predador. Em modo standby, eles brilham em vermelho. Outro detalhe são os indicadores de direção: uma linha de pontos de luz individuais que se acendem sucessivamente, como o teclado de um piano. Assim como a Ford, a Mercedes-Benz aposta na tecnologia de computação em nuvem para prover aos usuários conectividade em tempo integral.

O Nissan Extrem foi criado especialmente para o Brasil, sendo, inclusive, desenhado e desenvolvido no próprio país. Foi, assim, o primeiro conceito dos engenheiros locais da marca. O design é marcante, com linhas e superfície da carroceria que transmitem sensação de robustez e agilidade com os para-lamas volumosos, definidos por vincos afiados. É equipado com o moderno e elogiado 1.6 turbocharger de injeção direta, tração dianteira ou ainda na versão com tração integral e Vetor de Torque para uma condução mais aprimorada. Além disso, a marca anunciou a chegada do sedan médio Altimam que vai entrar na disputa do mercado nacional em 2013. Com entreeixos de 2,78 m, comprimento de 4,86 m, largura de 1,83 m e altura de 1,47 m, o Altima é equipado com motor 2.5l 16V de quatro cilindros.

JAC J2

Chery Celer

Changan MiniBenni

Kia Quoris

Hyundai HB20X

de metal, madeira, baú de alumínio ou câmara frigorífica. A Chery anunciou que a fábrica em Jacareí fica pronta no ano que vem e apresentou o primeiro modelo a ser produzido, o Chery Celer, um compacto nas silhuetas sedan e hatch, com motor flex 1.5l de 116/111 cv (e/g) e torque de 14 kgfm a 3.000rpm, equipado com airbag duplo frontal, freios com ABS, ar condicionado, travas e vidros elétricos e sistema de som.

A Districar, que em 2013 inicia a distribuição das marcas chinesas Changan e Haima no Brasil, e já comercializa a sul-coreana SsangYong, anunciou intenção de montar fábrica no País, em Linhares (ES), para produzir os veículos das três marcas. Da Changan, serão três utilitários: Picape Star CS, Star Family e Star Utility, com lançamentos previstos para janeiro de 2013, e quatro veículos de passeio Mini

Benni, Alsvin, CX20 e C201 com vendas programadas também para o próximo ano. O destaque é o Mini Benni, um subcompacto com motor 1.0l de 69 cv que deve custar algo em torno de R$ 24.900. Da Haima virão três modelos de automóveis que começam a ser vendidos em novembro: o compacto Haima 2 GLS, o médio Haima 3 GLS (sedan) e o utilitário esportivo Haima 7, top de linha da montadora.

Coreanas e japonesas A coreana Hyundai se apoiou no recém-lançado HB20 e mostrou o HB20x, versão cross do HB20 que deve ser lançado em março. Já a Kia esbanjou tecnologia e apresentou o Quoris, um sportback de luxo que chega para competir de igual a BMW Série 5 e Audi A5, porém com preço mais competitivo. Já a Honda trará em 2015 a marca Acura para o Brasil, o

que significa mais carros de luxo nas ruas brasileiras. Também apresentou o novo Civic 2.0l flex sem tanquinho que chega em fevereiro de 2013, além do CR-V também sem tanquinho, que chega em março. Tal como a Hyundai, a Toyota se apoiou no recém-lançado Etios como base da participação no salão, e confirmou as vendas do híbrido Prius, a partir de janeiro, por modestos R$ 120 mil.

A Volkswagen trouxe uma versão apimentada do minicarro up!, batizado de GT up!. Recém-lançado na Europa, o up! conta com motor de 75 cv, porém nesta versão esportiva conceito, traz um propulsor de 100 cv. Com apenas 900 kg, deve ser um carrinho bem divertido de dirigir. Pena que ainda é um conceito... O para-choque dianteiro foi refeito, e difere completamente do design típico do up!: em vez do componente central integrado e pintado que o atravessa, que no cross up! é metálico, o GT up! apresenta uma grande entrada de ar para refrigeração com grade em colmeia. Por fora, há duas entradas de refrigeração para os freios e, integradas a elas estão os LEDs dispostos como asas das luzes de uso diurno. As rodas de liga-leve têm 17 polegadas e pneus 195.


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Avaliação

Audi TTS x Merce

Dúvida

Coupé ou conversível? E se houves Confrontamos a esportividade d do Mercedes-Benz SLK 250, e

H

Seja bem vindo

Posto de condução excelente para quem gosta de acelerar

á certas dúvidas que são verdadeiros desafios. Ter de escolher entre um coupé ou um cabriolet é um deles. Se um for Audi e o outro MercedesBenz, então, totalmente fora de cogitação. A verdade é que este é o tipo de dúvida que poucas pessoas têm o prazer de ter. Por alguns dias, vivemos este dilema: Audi TTS ou Mercedes-Benz SLK 250? A resposta certa é: ambos. Os dois carros conseguem satisfazer com perfeição os desejos dos felizes proprietários, pois entregam boa dose de esportividade e muita exclusividade. Torna-se praticamente impossível passar desapercebido e com certeza não faz feio em nenhum tipo de encontro de VIPs. Trata-se, assim, de uma questão de gosto pessoal. É certo que as versões S da Audi apresentam uma pitada a mais de esportividade, refletida de forma direta no preço. São R$ 311.433 em um TTS contra ‘apenas’ R$ 228.666 da SLK 250 (tabela Fipe). Em compensação o motor 2.0 TFSI do Audi entrega 272cv de potência a 6.000rpm e torque máximo de 350Nm entre 2.500 e 5.000rpm,

Aerofólio de acionamento automático

Volante mais simples, mas não menos funcional

Freio de mão mecânico permite manobras mais radicais

enquanto a Mercedes-Benz com o 1.8 BlueEfficiency gera 204cv de potência a 5.500rpm e torque máximo de 315Nm a 2.000rpm. Nos números de fábrica, o TTS, de 1.415kg, faz de 0 a 100km/h em

5,2 segundos, com velocidade máxima limitada eletronicamente em 250km/h; já a SLK 250, com 1.500kg, leva 6,6 segundos para atingir os 100km/h, e acelera até 243km/h. Números que impressionam.

Capota rígida Como todo bom roadster, a Mercedes-Benz SLK 250 tem frente avantajada, com cofre excepcionalmente grande para o pequeno motor quatro-cilindros, mas que fica sob medida quando é substituído pelo V8 de 5.5 litros da versão AMG 55. Mas, se por um lado o motor é pequeno, a eficiência é grande. De acordo com a Mercedes, o consumo médio é de quase 15km/l. Na semana de teste, medimos 12km/l em circuito 30% rodoviário e 70% urbano, com trânsito leve-moderado. Nada mal. Em pista livre, chegamos a acelerar 180km/h com capota abaixada. Apesar de uma certa turbulência atrás da cabeça, a sensação é ótima, de velocidade bem superior. O carro tem bom grip e suspensão acertada para rodar forte, independente com multilink nas quatro rodas, de 17 polegadas, calçadas com pneus 225/45 na frente e 245/40 na traseira. Apesar de acelerar mais do que isso, a sensação de alta velocidade é bem forte, o que inibe um pouco a vontade de ir mais rápido, mesmo sendo equipado com sistema de controle de estabilidade. Muito


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edes-Benz SLK 250

a cruel

sse a opção de ter os dois em um? do Audi TTS com a exclusividade encontramos uma resposta...

justo, pois o bacana na SLK é rodar de forma suave, em velocidade que dê para apreciar a paisagem e, muito mais que isso, ser apreciado. E para isso, o carro conta um ponto mais forte do que a mecânica: o design. A versão atual é a terceira geração do carro que nasceu em 1996, ganhou mais estilo em 2004, e no ano passado passou por uma nova revista, para alinhamento de estilo da marca que tem como base a SLS 63 AMG, a famosa Asa de Gaivota. Ficou mais imponente e ganhou robustez. Como todos os modelos da marca, a SLK tem um toque de exclusividade único: a capota rígida retrátil, que apesar de ser utilizada por outras montadoras, faz torcer pescoços sempre que transformamos o coupé em conversível e vice-versa. Coupé Ao optar pela carroceria coupé do Audi TT para esta matéria não imaginava que ganharia um upgrade com a disponibilização de um TTS. Surpresa inesperada e muito bem vinda, claro. Afinal, o TTS é muito mais divertido que o TT, que custa R$ 222.120,

Com a capota fechada, a SLK é também um coupé

Capota rígida é show a parte, mas precisa parar o carro para acioná-la

No volante, todos os comandos estão à mão

Por dentro, a SLK é simples, mas completa

e rende 211 cv de potência e 350Nm de torque máximo. Abro aqui um parênteses. É preciso explicar que pensamos nesta matéria comparar um roadster a um coupé, e fazer algo um pouco dife-

rente do usual, que seria comparar dois roadster. Neste caso, teríamos optado pelo Audi TT Roadster, que tem a mesma configuração mecânica do TT, mas conversível e com capota de lona, e preço na

ordem de R$ 237.783 (Fipe). Tanto o TT Coupé quanto o Roadster equilibrariam bem a balança custo, mas como experimentamos um TTS, ficou evidente que o Audi levou vantagem no quesito esportividade, mas perdeu em custo. Tanto TT quanto TTS têm exatamente o mesmo design, de linhas retas e limpas, quase de uma simplicidade extrema e por isso mesmo chama tanta atenção por onde passa. São obras de arte clássicas que dificilmente o tempo apaga. Muito pelo contrário. Mas em termos de esportividade, o TTS oferece muito mais, e vai além da potência e velocidade. Acoplado ao motor 2.0 TFSI, há uma excelente transmissão automatizada de seis velocidades acionada por dupla embreagem. A tração é 4x4 integral e além de tudo isso conta ainda com sistema de controle de estabilidade e tração. Um sofisticado programa eletrônico gerencia motor, câmbio, tração, e assim a Audi desenvolveu um dispositivo bem bacana batizado de Launch Control que permite arrancar com rotação de torque máximo, o que leva o carro

No canto à direita, escondido, o botão para acionar a capota elétrica


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Avaliação

Grade com estrela da SLK é mais imponente do que os quatro anéis do TTS

O TTS é mais bem resolvido com a silhueta coupé clássica

Ficha técnica Audi TTS 2.0 TFSI

Motor: dianteiro, 4 cilindros, 16V, Cilindrada: 1.984 cm³ Potência: 272 cv a 6.000 rpm Torque: 350 Nm a 2.500 ~ 5.000 rpm Câmbio: S tronic 6 marchas Tração: 4x4 quattro Pneus: 245/40 R18 Dimensões: comprimento, 4.178 mm; largura, 1.842 mm; altura, 1.345 mm; entre-eixos, 2.468 mm Volumes: porta-malas, 290 litros; tanque de combustível, 60 litros Desempenho: aceleração de 0 a 100 km/h, 5,2 segundos; velocidade máxima, 250 km/h (limitada eletronicamente)

Ficha técnica Esprotividade vem fundo preto e detalhes em vermelho

Na Mercedes, o tradicional fundo branco agrada

Console da porta do Audi é simples e conta apenas com os botões essenciais

de 0 a 100km/h em 5,2 segundos. Na prática, é parar o carro, engatar em modo esportivo, desligar o controle de estabilidade, pisar no freio com o pé esquerdo, acelerar fundo com o direito e quando a rotação subir para 3.000rpm, soltar o freio e sentir o corpo colar no banco. Contar 1, 2, 3, 4 e 5! Pronto. 100km/h. Neste momento a suspensão se ajusta automaticamente, graças ao gerenciamento eletrônico dos amortecedores batizado de Audi Magnetic Ride. Em cada um dos quatro amortecedores há microesferas metálicas misturadas ao fluido do amortecedor. Por meio de corrente elétrica, o sistema alinha as

Bancos elétricos com três opções de memória é uma tradição nas Mercedes

esferas e dificulta a passagem de óleo dentro do amortecedor, aumentando a eficiência de estabilidade do veículo. O controle pode ser acionado automaticamente ou manualmente, através da tecla esporte. Em alguns pontos, é indiscutível a maior presença de tecnologia no TTS do que em qualquer outro coupé ou roadster compacto premium, e tudo isso justifica o maior custo. Mesmo com apenas quatro cilindros, é um esportivo puro sangue, que permite rodar tranquilo a 220km/h em retas e também algumas curvas, que não seriam recomendáveis contornar a mais de 140km/h a bordo da maioria dos carros ‘normais’.

Escolha do editor

Conversível, por favor Apesar da maior esportividade do Audi TTS e da melhor sensação de pilotagem esportiva, a MercedesBenz SLK 250 entrega um status mais sofisticado. Por este motivo, o conversível se sobrepõe ao coupé.

Merdeces-Benz SLK 250

Motor: dianteiro, longitudinal, 4 cilindros, 16V, com duplo comando de válvulas variável (DOHC) Cilindrada: 1.796 cm³ Potência: 204 cv a 5.500 rpm Torque: 31,6 kgfm a 2.000 rpm Câmbio: automático sequencial, 7 marchas Tração: traseira Freios: discos ventilados na frente e sólidos atrás Pneus: 225/45 R17 dianteira; 245/40 R17 traseira Dimensões: comprimento, 4.134 mm; largura, 1.817 mm; altura, 1.303 mm; entre-eixos, 2.430 mm Volumes: porta-malas, 225 litros; tanque de combustível, 60 litros Desempenho: aceleração de 0 a 100 km/h, 6,6 segundos; velocidade máxima, 243 km/h


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Renault Sandero Stepway Automático

Conforto à bordo

Suspensão elevada e transmissão automática tornam o modelo bem adequado ao asfalto brasileiro

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lguns veículos foram pensados para trazer mais conforto aos ocupantes. Assim é o Renault Sandero Stepway Automático, que conta com a facilidade da trasmissão automática, aliada à suspensão elevada e os pneus 195/60 R 16, combinação que permite rodar sem se preocupar com buracos, valetas e lombadas. Mas isso tem um preço: o alto valor de aquisição do modelo, que pode superar os R$ 50 mil (R$ 48.150, segundo tabela Fipe). Algo surreal em um carro compacto que conta com acabamento interno simples. O modelo avaliado contava

com pintura metálica (R$ 850) e bancos de couro (R$ 1.100). De série, vem com Pack Segurança (freios ABS, airbag duplo, volante em couro e apoios de cabeça traseiro), e os itens de conforto básicos: ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas e computador de bordo. Há ainda possibilidade de adicionar sistema de navegação com tela touchscreen de 7’’, rádio com conexão USB/iPod, Bluetooth e AUX, por R$ 500. De série, vem com rádio CD Player 2DIN, MP3, USB, entrada auxiliar / IPOD e Bluetooth, com controle satélite na coluna do volante.

Vida a bordo A posição de condução do Sandero não é das melhores. Falta a regulagem de profundidade do volante, e os comandos do vidro elétrico ficam posicionados em região que motoristas com mais de 1,80 m costumam reclamar, pois atrapanham as pernas. O câmbio automático de quatro velocidades é bom, no sentido de conforto no trânsito intenso - tem operação suave e progressiva, mas é antigo e exige demais do motor 1.6l 16V Hi-Flex, principalmente nas ultrapassagens. Claro que o conforto de não precisar passar as marchas tem um preço. Na cidade, paga-se

caro, pois o carro não faz mais do que 8 km/l, mesmo com opção de trocas manuais sequenciais. Já na estrada, o consumo melhora bastante, e chega a 11 km/l em trechos de pista plana, onde é possível manter a velocidade mais constante. O modelo 2013 ganhou nova grade fronta, mais agressiva. Os acessórios que o tornam um crossover compacto deixam o modelo mais chamativo e destaca o veículo no trânsito. O ponto forte é o motor, robusto e bem resolvido, tanto na gasolina quanto no etanol. Podia ser um pouco mais liso, mas ai não seria Renault.

Ficha técnica Renault Sandero Stepway

Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16V Cilindrada: 1.598 cm³ Potência: 112/107 cv (etanol/gasolina) a 5.250 rpm Torque: 15,5/15,1 (e/g) kgfm a 3.750 rpm Câmbio: automático sequencial, 4marchas Tração: dianteira Pneus: 195/60 R16 Dimensões: comprimento, 4.021 mm; largura, 1.746 mm; altura, 1.640 mm; entre-eixos, 2.591 mm Volumes: porta-malas, 320 litros; tanque de combustível, 50 litros


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Artigo

Falta de manutenção: agente oculto

Antônio Carlos Bento é presidente da Corneta e coordenador do GMA – Grupo de Manutenção Automotiva responsável Programa Carro 100% / Caminhão 100% / Moto 100% que visa conscientizar o motorista sobre a importância da manutenção preventiva para garantir segurança no trânsito

E

m véspera de feriado, é importante abordar questões relacionadas ao trânsito, principalmente lembrar de cuidados que ajudar na prevenção de acidentes, como prudência ao volante, uso do conto de segurança em todos os ocupantes, inclusive os que estão no banco de trás, assim como manter o veículo em boas condições de uso. Ainda pouco comentada, mas a falta de manutenção pode ser a causa de acidente. É comum ouvir que o motorista perdeu a direção, estava embriagado, o veículo ficou desgovernado, alta velocidade. A falta de manutenção do veículo não é cogitada como uma possível causa de acidentes. Até porque o País não tem estatística sobre o estado de conservação dos itens

de segurança dos veículos envolvidos em desastres no trânsito. Enquanto a aprovação da Inspeção Técnica Veicular, que prevê a fiscalização de componentes que interferem diretamente na segurança do veículo, está emperrada no Congresso Nacional, o número de mortes em acidentes de trânsito é crescente e assustador: 38 mil pessoas perdem a vida por ano em ruas, avenidas e estradas de todo o Brasil e outras milhares ficam com sequelas graves permanentes. Os acidentes de trânsito matam 104 pessoas todos os dias. É realmente um dado estarrecedor e preocupante. E o pior é que muitos deles poderiam ser evitados se o veículo estivesse em boas condições de uso. Uma simples palheta do parabrisa pode

ser determinante em um momento em q ue precisa ser acionada para garantir boa visibilidade do motorista na hora da chuva. Quando os pneus estão carecas, pastilhas de freios desgastadas, amortecedores sem eficiência, o problema se agrava. Imagina tudo isso junto em uma noite chuvosa, o risco de acidente aumenta ainda mais. No trânsito em estradas, imprevistos acontecem a todo o momento e o veículo precisa estar preparado para corresponder à altura das necessidades. Para isso, é preciso mantêlo em boas condições de uso, fazendo a manutenção preventiva indicada no manual do fabricante em uma oficina de confiança. Se por um lado, os veículos não são fiscalizados regularmen-

te, uma vez que não existe um programa que regulamenta a inspeção de itens de segurança, assim como já acontece em mais de 50 países, dados de uma pesquisa realizada com 4 mil motoristas para avaliar o comportamento e cuidados com manutenção do veículo indicam que, quanto mais idade tem o automóvel, menor é a preocupação do dono com o seu estado de conservação. Uma contradição, pois, com o uso, ocorre desgaste das peças, exigindo assim maior cuidado para garantir que o veículo permaneça em boas condições. A educação no trânsito deveria ir muito além da forma de como o motorista conduz e abordar aspectos relacionados também à manutenção adequada do veículo.


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