JornalESAS Junho 2011

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Publicação Trimestral I

J U N H O 2011 I Número XXX

1,00 €

Dança l Novidades| Visitas de estudo I Redes Sociais |Lugar da Ciência | Biblioteca l Música

Foto de António Carvalhal (prof.)


Novidades para o ensino Secundário Decreto nº 50/2011 Clementina Silva (prof.ª Coordenadora da Área de Projecto e Delegada de Filosofia)

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o dia 8 de Abril de 2011 saiu, em Diário da República, o Decreto-Lei

nº 50/2011 que elimina a Área de Projecto do 12º ano, introduz o exame final nacional optativo na disciplina de Filosofia da componente de formação geral, mantendo-se o número de quatro exames obrigatórios para conclusão do ensino secundário para os alunos dos cursos científico-humanísticos, vocacionados para o prosseguimento de estudos de nível superior e por último cria a disciplina de Formação Cívica no 10º ano, com vista a reforçar a formação nas áreas da educação para a cidadania, para a saúde e sexualidade.

A possibilidade de realizar o exame final optativo de Filosofia permite, afirma o diploma, “valorizar a componente de formação geral do currículo e promover um equilíbrio na oferta de exames finais nacionais nas duas componentes de formação, sem prejuízo da manutenção da oferta de exames nas disciplinas específicas de cada curso e sem onerar os alunos com um aumento do número de exames obrigatórios a realizar para conclusão do ensino secundário.”

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“O Concurso Nacional de Leitura” Catarina Lourenço e Rita Magalhães

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Concurso Nacional de Leitura, uma iniciativa do plano Ler +, começou há três anos com o objectivo de promover a leitura entre os jovens. Foi-nos solicitado que lêssemos “O Conto da Ilha Desconhecida”, de José Saramago e “O Japão é um Lugar Estranho” de Peter Carey. Ao todo, passaram seis alunos da nossa Escola para a fase Distrital. A parte escrita desta eliminatória foi sobre os livros “O Hobbit”, de J.R.R. Tolkien e “Os Livros que Devoraram o Meu Pai”, de Afonso Cruz. Foram apuradas três alunas da ESAS na fase oral: duas do Ensino Básico (Catarina Lourenço e Rita Magalhães) e uma do Ensino Secundário (Joana Fonseca). Nós achámos que a entrevista, com duração de dez minutos, foi interessante, dado que nem sentimos que estivéssemos a ser avaliadas, pois limitámo-nos a falar daquilo que pensávamos e sentíamos. Estas provas decorreram na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto. A fase Nacional do Concurso aconteceu em Lisboa, nos Estúdios do programa “Quem Quer Ser Milionário”. A prova escrita, para o básico, tinha a mesma constituição da Distrital, sobre os livros “Vida nas Palavras de Inês Tavares”, de Alice Vieira e “A Ilha do Tesouro” de Robert Louis Stevenson. O secundário realizou a prova escrita ao mesmo tempo, mas sobre “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, de José Saramago e “Noites Brancas”, de Fiódor Dostoiévski. Na fase oral, os espectadores (família, concorrentes que não passaram, entre outros) assistiam a todas as apresentações, mas os alunos estavam numa sala à parte a preparar a sua intervenção. No fim das apresentações foram anunciados os seis alunos de cada escalão que passavam para a final que se realizou a 21 de Maio. Nenhuma de nós foi seleccionada. Como participantes e observadoras, somos obrigadas a referir que a forma como muitas das apresentações foram realizadas, nos espantou e desiludiu: a maioria dos alunos, revelaram ter um texto decorado (alguns tinham mesmo o papel à frente!) em que contavam a história do livro sem partilharem as suas experiências e interpretação que é, na nossa modesta opinião, o que se espera de um concurso como este. Apesar desta surpresa, e de nenhuma de nós ter sido seleccionada para a fase final, ganhámos muito com este concurso, tanto em experiências de leitura como em convívio com outros jovens leitores e professores. Queremos agradecer a todos os nossos professores do grupo de Língua Portuguesa que nos apoiaram nesta iniciativa: Prof. José Ribeiro e Profª Ana Amaro por nos terem incentivado a participar e às professoras Carmo Oliveira e Zaida Braga que nos acompanharam nas diversas fases, respondendo pacientemente às nossas perguntas, acalmando os nossos nervos e ouvindo os nossos discursos críticos. Queremos, também agradecer à biblioteca/CRE, um dos patrocinadores a nível de Escola, por todo o apoio prestado.

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Maria Luísa Mascarenhas Saraiva (profª responsável pela Biblioteca)

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uase no termo de mais um ano lectivo, a Biblioteca congratula-se com os bons resultados obtidos, confirmados por algumas “evidências” inquestionáveis que passo a referir.

Em primeiro lugar, a realização das 1ªs Olimpíadas da Língua Portuguesa, no dia 4 de Maio, registaram uma adesão significativa: 21 alunos do Secundário e 35 alunos do 3º ciclo apresentaram-se a este concurso de que saíram vencedores a Júlia Martinho do 11º C, e o Henrique Taveira do 9º B. O número de concorrentes e o nível demonstrado nas provas tornam ainda mais honrosa a atribuição dos prémios, que foram entregues na Noite de Teatro agendada para o próximo dia 3 de Junho. As Olimpíadas integram o projecto “A minha Pátria é a Língua Portuguesa”, que pretende, através de um conjunto de iniciativas, ser uma chamada de atenção para a importância da língua materna em todo o processo de ensino/ aprendizagem. Foi uma satisfação para a equipa da Biblioteca ver este projecto reconhecido e apoiado pela Fundação Calouste Gulbenkian com uma dotação financeira que vai permitir, num período de contenção orçamental, continuar a renovar o fundo bibliográfico, ajustando-o aos interesses e necessidades dos alunos e professores desta escola. Também este ano, e pela primeira vez desde há alguns anos, a frequência de requisição de livros informativos ou de ficção superou, por larga margem, os manuais escolares. Para este resultado contribuíram todos os professores que, atentos à profunda actualização da Biblioteca, souberam incentivar os seus alunos levando-os a descobrir as novidades em temas tão variados como os oferecidos pela divulgação científica – e aqui cabe uma menção especial ao “ Lugar da Ciência”-, a literatura estrangeira e portuguesa, com muitos títulos especialmente concebidos para um público juvenil. A Biblioteca também desen-

volveu um ano particularmente activo e rico em ofertas culturais – destacamos o ciclo de actividades “No Ano da Morte de José Saramago”, entre outras – só possível pelo empenho da equipa responsável e pelos recursos adquiridos, em larga medida, através do projecto ESAS@ LER+, também financiado, em 2010, pela Fundação Calouste Gulbenkian e pelo Plano Nacional de Leitura. A confirmar o exposto, divulgamos no Top Leitor os alunos que mais livros requisitaram à biblioteca até esta data, considerando apenas as requisições domiciliárias: 1º - Miguel António Ramalho, 9º A - 49 2º - Patrícia Cordeiro, 12º I – 43 3º - António Pedro Pacheco, 10º C - 30 4º - Frederico Oliveira, 7º C - 31 5º - Júlia Martinho, 11º C - 25 6º - Vanessa Filipa Moura, 8º E - 25 7º - Ana Lúcia Menezes, 12º B - 24 8º - Flávio Xavier Costa, 7º E - 20 9º - Vanessa d’Orey, 11º F - 17 10º - Ricardo Manuel Soares, 10º B - 17 Os livros mais lidos foram os seguintes: Animais da terra (16), O Fogo e as Cinzas, de Manuel da Fonseca (15), O grande livro dos habitats, de Clive Gifford (14), Enciclopédia básica de desportos radicais, de Joe Tomlinson (14), Crime e Castigo, de Dostoievski (13), O estranho caso do cão morto, de Mark Haddon (12), Einstein, de Walter Isaacson (12), Mensagem, de Fernando Pessoa (12), Amanhecer, de Stephanie Mayer (11), e Voltar atrás para quê?, de Irene Lisboa (10). Para os progressos registados contribuíram muitos factores, mas nada seria possível sem o trabalho colaborativo: com alunos e, sobretudo, com os professores. Obrigada a todos!

Foto de António Carvalhal (prof.)

Notícias da Biblioteca JUNHO

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Concurso de Música

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Concurso MÚSICA EM DIA DE AURÉLIA, fez parte das comemorações do dia da Escola Aurélia de Sousa que

este ano lectivo foi celebrado a 8 de Abril. Teve como objectivo divulgar saberes e competências dos alunos na área da música e incentivar e premiar a actuação de alunos da ESAS. Foi concedida, aos concorrentes, liberdade na escolha e interpretação do tema musical apresentado a concurso. O CASTING foi da responsabilidade de Professores de música e músicos profissionais pertencentes à Jahas - Academia de Artes/Rockshool, que fizeram parte integrante do júri e colaboraram na apresentação do espectáculo final. Foi atribuído um prémio ao vencedor do concurso que consistiu no

Último Em 2011, dia do82º dePeríodo Abril

pagamento da inscrição e primeira mensalidade de um curso de música, disponível na Jahas- Academia de Artes. Esta academia oferece cursos de música clássica, pop/rock e cursos livres.

O vencedor é…. Hugo Nelson Coelho Pereira do 7ºB

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Ilustrações de Teresa Viegas (profª para LdC) u quis participar no concurso de talento por causa do prémio oferecido, pois nunca tive aulas de canto.

No dia do espectáculo estava muito nervoso, porém a minha actuação correu bem. Quando o júri anunciou os resultados e disse o meu nome não soube o que pensar, se iria saltar de alegria ou ficar triste pelos outros. Ao receber o ramo, a minha tristeza foi aumentando quando olhava as caras dos restantes concorrentes, pois todos mereciam ganhar. Por outro lado, já posso ter aulas de canto, o que sempre quis. 

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Dia Mundial da Dança Ana Rita Babo Pinto, aluna universitária de Direito, ex. aluna da ESAS

Já dizia Wayne Dyer: "Quando você dança, o seu propósito não é chegar a determinado lugar. É aproveitar cada passo do caminho”.

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foi isto que se passou no dia 29 de Abril, na Escola Secundária Aurélia de Sousa. Em tom de festa, celebrou-se este dia realizando uma série de aulas, de variados tipos de dança, com o intuito de fazer chegar a dança às pessoas. Quando digo “fazer chegar a dança”, não falo dos passos, da música, mas sim da paixão que a dança traz consigo. Se conseguirmos transmitir esta paixão, então podemos dizer que a nossa missão foi cumprida. E foi essa a missão que me foi incumbida pela professora Catarina Cachapuz, a qual recebi com todo o gosto. Sendo uma ex-aluna da escola, que muitos momentos inesquecíveis me proporcionou, foi uma alegria poder voltar ao secundário ainda para mais para dançar! Mal cheguei apercebi-me do entusiasmo que estas actividades estavam a deixar nos alunos. Vi os seus olhos curiosos, com vontade de dançar, de experimentar uma coisa nova … Mesmo os rapazes deixaram os preconceitos de lado e aderiram com alegria a esta actividade. Já as raparigas vinham ter comigo e faziam-me perguntas sobre o que se ia passar. Sendo assim, estavam reunidas todas as condições para começar a ensinar alguns passos básicos de tango, na primeira aula, e de jive na segunda. O mais difícil foi começar porque os alunos eram muitos e eu também sendo aluna não estou habituada a transformar-me em professora – de facto é uma tarefa difícil (mas recompensadora)! No entanto, depois de ensinados alguns passos, todos os alunos se concentraram e empenharam em aprender a coreografia. O ambiente foi super agradável e acredito que os alunos se divertiram muito. Como estavam a aprender danças de salão notou-se aquela vergonha engraçada nos rapazes por terem que ir buscar uma menina para dançar, mas a verdade é que depois de formados os pares, trabalharam todos em equipa e ajudaram-se mutuamente. Quando as aulas acabavam, muitos eram os alunos que me pediam para ficar mais um bocadinho a dançar. Assim, dançavam pelo intervalo fora e chamavam os seus amigos para lhes ensinarem as coreografias que tinham aprendido. E entusiasmados vinham ter comigo e perguntavam-me como se dançava o samba, ou a valsa. Tinham sede de aprender mais! E eu ficava contente: por um lado, por estar a ser tão bem recebida na minha antiga casa; por outro, por estar a ver a minha missão a ser cumprida. De facto, a dança não são apenas passos e ritmos: a dança é muito mais do que isso. A dança é saúde, é ajuda, é cooperação - valores essenciais que se têm que incutir nos alunos! E todos estes valores estiveram presentes durante este bonito dia. E o meu desejo enquanto praticante de danças de salão é que este gosto que se viu nos alunos nunca se perca! Aqui vai um pedido: quem goste que pratique, QUE DANCE para que esta paixão se possa perpetuar por muito tempo.

VIVA A DANÇA!

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"Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar... Tu amas, sofres e sentes. Dança!" Isadora Duncan

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"Aprende-se a desenhar, desenhando" António Carvalhal – Professor da disciplina de Desenho A, ESAS, 12º H

“Na base das artes visuais está o mecanismo da visão, o cérebro e as mãos.”

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s desenhos expostos foram realizados pelos alunos da turma do 12ºH, na disciplina de DESENHO A, só podem ser totalmente compreendidos em função da análise das especificidades de cada proposta de trabalho. Diria apenas que temos desenhos resultantes de variadas propostas, todas com o objectivo específico de desenvolver a percepção visual, a expressão gráfica, a comunicação visual e o domínio de materiais, técnicas suportes, bem como a utilização de variadas formas de expressão. Existem desenhos realizados em 30 segundos, 1 a 5 minutos, desenhos mais morosos, desenhos realizados com a mão oposta à habitual, desenho “cego”, desenho de análise, de representação (aquilo a que se costuma designar de “desenho à vista”) de formas naturais e artificiais, desenhos de síntese, estudo da figura humana, desenho de representação do espaço e volume, análise de obras de arte, reformulação de obras de arte, etc. As técnicas e materiais são as comuns ao desenho e que são desenvolvidas na disciplina de DESENHO A – Riscadores como - carvão, grafites, sanguínea, sépia, pastéis secos e de óleo, lápis de cor. Materiais líquidos como – tinta da china, tinta sépia. Aguarela e guache.

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"O desenho está em tudo. A escrita é feita de palavras, as palavras e as letras de desenho. O desenho escreve, inventou as letras para se exprimir. Uma das grandes falhas na educação é não se obrigar as crianças a desenhar na escola, tal como se escreve. É a mesma coisa, sendo que o desenho é uma linguagem universal. Quando ouço alguém a dizer 'desculpe mas não sei desenhar', é como se dissesse, 'desculpe, mas sou analfabeto".

Palavras de Fernando Lemos, pintor surrealista, artista gráfico, fotógrafo e poeta português

Descontando o tendencioso exagero da afirmação, convenhamos que o pensamento do artista faz muito sentido num sistema de educação que não valoriza a expressão individual, a criatividade e, em última análise, o sentido estético e a arte.

Do ponto de vista do observador procura-se fazer a descodificação do que se vê representado, a partir do que se conhece do mundo, fazendo associações automáticas entre o que conhecemos da realidade e o que vemos representado. O receptor, aquele que analisa um desenho, também só perceberá nele o que conseguir ou quiser entender. A cultura que cada um de nós possui, vai tornar-nos mais ou menos capazes de extrair "leituras" de uma imagem ou desenho. O tipo de sensibilidade, a disponibilidade e curiosidade para apreciar a imagem também conduzem a uma apreensão mais rica ou mais pobre. Ana Isabel do 12ºH

A expressão artística através do desenho como forma de exteriorizar e comunicar, atravessa toda a história do homem e todas as culturas. 
O fascínio que sentimos perante obras artísticas como um desenho rupestre, gótico, renascentista ou contemporâneo, faz-nos pensar acerca do que estará no cerne destas obras para provocarem tal efeito. Diz-se que só o homem possui este fascínio e capacidade de admiração perante os fenómenos e factos estéticos e que portanto os "persegue", procurando exprimir-se através da arte. É com a mão que fazemos os gestos de desenhar. Os instrumentos surgem como objectos que constituem o prolongamento das mãos, materializando visualmente o pensamento.

Francisco do 12ºH

in, DESENHO – Materiais, instrumentos, técnicas http://desmat.no.sapo.pt/ http://odesenho.no.sapo.pt/

Bárbara do 12ºH JUNHO 2011 I NÚMERO

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António Carvalhal 2011

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As línguas abrem caminhos… Paula Magalhães (profª coordenadora do Departamento de Línguas) Fotos de Mª José Rodrigues (profª)

… e assim, entre 21 e 25 de Março, caminhámos na rota das culturas de expressão Portuguesa, Espanhola, Francesa, Inglesa e Alemã, à descoberta de alguma da poesia, do cinema, da música e gastronomia dessas culturas. Neste percurso, necessariamente limitado no tempo e espaço, toda a escola participou – os alunos, com os seus trabalhos e entusiasmo, os funcionários, com a sua disponibilidade para ajudar, os professores com o seu empenho, participação e organização, a Biblioteca/Centro de Recursos com a sua colaboração, a Associação de Pais, que nos permitiu ter os expositores a tempo, e a Direcção da Escola, sempre aberta a iniciativas que promovam os valores de uma cidadania participada, responsável e integradora da diversidade linguística e cultural. E, porque a escola é também um local de afectos, contámos ainda com a presença de alguns elementos (professores e alunos) que, embora já não se encontrem aqui a trabalhar, nos continuam a visitar com a alegria de velhos amigos. É difícil quantificar o número de alunos que participaram com

trabalhos para a exposição, de alunos que participaram nas sessões de cinema, de ‘apadrinhamento’ poético, de apresentação de um livro, e na récita que envolveu talentos de diversas turmas (o nosso ‘negócio’ são mesmo as letras), mas no concurso Descobre os Poemas foram 36 as equipas participantes, de diferentes turmas, anos e ciclos de ensino. Lamentamos só haver um vencedor, pois todas as equipas ganharam pela competitividade sadia que exibiram, mesmo quando o prémio material não parecia muito atractivo. Como prometido, revelamos aqui os vencedores, que completaram correctamente a sua prova em 3 minutos e 30 segundos – os alunos BÁRBARA TEIXEIRA, NÚRIA FONSECA e JOSÉ CHEN do 11º B. Parabéns à equipa! O Departamento de Línguas agradece a participação de toda a comunidade escolar nesta sua iniciativa e promete continuar a empenhar-se na divulgação dos trabalhos realizados nas aulas de línguas e na divulgação das culturas subjacentes a essas línguas. Contamos convosco para o próximo ano! 

O Mangas está de volta ! Patrícia Costa do 11º G

À

chegada de Napoleon, Ohio (E.U.A.), onde passou cerca de um ano, Francisco Mangas falou-nos das saudades e das diferenças culturais com que teve de se confrontar. Mas a satisfação de ter atingido a maior parte dos seus objectivos transparece no seu discurso. Conheceu imensas pessoas e fez amigos para a vida. Além disso, conseguiu bater recordes da escola em natação e ir ao campeonato estadual, ou seja, à competição mais importante para um nadador de “liceu” nos E.U.A. Por lá, a organização escolar implicava ter oito aulas por dia de 42 minutos, com breves pausas de 3 minutos para ir ao cacifo, trocar de livros e dirigir-se a outra sala, para a aula seguinte. O que na prática significava uma turma diferente para cada aula. Os comportamentos incorrectos nas aulas eram penalizados com acréscimo de 30 minutos de prolongamento do horário diário e quanto aos telemóveis, eram completamente proibidos, mesmo à hora do almoço. As infracções davam direito a idas à escola aos sábados. Para o almoço estavam destinados apenas 30 minutos, com a obrigatoriedade de comer na escola. Dessas refeições ficou a memória da monotonia e da má qualidade das ementas. Recorda a insistência de batatas fritas, pizza e galinha frita. No caso de querer outro tipo de refeição, o custo duplicava. Em Napoleon existem restaurantes de fastfood por todo o lado e os preços são mais baixos e a quantidade de comida é superior à que se serve nas lojas similares aqui em Portugal. Teve sorte com a família que o acolheu, porque sempre o apoiou. JUNHO 2011 I NÚMERO

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Acordavam-no todos os dias às 5 horas da manhã para não faltar aos treinos e assistiram a todas as provas de natação em que participou. Por tudo está profundamente agradecido. Esta experiência permitiu-lhe melhorar o inglês e adquirir conhecimentos, especialmente sobre desporto e especificamente sobre natação. Agora receia o retomar das rotinas aqui pela ESAS, principalmente na disciplina de Português, pois a língua inglesa está sempre presente e teme as aulas de 90 minutos, que lhe vão parecer uma eternidade. Manifesta vontade de frequentar uma universidade americana, pois, segundo afirma, há por lá mais oportunidades e apoios em relação à prática da natação. “Acho que esta experiência fez de mim uma pessoa melhor, mais evoluída física e intelectualmente”.

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A Filosofia na Cidade

FILOSOFIA 

Convicção, Tolerância e Diálogo: a construção da cidadania

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FILOSOFIA 

FILOSOFIA

Maria Silva, Sofia Silveira, , Francisco Rodrigues e Catarina Teles do 11º A

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omo diz E.B. Taylor, cultura é “um todo complexo que inclui os conhecimentos, as crenças, a arte, a moral, as leis, os costumes e todas as outras disposições e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade.” Ou seja, é o resultado global dos conteúdos, modos de pensamento e comportamentos, transmitidos e aprendidos no decurso do processo de socialização. Hoje em dia, há grande contacto entre diferentes culturas devido à globalização e à imigração e nós, seres humanos, enquanto cidadãos do mundo, devemos reflectir sobre as nossas condições de vida e sobre os direitos fundamentais de cada um, de forma a poder garanti-los. Quando se fala em fome, que afecta milhares de pessoas, ninguém fica indiferente, mas só isso não chega. Porém, é difícil encontrar uma forma de resolver todos estes problemas, pois há diferentes interesses e valores em jogo, visto que cada cultura tem uma forma de ver e entender o mundo, muitas vezes, incompatível com qualquer outra. A diversidade cultural permite-nos abrir horizontes para o mundo, enriquecendo-o. Este facto implica que uma sociedade terá que ter grande

capacidade de tolerância face à interacção com outras culturas muito distintas da sua. A tolerância implica a capacidade de admitirmos que, para além de toda a diversidade de convicções e maneiras de viver, deve prevalecer a ideia de que qualquer ser humano não deve ser para nós um estranho, mas alguém com uma dignidade semelhante à nossa, alguém com valores, os quais devemos respeitar, já que somos todos humanos e elementos de uma cadeia de seres que coexistem no mesmo espaço e têm um destino comum. Coexistir nesse espaço multicultural implica esforçarmo-nos por compreender as convicções e as maneiras de viver daqueles que interagem connosco. Há diferentes atitudes face à diversidade cultural. Uma delas é o relativismo cultural ou multiculturalismo, que respeita a diversidade cultural e aceita-a. Cada cultura só pode ser avaliada a partir dos seus valores e comportamentos, ou seja, a partir de dentro. Toleram -se, mas vivem de “costas voltadas”, sem contacto entre si, pois tendem a isolar-se. Na actualidade, a tolerância tem uma concepção positiva, mas antes era vista negativamente, uma vez que era concebida como uma mera permissão, mas

não como uma aceitação activa das diferenças culturais. É reconhecida como princípio regulador do pluralismo cultural mas apesar disso, há dificuldade em distinguir o tolerável do intolerável, pois não existe uma definição aplicável a todas as situações para distinguir comportamentos e atitudes que são aceitáveis ou inaceitáveis, dentro de uma sociedade. Como João Baptista Magalhães afirma: “No mundo contemporâneo, quando se fala de tolerância, não são os direitos do culto que estão em causa, mas o direito à diferença. (…)”. Ou seja, cada um de nós, por muito diferentes que sejamos, devemos ter o direito à diferença. Cada um tem de respeitar o outro da maneira como é e aprender a conviver com ele, pois nós, enquanto cidadãos do mundo, não somos indivíduos isolados, mas sim integrados na sociedade, em convivência e em interacção com qualquer cultura, diferente ou igual à nossa. Deste modo, como o mesmo autor refere: “a tolerância é a harmonia na diferença”. Hoje em dia, a tolerância está muito pouco presente no quotidiano. A intolerância, a violência e o desrespeito é algo que ainda existe e em grande abundância. Continua na página 15

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Redes sociais – Sim ou Não? Por Equipa JRA - José Chen 11º B e Cláudia Lima 10ºB Foto de António Carvalhal (prof.)

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ma rede social é uma estrutura social composta por indivíduos (ou organizações) que são ligados por um ou mais tipos de interdependência. A Internet é um dos meios de comunicação mais importante dos nossos tempos: crianças, adolescentes e muitos adultos usam-na para trabalhar ou simplesmente como passatempo. Algumas redes sociais amplamente utilizadas são Facebook, Orkut, Hi5 e Twitter . São, basicamente, um modo de interagir com os amigos e, por vezes, até mesmo fazer novos contactos. Pessoas de todas as idades e raças utilizam-nas, mas os adolescentes são os que mais as usam. A maioria deles gasta muitas horas à frente dos seus computadores portáteis. Como tudo, as redes sociais têm vantagens e desvantagens. Começando pelas desvantagens, às vezes as pessoas gastam tanto tempo só para publicar fotografias ou novas aplicações que acabam por perder a sua vida social na realidade e o contacto directo com as pessoais. Há também o perigo de marcar encontros com alguém que se encontre online e verificar que, afinal, não era bem a pessoa que se esperava que fosse. No entanto, também há o lado positivo. As redes sociais permitem às pessoas manter contacto com os seus amigos quando eles viajam porque se podem ver as suas fotografias e constantes actualizações, completamente grátis. E também há

realmente a possibilidade de fazer novos amigos e encontrar alguém que já conhecemos e de quem nos tivemos de separar. Porém, a melhor parte é a possibilidade de integrar surpreendentes redes de contactos. Pela nossa experiência, o JRA permite-nos estar mais envolvidos virtualmente com outras redes e associações, como a YRE (Young Reporters for the Environment), www.youngreporters.org, ABAE (Associação da Bandeira Azul da Europa), www.abae.pt, e a Associação Campo Aberto, www. Campoaberto. pt, entre outras e publicar diversos traba-

lhos que vamos desenvolvendo ao longo da concretização dos nossos Projectos. Também vamos mantendo contacto com outras escolas do país, da Europa, e outros países da rede, trocando ideias e informações. Em resumo, as redes sociais devem ser usadas por quem as quiser utilizar, mas com um tempo limitado e sério cuidado. Este é o nosso conselho pessoal e opinião. Cada rede social é como chocolate: não é prejudicial se não abusarmos dele. JRA nas redes sociais – visitem-nos! 

JUNHO

Ilustração de Teresa Viegas (profª para LdC

Solução para o desafio da página 4

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As Redes Sociais e a Política João Iglésias do 11ºF

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fenómeno da relação redes sociais/políticos tem vindo a ganhar o seu espaço, mesma na política portuguesa. O próprio presidente da República, Dr. Cavaco Silva, que transmite uma imagem algo conservadora, tem vindo a utilizar as redes sociais para dialogar e informar os cidadãos, evitando, por outro lado e sempre que possível, fazê-lo através do meio mais clássico que é a comunicação social. Tudo isto começou, a meu ver, com a grande campanha eleitoral de Barack Obama, em 2008, que inovou nas estratégias de marketing utilizadas, não se ficando pelas que apareciam nos livros, mas optando por outras ainda não descobertas e sem provas de resultados. Deu-se bem! Para este sistema online funcionar, é necessário ter um factor humano muito bem “montado” do outro lado do computador, uma vez que é indispensável que o cidadão sinta proximidade com o político, ou partido, em questão. É necessária uma resposta rápida, eficiente e sucinta, já que é isso que o povo deseja: saber algo, mas não de uma forma intensiva, com muito texto e termos que desconhecem. E é aqui que nascem as minhas dúvidas: será que esta forma de marketing tem o mesmo grau de eficiência aqui em Portugal e no estrangeiro. Na minha opinião, existe aqui uma nítida barreira, que separa o povo português dos políticos, não havendo uma relação directa entre eles. Para uma estratégia suportada por redes sociais, é necessário criar um elo, é indispensável que o político queira estar próximo do cidadão, não só em época de eleições, mas sempre. É importante que disponha de tempo a responder às questões colocadas e que crie uma relação de proximidade com cada “amigo” virtual. As redes sociais são para amigos e a ideia é manter esse conceito,

mesmo que todos estejamos cientes que a ideia é angariar mais votos e que depois das eleições tudo volta a “desconhecido”. Vejamos novamente o caso de Obama, que desde cedo mostrou ser um “homem do povo”, um amigo, de fácil relação e proximidade. Não mostra desinteresse quando tem de lidar com a população e ser ele próprio. Pelo menos, foi esta a imagem que ele transmitiu, e que pelos vistos resultou, tendo em conta a vitória nas eleições. A internet foi uma nova ferramenta que utilizou para, precisamente, criar essa sensação de maior proximidade, sensação que não existe da mesma forma quando se usam os média como meios de comunicação, estes dirigem-se “às massas” e não a cada uma das pessoas individualmente consideradas. Esta aposta na internet é, de facto, uma aposta ganha e a campanha eleitoral do actual presidente dos Estados Unidos da América é a primeira grande prova disso. É uma forma, cada vez mais explorada depois do êxito de Obama, para atrair novos apoiantes e consolidar o apoio dos já militantes, e isso de facto acontece. No entanto, existem também desvantagens. Um passo em falso, uma palavra desadequada, uma resposta agressiva, um erro, pode deitar tudo a perder, e esta aposta resultar exactamente no oposto do desejado. A interacção em tempo real com o público pode gerar situações muito complicados, pelo que é necessário ter sempre muito cuidado e ponderar os efeitos do que se diz nos cidadãos. Acredito que no futuro esta forma de angariar votos, mas também de comunicação efectiva e de informação, será mais importante, devido à crescente informatização do país, pelo que é um sector de aposta certa e onde Portugal tem ainda muito para evoluir, no âmbito da relação político-cidadão. 

Redes sociais, a verdade? Pormenor do trabalho de Benedita do 12ºH—Disciplina de Oficina de Artess

Opinião dos alunos dos 12º C e D— Foto de António Carvalhal (prof.)

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As redes sociais são usadas para rentabilizar o trabalho escolar? Não. Apesar de poder existir a possibilidade de rentabilizar o trabalho escolar, normalmente não são utilizados para esse efeito. Para além de que quem está nas redes sociais não está a trabalhar. A utilização das redes sociais poderá alterar o “conceito de realidade”? Sim e não... Maioritariamente não, mas todos sabemos que é possível criar uma personalidade fictícia para interagir na Internet e há muito quem o faça. Quais são, se é que existem, os maiores perigos que os jovens podem correr na utilização das redes sociais? Como prevenir? Ser enganado, difamado, expor-se a predadores sexuais, a abusos, a vírus, chantagens e subornos. É necessário ter muita atenção à informação divulgada, proceder a uma rigorosa selecção de amigos e comentar sempre os problemas surgidos. Qual a eficácia da supervisão parental nas redes sociais? É discutível, depende da idade, mas na sua maioria a eficácia é nula. Será que as redes sociais vieram para ficar ou será uma simples moda passageira? Vieram para ficar, pela forte implementação e aceitação que têm. Qual é o perfil do aluno que não adere a redes sociais? Alunos tímidos, outros que não se querem expor. Alguns que assumem a originalidade das suas posições, porque não gostam de seguir a “moda”. Existem pessoas que não gostam das redes sociais. JUNHO

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Redes sociais Inês Trigo 12ºG

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a nossa sociedade globalizada, as distâncias físicas estão drasticamente reduzidas. As redes sociais surgem assim como resposta a esta nova proximidade virtual. Num inquérito realizado a cerca de 250 alunos da ESAS, do 7º ao 12º, apurou-se que 90% dos alunos aderiu a pelo menos uma rede social. Desses, 95% encontra-se em rede com o Facebook, que atingiu em pouco tempo uma grande popularidade. Quanto aos motivos que levam a aderir às redes sociais prendem-se essencialmente com o contacto com amigos (50%) ou por curiosidade (20%).

Facebook

Facebook conecta pessoas com os seus amigos e aqueles com que trabalha, estuda e vivem perto de si.

Flickr

Flickr permite a manutenção e partilha de vídeos e fotografias pelo mundo.

Friendster

Friendster é uma rede social destinada a jogos. Permite uma conexão entre amigos e a partilha do progresso na rede.

Hi5

Hi5 oferece uma página de perfil, pedidos de amizade, armazenamento de fotografias, música,, vídeos e email.

MySpace

Myspace mantém-se pelo apoio dos fãs da música, filmes, celebridades, TV e jogos.

Orkut

Orkut liga pessoas aos seus amigos, permitindo armazenamento de fotografias. Operado pela Google.

Tumblr

Tumblr permite a publicação de fotografias, vídeos e texto, aliada a uma conexão entre amigos e conhecidos.

Twitter

Twitter permite a transmissão de micromensagens (limitadas a 140 caracteres) numa interface Web.

Inês Trigo do 12ºG e equipa JORNALESAS

Windows Live Spaces

Windows Live Spaces plataforma gerida pela Microsoft, que permite a partilha de imagens, documentos, bem como a discussão de música, TV e jogos.

Rede social de “pessoas bonitas” expulsou 5.000 utilizadores por engordarem. Engordou? Já viu nas suas redes sociais se foi expulso? A rede social “BeautifulPeople”, que alega não deixar pessoas “feias” entrarem no site, eliminou 5.000 utilizadores por estes terem publicado fotografias suas da época natalícia e se mostrarem com “uns quilinhos a mais”. A beleza, um conceito meramente estético e que sempre se disse estar “nos olhos de quem a vê”, continua a ser sobrevalorizada na nossa sociedade. JUNHO 2011 I NÚMERO

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A multiplicidade de rostos das redes sociais Um olhar sobre as redes sociais - Oportunidades e riscos

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iversos desportistas, das mais variadas modalidades utilizam meios como o Twitter ou o Facebook para dar a conhecer o seu lado mais pessoal , contestar decisões dos treinadores, dos árbitros, para agradecer aos fãs e para divulgar situações que acham ser de interesse do público. Além disso, vemos desportistas famosos, como Iniesta (futebolista), Rafael Nadal (tenista) ou Ray Allen (basquetebolista) utilizarem o facebook para concursos. Por exemplo, colocam perguntas acerca deles mesmos ou do próprio clube e as primeiras pessoas a responder ganham prémios desde chuteiras, camisolas ou fatos de treino iguais aos do próprio atleta. Isto é um estímulo para que se visitem cada vez mais as redes sociais e permite a qualquer um dizer: “Ei, sou amigo do Messi (futebolista).” Algo antes impossível. A partir do momento em que estes clubes de fãs, ou estas páginas, começam a ter muito movimento alguns atletas aproveitam para levarem a cabo iniciativas solidárias, nomeadamente eventos de angariação de fundos, ou até envio de donativos. Foi o caso de Cristiano Ronaldo que aproveitou o seu facebook para divulgar a todo o Mundo a tragédia da Madeira em Fevereiro de 2010 e pedir ajuda para a reconstrução . Helder Costa, turma H do 11ºano

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s redes sociais vão fazer cada vez mais parte da nossa vida e cada vez mais servirão de meio de divulgação e de publicidade pois o seu uso é mais barato, rápido, polui menos, chega a mais pessoas, sem limites físicos, geográficos ou temporais e é mais eficaz. Qualquer exposição artística pode ser vista e comentada, permitindo a visibilidade ansiada por muitos artistas plásticos e satisfazendo a curiosidade dos que se interessam por estas áreas, que de forma cómoda e económica se podem inteirar do

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que se passa, mas existem riscos… o plágio das obras. As redes sociais surgiram como forma de reunir pessoas com interesses comuns.

do, nem tudo o que se relaciona com as redes sociais e o marketing é negativo, de um ponto de vista económico proporcionará um incremento dos lucros. 

Inês Bem-Haja e Diana , turma G do 11ºano

Daniela Duarte, turma F do 11ºano

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m Portugal, páginas de artistas plásticos, de bandas, de escritores, de empresas de artesanatos, de editores, de produção de filmes e, até mesmo, de famosos ligados à cultura, invadem, diariamente, os perfis dos diferentes utilizadores, de forma a mostrar o que de melhor se faz no nosso País. Pedro Gomes, turma G do 11ºano

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om o grande avanço das tecnologias e a crescente divulgação das notícias internacionais, seria quase impossível para um jornalista executar o seu trabalho, de forma eficaz, sem a existência das inúmeras redes sociais.

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os últimos anos a tendência de utilização de redes sociais por parte de músicos e bandas para divulgação das suas obras disparou, especialmente no Myspace, que é a rede social onde é mais comum encontrarem-se bandas à procura da sua oportunidade para obter fama. No curto espaço de um ano eu próprio tive oportunidade de presenciar a ascensão de uma banda cujo guitarrista está agora entre os trinta melhores da actualidade e é um conhecido meu. A sua banda é chamada FramePictures, tendo iniciado o seu percurso para o estrelato no Facebook, o que é demonstrativo do enorme poder de um “Gosto” ou de um “Thumbs U1” numa rede social.

Ana Teresa Gonzalez, turma H do 11º ano

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m pleno século XXI, a base do nosso quotidiano são as redes sociais.

Mª João Bragança, turma F do 11ºano

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s grandes empresas viram nas redes sociais uma oportunidade lucrativa para aumentar o seu horizonte de influência, concedendo-lhe um papel específico de divulgação. Embora à primeira vista pareça uma atitude lógica e inofensiva por parte das empresas, não deixam de ser notórias as repercussões negativas que esta tendência conduziu, uma vez que constitui um apelo ao consumismo e é mais um esquema engenhoso para “bombardear” o consumidor com promoções de bens por vezes supérfluos. Contu-

A partir deste testemunho posso concluir que as redes sociais são uma forma viável de lançamento de novos artistas no mercado mundial, mas que também tornaram este mundo ainda mais competitivo e que aumenta a desvalorização do trabalho dos artistas devido à facilidade acrescida dos downloads, por estes motivos, conclui-se que agora dispomos de uma porta aberta para o mundo da música, mas temos de a abrir lenta e cuidadosamente. Francisco Iglésias, turma F do 11ºano

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A sociedade eo exercício físico

A Filosofia na Cidade Continuação da página 10

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Inês Alves do 10ºG (reflexão realizada no âmbito da disciplina de Ed. Física)

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a sociedade em que vivemos, a população está a regredir em relação aos seus antepassados e respectivos estilos de vida. Antes da evolução informática os jovens e as crianças saíam muito mais para a rua onde brincavam uns com os outros e onde respiravam ar puro. Actualmente, os jovens convivem por redes sociais e telemóveis, não fomentando as relações pessoais, e as crianças passam horas em frente ao televisor a ver “bonecos”, por vezes, até nada educativos, em vez de irem brincar com os amigos para o parque, ou andar de bicicleta com a família. Assim com estas alterações nos estilos de vida, a população está sujeita a mais doenças e condenada a passar mais tempo no médico. Se compararmos as brincadeiras que os nossos pais e avós tinham com as que têm as crianças de hoje em dia, podemos pensar que antigamente as crianças eram mais felizes, uma vez que, numa aldeia, por exemplo, brincavam todas juntas pelos campos com brincadeiras inventadas por elas, apelando assim à criatividade. Hoje, as brincadeiras já estão inventadas e as crianças não precisam de pensar em formas de entretenimento. Agora sentam-se no sofá a jogar Playstation, ou Gameboy e não saem à rua para irem brincar com os seus amigos, ficando em casa sozinhos, não desenvolvendo a sua criatividade, as suas condições físicas e as suas relações com os outros. Muita gente pensa que a sociedade evoluiu mas a verdade é que, em alguns aspectos, até pode ter regredido. Aspectos esses, que serão muito difíceis de mudar pois a sociedade transformou-se, adoptou novos estilos de vida … há hábitos que já estão instalados! Talvez … se a população fizesse mais exercício físico e convivesse mais, o governo teria necessidade de arranjar mais espaços verdes, contribuindo assim para uma atmosfera mais saudável para que todos vivêssemos melhor. 

PUBLICIDADE

Quando se verifica a problemática gerada pela questão da tolerância para com o intolerante na sociedade actual, não é aceitável que os seus cidadãos se sintam incapazes de aplicar justiça, excepto se isto for necessário para preservar a liberdade. A liberdade do intolerante deve ser limitada pelo praticante da tolerância apenas e só quando este último sente que a sua liberdade está ameaçada. Porém, defender a sua religião ou qualquer ideal político, não significa ser intolerante face a outras convicções e ideais. Deste modo, por ser difícil resolver determinadas questões socioculturais, é necessário reafirmar o diálogo. O diálogo define-se como uma conversação estabelecida entre duas ou mais pessoas, sendo necessário um emissor e um receptor. Expressa uma relação comunicativa entre dois ou mais seres, invoca intenções, modos de agir, emoções e cogitações, memórias. A palavra diálogo refere-se, por isso, a muito mais do que o simples “vai e vem” de sons e significados. Dentro da mesma sociedade não existe uma homogeneidade de ideais, de pontos de vista. Há uma enorme diversidade de opiniões, o que leva à necessidade de se tentar chegar a um consenso sobre essas mesmas situações. Deve-se sempre caminhar para um entendimento comum. Rawls elege a democracia como regime preferido, pois numa sociedade todos os integrantes devem estar interessados em cooperar no destino daquela. No entanto, as sociedades baseiam-se na pluralidade, ou seja, na divergência, nomeadamente, de ideais, convicções políticas e religiosas. É, portanto, indispensável garantir os direitos fundamentais do cidadão, de modo a que se possa confrontar todas as diferenças com sabedoria e bom senso. Ainda segundo este filósofo, uma sociedade só alcançará a estabilidade caso consiga reunir as diversas ideologias razoáveis com base num consenso sólido e duradouro e caso não seja razoável, não poderá fazer parte de uma sociedade justa. Assim, o diálogo é o pilar para a construção das sociedades que respeitam o cidadão e os seus direitos. O diálogo é uma forma de resolver os conflitos e questões públicas, isto é, mediante a apresentação de argumentos bem fundamentados é possível chegar-se a um entendimento geral. Desta forma, ser cidadão significa “autodeterminar-se”, ou seja, pôr em acção a sua liberdade e a sua igualdade e fazer o melhor para defender os interesses de uma sociedade. Sendo cidadãos, somos seres humanos, ou seja, não somos somente obrigados a cumprir as normas da sociedade na qual estamos inseridos, mas possuímos também direitos e deveres que, principalmente na cultura ocidental, devem ser reconhecidos, protegidos e respeitados por essa mesma sociedade. No mundo actual, a ideia de cidadão do mundo indica uma noção de cidadania positiva que deve ser vista como um ideal a seguir no caminho para o progresso. Deste modo, podemos encontrar nos conceitos de cidadão universal e de cidadão do mundo uma referência à cidadania que é desejável construir e que se deve manter como uma espécie de ideal a prosseguir no mundo contemporâneo.

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Projecto Atlântico Catarina Cachapuz (profª)

O Atlântico é o oceano que une 3 continentes onde a Europa impôs durante séculos a sua cultura hegemónica. Hoje, há que torná-lo um espaço de conhecimento partilhado e de diálogo internacional. O projecto abrange o património natural, construído e o diálogo intercultural. A discussão de temas relativos ao processo de mudança de mentalidades e de atitudes, pelo reconhecimento do contributo indispensável de cada cultura para a construção de uma cultura comum atlântica, ocupa um lugar central neste projecto.

Grupo de dança contemporânea

Comissão nacional da UNESCO – Portugal

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Escola Secundária Aurélia de Sousa faz parte da rede de escolas associadas da UNESCO e abraçou este projecto. A apresentação final dos trabalhos desenvolvidos ocorreu no Dia dos Oceanos, 8 de Junho - data criada pelas nações unidas com o intuito de chamar a atenção para a importância dos oceanos no equilíbrio ecológico da terra. De manhã assistimos à palestra de Jorge Amaral, da Associação Cívica para a defesa do mar. Pelas 17h deu-se a inauguração do Aquarélia. Durante todo o dia, na biblioteca podemos ver: a exposição de trabalhos plásticos dos alunos do 8º B e do 8º E; a divulgação/venda de livro “Portugal e o mar” de Tiago Pitta e Cunha e o lançamento de antologia “Percurso poético em Português pelo Atlântico” (edição da biblioteca). Ao final da tarde começou o espectáculo “Atlântico: um oceano por descobrir…” onde se cruzaram trabalhos desenvolvidos pelos alunos do 8º F - opção de dança; 10º I (literatura); Área de projecto (12º B); Grupos de dança contemporânea e de ginástica acrobática do desporto escolar com o grupo de capoeira do Sport Club Nun`Álvares e uma apresentação de danças tradicionais do Douro litoral por alguns professores da escola.. 

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Ginástica Acrobática

Danças tradicionais do Douro Litoral

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Carlos Morais (professor coordenador do Lugar da Ciência)

Alunos do 12ºA e B, participantes no projecto “Genética no Laboratório”

Marta Viana e Flávia Valente do 12ºB com a profª Luísa Ayres

Projecto: “Genética no Laboratório” Maria Luísa Cardoso Ayres (profª de Biologia)

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o início do ano lectivo foi apresentado o projecto “Genética no Laboratório”, integrado no Lugar da Ciência, em parceria com o IPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto). A determinação laboratorial de sequências – ou sequenciação - de DNA é possível, porém, o processo é ainda hoje caro, pelo que os trabalhos que pretendem diferenciar fragmentos de DNA quanto às suas sequências recorram a outras abordagens. DNAs com diferentes tamanhos podem ser distinguidos com relativa facilidade através da electroforese, técnica utilizada com frequência em trabalhos para a manipulação genética. Foram realizadas sessões experimentais nas turmas do 12º A, B e C onde se pretendia evidenciar diferenças entre as sequências de DNAs recorrendo à técnica de electroforese. Todo o equipamento e material biológico foram cedidos pelo IPATIMUP. Após as sessões práticas, os alunos de 12ºano foram desafiados a desenvolverem um trabalho sobre as várias aplicações da técnica de electroforese. Formaram-se 5 grupos de trabalho e depois de seleccionados e planificados os conteúdos, os alunos dinamizaram sessões práticas nas turmas de 11º ano. Os temas apresentados foram: determinação da paternidade, investigação criminal, diagnóstico pré-natal e relações filogenéticas entre espécies diferentes, sempre recorrendo à electroforese. Parabéns aos alunos que participaram no projecto (Joana Barreira, Marta Viana, Tatiana Correia, Francisca Mendonça, Marta Dâmaso, Ana Lúcia Menezes, Ana Sofia Lourenço, Pedro Fernandes, Marta Alves, Sara Araújo, Vasco Teixeira, Ana Pinto, Catarina Carvalho e Isabel Silva. As sessões no 11ºano correram muito bem. Fiquei muito satisfeita por sentir alunos tão envolvidos neste tipo de iniciativa.

Este projecto Laboratorial, que pretendia promover a prática de técnicas laboratoriais de Genética Molecular, foi concluído no passado dia 8 de Junho com uma palestra da Dr.ª Estefânia do IPATIMUP que contou com a presença da Professora Doutora Ana Paula Soares investigadora no IPATIMUP. Depois da palestra foram distribuídos diplomas de participação e organizado um sorteio para escolha dos dois estudantes que estagiarão no IPATIMUP durante as férias de Verão.

PÕE-TE A ANDAR ROBÔ

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o passado dia 2 de Abril, realizou-se uma visita de estudo ao XI Festival Nacional de Robótica – Robótica 2011 que mobilizou alguns dos estudantes envolvidos nas actividades de robótica Põe-te a andar robô. Fomos ver e, principalmente, aprender com o trabalho desenvolvido por outras escolas para tentarmos participar com uma equipa da escola no Festival do próximo ano. Em 13 de Junho foram apresentados aos encarregados de educação dos participantes um conjunto de trabalhos desenvolvidos por alunos do 7º e do 9º ano. Durante cerca de uma hora foram sucessivamente apresentados pelos intervenientes os resultados do seu trabalho de construção e programação, realizados num ambiente de cooperação e de comunicação, de análise de erros e de aplicação de conceitos escolares. Os três grupos de alunos envolvidos exibiram as suas construções e a concretização dos seus projectos ligados ao movimento e ao controlo de sensores. 

Fernando Tavares, David Cunha e João Nunes , da turma E do 7ºano

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AQUAURÉLIA

Equipa LdC

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inalmente foi inaugurado o Aquaurélia – o aquário da Aurélia de Sousa! Depois de submetido a testes de resistência, colocadas as areias e as plantas assim como outros elementos decorativos, procedeu-se à colocação dos peixes. Agora é tempo de alimentar os peixes mas também de cuidar das condições do seu meio ambiente, de monitorizar a temperatura, a dureza, o ph da água, etc. Como se quer que o aquário seja mais do que uma exposição, estão a ser pensadas e preparadas actividades em volta da vida no aquário para serem concretizadas durante o próximo ano lectivo. 

DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

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os expositores Lugar da Ciência, situados em todos os corredores das salas de aulas, foram afixadas informações e textos relativos ao Lugar da Ciência e à difusão da cultura científica e tecnológica. Foram apresentadas vinte e cinco perguntas semanais, doze notícias de interesse científico e tecnológico, vinte e seis propostas de leitura, projectados dezasseis filmes e produzidos doze boletins Lugar da Ciência que abordaram 12 temas diferentes. 

Ler Ciência

Equipa LdC

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Dr.ª Delfina (Directora da ESAS )e Dr.ª Carmo Rola (Direcção) inaugurando o aquário

Durante o ano foram desenvolvidas outras actividades para além das mencionadas como a da Festa da Compostagem e o concurso À volta do Sol . 

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o âmbito deste projecto de promoção da leitura do livro científico e de livros de divulgação e ficção científica, foram afixadas nos expositores Lugar da Ciência, dezasseis propostas de leitura de livros, na sua maioria livros existentes na Biblioteca/CRE. A propósito da leitura do livro Perigo Vegetal de Ramón Caride, os alunos das turmas B, D e E do 7º ano e a professora Isabel Araújo, professora de Português, estiveram envolvidos em várias actividades como, por exemplo, a leitura em voz alta da obra, a leitura dramatizada de partes do Perigo Vegetal, pesquisas informáticas sobre o autor e sobre temas relacionados com alimentos transgénicos e sobre alimentação saudável. No dia 24 de Março realizou-se um Encontro de Leitores que mobilizou alunos de duas turmas do 7º ano que declamaram dois poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen ligados à temática da Natureza. No dia 29 de Abril passado, os alunos de várias turmas do 7º ano, leitores do livro Perigo Vegetal, conversaram animadamente com o autor do Perigo Vegetal, Ramón Caride, culminando assim o trabalhado desenvolvido nas aulas de reforço da Língua Portuguesa. Com a presença do autor foi apresentada uma animação inspirada numa passagem da referida obra; foi declamado, em castelhano, um poema de Ramón Caride por alunos de espanhol do 7º B; foi dramatizado um texto colectivo que foi apresentado por dois alunos do 7º D que representaram dois personagens principais da obra. Finalmente, os alunos do 7º A e 7º E, envolvidos no projecto do Lugar da Ciência, PÕE-TE A ANDAR ROBÔ, apresentaram também alguns dos seus trabalhos de robótica. 

Concedendo autógrafos, Ramón Caride, o autor do Livro Perigo Vegetal

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Visita ao Jardim Botânico do Porto Por Equipa JRA Fotografias de Etienne Etter e José Chen Xu

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po para descansar num espaço oriental, o “góshò no botânico”, para degustar variados sabores no fim da manhã. Concluindo, foi uma manhã muito produtiva que veio a destacar um ponto importante e inesquecível da nossa invicta cidade. Para mais informações, visite: http://jardimbotanico.up.pt/

 Juliana (11ºG), Ana Rosa (10ºB), Chen (11ºB) e Etienne (11ºB)

Entrevista

Dra. Teresa Andresen, arquitecta paisagista, Presidente da Associação de Arquitectos paisagistas da Europa, Directora do Jardim Botânico do Porto. Professora catedrática da Universidade do Porto.

Ambiente 

ais de 1071 espécies: este é o magnífico Jardim Botânico da nossa cidade, cujo espaço (4 hm2) se encontra dividido em três partes: Roseiral, Jardim dos Jotas e Jardim do Peixe. Os Jovens Repórteres decidiram explorar a nossa cidade mostrando à nossa convidada chilena Etienne Etter, entre nós ao abrigo do Projecto da organização “American Field Service,” o que há de bom para oferecer. Planeada a visita no âmbito da Celebração do Ano Internacional das Florestas, na manhã do passado dia 23 de Fevereiro, deslocaram-se ao Jardim Botânico do Porto, no Campo Alegre. Este espaço tem uma história interessante, pois pertenceu, desde 1895, à família Andresen (da qual são membros os escritores Sophia de Mello Breyner Andresen e Ruben A.). Actualmente, pertence à Universidade e a sua gestão é garantida pela arquitecta paisagista Teresa Andresen. Os JRA fizeram um percurso demarcado no Jardim, começando no portão central defronte à Casa Andresen (onde se encontravam as estátuas de Gonçalo Sampaio e Ruben A.) e dando a volta por todo o Jardim. No decorrer da visita, foi possível visualizar muitos espaços diferentes, em que se encontravam: diferentes espécies provenientes de mais de trinta países diferentes, entre as quais camélias, cactos, rosas e eufórbias; para além disso, foi possível visualizar árvores centenárias, dois lagos e estufas com plantas tropicais e exóticas. No final da visita, ainda houve tem-

Equipa JRA - Jovens Repórteres para o Ambiente

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onforme o programa do Projecto JRA 2010-11 Em tons de Verde Aguarela - Floresta Atlântica, e no âmbito do Ano Internacional das Florestas, entrevistámos A Professora Doutora Teresa Andresen para nos esclarecer sobre algumas questões. Tínhamos curiosidade sobre como se gere um património valioso da nossa cidade como o Jardim Botânico, legado pelos seus familiares à Universidade. Inquirimos também a nossa entrevistada sobre como tratar as árvores em jardins e

em espaços florestais. Encontrámos uma sensibilidade única nesta área e aprendemos muito com as suas perspectivas. A Dra Teresa Andresen introduz -nos ao Jardim Botânico apresentando os dois bustos que à entrada dão as boas-vindas aos visitantes: 1. “O busto de Gonçalo Sampaio, grande botânico português do século XX, que tanto honra a Universidade do Porto, da autoria de Abel Salazar, esculpido em granito proveniente da Póvoa de Lanhoso, a sua terra natal. 2. O busto à direita, de Ruben A., - Ruben Continua na página seguinte

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Percursos pela Cidade

Leitão - uma das figuras notáveis da literatura portuguesa do século XX, que tem a sua infância e juventude intimamente ligadas àquele espaço, da autoria do escultor Barata Feyo.”Apercebemo-nos como o Jardim Botânico é algo de sagrado, com um matiz para cada estado, e onde cada árvore é tratada pelo seu nome. “O que gosto mais no Jardim Botânico do Porto é o lugar, o jardim representativo das melhores memórias dos jardins do Porto de finais do século XIX, das suas árvores, a tília chorona, as bischofias, o buxo gigante, o liquidambar (enorme e vermelho no Outono!), as camélias, o carvalho do jardim do xisto, os rododendros, os sobreiros (enormes junto à VCI!), os cactos … No jardim também gosto muito da equipa de jardineiros que tanto se esforçam para levar a cabo o seu trabalho.” Como directora de um jardim histórico explica como, historicamente, se vai mudando a perspectiva perante a árvore e os jardins. “Os jardins botânicos apresentam espécies exóticas que nem as pessoas nem a ciência conheciam no seu início. Estimamos as plantas que herdamos e confiaram ao nosso cuidado.”

Equipa JornalESAS

Alunos das turmas G e H do 11ºano, no Pelourinho da Sé

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Ilustração de Teresa Viegas (profª) para LdC

Solução para o desafio da página 4

ispostos a conhecer in loco situações de reabilitação urbana e requalificação urbana, saímos da ESAS, num belo dia ensolarado e cheios de boa disposição, acompanhados pelo olhar atento das professoras Julieta Viegas e Fátima Vanzeller. Estas formas de intervenção são estudadas nas aulas de Geografia, mas ter oportunidade de fazer o seu reconhecimento directo, desperta outra curiosidade e contribui para consolidar sentimentos de identidade territorial. Ao agir sobre os imóveis recuperando áreas degradadas e por isso desprezadas pela maioria da população, colabora-se para a revitalização funcional, ou seja a dinamização das actividades, de forma a tornar as áreas de novo atractivas. A requalificação urbana pôde ser observada, por exemplo, no Mercado Ferreira Borges, mas não exclusivamente, pois é visível em todos os recantos da cidade que se esforçam por acompanhar a contemporaneidade, visando a adaptação dos imóveis, tendo em conta a necessidade do momento actual. A saída de estudo culminou com a visita ao Palácio da Bolsa, onde a magnificência da arquitectura e de todos os elementos decorativos nos fez sonhar com momentos de poder e glória económica, aliás a intenção da ostentação da riqueza deste monumento, segundo explicação da guia que nos orientou, era a de impressionar os parceiros que estabeleciam acordos comerciais com Portugal. A tomada de consciência do muito que há a fazer pela nossa cidade e o orgulho da monumentalidade que sustentou a classificação na categoria de Património Mundial, foram aspectos valorizados por todos nós. 

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Continuação da entrevista com a Dra. Teresa Andersen

E como as estima e como as compreende:” Quando pensamos numa árvore, num arbusto ou numa herbácea, há que considerar que elas têm raiz, tronco e copa … E sabemos que umas são altas, outras pequenas … Umas gostam de sol, outras procuram a sombra … Umas não toleram a geada … Outras toleram a salsugem … umas requerem mais água do que outras. As raízes não se vêem mas são o suporte e como elas são capazes de se ‘esticar’ … Ora ter as plantas todas a coabitar é sempre um dos grandes desafios da gestão e da criação de um jardim. Logo, é preciso conhecer bem as características e o comportamento das plantas.” A sua experiência de arquitecta paisagista que já foi Presidente da Federação Europeia de Arquitectura Paisagista dá-nos a perceber como neste momento se instalam novos paradigmas associados à conservação das espécies e, informounos que “recentemente, na envolvente da casa, foi instalada uma bordadura de plantas autóctones.” Colocou em evidência as questões actuais relacionadas com a árvore em espaços florestais. As florestas “têm sido fonte de rendimento para alguns, mas também têm sido causadores de problemas. Penso sobretudo no problema dos incêndios florestais, problema de grande relevância sobretudo no Norte e Centro do país. Gostaria de ver a nossa paisagem ordenada de forma bem diferente, no respeito pelos solos férteis, na regeneração das matas naturais (soutos e carvalhais …), na contenção da edificação quer de edifícios quer de infra-estruturas viárias, no primado da regeneração urbana, na gestão correcta da água, na promoção de áreas de protecção, e de espaços de recreio qualificados.”  JUNHO

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O Douro é sempre o Douro Profºs de Geografia — Fotos de Teresa Viegas e Lurdes Meireles

Directora da ESAS Drª Delfina à saída do Porto

Professores de Geografia

Douro, de 21 Maio

Quinta do Seixo

Grupo de professores da ESAS na escadaria da Casa de Mateus em Vila Real

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ma escapadinha por terras do Douro foi a proposta dos professores de Geografia para um sábado descontraído, longe da azáfama dos dossiers e das responsabilidades institucionais. O repto foi bem aceite por todos.

Uma passagem pela Pastelaria Gomes, em Vila Real, para comprovar a excelência dos cuvilhetes e das cristas de galo fez parte do percurso, além da visita à Casa de Mateus e à requintada Quinta do Seixo, onde brindámos a este magnífico dia de convívio dos professores da ESAS, emoldurado pela arquitectura única dos vinhedos durienses .

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oiro rio e região, é certamente a realidade mais séria que temos. Nenhum ouro caudal nosso corre em leito mais duro, encontra obstáculos mais encarniçados, peleja mais arduamente em todo o caminho nenhuma outra nesga de terra nossa possui mortórios tão vastos, tão estéreis e tão malditos. Basta sentir no corpo, uma só vez, a dentada daquelas fragas que devolvem ao céu, agressivamente, a luz recebida, ou molhar os pés na levada barrenta que o garrote dos espinhaços tenta estrangular, para se ver que não há desgraça maior dentro da pátria, nem semelhante via-sacra de meditação. Miguel Torga

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Assembleia da República vista de perto Inês Trigo do 12º G

e respectivos professores, dirigiram-se à Assembleia da República, com vista a assistir a um debate sobre o Sector Empresarial do Estado e compreender as funções deste órgão de soberania. O debate iniciou-se com uma exposição da situação do Sector Empresarial do Estado – apresentaram -se as inconsistências dos valores elevados das dívidas do Estado, neste sector. No entanto, segundo a intervenção do Ministro das Finanças, estas despesas estão a diminuir dada a redução efectuada nos membros dos órgãos de administração e de direcção das empresas públicas. Nesta intervenção, abordou-se os elevados vencimentos e “prémios” de

dirigentes e vogais, que nalguns casos, chegam a ser o quádruplo ou mais do vencimento do próprio Presidente da República. Também foram referidos os elevados empréstimos concedidos a empresas de pouca duração no mercado. Por fim, também o sector dos transportes foi mencionado, para alertar sobre a dívida de 22 milhões de euros, ainda sem os valores do TGV. Posteriormente, abandonámos a sala, não sem antes termos tido hipótese de formular as nossas mais profundas críticas à atitude presente no Parlamento. A nós, enquanto alunos e visitantes, foi-nos requerida uma postura à altura do local, enquanto assistíamos ao desrespeito por parte de vários políticos, que conversavam paralelamente, mesmo quando o seu

partido estava a intervir, bem como outros viam emails, actualizavam o seu Facebook, ou mesmo jogavam “Solitário”. Nós, que vemos ali o exemplo dos mais altos “líderes” , que possibilidades temos de ver uma melhoria dos problemas do nosso país, enquanto assistimos a relatos de corrupção e desrespeito por quem, acima de tudo, deveria dar o exemplo? Sem dúvida sabemos hoje – não importa o estado de um país, ou mesmo os assuntos a debater. Se tudo isto é aborrecido, porque não vamos todos jogar “Solitário”? Lisboa, 27 Janeiro de 2011

Arouca, 7 Abril de 2011

Geoparque de Arouca

Visitas de Estudo 

Visitas de Estudo 

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s turmas G, E e F do 12.º ano,

Serra da Freita

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Fernando Maia (prof. de Geografia) Foto de Fátima Santos (profª Ed.Física)

Geoparque de Arouca corresponde à área administrativa do Concelho de Arouca, sendo reconhecido pelo seu excepcional Património Geológico de relevância internacional, cobrindo um total de 41 geossítios, com particular destaque para as Trilobites gigantes de Canelas, para as Pedras Parideiras da Castanheira e para os Icnofósseis do Vale do Paiva. Esta visita de estudo ao Geoparque Arouca foi destinadas aos alunos do nono ano (A e B), no âmbito das disciplinas de Geografia e Educação Física, e teve como principais objectivos, analisar casos concretos de gestão do território que demonstrem a importância da preservação e conservação do ambiente como forma de assegurar o desenvolvimento sustentável e simultaneamente proporcionar a oportunidade de experimentar / vivenciar, no contexto da Natureza, actividades desportivas. 

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Convento de Mafra em visita Carla Guerra do 12ºF—Foto de Inês Trigo do 12ºG e Teresa Viegas (profª)

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s alunos do 12º ano tiveram a excelente oportunidade de melhor compreender a obra de leitura obrigatória “Memorial do Convento” de José Saramago a partir de uma visita guiada ao Convento de Mafra que incluiu um teatro em que se resumiu todo o enredo. Assim, alunos e professores partiram de autocarro às 6 horas da manhã, o que implicou abandonar o sono muito mais cedo que o habitual. No entanto, tal sacrifício foi realmente compensado pelo que pudemos conhecer em Mafra. O convento, património histórico português do século XVIII, foi construído por iniciativa de D. João V, em virtude de uma promessa que havia feito se a rainha D. Maria Ana de Áustria lhe desse descendência. Esta e outras peripécias que constam no “Memorial do Convento” foram-nos descritas por uma guia enquanto nos apresentava o edifício, acabando por nos motivar para a leitura do romance de Saramago. Também apelou para outros factos históricos que não são descritos pelo escritor ou que o são apenas de um ponto de vista ficcional, alargando, assim, a nossa visão do contexto em que a obra se insere. A dramatização do “Memorial do Convento” teve lugar numa sala do convento, adaptada para o efeito. Com o enredo já sintetizado pela nossa guia, tornou-se mais acessível compreender a representação. Com esta, houve mais um estímulo à leitura da obra e um apoio à sua interpretação. Visitas desta natureza são de programar, uma vez que enriquecem culturalmente os alunos e permite-lhes contactar com a realidade que estudam nas aulas, neste caso, de Português.

Visitas de Estudo 

Luso e Curia Sara Monteiro e Bárbara Garcia do 10ºI

Luso, 3 de Junho de 2011

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água mineral de Luso é um recurso de excepção, nasce a 28ºC de temperatura na povoação do mesmo nome. Tem origem na chuva infiltrada na Serra do Buçaco, em rochas formadas, quase exclusivamente, por quartzitos. Nestas rochas, muito compactas aquando da sua formação – há mais de 400 milhões de anos – desenvolveu-se uma densa rede de fracturas, que permitem o

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armazenamento e circulação da água. Também visitamos as Termas do Luso e o Grande Hotel do Luso, situado na encosta da serra do Buçaco. Um espaço emblemático pelos seus 70 anos de bem receber os seus clientes. O hotel dispõe de 132 quartos, restaurante, bar, piscina olímpica exterior e piscina interior aquecida, squash, snooker, clube de crianças, jardins e um acesso exclusivo à clínica “Malo Clinic Spa Luso”. Por fim, conhecemos a Curia, na freguesia de Tamengos do concelho de Anadia, onde se podem encontrar as famosas termas. Local de grande procura na primeira metade do século XX, teve posteriormente um período de algum abandono. Actualmente, após alguns programas de recuperação e investimento, tornou-se novamente num local apetecível, não apenas para tratamentos mas também para relaxar, passear, desfrutar da prática desportiva e ainda pela sua diversão nocturna. Os romanos, que já conheciam estas nascentes e as exploravam, deram-lhes o nome de Aqua Curiva (água que cura). Ali, ao vivo, pudemos comprovar todos os conhecimentos das aulas de Geografia sobre a importância dos recursos endógenos no ordenamento do território.

Visitas de Estudo 

Recursos endógenos a valorizar

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“Os Maias” em Sintra

Visitas de Estudo 

Visitas de Estudo 

Maria João Bragança, 11ºF

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uatro turmas da Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa realizaram uma visita de estudo a Sintra, no âmbito da disciplina de Português, para que os alunos pudessem fazer o percurso queirosiano descrito n’Os Maias. A partida foi às 7h e 35min e às 12h estávamos a chegar ao nosso destino, a Sintra. Os Maias constituem um dos mais admirados romances portugueses do século XIX. O seu autor, o grande Eça de Queirós, é um mestre da literatura portuguesa, um dos maiores escritores de todos os tempos. Foram diversas as obras que nos deixou, desde A Relíquia, O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, a compilação dos Contos, O Mistério da Estrada de Sintra (com Ramalho Ortigão), A Cidade e as Serras… Eça nasceu em 1845 e faleceu no ano de 1900, atravessando a segunda metade do século XIX. É apontado como introdutor do Realismo em Portugal. No final do século XIX, época na qual é retratada a intriga principal d’ Os Maias, Sintra era um local de grande prestígio a visitar. Escrito entre 1882 e 1888, o romance Os Maias é uma obra complexa e realista, irónica e com elevado valor emocional, considerada a obra-prima de Eça de Queirós. No capítulo VIII d’ Os Maias, Eça descreve o passeio de Carlos (que procura Maria Eduarda) e Cruges por Sintra, enquadrando, assim, esta vila na obra e na acção da história. Ao chegarem às primeiras casas de Sintra, Carlos avisa Cruges que não se dirigem para o Lawrence’s mas antes para o hotel Nunes, donde é possível observar a antiga instalação do Hotel Vítor, referenciado na obra, no qual os Cohen (família judaica, Jacob e Raquel Cohen – com a qual João da Ega tem um caso amoroso) já haviam ficado hospedados – agora residência particular.

O break seguiu então em direcção à serra de Sintra, desviando-se para o Nunes, hotel de dois andares, agora Hotel Tivoli (após a sua demolição, em 1973, que pôs fim ao carácter mítico do edifício, perpetuado pela escrita de Eça). No Nunes, encontram Eusebiozinho Silveira, obeso e viúvo, acompanhado por Palma Cavalão e por duas meretrizes espanholas, Lola (mais franzina) e Concha (‘um mulherão’). Palma demonstra um machismo profundo, e Eusébio mostra-se cobarde ao não admitir que trouxera Concha consigo para Sintra. Eusébio representa uma educação mais conservadora, tradicional, portuguesa, que falha, tanto no final da obra (quando se diz que a esposa lhe bate), como nesta situação no Nunes (quando se acompanha de duas meretrizes, após a viuvez). Sintra representa, para as classes altas do século XIX, um espaço digno da sua presença, uma elevada ociosidade, um local para fugir ao espírito urbanizado das cidades, para respirar ar puro e visitar edifícios esbeltos. Na tentativa de encontrar a amada, Carlos, acompanhado de Cruges, segue para o Hotel Lawrence, que se localiza antes da serra. Construído em 1780, é um dos hotéis mais antigos de Portugal e da Europa, e apesar de já ter sido remodelado no interior, a fachada é a original, caracterizado pela sua cor amarela e as marcas do passar do tempo. Desiludido por não encontrar a mulher misteriosa (que sabemos ser Maria Eduarda), Carlos e Cruges partem em direcção a Seteais. O maestro não conhecia Sintra muito bem e recordava-se apenas da imponência do palácio. Na mesma estrada, encontram Tomás de Alencar. Ao chegarem a Seteais, Cruges sente-se desiludido com o que observa, mas Alencar começa a contar histórias e a recitar poemas que logo revitalizam a beleza de Sintra. Carlos não encontra a mulher dos seus sonhos. Com Alencar e Cruges, janta na Lawrence antes de partirem todos para Lisboa. O poeta manda preparar o bacalhau à Alencar. Dirigem-se ao Nunes para pagar a conta. Sintra representa, para as classes altas do século XIX, um espaço digno da sua presença, uma elevada ociosidade, um local para fugir ao espírito urbanizado das cidades, para respirar ar puro e visitar edifícios esbeltos. Pois bem, com um guia que evidenciava um total conhecimento da obra, fizemos o percurso e compreendemos, ainda melhor, o capítulo VIII. Pena foi a chuva que caiu e que nos encharcou, mantendo-nos “molhados” até ao Porto, cidade a que chegamos às 20h e 30m!  11 de Sintra, 2011 o ç r Ma

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Noite de Teatro ESAS 2011 José Fernando Ribeiro, Professor de Expressão Dramática

TEATRO

ctores preparam-se para entrar num «palco improvisado» para representar, sonhar e deleitar. Uma plateia agradável compõe a cena. O espectáculo vai começar! 22 alunos de Expressão Dramática constituem o elenco de actores: 7 do 8.º D representam O Conto da Ilha Desconhecida, de José Saramago, que encerra uma série de actividades de homenagem ao escritor, realizadas durante o ano lectivo que finaliza; 15 do 9.º B fecham um ciclo de três anos, com uma criação colectiva denominada Interrogações. A concluir o evento, a entrega de diplomas aos actores, aos três semi-finalistas do Concurso Nacional de Leitura e aos vencedores das Primeiras Olimpíadas de Português (realizadas na Escola). O balanço da actividade escreve-se nos aplausos repetidos e nas palavras ouvidas. E assim cai o pano.

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nho 3 de Ju 3 : 21 0

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“A sombra do vento” Ana Rita e Juliana do 11ºG

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LIVRO 

A Sombra do Vento”, de Carlos Ruiz Záfon, descreve a aventura de Daniel Sempere, após conhecer o Cemitério dos Livros Esquecidos. Este lugar recôndito guarda milhares de livros, de forma a protegê-los do mundo. É lá que Daniel escolhe o livro de Júlian Carax, “A Sombra do Vento” e fica fascinado com a sua história. Mais tarde, tentando desvendar mais sobre o autor e o seu livro, Daniel envolve-se numa série de peripécias, onde acaba por conhecer Laín Coubert, um homem desfigurado, aparentemente malvado, que quer queimar todos os livros de Júlian Carax. Depois de muitos perigos e descobertas, Daniel consegue deslindar o passado do escritor e acaba por encontrar o seu verdadeiro amor. É uma obra que envolve o leitor até à última página, com o seu tom enérgico e aliciante e faz um retrato da sociedade espanhola em plena crise.

LIVRO

de Carlos Ruiz Záfon

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Música  

Ana Rita Fonseca e Juliana Silva do 11ºG

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eolinda é um grupo de música portuguesa que tem como base de inspiração a música popular portuguesa e o fado. A banda tem como integrantes: Ana Bacalhau (voz), Luís José Martins (guitarra clássica, cavaco, ukelele, voz), Pedro da Silva Martins (composição, letrista, voz) e José Pedro Leitão (contrabaixo e voz). A sua formação aconteceu em 2006 e, dois anos mais tarde, lançaram o primeiro disco “Canção ao Lado”. Este álbum de estreia chegou ao estatuto de dupla-platina, que corresponde à venda de mais de 40 mil unidades, em 2009, sendo lançado neste mesmo ano no mercado europeu. Também em 2009 iniciaram a sua primeira digressão europeia. O seu segundo álbum, “Dois Selos e um Carimbo”, estreou em 2010. Entre os seus singles mais conhecidos estão: Contado Ninguém Acredita, Fado Toninho, Um Contra o Outro, Clandestino, Parva que Eu Sou. Esta última canção foi considerada um hino pela geração actual, que protesta contra os problemas laborais e académicos do país. A banda é reconhecida internacionalmente, sendo alvo de críticas positivas e até tendo sido premiada diversas vezes. A sua música é alegre, contendo melodias calmas, mas também ritmos rápidos e atractivos.

Filme 

Ana Rita Fonseca e Juliana Silva do 11ºG

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rede social é o mais recente filme do realizador norte-americano David Fincher. Este filme/ documentário retrata o processo de criação da bem conhecida rede social, Facebook. O seu criador, Mark Zuckerberg, génio em computadores, frequentava a prestigiada universidade de Harvard, na qual contactou com os irmãos Winklevoss e o amigo dos mesmos, Divya Narendra, que o convidaram para conceber um site (Harvard Connection), de modo a que todos os alunos da universidade estivessem conectados e se conhecessem. Mais tarde, Mark revela a Eduardo Saverin, seu amigo, a ideia de criar um site denominado ‘Thefacebook’, em que apenas os alunos de Harvard podiam utilizar e ver informações pessoais uns dos outros. Depois de a ideia evoluir e atingir bases sólidas, Mark pede a Eduardo para financiá-la, de maneira a expandi-la. Assim, Saverin torna-se o suporte financeiro do negócio. Os irmãos Winklevoss, após a descoberta do novo site de Mark, decidem processá-lo por ele lhes ter roubado a ideia. Entretanto, a empresa cresce até outras universidades e o lucro aumenta, tornando o site mais popular. Depois, Mark e Eduardo encontram-se com o fundador da napster, Sean Parker, que envolve o primeiro com as suas teorias, mas deixa o segundo céptico. Além disto, é ele que aconselha a mudança de nome de ‘Thefacebook’ para Facebook. Passado algum tempo, a empresa do Facebook progride, sobre influência de Parker, chegando até a outros países, mas Eduardo vê a sua parte da empresa a desvanecer e isto conduz a que também processe Mark. No final, a conclusão destes dois processos irão levar a um resultado inesperado.

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Pedro Gomes e Patrícia Costa do 11ºG

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Desenhos | Línguas I Alemão I Teatro | LER + Concurso | Proojecto Atlântico l J R A l Moda | Filosofia

FICHA TÉCNICA

Editorial O ano lectivo está a findar e recomeçou a época de exames a que os nossos alunos tentam dar resposta satisfatória. Ou mais que isso. Os tempos que se avizinham exigem-lhes, talvez um pouco injustamente, resultados quase de excelência se querem entrar em universidades e num mercado de trabalho cada vez mais fechado e fragilizado pela crise que estamos a viver. Mesmo que os professores sejam omnipresentes em aulas de apoio extras, mesmo que os esforços destes se multipliquem junto dos seus alunos e os conselhos sejam reditos pela enésima vez, a sensação desconfortável de que tudo pode acontecer em situação de exame, deixa uma nuvem de interrogação no ar que só pode ser dissipada por uma pauta que se serve sempre fria. As coisas são assim e um ciclo fechar-se-á. Mais uma vez, como em tudo. O que nos lembra igualmente o novo ciclo aberto por mais um mandato legislativo e uma onda de esperança que se estabelece sempre nestas ocasiões. É necessário que algumas coisas mudem, não para ficar tudo na mesma, como dizia Lampedusa, mas para existirem efectivas mudanças que levem a que os esforços de alunos e professores sejam reconhecidos e que Portugal abra portas aos jovens que teimosamente se encontram fechadas. Quer no processo de entrada nas universidades onde existe uma verdadeira ditadura das décimas ou na sociedade onde muitas vezes se desenha, em grande parte da nossa melhor juventude, a saída para outros países. Que o novo ministério e o novo executivo pensem nisso e ajam depressa é o que desejamos todos.

Coordenadores: António Catarino (Prof.) Julieta Viegas (Profª)

Redacção António Catarino (Prof.)

Tratamento da Informação António Catarino (Prof.) Julieta Viegas (Profª)

Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (Profª )

Equipa de alunos: Pedro Gomes 11ºG Patrícia Costa 11ºG Ana Rita Fonseca 11ºG Juliana Almeida 11ºG Inês Trigo 12ºG José Chen 11ºB

Financiamento : Não + pêlo: centro de estética Oxigénio: fitness club

online http://www.issuu.com (pesquisa: jornalesas)

ESCOLA SECUNDÁRIA AURÉLIA DE SOUSA/3 - Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773—Equipa.jornalesas@gmail.com

Ilustração de Teresa Viegas (profª) para LdC


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