Jornalesas Junho 2010

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O que é uma república

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1º lugar no Innovation Challenge

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2º Prémio Ecológico

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Noite de Teatro

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 À conversa com Olga Moutinho ―Aurélia‖ 50  Entre as 20 melhores ideias  Carlos Costa na ESAS  Visitas de estudo  Entrevistas  Livros  Moda  Passatempos

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À conversa com Olga Moutinho Presidente do Conselho Geral Entrevistada por de Vanessa d’Orey (10ºF) e Diana Castro (10ºG)

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Conselho Geral (C.G.) é um órgão de direcção que foi criado pelo Decreto-Lei 75/2008, vindo substituir a Assembleia, com o objectivo de reforçar a participação das famílias e da comunidade na direcção estratégica dos estabelecimentos de ensino. De acordo com as necessidades identificadas pela tutela, tornava-se necessário garantir os direitos da participação não apenas aos responsáveis pelo processo educativo — o pessoal docente — mas também alargar o poder de intervenção de todos quantos mantêm um interesse legítimo na vida e nas actividades da escola, assegurando simultaneamente, a integração da escola na comunidade que serve. Para a consecução desta finalidade, têm obrigatoriamente assento no Conselho Geral o pessoal docente e não docente, os alunos do ensino secundário, os pais e encarregados de educação, a autarquia e a comunidade local. Na nossa escola, dando cumprimento ao determinado no Regulamento Interno, a cooptação dos membros da comunidade obedeceu a critérios que se prendem com o nosso projecto educativo e com as linhas de força do Plano Anual de Actividades. Essa representação está a cargo da FEUP, da AMA e do IPATIMUP— instituições com as quais mantemos já há algum tempo parcerias e cuja inclusão no C.G. se afigurou vantajosa. O C.G é portanto um órgão colegial—com poderes alargados relativamente ao órgão que veio substituir — a quem compete a

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aprovação das regras essenciais do funcionamento da escola, decisões estratégicas e de planeamento e a avaliação e acompanhamento da sua concretização. É, por exemplo, neste órgão que são definidas as linhas orientadoras para a elaboração da proposta anual do orçamento, ou seja, que estabelecem critérios quanto às despesas prioritárias—depois de garantido o pagamento de gastos correntes—assegurando-se que critérios de natureza pedagógica se sobreponham aos demais. Cabe ainda ao C.G. avaliar as candidaturas ao cargo de director, proceder à sua eleição e conferir-lhe posse. O director, esse primeiro responsável da escola dotado dos poderes necessários para executar localmente as medidas da política educativa e para implementar o projecto educativo da escola, tem dever de ―prestar contas‖ perante o C.G., que dará o aval à sua acção educativa, podendo dirigir-lhe recomendações que visem a melhoria do serviço prestado, ou que, em casos extremos, presumo, o poderá demitir. Em que medida o Conselho Geral pode melhorar a vida da Escola? Sendo o C.G. um órgão colegial constituído por pessoas de diferentes áreas académicas e profissionais é óbvio que essa perspectiva transversal mais ampla do saber se traduz no enriquecimento próprio da partilha de experiências. Penso não dever considerarse presunção assumir que todos os membros do Conselho Geral tenham «aprendido» alguma coisa pelo facto de fazerem parte deste órgão. Há que sublinhar que, sendo as linhas de acção, as práticas da Escola amplamente expostas e exaustivamente debatidas, há sempre questões e problemas para os quais encontramos ajuda no C.G.. É nítido e compensador poder verificar a cumplicidade de todos na busca de soluções para os problemas detectados. A título de exemplo, refiro que a Escola aderiu a um programa de auto-avaliação por sugestão do representante da FEUP, que, ao dar-nos a conhecer essa ferramenta, impediu que tivéssemos aderido a um outro serviço que teria ficado extremamente dispendioso. Também o Regulamento Interno vigente este ano lectivo apresentou um novo rosto, um novo formato. Tal ficou a dever-se à sugestão de uma representante da APESAS,

que, devido à sua formação na área de Direito, considerou que o documento deveria organizar-se por secções e artigos a exemplo do que acontece com as leis. Esta ideia foi acolhida pela equipa redactora e dela resultou, inequivocamente, um RI mais organizado e de mais fácil leitura. E estes são apenas dois exemplos. A cooperação entre os diversos sectores presentes no C. G. é pois frutífera. Como a nossa Directora costuma dizer «a Escola não se fecha em si mesmo». A Escola está, efectivamente, aberta ao exterior, está atenta às vozes que se fazem ouvir no sentido de introduzir melhorias no nosso rumo educativo. E o C. G. é o espaço privilegiado para a partilha e o saber ouvir. Até agora, qual considera ser o momento mais marcante do seu mandato? Apesar de outros momentos particularmente gratificantes, destacaria como o momento mais marcante desta minha experiência como Presidente do Conselho Geral o facto de ter participado, ainda como Presidente do Conselho Geral Transitório no processo de recrutamento do Director. Aquando da alteração legislativa que pôs fim aos Conselhos Executivos e a uma eleição deste órgão de gestão em que participavam todos os docentes, foi para mim motivo de grande regozijo fazer parte da comissão especializada que avalizou a candidatura da Professora Delfina Rodrigues por se tratar de alguém que, enquanto Presidente do Conselho Executivo, dera já provas de dedicação e competência e que, paralelamente, era o garante da manutenção de um clima de escola afável sem, no entanto, perder de vista a necessidade de dar continuidade a um serviço público de qualidade e de rigor que tinha (e tem) caracterizado a nossa prática educativa, e que torna a Aurélia de Sousa uma escola de referência na cidade. Numa altura em que, por força de lei, o Director é investido de novos e mais alargados poderes foi reconfortante e tranquilizador «entregar» essa responsabilidade à Professora Delfina Rodrigues. Presidir à sua tomada de posse foi mais um motivo de orgulho pessoal.

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―Aurélia‖ – de Escola Industrial a Secundária Texto de Fernanda Melo e Elsa Rocha - Professoras Grupo Aurélia 50

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Escola Secundária Aurélia de Sousa é assim denominada a partir da publicação da Portaria 608/79 de 22 de Novembro, data em que se uniformiza a designação das antigas escolas industriais, comerciais e liceus para escolas secundárias. Esta alteração reflecte as preocupações democratizantes do poder político que resulta da Revolução de 25 de Abril de 1974, crente que, até então, a separação dos dois tipos de ensino acarretava a estigmatização social dos alunos que frequentavam as escolas técnicas. A primeira Escola Aurélia de Sousa foi criada em 1948, através do Decreto-Lei 37028, de 25 de Agosto, no âmbito da Reforma do Ensino Técnico levada a cabo pelo Estado Novo no pós – guerra, com a dupla

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finalidade de desenvolver uma alternativa ao ensino liceal e de preparar operários e técnicos para os projectos de industrialização em curso. Surge, assim, a Escola Industrial Aurélia de Sousa, para frequência exclusivamente feminina, na qual se vão ministrar, após um Ciclo preparatório de dois anos, o Curso Geral de Formação Feminina, quatro anos, e as especializações em Bordadeira / Rendeira, Modista de Vestidos e Roupa Branca, dois anos. É, no entanto, durante a vigência da 1ª República que se encontram os primórdios deste ensino técnico feminino na cidade do Porto. Em 1925, na Escola Industrial Faria Guimarães, até então destinada ao ensino de rapazes, é criado, para estudantes do sexo feminino, o curso de Lavores Femininos. Os governos da República davam sinal da vontade de alterar o estado de atraso económico e social em que se encontrava o país, marcado pela enorme percentagem de analfabetos que ascendia aos 69,6 % em 1911. Apesar dessa vontade, os problemas de ordem política e financeira que a marcaram impediram a criação de condições minimamente dignas para o funcionamento deste incipiente ensino técnico feminino. A Escola Industrial Faria Guimarães é extinta pelo já citado Decreto – Lei 37028, criando – se, em sua substituição, a Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, uma Escola Técnica Elementar na zona oriental da cidade e a Escola Industrial Aurélia de Sousa, a «nossa» actual ESAS. 

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―A nossa empresa foi seleccionada entre as

20 empresas apuradas a nível nacional!‖ Por Maria Manuel do 12ºE

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o longo do ano, as turmas do Curso de Ciências Socioeconómicas desenvolveram um projecto denominado ―A Empresa‖ da JuniorAchievement. Deste modo, surgiu o desafio de nos juntarmos em grupo e criar a nossa Mini-Empresa com um ciclo empresarial comum às empresas ditas reais. A JuniorHart, AE é uma jovem empresa criada no âmbito deste projecto por quatro alunos do 12ºE. Durante o ano vimos a nossa empresa crescer e, para isso, tivemos que realizar um conjunto de actividades que nos permitiram ter sucesso como, por exemplo, a elaboração do plano de negócios, de estudos de mercado etc. No decorrer do projecto surgiu a oportunidade de nos candidatarmos à competição nacional que é celebrada anualmente pela Junior Achievement Portugal . Neste evento, as Mini-Empresas seleccionadas apresentam, orgulhosamente, os resultados do seu negócio e dos conhecimentos adquiridos. Esta apresentação é feita perante um painel de júris que irá avaliar de que forma cada equipa vai ao encontro dos critérios estabelecidos. A JuniorHart, AE concorreu e ficou seleccionada entre as 20 empresas apuradas

Os alunos na apresentação da sua ideia de negócio — Lisboa

a nível nacional! Por conseguinte, preparámos bem a apresentação e o nosso relatório final de actividades e fomos a Lisboa, no passado dia 2 de Junho, expor a nossa ideia de negócio. Infelizmente, não ficámos no pódio mas a experiência de estar presente e participar num evento desta dimensão já foi muito gratificante para nós, jovens gestores.

―(…) estar presente e participar num evento desta dimensão já foi muito gratificante para nós‖ Mª Manuel, João, Daniel e Nuno

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Carlos Costa Governador do Banco de Portugal na ESAS Alunos do 10ºF

A convite do grupo de Economia recebemos, em Maio, na ESAS, um conferencista muito especial, o economista Carlos Costa que deixa a vice-presidência do Banco Europeu de Investimento para suceder a Vítor Constâncio no cargo de governador do Banco de Portugal. Numa linguagem acessível, pautada por exemplos práticos, consciencializou para os desafios da União Europeia e deixou alertas muito importantes para o nosso futuro. Foi uma conferência memorável em que não foi esquecida a preocupação com os gastos excessivos dos estados europeus numa economia que não produz o suficiente para garantir a sustentabilidade do sistema e a valorização do papel da escola na construção de um País mais competitivo.

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Concurso da Junior Achievement

1º lugar no Innovation Challenge Por José Soares Director do Curso Profissional de Técnico de Marketing

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Inês Montenegro

Patrícia Cerejo

Alunas do Curso Profissional Técnico de Marketing

A Patrícia ganhou um concurso de Empreendedorismo organizado pela Junior Achievement

aluna Patrícia Cerejo do Curso Profissional de Técnico de Marketing da ESAS, integrada num grupo composto por mais quatro elementos de outras escolas, obteve, no passado dia 7 de Maio, o primeiro lugar no Innovation Challenge. Este concurso consiste na resolução de um problema proposto por uma empresa, nesta edição a SONAE, num curto período de tempo. O desafio foca-se em processos inovadores e criativos baseados em desafios de negócios reais com os quais as empresas têm que lidar no seu dia-a-dia. Na sequência deste evento a aluna Patrícia Cerejo participou na Competição Europeia anual organizada pela Junior Achievement – Young Enterprise (Junior Achievement Europa), realizada em Bruxelas, nos dias 25 e 26 de Maio de 2010, onde obteve um excelente terceiro lugar. Nesta edição participaram, além de Portugal, representantes da Bulgária, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Grécia, Itália, Roménia, Turquia. A Competição Europeia consistia na resolução de um problema social que implicasse a angariação de fundos, tendo o grupo da Patrícia apostado nas problemáticas da reciclagem e da poluição.

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Apresentação dos projectos do 12ºano Por Clementina Silva (profª) - Fotografia de António Carvalhal (prof.)

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o passado dia 1 de Junho de 2010, na ESAS, no período da tarde, os alunos do 12º ano deram a conhecer à comunidade os projectos que desenvolveram durante este ano lectivo. A apresentação dos projectos iniciou-se no auditório com uma pequena sessão de divulgação dos vários trabalhos realizados, seguindo-se a exposição dos produtos elaborados no corredor de acesso ao bar. Este espaço foi muito concorrido e animado, demonstrando que o entusiasmo de um trabalho (bem) cumprido ainda impulsiona os alunos.

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ESAS representa Portugal na Alemanha

―JRA em Acção‖ por Equipa JRA

Por Tatiana Correia, Marta Alves e Jorge Santos, do 11ºB Fotografia de Sirje Kivil

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o final do ano lectivo de 2009-2010, damos conta da conclusão do projecto ―Um pouco mais de Azul‖. Estivemos atentos durante todo o ano a seguir um processo de pesquisa, de informação no terreno e divulgação. Os resultados são muito positivos. Tivemos informação de fonte limpa que, neste verão de 2010, todas as praias da orla costeira da nossa cidade são candidatas à Bandeira Azul da Europa com a excepção, compreensível, da praia do Edifício Transparente. Segundo informação dada em entrevista pela directora da ETAR das Sobreiras, Engenheira Elsa Ferraz, a ETAR trata as águas residuais da zona da Foz e lança-a com um grau de qualidade muito aceitável no Rio Douro. Os riachos que banham a área do novo Parque Oriental, recentemente inaugurado, foram limpos conforme os objectivos explícitos no projecto base do parque. Foi essa a informação que recolhemos do arquitecto paisagista Sidónio Pardal aquando da visita que guiou com a associação ambiental Campo Aberto em que se incluiu um grupo de interessados da ESAS. A cor das águas da nossa cidade é, sem dúvida, muito mais Azul. Como conclusão do nosso projecto, faremos uma festa no Parque Oriental da cidade a celebrar o Dia Internacional do Ambiente, dia 5 de Junho. E para o ano haverá mais!

Procure a solução na sala do

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Ilustração de Teresa Viegas (profª) para LdC

ma babel de línguas diferentes, pessoas de vários pontos da Europa, estudantes e professores, um objectivo comum: proteger um ovo cru de uma queda de 2 andares. Nenhum partiu. Mas isto foi só o começo. O nosso verdadeiro desafio é, no mesmo contexto, desenvolver uma declaração para proteger a água do nosso planeta. Como devem ter lido na última edição do Jornalesas, a nossa escola esteve representada no Parlamento Europeu da Ciência em Aachen, Alemanha, que se realizou de 21 a 25 de Março, e cujo tema era a Água. Fomos acolhidos pela Câmara Municipal de Aachen, pela Universidade local e pela Associação Mosaica na pousada da juventude. Os dois primeiros dias foram uma preparação para o debate que levou à finalização da Declaração de Aachen, que vinha sendo elaborada desde Julho em debates num fórum online. Esses dois dias iniciais foram muito importantes para nos apercebermos de que, mesmo sendo tão diferentes, é possível trabalharmos conjuntamente em prol do mesmo sonho: o respeito pela água por parte de todos. Já no Parlamento, o nosso trabalho foi um pouco diferente: fomos divididos em grupos temáticos onde debatemos assuntos mais específicos como a economia, a tecnologia, a política, a sociedade e a responsabilidade associadas à água; no final, houve debate geral em plenário e consequente aprovação da declaração. Também no Parlamento deparámo-nos com diferentes realidades, mas nem por isso o nosso trabalho foi afectado, antes foi enriquecido.

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ESAS na ETAR das Sobreiras por Equipa JRA Fotografia de Maria Rosa Costa ( Prof.ª )

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o passado dia 11 de Março, a equipa dos JRA e os elementos do 11ºB seleccionados para representar Portugal em Aachen, na Alemanha, realizaram uma visita de estudo à ETAR das Sobreiras. Esta era uma das visitas que mais ansiávamos, mas receávamos não poder recolher uma história de fim feliz. Recebeu-nos a Engenheira Elsa Ferraz, com grande alegria e entusiasmo. Forneceu-nos informações acerca do tratamento das águas residuais, nomeadamente os três processos principais: um primário, onde se separam os sólidos grosseiros, areias e gorduras; um secundário, onde se utilizam bactérias em reactores biológicos; e, por fim, um terciário, onde realizam a desinfecção da água e a remoção de nutrientes, evitando assim a formação de algas à superfície que inibiriam a entrada de luz (eutrofização). A água que será lançada novamente para o rio não é potável; mas pode ser utilizada para fins industriais, limpezas ou como água de rega, por exemplo. Destacamos um extracto da entrevista que fizemos à Directora da ETAR: JRA: Muitos cursos de água do Porto confluem para este local. Foi um risco a construção desta ETAR, tendo em conta a densidade populacional à sua volta? Direcção da ETAR: A construção da ETAR nesta zona foi favorável. Os problemas só começaram depois de ter entrado em actividade. Uma ETAR

precisa de estar sempre a trabalhar, as 24h e, se houver maus cheiros, a população local queixa-se logo. (…) Os camiões que fazem a recolha das lamas, que têm um cheiro diferente, só carregam entre as 00horas e as 05 da manhã. Mesmo assim, ao mínimo sinal de mau cheiro, há sempre pessoas a reclamar. (…) JRA: Que tipo de resíduos devemos evitar lançar nas águas residuais? Direcção da ETAR: Os resíduos industriais e alguns óleos e hidrocarbonetos são muito nocivos (…). Mas os resíduos domésticos com que temos tido mais problemas recentemente são, estranhamente, as cotonetes. Deveriam ir para o lixo normal, em vez de ir pela sanita abaixo. Esse pequeno gesto simplificaria muito a vida da ETAR (…). Os medicamentos também provocam efeitos graves, como o hermafroditismo nos peixes que se encontram no destino final das águas. JRA: Que tipo de projectos estão a ser desenvolvidos? Direcção da ETAR: (…) A reabilitação das Águas de Gaia é um exemplo

de sucesso; estamos a tentar avançar com o projecto da despoluição do rio Tinto, tal como o da Ribeira da Granja. Outro projecto já apresentado para financiamento é a construção de uma unidade industrial transformadora dos resíduos sólidos em fertilizante. Prosseguimos com uma visita guiada a quase toda a ETAR: observámos, por exemplo, a separação das lamas dos resíduos, assim como a lavagem destes. Foi quase insuportável o facto de, em algumas ocasiões, se sentir o mau cheiro invadir as nossas narinas. No entanto, foi uma visita bem produtiva, na medida em que pudemos ver o interior de uma ETAR e o modo como funciona. Para além disso, tivemos a oportunidade de nos informarmos sobre alguns aspectos ambientais, muito relevantes na nossa comunidade e verificar que as ETARes do Porto estão a fazer o seu trabalho de limpar as nossas águas. Como hoje em dia se diz: ―Pensar Globalmente, Agir Localmente.‖ Visitem o website: http://aguasdoporto.pt ou http://ambiporto.pt

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Sabias que a energia solar pode ser transformada em energia eléctrica e que, além de ser uma fonte praticamente inesgotável, não deixa resíduos no meio ambiente ? 2010 I NÚMERO

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Celebração do Dia da Europa Fotografia de Mª José Rodrigues (profª) por Equipa JRA

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o passado dia 10 de Maio, vestimos a camisola. Realizou-se, na nossa escola, a Celebração do Dia da Europa. As actividades foram organizadas pelo Clube Europeu e integraram os trabalhos dos alunos participantes no Clube. As actividades principais foram uma exposição e uma sessão de trabalhos no Auditório. Os visitantes da exposição puderam apreciar literatura diversa e cartazes e sobre a Europa em geral e guardar alguma da informação sobre os projectos Europeus, sendo particularmente útil um mapa dos países da União nas Línguas Nacionais. A sessão de trabalho realizou-se às 15h e 20m e teve como público convidado as turmas dos alunos participantes no Clube Europeu, 10ºB, 10ºI, 11ºB e os seus professores. Iniciou-se a sessão com uma breve história do Clube Europeu na ESAS que está a fazer 10 anos. Seguiu-se a participação de uma antiga aluna, muito premiada por trabalhos do Clube, Catarina Bastos, representando agora a AEGEE e projectos para jovens estudantes europeus; os JRA, apresentaram as actividades que desenvolveram durante este ano lectivo. Terminámos com os jovens do Parlamento Europeu da Ciência, que nos deram conta da participação da nossa escola e do nosso país na Alemanha. Os pontos altos desta sessão foram a constante participação da professora Maria da Luz Carvalheira nos projectos europeus ao longo da sua história e a recompensa gulosa do conhecimento por parte do público convidado, sobre a Europa. A cada resposta correcta fomos sendo contemplados com um saboroso chupa- chupa. Gostámos de ter feito parte desta celebração porque nos dá uma sensação de identidade europeia e podemo-nos congratular com a nossa história e história da Europa, bem como com os projectos de âmbito internacional e global desenvolvidos pela União Europeia.

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Um Estágio no Serviço de Psicologia e Orientação Fotografia de António Carvalhal (prof.) Por Patrícia Fernandes

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á sete anos iniciei na Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa, aquele que viria a ser o propulsor do meu percurso de vida actual, o Secundário. Por este motivo foi com orgulho acrescido que este ano entrei na ―nova‖ ESAS com uma nova tarefa, a de realizar estágio, sob orientação da Dr.ª Manuela Rios, no Serviço de Psicologia e Orientação no âmbito do Mestrado de Psicologia Clínica e da Saúde. O meu estágio resume-se a seis meses extraordinários de aprendizagem, experiência e muito trabalho, mas também de muita satisfação e alegria. Tive o prazer de abraçar as actividades desempenhadas por este serviço que abarcam a prática clínica figurada pela avaliação e intervenção; a Orientação Escolar e Profissional desenvolvida nas turmas de 9º ano de escolaridade e individualizada quando solicitada, o apoio à inscrição de exames, a promoção de (in)formação relativa ao acesso ao ensino superior e a outras áreas de interesse; o acompanhamento aos alunos no processo de aprendizagem e socialização na comunidade visando o sucesso escolar; a cooperação e desenvolvimento de projectos em parceria com Docentes, Pais/Encarregados de Educação e Auxiliares de Acção Educativa no sentido de dar respostas às solicitações da comunidade; e a integração no NIPES. Como se pode calcular todas as actividades supra citadas exigem empenho e envolvimento que nem sempre são visíveis para quem está de fora, mas que se traduziram para mim em meio ano e cerca de 700 horas de conhecimentos, entrega e certezas das minhas escolhas académicas. Foi uma excelente experiência voltar às origens mas agora do outro lado do panorama! 

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Teatro Universitário de Intervenção (TUI) do Porto actua na ESAS Por António Almeida, Beatriz Cruz, Inês Manaú e Sofia Morais do 7ºA - Fotografia de Pedro Gomes do 10ºG

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o dia 20 de Maio, a turma A do 7º ano assistiu uma actuação de Teatro-debate , com o objectivo de sensibilizar os jovens para comportamentos de risco. Nesta dramatização abordaram-se os temas: a problemática do bullying, a discriminação associada à S.I.D.A. e a violência no namoro. As jovens actrizes eram muito simpáticas e interagiam bem com o público conseguindo fazer passar a mensagem e mantendo a turma sempre interessada e participativa durante a sua actuação. Foi um momento educativo e descontraído, por isso esperamos repetir a experiência.

Noite de Teatro ESAS 2010 José Fernando Ribeiro Professor responsável pelo Clube de Teatro da ESAS

Na Feira dos Malandrecos (José Vaz) e História Breve da Lua (António Gedeão) O Clube de Teatro da ESAS levou à cena na noite de 11 de Junho do corrente ano duas peças de teatro, interpretadas por 22 alunos, no espaço da Cantina da escola, pelas 21 horas e 30 minutos: Na Feira dos Malandrecos (José Vaz) integra alunos do 7.º D (na sua maioria) e do 8.ºB, num total de treze, sendo todos alunos que optaram pela disciplina de Expressão Dramática. A peça reúne algumas personagens, colhidas de uma galeria que retrata alguns dos quadros mais vivos da sociedade nacional.

Bernardo e Adriana da turma A do 7ªano

TUI, teatro universitário de intervenção Por Francisca Ferreira da AMA

História Breve da Lua (António Gedeão) reúne oito alunos do 9.ºB e uma aluna do 11.º ano. O texto é uma lição de ciência de um grande mestre e de um não menos grande vulto das letras portuguesas. A noite de teatro foi ainda o momento oportuno para a entrega de lembranças aos alunos que participaram a nível de escola no Concurso Nacional de Leitura. O Teatro agradece a todos os que tornaram possível a realização deste projecto.

TUI, do Centro de Aconselhamento e Orientação de Jovens do Porto realiza a sua intervenção no quadro do Projecto Nacional de Educação Pelos Pares que a Fundação Portuguesa "A Comunidade Contra a SIDA" desenvolve em Escolas Básicas e Secundárias com 3º Ciclo, numa parceria com o Ministério da Educação.

As peças - que foram criadas por voluntários e Psicóloga do CAOJ Porto - abordam a problemática dos comportamentos de risco em forma de Teatro-debate. No presente ano lectivo na ESAS tivemos sete actuações para diversas turmas do 3º ciclo a convite do NIPES e da AMA . Os voluntários são os estudantes universitários, Francisca Ferreira (ex-aluna ESAS), Inês Oliveira (ex-aluna ESAS), João Cardoso, estudantes universitários e a Psicóloga Raquel Oliveira. JUNHO

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O professor José Fernando com alunos do Clube de Teatro

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Centenário da República Entrevista à professora Mª João Cerqueira No ano das comemorações do Centenário da República, o JORNALESAS encontrou-se com a professora de História e Coordenadora do Departamento das Ciências Sociais e Humanas que gentilmente nos deu uma entrevista. O seu enorme interesse histórico e cultural é inquestionável.

Ser republicano é respeitar a diferença, a educação, a cultura, a cidadania… Entrevistada por Pedro Gomes e Patrícia Costa do 10ºG

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O que significa ser republicano? Antes de pensar o termo ―republicano‖ é necessário falar de ―república‖. República, res publica, ou seja, um bem comum, um regime que é feito para estar ao serviço de todos. Ser republicano é respeitar a diferença, a educação, a cultura, a cidadania… Ainda faz sentido ser republicano nos dias de hoje? Faz sentido, claro, se tivermos uma República que seja uma democracia autêntica, que respeite as diversas opiniões. Nem sempre se pode associar, como normalmente se faz, república com democracia e monarquia com ditadura. Há repúblicas que são ditaduras e nós temos um bom exemplo: o Estado Novo; e monarquias que são democracias exemplares. O importante não é a república e a monarquia, mas sim a democracia. Concorda com a forma como é abordado o tema no Ensino Básico e Secundário? Seria impensável que os programas de História não abordassem o tema ―república‖. Penso que no que diz respeito à Primeira República Portuguesa, aquilo que perdura mais na memória dos alunos são os aspectos negativos, aquilo que afinal explica a sua curta duração. E muitas vezes é colocado num plano perfeitamente secundário o papel que ela desempenhou, por exemplo, na educação. Esta foi um dos principais objectivos dos republicanos, embora não tenha sido concretizado como quereriam, devido ao fraco estado das finanças. Mas conseguiram reduzir o analfabetismo - o que tem lógica visto que defendiam o Sufrágio Universal - e criar duas novas Universidades: a do Porto e a de Lisboa, criando ainda

o ensino para adultos e bibliotecas itinerantes. É também preciso chamar a atenção dos alunos para os valores republicanos: o laicismo, a igualdade de direitos e de oportunidades, os direitos naturais, o dever de respeito pela cultura e pelas ciências e ainda a defesa de uma educação para a cidadania - aliás o tema do nosso Projecto Educativo há já vários anos. Quais as actividades mais significativas levadas a cabo pela ESAS, nas Comemorações do Centenário da República? O grupo de História resolveu, desde o início do ano, realizar algumas actividades comemorativas do Centenário da implantação da I República. Comemorou-se a revolução republicana de 31 de Janeiro de 1891 com uma exposição de trabalhos dos alunos do 9º ano e a passagem de imagens no ―open space‖, ao longo do dia, sobre o Porto e a revolução falhada; têm sido publicados num blogue (http:// centenariorepublicaesas2010.blogspot.com/) os trabalhos que têm estado a ser realizados pelos alunos do Básico e Secundário. Em colaboração com o clube de dança e com a Biblioteca foi realizado um sarau. Foi um encontro com a Dança, a Poesia e a História, no dia 30 de Abril. Tem havido a preocupação de divulgar as diversas efemérides que, pelo país inteiro, mas sobretudo no Porto, têm sido realizadas – colóquios, exposições, conferências… E pensamos ainda iniciar o próximo ano lectivo, nas proximidades do dia 5 de Outubro, com mais algumas actividades… 

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―Em Torno do Trono‖ Coreografia ―Em Torno do Trono‖ pelo Grupo de Dança Contemporânea. Recordamos Guerra Junqueiro: poeta, portuense e republicano que defendia uma república ampla e participativa e que afirmava que ―o que não tem música não tem jeito‖. Em ―Em Torno do Trono‖ as cadeiras são símbolo do poder e pretendemos gritar bem alto a nossa vontade em participar activamente nas tomadas de decisão! Nós somos … o futuro da República!!! Banda Sonora: O cavaleiro Andante, Lágrima e In Pace – Finis in: A Música de Junqueiro – Som e Imagem, Universidade Católica Portuguesa (Porto).

Sinopse do espectáculo: Tendo como pano de fundo o centenário da implantação da República e pretendendo comemorar datas marcantes de Abril como o dia do livro, o dia da liberdade e o dia mundial da dança, tentámos ao realizar "Encontros..." lançar um olhar cruzado sobre a Dança, a Poesia e a História tendo como fio condutor os temas da cultura e da liberdade.

Em Torno do Trono! Por Mariana Barros do 9ºC Do alto do nosso trono, Vimos quanto é pequeno o mundo E grande a miséria humana Somos a República – vento furibundo Somos o poder e a mudança Pára. Vê. Escuta: Movemos o mundo com esta dança.

Sopram Ventos de Mudança!!!... Por Mariana Barros do 9ºC Sopram ventos de mudança no início do Século XX … Voam a arte, a literatura, a política e a dança. Em Portugal dá-se a implantação da República e os ventos do modernismo encontram território fértil para se instalar. A Dança também inicia a sua viagem para o moderno. Apanha os ventos que soltam o movimento no espaço, liberta-se da rigidez do Ballet Clássico dando azo à livre expressividade do corpo. Em Paris, nascem os ―Ballets Russes‖. Sopram os ventos … trazem a mudança. Renova-se a mentalidade e constrói-se o futuro século XXI, onde, algures no Mundo, um Grupo de Dança se entregará ao conforto da liberdade, expressa em movimento, evocando Parade: um bailado da Companhia ―Ballets Russes‖ com cenários de Picasso e música de Eric Satie.

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Mulheres Republicanas Regina Quintanilha

Maria Veleda

Por Marina Mamede do 11ºE

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egina da Glória Pinto de Magalhães Quintanilha nasceu a 9 de Maio de 1893 em Miranda do Douro, e foi a primeira advogada portuguesa da 1º República. A 6 de Setembro de 1910, apenas com 17 anos, Regina Quintanilha requer a sua matrícula na Faculdade de Direito de Coimbra, onde a 24 de Outubro do mesmo ano dá entrada. De referir que em termos de Educação, a escolaridade obrigatória em 1910 era dos 7 aos 11 anos, pois para as mulheres apenas se desejava que fossem esposas obedientes e boas mães. Regina Quintanilha foi uma excepção, pois recebeu autorização para exercer advocacia, quando este exercício ainda era vedado às mulheres, de acordo com o Código Civil de 1867. Com licença certificada pelo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, veste a toga no Tribunal da Boa-Hora, em Lisboa, a 14 de Novembro de 1913. Regina Quintanilha vai também exercer funções como Conservadora do Registo Predial e Notária. Sob a névoa de mentalidades que ainda não se encontravam preparadas para aceitar a afirmação feminina, são várias as vozes portuguesas que não hesitam em denegrir a imagem das mulheres que exercem uma profissão liberal, o que leva Regina a partir para o Brasil, onde vai colaborar na Reforma da Lei Brasileira. Estabelece escritórios tanto no Rio de Janeiro como em Nova Iorque e é advogada de várias empresas francesas. Anos mais tarde volta para Portugal onde virá a falecer a 19 de Março de 1967, em Lisboa. Esta mulher que se tornou a primeira advogada portuguesa, abriu o caminho, deu a lição, autonomizou-se e mostrou que era possível fazer a diferença, sendo considerada um exemplo de feminista da 1º República. 

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Por António Mota do 11ºE

aria Veleda foi uma mulher pioneira na luta pela educação das crianças, feminista e republicana que se destacou como dirigente do 1º movimento feminista português. Foi escritora de poesia, contos e novelas tendo sido as suas obras dedicadas às ideologias pelas quais lutou. Fundou a ―Obra Maternal‖, instituição em prole do acolhimento de crianças abandonadas ou em perigo moral, por intermédio da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas em 1909. Em 1912, foi nomeada pelo governo Delegada de Vigilância da Tutoria Central da Infância de Lisboa, instituição destinada a crianças abandonadas, pedintes ou delinquentes. Como feminista, criou cursos nocturnos femininos, em prole de uma educação feminina diferente daquilo que era o pressuposto aos olhos dos valores tradicionais. Como dirigente da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e das revistas ―A mulher e a criança‖ e ―A Madrugada‖ escreveu, discursou, editou petições e chefiando delegações aos órgãos de soberania. Assim lutou contra a prostituição (sobretudo de menores), pela igualdade entre sexos perante a lei em termos jurídicos, cívicos e políticos. Lutou contra as superstições e fanatismo religioso que afectava as mulheres e que as prendia a preconceitos sociais e religiosos formando o ―Grupo das Treze‖. Foi republicana por influência da maçonaria onde se iniciou em 1907 e, em 1909, foi condenada à prisão, sendo acusada de abuso de liberdade de imprensa e, para além disso, foi vítima de ameaças e perseguições por parte dos sectores mais conservadores (católicos e monárquicos). Foi a favor da entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial e contra o regime ditatorial do general Pimenta de Castro, fazendo parte dos conspiradores que o derrubaram. Em 1921, Maria Veleda abandonou a politica activa e fez-se jornalista, continuando assim a defender os ideais que a tornaram famosa. 

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Por Ana Sofia do 10ºH

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proveitando o tema de Direitos Humanos e Globalização, foram colocadas algumas questões à Dra. Cláudia Cordeiro de Almeida, Advogada – Estagiária, Mestranda em Ciências Jurídico - Administrativas, colaboradora e monitora em campos de trabalho da Amnistia Internacional. Dra. Cláudia, acha que os Direitos Humanos são totalmente aplicados em Portugal? R: No geral penso que sim, no entanto surgem alguns casos, que apesar de pontuais não deixam de ser realmente preocupantes. Por vezes, as nossas prisões não respeitam os Direitos Humanos, por isso, temos que estar atentos. E quando constatamos que há violações tem que se agir, porque só assim podemos repor e reafirmar a validade dos nossos Direitos. (…) Sente que a nível laboral há discriminação em razão de sexo, religião, cor, etc? Infelizmente, na prática, existe alguma. Mas não deveria existir, se todos cumpríssemos os preceitos constitucionais, nomeadamente o nº 2 do artigo 13º da CRP que refere: ninguém pode ser prejudicado em razão do sexo, raça, língua, território de origem, religião, condição social ou orientação sexual. Por isso, cabe a cada um de nós lutar contra essa discriminação. Para isso, basta fazer uma coisa muito simples lutar pelos nossos direitos. Quando violados, invocá-los em juízo; só assim poderemos reafirmar a validade das normas legais e constitucionais que consagram o direito à não discriminação. (…) P: Qualquer estudante pode colaborar com a Amnistia Internacional? E qual o meio mais adequado? R: Sim. A ajuda de todos é sempre pouca. O meio mais adequado é inscreverem-se nas acções urgentes juniores, que podem fazer no site da Amnistia Internacional – Secção Portuguesa. Recebem em casa mensalmente um caso de violação dos Direitos Humanos onde é necessário intervir e a AI disponibiliza um modelo de carta. Com esta carta podemos salvar uma vida. 

O que é uma república ?

Ilustração de AC (prof.)

Os Direitos Humanos e a Amnistia Internacional

Assim, uma república é um sistema político, que visa defender, proteger e cuidar dos seus cidadãos garantindo - lhes a plenitude dos seus direitos. Filipa Ferreira, 11ºG

A origem da república está na Roma clássica, quando primeiro surgiram instituições como o Senado. A República é um governo que procura atender aos interesses gerais de todo o cidadão. Vera, 11º G

Uma República é uma forma de governo na qual um representante é escolhido pelo povo para ser o chefe do país, detendo o poder executivo. Cristina Casimiro, 11ºG

Na manhã do dia 5 de Outubro de 1910 foi proclamada a República, pondo assim fim à Monarquia que, em Portugal, durou quase oito séculos. Susana Vilas-Boas, 11ºG

A república é baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária. André Carvalho, 11ºE

Para o futuro fica a esperança de que a República se desenvolva e seja mais um contributo para o desenvolvimento de Portugal a todos os níveis, principalmente, quenum futuro próximo seja o criador da estabilidade. António, 11º E

A República é um governo que procura atender aos interesses gerais de todo o cidadão. É o povo que elege o seu Chefe de Estado, que exercerá um mandato temporário. Marisa Moutinho, 11ºG

A república é um governo que procura atender aos interesses gerais de todo o cidadão. Henrique Mano, 11ºG

É na república que são tomadas decisões com vista a melhorar o bem-estar de todos e surge uma maior preocupação com o bem comum. Joana Nicola, 11ºE

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As artes plásticas por altura da Proclamação da República em Portugal Por António Carvalhal (prof.)

Portugal era dominado por uma classe burguesa de base rural (…) classe essa avessa à mudança estética, mantendo o gosto pela tradição e a pintura de ―costumes‖ do séc. XIX protagonizadas por Columbano Bordalo Pinheiro e José Malhoa, e ainda com nomes como António Carneiro, Aurélia de Sousa, Veloso Salgado(…).

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revolução de 4 de Outubro de 1910 e a consequente Proclamação da República no dia seguinte, encontraram a arte portuguesa num estado que reflectia a situação do país, que se mantinha pobre e afastado do desenvolvimento técnico, cultural e social dos restantes países europeus. Na primeira metade do século XX o conceito básico da arte contemporânea e o conceito de vanguardismo estavam quase automaticamente ligados à ideologia do progresso, característica da moderna sociedade industrial que resultou da industrialização iniciada no séc. XIX na Europa e E.U.A. e da qual Portugal esteve à margem, por razões sobejamente conhecidas. Enquanto a arte em termos europeus sofria uma ruptura, com o Fauvismo e o Expressionismo, movimentos vindos ainda de finais do séc. XIX, e particularmente com o Cubismo, movimento iniciado em 1907 com o quadro ―Les Demoiselles d´Avignon‖ de Picasso, Portugal era dominado por uma classe burguesa de base rural - que no fundo era quem controlava os meios artísticos e culturais - classe essa avessa à mudança estética, mantendo o gosto pela tradição e a pintura de ―costumes‖ do séc. XIX protagonizadas por Columbano Bordalo Pinheiro e José Malhoa, e ainda com nomes como António Carneiro, Aurélia de Sousa, Veloso Salgado, entre outros. Daí a continuação dos valores naturalistas nas artes plásticas e dos valores revivalistas na arquitectura na transição do séc. XIX para o XX e nos primórdios do séc. XX, com a consequente pene-

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tração polémica e tardia do Cubismo e do Futurismo na arte nacional a partir de 1915 (até mais acentuada no campo literário - Pessoa/Álvaro de Campos, Raul Leal e Almada Negreiros, do que no artístico onde Santa-Rita Pintor funcionava bastante isolado) e do nosso Surrealismo tardio em contraponto ao Neo-realismo. Os primeiros pintores a manifestarem o seu vanguardismo, em sintonia com Paris e Berlim foram Santa-Rita Pintor (1889-1918) e Amadeo de SouzaCardoso (1887-1918), que estavam em Paris por altura da eclosão do Cubismo. Foram eles os autores de obras e atitudes futuristas que deram uma rara animação à vanguarda artística portuguesa, entre 1915 e 1917, no entanto mal acompanhados pela maioria dos outros artistas e ainda hostilizados pelos naturalistas e pelo público, numa época dominada pelo conservadorismo cultural e pela agitação política do início da República. O primeiro sinal de ruptura que se seguiu à Proclamação da República de 1910 foi uma exposição de “Arte Livre‖, que tinha a intenção de ―denunciar os métodos retrógrados do ensino oficial‖, realizada em 1911 em Lisboa e organizada por Manuel Bentes que reunia companheiros de Paris, como Francisco Smith, Eduardo Viana, Emmerico Nunes entre outros. Estes jovens artistas contestatários da arte vigente apregoavam o culto da natureza, o que se nota nas obras expostas, naturalmente ainda influenciadas pelo Impressionismo francês. A esta contestação dos pintores seguiuse a dos desenhadores e caricaturistas, com destaque para Leal da Câmara, celebrizado pelos seus ataques à monarquia, ao clero e à polícia ainda antes de 1910, ataques esses feitos

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da primeira metade do século XX, que, juntamente com os infelizmente desaparecidos demasiado cedo, Santa-Rita Pintor e Amadeo de Souza-Cardoso (a figura mais brilhante e mais representativa da participação portuguesa na renovação artística europeia) se podem considerar os introdutores do modernismo em Portugal, com os dois últimos a terem a particularidade de introduzirem o Geometrismo e o Cubismo e de algum modo colocarem Portugal no mapa da arte internacional.

com lápis e tinta e em forma de caricatura. Leal da Câmara, pintor e ilustrador que estava refugiado em Paris, expôs individualmente em Lisboa em 1912, a que se seguiu no mesmo ano a exposição, inaugurada pelo Presidente da República, Manuel de Arriaga, dita ―Salão dos Humoristas‖, grupo de que Almada Negreiros fez parte, assim como Cristiano Cruz, António Soares e Jorge Barradas (que a partir da década de 40 se tornou o nosso ceramista mais importante). À mesma geração pertenceram Stuart Carvalhais, que veio a ser o caricaturista e ilustrador mais popular das décadas seguintes, e Fernando Correia Dias o primeiro a tornar-se profissional colaborando com três publicações, com destaque para a ―Ilustração Portuguesa‖.

Outros artistas importantes que surgiram por altura da Proclamação da República, ligados à ―1ª Geração Modernista‖ e que desenvolveram o seu trabalho nas décadas seguintes foram o casal francês refugiado em Portugal, Robert e Sonia Delaunay, que foram os mentores do Orfismo, movimento inspirado no Cubismo, José Pacheko, Cristiano Cruz e Eduardo Viana (1881-1967), que com uma pintura fortemente estruturada e de grandes preocupações colorísticas, influenciada pelo Orfismo, é um dos mais interessante pintores da primeira metade do século XX. Esta geração lançou as bases para o trabalho dos grandes nomes das artes plásticas portuguesas do séc. XX, como Francisco Franco, Leopoldo de Almeida e Canto da Maia, artistas bastante ligados ao regime Salazarista, principalmente em termos de estatuária iconográfica.

Dos outros artistas, destaque para António Dacosta (um dos nossos pintores Surrealistas juntamente com António Pedro, Vespeira, Fernando Lemos, Cruzeiro Seixas e Mário Cesariny), João Hogan, Abel Manta, Dórdio Gomes, Carlos Botelho, Mário Eloy, Dominguez Alvarez, Sarah Afonso, Vieira da Silva, Júlio Pomar, Júlio Resende, Fernando Lanhas, Fernando de Azevedo, Eurico Gonçalves, Menez, António Areal, Joaquim Rodrigo, Paula Rego, René Bertholo, Lurdes Castro, Joaquim Rodrigo, Eduardo Luís, Carlos Calvet, Bartolomeu Cid dos Santos (exímio gravador), Nadir Afonso, Alberto Carneiro, Jorge Martins, Noronha da Costa e Rolando Sá Nogueira (bom pintor e excelente professor), isto para citar apenas alguns nomes das artes plásticas portuguesas até ao 25 de Abril de 1974. Continua na página 26

Em 1913, o poeta Fernando Pessoa, aproveitou a primeira exposição individual de Almada Negreiros para redigir um texto sobre a arte satírica. Escreveu o poeta que a ―arte satírica pode provocar o ódio, o riso ou o mero sorriso; e em cada um destes aspectos, o artista pode ter génio, talento ou apenas habilidade‖, querendo com isto Pessoa dizer que Almada não era um génio, mas certamente mais do que um habilidoso. Esta não deixa de ser uma ―classificação‖ interessante para um dos mais profícuos artistas portugueses JUNHO

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À velocidade do sol! Foi no início do ano lectivo que o desafio da Câmara Municipal do Porto chegou: construir um carrinho solar! O desafio foi aceite e no dia 29 de Maio, na Praça D. João I, foi hora de prestar provas… Por Tiago Peixoto do 7ºC

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m Outubro de 2009, os alunos da turma C do 7º ano da ESAS souberam que a Câmara Municipal do Porto iria promover uma série de actividades no âmbito da ―Semana da Energia e do Ambiente‖, entre as quais uma corrida de carrinhos solares. Logo, um grupo de alunos se juntou para meter mãos à obra: o André Almeida, o Diogo Múrias, o Henrique Lobo, o Rodrigo Wandschneider e o Tiago Peixoto. Era necessário ajuda e a professora de FísicoQuímica, Maria da Luz, prontificou-se para fazê-lo. Foi um trabalho árduo e nem sempre fácil, mas em Maio de 2010 um carrinho capaz de se mover apenas com a energia do sol estava finalmente pronto. No dia 29 de Maio pelas 10 horas, na Praça D. João I, chegava finalmente a hora da corrida ―À Velocidade do Sol‖. O entusiasmo era grande e as expectativas também. Eram vinte e dois os carrinhos a concurso e algumas das claques bem numerosas. No entanto, nem tudo correu como o previsto e o sol resolveu não comparecer ao encontro… Ora, sem sol , não houve energia para os carros prestarem provas, pelo que o júri se viu obrigado a atribuir apenas o prémio pela concepção do carrinho. Quando o segundo prémio foi anunciado, o grupo de alunos da ESAS nem queria acreditar: ― O segundo

2º Prémio ecológico para o 7ºC

Fire Blade: o carrinho solar prémio vai para o carrinho número vinte e dois, da Escola Secundária Aurélia de Sousa!‖. O Fire Blade ficou em segundo lugar e cada um dos alunos recebeu um cheque da FNAC, além de algumas lembranças da CM do Porto.

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Forno Solar

José T. Soares, Mª Miguel Vaz e Rita Castro do 8ºA

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esde o fim do 1º período do ano lectivo 2009/2010, nós, três alunos do 8ºA, com a ajuda da professora de Física e Química Manuela Montenegro, começámos a construir um forno solar. Após várias semanas de trabalho exaustivo mas divertido, acabámos o forno. Encontrámos obstáculos, mas ultrapassámo-los! Foi divertido viver esta pequena experiência em que soltámos gargalhadas e, partindo dum pequeno pensamento, construímos algo amigo do ambiente.

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Põe-te a andar robô

Jogos Matemáticos

Por Carlos Morais (Prof. Coordenador do Lugar da Ciência)

Por Carlos Morais (Prof. Coordenador do Lugar da Ciência)

Durante o ano lectivo, o Lugar da Ciência desenvolveu actividades ligadas à robótica que envolveram mais de uma dúzia de estudantes, rapazes e raparigas do 9º, do 10º e do 12º ano, que construíram, com peças Lego, criaturas móveis que tiveram de ser programadas para poderem fazer algumas habilidades como seguir uma linha, reagir ao toque, reagir à distância de alguns obstáculos, emitir sons, distinguir cores, etc. O ciclo de trabalho foi (e será) construir-programartestar: movimentos, sensores, programas. Trabalho de equipa, trabalho de observação dos resultados, discussão de soluções para se melhorar o programa ou para a construção tarefas que exigiram sempre o envolvimento constante de cada um e de todos. No próximo ano, vamos poder começar mais cedo, para nos prepararmos para a participação no Festival Nacional de Robótica, contando desde já com todos os que nos acompanharam durante estes meses, mesmo com todos aqueles que nos vão deixar por terminarem o ciclo de estudos do ensino secundário. 

A partir do próximo ano, o Lugar da Ciência vai promover a divulgação de alguns jogos matemáticos como o Ouri, o Hex, o Rastros e o Avanço, destinados ao 3º ciclo e ao ensino secundário. Para se poder jogar estes jogos, que não envolvem o factor sorte, basta conhecer um número reduzido de regras simples, aplicá-las e pensar nas melhores jogadas, nas melhores defesas, nos melhores ataques, na análise de casos particulares, nas generalizações, nas comparações de uns jogos com outros, etc. Vamos organizar torneios e preparar uma delegação da ESAS para participar no 7º campeonato nacional de jogos matemáticos a realizar no próximo ano lectivo. Vamos jogar. 

HEX

Ilustração de Teresa Viegas (profª) para LdC

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Sabias que, apenas numa hora, o Sol despeja sobre a Terra uma quantidade de energia maior que o consumo do mundo num ano inteiro? 2010 I NÚMERO

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Procure a solução na sala do

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TURISMO TOTAL! Jogos Electrónicos, Visitas de Estudo, muita aprendizagem e et cetera e tal! O empreendedorismo e criatividade do 10ºJ; a mestria na realização de trabalhos práticos do 11º I; as aventuras ibéricas do 12º J. As turmas do Curso Profissional de Técnico de Turismo da ESAS rapidamente passadas em revista. Por Rosa Lídia Mota (coordenadora dos Cursos Profissionais) Fotografias de António Carvalhal (prof.)

Jogo didáctico para computador

10º Ano Turma numerosa e buliçosa torna imperativo o desenvolvimento de actividades de carácter instrumental, que apelem à criatividade e espírito de iniciativa dos alunos que a compõem. Através do contexto de colaboração de várias disciplinas com a Porto Vivo, Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) da cidade do Porto, sociedade essa que ―apela à participação de múltiplos parceiros da Cidade, numa óptica de cumprimento de objectivos sociais, culturais, turísticos e económicos…‖, os alunos do 10º J realizaram duas Visitas de Estudo a zonas do Centro Histórico do Porto, a partir das quais, conceberam e construíram jogos didácticos para computador, alusivos às áreas já visitadas: Ribeira, Sé, Clérigos e Cordoaria. A mostra destes trabalhos à comunidade escolar teve lugar dia 15 de Junho no auditório da ESAS. Do programa que se iniciou com um almoço na escola, constou uma apresentação do jogo electrónico no Auditório da escola e uma sessão de entretenimento para os alunos do 7º e 10º anos, nos laboratórios de informática. O 11º Ano Portefólios, panfletos, desdobráveis, apresentações em Powerpoint, trabalhos bem formatados, fazem dos alunos da turma verdadeiros técnicos especializados. No âmbito das disciplinas de Turismo – Informação e Animação Turística, de Área de Integração, de Português, está claro, e até de Comunicar em Alemão (!) estes alunos mostraram a sua verdadeira mestria. Estão a fazer-se Técnicos e Campeões de Cidadania! O 12º Ano No último ano do Curso e com a ansiedade natural que isso implica, os alunos voltaram-se para Espanha e a experiência foi rica: Novembro, em Santiago de Compostela, ―estudaram‖ o Centro Histórico e só‖à laia de guisa‖, incluíram nos objectivos o enquadramento turístico do Eixo Porto-Galiza. Em Janeiro, visitaram a cidade de Madrid, por alturas da Feira de Turismo (FITUR), a maior da Europa. Formaram-se grupos, partiu-se à aventura. A Feira agradou, assim como ―la movida” – tanto no plano turístico como no das experiências para a vida. E outra vida os espera fora da nossa ESAS: trabalho ou faculdade, conforme a opção. Mas antes ainda, em Julho, as Provas de Aptidão! Que desta escola levem, a par de conhecimentos, modelos de actuação e a verticalidade que, no que é essencial, distingue ―o mau do bom‖. Os estágios que a Escola diligentemente lhes ofereceu será um bom início dessa vida que queremos que aproveitem.

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Os dias das línguas em diferentes cores e sabores

Saber alemão … É útil! É divertido! É bom!

Por Maria Paula Magalhães Professora de Inglês e Coordenadora do Dep. de Línguas

Por Olga Moutinho e Rosa Lídia Sousa (profªs)

O Espaço Alemão no Coração da Europa

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Falas português? Hablas Espanhol? Parlez-vous Français? Sprechen Sie Deutsch? Do you speak English?

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ntre 26 e 30 de Abril, os alunos desta escola responderam afirmativamente a estas perguntas. Alguns dos trabalhos por eles executados ao longo do ano, para e nas diversas línguas, estiveram expostos, abrangendo uma diversidade de tópicos e competências que reflectem o trabalho de qualidade desenvolvido nas aulas de Línguas. Paralelamente à exposição, contámos com a presença de professoras do Instituto Encounter English, que desenvolveram actividades no âmbito da importância de aprender Línguas no mundo global em que vivemos e a quem agradecemos pela disponibilidade demonstrada. A gastronomia teve também um papel de relevo, quer nas refeições servidas na cantina da escola – e gostaríamos de aqui deixar registado o nosso ‗muito obrigado‘ a todas as funcionárias da cozinha, que, mais uma vez, prontamente aderiram a esta actividade que representa acréscimo de trabalho, bem como a outros funcionários sempre prontos para nos ajudar - quer nos ‗docinhos‘ característicos das diversas culturas gastronómicas, com que os alunos (e não só…) foram brindados no intervalo entre aulas. A dinâmica verificada permite-nos acreditar que, para o ano, faremos ainda melhor. Contamos com todos vós!

DACH − Sigla Usada para Representar os Estados Dominantes da Língua Alemã

Factos e Números      

— Sabias que…

mais de 100 milhões de pessoas falam alemão como língua materna? o alemão é a língua materna mais falada na Europa (cerca de 1/3 da população)? o alemão é a segunda língua estrangeira mais estudada? o alemão é a segunda língua mais usada no mundo da ciência e na Internet? um em cada dez livros é impresso em língua alemã? a Alemanha é a terceira maior economia do mundo?

Vantagens — Sabias que…?  

 

o alemão é uma língua importante a nível académico e profissional? juristas, médicos, engenheiros, economistas, músicos e filósofos com conhecimentos de alemão têm prioridade no mercado de trabalho? o alemão é uma porta aberta para o mundo da cultura, da ciência e do lazer? Einstein, Goethe, Beethoven, Mozart, Kant, mas também os Rammstein, os Tokio Hotel, Schuhmacher e Kahn representam, entre muitos outros, a diversidade cultural alemã de ontem e de hoje?

Por isso, se optares por estudar alemão, seguramente ficarás a saber que: 

esta língua é uma mais-valia para a vida e uma experiência inesquecível e a sua aprendizagem contribui para enriquecer o diálogo intercultural,

e poderás concluir que: 

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em qualquer altura, o monolinguismo tem cura!

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Os Dias da Geografia

Festa de finalistas

Nos dias 2, 3, 4 e 5 de Março estiveram na ESAS Carlos Azevedo, Alexandra Inácio, Ana Monteiro e Álvaro Domingues

Por Maria Manuel do 12ºE

por alunos das turmas F, G e H do 10ºano

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ano terminou em beleza com o jantar/baile de Finalistas da ESAS, organizado pela aluna do 12ºE, Maria Manuel, na fundação Cupertino de Miranda, no passado dia 9 de Junho. Esta iniciativa reuniu alunos dos diferentes cursos e professores, num ambiente de confraternização onde não faltou a magia e

Cartaz de divulgação concebido pelo aluno, Pedro Gomes, da turma G do 10ºano

s ―Dias da Geografia‖ foram o pretexto para estimular a curiosidade geográfica e dar a conhecer diferentes lugares de Portugal e do Mundo. Assim, a ESAS assistiu durante quatro dias à apresentação de trabalhos de Geografia elaborados por alunos do 7ºano ao 12ºano. Os alunos do ensino secundário tiveram ainda oportunidade de ouvir palestras proferidas por especialistas convidados. Assim:  Os gestores, Carlos Azevedo (mestrado em Economia Social) e Alexandra Inácio da UDIPSS - União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social do Porto, alertaram para a necessidade de sermos próactivos em termos solidários. Ficámos a saber que é possível garantir a sustentabilidade económica e simultaneamente contribuir para o equilíbrio geracional . 

A geógrafa catedrática da FLUP, Ana Monteiro, falou-nos da «Impulsividade do sistema climático – ameaça ou oportunidade?», levantando questões de grande actualidade, tais como: ‗Aquecimento Global, um fenómeno natural ou provocado?‘,‘ Como conciliar o desenvolvimento com o equilíbrio ambiental?‘ e demonstrou que as respostas não são simples porque, havendo riscos, há também novas oportunidades que surgem destes novos cenários. Só uma sociedade bem estruturada e consolidada pode atenuar a vulnerabilidade das populações.

O geógrafo Álvaro Domingues, investigador na Universidade de Arquitectura do Porto, falou-nos das ―Cidades em mudança‖ de uma forma quase poética, escalpelizando a organização urbana e a dificuldade de, nos dias de hoje, encontrarmos uma definição consensual para o conceito de cidade, pois todas as infra-estruturas que eram apontadas na caracterização e diferenciação do espaço urbano estão hoje disseminadas por toda a paisagem. 

o glamour dos grandes momentos.

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A História e a Geografia em plena acção Em Conímbriga e Mira de Aire com as turmas G e H do 10º ano

Por Helder Costa do 10ºH e Inês Bem-Haja do 10ºG

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o dia 29 de Abril, os décimos G e H visitaram Conímbriga, lugar de povoado pré-romano de finais do II Milénio a.C., e percorremos, ao ar livre, os inúmeros caminhos entre as ruínas onde pudemos observar desde o fórum, até às muralhas, passando por duas domus fantásticas e requintadas, que possuíam mosaicos, frescos e aquários. Vimos também os jardins interiores que embelezavam o ambiente aprimorado em que viviam as famílias mais ricas e as mais modestas insulae onde viviam os cidadãos mais pobres ou mais remediados. Por fim, observámos as estruturas incríveis das termas, que possuíam uma palestra onde se faziam discursos e números de circo e possuíam um frigidarium, um tepidarium e um caldarium conforme o tanque fosse de água fria, morna ou quente. Houve ainda a oportunidade de apreciarmos as quatro salas do Museu Monográfico de Conímbriga, sendo fascinante descobrir o modo de viver dos nossos ascendentes a partir do estudo dos resquícios históricos que vamos encontrando.

A tarde foi dedicada às Grutas de Mira de Aire situadas na região conhecida por Maciço Calcário Estremenho, onde a paisagem envolvente é dominada pela morfologia cársica. Ficámos todos boquiabertos tal era a magnificência do que vislumbrámos. Estas são as maiores grutas turísticas do nosso país com 11 kms, mas apenas 600 metros podem ser visitados turisticamente. Lá dentro, serpenteámos ao longo de 640 escadas e admirámos variadíssimas formações calcárias como as estalactites e as estalagmites. Esta foi uma visita de estudo de carácter interdisciplinar, em que os conhecimentos de História e de Geografia ajudaram a desvendar aspectos que passariam certamente despercebidos ao olhar distraído de muitos de nós. Para além do que aprendemos, também nos divertimos, porque a boa disposição fez-nos permanentemente companhia.

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EMRC na onda da diversidade por Nuno Lima (prof.)

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ste ano lectivo, a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica incidiu as suas actividades no âmbito da diversidade motivada pela temática internacional para o ano 2010. No final do primeiro período, explorámos a diversidade religiosa e multicultural do nosso país: fomos a Lisboa conhecer a Sinagoga e a Comunidade Islâmica. Nas férias da Páscoa, percorremos, em dois dias,

parte do nosso litoral aproveitando uma ida ao Badoca Parque (sempre a biodiversidade!) e a riqueza cultural e patrimonial do nosso país, visitando o Convento de Mafra e o Castelo de Óbidos. Já no final do ano lectivo, participámos no Encontro de Alunos de EMRC onde deu para experimentar uma verdadeira paleta de escolas, cores, pessoas, actividades, emoções, tendo sido um dia para não esquecer! E para o ano há mais… Boas férias para todos…

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O Douro, Tormes e S. Leonardo da Galafúra na disciplina de Literatura Portuguesa Por Ana Rita Fonseca e Juliana Almeida do 10ºG

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o âmbito da disciplina de Literatura Portuguesa, a turma do 10ºG, em conjunto com o 11ºA e o 11ºB, realizou uma visita de estudo até ao Douro vinhateiro. Depois de duas horas de viagem chegámos ao nosso primeiro destino: a casa de Eça de Queirós, em Tormes. Aí, foram contadas, pela guia, várias histórias relacionadas com o estilo de vida do escritor. Vimos alguns objectos pessoais de Eça e da sua família. Mais tarde, dirigimo-nos à Régua para almoçar e comprar os famosos rebuçados da Régua, mas o nosso principal objectivo era a visita ao Museu do Douro, onde observámos pinturas de

Joaquim Lopes relacionadas com o rio Douro e as produções vinícolas da região. De seguida, vimos uma exposição sobre as várias etapas da produção do vinho e os instrumentos utilizados para tal. Para finalizar esta viagem, rumámos a S. Leonardo da Galafúra, uma das paisagens mais belas de Portugal, que é também património mundial. Esta paisagem foi motivo de inspiração para Torga, que escreveu um poema, que se encontra na parede da capelinha. Esta visita de estudo foi muito enriquecedora e uma experiência agradável e divertida.

m Abril, Maria José Viegas veio à ESAS e com a simpatia exclusiva das octogenárias, desdobrou-se em explicações para ensinar, aos alunos da turma I do 12ºano, a arte de repuxar o couro. Foi um ateliê surpreendente, até porque poucas pessoas dominam esta técnica que, dada a sua especificidade, é rara nos dias de hoje. Esta forma de trabalho ancestral permite encadernar livros e fazer quadros. Foi uma experiência única a que toda a turma aderiu com entusiasmo. Todos quiseram experimentar a técnica, embora conscientes de que a perícia dos gestos permite veleidades a que os aprendizes não ousam, mas nem por isso o tempo se deu por mal empregue, muito pelo contrário, valeu bem a pena.

Turma I do 12ºano

Repuxar o couro

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―Vem aí uma geração de grandes nadadores‖

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rancisco Mangas tem 16 anos e é aluno da turma G do 10ºano do curso de Ciências Sociais e Humanas. Nadador e atleta do FCP, treina 7/8 vezes por semana, cerca de 3 horas à tarde e, às vezes, também de manhã. Da família recebe todo o apoio. No próximo ano lectivo, irá para os EUA (Napoleon, Ohio). Entrevistado por Patrícia Costa do 10ºG

Desde quando estás a prestar provas de alta competição? Desde há 4 anos. Que medalhas já conquistaste até hoje? Conquistei muitas medalhas a nível regional, algumas de torneios e, mais importantes que essas, quatro a nível nacional, duas delas de campeão nacional de estafeta.

O nadador recebe remuneração? O nadador não recebe renumeração do clube, mas quando ganha uma prova importante, como é o caso de um meeting internacional, é compensado monetariamente. Além disso, existem sempre aqueles nadadores que ganham imenso com os patrocínios. Que curso queres tirar? O curso de Direito.

Qual o prémio que mais valorizas? Uma medalha nacional individual. De quantos anos é feita a vida de um nadador? Não sei ao certo, mas para se ser bom nadador precisamos pelo menos de 10 anos. Um nadador pode ir até aos 26/28 anos, mas isso varia muito. A natação ao nível da alta competição exige muitos sacrifícios, nomeadamente levantar muito cedo (6:00 da manhã em tempo de aulas). O que te motiva? Vale a pena? As vitórias que tenho vindo a conseguir. Tudo vale a pena, desde que nos empenhemos. Sem esforço não vamos a lado nenhum. Que benefícios te tem trazido a prática da natação? Os benefícios são físicos, mas também psicológicos. Ajuda-me a ser mais saudável e auto-confiante. Por que razão os resultados nos Jogos olímpicos por parte da equipa portuguesa ficam sempre aquém dos objectivos traçados? Falta de apoios? Os apoios nunca são muitos, mas talvez ainda não tenha surgido um grande nadador capaz de lutar por medalhas nos Jogos Olímpicos. Esta situação pode mudar, pois vem aí uma geração de grandes nadadores.

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O prazer da escrita O prazer da escrita O prazer da escrita

A linguagem e o amor Por João do 10ºB

Francisco

Bárbara

Catarina

Pedro Huet

O amor começa a manifestar-se muito cedo. Por muito estranho que pareça, começa logo no infantário. Nesta altura, é bastante simples: é caracterizado por uma linguagem verbal e corporal simples e por uma troca de olhares, seguida de um beijo na cara do rapaz pela rapariga, ao qual se segue a corrida de ambos para direcções contrárias a gritar – ―Ai que nojo!‖. Realmente muito simples. A partir daí, começam as complicações. Na adolescência, o amor é como um programa do National Geographic. O macho usa uma acentuada linguagem corporal, pavoneia-se em frente da fêmea e espera a sua aceitação. Quando outro macho se aproxima, ficam ambos a combater, enquanto vociferam elogios em construções frásicas indecifráveis. Uns anos depois, as relações ficam ainda mais interessantes. Salta-se de caso em caso e de noite em noite. Normalmente tudo começa em bares ou discotecas. O homem aproxima-se de uma mulher e corteja-a usando uma série de piadas foleiras e copos carregados de álcool. No dia seguinte, a ressaca acompanha-o sempre e a mulher, às vezes, também. No fim, isto acaba por ser muito parecido com o tipo de casos que se encontra em algumas tristes esquinas da baixa do Porto. Quando se arranja uma namorada a sério, a linguagem amorosa envolve cartões amorosos, frases tão complicadas que raramente fazem sentido e inúmeras surpresas, sendo que, se tudo correr bem, a última é o anel de noivado! O dia mais feliz das nossas vidas! Chegamos ao desejado casamento. Começam os indesejados desleixos e vai diminuindo a comunicação. O homem começa a esquecer-se dos aniversários e a mulher começa a fazê-lo dormir no sofá. Às vezes, contudo, qual milagres, também há surpresas, envolvendo uma linguagem extremamente carinhosa. Raramente, claro! Para, quando acontecer, nunca deixar de ser surpresa! Quando se chega à terceira idade, a vida amorosa regride radicalmente e a única verbalização sobre o Amor resume-se ao comentário feito da varanda para os jovens que passeiam romanticamente: ―Pouca vergonha! Vão mas é trabalhar!‖ Realmente o amor é muito complicado! Mas por que será que ele continua a suscitar nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo amor?

Fotografias de António Carvalhal (prof.) - Alunos do 11ºH

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Por Rita Araújo do 7ºB

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sabel Allende nasceu em Lima, no Peru, em 1942, tendo, no entanto, nacionalidade chilena. Trabalhou como jornalista desde os 17 anos. Publicou o seu primeiro livro, ―A casa dos Espíritos‖, em 1982. Desde aí os seus livros tem sido um grande sucesso. Actualmente reside nos Estados Unidos, onde casou e vive com os seus filhos e netos. Alexander Cold, o protagonista, reside na Califórnia com os seus pais e irmãs. Devido à doença de Lisa Cold, cancro, ela e o marido, John Cold, têm de ausentar-se para que os tratamentos decorram. Assim, Alex e as suas irmãs são separados, indo viver para casa das suas avós. Contrariado e com receio, de deixar a sua família, Alex parte rumo a Nova Iorque ao encontro de Kate. Alex e Kate partem numa expedição, da International Geographic, para o perigoso Amazonas, com o propósito de encontrar uma lendária criatura a que os indígenas chamam de ―besta‖. A equipa da expedição é constituída por Alexander, Kate, dois fotógrafos, o famoso e arrogante (Ludovic Leblanc), Mário Carias, Ariosto, um guia brasileiro (César Santos), a sua filha (Nádia Santos) e mais tarde junta-se a eles uma médica (Omayra Torres), com a missão de vacinar uma tribo de índios. Depois de vários acontecimentos que nos prendem à leitura, Kate Cold e Ludovic Leblanc juntaram-se para fazerem um documentário, não sobre a ―Besta‖ mas sim sobre a preservação dos índios e da floresta amazónica.

O que é uma república ? (continuação)

Ilustração de AC (prof.)

A Cidade Dos Deuses Selvagens, de Isabel Allende

Uma república protege os direitos do povo e favorece-o sempre que pode, pelo menos na teoria. Chandni, 11º G

Comparemos a República com a Monarquia (e falando já numa Monarquia Constitucional, que limitaria os poderes do Rei)…. A República trouxe duas vantagens essenciais: todos nascem iguais, e é o povo que escolhe directamente o Chefe de Estado (que tem um poder limitado). No entanto, também a monarquia tem as suas vantagens, que se prendem essencialmente com a liberdade do Rei em relação a partidos. Inês Trigo, 11ºG

Acho que a República foi um dos muitos instrumentos utilizados ao longo dos séculos, pelo SER HUMANO, para tentar alcançar o objectivo que nunca conseguiu: a igualdade... João Brandão, 11º E

Se optarmos por uma explicação elementar, afirmaremos: é um regime político inclusivo que procura atender aos interesses de todo e qualquer cidadão, garantindo uma sociedade com valores: ―justa, solidária e humanitária‖ (Art. 1º Constituição República Portuguesa). Mas... Será assim tão linear o seu papel? Liliana, 11ºG

Entre os romanos, Cícero, ao dizer que a "república é coisa do povo‖, esclarecendo que ― povo não é um mero ajuntamento de pessoas postas lado a lado, mas uma convivência consciente de pessoas que se torna uma sociedade pelo reconhecimento de um direito e de objectivos comuns", delimitou, com precisão, o sentido mais autêntico de República, ao mesmo tempo em que não a contrapõe à monarquia, mas aos Governos injustos. Maria Sinde, 11ºG

República é o segredo mais mal guardado da injustiça e falta de igualdade. André Drummond, 11º G

A República pode ser entendida como o reconhecimento dos direitos e deveres dos cidadãos que convivem numa sociedade pluralista e possuem objectivos comuns. Rita Magalhães, 11º E

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Continuação da página 15 Estes artistas podem-se situar em vários ―ismos‖, desde o Abstraccionismo, passando pelo Neo-Realismo, Surrealismo, Expressionismo Onírico, Dimensionismo, indo até às Artes POP e OP, Nova Figuração, Nova Abstracção e Conceptualismo. Mas isto já é outra história, dentro das artes plásticas portuguesas…

Bibliografia consultada: GONÇALVES, R. M. – A arte portuguesa do século XX – Temas e Debates FRANÇA, J. A. – A arte em Portugal no séc. XX – Bertrand VASCONCELOS F. - A arte em Portugal – Verbo Vários - Museu do Chiado, Arte Portuguesa 1850-1950 - Museu do Chiado NUNES, P. S. – História da Cultura e das Artes, 12º ano – Lisboa Editora Legendas das imagens: Stuart Carvalhais - Cartaz para o jornal “República” – década de 1910 a cubo-futurista-1912. Amadeo de Souza-Cardoso - Pintura-colagem, c. 1917 Eduardo Viana – Nu-1925 Almada Negreiros – Retrato de Fernando Pessoa - 1954

Pintura a três dimensões Julian Beever — pintor de rua Por João Magalhães do 7ºC

―Catarina Malye- O espelho de duas faces‖, de Margarida Góis Por Joana Sofia Ferreira do 7ºB

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a Oriety, a celebração dos onze anos da princesa herdeira, Catarina Aimani-Malye, termina com um atentado sangrento, em que ela vê a mãe e o tio, o rei Otão IV, gravemente atingidos pelas balas e o seu guardacostas morrer para a salvar. Este incidente faz mergulhar Catarina na realidade do mundo que a rodeia: a política autocrática do tio, a violência das contestações internas e da repressão… Começa, então, a chamada ―educação oficial‖. A princesa orietyana deixará de estar a cargo de uma só preceptora, como até ali, e passará a ser entregue a três professores – Kormiov, Schramps e Deïk Ricar – de variadas tendências, para que se debruce sobre áreas tão diferentes como a política e cultura orietyanas, política externa, línguas diversas, e as ciências puras. O livro baseia-se no crescimento de Catarina ao longo dos anos e a sua evolução como princesa do reino. Ela vai ganhando uma opinião própria e percebe que as atitudes do seu tio nem sempre são as mais acertadas. Penso que o livro nos ajuda a descobrir a nossa própria personalidade e a fundamentar opiniões sobre questões que até agora apenas ouvimos adultos a comentar.

Procure a solução na sala do

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Ilustração de Teresa Viegas (profª) para LdC

“ As artes plásticas por altura da Proclamação da República em Portugal”

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Ela...

MODA 1910

A influência oriental, o folclore e a história na moda de 1910 é evidente. Os tecidos eram finos e delicados (seda e cetim). As cores da alta-costura eram, essencialmente, vermelho e cor-de-rosa brilhante, verde e amarelo, isto numa época em que as senhoras de classes inferiores se costumavam vestir em tons discretos com a cor de malva, o cinzento e o azul. Estavam na moda os vestidos que marcaram a nova silhueta da mulher, não tão apertada como quando espremida pelo espartilho.

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Peças da estação: saias, vestidos, calções, túnicas e tops Cores da estação: branco, azul, cor-de-rosa ...

Por Patrícia Costa e Pedro Gomes 10ºG

Peças da estação: t-shirts largas, calças de ganga, casacos confortáveis Cores da estação: branco, azul, cinzento, bege...

Ele...

O homem da primeira década do século XX era caracterizado pelas cores escuras. A moda tornou-se cada vez mais simples e prática. Mantinha um certo aspecto de uniformização. Todos vestiam calça comprida, paletó, colete e gravata. Nas classes superiores o chapéu era usado frequentemente.

http://www.hm.com/pt

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Editorial

ostuma dizer-se que as instituições são como as pessoas. Têm vida, ritmos e leis próprias. Mas, ao dizer-se isto, esquece-se o essencial: que estas são feitas por mulheres e homens com todo o seu cortejo de coisas boas e más. Contudo, o que define uma instituição é esse pairar por cima de qualquer conjuntura e tender a afirmar-se, negativa ou positivamente, ao longo do tempo. É o caso da Escola Secundária Aurélia de Sousa cujos 50 anos são registados numa época de êxitos assinaláveis. Não estaremos só a falar de resultados – a nós interessam-nos, principalmente, os processos desenvolvidos até chegar a esse fim e, nessa evolução, conseguimos ver honestidade, espírito de equipa, iniciativa e solidariedade. O pulsar desta forma de trabalhar muito própria vê-se no Jornalesas que, nestas três edições, vos apresentámos com o gosto de quem vê este projecto ser procurado e participado por cada vez mais alunos e professores. Portanto, se o Jornalesas acompanha o bater de coração da Instituição Aurélia de Sousa estamos bem. Agradecemos o empenho que todos demonstraram ao longo do ano. O mérito, esse, vai em grande parte para os nossos alunos que, desde muito cedo, se confrontam com as leis, normas e regras que os mais velhos vão transmitindo aos mais novos e que vão moldando a vida e o trabalho desenvolvido na Escola. Esta Instituição merecerá passar os seus 50 anos como as pessoas merecerão viver: com a dignidade, a paz e o saber estar que serão características de sociedades em constante evolução. Neste contexto, a celebração dos 100 anos da República a que damos destaque neste número, adquire uma nova perspectiva que só a História poderá oferecer-nos em toda a sua plenitude: a conquista que só um regime que saberá renovar-se continuamente na modernidade poderá atingir – a da liberdade plenamente partilhada. Cremos, porque somos educadores e sabemos a importância de o ser, que só

Coordenadores: Prof. António Catarino Profª Julieta Viegas Redacção e Tratamento da Informação: Prof. António Catarino Paginação e Maquetagem: Profª Julieta Viegas Equipa de alunos: Pedro Gomes 10ºG Patrícia Costa 10ºG Vanessa d‘Orey 10ºF Diana Castro 10ºG Apoio e financiamento : AMA—Associação Mais Aurélia Repr.: Francisca Ferreira www.amaurelia.com

—–——— Escola Sec/3 Aurélia de Sousa Rua Aurélia de Sousa 4000– 099 Porto Telf 225 021 773 Fax 225 508 135

equipa.jornalesas@gmail.com

as novas gerações poderão fazê-lo melhor.

A escolha de Olga Moutinho (Presidente do Conselho Geral)

COM FÚRIA E RAIVA Com fúria e raiva acuso o demagogo E o seu capitalismo das palavras Pois é preciso saber que a palavra é sagrada Que de longe muito longe um povo a trouxe E nela pôs sua alma confiada De longe muito longe desde o início O homem soube de si pela palavra E nomeou a pedra a flor a água E tudo emergiu porque ele disse Com fúria e raiva acuso o demagogo Que se promove à sombra da palavra E da palavra faz poder e jogo E transforma as palavras em moeda Como se fez com o trigo e com a terra Sofia de Melo Breyner Andresen in O Nome das Coisas

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 Projectos de 12ºano ● JRA ETAR das Sobreiras Dia da Europa  TUI  Artes plásticas   Lugar da Ciência  Turismo Dias das Línguas Dias da Geografia 

FICHA TÉCNICA


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