Malala Yousafzai: A minha história é a história de muitas raparigas

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ISBN

978-84-17440-47-3


Publicado por AKIARA books Plaça del Nord, 4, pral. 1.ª 08024 Barcelona (Espanha) www.akiarabooks.com/pt info@akiarabooks.com © 2014 The Nobel Foundation © 2019 Clara Fons Duocastella, pelas «Chaves do discurso» © 2019 Yael Frankel, pelas ilustrações © 2019 Catarina Sacramento, pela tradução do discurso © 2019 Beatriz Carvalho, pela tradução das «Chaves do discurso» © 2019 AKIARA books, SLU, por esta edição Primeira edição: novembro de 2019 Coleção: Akiparla, 1 Desenho e coordenação da coleção: Inês Castel-Branco

Este livro foi impresso com papel certificado FSC, proveniente de fontes que respeitam a sociedade e o meio ambiente, e pode ser considerado um «livro amigo das florestas».

Impresso com duas tintas, o miolo sobre papel reciclado Shiro Echo Blanc de 120 g/m 2 e a capa sobre cartolina Kraftliner de 250 g/m 2. Usaram-se as fontes Celeste Pro Book, Helvetica Narrow e Franklin Gothic Std. Na página 17, o nome de Malala Yousafzai foi escrito em pashto por Bashir Eskandari Impresso em Espanha @Agpograf_Impressors Depósito legal: B 24.789-2019 ISBN: 978-84-17440 -47-3 Reservados todos os direitos


A MINHA HISTÓRIA É A HISTÓRIA DE MUITAS RAPARIGAS Comentário de Clara Fons Duocastella // Ilustrações de Yael Frankel // Edição bilingue



ÍNDICE DISCURSO

De aceitação do Prémio Nobel da Paz de Malala Yousafzai Versão em inglês Versão em português

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CHAVES DO DISCURSO

A Prémio Nobel mais jovem da História Quem é Malala Yousafzai O vale do Swat Um terramoto e muito medo Uma heroína no Paquistão O atentado Vontade de fazer política Prémio Nobel da Paz A origem dos fundamentalismos A não-violência O direito das raparigas à educação

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Descobri que as pessoas se referem a mim de muitas maneiras diferentes. Algumas chamam-me «a rapariga que foi alvejada pelos talibãs». E outras, «a jovem que lutou pelos seus direitos». Há pessoas que agora me chamam «a prémio Nobel». No entanto, os meus irmãos continuam a chamar-me «a irmã irritante e mandona». Tanto quanto sei, sou apenas uma pessoa comprometida e até mesmo teimosa, que quer ver todas as crianças receberem educação de qualidade, que quer ver as mulheres terem igualdade de direitos e que deseja paz para todos os cantos do mundo.


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Mas as coisas alteraram-se. Eu vivia em Swat, um lugar de turismo e beleza, que se transformou subitamente num foco de terrorismo. Tinha apenas dez anos quando mais de quatrocentas escolas foram destruídas. Açoitaram mulheres. Mataram pessoas. E os nossos belos sonhos transformaram-se em pesadelos.


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Conto a minha história, não por ser única, mas porque não o é. É a história de muitas raparigas. Hoje, também conto as histórias delas. Trouxe comigo algumas das minhas irmãs do Paquistão, da Nigéria e da Síria, que partilham esta mesma história. As minhas valentes irmãs, Shazia e Kainat, que também foram alvejadas nesse dia no nosso autocarro da escola. Mas elas não pararam de aprender. E a minha corajosa irmã Kainat Soomro, que sofreu graves abusos e violência extrema; até lhe mataram o irmão, mas ela não se rendeu.


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Embora eu pareça uma rapariga, uma pessoa, com 1,57 de altura, contando com os saltos altos (senão, meço apenas 1,52), não sou só uma voz, sou muitas vozes. Sou a Malala. Mas sou também a Shazia. Sou a Kainat. Sou a Kainat Soomro. Sou a Mezon. Sou a Amina. Sou os 66 milhões de raparigas que estão privadas de educação. E hoje não é a minha voz que levanto, mas a voz desses 66 milhões de raparigas.


ISBN

978-84-17440-47-3


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