Ela cambaleou um pouco ao se levantar da cadeira alta da bancada da cozinha, e mais uma vez ele segurou o seu braço.
— Você vai ficar para o jantar, Gav? — perguntou Fergus.
— Fique, se quiser — disse Mary. Uma onda de calor o inundou.
— Adoraria — respondeu ele. — Obrigado.
IV
— Muito triste — disse Howard Mollison, de pé, diante da lareira, balançando ligeiramente o corpo. — Muito triste, de fato.
Maureen tinha acabado de lhes dar a notícia da morte de Catherine Weedon. Sua amiga Karen, a recepcionista daquela noite, lhe contou tudo, inclusive a acusação da neta de Cath Weedon. Parecia satisfeita em dizer isso, franzindo o rosto numa expressão de reprovação. Samantha, que estava de mau humor, achou que ela tinha ficado com cara de tacho. Miles soltava interjeições de surpresa e pena, e Shirley olhava para o teto, fingindo não estar interessada naquilo. Odiava quando Maureen era o centro das atenções, trazendo novidades que ela deveria ser a primeira a saber.
— Minha mãe conhecia a família antigamente — disse Howard a Samantha, que já sabia disso. — Eram vizinhas na Hope Street. Cath até que era bastante decente lá do jeito dela, sabe? A casa estava sempre muito limpa, e ela trabalhou até os sessenta anos. Era uma batalhadora, a Cath Weedon, não importa que o resto da família não seja lá grande coisa...
Howard se deliciava elogiando quem merecia ser elogiado.
— O marido perdeu o emprego quando fecharam a fábrica de aço. Um beberrão. É, as coisas não foram fáceis para Cath.