Revista Santo Antônio de Caraguatatuba "Um esboço da História"

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Reprodução/ Pintura de Rafael - Victoria and Albert Museum (1515)

Paulo prega em Atenas após se converter e passar a proclamar o Evangelho

EXPANSÃO DO CRISTIANISMO A Igreja de Jerusalém, sob o comando de Tiago, o Justo, seu primeiro bispo, via inicialmente o cristianismo como uma reforma religiosa para o “povo eleito”, no caso os judeus. Pelas leis era proibido ter contato ou pregar para os pagãos e os gentios, pois esses eram considerados impuros. Para que Pedro, considerado primeiro papa, pudesse pregar o evangelho nas cidades vizinhas, incumbiu Tiago de ficar a frente da Igreja local. Em uma de suas viagens Pedro teve uma visão e foi conduzido a Cesareia, na casa do Centurião Cornélio. “Vós sabeis que é proibido a um judeu aproximar-se dum estrangeiro ou ir à sua casa. Todavia, Deus me mostrou que nenhum homem deve ser considerado profano ou impuro” (At 10,28). Ao retornar a Jerusalém os fieis circuncidados repreenderam Pedro que lhes explicou o ocorrido, no final concordaram

que Deus também concedia aos pagãos o arrependimento. Ao saber que os dispersos durante a perseguição que culminou com a morte de Estevão haviam chegado à Fenícia, Chipre e Antioquia, Tiago encaminhou Barnabé para esses lugares que se alegrou ao ver que o Evangelho havia chegado aos judeus. No retorno foi direto para Tarso a procura de Saulo e juntos retornaram para a Igreja de Antioquia. Não se sabe ao certo qual o momento em que Saulo adota o nome de Paulo. Na Bíblia o primeiro registro aparece durante a conversão do procônsul, título de poderio dado aos emissários do imperador, da ilha de Pafos, Sérgio Paulo. A partir dessa primeira viagem, Paulo batizava a judeus e gentios que estivessem dispostos a adotar o cristianismo, indistintamente. Durante 16 anos, Paulo realizou quatro grandes viagens e fundou igrejas na Síria, na Ásia, na Grécia e em Roma. Escreveu quatorze epistolas que enviava para as comunidades. Enfrentou a Tiago quando introduziu

gentios no templo e brigou com Pedro sobre a questão da circuncisão para os não judeus. Preso pelos romanos, Paulo viveu sobre prisão domiciliar e recebia em sua casa vários romanos que aderiram ao cristianismo. Quando saiu a sentença de morte, o apóstolo, por ser considerado cidadão romano, recorreu a César, mas foi decapitado por volta do ano 64. No mesmo período Pedro também foi preso e crucificado de cabeça para baixo, pois dizia não ser digno de morrer como Jesus Cristo. Àquela altura o número de cristãos já havia ultrapassado todas as fronteiras. O Evangelho de Jesus Cristo tinha muitos seguidores, entre judeus, gentios, pagãos convertidos e romanos. A Igreja despolitizou-se para ampliar seu diálogo com as culturas e conquistar o mundo. É isto que veremos nas próximas reportagens.

Um esboço da História | Agosto de 2013

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