Chávez Sempre. Galiza com a Venezuela!

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Edita: AGARB Rua Rouxinol, 16 rés-do-chao, Vigo Correio-e: agarbolivariana@gmai.com www.agarb.wordpress.com Tiragem: 1.500 exemplares Maquetaçom: Setedous Imprime: Sacauntos


PROGRAMA

- Apresentaçom do ato Comba Campoy - Atuaçom de Ondas del Caribe - Bem-vindas de Xavier Moreda, coordenador geral da AGARB - Atuaçom de Uxia Senlle e Sérgio Tannus - Atuaçom de Sés - Intervençom de Serafim Otero, responsável comarcal da CIG-Vigo - Projeçom de video homenagem ao comandante Hugo Chávez - Atuaçom de Zurrumalla - Skecht Bolivariano - Atuaçom de Os três trebóns - Atuaçom de Liska - Ato de encerramento - Intervençons de Xavier Moreda e Luisana Sánchez, Cônsul da República Bolivariana de Venezuela - Atuaçom de Ondas del Caribe

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Saudaçom de Xavier Moreda “POR AGORA” Quatro de fevereiro de 1992, Hugo Chávez Frías -após ter negociado com o inimigo-, em só 147 palavras pronunciadas num minuto e 43 segundos, lança um sopro mágico na sua primeira apariçom, comparência hertziana. Um "por agora", altivo logo do seu sucedido aparente fracasso. Umha derrota providencial. Só 12 horas depois, responsabiliza-se perante a tropa e o seu povo sacralizando o momento naquele contundente "por agora". Um discurso que visibiliza radicalmente o povo crioulo apagado da história polas elites. A "glória do bravo povo" encarnada no aluno avantajado de Simón Bolívar, do Chávez mestre no manejo da palavra, dos tempos verbais e políticos. Em palavras emprestadas de García Marquez, com "o sol da sua bravura" guevariano: um misticismo de combatente convicto, inenarrável, unido a um grande sentido sacramental na escolha do momento certo, preciso, para seres transformado de imediato em data histórica. A homenagem nacional da AGARB, e de todas as entidades da naçom galega que nos apoiam e acompanham, nom quer, nem pode ser funerária, senom exercício de memória coletiva, festiva e revolucionária contra os herdeiros dos herdeiros espúrios que já manipularam o Simón Bolívar. Os mesmos vendepátrias e falabarato que tentam deturpar o valor simbólico e patrimonial do internacionalismo de Chávez, que pom de novo em valor a necessária e irrenunciável emancipaçom dos povos contra qualquer domínio, o direito à rebeliom e à autodefesa, o horizonte do socialismo. Esta homenagem patriótica galega ao comandante bebe do manancial bolivariano contra aquele mesmo espanholismo secular que nós sofremos. Contra quem quer seqüestrar a nossa história. Contra o "país dos ananos" situado por ondequer, na mesma geografia dos renegados, das renegadas colaboracionistas da amnésia decretada e de pavilhom de conveniência que o nosso Celso Emílio Ferreiro assinalou quando residia em Caracas, para ré-descobrir-nos, valente e corajoso, o renegacionismo: umha síndrome que bolivarianas e bolivarianos combatemos situados, no advento: no "por agora" estratégico e bolivariano do comandante com quem hoje, presente! comemoramos a vida. Xavier Moreda Coordenador Geral da AGARB

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Saudaçom de Luisana Sánchez 1 ano sem ti... Fôrom 12 meses, 52 semanas, 365 dias, albergando um sentimento de orfandade, que só nós somos capazes de entendê-lo, o povo, esse ao que desde o início acompanhaste e foste-te fazendo próximo cada dia mais, era impensável ver ou ouvir o presidente de um país pola tele, para uns um abuso de poder, para outros (a maioria) um professor de méritos imensos, que nos ensinou o nosso país desde todos os seus pontos cardinais, até semear em nós o sentimento de pertença da nossa terra, esse anaquinho de graça que nos ofereceu o céu, e que com a tua ternura e as tuas maneiras nos ensinaste a amar, respeitar e defender por sobre todas as cousas. Meteste-te nas nossas casas, à hora de comer, de dormir ou de durmir a sesta os domingos, era impensável fazê-lo sem estar vendo “aló presidente”, momento no que nos demos conta que estavas ai para nós, que eras real podíamos falar-te, eras esse pai que nom nos dava o beijo de boas noites, mas que estavas ai no abrente, com a tua estratégia de guerreiro, os teus ditos populares ou as tuas coplas románticas, orientadas em salvar a humanidade e o amor entre os homens por cima das armas e o dinheiro. Este ano tem sido tempo de reflexom, de autocrítica, de contradiçom entre nós, fijo-se realidade a teoria da “pepa de mamón” da que tantas vezes nos advertiste, deixaste-nos quando te faltava muito por ensinar e outro tanto por fazer, converteste-te em milhons, nom só desde o lago até o delta. O teu amor nom tinha fronteiras e as lágrimas derramadas no teu nome tampouco. O teu sonho de revoluçom multiplica-se em cada um dos que te sentimos nosso, na cara das crianças que graças a ti hoje tenhem a oportunidade de umha vida digna, porque lhes devolveste a esperança, essa que se refletia na olhada cúmplice que compartilhavas em cada abraço, multiplica-se nos nossos avôs que hoje olham os seus anos de esforços dignificados por políticas sociais focadas na melhora das suas condiçons de vida, mas também se multiplica em cada pessoa que como dizia o Che, sentem as injustiças como suas, como minhas, como nossas, a quem deixaste a responsabilidade de continuar e que buscamos sempre na tua palavra um conselho para nom equivocar-nos. Hoje estamos aqui comemorando um ano da tua partida aranheiro, a mim a alma

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chora-me como se fosse hoje, nom imagino voltar a casa e nom ver-te na tele, nem na imprensa, o teu sorriso e a tua olhada terna de amor ao povo, que com amor, o mesmo que lhe deste, cumpriu, e estamos ao mando de Nicolás Maduro, o primeiro presidente “chavista” da história, serám muitos, converteste em lenda o nosso libertador do século XXI … Fica-nos seguir o teu legado e nom manchar o teu nome, seguir o teu exemplo de entrega de vida para ver um mundo melhor, para ir-nos para a cama com a consciência de que estamos fazendo-o bem, amor à pátria, aos humanos e à pacha-mama, e saber que vamos polo caminho correto. Entom só assim saberemos que apesar da tristeza que nos embarga a tua partida segue havendo sorrisos nas crianças, tranquilidade nos maiores e esperança nos jovens. Luisana Sánchez Cônsul da República Bolivariana da Venezuela na Galiza

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Sede: Rua Rouxinol 16, rés-do-chao, Vigo Correio-e: agarbolivariana@gmail.com Telefone: 665 490 036 web: agarb.wordpress.com /AGARBolivariana @AGARBolivariana Na alvorada do novo século XXI, é umha realidade tangível e esperançosa o despertar dos povos da América Latina a recolher o latejar, o fluir das experiências, dos combates, na esteira do melhor pensamento e luitas americanas fundidas com os contributos do marxismo revolucionário. Desde José Martí, Artigas, Sucre, Manuel Rodríguez e Bolívar; passando por Emiliano Zapata, Farabundo Martí, Augusto César Sandino e Carlos Mariátegui; Carlos Fonseca, Roberto Santucho, Carlos Marighella, Miguel Enriquez, Che Guevara e Fidel; até Manuel Marulanda e Hugo Chávez; há um interminável e dialético fio condutor que a memória e luitas coletivas populares foi capaz de sintetizar e enriquecer. Assim, hoje os povos da América escrevem umha nova página na libertaçom e emancipaçom da humanidade contra a criminosa fase neoliberal do capitalismo. Neste processo, a República Bolivariana da Venezuela ocupa um lugar destacado. O processo revolucionário em curso está a servir como catalisador para consolidar e reforçar as luitas pola soberania nacional, contra o neoliberalismo e o imperialismo ao longo do continente. Perante as vitórias e o exemplo que a Venezuela emana para @s excluíd@s e @s pobres do mundo, para @s humilhad@s e carentes de esperança, o imperialismo emprega todos as armas de que dispom para desqualificar, caricaturar, manipular a verdadeira magnitude e objetivos da Revoluçom Bolivariana e do emancipador projeto continental que representa. Da periferia do centro capitalista europeu, de um povo carente de soberania chamado Galiza, conhecedor da rapina imperialista, da lógica predadora do capitalismo, nasceu a Associaçom Galega de Amizade com a Revoluçom Bolivariana (AGARB) para modesta e humildemente contribuir no apoio à luita do povo venezuelano contra o imperialismo e em prol do socialismo.

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A génese da AGARB tem lugar em setembro de 2007, e após um processo de configuraçom a Assembleia Nacional Constituinte tem lugar em Vigo 7 de junho de 2008, no 80 aniversário do nascimento do Che. A Venezuela foi um dos países americanos que generosamente durante décadas acolheu dezenas de milhares de galegas e galegos que, na fugida da pobreza a que o capitalismo espanhol submete a Galiza, procurárom umha vida melhor. Também serviu como retaguarda para a luita de libertaçom nacional e social, acolhendo dúzias de exilad@s e fornecendo umha base para construir organizaçons revolucionárias. O povo galego tem umha dívida histórica com a Venezuela que está na hora de começarmos a ir saldando. Os principais objetivos da Associaçom Galega de Amizade com a Revoluçom Bolivariana som difundir na Galiza o processo revolucionário em curso na República Bolivariana da Venezuela; apoiar a luita anti-imperialista e em prol da construçom do socialismo neste país irmao; procurar apoios e adesons à causa bolivariana entre o povo trabalhador galego; impulsionar projetos de cooperaçom, intercámbio, solidariedade e conhecimento mútuo entre o povo galego e o povo venezuelano; recuperar e difundir os históricos laços de amizade entre a Galiza e a Venezuela; e reforçar a luita anti-imperialista e anticapitalista, pola soberania nacional no caminho para o Socialismo.

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Sede: Miguel Ferro Caaveiro 10, Compostela Correio-e: secretarioxeral@galizacig.net Telefone: 981 564 300 web: www.galizacig.com /cigconfederacionintersindicalgalega @galizacig A Confederación Intersindical Galega (CIG) é umha central sindical nacionalista e de classe de Galiza que surge do seu congresso fundacional, no dia 19 de março de 1994, e é a convergência das duas centrais sindicais galegas, CXTG e INTG, que assinaram previamente um pacto de aliança em 2 de abril de 1990. A origem da CIG, e da INTG e CXTG, remonta-se ás luitas sindicais da década de 70 na Galiza, com o nascimento de várias organizaçons setoriais, entre as que compre salientar o SOG (Sindicato Obreiro Galego), que deu origem no ano 1977 à ING (Intersindical Nacional Galega), que se unificará posteriormente com a CTG (Confederación de Traballadores Galegos) e mais a CSG (Central Sindical Galega). Deste processo de convergência nascem a INTG e a CXTG, de cuja unificaçom nascerá a CIG. Para a CIG a democracia e a participaçom som princípios fundamentais, assim como o respeito ao pluralismo, o mantimento da independência a respeito de qualquer organizaçom ou instituiçom, e proclama a sua solidariedade internacionalista –em chave nitidamente anti-imperialista– com o conjunto dos trabalhadores do mundo e participa das aspiraçons do movimento nacionalista, reclamando o exercício de autodeterminaçom e a soberania nacional para o povo galego. Ademais a CIG expressa-se em galego e impulsa a nossa cultura e idioma. A CIG combina na sua açom sindical, organizada desde as federaçons setoriais e assentada no agir nos centros de trabalho, a negociaçom coletiva, na qual pratica umha defesa contundente dos interesses da classe trabalhadora afastando-se das coordenadas da concertaçom e do entreguismo, e a mobilizaçom, com um papel protagónico da própria classe trabalhadora. A Confederación Intersindical Galega tem como objetivos básicos a melhora progressiva e geral, individual e coletiva, das condiçons de vida e trabalho da classe obreira galega; o impulso do Marco Galego de Relaçons Laborais e a construçom da Central Sindical Única Galega; a defensa do pleno exercício dos

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direitos humanos, individuais e coletivos, incluindo o direito de autodeterminaçom; a luita por umha nova ordem económica internacional, mais justa e solidária, rumo à contruçom do socialismo e mais a reforma do marco jurídico e político que permita que a Galiza for sujeito de pleno direito e contar com plena capacidade de atuaçom em todas as matérias. A Confederación Intersindical Galega está integrada por 7 comarcas (Vigo, Corunha, Ponte Vedra, Santiago de Compostela, Ferrol, Ourense, Lugo-Marinha) e 9 federaçons setoriais (Administraçom Pública; Banca, Aforro e Seguros, Oficinas e Centros de chamadas; Construçom e Madeira; Ensino; Metal; FGAMT (Alimentaçom, Mar, Têxtil e Transporte e Comunicaçons); Químicas e Energia; Saúde; Serviços). A CIG é a primeira força sindical da Galiza em afiliaçom (com cerca de 80.000 quotizantes) e umha importante representatividade sindical, com milhares de delegadas/os, e tem acreditado ser a primeira central em capacidade de mobilizaçom. Tem a condiçom de "sindicato mais representativo” em todo o Estado espanhol junto a CCOO, UGT e os sindicatos bascos ELA e LAB. A central conta com três fundaçons. A Forga, centrada na orientaçom professional e a formaçom. A Fundación Moncho Reboiras, dedicada ao estudo e divulgaçom da realidade social e sindical de Galiza. E a fundaçom Solidariedade Sindical Galega, destinada à cooperaçom internacional. No contexto internacional a confederaçom é membro de pleno direito da Comunidade Sindical dos Países de Língua Portuguesa.

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www.terrasenamos.org

Asociación de

Amizade Galego-Cubana

Sede: Rua Policarpo Sanz 22, 2º Vigo Correio-e: galegocubana@gmail.com Telefone: 986 432 892 web: www.terrasenamos.org

Francisco Villamil A Associaçom de Amizade Galego-Cubana “Francisco Villamil” nasceu em Vigo, onde tem hoje a sua sede central, no ano 1984. Na atualidade tem grupos ativos nas comarcas de Compostela, Morraço e Baixo Minho. O seu ámbito de atuaçom é a Galiza. Está registada como entidade sem ánimo de lucro com o nome do general galegomambi Francisco Villamil, morto em Cuba no ano 1872, em plena luita pola independência do país contras as tropas espanholas. Celebra este ano três décadas de labor solidário com Cuba, nos quais a histórica relaçom entre os dous povos aparece concretizada em colaboraçom de classe, nuns tempos em que as razons da Revoluçom Cubana atingem a toda a Nossa América Martiana com bem mais poder de conviçom que a megafonia do Dólar. Para África, Ásia e a Nossa América, é excepcional o exemplo de Cuba, pola sua conseqüência, por resistir um cerco criminal e por ter exportado, no meio dos assédios, forças concretas, libertadoras de transcendência histórica, como no caso de Angola. Cuba transfere hoje, a todo o mundo empobrecido polo capitalismo, assistência médica, escolas, soluçons de agricultura sustentável e um valioso recado de previsom e gestom de catástrofes naturais. Lembra-o todos os anos a Assembleia da ONU ao votar por aclamaçom contra o estado de sítio mais prolongado, desigual e contrário ao Direito da história: a primeira acumulaçom de armas e capital do planeta contra um país pobre, menor em extensom que Honduras, em luita polo progresso material e moral e a independência. Um cerco criminoso dos Estados Unidos que só conta em todo o mundo, com os votos de três comissionados seus. A integridade do poder político da Revoluçom é completa, ao cabo de 55 anos, no governo da economia nacional e nas suas relaçons internacionais. A estratégia e

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as iniciativas principais é dirigida e aplicada por esse poder, e só a política revolucionária decide sobre a utilizaçom dos recursos. O povo de Cuba segue a reconhecer na proverbial universalidade e qualidade dos serviços sociais básicos do socialismo, o símbolo do compromisso revolucionário, cumprido contra pressons e ingerências de toda classe. A Associaçom entende a solidariedade como umha virtude recíproca: participa no projeto da Revoluçom com iniciativas culturais, económicas, de gestom e de intervençom informativa e está sempre disposta a receber de Cuba todo o que adiante o ideal de independência e socialismo da Galiza.

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Correio-e: mardelumes@gmail.com Telefone: 659 260 485 web: mardelumes.org /Mar-de-Lumes @mardelumes Mar de Lumes - Comité Galego de Solidariedade Internacionalista é umha organizaçom galega que trabalha no ámbito da solidariedade internacionalista desde a sua fundaçom em maio de 2013. Formada no seio do movimento soberanista galego, mas de caráter netamente apartidário e aberto, tem presença organizada em Compostela, Corunha, Lugo, Morraço, Ourense, Ponte Vedra e Vigo. Como comité internacionalista, aposta polo trabalho com vontade de apoiar as organizaçons internacionalistas que já estám a trabalhar no país e tentando complementar o seu trabalho em relaçom a outros povos igualmente agredidos e em luita pola sua própria soberania. Desde o seu jurdimento, o Comité Galego de Solidariedade Internacionalista desenvolve a sua atividade regido por três princípios essenciais. Em primeiro lugar, rejeita e denuncia o imperialismo e a ingerência estrangeira sobre qualquer povo, for ela pola via militar ou através de organizaçons como o FMI, o Banco Mundial e outras instituiçons disfarçadas de ONGs polo desenvolvimento que usam esta tapadeira para camuflarem os seus verdadeiros interesses ingerencistas. No conflito entre o imperialismo e os povos agredidos, Mar de Lumes situa-se sempre a carom dos povos. Assim se fijo denunciando as instalaçons da OTAN na Galiza, realizando mobilizaçons contra a guerra imperialista na Síria e promovendo com outros coletivos a plataforma Galiza contra a Guerra, assim como co-organizando palestras nas principais cidades galegas para explicar a origem do conflito e os interesses imperialistas no Oriente Próximo e Médio, ou colaborando com a associaçom Francisco Villamil na denúncia das agressons contra Cuba ou com a AGARB na defesa do processo bolivariano na Venezuela. Em segundo lugar, como Comité Galego de Solidariedade Internacionalista, defende o respeito do direito de autodeterminaçom dos povos e aposta por apoiar aquelas naçons sem Estado que estám à procura do seu reconhecimento e da sua plena emancipaçom. Por isso, coloca-se lado com lado com organizaçons já

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existentes como a BDS-Galiza contra o sionismo e o apartheid na Palestina e, ademais, vem abrindo novas linhas de trabalho com outros povos sem estado, como o Curdistám, o Saara, o Wallmapu, e outros povos na própria Europa que luitam pola sua independência, como Euskal Herria, os Países Cataláns ou Escócia. Por último, Mar de Lumes marca-se também como ámbito de trabalho contribuir para a internacionalizaçom do conflito nacional galego em base a umha concepçom horizontal da solidariedade que deve exercer-se em sentido de ida e volta, dum sujeito político a outro. A projeçom da causa nacional da Galiza como naçom negada e oprimida polo Estado espanhol é a terceira via essencial de trabalho da organizaçom, com o objetivo de luitar contra a invisibilizaçom internacional do nosso país, o que deve contribuir também para o avanço do processo pola nossa soberania plena. Som os povos que se acham em situaçons parecidas à galega os que mais facilmente irám entender a nossa realidade. Num momento em que o capitalismo transnacional está a acelerar a sua via imperialista, notadamente na América do Sul e no Oriente Próximo e Médio, e enquanto na Europa e noutros lugares do mundo os Estados continuam espoliando os recursos das naçons às que lhes negam o seu direito à livre determinaçom coletiva, o espaço para trabalhar a solidariedade internacionalista é mais amplo do que nunca. Também mais necessário. E a isso se dedica Mar de Lumes.

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Correio-e: info@ccb-galiza.org Telefone: 616 868 589 web: ccb-galiza.org @MCB_EJECUTIVO -

O MCB é um ambicioso espaço unitário que abrange partidos políticos de esquerda, organizaçons revolucionárias, movimentos sociais, intelectuais comprometidos com o Socialismo, representantes dos povos originários e afrodescendentes, um enorme conglomerado de ativistas estudantis, juvenis, da causa da emancipaçom da mulher, sindicalistas, ecologistas, basicamente da Latino-América e as Caraíbas. O MCB aglutina um imenso projeto revolucionário em pleno desenvolvimento baseado na pluralidade e diversidade, que consegue integrar no seu seio a históricos partidos comunistas como o da Venezuela, México ou Brasil, até forças insurgentes como as FARC-EP, organizaçons revolucionárias, o independentismo portorriquenho, a resistência hondurenha, até destacados intelectuais como James Petras, Néstor Kohan ou Jorge Beinstein. A presença de militantes de movimentos de libertaçom nacional europeus como o galego, assim como de forças revolucionárias da Turquia, e o interesse manifestado por organizaçons africanas e asiáticas, converte o MCB numha estrutura com grandes similitudes a umha Internacional. Porém, ainda é precipitado defini-lo assim pola incompleta acumulaçom de forças atingida. O MCB promove a integraçom das diversas naçons do hemisfério na Grande Pátria sonhada por Bolívar, no caminho da superaçom da dependência que padecem os povos latino-americanos e caribenhos polo capitalismo e polas diversas formas de dominaçom, mas também todos aqueles, caso do galego, submetidos à dominaçom imperialista. O MCB recolhe no seu seio o rico legado das rebeldias do que Martí denominou a “nossa América”. Desde os primeiros levantamentos contra o colonialismo espanhol encabeçados por Anacaona, Tupac Amaru e Tupac Katari até as

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Galiza mantém umhas estreitas relaçons históricas, culturais, sociais, políticas com a Pátria Grande de Bolívar, porque fomos acolhidos com grande generosidade quando desde o século XIX centenas de compatriotas encontrárom um segundo lar após terem fugido da miséria a que nos condenava Espanha, encontrando o tam desejado pam, trabalho e liberdade que nos negavam aqui. Posteriormente, também encontramos umha retaguarda para os milhares de combatentes e militantes exilados após a perda da guerra contra o fascismo em 1936. Havana, Buenos Aires ou Caracas fôrom determinantes na construçom e articulaçom da nossa luita de libertaçom nacional. Parte desta generosidade foi recompensada com a participaçom de centenas de galegas e galegos nos combates pola independência, contra as mais diversas formas de opressom, na construçom do sindicalismo e das organizaçons obreiras. Aí está Francisco Vilamil, o galego Soto, Soares Picalho, os irmaos Ameixeiras ou Diaz, Elsa Martins, Vítor Fernandes Palmeiro “Dedos”, e tantas e tantos outros. A presença galega no MCB serve para reativar estes sentimentos de solidariedade, para pagar a dívida histórica, mas também para difundir que a Galiza de hoje padece idêntico inimigo contra o que combateu Bolívar, Sucre, Artigas, Manuelita Sáez e Martí. Que o imperialismo espanhol oprime a Galiza, nom cessa em tentar a plena assimilaçom que facilite a nossa exploraçom. O Capítulo Galiza do MCB foi constituido no verao de 2008 e os seus principais objetivos som difundir na Galiza o processo revolucionário em curso em diversas partes do continente; apoiar sem reservas a luita anti-imperialista e polo socialismo; procurar apoios e adesons à causa bolivariana e guevarista na Galiza rebelde e combativa; impulsionar projetos de cooperaçom, intercámbio, solidariedade e conhecimento mútuo entre o povo trabalhador galego e os povos latino-americanos e caribenhos; recuperar e difundir os históricos laços entre a Galiza e a Pátria Grande de Bolívar; reforçar a luita anti-imperialista e anticapitalista, pola soberania nacional no caminho do Socialismo no século XXI na Galiza e no mundo.

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Hugo Chávez Frías Hugo Rafael Chávez Frías nasceu 28 de julho de 1954 em Sabaneta de Barinas, nos “llanos”, no sudoeste da Venezuela. Filho dum casal de mestras de educaçom primária, foi segundo de seis irmaos. A sua avó indígena, Rosa Inés Chávez, cuidou dos dous irmaos maiores, ensinando a ler e escrever o pequeno Hugo, enquanto ajudava à economia familiar vendendo doces de leitosa (“fruta bomba”), conhecidos como "aranhas". Por este motivo era conhecido como o "aranheiro" de Sabaneta. Em 1960 começou os seus estudos primários no grupo escolar Julián Pino. Segundo amigas de Rosa Inés no seu primeiro dia de escola a Hugo nom lhe foi permitida a entrada porque nom tinha sapatos: "Levava umhas alpargatinhas velhas, as únicas que tinha. A avó chorava porque nom lhe atingia o dinheiro para comprar sapatos", contou a tia de Chávez, Joaquina Frías, aos autores do livro Chávez Nuestro. Estudou secundária básica no Liceu Daniel Florencio O'Leary, do Estado de Barinas, e em 8 de agosto de 1971 ingressou na Academia Militar da Venezuela, onde desenvolveu a sua paixom pola história do seu país. Em 1974 viajou a Peru para participar nas comemoraçons do 180 aniversário da Batalha de Ayacucho onde conhece o presidente Juan Velasco Alvarado.

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Em julho de 1975 graduou-se com o grau de subtenente de Artilharia, especializado em Ciências e Artes Militares, na rama de Engenharia, mençom terrestre. Destacou por obter as mais altas qualificaçons nos diversos cursos que realizou no seio das Forças Armadas.

Incorporaçom à luita política O jovem oficial Hugo Chávez fundou em 1982 o Movimento Bolivariano Revolucionário 200 (MBR200), em alusom aos duzentos anos do natalício de Simón Bolívar, que se cumpriria um ano mais tarde. Em 17 de dezembro desse ano, aniversário da morte de Simón Bolívar, sob o Samán de Güere ?que segundo a tradiçom era a mítica árvore sob cuja folhagem acampou Simón Bolívar?, jurou reformar o exército e iniciar umha luita para construir umha nova República.

“Caracaço” e levantamento cívico-militar Em 1989 observou com indignaçom como a repressom estatal sufocava com tanques e balas um levantamento popular espontáneo contra o incremento do transporte e de produtos de primeira necessidade, derivados do pacote neoliberal implementado polo social-demócrata Carlos Andrés Pérez, seguindo os ditados do FMI. Umha brutal repressom provocou milhares de mortes entre o povo numha massacre conhecida como “Caracaço”.

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Em 1991, Hugo Chávez como Comandante da Brigada de Paraquedistas "Coronel Antonio Nicolás Briceño", com base em Maracay, escreveu em segredo o Projeto de governo de transiçom e o Anteprojeto Nacional "Simón Bolívar", programa que definiria o seu liderado entre os oficiais bolivarianos. No final desse ano, os conjurados marcam data à sublevaçom. Às 11:00 da manhá de 4 de fevereiro de 1992 começou a rebeliom cívicomilitar com comandos operando simultaneamente em Maracaibo, Caracas, Valencia e Maracay. Mas nom conseguem atingir os objetivos perseguidos e tomar o poder, embora contem com grande apoio popular. Em uniforme de camuflagem e com boina vermelha, esse dia aparece perante as cámaras para confirmar que "por enquanto" nom se tinham logrado os objetivos do movimento, polo que assumia toda a responsabilidade e pedia aos seus companheiros que voltassem para os quartéis. A açom militar foi acolhida com júbilo por umha parte considerável da populaçom, de maneira que desde esse momento a popularidade do Tenente Coronel de paraquedistas nom parou de crescer simultaneamente que o presidente Carlos Andrés Pérez se fundia no descrédito. Na prisom de Yare escreveu o seu célebre manifesto “Como sair do labirinto”, sendo libertado 27 de março de 1994, após o descumprimento da sua causa. Embora fracassado, o levantamento cívicomilitar de 1992 serviu para catapultar Hugo Chávez no cenário nacional. Depois de cumprir

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dous anos de prisom foi anistiado polo novo presidente, Rafael Caldera Rodríguez, e abandonou a vida militar, passando a dedicar-se à política, capitalizando com mestria o agravamento da crise social e o crescente descrédito das corruptas instituiçons da IV República. Em 14 de dezembro de 1994 foi recebido por Fidel Castro na capital cubana com honras de Chefe de Estado. Durante a visita o líder venezuelano ofertou umha conferência magistral na Aula Magna da Universidade de Havana. Entre 1995 e 1997 recorreu Venezuela, explicando o seu projeto político baseado principalmente na necessidade de convocar umha Assembleia Nacional Constituinte que "refunde a República".

Presidente da República Bolivariana da Venezuela Em 19 de abril de 1997 inscreve o seu Movimento V República (MVR) no registo eleitoral. Em meados de 1998, Hugo Chávez já era o primeiro em todos os inquéritos e em 6 de dezembro desse ano é eleito Presidente da Venezuela com umha campanha centrada no combate à pobreza atingindo 56,5% dos votos, encerrando assim os quarenta anos de vigência do “Pacto de Punto Fijo”. Esta vitória eleitoral dá fim a quatro décadas de domínio dos chamados partidos tradicionais ?“Acción Democrática” (AD) e “Comité de Organización Política Electoral Independiente” (COPEI)? abrindo umha nova era na Venezuela e no conjunto da América Latina e as Caraíbas.

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Já como Presidente eleito visitou novamente Havana em 17 de janeiro de 1999. Posteriormente a tomar posse, em 2 de fevereiro de 1999, decretou a realizaçom de um referendo sobre a convocatória dumha nova Assembleia Constituinte. Em 25 de abril do mesmo ano, mais de 71% dos venezuelanos e venezuelanas manifestam-se favoráveis à Constituinte. Nas eleiçons para a Constituinte, realizadas em julho de 1999, o chavismo vertebrado agora na coligaçom Polo Patriótico conquista 120 dos 131 lugares. A Constituiçom da Quinta República da Venezuela (mais tarde denominada República Bolivariana da Venezuela) outorgou maiores poderes ao presidente, alargando as prerrogativas do executivo. O parlamento tornou-se unicameral, com a extinçom do Senado, aumentando a intervençom do Estado na socializaçom da economia e promovendo avanços históricos no reconhecimento de direitos culturais e lingüísticos das comunidades indígenas. Em agosto visita vários países da Organizaçom de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) com o fim de dar um papel mais ativo à organizaçom, nesse momento presidida pola Venezuela. No final de outubro de 2000 recebeu em Caracas ao Presidente cubano Fidel Castro, em visita oficial, onde ambos os mandatários assinárom um Acordo de Cooperaçom Integral.

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Contraofensiva da oligarquia e o imperialismo A Assembleia Nacional aprovou um Decreto Habilitante que concede poderes especiais ao Presidente para aprovar um conjunto de leis, incluindo a Lei de Terras, que impulsiona umha Reforma Agrária, umha nova Lei de Hidrocarbonetos e a Lei de Pesca. Som aprovadas 49 leis que favorecem os interesses das imensas maiorias das camadas populares venezuelanas. Mas a oposiçom, dirigida principalmente polo patronato mais importante do país ?Fedecámaras?, e a amarela Confederaçom de Trabalhadores da Venezuela (CTV), boicotam as leis legitimamente sancionadas polo Presidente da República. Dá início um processo de desestabilizaçom. Em 10 de dezembro de 2001 tem lugar umha primeira greve geral de 12 horas, como antecámara de umha estratégia golpista que contou com o apoio da Igreja Católica e as empresas privadas de rádio e televisom, que acusam o presidente de querer tornar a Venezuela num país comunista. Em fevereiro de 2002 Chávez decide demitir a corrupta burocracia que gire a companhia estatal Petróleos da Venezuela (PDVSA) e substituí-los por pessoas afins ao processo bolivariano em curso para sanear a empresa e dedicar os seus multimilionários lucros a melhorar as condiçons de vida do povo trabalhador venezuelano. Em protesto, e para tentar forçar a saída do presidente, a oposiçom apodera-se do controlo dos poços de petróleo. A PDVSA controla 95% da produçom venezuelana, operando 14.800 poços de petróleo. Metade deles fôrom paralisados devido à greve. A CTV e Fedecámaras decide convocar umha nova greve, em solidariedade com os gestores demitidos da PDVSA. O paro foi convocada para 9 de abril de 2002 e deveria ter a duraçom de dous dias, mas acabou por se prolongar de forma indefinida.

Golpe de estado e seqüestro de Chávez As forças políticas da oposiçom vendepátrias convocárom 11 de abril umha marcha autorizada que originariamente ia destinada até a sede de PDVSA, mas a manifestaçom foi desviada até o Palácio de Miraflores onde se encontrava umha contra-manifestaçom de apoio ao presidente. Franco-atiradores das forças reacionárias, vestidos à paisana, tiroteárom os manifestantes provocando 16 mortes, a maioria delas chavistas, mas os meios de comunicaçom da oligarquia culpárom as organizaçons revolucionárias da massacre de Puente Laguno mediante a manipulaçom das imagens.

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Dava assim início o Golpe de Estado apadrinhado e dirigido polos Estados Unidos, com o apoio ativo da Espanha presidida naquele momento por José María Aznar. Nos dias prévios ao golpe os radares do país detetárom a presença de navios e avions militares americanos em território venezuelano. Nos meses e principalmente nas semanas anteriores, membros do governo Bush mantivérom frequentes contatos com líderes golpistas. No dia 12 de abril o general Lucas Rincón, chefe das Forças Armadas, anuncia que Chávez tinha renunciado. Em realidade o Presidente tinha sido seqüestrado e transportado inicialmente à base militar de Fuerte Tiuna, Caracas. Umhas horas depois, esse mesmo dia, autojuramentou-se Pedro Carmona ?presidente de Fedecámaras?, como presidente interino. Ato seguido emitiu um decreto que derrogou as leis habilitantes, dissolveu o Parlamento, o Tribunal Supremo de Justiça, a Fiscalia, a Defensoria do Povo, outorgando-se a si mesmo poderes por cima da Constituiçom. No sábado 13 de abril, desde primeiras horas da manhá, milhares de seguidores e seguidoras do Presidente Chávez começárom a manifestar-se em Caracas. Os golpistas transferem o mandatário a umha base naval em Turiamo, onde escreve umha nota dirigida o seu povo expressando: "Nom renunciei ao poder legítimo que o povo me deu". De aqui, Chávez é enviado à Ilha La Orchila com a intençom assumiu de sacá-lo do país.

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Soldados leais a Chávez organizam um contra-golpe e retomam o Palácio de Miraflores. Diosdado Cabello, vice-presidente da República ?que tinha permanecido fiel ao processo bolivariano? a liderança temporária do país declarando que "a ordem Constitucional estava plenamente restabelecida e que as autoridades legítimas exerciam as suas funçons". As massas revolucionárias protegem o Palácio de Miraflores e na madrugada de 14 de abril o Presidente retorna a Caracas dirigindo-se ao povo num discurso memorável.

Após fracasso do golpe, a oligarquia continua tentando derrubar Revoluçom A oligarquia em nengum momento cessou nas suas tentativas de expulsar mediante a força a Hugo Chávez da Presidência da República Bolivariana para reinstaurar o regime corrupto e neoliberal, submetido aos ditames dos Estados Unidos. Em 2 de dezembro de 2002, Fedecámaras e o grupo "Gente do Petróleo" (conformado por membros de PDVSA), com o apoio dos partidos políticos da oligarquia, aglutinados na Coordenadora Democrática ?coligaçom de partidos de direita?, iniciárom um paro petroleiro que se prorrogou até converter-se em greve indefinida.

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Mas em meados de janeiro de 2003 Chávez logra recuperar o controlo total de PDVSA. A partir desse momento, toda a luita política da oposiçom centrou-se na realizaçom de um referendo para revogar o Presidente. Assim, a Coordenadora Democrática organizou no final de novembro de 2003 umha recolha de assinaturas cujo propósito era convocar umha consulta popular na qual @s venezuelan@s se pronunciariam sobre a permanência ou nom de Hugo Chávez no poder. Em 3 de junho de 2004, o Conselho Nacional Eleitoral anunciou que o mínimo de assinaturas necessárias tinha sido atingido e ficava ativado o Referendo, que foi realizado 15 de agosto de 2004. O NOM logrou umha vitória esmagadora, e nom só o Presidente continuou no poder, nas eleiçons regionais que seguíróm, os votos favorecérom a governadores e Presidentes de Cámara bolivarianos. 58,25% d@s votantes apoiárom a permanência de Chávez na presidência até ao fim do mandato, que ocorreria nos próximos dous anos e meio.

Integraçom bolivariana e extraordinário apoio nas urnas Em 14 de dezembro de 2004 é fundada a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América-Tratado de Comércio dos Povos, ALBA-TCP, polo acordo da Venezuela e Cuba, com a implicaçom pessoal dos presidentes de ambos os países, que outorga prioridade à relaçom entre as naçons adscritas ao projeto, em pé de igualdade e baseando-se no diálogo subregional, abrindo campos de alianças estratégicas entre os países latino-americanos. A partir de esse ano concatenam-se na Venezuela numerosas batalhas nas urnas, que consolidam o liderado do Presidente.

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Nas eleiçons presidenciais da Venezuela de 2006, que contárom com a participaçom de 74% do eleitorado, Hugo Chávez foi reeleito com 62.9% dos votos frente o candidato oligárquico, Manuel Rosales, que obtivo 36.9%. Depois desta nova vitória Chávez prometeu aprofundar a revoluçom, e promove a unificaçom das forças revolucionárias num único partido, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), embora importantes organizaçons como o Partido Comunista da Venezuela (PCV) nom se incorporam. Em 2 de dezembro de 2007 a reforma da constituiçom da Venezuela, proposta por Chávez, foi submetida ao veredito popular, num plebiscito onde por umha reduzida margem de décimas fôrom rejeitadas as propostas de emendas. Sem dilaçons o presidente Hugo Chávez reconheceu a “vitória pírrica” dos seus opositores e parabenizou-nos publicamente: "Parabenizo os meus adversários por esta vitória. Com o coraçom digo a vocês que por horas estivem num dilema. Saí do dilema e já estou tranquilo, espero que os venezuelanos também". Em 15 de fevereiro de 2009 tem lugar um novo referendo constitucional. Por maioria o povo venezuelano aprova umha emenda constitucional para levantar o limite do número de reeleiçons presidenciais, assim como de governadores, legisladores regionais, presidências da Cámara, deputad@s e qualquer outro cargo de eleiçom popular.

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Posteriormente nas eleiçons presidenciais da Venezuela para o período 2013-2019 realizadas 7 de outubro de 2012, o presidente bolivariano foi ré-eleito para um terceiro mandado consecutivo com 55.08% total dos votos válidos.

Problemas de saúde Em 9 de maio de 2011, Hugo Chávez suspendeu umha gira polo Brasil, Equador e Cuba por mor de umha inflamaçom num joelho que o obrigou a manter repouso absoluto. Viajou a Havana em junho de 2011, onde foi submetido a umha intervençom quirúrgica de urgência. Em 21 de fevereiro de 2012, anunciou que, após exames médicos em Cuba, seria novamente intervido, pois tinha sido detetada umha lesom na mesma zona onde lhe fora detetado o tumor cancerígeno que padecera o ano anterior. Em 11 de dezembro de 2012 foi operado em Havana começando um delicado processo postoperatório. 18 de fevereiro de 2013 Hugo Chávez volta a Caracas. Na tarde da terça-feira 5 de março de 2013, o Vice-presidente da Venezuela Nicolás Maduro anunciou o falecimento do líder bolivariano às 16h25m locais como conseqüência de um cancro na regiom pélvica e de umha infeçom respiratória aguda.

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Balanço da etapa de Chávez na Presidência da República Nos três quinquénios nos que Hugo Chávez foi Presidente da República Bolivariana, a Venezuela recuperou a sua soberania nacional, redistribuiu a riqueza petrolífera entre as maiorias sociais logrando avanços indiscutíveis em matéria de educaçom, saúde, vivenda, serviços sociais, no combate à pobreza, sentando as bases para um processo de transformaçom socialista. No plano externo, Chávez promoveu internacionalmente o anti-imperialismo e o anticapitalismo, prestigiando novamente o conceito do socialismo após a etapa ultrarreacionária aberta com a queda da Uniom Soviética. Os governos bolivarianos presididos polo comandante Hugo Chávez promovérom a soberania económica, defendêrom a integraçom latino-americana e a cooperaçom entre as naçons pobres do mundo, promovêrom a criaçom da UNASUL, ALBA, Banco do Sul e da rede de televisom TeleSUR, além de dar apoio financeiro e logístico a países aliados. Em 2005 e 2006, Chávez foi incluído, pola revista Time, entre as 100 pessoas mais influentes.

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50 verdades sobre Hugo Chávez e a Revoluçom Bolivariana Razons polas quais o chefe de Estado venezuelano marcou para sempre a história da América Latina. O presidente Hugo Chávez, que faleceu em 5 de março de 2013 por conta de um cáncer, aos 58 anos, marcou para sempre a história da Venezuela e da América Latina.

1. Jamais na história da América Latina, um líder político alcançou umha legitimidade democrática tam irrefutável. Desde sua chegada ao poder, em 1999, participou de 16 eleiçons na Venezuela. Hugo Chávez ganhou 15, das quais a última foi em 7 de outubro de 2012. Sempre derrotou os seus rivais com uma diferença de 10 a 20 pontos. 2. Todas as instáncias internacionais, da Uniom Europeia até a Organizaçom dos Estados Americanos, passando pola Uniom das Naçons Sul-Americanas e o Centro Carter, se mostraram unánimes ao reconhecer a transparência dos escrutínios. 3. James Carter, antigo presidente dos Estados Unidos, inclusive declarou que o sistema eleitoral da Venezuela era “o melhor do mundo”.

4. A universalizaçom do acesso à educaçom instaurada em 1998, tivo resultados excecionais. Por volta de 1,5 milhons de venezuelanos e venezuelanas aprendêrom a ler e escrever graças à campanha de alfabetizaçom denominada Missom Robinson I. 5. Em dezembro de 2005, a UNESCO decretou que o analfabetismo na Venezuela tinha sido erradicado. 6. O número de crianças escolarizadas passou de 6 milhons, em 1998, para 13 milhons, em 2011. Atualmente, a taxa de escolarizaçom é de 93,2%. 7. A Missom Robinson II foi lançada para levar o conjunto da populaçom a obter o nível secundário. Assim, a taxa de escolarizaçom no ensino secundário passou de 53,6%, em 2000, para 73,3%, em 2011. 8. As Missons Ribas e Sucre permitírom a dezenas de milhares de jovens adultos empreenderem estudos universitários. Assim, o número de estudantes passou de 30


895.000, em 2000, para 2,3 milhons, em 2011, com a criaçom de novas universidades.

9. A respeito da saúde, foi criado o Sistema Nacional Público para garantir o acesso gratuito ao atendimento médico a todos os venezuelanos e venezuelanas. Entre 2005 e 2012, fôrom criados 7.873 centros médicos na Venezuela. 10. O número de médicos/as passou de 20 por 100.000 habitantes, em 1999, para 80 por 100.000, em 2010. Ou seja, um aumento de 400%. 11. A Missom Bairro Adentro I permitiu realizar 534 milhoms de consultas médicas. Perto de 17 milhons de pessoas puidérom ser atendidas, enquanto, em 1998, menos de 3 milhons de venezuelanos/as tinham acesso regular à saúde. Fôrom salvas 1,7 milhons de vidas entre 2003 e 2011. 12. A taxa de mortalidade infantil passou de 19,1 por mil, em 1999, para 10 por mil, em 2012. Ou seja, uma reduçom de 49%. 13. A expectativa de vida passou de 72,2 anos, em 1999, para 74,3 anos, em 2011. 14. Graças à Operaçom Milagre, lançada em 2004, 1,5 milhoms de venezuelanos/as, vítimas de catarata ou outras enfermidades oftalmológicas, recobrárom a visom. 31


15. De 1999 a 2011, a taxa de pobreza passou de 42,8% para 26,5% e a taxa de extrema pobreza de 16,6%, em 1999, para 7%, em 2011. 16. Na classificaçom do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Programa das Naçons Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Venezuela passou do 83° lugar, no ano de 2000 (0,656), para o 73°, em 2011 (0,735), e entrou na categoria das naçons com o IDH elevado. 17. O coeficiente GINI, que permite calcular a desigualdade num país, passou de 0,46, em 1999, para 0,39, em 2011. 18. Segundo o PNUD, a Venezuela ostenta o coeficiente GINI mais baixo da América Latina. É o país da regiom onde existe menos desigualdade. 19. A taxa de desnutriçom infantil foi reduzida em 40% desde 1999. 20. Em 1999, 82% da populaçom tinha acesso à água potável. Agora, somam 95%. 21. Durante a presidência de Chávez, os gastos sociais aumentárom em 60,6%. 22. Antes de 1999, somente 387.00 pessoas idosas recebiam umha pensom. Agora, som 2,1 milhons. 23. Desde 1999, fôrom construídas 700.00 habitaçons na Venezuela. 24. Desde 1999, o governo entregou mais de um milhom de hectares de terras aos povos aborígenes do país. 25. A reforma agrária permitiu a dezenas de milhares de agricultores/as serem donos/as das suas terras. No total, fôrom distribuídas mais de 3 milhons de hectares. 26. Em 1999, a Venezuela produzia 51% dos alimentos que consumia. Em 2012, a produçom foi de 71%, enquanto o consumo de alimentos aumentou em 81% desde 1999. Se o consumo 2012 fosse similar ao de 1999, a Venezuela produziria 140% dos alimentos consumidos a nível nacional. 27. Desde 1999, a taxa de calorias que consomem os venezuelanos/as aumentou 50% graças à Missom Alimentaçom, que criou uma cadeia de distribuiçom de 22.000 armazéns de alimentos (MERCAL, Casas de Alimentaçom, Rede PDVAL), 32


onde se subvencionam os produtos à altura de 30%. O consumo de carne aumentou 75% desde 1999.

28. Cinco milhons de crianças recebem agora alimentaçom gratuita através do Programa de Alimentaçom Escolar. Eram 250.000 em 1999. 29. A taxa de desnutriçom passou de 21%, em 1998, para menos de 3%, em 2012. 30. Segundo a FAO, a Venezuela é o país da América Latina e das Caraíbas mais avançado na erradicaçom da fame. 31. A nacionalizaçom da empresa petroleira PDVSA, em 2003, permitiu à Venezuela recuperar a sua soberania energética. 32. A nacionalizaçom dos setores elétricos e da telecomunicaçom (CANTV e Eletricidade de Caracas) permitiu dar fim às situaçons de monopólio e universalizar o acesso a estes serviços. 33. Desde 1999, fôrom criadas mais de 50.000 cooperativas em todos os setores da economia. 34. A taxa de desemprego passou de 15,2%, em 1998, para 6,4%, em 2012, com a criaçom de mais de 4 milhons de empregos. 35. O salário mínimo passou de 100 bolívares (16 dólares), em 1998, para 247,52 bolívares (330 dólares), em 2012. Ou seja, um aumento de mais de 2.000%. Trata-se do salário mínimo mais elevado da América Latina. 36. Em 1999, 65% da populaçom ativa recebia o salário mínimo. Em 2012, somente 21,1% dos trabalhadores/as disponhem deste nível salarial. 37. Os adultos de certa idade, que nunca trabalhárom, disponhem dumha renda de proteçom equivalente a 60% do salário mínimo. 38. As mulheres viúvas, assim como as pessoas incapacitadas, recebem umha ajuda equivalente a 80% do salário mínimo. 39. O horário laboral foi reduzido para 6 horas diárias e para 36 horas semanais sem a diminuiçom do salário. 33


40. A dívida pública passou de 45% do PIB, em 1998, para 20%, em 2011. A Venezuela retirou-se do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, reembolsando antecipadamente todas as suas dívidas. 41. Em 2012, a taxa de crescimento da Venezuela foi de 5,5%, umha das mais elevadas do mundo. 42. O PIB por habitante passou de 4.100 dólares, em 1999, para 10.810 dólares, em 2011. 43. Segundo o informe anual World Happiness de 2012, a Venezuela é o segundo país mais feliz da América Latina, atrás da Costa Rica, e o 19° a nível mundial, a frente da Alemanha e da Espanha. 44. A Venezuela oferece um apoio direto ao continente americano maior que o dos Estados Unidos. Em 2007, Chávez dedicou mais de 8.800 milhons de dólares a doaçons, financiamentos e ajuda energética contra apenas 3.000 milhons da administraçom Bush. 45. Pola primeira vez na sua história, a Venezuela dispom dos seus próprios satélites (Bolívar e Miranda) e é agora soberana no campo da tecnologia espacial. Existe Internet e telecomunicaçons em todo território. 46. A criaçom da Petrocaribe, em 2005, permitiu a 18 países da América Latina e do Caribe, ou seja, 90 milhons de pessoas, adquirirem petróleo subsidiado em 40% ou 60%, e assegurar o seu abastecimento energético. 34


47. A Venezuela também promove ajuda às comunidades desfavorecidas dos Estados Unidos, fornecendo combustível com tarifas subsidiadas. 48. A criaçom da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América, em 2004, entre Cuba e Venezuela, assentou as bases dunha aliança integradora, baseada na cooperaçom e na reciprocidade, que agrupa 8 países membros e coloca o ser humano no centro do projeto de sociedade, com o objetivo de luitar contra a pobreza e a exclusom social. 49. Hugo Chávez está na origem da criaçom da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (CELAC), que, pola primeira vez, uniu as 33 naçons da regiom, que se emancipárom da tutela dos Estados Unidos e do Canadá. 50. Hugo Chávez desempenhou um papel chave no processo de paz na Colômbia. Segundo o presidente Juan Manuel Santos, “se avançarmos num projeto sólido de paz, com progressos claros e concretos, progressos jamais alcançados antes com as FARC, é também graças à dedicaçom e ao compromisso de Chávez e do governo da Venezuela”.

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Os grupos

LISKA! Grupo viguês de ska-punk-reggae. Letras comprometidas, versos de combate onde cada tema emana um compromisso conseqüênte e umha importante carga política. A libertaçom nacional e social, a defesa do território, da nossa língua ou a luita da classe trabalhadora estám presentes na música de Liska!

ONDAS DEL CARIBE Grupo de venezuelanos afincados na Galiza que nos trazerám o melhor da música do país caribenho. 36


OS TRÉS TREBÓNS Desde o bairro operário de Monte Alto chegám Os trés trebóns. Esta banda galega está formada polo polifacético Xurxo Souto com o acordeom diatónico e a voz, junto com o bateria e cantante Fram Amil e o baixista Antom “Papaqueixos”. Três veteranos do campo da festa descargando em direto as suas rancheras-punk.

SÉS Desde Corunha também chegam os sons americanos, desde o blues aos ritmos latinos, repensados em galego e em feminino de Maria Xosé Silvar, mais conhecida na cena musical galega como Sés, acompanhada à guitarra por Tito Calviño. 37


UXIA E SÉRGIO TANNUS Uxía leva mais de 25 anos de carreira artística que a convertem numha das vozes mais populares e valoradas da nossa língua. As suas cançons tenhem sempre a presença latente ou explicita da música tradicional, com um tratamento anovador e pessoal.

ZURRUMALLA Zurrumalla, umha formaçom que leva 11 anos estudando e tocando por toda Galiza a música tradicional, conseguem de cada atuaçom umha festa. Com um estilo musical baseado no tradicional , aportam composiçons e arranjos que farám as ledicias do público. 38


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