Projeto Educativo

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Agrupamento de Escolas de Almeida 161500

2012-2015 calendarizado a fim de conduzir os alunos, da forma mais eficiente possível, ao uso suas próprias aprendizagens, quer no meio que os rodeia, quer no seu futuro. Segundo Dewey (1897), a vida escolar deve desenvolver-se gradualmente a partir da vida doméstica, dando continuidade às atividades que as crianças já trazem de casa; desse modo, a escola tem como função conduzir os alunos ao desenvolvimento, experimentação e fundamentação dessa aprendizagem. A concretização das funções indicadas atrás está intimamente ligada aos professores que, para além dos conhecimentos científicos e técnicos, necessitam ter o talento e a capacidade de saber agir em cada situação. Professores que saibam completar o saber científico e tecnológico com o saber criativo; e saibam agir em cada situação. Schön (1992) chama, a este tipo de capacidades implícitas a cada professor, competência artística. Schön propõe que tomemos como exemplo um psicólogo, ou um músico; não lhes basta saberem teorias e técnicas, eles possuem um talento próprio, uma intuição e uma sensibilidade artística. Para Schön (1992), a reflexão na ação, ou seja, pensar no que se faz enquanto se está a fazer, é um tipo de pensamento que conduz o professor ao conhecimento da sua prática, atendendo a todo o contexto momentâneo da sala de aula. Nesta perspetiva, Saraiva (2001) refere que a integração da experiência com o conhecimento teórico resulta em conhecimento profissional. Sendo este tanto mais desenvolvido quanto melhor for a relação entre os fatores referidos e quanto mais aprofundado e consistente for o conhecimento teórico. Porém, para ser um profissional verdadeiramente eficaz é necessário desenvolver potencialidades diversas, de modo a investir no seu próprio desenvolvimento, tentar integrar-se e interagir com a escola enquanto instituição, atendendo a fatores pessoais (intrínsecos a cada professor) e burocráticos (pois nem sempre as escolas propiciam o desenvolvimento da prática reflexiva). Segundo Schön (1992), a reflexão sobre a reflexão na ação é um processo que conduz ao desenvolvimento profissional do professor. Atendendo a que, “o desenvolvimento profissional é um processo dinâmico, contínuo e reflexivo, onde a teoria e a prática interagem entre si de forma dialética” (Saraiva, 2001), ele ocorre fruto da reflexão continuada acerca das conceções, do conhecimento e da prática, bem como na troca de experiências entre professores e na consequente ligação entre as suas práticas. A intuição: Para Malcom (2007) a intuição é a apreensão imediata da mente, sem raciocínio, e por definição a intuição é diferente da razão: acontece sem raciocinar; é imediata, holistica, estética, revel adora, inspirada; é sentir, é conhecer tudo de uma vez, ela pode ir aonde a razão não pode. No entanto, a seu ver, na prática, a intuição e a razão trabalham em conjunto numa constante ação combinada. A intuição produz uma ideia e a razão esforça-se para a testar ou desenvolver. As palavras ou a linguagem, tal como são escritas ou faladas, não parecem desempenhar qualquer papel no seu mecanismo de pensamento, afirmando que depois de ter trabalhado duramente e ter chegado a resultados que lhe são satisfatóri os e que estão perfeitamente claros na sua mente, quando tenta colocá-los em linguagem tem de se colocar num outro plano intelectual, passando um vasto período de tempo a encontrar as palavras e as frases apropriadas. Os pensamentos morrem no momento em que são traduzidos por palavras. De facto, quando falamos de qualquer objeto do saber cada um de nós relaciona-o com uma representação mental do mesmo. E, embora se espere que os investigadores produzam definições mais ou menos semelhantes para o mesmo conce ito, as suas representações mentais desse conceito podem variar bastante, pois uma representação mental refere-se a esquemas internos que uma pessoa usa para interagir consigo próprio e com o mundo exterior. Neste processo, ao nível do pensamento interno, há sinais pessoais próprios de cada indivíduo que marcam a sua forma de pensar e são estes os responsáveis pela construção de um conhecimento pessoal com sentido (Saraiva, 2008). É importante referir que, neste processo, a visualização assume uma função importante, pois a visão, ao produzir modelos mentais, leva a que o suporte visual apropriado tenha efeitos positivos na compreensão dos alunos e na resolução de situações problemáticas (Dreyfus, 1991).

Projeto Educativo, AEA, 2012/15

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