Projeto Educativo

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Agrupamento de Escolas de Almeida 161500

2012-2015 seja, são interdependentes, pois o signo forma-se com base na interpretação sobre um objeto, originando a tríade (S, O, I). D‟Amore (2006) definiu „objeto‟ como: tudo o que se indica, se representa e se designa, quando se constrói, se comunica e se aprende [linguagem (termos, expressões, notações, …); conceitos (definições, descrições, …); ações (operações, algoritmos, procedimentos, …); argumentos (deduções, induções, validação de enunciados, …)]. Por sua vez, Duval (2006) desenvolveu „registos de representação dos objetos e conversão entre tais registos‟, tais como: linguagem natural, figuras geométricas ou outras, sistemas de notação, representações gráficas e esquemáticas, entre outras. Radford (2006), na Teoria da Objetivação, assume que o pensamento é mediatizado por signos, pelo corpo (através de gestos, movimentos, perceções), pela linguagem, ...; para Radford, a aprendizagem é assumida num plano de interação sujeito-sujeito e sujeitoobjeto, tendo em conta a natureza e a subjetividade dos próprios objetos do saber. O raciocínio investigativo: Um investigador recolhe, descobre, cria e comunica resultados das suas pesquisas e descobertas. O fruto das suas pesquisas e criações tem valor porque enriquece e fortalece a atividade científica, tornando-se ao longo do tempo um “edifício” com divisões que “intercomunicam” constituindo dessa forma um “corpo de saber” unificado, sistematizado e estruturado. Esta atividade reveste se de uma investigação sistemática e de um trabalho persistente e contínuo, e nela podemos considerar todos os que investigam e fazem da atividade de investigar a sua atividade profissional, todos os que a estudam e ensinam (professores e alunos) e todos os que a utilizam como ferramenta de trabalho. No entanto a investigação, não constituindo forma única de aprender, é essencial na aprendizagem. Sob esta premissa Braumann (2002) faz a seguinte alusão „tentar aprender em qualquer área do saber sem uma forte intervenção investigativa é como tentar aprender a andar de bicicleta vendo os outros andar e recebendo informações sobre como o conseguem fazer‟. George Pólya (1977) desenvolveu princípios heurísticos com a finalidade de auxiliar os alunos e os professores a desenvolverem capacidades imprescindíveis para a resolução de uma determinada situação, ou compreensão de uma dada demonstração. Por um lado, a heurística de Pólya alicerça-se em processos fundamentais de análise, exploração, verificação e reflexão. Por outro lado, a atividade de investigação desenvolve capacidades como: analisar, explorar, verificar, refletir, refutar, experimentar e demonstrar. Parece haver, com a implementação de investigações na sala de aula, uma continuidade evolutiva na heurística de Pólya. De facto, a investigação permite a exploração de situações do mundo real através de construções visuais e analíticas, que contêm aspetos importantes e úteis para o processo de criação. Por outro lado, permite a extensão da linguagem natural à linguagem específica de cada área do saber, através das representações de conceitos abstratos e da sua consequente articulação e comunicação. De facto, através da tentativa de resolução, ou demonstração, de uma determinada investigação surgem novas investigações e alarga-se o conhecimento, desenvolvendo-se o pensamento. Neste contexto, é importante que o professor tenha em conta o papel crucial da experiência dos alunos com tarefas de natureza aberta – tarefas de investigação e exploração, pois estas permitem-lhes compreender cada experiência e considerá-la como preparação para um trabalho mais profundo (Pereira e Saraiva, 2005, 2008; Ponte, Branco e Matos, 2009; Saraiva e Teixeira, 2009).

A reflexão: A reflexão torna-se um processo indispensável que resulta do reconhecimento de uma determinada incapacidade ou incerteza. Quando confrontados com um determinado problema somos levados a parar e pensar nos processos, nos métodos e estratégias a adotar para o resolver. Por outro lado, também pensamos nos próprios métodos que utilizamos durante a resolução. Depois, procuramos perceber a aprendizagem feita com a resolução do problema. De acordo com Saraiva (2001) a reflexão é mais do que uma simples tomada de consciência da nossa experiência e do nosso conhecimento (reflexão sobre os conteúdos). A reflexão envolve, também, a crítica sobre o como estamos a perceber, a pensar, a julgar e a agir (reflexão sobre os processos), bem como sobre o porquê de termos feito o que fizemos (reflexão sobre as premissas). Refletimos para perceber, para nos orientarmos, ou para tentarmos ultrapassar uma determinada dificuldade. O fruto da reflexão é a aprendizagem, qualquer que seja o motivo que nos levou a refletir. Toda a sociedade reconhece a escola como um local onde se vivem experiências verdadeiramente educativas propícias à aprendizagem. Porém, saber ensinar exige ao professor o aperfeiçoamento contínuo de condições intrínsecas a essa aprendizagem. A escola é uma instituição onde tudo está organizado e Projeto Educativo, AEA, 2012/15

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