Jornal da Adufrj-SSind - Edição 869 - 24/11/2014

Page 1

REALIZA DOIS DIAS DE ENCONTRO (25 e 26) ESTA SEMANA NA PRAIA VERMELHA Página 2

www.adufrj.org.br

INACREDITÁVEL

Jornal da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ

Filipe Galvão - 19/11/2014

Reitoria tira ônibus da Vila Residencial Página 5

Andes-SN Ano XIII no 869 24 de novembro de 2014 Central Sindical e Popular - Conlutas

MOVIMENTO DOCENTE

Luta num cenário de crise

Depois do ato, uma reunião com a consulesa-geral acabou ocorrendo no dia 21

Cadê os desaparecidos?

Ato organizado pelo Andes-SN e CSP-Conlutas em frente ao consulado do México no Rio cobrou do governo daquele país investigações para localizar os 43 estudantes desaparecidos desde setembro. Página 2 Painel Adufrj Fernando Frazão/Agência Brasil - 20/11/2014

Sem-tetos no Leblon

No dia da Consciência Negra, parte da praia do Leblon foi ocupada por integrantes da ex-Ocupação Zumbi dos Palmares, em São Gonçalo, organizados pelo MTST

Passeata na Delfim Moreira, que abriga moradias de luxo, com o metro quadrado mais caro do país

Documento aprovado em assembleia da Adufrj-SSind enfatiza o impacto do agravamento da crise na Educação pública e aponta como saída a ação conjunta de todos os segmentos – desde o fundamental até o superior. O texto é contribuição ao próximo Congresso do Andes-SN. Página 3

FE fica sem terceirizados Página 4

Forum quer qualidade de vida no Fundão Página 5 Elisa Monteiro - 21/11/2014

Samuel Tosta - 18/11/2014

Representante da Ebserh é criticado Página 6


2

24 de novembro de 2014

www.adufrj.org.br

sEGUNDA pÁGINA

Solidariedade

Ato no consulado do México no Rio cobrou a investigação do sumiço de 43 alunos daquele país “Expressão da barbárie”, critica diretora da Adufrj-SSind Samantha Su Estagiária e Redação

U

m protesto, dia 18, em frente ao consulado do México no Rio de Janeiro reivindicou a investigação do desaparecimento de 43 estudantes naquele país, na cidade de Iguala, desde o final de setembro. A iniciativa do Andes-SN, com apoio da CSP-Conlutas, tinha como objetivo entregar uma carta à consulesa-geral Maria Cristina de la Garza Sandoval — o que se confirmou em uma reunião no último dia 21 (veja quadro). Marinalva Oliveira, 1ª vice-presidente do AndesSN, diz que a solidariedade aos alunos é um dever com a luta pela Educação: “Todos os normalistas mortos estavam indo para um ato em defesa da educação. Eram jovens da zona rural mexicana e arrecadavam fundos para a escola. A criminalização dos movi-

mentos sociais, hoje, é uma ação mundial”, afirmou. Julio Cesar Condaque, representante da Executiva Nacional da CSP-Conlutas, afirmou a necessidade de amplificar o caso: “O que aconteceu no México é um crime de Estado. Isso tem gerado uma série de manifestações e o povo mexicano está nas ruas. Somos solidários a essa luta. No estado do Rio de Janeiro, em cerca de dez anos, temos 40 mil desaparecidos. A polícia pratica um verdadeiro extermínio da juventude negra e pobre. Os órgãos internacionais não podem se calar. Queremos que o consulado mexicano pressione, mas buscamos também que o Governo Federal se posicione”. Para Cleusa dos Santos, 2ª vice-presidente da Adufrj-SSind, a atividade marcou uma posição não só de solidariedade, mas de repúdio à maneira como a polícia mexicana tem se comportado com as revoltas em todo o país: “Para mim, é a expressão da barbárie. Isso é fruto de um aprofundamento do capitalismo, do estado policial e do cerceamento dos direitos”

Leandra Felipe/Agência Brasil - 21/11/2014

Dia dos Mortos no México lembrou crimes sem esclarecimento

Governo sem respostas Durante o encontro do dia 21, a consulesa Maria Cristina disse que as autoridades mexicanas estão fazendo o possível para investigar o desaparecimento dos estudantes, mas não seria uma tarefa fácil. Depois da reunião, o professor Roberto Leher, Titular da Faculdade de Educação da UFRJ

e conselheiro da Adufrj-SSind, analisou: “O primeiro objetivo, que era transmitir as preocupações dos professores e associações brasileiras, bem como uma manifestação institucional sobre o caso, foi cumprido. Porém, a fala da consulesa não ajuda a ter uma compreensão mais clara dos acontecimentos. Embo-

Filme “O Estopim”

memória, verdade e justiça

Confira a programação

Para que nunca mais aconteça Um evento da Comissão da Verdade do Andes-SN, dias 25 e 26, discute a repressão da ditadura aos sindicatos e movimentos populares. Etapa preparatória das regiões Sul e Sudeste do país para o Encontro Nacional sobre o tema, em dezembro, a atividade será realizada no Auditório Manoel Maurício de Albuquerque, do CFCH, campus da Praia Vermelha, a partir das 9h.

Dia 25 9h – Abertura do evento com a participação de representantes das entidades CNV do AndesSN, Grupo Tortura Nunca Mais, Rede de CVs Universitárias, CNV do Governo Federal. 9h30 - Mesa: “Ditadura e Universidade: caminhos para superar a herança autocrática” Francisco Miraglia – matemático, professor da USP Simone Silva – UFRJ Enrique Serra Padros – professor da UFRGS 11h – Debates 12h – Almoço 14h – Mesa: “Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça” – Sessão de Depoimentos Ana Maria Ramos Estevão – Professora da Unifesp Mariléa Venâncio Porfírio – Professora da UFRJ Maria Auxiliadora Santa Cruz Coelho – Professora da UFRJ 18h30 – Atividade Cultural e Homenagens

Dia 26 9h – Mesa: “Dispositivos autoritários e repressivos aos movimentos sociais contemporâneos” Thiago Mello, do DDH/RJ (Instituto Defensores de Direitos Humanos/Rio) Carlos Bittencourt, do IBASE/RJ (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas/ Rio) Vitor Lima Guimarães, do MTST/RJ (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto/Rio) 11h – Debates 12h – Almoço 14h – Plenária Final, com os Relatores e Encaminhamentos 17h30 – Encerramento

SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DO SINDICATO NACIONAL DOS DOCENTES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Sede e Redação: Prédio do CT - bloco D - sala 200 Cidade Universitária CEP: 21949-900 Rio de Janeiro-RJ Caixa Postal 68531 CEP: 21941-972

ra já tenham ocorrido prisões e identificação do envolvimento do narcotráfico e denúncias do envolvimento de figuras públicas, como o prefeito de Iguala e sua mulher, não se tem um encaminhamento objetivo por parte do governo mexicano quanto a isso. Tampouco temos os corpos dos 43 estudantes”, lamentou.

O blog Segurança Em Pauta anuncia a exibição do filme O estopim, na UFRJ. A produção, independente, com direção de Rodrigo Mac Niven, conta a história de coragem da família e amigos de Amarildo, pedreiro assassinado por policiais militares dentro da sede da UPP da Rocinha em julho de 2013. Após o filme, haverá um debate com Duda, o personagem principal; Luciana Boiteux, professora da FND; e membros da Anistia Internacional com a campanha contra o extermínio dos jovens negros. Para participar, basta levar quilo de alimento não perecível. A atividade será dia 28 de novembro, às 14h, no Auditório A do CT, ilha do Fundão.

Tel: 2230-2389, 3884-0701 e 2260-6368

Diretoria da Adufrj-SSind Presidente: Cláudio Ribeiro 1ª Vice-Presidente: Luciana Boiteux 2ª Vice-Presidente: Cleusa Santos 1º Secretário: José Henrique Sanglard 2º Secretário: Romildo Bomfim 1º Tesoureiro: Luciano Coutinho 2ª Tesoureira: Regina Pugliese CONSELHO DE REPRESENTANTES DA ADUFRJ-SSIND Colégio de Aplicação Renata Lúcia Baptista Flores; Maria Cristina Miranda Escola de Serviço Social Mauro Luis Iasi; Luis Eduardo Acosta Acosta; Henrique Andre Ramos Wellen; Lenise Lima Fernandes Faculdade de Educação Claudia Lino Piccinini; Andrea Penteado de Menezes; Alessandra Nicodemos Oliveira Silva; Filipe Ceppas de Carvalho e Faria; Roberto Leher Escola de Comunicação Luiz Carlos Brito Paternostro Faculdade de Administração e Ciências Contábeis Vitor Mario Iorio; Antônio José Barbosa de Oliveira Instituto de Economia Alexis Nicolas Saludjian Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional Cecilia Campello do Amaral Mello Faculdade Nacional de Direito Mariana Trotta Dallalana Quintans; Vanessa Oliveira Batista Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Eunice Bomfim Rocha; Luciana da Silva Andrade; Sylvia Meimaridou Rola; André Orioli Parreiras Escola de Belas Artes Patrícia March de Souza; Carlos de Azambuja Rodrigues; Rogéria Moreira de Ipanema Faculdade de Letras Gumercinda Nascimento Gonda; Vera Lucia Nunes de Oliveira Escola de Educação Física e Desportos Luis Aureliano Imbiriba Silva; Alexandre Palma de Oliveira; Marcelo Paula de Melo; Michele Pereira de Souza da Fonseca Escola de Enfermagem Anna Nery Walcyr de Oliveira Barros; Gerson Luiz Marinho Coppe Vera Maria Martins Salim Escola Politécnica José Miguel Bendrao Saldanha; Eduardo Gonçalves Serra Coordenador de Comunicação Luiz Carlos Maranhão Editor Assistente Kelvin Melo de Carvalho Reportagem Silvana Sá e Elisa Monteiro Projeto Gráfico e Diagramação Douglas Pereira Estagiários Filipe Ferreira Galvão e Samantha Su Tiragem 4.000 E-mails: adufrj@adufrj. org.br e secretaria@adufrj.org.br Redação: comunica@adufrj.org.br Cadernos Adufrj: revista@adufrj.org.br Diretoria: diretoria@adufrj.org.br Conselho de Representantes: conselho@adufrj.org.br Página eletrônica: http://www.adufrj.org.br Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da Diretoria.


24 de novembro de 2014

www.adufrj.org.br

3

Movimento docente

Adufrj-SSind indica jornadas de luta ao 34º Congresso Assembleia aponta importância de jornadas nacionais pela Educação pública para a luta dos docentes em 2015 Samuel Tosta - 09 e 10/08/2014

Proposta será discutida em fevereiro Elisa Monteiro

elisamonteiro@adufrj.org.br

O

s professores da UFRJ consolidaram em Assembleia Geral (AG) do dia 17 sua primeira contribuição para o Caderno de Textos do 34º Congresso do Andes-SN — o encontro acontecerá imediatamente após o carnaval de 2015, entre 23 e 28 de fevereiro, em Brasília. A formulação final foi aprovada por consenso e enfatiza os impactos de uma conjuntura de agravamento de crise econômica para trabalhadores e, em especial, para o setor educacional público no país. Para fazer frente a esta conjuntura adversa, a indicação da Adufrj-SSind ao movimento docente nacional é pela realização de jornadas em defesa da Educação Pública, em todo o país. O que deverá ser buscado por meio do fortalecimento da unidade do campo classista. Trazer novos atores para as mobilizações desta luta foi considerado um dos principais desafios para o próximo período. “Pela dimensão classista que a luta pela educação pública toma, sobretudo, a partir do mais recente Plano Nacional de Educação, nos marcos privatistas em que foi aprovado, a centralidade da luta deve estar na unidade dos lutadores e envolvimento do máximo de setores da classe em torno de uma agenda nacional pela Educação pública”, sintetizou Roberto Leher (da Faculdade de Educação).

Próximo Encontro Nacional de Educação

Neste contexto, a realização de um segundo Encontro Nacional de Educação (ENE), em 2015, recebeu atenção especial da Assembleia (o primeiro ocorreu em agosto deste ano, no Rio). O “norte” para a área são os princípios já defendidos pelo Sindicato Nacional: que seja pública, gratuita, laica, de qualidade e referenciada nas lutas sociais. Outro consenso sobre o ENE é “a importância da participação conjunta de todos os segmentos da Educação, desde a fundamental à superior”, ob-

Mais em 2015. Atividades nacionais em defesa da Educação Pública, como o ENE realizado em agosto deste ano (acima), no Rio de Janeiro, estão entre as indicações da Assembleia Geral da Adufrj-SSind ao movimento docente para o próximo ano servou Maria Malta (Instituto de Economia). Mais do que uma data, o foco dos docentes que vão ao 34º Congresso do Andes-SN estará, também, na definição de novas bases, mais qualificadas, para o próximo Encontro.

Avaliação da conjuntura

“A crença de que a crise econômica e seus desdobramentos socioambientais seria um fenômeno cíclico (...), que logo estaria sanado, não se confirma” indica o documento aprovado pela AG. Em seguida, avalia: “nos EUA, nos países europeus sob controle da Troika (trinca formada pelo Banco Central Europeu, pela Comissão Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional) e nos países da América Latina que empreendem políticas ditas desenvolvimentistas, os custos sociais destas medidas são claros. Tais políticas estão ancoradas em brutal rebaixamento das condições de trabalho (maior tempo à disposição das empresas, formas de contratação mais precárias e transferências de custos do trabalho para o trabalhador), na contenção social por meio de violenta criminalização das lutas sociais e em perdas progressivas dos direi-

Servidores articulam para 2015 Salatiel Menezes (aposentado do Instituto de Biofísica) informou à AG sobre o Seminário Nacional dos Servidores Públicos Federais (SPF), ocorrido entre 14 e 16 de novembro, em Brasília. O espaço para discutir uma atuação unificada para a Campanha Salarial de 2015 reuniu mais de 260 representantes de 68 entidades sindicais. Salatiel destacou a diferença de temperatura das análises políticas entre centrais sindicais ligadas ao governo em relação à CSP-Conlutas. “Princípios caros ao Andes-SN como a autonomia simplesmente não têm significado para centrais como a CTB e a CUT”, relatou. “É de ficar perplexo ouvir dirigentes comemorando uma grande vitória eleitoral por ter sido derrotado o candidato que iria retirar direitos dos trabalhadores. Enquanto assistimos a exatamente isso (a retirada dos direitos) nos últimos anos. Temos de pensar, pois enquanto continuarmos a ter que dormir com o inimigo, estaremos em um situação muito difícil”. Uma nova plenária para definir a agenda unitária de mobilização está prevista para o final de janeiro. tos sociais e até mesmo civis”. Em relação ao Brasil, a análise observa que o “recente embate eleitoral” presidencial “a despeito do caráter conflitivo, girou em torno da agenda burguesa mundial dominante”, ad-

ministrando a ordem por meio dos “tradicionais mecanismos de controle popular e dos mercados”. “Tanto Aécio, como Dilma”, é sublinhado, indicaram com clareza compromissos com a recomposição do cha-

mado “tripé macroeconômico neoliberal: metas de inflação rigorosas, câmbio flutuante e ajuste fiscal”. E para as oposições de esquerda socialistas e anticapitalistas, a sinalização é de intransigência implacável com a imposição de cláusula de barreira que “criaria um monopólio dos grandes partidos da ordem, caminhando para um sistema bipartidário que sempre reitera a ordem do capital”. O ambiente de descontentamento favorece a frutificação de “um pensamento claramente de direita”. “Tal pensamento”, diz o documento, “busca imputar ao PT uma face de esquerda com a finalidade de desqualificação das verdadeiras esquerdas”. Pois, “cria uma associação perversa da esquerda com medidas caracterizadas preconceituosamente como ‘excesso de gastos sociais e muitos privilégios ao trabalho’”.

Anexo ao Caderno de Textos

O primeiro prazo para envio de textos que vão subsidiar o debate no Congresso do AndesSN foi 18 de novembro. Mas contribuições enviadas ao Sindicato Nacional entre 19 de novembro e 2 de fevereiro entram no Anexo do Caderno. E serão publicadas em 9 de fevereiro.


4

www.adufrj.org.br

24 de novembro de 2014

TERCEIRIZAÇÃO NA UFRJ

Precarização ainda maior Na Faculdade de Educação, o contingente de terceirizados foi reduzido à metade desde setembro Elisa Monteiro - 17/11/2014

E a perspectiva é de um corte de 100% Elisa Monteiro

elisamonteiro@adufrj.org.br

D

esde que as funções de manutenção, como limpeza, segurança e portaria, foram eliminadas do quadro efetivo da administração pública federal, as universidades são impelidas a contratar empresas e terceirizar o setor. Na UFRJ, problemas com o pagamento desses serviços e, em consequência, dos salários desses profissionais, frequentemente emergem em forma de crise. A bola da vez foi na Faculdade de Educação (FE). Segundo Marcelo de Moraes, “gerente” da unidade, o contingente de trabalhadores foi reduzido à metade desde setembro. “No início do ano, nos avisaram (administração central) que havia uma preocupação em relação aos pagamentos às empresas terceirizadas. Mas depois não se tocou mais no assunto. Quando chegou setembro, apenas fomos comunicados dos corte”, relata. “Não teve negociação alguma”, resume o administrador. “Mandamos desde sempre memorandos pedindo, ao menos, a manutenção da equipe com a qual trabalhamos, que já é bem enxuta”. Marcelo relata que a limpeza de mais ou menos mil metros quadrados da Unidade era feita por oito profissionais, quatro por turno. Atualmente, são quatro, divididos em equipes de duas pessoas. A portaria, antes mantida por um empresa que pediu falência (JCL-Empresa de Trabalho Temporário Ltda), foi suspensa de vez. A solução encontrada foi o desvio de função de servidores concursados. “Estamos trabalhando com remanejamento”, conta Marcelo. “Para não ficarmos sem ninguém na portaria, colocamos um funcionário da UFRJ, o Eduardo Cezar”. Mas o horário acaba restrito e causando confusão no uso das salas

Improviso. A unidade está repleta de avisos, por toda parte, para minimizar a carência de mão de obra. Agora, só há uma recepcionista para cobrir dois pavimentos e mais um anexo

de aula, estudo e afins. A unidade está repleta de avisos improvisados, por toda parte, que visam suprir a carência de mão de obra. “Tínhamos duas recepcionistas para dar informações, cobrindo dois pavimentos mais um anexo. Agora estamos com uma”. “Se qualquer autoridade chega à Faculdade de Educação, vai ficar

procurando nesses labirintos (do Palácio Universitário)”. Marcelo afirma que a situação é precária. E a reitoria diz que haverá mais cortes. “Parece que a ideia é eliminar 100%. Se isso acontecer, a Faculdade ficará simplesmente sem higienização”, completou. O próprio “gerente”, atualmente, tornou-se responsável pelo almoxarifado. “Antes

tínhamos uma pessoa para o controle de material. Agora eu mesmo tenho que cuidar disso”. “A impressão é que o projeto é realmente terceirizar tudo, inclusive o curso. Talvez a ideia seja que as pessoas nem mesmo venham à Faculdade. É muito triste ver uma instituição como a UFRJ, respeitada inclusive internacionalmente, nessa situação”, criticou.

Funcionários cobram respostas da reitoria

Na quarta-feira, 19, um grupo de aproximadamente 30 terceirizados, demitidos da empresa JCL-Empresa de Trabalho Temporário Ltda, reuniu-se no prédio da reitoria. Segundo uma das porteiras da Casa da Ciência da UFRJ, Waldineia Nascimento, o grupo está sem receber desde o quinto dia útil de novembro. Sem o salário de outubro, portanto. Ela conta que na semana anterior, do dia 10, parte do grupo foi recebida pela pró-reitora de Gestão e Governança, Aracéli Cristina Ferreira. No encontro, teria sido solicitado pelo reitor um levantamento dos nomes dos funcionários e dias trabalhados desde o último pagamento. Segundo Waldineia, a planilha foi mostrada pelo assessor da pró-reitoria, Harley Frambach Junior, para ela e a outro colega (prestador de serviço do Centro de Ciências da Saúde) na manhã do dia 19. “O que nos foi dito é que já se sabe o valor devido e já há recursos para pagar. Faltava apenas a assinatura do pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças (Carlos Rangel)”. O dirigente, contudo, não foi encontrado em seu gabinete. “Disseram que estava em Brasília com o reitor exatamente por essa situação. E que segunda-feira (24) trariam uma resposta”, relatou Waldineia. Ela informou que seus colegas resolveram aguardar até o retorno dos dirigentes. E prometem mobilização caso a solução prometida não seja cumprida. Em função da viagem a Brasília do pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finança, a redação do Jornal da Adufrj não obteve ainda da reitoria informações sobre o corte de equipe de apoio da Faculdade de Educação (e/ou de outras unidades).

Jurídico

Ação dos 3,17%: Adufrj-SSind ainda aguarda resposta da reitoria

Como já foi noticiado, no fim do ano passado, a Seção Sindical ganhou a ação dos 3,17% que reconhece o direito ao reajuste no período de janeiro de 1995 a dezembro de 2001. Todos os professores que atuaram na UFRJ nesse período, inclusive os não filiados à Adufrj-SSind, receberão os valores corrigidos. A entidade solicitou os contra-

cheques de todos os professores no período citado, mas a reitoria ainda não repassou as informações necessárias para o cálculo do quantitativo devido. A Seção Sindical aguarda esses documentos e, no último dia 19, enviou nova solicitação à administração da universidade. Foram enviados ofícios em 11 de setembro do ano passado,

em 2 de dezembro e em 19 de março, além de vários e-mails cobrando uma resposta institucional. Além dos pedidos administrativos, mais recentemente a universidade também foi intimada pela Justiça a juntar ao processo esses documentos.

Histórico

Com a criação do Plano

Real, em 1994, a Lei 8.880/94 estabeleceu que os servidores públicos federais teriam toda a inflação reposta do período de julho de 1994 a janeiro de 1995 (25,95%) e que este reajuste seria concedido naquele ano. No entanto, esta reposição não ocorreu de forma integral, restando uma diferença de 3,17% na recomposição dos venci-

mentos. Depois, o Superior Tribunal de Justiça confirmou a decisão do TRF da 2ª Região que reconheceu o direito de os professores receberem os valores referentes ao índice de 3,17% no período de 19 de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 2001, com juros e correção monetária.


24 de novembro de 2014

www.adufrj.org.br

5

UFRJ

Muito mais que moradia Primeira reunião do Fórum de Habitação da universidade reivindica qualidade de vida no Fundão Silvana Sá - 17/11/2014

Mobilidade, segurança e saúde são outros itens da pauta Silvana Sá

silvana@adufrj.org.br

D

iretores da AdufrjSSind, Sintufrj, moradores da Vila Residencial e do Alojamento estudantil compareceram ao Centro de Tecnologia, dia 17, para a primeira reunião do Fórum de Habitação na UFRJ. A iniciativa busca unir os diferentes segmentos e movimentos da universidade em torno de uma pauta comum, composta, além da moradia, pela necessidade de saúde, mobilidade, segurança, atendimento educacional, alimentação e lazer. O item prioritário é a moradia. Ele engloba a imediata regularização fundiária da Vila Residencial, garantindo o uso do solo para esse fim; e a ampliação de oferta de residência estudantil, gratuita e de qualidade, destinada tanto aos estudantes da graduação, quanto aos de pós-graduação.

Fórum de Habitação da UFRJ realizou primeira reunião no dia 17, em sala do Centro de Tecnologia Cláudio Ribeiro, presidente da Seção Sindical, explicou que, embora o Fórum possua uma pauta extensa e de fundamental importância para os trabalhadores e estudantes da universidade, “é preciso organizar as ações”: “Todos os pontos são urgentes e necessários”. Luciano Coutinho, também da direção da Adufrj-SSind, desta-

cou o caráter político do Fórum recém-constituído: “A nossa luta não é institucional, mas no dia a dia. Vamos nos organizar para pressionar a institucionalidade a levar adiante as nossas reivindicações”.

Papel da universidade

Para Ilca Dias, estudante da UFRJ e moradora do alo-

jamento, é preciso discutir o papel da universidade. “É uma vergonha termos uma universidade desse tamanho com seu entorno sofrendo tantas violações de direitos. Não só nas favelas que circundam o campus (Fundão), mas também na Vila Residencial e no Alojamento. O conceito de universidade tem sido desconstruído. Não

dá para pensar em habitação sem as outras pautas que defendemos”, disse. Além de moradia, o movimento exige, na área de saúde, a reabertura da emergência do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e a implementação de um sistema de saúde preventivo em todos os campi. Em transporte, o movimento busca pressionar a reitoria para que o sistema de transporte interno e entre os campi da UFRJ seja mais eficiente, público e gratuito. Há o pedido de abertura de concurso público para o cargo de vigilante, para garantir “uma política autônoma de segurança universitária”. E, ainda, a reivindicação pela implantação de unidades escolares “de atendimento exclusivo à educação infantil e ensino fundamental”. O item “Alimentação” prevê o aumento de Restaurantes Universitários e a ampliação dos horários de funcionamento dos já existentes. O movimento também reivindica a utilização do espaço universitário para lazer de seus moradores, com a implantação de cinema e teatro.

ufrj

Ônibus deixam de circular até a Vila Residencial Filipe Galvão - 19/11/2014

Corte orçamentário afeta a vida na Ilha do Fundão Filipe Galvão

Estagiário e Redação

A

confusão gerada pela troca de empresas (desde 3 de novembro) que prestam o serviço de transporte interno na Ilha do Fundão parece perto do fim. Os letreiros digitais indicando o itinerário (nos primeiros dias, não davam essa informação) estão finalmente funcionando e os usuários começam a se acostumar com a mudança. As evoluções, porém, são tímidas. Todos os 16 novos ônibus contam com sistema de refrigeração, pinturas intactas e funcionários que parecem melhor preparados, mas, aos olhos do público, fica por aí. De resto, mais problemas. Rosinete Ferreira usa os ônibus internos da universidade para chegar ao terminal do fundão, de onde segue para o trabalho. Só que a Procuradoria

fazem manobra na praça do bairro, mas a última parada é dentro do território da UFRJ, na Divisão Gráfica. Rosinete e outras centenas de moradores — entre eles, estudantes e funcionários da universidade — precisarão de pernas fortes para chegar ao ponto onde começam e terminam suas jornadas de trabalho e estudo. A Vila Residencial, de acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura Universitária, é uma ocupação e seus moradores não devem ser beneficiados.

Sem ônibus na madrugada

Redução de custos. Nenhum dos dezesseis novos ônibus funciona na madrugada Federal da UFRJ, a quem foi submetido um Termo de Referência para a troca imediata das empresas, exigiu que os veícu-

los não circulassem mais pela Vila Residencial. “Se não passar mais lá, eu não sei como vai ficar”, diz Rosinete, que é mora-

dora do local há sete anos. O problema é que não há linha municipal que chegue à Vila. Os ônibus internos ainda

Outra condição para a troca é a não circulação das linhas durante a madrugada. O que indica um movimento que a universidade parece querer tornar regra: corte orçamentário. A assessoria de imprensa reforçou que a mudança nas circulações dos ônibus contribuiria para reduzir os custos. Não os custos dos estudantes do alojamento que precisem sair ou voltar de madrugada. Nem os dos funcionários da universidade que vivem na Vila. Não os de Rosinete.


6

www.adufrj.org.br

24 de novembro de 2014

Ebserh

Peixe muito difícil de vender Representante da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares vai ao Fundão para encontro nacional de estudantes de Medicina, fala mil maravilhas da proposta de gestão do governo, mas ouve muitas críticas Elisa Monteiro - 21/11/2014

Debate ocorreu dia 21 Elisa Monteiro

elisamonteiro@adufrj.org.br

A

convite da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem), o coordenador de Gestão de Pessoal da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Ilson Iglésias, participou de uma sabatina com estudantes de todo país durante o feriadão, sexta-feira 21. A atividade foi realizada no Fundão. Diretor da Adufrj-SSind, Romildo Vieira e a coordenadora de Políticas em Saúde da Denem, Roberta Silva de Paola, também compuseram a mesa. Economista formado pela UFRJ, Ilson Iglésias afirmou que os Hospitais Universitários Federais não encontraram políticas de Estado por 40 anos. E avaliou como “muito positiva” a “experiência” da Ebserh. Segundo Iglesias, uma pesquisa contratada junto ao Hospital Sírio Libanês para avaliação de 10 dos 28 Hospitais Universitários que recém-contrataram a Ebserh mostrou que “apenas 30% dos problemas desses hospitais têm a ver com recursos. Os outros 70% passam por mudanças de práticas de organização e gestão”. Ele defendeu, também, a implantação do ponto eletrônico e a redução

Ex-gerente por mais de uma década de bancos como Itaú e Bradesco, Ilson Iglésias (de pé) agora defende a Ebserh. Contudo, alunos de hospitais já administrados pela empresa fizeram diversas críticas do tempo de atendimento e internação do paciente. Em sua visão (ou da Empresa), os HUs desperdiçam estrutura na Atenção Básica, em vez de focarem na média e alta complexidades (que é o seu objetivo maior). O dirigente insistiu na tese de que a Empresa manterá estrutura 100% sem cobrança à população ou privatização de qualquer ordem. E afirmou ainda que a democracia interna será preservada com indicação do superintendente pelo reitor e funcionamento de Conselho com participação da universidade “e da sociedade civil”. O assessor da empresa garantiu que o diálogo é uma marca

da proposta, com discussão profunda do contrato. E livre adesão das universidades.

Empresa recebe críticas de todos os lados

O “panorama de maravilhas” foi questionado pela representação estudantil e sindical. Romildo Bomfim (Adufrj-SSind) e Roberta de Paola (Denem) identificaram o caráter privatizante da empresa pública de direito privado para a Saúde e Educação. “Não é uma privatização clássica, como a Vale do Rio Doce, entregue ao mercado por preço irrisório pelo FHC”, sublinhou Romildo, “mas quando indica

no seu artigo 8º como fontes de recurso: prestação de serviços; aplicações financeiras e; acordos e convênios como recursos, indica, sim, abertura à privatização”. Romildo destacou que a pressão empresarial sobre os HUs não são de hoje: “Em 2003, (o exdiretor do HUCFF) Amâncio Carvalho já assinava convênios com a Amil, tendo como contrapartida algumas reformas pontuais em certos andares do hospital. E como o colega da Ebserh, que é economista, sabe, no mercado não existe jantar grátis”. Romildo criticou a proposta de redução do tempo de atendimento dos estudantes a pacien-

tes. “Os Hospitais Universitários são unidades de ensino, pesquisa e extensão. O tempo corresponde ao ethos do Hospital que não é um hospital geral. O aligeiramento dos atendimentos corresponde a uma demanda do mercado”. Além de frisar que não há aporte de recurso novo para as instituições que aderirem à Empresa, Romildo relatou uma recente observação do reitor da UFRJ, Carlos Levi, antes sempre favorável à Ebserh, afirmando que as notícias dos reitores que contrataram a empresa “é que os recursos não estão chegando”. Roberta de Paola (Denem) definiu a Ebserh como “privatização às escuras”. E, para os estudantes, o problema democrático está entre os mais graves: “Na minha universidade, a aprovação foi a portas fechadas. No Paraná, a votação foi pelo telefone. No Pará, por e-mail. Na maioria das universidades em que foi assinado contrato, não houve respeito à opinião popular. Em Campina Grande, mesmo com Conselho Universitário contra, o reitor assinou”. Roberta destacou ainda a ausência de conselhos de gestão. “Embora não fosse paritário, antigamente tínhamos (antes da aprovação da Ebserh) um espaço para palpitar sobre o hospital. Agora, quando podemos estar, é apenas para ouvir”. E frisou que uma estrutura “hierárquica” centralizada em Brasília não atende às especificidades de “um país grande como o nosso”.

consciência negra

Seminário discutiu racismo no Brasil Evento ocorreu no auditório do CT Filipe Galvão

Estagiário e Redação

O

poste com a cabeça salgada de Zumbi no meio da Praça da Igreja do Carmo traiu Caetano de Melo de Castro. O governador de Pernambuco que moveu mundos e fundos até destruir o Quilombo dos Palmares montou a cena para amedrontar os negros subversivos e desmontar o mito da imortalidade de seu líder. Não deu certo. Zumbi eternizou-se, virou símbolo de resistência e o dia de sua morte, 20 de novembro, é comemorado como o Dia da Consciência Negra. Aproveitando a data, a Próreitoria de Pessoal organizou um

ciclo de debates. De 10 a 18 de novembro, a comunidade universitária discutiu não só essa questão, mas também as que tratam sobre identidade e gênero. O problema racial tomou como ponto de partida o campo da psicologia. Participaram da mesa, no dia 14: Maria da Conceição Nascimento, do Conselho Regional de Psicologia (CRP-RJ); Luciene da Silva Lacerda, professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ; e Terezinha Martins, professora da UniRio. Psicólogas e negras, todas as três. Conceição lembrou que foi a atuação dos movimentos sociais, forçando a quebra dos mitos, o que levou a psicologia a participar da discussão de temas como racismo, homofobia, transfobia e sexismo. “Refletir a ausência do tema ‘racismo’ na psicologia é uma das questões mais fundamentais para

a compreensão dos processos de exploração e dominação instalados na sociedade brasileira”, diz.

Racismo à brasileira

As ausências e silêncios são próprios do que Conceição chamou de “racismo à brasileira”. Um exemplo: a primeira resolução no Conselho Federal de Psicologia dispondo sobre a atuação do psicólogo em relação ao preconceito e discriminação racial surge em 2002, 31 anos depois do reconhecimento da profissão no país. O silêncio e a negação são fundamentais para que o mito da democracia racial continue condicionando a exploração e segregação da população negra brasileira. “O racismo é um elemento institucional e determina a distribuição espacial e social do negro. Não se trata só de discurso. Os negros ocupam os lugares mais

precários da vida social não só por herança da escravidão, mas pelo resultado de um conjunto de práticas que condicionam a segregação classista e racial”, analisa Conceição.

Marx, o polêmico

A leitura de Terezinha é próxima, mas outra. Foi ela quem adensou o debate e condicionou o tema ao modo de funcionamento do capitalismo. A professora lê a questão a partir do marxismo, tema polemizado dentro do movimento negro pelo dissidente cubano financiado pela Fundação Ford, Carlos Moore. Moore é famoso por sua campanha de difamação da Revolução Cubana por atribuir uma suposta genética racista ao pensamento marxista. A psicóloga da UniRio discorda. Ao contrário do cubano, Terezinha diz que o método de Marx permite a leitura

correta das opressões. “A sociedade capitalista se organiza em torno do eixo central da exploração e é em torno desse eixo que se constroem as opressões de gênero, de raça”, afirma. Em cima da dinâmica social concreta é que se constroem as concepções afetivas do outro para que as práticas segregacionistas sejam aceitas. O racismo não precede o capitalismo, ao contrário, ele é cria desse. Segundo a professora marxista, o sentimento de racismo é posterior à formulação e práticas de exploração. Terezinha ainda criticou a linha de combate que exclui a totalidade social e se pauta unicamente na psique e reformulação das consciências: “A queda do racismo não se dará através de reformulações morais, a mudança subjetiva é insuficiente”. A cabeça salgada de Zumbi concorda.


24 de novembro de 2014

www.adufrj.org.br

Painel Adufrj Fernando Frazão/Agência Brasil - 20/11/2014

‘Bacanas’ contrariados

Imagem rara. Sem teto de São Gonçalo prova sua quentinha na orla da zona sul O impulso segregacionista é excrescência atávica do país de origem escravocrata. Ele é latente em camadas racistas da sociedade brasileira. E prolifera, pornograficamente, em segmentos da classe média de grandes centros que sonham um dia ser convidados para o grande banquete da classe dominante. Na quintafeira 20, o barraqueiro da praia do Leblon, Leonardo

Paixão, foi direto ao ponto. “Os bacanas não gostam disso”. Era um dia lindo, de sol e céu azul. Mas, com a chegada do pessoal de São Gonçalo, muitos banhistas daquela área definida como nobre se retiraram. A presença de cerca de 500 pessoas organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, o MTST, na orla da zona sul do Rio, foi o ponto alto da semana na qual se comemorou o Dia

Canteiro permanente

O BRT Transcarioca foi inaugurado, no início de outubro, mas permanece ali, entre o alojamento e a Educação Física, um enorme canteiro de obras (foto) do corredor expresso. O prefeito da UFRJ, Ivan Carmo, explica que a área agora vai auxiliar a construção do BRT Transbrasil (ligação entre o bairro de Deodoro e o Centro do Rio). Informação cultural: este BRT só deve ficar pronto em 2017.

Vida de Professor

da Consciência Negra. A manifestação criativa reuniu o povo da exOcupação Zumbi dos Palmares, que desenvolve uma luta por moradia em São Gonçalo, o município mais populoso do estado, depois da capital. Trabalhadores e suas famílias mostraram, com vigor político, que segregação e opressão social se confundem e a luta, nas ruas e nas ocupações, é o caminho. Samantha Su - 13/11/2014

DA REDAÇÃO

Indígenas sob ataque Durante a Assembleia Geral da AdufrjSSind, dia 17, Gerson Luiz Marinho (EEAN) fez um relato sobre sua participação no Seminário Nacional Sobre Povos Indígenas do Andes-SN realizado dia 14, na sede do Sindicato Nacional, em Brasília. No encontro, docentes de origem indígena expressaram

grande preocupação com a indicação do nome da senadora ruralista Kátia Abreu (PMDBTO) para a pasta da Agricultura (o que se confirmou no último dia 21), no segundo mandato da presidenta Dilma Roussef. Gerson falou ainda sobre os ataques à saúde indígena e a expansão da privatização sobre seus territórios.

CPPD homologada

Carreira: mais prazo

O Consuni do dia 13 referendou o resultado das eleições para representantes das classes da Carreira do Magistério Federal na Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD).

A pedido do polo Xerém, a UFRJ resolveu estender por mais 30 dias o prazo (era até 18 de novembro) para que as congregações de unidades, os conselhos de coordenação de centro ou colegiados equivalentes enviem suas regulamentações internas da resolução do Consuni (nº 08/2014) sobre progressão na carreira. O Conselho resolveu que o benefício deveria ser para toda a comunidade.

Ebserh ameaça O Conselho Universitário da UFF ameaça votar, nesta quarta-feira, dia 25, a adesão à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

Perfil do graduando Desde 18 de novembro, a UFRJ promove uma pesquisa destinada a conhecer o perfil socioeconômico e cultural de seus alunos de graduação. O objetivo é aprimorar as políticas de assistência estudantil. Um questionário estará disponível até 18 de dezembro no site www.perfil.ufu.br e permitirá que a reitoria conheça melhor, além do perfil econômico do aluno, dados sobre vida acadêmica, moradia, trabalho e renda, família, saúde e qualidade de vida, e dificuldades enfrentadas por eles em suas rotinas acadêmicas. Para responder à pesquisa, cujo preenchimento demanda cerca de 30 minutos, o graduando deverá acessar a página e identificar-se com seu número de CPF. O perfil do alunado será divulgado posteriormente, para toda a universidade. Diego Novaes

7


8

www.adufrj.org.br

24 de novembro de 2014


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.