Jornal aduff junho1 2015 internet

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Associação dos Docentes da UFF

ADUFF SSind

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CSP-Conlutas faz 2º congresso e reafirma polo alternativo e sem amarras com governos

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Senado limita segurodesemprego e pensão logo após Câmara aprovar shopping de 1 bi

Seção Sindical do ANDES-SN Filiado à CSP/CONLUTAS

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Greve continua Estudantes na ocupação da Reitoria

Luiz Fernando Nabuco

Pressão sobre a reunião do CEP

Polícia Federal no Gragoatá

Na maior assembleia da greve, docentes da UFF reafirmam necessidade da mobilização ‘ocupar’ os campi e as ruas para forçar o governo a negociar, combater os cortes no orçamento da Educação e afastar a ameaça de reajuste zero

ATIVIDADES DA GREVE 11 de junho

atos nos campi e ida à Reitoria

17 de junho

Assembleia geral de greve Assembleia, que não coube no auditório da Economia, mantém greve docente na UFF


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Editorial

Greve na UFF

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ouco menos de duas semanas, em da da universidade nos últimos anos. 28 de maio de 2015, iniciamos a Uma expansão em que a abertura de novas vagas para estudantes de graduparticipação da UFF na greve nacioação precedeu a construção da infranal dos docentes das Instituições Feestrutura necessária para recebê-los derais de Ensino. Conosco estão os e a contratação dos novos docentes servidores técnico-administrativos de e técnicos capazes de proporcionarmais de 50 instituições, os estudantes -lhes condições dignas para um ensiem muitas delas e os docentes de pelo no de qualidade. O quadro atual, avamenos 24 Seções Sindicais (segundo liado nas várias assembleias gerais de os dados do dia 5 de junho). docentes realizadas desde março, é o Na UFF, a greve está sendo marde uma situação insustentável, porque cada em seus primeiros dias por uma faltam não apenas os prédios novos e intensa atividade do movimento estuos docentes para garantir dantil, especialmente em NiteO primeiro a expansão, mas está rói, e pela mobilização em colocada tamescalão da área escala até aqui inédita bém a ausência econômica do governo de servidores docende recursos tes – em conjunto começou falando em medidas para garancom os técnicotemporárias que poderiam ser tir a manu-administrativos flexibilizadas no fim deste ano, tenção míe estudantes – das mas agora já anuncia dois anos de nima da esunidades fora da trutura hoje “austeridade” (...). O momento é sede. Lamentavelexistente. mente, a insensi- difícil, mas a luta contra o corte de Sem dúvibilidade do gover- verbas e a retirada de direitos da a greve se faz no em relação à nossa não pode esperar mais nem em um momento um dia pauta encontrou equivadifícil, em função do lente na postura repressiva asquadro interno às instisumida pela administração central da tuições (graus diferentes de crise com UFF face às mobilizações. a expansão dos últimos anos e o atuA força da greve em nossa univeral corte de verbas, calendários letivos sidade expressa uma reação ao procesainda impactados pela greve de 2012 so de crise financeira vivida pela instiem algumas instituições, entre outros tuição nos primeiros meses deste ano, fatores), mas principalmente pela incrise esta que escancarou as contraditenção declarada e já em curso do goções do processo de expansão aceleraverno federal de cortar despesas com

políticas públicas (como o corte de quase 10 bilhões no orçamento da educação) e evitar reajustes salariais do funcionalismo. Sabemos, porém, que o “ajuste fiscal” não foi concebido para ser passageiro. O primeiro escalão da área econômica do governo começou falando em medidas temporárias que poderiam ser flexibilizadas no fim deste ano, mas agora já anuncia dois anos de “austeridade”. Pelos exemplos vividos por nós em outros momentos recentes (como os anos 1990), assim como pelo que se observa hoje no Sul da Europa, sabemos também que tais políticas resultam inexoravelmente em recessão, desemprego e queda do poder aquisitivo da maioria da população. A garantia da rentabilidade ca-

pitalista – especialmente do sistema financeiro - passa pela capacidade do Estado de transferir cada vez mais recursos públicos (retirados das políticas sociais) para o pagamento da dívida, enquanto a retirada de direitos rebaixa o custo da força de trabalho, como contrapartida à queda da taxa de lucro na produção. Ou seja, o momento é difícil, mas a luta contra o corte de verbas e a retirada de direitos não pode esperar mais nem um dia. O mês de agosto é o limite para que possamos interferir no orçamento de 2016. Muito mais difícil será a vida universitária nos próximos anos se não conseguirmos deter o avanço das políticas destrutivas em curso. Fortalecer a greve! A hora é agora!

Agenda de atividades JUNHO 11 - Ato unificado de docentes, discentes e técnico-administrativos da UFF, com atividades em Niterói e nas unidades fora da sede. 12 - Dia Nacional dos Apaixonados pela Educação Pública: ato em conjunto com técnicoadministrativos, estudantes, docentes da educação básica e das universidades com o mote: “Educação Pública: namore esta ideia e assuma um compromisso”. 17 - Assembleia Docente, às 15h, no auditório da Economia/ Bloco F – Campus do Gragoatá, para avaliação da greve. Professores de unidades fora de sede podem pedir reembolso da passagem com transporte à seção sindical. AGOSTO 13 a 16 - 60º Conad - Conselho do Andes-SN com o tema “Atualização da luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, da liberdade de organização sindical dos docentes para enfrentar a mercantilização da educação”, em Vitória (ES).

Presidente: Renata Vereza – História/Niterói • 1º Vice-Presidente: Gustavo França Gomes­– Serviço Social/Niterói • 2º Vice-Presidente: Juarez Torres Duayer – Arquitetura • Secretário-Geral: Elizabeth Carla Vasconcelos Barbosa – PURO • 1º Secretário: Isabella Vitoria Castilho Pimentel Pedroso – COLUNI • 1º Tesoureiro: Wanderson Fabio de Melo – PURO • 2º Tesoureiro: Edson Teixeira da Silva Junior – PURO • Diretoria de Comunicação (Tit): Paulo Cruz Terra – História/Campos • Diretoria de Comunicação (Supl): Marcelo Badaró Mattos – História/Niterói • Diretoria Política Sindical (Tit): Sonia Lucio Rodrigues de Lima – Serviço Social/Niterói • Diretoria Política Sindical (Supl): Wladimir Tadeu Baptista Soares – Faculdade de Medicina • Diretoria Cultural (Tit): Ceila Maria Ferreira Batista – Instituto de Letras • Diretoria Cultural (Supl): Leonardo Soares dos Santos – História/Campos • Diretoria Acadêmica (Tit.): Ronaldo Rosas Reis – Faculdade de Educação • Diretoria Acadêmica (Supl): Ana Livia Adriano – Serviço Social/Niterói

Biênio 2014/2016 Gestão ADUFF em Movimento: de Luta e pela Base

Editor Hélcio L. Filho Jornalistas Aline Pereira Lara Abib

Projeto Gráfico Luiz Fernando Nabuco Diagramação Gilson Castro

Imprensa imprensa.aduff@gmail.com Secretaria aduff@aduff.org.br

Sítio eletrônico www.aduff.org.br Facebook facebook.com/aduff.ssind

Twitter twitter.com/aduff_ssind Impressão Forma Certa (10.000 exemplares)

Rua Professor Lara Vilela, 110 - São Domingos - Niterói - RJ - CEP 24.210-590 Telefone: (21) 3617.8200


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Dilma corta pensões e benefícios para pagar juros Numa semana de protestos contra cortes de direitos, Senado atende governo e aprova MPs do ‘ajuste fiscal’ para fazer superávit primário Da Redação da Aduff

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enos de duas semanas separam a aprovação pelos deputados federais da construção de shopping anexo à Câmara, ao custo de R$ 1 bilhão, da votação em que os senadores ratificaram a medida provisória já aprovada na Câmara que faz com que, num exemplo hipotético, uma viúva com menos de 44 anos, cujo companheiro contribuísse com a Previdência Social sobre um salário mínimo há três décadas e meia, deixe de fazer jus à pensão vitalícia. A MP 665 muda radicalmente o direito à pensão por morte de cônjuge no Brasil, inclusive para servidores federais. A pensão vitalícia passa a só ser concedida a quem possuir 44 anos ou mais de idade. Viúvas ou viúvos com menos de 22 anos deixam de ter acesso ao benefício. A medida foi aprovada pelos senadores a dois dias das manifestações nacionais convocadas pelas centrais sindicais em defesa de direitos atacados por projetos e medidas que estão no Congresso - caso das medidas do ‘ajuste fiscal’ e do PL 4330 (terceirização). Na semana anterior, os senadores já haviam aprovado as restrições ao acesso ao seguro-desemprego, abono-salarial e seguro-defeso - bene-

fícios com peso relativo elevado no orçamento das camadas com salários mais baixos. Professores da UFF em greve participaram da passeata unifica-

da no centro do Rio que marcou os protestos de 29 de maio no Rio. Os manifestantes denunciaram que ao aprovar tais medidas o governo Dilma (PT) transfere recursos públicos

que seriam destinados aos trabalhadores para o setor financeiro e empresarial privado, por meio do pagamento de juros e amortizações das dívidas públicas. Zulmair Rocha

Passeata dos movimentos sociais e centrais sindicais no dia 29, no Rio

CSP-Conlutas: unir os trabalhadores para defender direitos ameaçados

Professores da UFF participaram do 2º Congresso da Central Sindical e Popular, que ocorreu em Sumaré, no interior paulista Por Hélcio Lourenço Filho Enviado a Sumaré (SP)

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oram quatro dias de painéis, debates em grupos, votações no plenário, polêmicas e consensos que reuniram 2.639 pessoas credenciadas, de 24 estados mais o Distrito Federal. Entre elas, 11 professores em greve da UFF, eleitos na assembleia convocada pela Aduff-SSind. Delegações estrangeiras das Américas, da Europa, da África e da Ásia davam o tom internacionalista do evento. O 2º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, a Central Sindical e Popular, aprovou resoluções que reafirmam a necessidade de fortalecer um polo alternativo de esquerda que se contraponha tanto à atuação sindical vinculada a governos e patrões, quanto a setores reacionários e de direita que ganharam visibilidade no último período. Demonstrar que a polarização

‘PT x PSDB’ é falsa foi uma das tarefas apontadas. Assim como chamar a unidade das organizações dos trabalhadores pela construção de uma greve geral que pare o país contra as medidas de ‘ajuste fiscal’, adotadas tanto pelo governo Dilma, quanto por governadores nos estados. Os trabalhadores não devem pagar pela crise, afirmaram os congressistas. Os debates travados nos painéis temáticos foram pontos altos do congresso. Os do campo, do combate às opressões (racismo, machismo e homofobia) e dos movimentos sindicais e organização de base emocionaram. Talvez o mais emblemático tenha sido o que reuniu representantes de algumas das mobilizações sindicais mais expressivas dos últimos anos – alguns deles demitidos por isso. Parte dessas lutas foi desencadeada após as bases atropelarem direções sindicais ‘pelegas’. Estavam lá

Plenária do congresso da CSP-Conlutas, em Sumaré os rodoviários da greve de 15 dias de Porto Alegre (RS), os garis demitidos da Comlurb do Rio, operários terceirizados do Comperj, também do Rio, educadores do Paraná ainda em greve e os metroviários demitidos pelo governo de São Paulo após a paralisação do ano passado. “Foi na greve que eu conheci a CSP-Con-

lutas”, disse Afonso, rodoviário de Porto Alegre. “Este congresso mostra que a classe trabalhadora não está morta”, resumiu o operário Alexandre, do Comperj. *Mas sobre a cobertura do congresso na página da Aduff na internet e na próxima edição deste jornal.


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Em assembleia lotada, docentes mantêm greve na UFF Lara Abib Da Redação da Aduff

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eunidos na maior assembleia da categoria desde o início da greve, no dia 28 de maio, os professores da UFF votaram pela manutenção e ampliação da greve docente na instituição federal de ensino. Foram 217 votos a favor da manutenção contra 168 pelo encerramento da greve. Um professor se absteve. A avaliação da maioria dos presentes é que este é o momento de fortalecer o movimento grevista internamente e nacionalmente, forçando o governo federal a abrir as negociações. Até agora, mesmo com 24 seções sindicais em greve, o governo não sentou para negociar e nem apresentou qualquer proposta à categoria. Também não faltaram críticas ao ajuste fiscal e nem exemplos de como o corte de R$ 9,4 bilhões na Educação afetam, concretamen-

te, a universidade. Os docentes favoráveis à greve ressaltaram que o corte no orçamento, que na UFF chega a R$ 20 milhões, inviabiliza a continuação dos trabalhos e dos estudos na instutição. A despeito da greve, se a redução do orçamento for mantida, a universidade irá parar, afirmaram. Vale ressaltar que os trabalhadores terceirizados na UFF estão novamente com os salários atrasados. Realizada na terça-feira, dia 9 de junho, e marcada para acontecer no auditório da Faculdade de Economia, no Gragoatá, a assembleia teve que ser relocada para o pilotis do Bloco E devido ao número de professores. O auditório reservado, um dos maiores da universidade, não comportava todos os presentes – 420 docentes assinaram alista de presença. A próxima assembleia geral da categoria será realizada no dia 17 de junho (quarta-feira). Horário e local ainda serão definidos, mas o Comando

Luiz Fernando Nabuco

Próxima assembleia geral será dia 17 de junho; greve terá calendário de atividades para ‘ocupar’ campi

Assembleia no dia 9: greve continua para pressionar o governo Local de Greve (CLG) docente já antecipou, durante a assembleia, que irá solicitar à administração central da universidade o Cine Arte UFF para isso. A assembleia também deliberou pela construção de atos públicos simultâneos, em Niterói e nas unida-

des fora da sede, no dia 11 de junho (quinta-feira). Em Niterói, o ato culminará com a ida à reitoria para a reapresentação e entrega da pauta interna dos docentes. A categoria também quer que a administração da UFF mantenha acordo firmado com os estudantes e realize a reunião

de negociação entre a reitoria e os comandos de greve dos três segmentos. Deliberou, por fim, pela construção de um calendário de atividades de greve dentro do espaço da universidade, ampliando o esclarecimento e a mobilização em torno das pautas do movimento.

Luiz Fernando Nabuco

CEP ignora movimento grevista e mantém calendário acadêmico

O reitor Sidney Mello, na sessão do CEP: pressão para suspender calendário

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Conselho de Ensino e Pesquisa da UFF ignorou a reivindicação dos três segmentos em greve e votou contra a suspensão do calendário acadêmico.

A convocação da sessão extraordinária, no dia 1º de junho, tendo como pauta única a suspensão do calendário, foi um dos compromissos do reitor Sidney

Mello com o movimento estudantil e que levou à desocupação da Reitoria, que durou três dias. Embora pautada pelos estudantes, a reivindica-

ção tem o apoio dos técnicos-administrativos e dos docentes – definidos em assembleias. A suspensão do calendário é uma forma de proteger os estudantes que aderem à greve estudantil, para que não sofram constrangimentos e pressões de professores e da própria estrutura administrativa da universidade. Também permitiria aos conselheiros do CEP e dos gestores da universidade reconhecerem a legitimidade da greve dos três segmentos e se somarem à luta contra os cortes no orçamento da educação promovidos pelo governo federal em nome do “ajuste fiscal”. “Se a própria reitoria diz que o problema da UFF é de falta de dinheiro e que a culpa é do corte orçamentário, então é dever de toda

a universidade, inclusive dos gestores, lutar contra essa política de ajuste fiscal e de desmonte das universidades públicas”, criticou a estudante Juliana Costa, do Serviço Social.

Reitoria diz que corte no orçamento da UFF chega a R$ 20 mi em 2015 De acordo com o pró‑rei‑ tor de Gestão de Pessoas, Tulio Franco, em entrevis‑ ta para “O Globo”, o Minis‑ tério da Educação reduziu em 30% os repasses de verbas de custeio da uni‑ versidade, gerando um dé‑ ficit mensal de cerca de R$ 4 milhões. Tulio admite que o corte está afetando a universidade e que falta dinheiro até para a compra de itens básicos como pa‑ pel higiênico.


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Luiz Fernando Nabuco

Comandos de greves criticam Reitoria por usar polícia contra piquete

Reivindicações da greve Pontos da pauta conjunta com servidores federais 1. Política salarial permanente com correção das distorções e reposição das perdas inflacionárias (aumento salarial de 27,3% e data base em 1º de maio); 2. Paridade Salarial entre ativos e aposentados; 3. Retirada dos projetos do congresso nacional que atacam os direitos dos servidores e comprometem o direito a pre‑ vidência social; 4. Afirmação de Concurso Público pelo Regime Jurídico Único e o fim da terceirização; 5. Pela revogação do Funpresp (Fundo de Previdência Com‑ plementar do Servidor Público) e da Ebserh (Empresa Bra‑ sileira de Serviços hospitalares);

Policiais federais e militares no piquete do Gragoatá para enfrentar estudantes

Reitoria chama polícia contra piquete e não acompanha operação, que poderia ter tido desfecho violento contra estudantes Da Redação da Aduff

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Luiz Fernando Nabuco

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decisão da Reitoria da UFF de chamar a polícia para retirar estudantes do piquete na entrada do campus Gragoatá, em Niterói, repercutiu mal entre os três segmentos da universidade. Todos condenaram a atitude do reitor Sidney Mello, que não designou ninguém da administração sequer para acompanhar a operação das Polícias Federal e Militar. A ação policial, com base em liminar concedida à reitoria, ocorreu na terça-feira (2) e foi marcada por um clima tenso. Temia-se desfecho violento que colocasse em risco a integridade física dos alunos. A atuação dos professores, porém, ajudou a evitar que isso ocorresse. Em nota, a reitoria alega que “a interdição de

campus” significa uma “clara subtração do direito constitucional de ir e vir”. A operação policial aconteceu no dia seguinte ao cancelamento por parte do reitor da reunião que teria com os comandos de greve dos três segmentos (ver mais à página 7). Essa parte debaixo, corta. E vê se consegue aumentar um pouco a foto debaixo na altura, acordada no termo que pôs fim à ocupação da reitoria pelos estudantes. A reunião foi desmarcada sob o falso argumento, exposto em nota oficial, de que a reitoria teria sido reocupada pelos alunos, o que não ocorreu.Em nota, o Comando Local de Greve dos docentes condenou a atitude do reitor e disse que os estudantes são patrimônio e razão de ser da universida-

de. “Os fatos demonstram que a reitoria optou deliberadamente por abandonar o caminho das soluções negociadas e resolveu tratar os movimentos organizados pela via repressiva. A Assembleia Geral dos docentes não deliberou por fazer uso dos piquetes, mas pelo caminho das atividades de ocupação e mobilização no interior dos campi, porém respeitamos a autonomia do movimento estudantil para definir as formas de apresentar suas demandas”, diz trecho do documento que, mais adiante, conclama “a administração central a tomar o caminho da negociação política, cumprindo com a palavra empenhada no acordo com os estudantes e remarcando as reuniões com os comandos de greve e terceirizados”.

Alguns dos pontos da pauta do Andes-SN 1. Defesa do caráter público da universidade (contra a tercei‑ rização, a contratação de professores via OS e os cortes no orçamento); 2. Condições de trabalho: • Abertura de concursos para docentes e técnicos administrativos • Liberação imediata de verba para finalização das obras 3. Garantia de autonomia universitária; 4. Reestruturação da carreira docente; 5. Valorização salarial de ativos e aposentados.

Alguns dos pontos da pauta interna de reivindicação da UFF* 1. Apresentação imediata de cronograma para finalização das obras já iniciadas, bem como para a realização de obras pre‑ vistas no projeto original da expansão; 2. Transparência nas contas da UFF, com abertura de todos os convênios, contratos – incluindo as terceirizações – e cus‑ tos das obras de expansão; 3. Não criminalização das lutas dos docentes, discentes, ser‑ vidores e terceirizados, garantindo a esses últimos o paga‑ mento de seus salários e a responsabilização da Universi‑ dade sobre seus contratos; 4. Garantia de plena gratuidade das atividades de ensino (gra‑ duação e pós-graduação), pesquisa e extensão. 5. A não adesão do Hospital Universitário Antonio Pedro à Ebserh; 6. Definição do Colégio Universitário como uma Unidade da UFF, com eleição direta para diretor e realização de concur‑ so público para professores efetivos do quadro do Coluni e Creche; 7. Debate democrático e efetivo sobre o Plano de Desenvolvi‑ mento Institucional e o estatuto da UFF; 8. Reposição das vagas de docentes aposentados e falecidos (desde a década de 1990) para além das vagas originadas pelo Reuni;

EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA E GRATUITA Contra o corte de 9,4 bilhões da educação * A pauta completa pode ser acessada no site (www.aduff.org.br) e no blog (http://grevedauff2015.blogspot.com.br/). Esta pauta está permanentemente aberta para inclusão de novas demandas pelos professores.

Delegado da polícia federal lê o mandado, cercado por estudantes e professores


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NOTAS DA ADUFF O clima esteve tenso durante a ação da Polícia Federal contra os estudantes na entrada do campus Gragoatá, em Niterói. Fisionomias preocupadas expressavam o temor de um desfecho violento que colocasse em risco os alunos. Mas a ação beirou o cômico quando um dos policiais investiu de toda a sua autoridade para mandar... todo mundo sair da grama. Sobrou até para o fotógrafo da Aduff.

Biscoito

Unir os federais na greve Reunidos na Setorial dos Federais, no 2º Congresso da CSP-Conlutas, servidores aprovaram declaração de apoio às greves nas instituições federais de ensino e no Judiciário Federal. Também definiram uma série de propostas a serem levadas ao Fórum dos Federais, que reúne

as entidades nacionais do funcionalismo. Como a de que todos os demais setores entrem em greve a partir do dia 1º de julho, com realização de um dia nacional de protestos nesta data. Vão defender ainda a realização de uma reunião ampliada dos servidores em Brasília no dia 28 de junho. Luiz Fernando Nabuco

O verde e o bruto

Não vou

Luta e ternura

Para quem precisa Vem pra Caixa O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocupou mais de 15 agências da Caixa Econômica Federal em 29 de maio, quando ocorreu o Dia Nacional de Paralisação e Manifestações, convocado pelas centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas, a Intersindical e a CUT. Os integrantes do MTST se manifestaram contra o ajuste fiscal do governo federal, que retira verbas da saúde, da educação e de investimentos em programas sociais. Houve ações em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Goiás e Tocantins. Em São Paulo, foram sete ocupações de agências da CEF.

Sem jubilação O Conselho Superior do Colégio Pedro II aprovou o fim da jubilação de alunos. A decisão é um marco na história da centenária instituição de ensino federal e era defendida pelo sindicato dos servidores e por estudantes por ser considerada socialmente inclusiva. “Estou imensamente feliz”, disse a pedagoga Alessandra Pio, nas redes sociais.

Não é Plano Levy “Eu acho injustas [as críticas ao Levy] porque [o ajuste fiscal] não é responsabilidade exclusiva dele, não se pode criar um Judas” – recado da presidente Dilma (PT) aos petistas, às vésperas do congresso do partido.

Terceirizados Representando o Comitê Gestor da UFF, o pró-reitor de pessoal, Túlio Franco, disse aos estudantes na ocupação do dia 27, que a situação dos funcionários terceirizados estava em dia. Mencionou haver problemas apenas com uma das empresas, a VPAR. Trabalhadores afirmam que nem todos receberam o pagamento referente ao 13º e que o depósito dos valores do vale‑refeição também não foi regularizado ainda.

O reitor da UFF, Sidney Mello, não atendeu aos apelos para que a Reitoria enviasse algum representante ao Gragoatá para acompanhar a ação policial sobre o piquete dos alunos. Foram os professores que mediaram a operação e atuaram para que tudo terminasse sem gotas de sangue na entrada do campus.

A professora francesa Nara Cladera, do Solidaires, disse que duas coisas lhe impressionaram no congresso da CSP-Conlutas: os textos e espaços dedicados à defesa de atuações internacionais da classe trabalhadora e a forma como os brasileiros acolheram as delegações estrangeiras. “Na França não conseguiríamos retribuir isso”, disse.

Enquanto conversavam com os representantes da administração central da UFF, durante a ocupação dos estudantes ao prédio da reitoria, um aluno “presenteou” Túlio Franco, pró-reitor de Pessoal, e José Rodrigues, chefe de gabinete, com pacotes de biscoitos. A atitude foi em protesto a falta de café da manhã na moradia estudantil. Ambos prosseguiram com a conversa segurando, meio sem jeito, o presente recebido.

Professores da UFF contra violência na Uerj Reunidos em assembleia no campus da Uerj no Maracanã, estudantes souberam da desocupação da Favela Metrô-Mangueira, na noite do último dia 28 e, em solidariedade, foram ao local. Tratores da prefeitura já destruíam as primeiras casas. Moradores e comerciantes, com apoio dos alunos, resistiram à ação e foram reprimidos pela Tropa de Choque da PM. Os estudantes, em busca de proteção, retornaram ao campus, mas encontraram as portas fechadas e foram reprimidos por seguranças da Uerj, inclusive com jatos de água. Assembleia dos Docentes da UFF, em 1º de junho, aprovou moção de solidariedade aos discentes e contra a criminalização dos movimentos sociais. “Ressaltamos que a saída para a grave crise que vivenciamos na sociedade e na universidade de-

O professor Mauro Iase, da UFRJ, defendeu durante o 2º Congresso Nacional da CSP-Conlutas a imediata extinção dos processos contra ativistas processados por participar dos atos que questionaram a Copa do Mundo no Brasil, em 2014. As recentes prisões do ex-presidente da CBF, osé Maria Marins, que à época ocupava o cargo, e de outros dirigentes da Fifa, entidade máxima do futebol, mostram a quem a cadeia serve.

Fome As filas para as refeições no 2º Congresso da CSP-Conlutas em Sumaré (SP) eram, em determinados momentos, gigantes e desanimadoras. Mas a rapidez com que andavam em função do trabalho dos empregados da Estância da Árvore – local ligado a igrejas evangélicas – impressionava.

É isso

ve ser buscada por meio da organização dos que defendem a ‘coisa pública’ e os direitos duramente conquistados pelos trabalhadores”, diz a nota.

Eleita prometendo não privatizar, Dilma aposta nas privatizações de estradas, ferrovias, portos e aeroportos, que chama de ‘concessões’, para impor a ‘agenda positiva’


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Reitoria não cumpre acordo com estudantes que pôs fim a ocupação Ocupação da reitoria marcou início da greve estudantil início da greve estudantil foi marcado pela ocupação, na véspera, da Reitoria. Durante três dias, de 27 a 29 de maio, os estudantes se mantiveram ali até que o reitor da UFF, Sidney Mello, concordou em assinar um termo de acordo com seis itens, dentre eles o compromisso de se reunir com os comandos de greve dos três segmentos e com os terceirizados. A reitoria, no entanto, quebrou o acordo que firmara. Anunciou que as reuniões estavam canceladas porque os estudantes haviam voltado a ocupar o local. Isso, porém, não aconteceu. O máximo que os

O Comando Local de Greve dos professores repudiou em nota essa posição. “O que espera a reitoria com esse tipo de atitude? Provocar os setores em gre-

Luiz Fernando Nabuco

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estudantes fizeram foi realizar uma assembleia nos jardins da reitoria e depois deixar o lugar. A reitoria não se retratou sobre isso e tampouco convocou nova reunião.

Estudantes ocupam o prédio da Reitoria, no início da greve discente

ve, apostando em uma confrontação desnecessária? Criar pretextos para seguir com sua lógica de judicializar os conflitos mais comuns na vida da universidade e criminalizar os movimentos representativos da comunidade universitária? Ou fugir do debate com os comandos de greve?”, diz trecho do documento O acordo firmado pelos estudantes com o reitor previa ainda o pagamento imediato das bolsas estudantis e reabertura do bandejão da Praia Vermelha após o término da greve. “Respeito o movimento estudantil, participei do movimento estudantil”, disse Túlio Franco, pró-reitor de Pessoal, aos jovens durante a ocupação. Não foi isso, porém, que a reitoria demonstrou ao desrespeitar o acordo e usar uma ocupação imaginária para isso.

O TEMA É GREVE

Greve nas universidades federais Arley Costa Professor do curso de Psicologia da UFF em Volta Redonda

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á um desmonte do serviço público em andamento. Saúde e educação são alvos prioritários desse processo por serem áreas que permitem ganhos econômicos fantásticos àqueles que transformam esses direitos em mercadorias. Mesmo o mais ativo defensor do governo sabe disso: pode negar, mas sabe! Não reconhece publicamente, mas sabe! Discorda a plenos pulmões, mas sabe! Exatamente por isso, não há possibilidades de negar as razões para a greve nas universidades federais. O documento do Banco Mundial intitulado “La enseñanza superior: las lecciones derivadas de la experiencia” aponta os caminhos desse desmonte do setor público, enquanto fortalece a iniciativa privada. Esse processo esteve em curso com Fernando Henrique Cardoso e ganhou novas formas com a expansão precarizada organizada por meio do Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) de Lula e Dilma. O caos já vinha se formando e a “crise” econômica chegou para avolumar ainda mais os problemas. Uma das formas apontadas pelo governo federal para solucionar os custos com o ensino superior é reduzir os gastos com os professores e servidores técnicos-administrativos. As-

sim, a institucionalização das Orga- nam-se cada vez mais escassos, fica nizações Sociais (OS) permitirá essa claro que este é um item que muito redução de custos tão sonhada pelos em breve não será elemento relevante gestores da União. A solução é sim- para que alguém opte pela universiples: os governos passarão a contratar dade federal. por meio das OS em vez de contraResta da alegação do pró-reitor, tar professores pelo Regime Jurídico a questão dos docentes. ConsideranÚnico (RJU), com estabilidade no do que pela OS a contratação será de emprego, direitos sociais e um salário forma precarizada e terceirizada, fica que, embora razoável para os que es- fácil vislumbrar o que ocorrerá com tão no final da carreira, com doutora- o quadro docente das universidades do e dedicação exclusiva (proibido de federais em pouquíssimo tempo. Os ter outro emprego), só não terceirizados de hoje da uniestá em queda livre versidade, funcionários pela ação do Sinque executam as atiConsiderando dicato Nacional vidades de seguque pela OS dos Docentes rança e limpeza, das Instituipassam meses a contratação será ções de Ensisem receber e de forma precarizada no Superior veem pulverie terceirizada, fica fácil (Andes-SN). zados os mais Na prátidiversos direivislumbrar o que ocorrerá ca, isso signitos a que facom o quadro docente das fica que hazem jus como universidades federais em verá uma entrabalhadores. tidade que conNa hora que o pouquíssimo tempo tratará docentes governo viu-se em na lógica do menor dificuldades financeivalor. Aqueles que se ras cortou os recursos utidispuserem a lecionar com o lizados para pagamentos desses menor custo para a OS serão os con- funcionários. tratados. Então, vejamos o impacA mesma lógica passará a ser emto dessa política. Pró-reitor de uma pregada para os professores e serviuniversidade federal disse com todas dores técnico-administrativos. Uma as letras que as pessoas procuram as vez que houver pressão econômiinstituições federais de ensino, não ca, bastará ao governo desconsidetanto pelas instalações, mas pelos rar direitos, atrasar pagamentos e, se professores de altíssima qualidade e for o caso, dispensar todo mundo. pela pesquisa institucionalizada. Pois Não esqueçamos que as remunerabem, na medida em que os recursos ções, como vimos antes, serão irrisópara a manutenção das pesquisas tor- rias. Ficam no ar algumas questões.

Quais são os bons professores que virão à universidade pública trabalhar nessas condições? Os professores de altíssima qualidade que segundo o pró-reitor são hoje o chamariz da universidade pública trabalharão assim? Além disso, se o governo poderá manter professores contratados nessas tenebrosas condições e com baixo custo, por que ele manterá o investimento na carreira de docentes e técnicos? Resta a obviedade de que essas se tornarão carreiras em extinção. Isso significa, entre outras coisas, reajustes sempre abaixo da inflação, o que certamente fará com que muitos dos professores ora elogiados pelo pró-reitor busquem caminhos outros de sobrevivência, abandonando a universidade assim que possível. Vivemos, portanto, a crônica anunciada da morte das universidades federais. Já vimos o mesmo fenômeno acontecendo na educação antes: o ensino público de base era, há alguns anos, a referência de qualidade. Não, as universidades públicas não deixarão de existir, mas só recorrerão a elas aqueles que não conseguirem qualquer outro caminho mais atrativo. Esse é apenas um resumo do cenário que se apresenta, e que explicita parte das razões para a greve das universidades federais que começou no último dia 28 de maio. Sendo conhecedores desta situação só resta afirmar: É preciso reagir! É um dever defender a universidade pública agora!


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Junho (1ª quinzena) de 2015 • www.aduff.org.br

Jornal da ADUFF

Greve mobiliza os campi fora da sede A

Arquivo Pessoal

greve é dos docentes da UFF em Niterói, mas é também da UFF em Campos, Rio das Ostras, Pádua, Volta Redonda, Angra, Macaé, Friburgo... A paralisação iniciada no dia 28 de maio movimentou

Feijão e debate em Rio das Ostras

esses campi, ganhou força e, em quase todos eles, une docentes, técnico-administrativos e estudantes. Às demandas comuns a todos os campi, acrescente-se com mais peso as decorrentes do processo de expansão precarizada, cujos problemas, que já existiam, parecem ter sido agravados com os cortes decretados pelo governo nos orçamentos da educação. As visitas do Comitê Gestor da UFF aos campi – ainda faltam Angra e Rio das Ostras –, quase todas acompanhadas da mobilização da comunidade universitária, não levaram respostas que tranquilizassem ninguém. Não asseguraram soluções para os graves problemas, observa a professora Lorene Figueiredo, da UFF em Santo Antônio de Pádua. A unidade possui prédio novo, mas faltam salas de aula, gabinetes para grupos de pesquisa, laboratórios, bandejão e moradia estudantil. E há um projeto de mais um prédio de cinco andares, solução para a falta de espaço, que não só não sai do papel como parece estar cada vez mais condenado a assim permanecer.

Arquivo Pessoal

Participação de professores dos campi fora da sede – como Campos, Rio das Ostras, Friburgo e Pádua – já é marca desta greve, que cobra soluções para os problemas da expansão precarizada

Atividade da greve em Pádua Os docentes desses campi têm comparecido em bom número às assembleias gerais. Na do dia 1º de junho, Paulo Gajanigo, professor em Campos dos Goytacazes, disse que a adesão à greve é de 100% na unidade – que sofre com aulas em containers e obras inacabadas. “O Comando Unificado dos três segmentos tem conseguido realizar a ocupação da univer-

sidade. E pensamos a greve a partir da perspectiva da categoria, que está agindo, e não como indivíduos. Nesse momento em que estamos fortalecendo uma greve, ainda que tenhamos dificuldades de construção, que sinal a gente dá se desiste? Não podemos dar sinal verde para eles [o governo] baterem ainda mais, destruírem a universidade pública”, defendeu.

Friburgo retrata expansão sem espaço e estrutura

Reunião com Comitê Gestor, no gabinete do diretor

O

que mais falta aqui é espaço, foi a primeira coisa que o diretor do Polo Universitário da UFF em Nova Friburgo, professor Amauri Favieri, disse à reportagem do Jornal da Aduff em seu gabinete, enquanto aguardava a chegada do Comitê Gestor da universidade, na manhã do dia 20 de maio. O problema foi mencionado para justificar a realização da reunião no gabinete e não, como vem ocorrendo em outros campi, no auditório, com frequência transformado em sala de aula. Ele de fato existe, mas é um de uma série de outros, a maioria, é verdade, relacionados à falta de instalações adequadas para funcionamento.

O corte no orçamento, porém, agravou o quadro. No dia seguinte à visita do Comitê, que foi acompanhada pela direção da Aduff-SSind, a luz da clínica da Fonoaudiologia foi cortada por falta de pagamento. A clínica funciona, com três ambulatórios, numa casa alugada e, segundo algumas professoras, em condições precárias. Ao ponto de até a cozinha e a copa serem usadas para atender ao público. Falta ainda um audiômetro calibrado para que os graduandos possam fazer estágio. Os que existem estão sem calibragem e encostados há dois anos, bem antes da crise econômica e orçamentária se agravarem.

O problema, aliás, foi levantado pelo diretor do polo na reunião com o Comitê Gestor, integrado a uma lista de demandas. Não ficou claro, porém, quando o problema será resolvido. O compromisso firmado com todas as letras pelos representantes da reitoria foi o de fazer a obra do laboratório da biomedicina. As obras, segundo o pró-reitor de Administração, Néliton Ventura, deveriam começar ainda em junho. Não foram tratados temas considerados caros pelos alunos. É o caso do

bandejão e da moradia estudantil. Após a reunião, a Aduff-SSind fez uma visita ao DA e conversou com os estudantes. A diretora da Aduff Sonia Lucio informou que uma greve estava sendo gestada. Observou que se por um lado isso mexe com o calendário acadêmico, por outro é também uma oportunidade. “Aproveitem a greve para pautar as reivindicações de vocês, não desperdicem esse momento”, sugeriu aos estudantes. Estudantes, técnicos e docentes aderiram à greve em Friburgo. Luiz Fernando Nabuco

Luiz Fernando Nabuco

Clínica da Fono teve luz cortada no dia seguinte à visita do Comitê Gestor; os três segmentos estão na greve

Entrada da UFF em Friburgo, que ocupa prédio histórico da cidade


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