Contato, maio de 2024: Correndo a Carreira

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A MARATONA

DA VIDA

Olhando para Jesus

O MURO

Quando você não consegue seguir adiante

SINCRONIZADO

COM O PASTOR

Passo da graça

SUA VIDA. MUDE O MUNDO.
MUDE

25, Número 5

CONTATO PESSOAL

É uma maratona, não 100 metros rasos

Uma das coisas interessantes que ocorrem no processo de envelhecimento é que desaceleramos. Talvez não por escolha nem, pelo menos no início, de forma perceptível, mas chega um momento em que se torna preciso planejar bem o dia e estabelecer um ritmo sensato que nos permita realizar o que precisa ser feito. E se tudo não for concluído? Bem, amanhã vai ser outro dia.

Meu marido, Gabriel, e eu estamos aprendendo a ter expectativas mais realistas para nós mesmos, já que algumas atividades que realizávamos com grande facilidade não nos são mais viáveis. Simplesmente não temos o mesmo nível de energia. Mas estamos realizando menos? Para ser sincera, acredito que esta está sendo a fase mais produtiva de nossas vidas.

Muitas vezes, apoiamo-nos na bênção de Deuteronômio 33:25: “Dure a sua força como os seus dias”. A cada dia, confiamos mais no Senhor, damos menos ênfase ao supérfluo, somos mais intencionais quanto aos nossos objetivos e ficamos mais satisfeitos com os resultados.

“Devagar se vai longe.” O conselho oferecido na fábula de Esopo, “A Tartaruga e a Lebre”, não se aplica apenas à velhice. Neste mundo acelerado, a pressão indevida para realizar mais em menos tempo cria expectativas irrealistas para muitos.

Nos dias atuais, criar filhos é para muitos um fardo enorme. A maternidade muitas vezes é comparada à administração de um circo com três picadeiros com atrações simultâneas ou a um número de malabarismo com todas as bolas no ar e os pratos girando simultaneamente. O artigo de Marie Alvero na página 15 lança uma importante luz sobre como as mães modernas podem lidar com a pressão, preferindo o amor à perfeição.

Os jovens também enfrentam seu quinhão de estresse nos estudos, ao escolherem alguém para dividir a vida, ao entrarem no mercado de trabalho, etc. Todos podemos aprender a participar da corrida com paciência e resistência, orientados pelo que Deus deseja para nós, em vez de perseguidos pelas expectativas dos outros. No artigo “A Maratona da Vida”, Simon Bishop compartilha como aprendeu a tomar parte da “carreira da vida”, tendo Jesus como treinador pessoal e orientador.

Esperamos que a edição deste mês da Contato os inspire a “correr, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus” (Hebreus 12:1–2 ARA).

Gabriel e Sally García

Equipe Editorial da Contato

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A menos que indicado o contrário, todas as referências às Escrituras na Contato foram extraídas da “Bíblia Sagrada”–Tradução de João Ferreira de Almeida–Edição Contemporânea, Copyright © 1990, por Editora Vida.

Volume
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O MURO

Meus amigos e eu assistimos a um filme sobre um homem com excesso de peso e falta de sorte na vida que decide, por várias razões, correr uma maratona. É uma pessoa bastante desmotivada; odeia compromissos e geralmente encontra várias desculpas para não fazer o que sabe que deve. A comédia gira em torno da jornada do condicionamento físico do principal personagem, mas dedicação e confiabilidade são os temas subjacentes em torno dos quais a trama se desenrola.

Quando chega a hora da corrida de cerca de 42 quilômetros, as coisas vão bem por um tempo, ele está fazendo um tempo razoável e chega a visualizar a conclusão da prova. Então, bate no “muro”. Esse é o termo que corredores de longa distância usam para descrever a sensação de estar completamente incapaz de avançar. O corpo está gritando: “Não! Não faça isso!”

No filme, o “muro” mental com o qual o protagonista se depara é retratado como uma parede sem fim feita de tijolos. Apesar de se sentir incapaz de dar mais um passo sequer, o homem percebe que precisa lembrar por que está fazendo aquilo (desenvolver autodisciplina e perseverança) e por quem (seu filho, a mulher que ama e seus amigos). Concentrar-se naqueles que o apoiam e na importância

do que está realizando o ajuda a demolir o muro, pouco a pouco, tijolo por tijolo, e completar com sucesso a maratona. Adorei a cena em que ele cruza a linha de chegada!

Em qualquer esforço novo ou difícil que empreendemos, chega um momento em que nos convencemos de que não é possível continuar. Batemos no muro —uma experiência frustrante e aparentemente definitiva.

Em situações assim, sempre que me concentro no porquê e lembro de por quem estou enfrentando o desafio, consigo encontrar as forças para lentamente derrubar meu “muro” e seguir em frente. Pensar em todos que me apoiam e nos desdobramentos positivos da realização daquele objetivo renova minha inspiração e imagino os tijolos do meu muro sendo removidos por uma mão celestial mais forte que a minha.

Nós, cristãos, somos abençoados com as melhores razões para continuar em nossa corrida. Nosso porquê é o amor; nosso para quem, Jesus!

Amy Joy Mizrany nasceu e vive na África do Sul, onde atua como missionária em tempo integral com a Helping Hand e é membro da Família Internacional. Em seu tempo livre, ela toca violino. ■

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Por Amy Joy Mizrany

UMA VIDA DE SACRIFÍCIOS

No livro de Romanos, Paulo roga aos crentes “que “se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Romanos 12:1). O que é esse “sacrifício” ou “culto racional” para Deus que se espera da vida e do serviço de um cristão?

O Dicionário Oxford define sacrifício como “abrir mão dos próprios interesses, felicidade, etc., a fim de ajudar os outros ou promover uma causa”; o Dicionário Encarta, “abandonar algo valioso ou importante, por alguém ou algo considerado de maior valor ou importância”.

Por essas definições, entendemos que quem renuncia algo recebe uma recompensa de maior valor, o que caracteriza, ao fim e ao cabo, uma troca, uma compensação vantajosa para a pessoa, não uma perda.

Existem muitos exemplos de como isso acontece na vida cotidiana. Os pais continuamente fazem sacrifícios

pelo bem-estar presente e futuro de seus filhos. Atletas sacrificam-se para treinar intensamente e vencer competições. Para obterem boas notas e concluírem um curso com sucesso, estudantes priorizam os estudos em vez de outras coisas. Na vida profissional, é essencial dedicar-se para progredir e ganhar seu sustento.

De um modo geral, o que vale a pena tem um custo. E quanto maior for o valor do que estamos tentando alcançar, maior será o preço a ser pago. Transpondo isso para a vida cristã, assim como os pais, os atletas, os estudantes ou profissionais altamente dedicados, devemos fazer sacrifícios para seguirmos Jesus e realizarmos Seu propósito para nossas vidas. Enfrentaremos desafios diferentes, únicos à nossa fé cristã, mas fomos abençoados com a Palavra de Deus, com o Seu Espírito Santo dentro de nós e com a nossa comunidade de fé para nos ajudar a enfrentar esses desafios.

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O cerne da questão não é se temos de fazer sacrifícios, mas em favor do que escolhemos sacrificar. Os cristãos adotam para suas vidas os objetivos e propósitos do Senhor e deles se apropriam. No dia a dia, isso se traduz em nos doarmos abnegadamente, oferecermos nosso tempo, recursos, orações, bondade, empatia e amor, tornando-nos, assim, o que Senhor deseja que sejamos. Então, realizaremos Sua vontade, alcançaremos as pessoas com Seu amor e com a verdade.

Estamos dispostos a pagar esse preço porque atribuímos um valor e importância maiores a viver de acordo com a vontade de Deus e cumprir Sua grande comissão (Marcos 16:15) do que atribuímos às nossas próprias vidas e às coisas temporais deste mundo. A Bíblia afirma que “o mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 João 2:17).

Viver para o “agora”, buscar resultados imediatos, esforçar-se para receber reconhecimento por nossos esforços e colher os frutos de nossas empreitadas pode parecer mais atraente do que viver para o eterno. No entanto, Jesus nos ensinou a olhar além de nossas vidas cotidianas, a viver e trabalhar para investir na vida eterna que está por vir, começando por buscar em primeiro lugar o Seu reino e a Sua justiça (Mateus 6:33).

Isso pode não resultar em benefícios imediatos, mas sabemos que, de acordo com as promessas de Deus, tudo o que investirmos em Seu reino eterno durará para sempre. E mesmo que não vejamos os benefícios resultantes de nossos sacrifícios, ainda experimentamos alegria, paz, bênçãos e, acima de tudo, Sua presença nesta vida.

O amor do Senhor está sempre presente em nossas vidas e somos ricamente abençoados. No entanto, às vezes, podemos ficar tão acostumados com essas bênçãos que começamos a vê-las como direitos adquiridos. Quem se habitua a uma vida afortunada, corre o risco de se surpreender ou se sentir lesado quando passar por um período de escassez, perda ou dificuldade.

Não é difícil esquecer que o chamado de um cristão ativo envolve sacrifício. Portanto, esperar que tudo na vida corra bem, com felicidade constante sem considerar que haverá momentos de perda, tristezas ou privações não é realista nem um reflexo da vida de fé.

O apóstolo Paulo disse: “Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem

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alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade”. E qual é esse segredo? “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:12–13). Portanto, o autor do livro de Hebreus nos incentiva a correr “com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé” (Hebreus 12:1–2).

Jesus nos diz “negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23). Negar a si mesmo significa literalmente “recusar satisfazer suas necessidades ou desejos pessoais” para, em vez disso, diariamente tomar sua cruz — a vida de sacrifício e serviço — e seguir Jesus. O Senhor não maquia o fato de a vida de um cristão ser marcada por abnegações e renúncias, as quais podem significar dificuldades, provações, angústias e perdas.

A Bíblia diz que fomos “comprados por alto preço” por Deus (1 Coríntios 6:20), e, portanto, devemos nos apresentar como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional” (Romanos 12:1).

Sacrificar-se deve se tornar, portanto, nosso “culto racional”.

Dar de nós mesmos ao Senhor e aos outros pode, às vezes, parecer uma subida íngreme interminável. Para colocar essa luta e os respectivos sentimentos em

perspectiva, contudo, vale lembrar que nosso tempo na Terra é apenas um momento em comparação com a eternidade que passaremos no céu. A Bíblia nos diz que “nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Romanos 8:18). Uma vida de sacrifícios pode contrariar nossos desejos por conforto, gratificação e segurança. Pode ser doloroso “enfrentar a morte” todos os dias, como lemos em 1 Coríntios 15:31. De onde vem a coragem e a força para dar de si mesmo em abnegação e altruísmo? O apóstolo Paulo resumiu quando disse: “O amor de Cristo nos constrange” (2 Coríntios 5:14).

Nosso amor por Jesus e o dEle por nós, expresso em Sua morte na cruz pela nossa salvação eterna, nos motivam a viver para Ele. Apenas um amor profundo e duradouro por Jesus nos inspirará a seguir Seus passos, escolhendo uma vida de amor, serviço a Deus e aos outros. Conforme buscarmos realizar a Sua vontade e conduzir nossas vidas conforme Seu exemplo e Sua Palavra, nossa motivação para amar e servir Deus e o próximo crescerá e se fortalecerá.

Os cristãos que compreendem o propósito maior de Deus e o significado da vida percebem que a existência se estende além da vida terrena. Por isso, fazemos sacrifícios no aqui e agora, motivados pelo amor e pela gratidão Àquele que deu a vida por nós, para que possamos viver em Sua presença por toda a eternidade e colher recompensas eternas quando chegarmos lá.

A vida de um cristão ativo nem sempre é confortável, mas é sólida e pode resistir às tempestades da vida porque tem o Senhor como sua fundação (Mateus 7:24–25). Ele prometeu permanecer conosco, nos abençoar, proteger e guardar ao longo de nossas vidas. “Eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:20).

Além de nos dar a vida eterna, Jesus nos garante “cem vezes mais” de tudo que renunciarmos por Ele (Mateus 19:29). Não há promessa ou garantia maior no universo e é a que está assegurada ao cristão.

Este artigo foi adaptado da série Roadmap sobre liderança cristã. ■

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NO TEMPO DELE

“E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos” (Gálatas 6:9).

Quando o li pela primeira vez, esse versículo teve um impacto real em mim. Aos 18 anos, eu era uma estudante idealista, mas confusa, procurando o sentido da vida. Reli a passagem várias vezes, tentando entender seu significado, que me parecia oculto, como um código secreto.

O versículo falava sobre o futuro e a parte que mais me intrigava era sobre a “colheita”. Então, decidi abraçar o “fazer o bem” e por vários anos dediquei minha vida às missões na Índia, no Nepal e, de volta à Europa, comecei uma organização humanitária nos países devastados pela guerra na antiga Iugoslávia.

Como outra missão que assumi foi ter filhos, as palavras “não nos cansemos de fazer o bem” se tornaram um mantra para mim. Meus anos despreocupados ficaram para trás e eu me envolvi nas lutas diárias da vida. Lembro-me de desabar em lágrimas quando não conseguia sequer oferecer ao meu marido um simples jantar quando ele voltava do trabalho. Muitos anos e jantares depois, rio dessa lembrança que, então, foi uma grande angústia!

Às vezes, senti-me uma completa fracassada e não raramente tive de lidar com decepções e perdas nos projetos dos quais participei, por causa de instabilidades políticas, ou quando um querido colega de trabalho

subitamente morreu de insuficiência cardíaca durante um evento que estávamos realizando.

Mas, voltando ao intrigante versículo bíblico que sempre tive comigo, aprendi que, apesar das faltas de sucesso e adversidades temporais, eu não deveria desistir, mas continuar “fazendo o bem”, sem ceder ao cansaço nem ao desânimo. Na verdade, muitas vezes, os esforços para ajudar em alguma situação de carência foi o que afastou de mim a tristeza, o desânimo e salvou minha vida.

E quanto à parte “no tempo próprio colheremos”? Bem, acredito que muitos, se não a maior parte dos resultados de nossos esforços, permanecerão invisíveis nesta vida e que as recompensas virão no tempo de Deus. Mas meus filhos cresceram e estão realizando coisas que eu nunca imaginei que fariam. No próximo ano, celebraremos o 30º aniversário da organização humanitária que ajudei a fundar. Tem sido necessário perseverança e sacrifício para mantê-la funcionando, mas certamente tem sido gratificante e muitas vidas foram tocadas e mudadas por meio de nossas atividades.

Sim, mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra, colheremos!

Anna Perlini é cofundadora da Per un Mondo Migliore, uma organização humanitária ativa nos Bálcãs desde 1995. ■

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A MARATONA DA VIDA

A Bíblia compara nossas vidas a uma corrida realizada diante de milhares de espectadores: “Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta” (Hebreus 12:1).

Adoro correr! Cerca de 16 anos atrás, quando precisava perder peso, tentei correr todos os dias. Com o tempo, desenvolvi resistência e percorria seis quilômetros em 30 minutos. Então, tive um acidente; caí do segundo andar de nossa casa enquanto tentava ajudar alguém que não conseguia entrar no seu quarto. Acabei sofrendo no calcâneo um conjunto de nove fraturas, além de várias outras lesões. Depois de mancar dois anos, graças a uma cirurgia voltei a caminhar normalmente, mas meus dias de corrida tinham acabado.

Falando sobre sua vida, o apóstolo Paulo disse: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé” (2 Timóteo 4:7). É uma metáfora muito apropriada, pois qualquer pessoa que já tenha corrido sabe que correr bem demanda tempo e prática para. Às vezes, exige muita determinação. É preciso desenvolver resistência, aumentar a estamina e cultivar força mental. Na vida também é assim.

Depois do acidente, obrigado a procurar alternativas para me exercitar, descobri o ciclismo, que até hoje permanece minha principal atividade física. As limitações impostas pela minha queda também me obrigaram a reavaliar minha existência e serviço a Deus.

Passei a enxergar o período da minha vida desde o acidente como um tempo em que me preparei mais completamente para a corrida da vida, tendo Deus como treinador e guia. Aprendi sobre paciência, positividade,

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Por Simon Bishop

Correr não é fácil. Não imagine que correr uma maratona seja suave e fácil. Pode contar com sangue, suor e lágrimas. A vida cristã também é difícil. Nela há muitos obstáculos e, como os bons corredores, devemos estar em boas condições para cada tarefa que precisamos realizar.—Kaela Kaiser

Quando a vida ficar difícil (uma inevitabilidade), devemos nos voltar para Jesus e caminhar com perseverança, até sermos capazes de correr o resto do percurso.—Kia Stephens

empatia e a buscar a força de Deus, qualidades das quais eu carecia.

Embora eu ainda lide com a dor de vez em quando, reconheço muitos resultados positivos que advieram daquele período desafiador e acredito que, com a ajuda de Deus, consegui superar muitas das dificuldades físicas e desenvolver um caráter mais forte. Com essa experiência, tornei-me um atleta melhor na maratona da vida. Consigo correr com perseverança, olhando para Jesus, Aquele que verdadeiramente me ajuda a continuar avançando.

Aqui está outro trecho em que Paulo compara nossas vidas de serviço a Cristo à dos atletas, que precisam ser determinados e disciplinados em seu treino, dispostos a se sacrificarem e abandonar coisas que os impedem de serem vencedores.

Se na corrida da vida, você deseja ter Jesus como treinador, guia e Salvador, abra o coração para Ele por meio desta simples oração: Querido Jesus, por favor, perdoe-me pelos meus pecados. Acredito que morreu por mim. Entre na minha vida. Por favor, encha-me com Seu amor e Espírito Santo. Ajude-me a amar a Você, os outros e viver pela verdade na Bíblia. Amém.

Vocês não sabem que de todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que alcancem o prêmio. Todos os que competem nos jogos se submetem a um treinamento rigoroso, para obter uma coroa que logo perece; mas nós o fazemos para ganhar uma coroa que dura para sempre. Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado.

1 Coríntios 9:24–27

Que Deus o abençoe em seus esforços na sua maratona da vida!

Simon Bishop realiza trabalho missionário em tempo integral e atividades humanitárias nas Filipinas ■

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ENCONTRANDO NOVA ESPERANÇA

Por Alfredo Carrasco

Certa manhã, um amigo me telefonou sobre uma situação urgente. Seu vizinho, Juan, estava em sérios apuros. Fora falsamente acusado de um crime, a polícia foi até sua casa e o deteve. Foi terrível. O homem ficou confinado com outros 32 prisioneiros por cinco dias, a maior parte dos quais passou em um canto da cela sem dormir. Então, como não havia evidências das acusações, o juiz determinou sua soltura, mas tudo aquilo lhe custou a casa e os meios de subsistência.

Desesperado, Juan teve vontade de tirar a própria vida, tamanha a sua desilusão com tudo e com quem o acusara falsamente.

Meu amigo me implorou que falasse com ele. Juan e eu conversamos por duas horas. Compartilhei com ele sobre o amor de Jesus, o perdão e o presente da salvação. Disse-lhe que Deus tinha um plano para sua vida e ele orou comigo para receber Jesus em seu coração. Nos 15 dias subsequentes, Juan me ligou todos os dias e nossas comunicações surtiram bons resultados. Aos poucos se fortaleceu e não queria mais cometer suicídio, mas permanecia muito deprimido e não conseguia dormir. Perguntava-se por que aquilo lhe havia acontecido e não superava a profunda tristeza que o acometia.

Com o tempo, as muitas ligações e orações que compartilhamos produziram efeito e ele continuou se fortalecendo. Eu lia versículos da Bíblia sobre a realidade do céu para ele e lhe enviei vários livros cristãos devocionais. Além de continuar a orar pessoalmente com Juan, minha esposa e eu fazíamos uma oração de intercessão por ele diariamente.

Juan disse: “Cada vez que converso com você, minha mente fica mais clara. A comunicação com você me enche de paz”. Finalmente, passo após passo, ligação após ligação, oração após oração, o Senhor operou em sua vida e Juan se recuperou.

Agora estou fazendo estudos bíblicos com ele. Ele ainda sente tristeza, tem altos e baixos por causa do que aconteceu, mas está trabalhando e seguindo em frente. Recentemente, ele disse: “Com a ajuda do Senhor, vou seguir em frente. Vou encarar o futuro com fé”.

Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês”, diz o Senhor, “planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro” (Jeremias 29:11).

Alfredo Carrasco vive na Venezuela, onde se dedica ao trabalho missionário. ■

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PRESENÇA CONSTANTE

Quando nos encontramos em circunstâncias difíceis, quando nosso mundo é abalado e parece que tudo está desmoronando, podemos ser tentados a pensar que Deus nos abandonou. Mas quando clamamos ao Senhor, descobrimos que esse não é o caso. Ele promete estar conosco mesmo na adversidade.

Sabemos que haverá momentos difíceis em nossas vidas, mas Deus promete ser nosso abrigo na tempestade. Muitas vezes, tenho sido confortado pelas palavras do salmista Davi: “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade” (Salmo 46:1).

Podemos contar com Sua presença e poder contínuos em nossas vidas.

Encontrar Cristo é o início de uma vida completamente nova! Ele fica conosco, quer nos ajudar a segui-lO e a Sua Palavra. Em nós mesmos, não temos a força necessária para viver como Deus deseja, mas quando O buscamos, descobrimos que “é Deus quem efetua em nós tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Filipenses 2:13).

Desde que recebi Jesus como Salvador, cada dia valeu a pena. Minha vida se tornou mais rica e plena em todos os sentidos. Não estou mais sozinha e Ele me enche de alegria.

Há momentos em que sentimos que Deus nos abandonou, mas Ele permanece conosco, mesmo nas dificuldades. Jesus prometeu: “Foi-Me dada toda a autoridade nos céus e na terra…Eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos” (Mateus 28:18,20).

Isso me faz lembrar de George A. Young, um pregador que humildemente servia o Senhor, pelo que recebia um modesto salário da sua congregação. Como também era carpinteiro, morava com sua família na casa que ele próprio construíra, até que,

tragicamente, foi incendiada por vândalos enquanto Young estava em uma viagem missionária em outra região.

Em vez de culpar Deus por não ter impedido aquele infortúnio, o religioso nunca perdeu a sua fé no Senhor, mas se inspirou na tragédia para escrever o hino que continua a nos abençoar até hoje.

Aos pastos bem verdes, na sombra ou calor, Deus guia seus filhos em paz; às águas tranquilas, de puro frescor, Deus guia seus filhos em paz.

Pelas montanhas ou pelo mar, pela fornalha que vem nos provar, pelas tristezas, mas sempre a cantar, Deus aos seus filhos em paz vai guiar.

— George A. Young (1903)

Ruth Davidson (1939–2023) foi missionária no Oriente Médio, na Índia e na América do Sul por 25 anos. É escritora e colaboradora com o site thebibleforyou.com. ■

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O VALOR DA REPETIÇÃO

Mudar de um sistema operacional do meu computador tem sido um desafio. Tive de reaprender e resolver alguns problemas. Quero aprender. É bom para minha mente, mas também põe à prova minha tranquilidade e paciência.

Enquanto pesquisava, copiava, colava, mudava fontes e movia imagens, as coisas continuavam dando errado. Várias vezes, tive de voltar atrás e começar do zero, lembrando cada passo e refazendo cada operação.

Era um tanto frustrante, mas persisti. Sabia que quando eu entendesse, deixaria de ser complicado, como um problema de matemática que fica fácil depois que se aprende a resolver. Não desisti, mas repeti os mesmos passos, trabalhando com os diferentes aplicativos e programas.

Eu tinha uma escolha: desistir ou continuar tentando, refazendo e aprendendo. Durante um intervalo, percebi que estava progredindo, e toda aquela repetição estava tornando alguns passos automáticos para mim e eu passei a realizá-los em sequência, sem nenhum esforço.

Então, pensei em alguns desafios pessoais. Às vezes, parece que continuo repetindo as mesmas

coisas e já me perguntei por que Deus permite que isso aconteça. Mas percebi que essas tarefas, são como sessões de treinamento e passar pelas mesmas coisas repetidas vezes me ensina o que fazer. Posso dizer a mim mesma: “Ok! Já passamos por isso. O que fizemos da última vez e deu certo?” Muitas vezes, um versículo bíblico me ocorre, ou reviso meu diário e encontro a resposta clara como o dia.

A repetição é a lei da memória em tarefas mentais e espirituais. Hoje de manhã, eu estava aprendendo sobre persistência e não ficar frustrada e desistir quando as coisas simplesmente não parecerem estar dando certo. Aprendi que afastar-se por um momento não é o mesmo que desistir. Às vezes, uma pequena pausa dá uma nova perspectiva e as coisas ficam claras.

Persistirei e aprenderei. Superarei, como já fiz antes, pela graça de Deus. “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13 ).

Joyce Suttin é professora aposentada e escritora que mora em San Antonio, EUA. Confira o blog dela joy4dailydevotionals. blogspot.com. ■

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Pontos para Refletir

Ser FIEL

Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito. E ele lhe disse: “Por ter sido confiável no pouco, governe sobre dez cidades”. Lucas 16:10; 19:17

A fidelidade a Deus é nossa primeira obrigação em tudo o que somos chamados a fazer a serviço do Evangelho. —Iain H. Murray

Vamos cumprir nosso dever em nossa loja ou em nossa cozinha, no mercado, na rua, no escritório, na escola, em casa, assim como se estivéssemos na linha de frente de uma grande batalha e soubéssemos que a vitória para a humanidade depende de nossa bravura, força e habilidade.—Theodore Parker

A fidelidade é um chamado cotidiano. É regular, é comum, é ter uma visão realmente longa da vida cristã. É remodelar nossos desejos por frutos imediatos e comprometer-se a seguir Jesus no longo prazo. É levantar-se todos os dias e acreditar que Deus é seu tesouro, que o Evangelho de Jesus vale cada fôlego e que Ele basta. A fidelidade é fazer isso novamente amanhã, no dia seguinte e daqui a dez anos. A fidelidade é comum. Passa despercebida e prossegue. Também é preciosa aos olhos do Deus que realiza perseverança santificadora ao longo da vida para o seu bem e para a Sua glória.—Glenna Marshall

O mais importante é ser encontrado em seu posto como

filho de Deus, vivendo cada dia como se fosse o último, mas planejando como se nosso mundo pudesse durar cem anos.—C.S. Lewis

Não é o que você faz de vez em quando; é o que você faz dia após dia que faz a diferença.—Jenny Craig

A medida de quem somos é o que fazemos com o que temos.—Vince Lombardi

A pergunta para cada homem não é o que ele faria se tivesse os meios, tempo, influência e vantagens educacionais, mas o que fará com as coisas que possui.—Hamilton Wright Mabie

Lembremos dAquele que diariamente registra tudo o que fazemos por Ele e vê mais beleza no trabalho de Seus servos do que os próprios servos veem... E então, Suas fiéis testemunhas descobrirão surpresas que nenhuma palavra dita em nome de seu Mestre ficará sem recompensa.

—J.C. Ryle

Não conheço nada que escolheria como objeto de minha ambição para a vida, além de me manter fiel a meu Deus até a morte.—C. H. Spurgeon

Seja fiel até a morte, e Eu lhe darei a coroa da vida. —Apocalipse 2:10 ■

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NAVEGAÇÃO SERENA

É importante ponderar a vida de diferentes ângulos. O mais importante não são os detalhes das circunstâncias, mas como as vemos. Primeiro pensamos, depois agimos. Uma reação comum à mudança é o medo, que pode ser uma emoção paralisante que adiciona desespero às nossas vidas. Se quisermos mudar nossa trajetória, devemos começar mudando a maneira como pensamos.

Quando minha família chegou à Argentina, tínhamos três projetos diferentes que nos ajudavam a ganhar a vida. Devido a mudanças na situação política e uma abrupta variação cambial, nossos projetos não resistiram à crise econômica. Então, aos 55 anos, tive de recomeçar tudo. Precisei ajustar minhas velas aos novos ventos da economia, para continuar navegando, sobrevivendo e crescendo. Depois de considerar muitas opções, encontrei meu nicho e mudei de carreira três vezes ao longo dos anos. Nenhuma delas estava em meus planos dez anos atrás. A única coisa da qual podemos ter certeza é que mudanças são inevitáveis. Continuo fazendo o que realmente gosto, ao mesmo tempo em que gero renda suficiente para uma vida confortável. Na casa dos sessenta anos, ainda estou aprendendo e dedicando-me aos meus projetos com energia e paixão. Tudo isso é possível porque pauso de tempos

em tempos para avaliar minhas prioridades e resultados, e para verificar meu curso com Deus. Ele é meu grande parceiro nesta aventura chamada vida e nos meus negócios. Se parece certo, me traz alegria e encontro Escrituras para apoiar, esses três fatores confirmam que estou no caminho certo para um destino feliz. Se não, preciso fazer alguns ajustes.

Aprendi que não posso dirigir o vento, mas posso ajustar minhas velas para continuar avançando a uma boa velocidade. E se a tempestade se intensifica, os ventos rugem e eu fico assustada, visualizo Jesus parando os ventos, andando sobre a água e me chamando para segui-lO. É aí que zarpo e continuo, independentemente do que aconteça, por causa de Quem está indo antes de mim, preparando o caminho.

“Já fui jovem e agora sou velho, mas nunca vi o justo desamparado, nem seus filhos mendigando o pão” (Salmo 37:25). Portanto, não importa quão difícil, árdua ou inconveniente seja a situação, posso ficar calma, feliz e em paz, escolhendo uma navegação serena com Ele no comando.

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SINCRONIZADO

COM O PASTOR

Eu estava em uma chamada no Zoom conversando com uma colega de trabalho. Ela não vinha desempenhando como deveria, não conseguia dar conta do suas atribuições e isso estava impactando seus clientes e todo o setor. “O que está acontecendo?” —perguntei-lhe. Garantiu-me estar fazendo o melhor ao seu alcance, mas não fazia ideia de como daria conta de tudo. Seus filhos são atletas de alto rendimento, ela insiste que sua casa esteja sempre impecável e listou muitas outras coisas que precisava cuidar. Meu coração doeu por ela!

Eu disse: “Você precisa escolher um ritmo sustentável. Ninguém consegue fazer tudo o que você está tentando fazer”. Ela disse que não sabia como fazer isso. Sentia-se sem esperança.

Já vi isso acontecer várias vezes: as pessoas sucumbem sob o peso da vida perfeita que tentam criar. Há muito que pode ser feito para simplificar e facilitar a vida, mas a verdadeira sustentabilidade depende de abandonarmos a ideia de uma “vida perfeita”.

Não acredito que Deus queira que vivamos estressados o tempo todo. Jesus disse que daria descanso aos cansados e oprimidos. Podemos aprender com Ele, cujo jugo é suave e cujo fardo, leve (Mateus 11:28–30). Com certeza, uma proposta bem diferente do ritmo de vida frenético promovido pela cultura atual.

“Não estou pedindo para você fazer tudo isso!” Jesus provavelmente diria. “Quero apenas que seja fiel hoje e confie em Mim quanto ao amanhã. Aprenda os suaves ritmos da graça”.

O ritmo que Jesus nos pede permite que nossas almas se renovem e que Ele nos conduza a pastos verdejantes. Se você sente que não tem tempo para caminhar com Ele por um pasto verde, provavelmente está se movendo mais rápido que o Pastor e talvez seja por isso que não encontrou as refrescantes águas tranquilas (Salmo 23:1–3).

Deus tem falado isso ao meu coração ultimamente. Adoro me esforçar ao máximo e sentir que estou concluindo todas as minhas tarefas, mas estou perdendo o gás e está bem claro que não dou conta de “fazer tudo”.

Tenho orado para poder acompanhar o Pastor e permanecer onde Ele está me guiando, confiando nEle para a jornada.

Marie Alvero foi missionária na África e no México. Atualmente, leva uma vida feliz e ocupada com seu marido e filhos no Texas Central, EUA. ■

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CORRENDO A CORRIDA

Duas pessoas se alinham para uma corrida. Uma delas se preparou, treinou e tonificou os músculos; a outra, não. Dada a largada, o corredor que se preparou fará o percurso com mais confiança, velocidade, força e energia.

A corrida que está diante de você requer fortalecimento diário, exercícios frequentes e viver o estilo de vida de um corredor. É preciso deixar de lado todo peso e o pecado que se agarra tão firmemente a você e colocar suas afeições nas coisas acima, em vez das coisas desta terra (Colossenses 3:2).

Conforme você conduz sua vida de acordo com a Minha Palavra e caminha no Meu amor, seus músculos espirituais se fortalecem, para que você corra com a resistência necessária para os dias que virão. Você pode correr com alegria, sabendo o futuro que o aguarda.

Seu tempo na Terra é uma preparação para seu futuro eterno. Aprenda a andar no Meu Espírito e a viver de acordo com a Minha Palavra. Esforce-se para que todas as suas coisas sejam feitas em amor e para trabalhar em harmonia com os outros. Aproxime-se de Mim, e Eu me aproximarei de você (Tiago 4:8).

Lembre-se de correr a corrida que está diante de você com paciência e perseverança (Hebreus 12:1). Venha a Mim sempre que estiver cansado, respire fundo e vá no seu ritmo. Aprenda Comigo e lhe darei o descanso prometido para a sua alma e força para a jornada (Mateus 11:28–29).

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