A Odisseia Humana

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Paulo Sousa Sarmento

A ODISSEIA HUMANA A JORNADA CONTINUA Reflex玫es Antropo-Ecol贸gicas



PAULO SOUSA SARMENTO HOMO SAPIENS SAPIENS TEORIA DA RELATIVIDADE GAIA ÁTOMO BURACOS NEGROS ANTIMATÉRIA MÚSICA LIVROS ESCULTURA POESIA CARROS FOGUETES FERRAMENTAS CASA CÉLULAS MOLÉCULAS TELESCÓPIOS COMPUTADORES RADIOTRANSMISSÃO LEITURA DO CÓDIGO GENÉTICO TRANSPLANTES ENGENHARIA GENÉTICA CULTURAS LÍNGUAS MOEDA FORÇA FORTE CHIP UNIVERSOS PARALELOS BIG BANG AVIÃO MAPAS GEOGRÁFICOS ARADO ZAGAIA CONTROLE REMOTO PROBABILIDADE RECURSIVIDADE CLONE FORÇA GRAVITACIONAL TITANS PRINCÍPIO MÁGICO DE CONTIGÜIDADE TOTEM QUADRINHOS ROUPAS COMIDAS ARANHA-CÉUS ELETRONIC BOOK TELEVISÃO INSTRUMENTOS JÓIAS OBRAS DE ARTE SITE ELETRONIC MAIL ÁBACO ALAVANCA SATÉLITES TEORIA DOS JOGOS SUPERCORDAS CURVATURA DO ESPAÇO PARTÍCULA TEORIA DO CAOS GLÚONS ONDA ZARABATANA RELÓGIO BRINQUEDOS MÁSCARAS MANTRA MANA TRANSATLÂNTICO ROLDANAS AUTO-SIMILARIDADE NANOCHIP SUPERNOVAS NIRVANA COMPACT DISC REALIDADE VIRTUAL PRECES MITOS TÉCNICA SAGRADO-PROFANO BITS NOUS ID BRANA CAMPO REALISMO FANTÁSTICO FRACTAIS ABSOLUTO TAO REDES CONEXÕES IDEOGRAMASAXIOLOGIA ASTROCHICKEN FIAT LUX HOLOGRAFIA IMPERMANÊNCIA MACROVIDA ÍONS PLASMA GRAVITACIONAL

AMOR

A ODISSEIA HUMANA:

A JORNADA CONTINUA. Reflexões Antropo-Ecológicas

CALENDÁRIO ÍDOLO ABÓBADA BIGORNA MONUMENTOS PRINCÍPIO DE INCERTEZA LIVROS SAGRADOS CONTOS INFANTIS ANÁLISEECOLOGIA PROFUNDA ENTROPIA CONTÍNUO ESPAÇOTEMPO PARADIGMA CUBISMO PRINCÍPIO MÁGICO DE SIMILARIDADE CÁLCULO DIFERENCIAL BOBINA SURREALISMO SINGULARIDADE ABSCISSA DANÇA ARCHÉ PRÁTICAS ESPORTIVAS BIBLIOTECA FUTURISMO COMPLEXIDADE NÚMEROS INFINITESIMAIS VEDAS INDUÇÃO ACESSIBILIDADE

ROCK AND ROLL NANOTECNOLOGIA CIDADE ESPACIAL SUBMARINO SONDAS DADAÍSMO ABSOLUTO LÂMPADA PAPEL PERGAMINHO MOVIMENTOS CORPORAIS BALANCIM RELATIVO MÁQUINA DE ESCREVER TAQUIGRAFIA ABSTRACIONISMO SOBRENATURAL ACASO ADAPTABILIDADE ALEGORIA DEDUÇÃO ALGÉBRA ECOLEXICOGRAFIA ÁNTHRPOS ALTEIRDADE BEM-ESTAR DIMENSÕES DO COSMO SÍNTESE ALVORECER DE UMA NOVA ERA PAZ PERPETUAÇÃO ETERNIDADE LOGOS PRNCÍPIOS GERATIVOS REPRODUÇÃO COMPLEXO COGITO VIAGENS ESPACIAIS E INTERGALÁTICAS SABER FAZER BIG CRUNCH PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA VIDA

Vila Velha - Espírito Santo


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“Terra! Terra! Por mais distante o errante navegante, quem jamais te esqueceria.” Caetano Veloso – In: Terra “New day, the world has just begun, our eyes have seen the sun.” (Novo dia, o mundo apenas começou, nossos olhos veem o sol). Moody Blues – In: Blue Guitar “No fim do mundo tem um tesouro, Quem for primeiro carrega o ouro, A vida passa no meu cigarro, Quem tem mais pressa que arranje um carro Pra andar ligeiro sem ter porque, Sem ter para onde Pois é, prá quê?” Sidney Miller – In: Pois é, pra quê? “Ma perché ‘l tempo fugge che t’assonna, qui farem punto, come buon sartore che com’elli há del panno fa la gonna.” (“Mas, porque o tempo nos foge, também aqui paremos, como o costureiro que cose a saia co’ o pano que tem.”)

Dante Alighieri – In: A Divina Comédia-Paraiso-Canto XXXII “Até agora ouvimos a voz da vida somente em um pequeno mundo, mas pelo menos começamos a prestar atenção a outras vozes participantes da fuga cósmica.” Carl Sagan – In: Cosmos


“Os pequenos mares exigem outros marinheiros que não os dos grandes oceanos.” Michel Serres – In: Os Cinco Sentidos-Filosofia dos Corpos Misturados-1 “(...) viajando a 300 mil quilômetros por segundo (a velocidade da luz, percorrendo 9,46 trilhões de quilômetros por ano) seria preciso 27 mil anos para ir da Terra ao centro da galáxia da Via Láctea.” David Elliot Brodye Arnold Brody – In: As Sete Maiores Descobertas Científicas da História “A abertura, portanto, é necessária.” Edgar Morin–In: A Cabeça Bem-Feita-Repensar a Reforma, Reformar o Pensamento “Supernovas, gigantes, buracos negros, a antimatéria, curvaturas do espaço, e um ninho de planetas, onde num deles há vida.” Zé Ramalho – In: Pra Chegar Mais Perto de Deus Lo último que se pierde es la esperanza. Afirmação de um camponêsnicaraguense Jokerman dances to the nightingale tune, Bird fly high by the light of the moon, Oh, oh, oh, Jokerman. (“O curinga dança para a melodia do rouxinol, o pássaro voa alto ao luar, oh, oh, oh curinga.”)

Bob Dylan – In: Jokerman


NOTA EXPLICATIVA Há algum tempo pretendia escrever um texto sobre a espécie humana, objeto de grande admiração para mim. Comecei a escrevê-lo no início do ano de 2002, já no novo milênio, antes do boom do filme Uma Verdade Inconveniente [2006] de Al Gore. Achei que era hora de comunicar algumas ideias estruturadas já havia algum tempo. Veio a ideia de uma viagem. Logo a palavra odisseia, tão poderosa em seu significado, ganhou lugar de destaque, servindo como o comando central de estruturação do texto, e de metáfora para falar de nossa caminhada, nossa incrível caminhada. Fui buscar em Homero e em Stanley Kubrick inspiração para reforçar a minha ideia de viagem, de aventura, e da reserva especial para o termo odisseia. Intitulei o texto de A Odisseia Humana: O Ser Humano visto a partir da Produção do Conhecimento. Mudei o título para A Odisseia Humana: A Jornada Continua. Reflexões sobre a Atual e Futura Condição da Espécie Humana e do Planeta Terra, e, por fim, para o título atual, A Odisseia Humana: A Jornada Continua – Reflexões Antropo-Ecológicas. O termo odisseia permaneceu mesmo tendo mudado os subtítulos. Isso aponta para uma ligação muito forte com a expressão máxima de uma obra: o seu título. Encontrei posteriormente o título A Odisséia Humana em um programa da Discovery Channel. Num primeiro momento pensei em muda-lo, coisa para mim pouco confortável: a odisseia humana sempre foi algo essencial para mim. A ideia de odisseia vem de Homero e de Kubrick, por isso tomei a decisão de manter o título tal qual o tinha idealizado desde o início. (*)

Todas as palavras de citações diretas breves e longas, de títulos, de subtítulos etc., não foram alteradas em função do Novo Acordo Ortográfico, obrigatório a partir de 2013. Todas elas conservam a grafia original de antes da mudança, como aparecem nas obras.



DEDICATÓRIA Este livro é dedicado à memória dos meus pais, Manoel Soares Sarmento e Adélia Sousa Sarmento, duas pessoas que sempre acreditaram que o mundo é grande o suficiente para todos e que a vida é um bem extremamente precioso. Eles encarnam a expressão da vida. A eles devo muito do que sei e do que sou, um homem que ainda acredita nos seres humanos, na beleza da vida e na continuação da nossa espécie. Ao meu caríssimo e grande irmão, Prof. Dr Manoel Soares Sarmento Filho (in memoriam), cujos olhos visionários vislumbraram um Universo complexo e demasiadamente belo. Seu intelecto respeitável, inquiridor e genial é privilégio de bem poucos. Seu pensamento brilhante abriu diversas janelas para mim, através das quais vejo o mistério e as subjacências das coisas. Ao meu irmão, Jorge Raimundo Sousa Sarmento (in memoriam), para quem todos os momentos da vida eram motivos de alegria, de vida, um riso lúdico o qual não podemos jamais esquecer. Aos nossos mortos, os nossos mais sublimes e imponderáveis respeitos. Os amores perdidos, aqueles que já foram morar nas estrelas junto dos deuses, são sempre muito poderosos. Chamas de lembranças são sempre bem-vindas. A Regina, minha esposa, e nossos rebentos, Jaya, Éden, Sofia, Clara e Rebeca, pessoas com as quais convivo todos os dias, figuras extremamente significativas para a minha vida. Ainda bem que vocês existem. A vocês devo muito da minha felicidade de viver. Um beijo no fundo do coração. Vocês são como estrelas a brilhar no Cosmos infinito.



Sumário NOTA EXPLICATIVA .....................................................................................................7 DEDICATÓRIA.................................................................................................................9 INTRODUÇÃO................................................................................................................13 CAPÍTULO 1....................................................................................................................43 1. A ODISSEIA HUMANA: BREVES RELATOS SOBRE NOSSA JORNADA.........44 CAPÍTULO 2....................................................................................................................99 2. A EVOLUÇÃO DO SER HUMANO, O DESENVOLVIMENTO DO CONHECIMENTO E A DESCOBERTA DO UNIVERSO..........................................100 CAPÍTULO 3..................................................................................................................155 3. O MISTERIOSO E FASCINANTE CORPO HUMANO: A IMPLICANTE NATUREZA HUMANA................................................................................................156 CAPÍTULO 4..................................................................................................................183 4. SIMBOLOGIA E MATERIALIDADE: LINGUAGEM E TRABALHO.................184 CAPÍTULO 5..................................................................................................................199 5. MORTE DA ESPÉCIE HUMANA E DO UNIVERSO............................................200 CAPÍTULO 6..................................................................................................................235 6. O FUTURO DE NOSSA ESPÉCIE: CONSCIÊNCIA E ESPERANÇA ..................236 CONCLUSÃO................................................................................................................265 7. A JORNADA CONTINUA: PARA ALÉM DE UM FUTURO MUITO DISTANTE. ..................................................................................................................266 NOTAS...........................................................................................................................299 GLOSSÁRIO..................................................................................................................321 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E OBRAS CONSULTADAS...........................396 LISTA DE FILMES........................................................................................................418 LISTA DE MÚSICAS....................................................................................................428 INDICE ONOMÁSTICO...............................................................................................432



INTRODUÇÃO


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INTRODUÇÃO “Eu bebo a vida, a vida, a longos tragos (...)” Florbela Espanca In: A Mensageira das Violetas “A vida é a arte do encontro.” Vinicius de Moraes e Baden Powell In: Samba da Benção

Este texto fala sobre a vida, sobre a existência humana, tomando como base para a discussão a relação intrínseca entre a espécie humana, as outras espécies, o mundo e o Universo(1). Fala sobre a manutenção da vida, sobre o exorcismo de nossa morte prematura, sobre o exorcismo de nossa destruição iminente. Somos seres inteligentes que pensamos na vida e na morte, em nosso fatal desaparecimento. Fala da relação do ser humano consigo mesmo, com as coisas que o circundam e com o Universo do qual é uma ínfima parte. Essa foi a forma que encontramos para dizer que nossa espécie precisa continuar ainda existindo por muito tempo, fazer parte da teia, da trama da vida, na medida em que somos seres cuja tendência é, pelo que tudo indica, para a não-perpetuação, apesar de uma esperança na manutenção da vida, de sua existência o maior tempo possível, ainda que um dia possamos não mais existir, restando apenas os sinais de uma civilização terráquea que passou. Nosso desaparecimento é foco de discursos escatológicos, em particular da Ciência e da Religião(2). A ênfase atual repousa firmemente sobre o nosso fim, ideia que tem muitos adeptos, e muitas propostas, ainda que a perspectiva de nossa per-

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petuação seja também defendida por muitos, particularmente pelo discurso religioso. As teorias físicas apontam para o fato de que o Universo está em franco processo de expansão, o que nos colocará cada vez mais distantes de tudo. Por outro lado, apontam também para a possibilidade de que o Universo poderá um dia entrar num processo de contração. Tanto uma quanto a outra possibilidade nos levará, inevitavelmente, ao fim, à nossa derrocada. Criação e destruição, cosmos e caos, evolução e entropia, eis os princípios ordenadores do Universo: é Shiva(3) dançando, ordenando a vida e a morte, o início e o fim. Mas, o que aconteceu antes da Grande Explosão?(4). O que acontecerá depois da grande derrocada de nosso Universo, caso ela ocorra? Nós, seres humanos, não sabemos, apenas supomos possíveis eventos. A nós cabem apenas suposições; as certezas, só os deuses as têm. O discurso científico aponta para a possibilidade de que um dia todo o nosso Universo entrará em convulsão, destruindo assim o equilíbrio que mantém os corpos celestes em seus cursos, isso muito, muito depois da nossa possível derrocada. Será que tais estudos têm razão? Seremos mesmo todos tragados sumariamente? Não há escapatória? Nenhum de nós restará? Será que o Universo desaparecerá? Será que tudo, realmente mesmo tudo, particularmente o nosso Universo, desaparecerá? Será que antes da sucessão desses fatos deixaremos de existir, como em Inteligência Artificial [2001], de Steven Spielberg(5), onde o robô menino anuncia que nada restou, apenas a sua vontade de ser humano e moléculas humanas de DNA(6) que reconstituem a vida para durar apenas um 15


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dia? Afinal, até onde vai nossa capacidade de previsão? Muitos indícios apontam o nosso fim, o que não impossibilita outra perspectiva, outra cosmovisão. Sabemos dos nossos limites para prever(7) eventos de longa duração, muito distantes de nós, coisas sobre as quais temos pouco conhecimento e pouca autoridade para tecer comentários. A situação piora quando se trata de sistemas explicativos(8) coerentes, que realmente têm a ver com o real. Mas, mesmo a previsão de eventos que estão perto de nós. O conhecimento humano é ainda muito embrionário. Basta ver que em termos tecnológicos, e em outros campos, nossas grandes conquistas não datam de mais de duzentos anos, não minimizando aqui tudo que foi conseguido anteriormente. O rádio, o telefone, os raios x, a lâmpada, o telégrafo, o carro, o avião, o computador, o chip, as diversas e novas formas de utilização de materiais os mais diversos(9), a explicação e erradicação de várias doenças(10), a compreensão de diversos aspectos sobre o Cosmos, as grandes descobertas científicas – Teoria da Relatividade, partículas subatômicas, DNA, fractais, realidade virtual, inteligência artificial, expansão do Universo, Teoria das Supercordas, clonagem, decodificação do código genético, a manipulação de moléculas e átomos por intermédio na Nanotecnologia, etc. – são conquistas de há pouco tempo. E diante da imensidão do Universo isso é muitíssimo pouco ainda. Pode ser que descubramos certos princípios fundamentais da organização do Universo – alguns deles já descobrimos – que nos poupará muito tempo e conquistas espantosas poderão ocorrer, principalmente para a preservação da vida. Pode ser que ainda tenhamos de caminhar muito. Mas nossa existência é mesmo uma caminhada, uma verdadeira odisseia. 16


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Sabemos que as fontes que propiciam a vida em nosso Planeta estão cada vez mais em perigo, apontando para nossa extinção. O ar, os rios e os mares sofrem com a poluição, alimentos com altos índices de agrotóxicos, a fauna e a flora atingidas frontal e brutalmente, perdendo muitos dos seus itens, diversos ecossistemas extintos ou a caminho de desaparecerem completamente, cada vez mais pondo em risco a biodiversidade do Planeta(11)– o que gera uma fragilização dos processos vitais e ativa os diversos processos entrópicos. Pesquisas apontam para o fato de que grande parte da vida existente na Terra já foi extinta(12), sendo que o ser humano é também responsável por parte dessa extinção. Apesar de pequena em relação ao que já foi extinto por processos naturais, a destruição causada pela espécie humana é avassaladora neste momento, pois, é possível realmente que pela primeira vez estejamos colocando a vida em perigo. É necessário observar que mais recentemente, pelos mais diversos fatores, a extinção de espécies vivas tem aumentado vertiginosamente, ainda que pessoas e organizações preocupadas com a preservação do Planeta denunciem e protejam espécies da extinção. Muitas das iniciativas têm obtido resultados positivos, mas ainda é insuficiente. Podemos perceber também os diversos problemas relacionados a desastres naturais. Alguma coisa muito estranha está acontecendo com o Planeta Terra. Remotamente, num futuro muito distante, o Sol, cultuado como um deus por muitos povos, nosso astro maior, irá se tornar algo muito diferente do que é hoje, com suas revoluções estupendas, seu poder de atração, seus centros de colisões, seus redemoinhos flamejantes, seus turbilhões que podem engolir planetas como o nosso numa fração de segundos, o que aponta não só 17


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para a possível morte do ser humano, das outras formas de vida, de todos os corpos celestes que estiverem em seu raio de alcance. Posteriormente, possivelmente, o Universo também desaparecerá. Daqui há mais ou menos cinco bilhões de anos, depois de tornar-se uma supernova, o Sol aumentará para explodir – tragando toda a forma de vida existente, se ainda houver, em nosso sistema planetário –, tornando-se assim uma massa informe perdida na imensidão do Cosmos, um astro triste a pulsar. Parece mesmo paradoxal que o astro que propicia a vida na Terra será também o nosso algoz. O Sol é uma estrela ardente e como todas as estrelas sua força vital também se extinguirá, ocasionando assim a perda de sua exuberância. Em um ponto de nossa galáxia, uma noite fria banhará de um ar inóspito sem precedentes o lugar no qual outrora se localizava nosso sistema solar. A imagem é, realmente, aterradora. Muito antes de o Sol perder seu brilho – e ele está em sua meia-vida – parece que estamos cada vez mais tendendo para a solidão, sem plantas, sem animais, sem a diversidade da vida, nós perdidos solitariamente neste Universo fantástico de grandes revoluções, caso consigamos resistir a toda essa falta. Esta ideia de solidão, de sermos os únicos neste Universo de grandes dimensões é espantosa, assombrosamente incômoda, ainda que a proposta de mundos habitados em outros pontos do Universo também seja uma possibilidade, uma das ideias que levaram Giordano Bruno a ser queimado na fogueira da Inquisição(13), um dos movimentos mais cerceadores e brutais que a história da Humanidade já presenciou. Segundo estimativas, nossa galáxia possui cerca de 200 bilhões de estrelas e a vida pode estar em uma ou algumas delas, 18


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além da nossa. Nós, os seres humanos, vivemos no braço espiral de Órion. E ainda existe um Universo admiravelmente grande e de dimensões espantosas, cuja extensão ainda não foi realmente esquadrinhada. E pode ser que existam universos além do nosso. Imaginem nossa pequenez? Frank Drake, astrônomo e astrofísico norte-americano, estima que é possível que 200 mil estrelas possuam vida inteligente só em nossa galáxia. Mas esse é apenas o olhar humano. Pode ser que existam muitas, pode ser que não exista nenhuma. Infelizmente a verdade é cruel e cortante. Se caso um dia descobrirmos vida em outros pontos do Universo, esta será, sem dúvida, uma de nossas maiores conquistas. Tomara que a estimativa de Frank Drake seja verdadeira, se não para toda essa quantidade, pelo menos para algumas. Nossa sensação de vazio será compensada. Pode ser que as vidas inteligentes, por estarem num estágio evolutivo muito mais avançado do que o nosso, como observa Michio Kaku, físico norte-americano, nem queiram contato conosco. Nós, com certeza, queremos contato com eles. Somos como Argos a espreitar o infinito com nossos olhos. Resta-nos sempre o consolo. Se não houver vida no Universo, resta-nos a sorte de disseminá-la, se bem que já foram encontrados certos aminoácidos em restos de cometas, assim como em certos corpos celestes(14), o que é motivo de grande esperança. Mas até agora todas as nossas tentativas de encontrar vida inteligente – e quando há vida, há inteligência – em outros pontos do Universo foram frustradas, e já pomos – apesar das dúvidas recentemente divulgadas – os pés na Lua e uma viagem tripulada para Marte já está sendo planejada(15).

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Pode ser que tenhamos de habitar outros pontos do Universo, mesmo com todos os perigos e com todas as nossas deficiências, pois fomos preparados prioritariamente e evolutivamente para viver neste Planeta, e é nosso dever e responsabilidade preservá-lo, custe o que custar. Tais possibilidades dependerão de uma série de desenvolvimentos técnicos e de conhecimentos acerca de muitíssima coisa, e também de uma consciência muita elevada de nosso compromisso com o Planeta e a vida. Nossa tarefa será árdua, extremamente árdua, mas não impossível. Se bem que existem cientistas, a propósito de Richard Gott, astrônomo norte-americano, que acreditam que não viveremos tempo suficiente para colonizarmos o resto da galáxia e nos espalharmos por ela. E nós, com toda nossa esperança não encontramos nem sequer uma fagulha de luz de vida inteligente, ou de vida, ainda que nossa esperança não cesse. A Física fala em Buracos de Minhoca e Universos Paralelos(16). Dúvidas pairam sobre a existência destes fenômenos. Mas não há qualquer garantia empírica de que também não existam. As discussões acerca dos fenômenos ora discutidos são caracterizadas por uma série de suposições. As bases experimentais para a comprovação da existência de Buracos de Minhoca e Universos Paralelos são ainda muito embrionárias. A experimentação é coisa muito válida, mas neste momento, só ter a ideia é um grande passo, pelo menos em termos de conceber uma esperança. Entre os cientistas há ceticismo por parte de alguns quanto a tal ideia, inclusive considerada por alguns deles como má Ciência. Mesmo se existirem os Buracos de Minhoca e os Universos Paralelos, nossa capacidade tecnológica é ainda muito infantil e primária para alcançá20


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-los. E o que faríamos lá se são, provavelmente, em um grau muito alto, incompatíveis com a vida tal qual a conhecemos? Nem sequer saímos das fronteiras mais próximas de nosso Planeta. Possivelmente algum dia conseguiremos construir naves, roupas e outros objetos que nos possibilitem viver em outros pontos do Universo, inclusive, ambientes artificiais que possibilitem a reprodução da vida(17). Quem sabe não encontraremos um novo Éden, um paraíso perdido compatível com nossos princípios vitais. Se o Universo é homogêneo e isotrópico, como afirmam os estudos da Física, pode ser que existam tanto vida inteligente quanto condições favoráveis para os seres humanos habitarem lugares até agora desconhecidos, mesmo que equipado com uma tralha inimaginável e utilizando máquinas extremante potentes: escafandros, naves espaciais altamente resistentes, viagens colossais e cidades que demandarão um trabalho hercúleo. Todas estas ideias são plausíveis e perfeitamente possíveis de no futuro se tornarem realidade, mas tudo isso pode depender da forma como tratarmos o nosso Planeta. Nada disso pode ser feito em detrimento do nosso nicho. Muito antes do Sol explodir, se nossa sorte for outra, poderemos estar vivos e bem distantes, protegidos em outros pontos do Universo, encontrar outros lugares, com outras formas de vida – caso existam – diferentes da nossa, possibilidades que dependem muito de nós próprios, e dos ares cósmicos soprarem a nosso favor. Tomara que Gaia(18), deusa grega propiciadora da ordem e da vida, nos guie na continuação de nossa jornada. Nossa proposta pode ser a de disseminar a vida. Afinal, ainda faltam cerca de cinco bilhões de anos. Daqui até lá, poderemos estar completamente extintos, ou, esperamos, extremamente evoluídos, a ponto de termos ad21


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quirido conhecimento suficiente para fazer muita coisa por nós próprios e pelas outras espécies, as que ainda restarem – se ainda restarem. Preservar nosso Planeta é o primeiro passo. Esperamos que o ser humano tome consciência da necessidade de existência das outras espécies, o mais urgentemente possível. Há todo momento, diversos ecossistemas estão sendo afetados, desde aqueles que podem caber na ponta de nosso dedo, ou menores, até aqueles de grandes dimensões, dos quais muitas vezes tiramos os elementos básicos para a nossa sobrevivência. Nossa odisseia começou há muito tempo, uma jornada cheia de perigos e cujos obstáculos foram sendo vencidos um a um. E aqui estamos nós, vivos e contando a História e planejando o futuro, ou preparando nossa destruição. O privilégio de estar existindo não foi unicamente do ser humano, pois outras espécies também passaram pelos mesmos processos ou outros e chegaram até aqui também: todos somos vencedores. E todos poderemos ser perdedores. Nossa caminhada continua, e, por vezes, não sabemos se com toda a nossa voracidade, com todo o nosso conhecimento, com todo o nosso ímpeto, estamos dando um passo para frente ou para trás. É hora de, como a Fênix, renascer das cinzas(19), tomar o caos que produzimos como exemplo para salvar o nosso Planeta. Por enquanto, as condições de vida na Terra ainda são favoráveis para a nossa espécie e para diversas outras espécies. Mas o Planeta começa a mostrar sinais de cansaço e de saturação. Sabemos que em muitos lugares do Planeta a vida já foi inviabilizada tanto para seres humanos quanto para muitas outras espécies, a exemplo de áreas contaminadas por elementos atômicos, minas, desertificação,

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poluição, além de muitos outros aspectos. Todos esses problemas locais podem gerar complicadores para a macrovida. Nosso problema não é só de domínio tecnológico, de conhecimento sobre a forma como o Universo se organiza, mas também das condições impostas pelo meio. Sabemos que a vida é possível em nosso Planeta devido ao fato de os princípios vitais estarem perfeitamente assentados em bases físicas, químicas e biológicas, bem como na existência de uma dinâmica cósmica baseada num equilíbrio impressionante, equilíbrio este mantido pelas diversas forças que organizam o Universo: força gravitacional, força eletromagnética, força nuclear fraca e força forte, conforme o discurso da Física. Qualquer desajuste em uma dessas dimensões pode gerar sérios problemas para a manutenção da vida em nosso Planeta. O ambiente além do Planeta Terra possui forças completamente hostis à vida como a conhecemos. E mesmo nele, muitos lugares são completamente incompatíveis com a vida como estruturada no Planeta Terra. Não é um simples problema de domínio de energia, nem de construção de aparelhos que nos levem a outros pontos do Universo. O problema do domínio e de aquisição de energia é de fundamental importância para a nossa odisseia, tanto quanto o do aumento e do aperfeiçoamento da nossa capacidade de produção tecnológica – o que não pode ser feito com a destruição das bases que sustentam a vida. É um problema também de adaptação, de manutenção da vida em condições suficientemente propícias para a reprodução. A Engenharia Genética terá um papel fundamental doravante. Mas, não só ela: a Física, a Química, a Biologia, a Cosmologia, a Astrofísica, a Astronomia, a Robótica, a Informática, a Eletrônica, a Geologia, a Nanotecnologia, a Engenharia Espacial, 23


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a Ecologia, a Demografia, e tantos outros ramos do saber, além de muitos dos conhecimentos já adquiridos, serão de grande importância para assegurar a manutenção da vida humana e das outras espécies em nosso Planeta ou em outros pontos do Universo. As Ciências Humanas, a Filosofia, os conhecimentos alternativos produzidos e dominados por povos milenares também terão um papel fundamental neste processo. Compreender o ser humano é de vital importância. Todos os meios possíveis devem ser utilizados para a manutenção de nossa espécie, das outras espécies e do Planeta. Precisamos retomar a nossa razão humana para reprimir nossa razão tecnicista, que privilegia o lucro, o progresso e a destruição das bases da vida. Este livro nasceu de um incômodo, do incômodo que é a marca de nossa idade e de nosso tempo. Não um incômodo passageiro, mas algo sempre presente. A ideia de que somos finitos, de que somos efêmeros, de que podemos ser só mais uma nuvem na imensidão do Cosmos, levada ao vento, pronta para desaparecer a qualquer momento, apesar de nossa procura incessante pelo elixir da vida eterna. A busca por uma fórmula que nos torne imortais tem sido uma espécie de calcanhar de Aquiles(20) da espécie humana, e sempre foi, na realidade, um grande incômodo para os seres humanos, sejam eles religiosos, místicos, alquimistas, cientistas, pessoas comuns, bem como para as mais diversas civilizações que existiram e existem. Esse incômodo, porém, não é de todos, ainda que o ônus a ser pago tenha que ser geral. O pensamento de que somos eternos é tranquilizador. Tira o peso da responsabilidade que temos com o nosso Planeta e com o nosso destino. Criamos uma grande quantidade de sistemas explicativos – tais como os 24


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discursos religiosos e científicos – e de processos de preservação da vida – a propósito da criogenização – com a finalidade precípua de chegarmos à imortalidade. Fórmulas paliativas. Fica aqui a esperança de Alvin Toffler que, em seu livro A Terceira Onda: A Morte do Industrialismo e o Nascimento de uma Nova Civilização [1997], afirma que “a história humana, longe de terminar, está apenas começando”, isto é, se não destruirmos as bases que sustentam a vida muito em breve. Esperamos e torcemos para que tal assertiva de Alvin Toffler seja efetiva, concreta. Não é um livro científico, apesar de muito do seu conteúdo ser indubitavelmente discussões feitas por cientistas. O texto busca ser, antes de tudo, dialógico, pois fala da vida, que não deve ser entendida única e exclusivamente por uma única forma de conhecimento. Daí a necessidade de um navegar mais ousado, da busca de transitar por diversos campos do conhecimento. O texto estabelece um diálogo com as várias formas de conhecimentos e faz com que elas dialoguem entre si. Buscamos então, para utilizar aqui um recurso metafórico, o ímpeto dos argonautas(21), que em suas naus singravam mares nunca dantes navegados. E por que não falar de argonautas, de viajantes, se estamos falando de nós mesmos, estes transeuntes do Universo? É uma viagem pelo cenário do conhecimento humano, a odisseia dos humanos, a odisseia de todos nós. A viagem que tem a nossa cara, o nosso instinto, o nosso torpor, a nossa solidão, os nossos sonhos, as nossas derrotas, as nossas conquistas e a nossa esperança, a esperança da redenção da nossa espécie antes que ela desapareça.

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Por isso, apropriamo-nos dos mais diversos discursos, das mais diversas formas de conhecimentos, produtos essencialmente humanos, a fim de trazer à luz uma visão mais clara de como a espécie humana veio a se tornar altamente especializada em certas atividades e capaz de sobreviver às mais diversas intempéries, e nos lugares mais inóspitos, o que não é tudo. As diversas formas de conhecimentos apropriadas neste trabalho não estão concentradas em lugares específicos da narrativa, constituindo assim tópicos particulares sobre cada uma delas, estando diluídas no corpo do texto. Neste texto não impera a máxima positivista de hierarquização das formas de conhecimentos, como se fossem falhas, ou umas melhores do que as outras. Todas as formas de conhecimentos – seja o Senso Comum, a Religião, a Magia, a Mitologia, a Arte, a Ciência, a Filosofia, a Tecnologia, para citar aqui algumas – são importantes, são bem-vindas, pois foram forjadas e gestadas pelo intelecto humano, por sua capacidade de refletir sobre si e sobre as coisas do mundo: bichos, povos, seres sobrenaturais, máquinas, bactérias, fungos, vírus, supernovas, buracos negros, futuro, presente, passado, e muito mais. Forjadas e gestadas pelos seres humanos, as formas de conhecimentos tanto podem produzir o bem quanto o mal. A setorização do conhecimento, sua fragmentação, não tem lugar no discurso que pretendemos montar sobre a vida. Aqui impera muito mais um diálogo, e não um monólogo. Muito mais uma visão sistêmico-funcional. O discurso sobre a vida deve ser necessariamente transdisciplinar, visitar os arcanos, os segredos 26


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mais sombrios e insólitos do ser humano, buscar ir ao seu âmago e ao âmago das outras coisas e dos outros seres, ir ao reino das subjacências. As ideias de complexidade, sistema – da qual deriva a relação todo-parte e parte-todo, – não-separatividade – que debela a dicotomia cartesiana da separação –, além de diversas outras são fundamentais para o nosso entendimento do Universo. Conceitos como, por exemplo, os de ser humano, evolução, coevolução, entropia, sintropia, singularidade, complexidade, meio ambiente, ecologia, sustentabilidade, todo, macro, micro, espaço-tempo, consumo, além de tantos outros, que comporia aqui uma lista exaustiva, são imprescindíveis para nosso entendimento mais aprofundado das coisas que existem no Universo e de nossa atual e futura condição, da nossa atual e futura existência. Compreender fenômenos como tufões, furacões, maremotos, terremotos, tsunamis, aquecimento global, desertificação, poluição, deslocamentos de cometas e asteróides, explosões de estrelas, buracos negros, quasares, pulsares, formações de galáxias, vazio interplanetário, além de outros aspectos, são pontos extremamente importantes para a nossa jornada. Muitos dos aspectos sobre a vida dependem de uma abordagem transdisciplinar. Se o texto, para alguns, não consegue cumprir essa tarefa transdisciplinar, pelo menos fica a intenção e o propósito de assim proceder. Aqui fica a proposição para que outros possam proceder com mais propriedade a uma abordagem transdisciplinar sobre o tema, pois este escrito é muito mais uma aventura, um caminho que buscamos trilhar, sem os arroubos aos quais estão tão afeitos, por exemplo, os cientistas. Com certeza, os cientistas são muito mais rigorosos, e não seriam tão perdulários com as palavras como 27


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fomos neste texto, permitindo-nos certas imagens metafóricas. Pedimos desculpas aos cientistas por, em diversos momentos, termos transgredido os cânones sagrados da comunidade científica, não tratando os assuntos com a profundidade com que costumam ser tratados, pois cremos que o diálogo entre os vários ramos do conhecimento é muito profícuo, e uma visita ao seio de outros discursos faz-se necessária, sendo preciso, por vezes, desfazer as fronteiras, desobedecer as normas e as leis que regem as formas de conhecimentos, que fundamentam a logicidade interna de cada discurso. Este texto é como as cidades livres nas quais podemos trafegar por suas diversas ruas sem nenhuma proibição. Mas não é um trafegar sem bússola, desprovidos de princípios norteadores. Por não ser um livro científico, estivemos livres para discutir as mais diversas questões sem o aprofundamento e rigor exigidos por esse corpus de conhecimento. Além dos cientistas, pedimos desculpas também a todos aqueles que estudam Religião, Mitologia, Magia, Tecnologia, Arte, Filosofia e tantos outros campos do conhecimento, haja vista a produção humana em todas essas áreas e em outras ser de uma complexidade ímpar, a propósito do volume de discussões atualmente existente, particularmente se estas forem tratadas sob um ponto de vista de uma teoria geral do conhecimento. Sem dúvida, a aventura nessas áreas é sempre problemática, devido à amplitude das questões tratadas, sendo que toda forma de conhecimento tem suas potencialidades e seus limites, seus campos axiomáticos, que dizem o que é verdade e o que não é. Problemática também devido às posições dogmáticas que impedem a flexibilidade do caminhar pelas diversas fronteiras do conhecimento, como andamos pelas ruas das cidades livres. As 28


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A ODISSEIA HUMANA

A

crise ambiental que assola o Planeta Terra é um fenômeno que poderá, se alguma coisa não for feita urgentemente, inviabilizar grande parte da vida nele existente, inclusive a humana. O livro A Odisseia Humana: A Jornada Continua - Reflexões Antropo-Ecológicas constitui-se enquanto uma narrativa acerca da trajetória da espécie humana sobre o Planeta Terra e como esta tem afetado profundamente as bases que produzem e sustentam a vida, gestadas ao longo de bilhões de anos. Os fios que engendram a vida, que a Natureza levou bilhões de anos para tecer, estão sendo destruídos numa fração de tempo muito curta por uma armadilha que a espécie humana está montando contra si própria e contra as outras espécies vivas. Trata-se de um tema de extrema importância, talvez dos mais relevantes contemporaneamente: a degradação ambiental do Planeta Terra. Sabemos que as ações humanas têm gerado uma série de problemas para o Planeta, inclusive ambientais, que coloca em risco todas as formas de vida, dentre elas a humana. Talvez em nenhum outro momento da história do Planeta Terra a ação humana tenha sido tão deletéria quanto na atualidade. Podemos perceber os seus efeitos devastadores através do aquecimento global, do buraco na camada de ozônio, da poluição, da desertificação, do desmatamento, da chuva ácida, das inundações, dentre outros. Essa é uma postura suicida que terá muitas consequências futuramente, mas seus efeitos já estão sendo sentidos. A Odisseia Humana-A Jornada Continua: Reflexões AntropoEcológicas é uma viagem pelo cenário do conhecimento humano, a odisseia dos humanos, a odisseia de todos nós. A viagem que tem a nossa cara, o nosso instinto, o nosso torpor, a nossa solidão, os nossos sonhos, as nossas derrotas, as nossas conquistas e a nossa esperança, a esperança da redenção da nossa espécie antes que ela desapareça. Este livro é uma pequena contribuição para um movimento que tomará, com certeza, proporções dantescas: tomara que a vida vença e perdure. A vida ontem, hoje e num futuro muito distante: a jornada continua.

ISBN 858219073-5

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