Boletim da Indústria Gráfica (BIG) - Edição 90 - 1957

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SETEMBRO DE 1957____________________________ N.° 9(

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ANO VIII

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EDITORIAL FIRMAM líderes sindicais que a pura e simples extinção do Fundo Social Sindical, o que no momento é discutido em todos os setores trabalhistas do País, ocasionará, pràticamente, o fim do sindicalismo no Brasil. Aíirmam êsses líderes que a maioria dos nossos Sindicatos, o que realmente acontece, sobrevivem graças ao imposto sindical, já que as ren­ das auferidas por mensalidades, são insignificantes em relação às despesas que têm essas Entidades.

De fato, o sindicalismo no Brasil ainda engatinha e, nos poucos ramos em que êle é mais amplamente compreendido, ainda há muita coisa por fazer. Poucas são as Entidades de classe que têm força e personalidade para ser respeitada e acatada pelos que ela representa. A maioria, infe­ lizmente, não passa de simples órgãos decorativos, sem força e sem ele­ mentos para lutar em favor dos seus representados. A culpa, nesse caso, cabe exclusivamênte àqueles que deveríam ser os primeiros a lutar pela sempre maior grandeza de seus Sindicatos.

O Sindicato das Indústrias Gráficas, felizmente, juntamente com outras raras exceções, foge à regra geral. £' uma entidade fortemente consti­ tuída, amparada por gente de boa vontade e de trabalho. Pode assim, êsse Sindicafo, ser o lídimo representante de tôda uma classe obreira e progressista.

O fato, entretanto, é que, apesar de ser o Sindicato das Indústrias Gráficas, uma das raras exceções, como dissemos, muito falta para que a sua situação perante a indústria- gráfica seja realmente ótima.

Ainda existem centenas de firmas gráficas não associadas. São, na verdade, ovelhas desgarradas e que caminham sem direção e sem pro­ teção. Quem, a não ser o Sindicato, poderá cuidar dos interêsses dessa quantidade enorme de firmas? Quem, a não ser os próprios industriais gráficos associados, reunidos em Assembléia Geral, têm força suficiente para discutirem seus próprios interêsses, que são também os interêsses da coletividade? Ninguém, a não ser Sindicato e sindicalizados.

Então, porque essas firmas feimam em navegar águas desconhecidas, lembrando-se do Sindicato quando vêm que só êle poderá resolver alguma situação delicada?

Não sabemos. O que sabemos, isto sim, é que todos, indistintamente, devem entrar para o rol dos Sindicalizados, acatando e prestigiando o Sindicafo para que êle tenha ainda maior fôrça e autoridade para zelar pelos interêsses da classe.

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INDÚSTRIA GRÁFICA Ano V III - S E T E M B R O - N.° 90 Redação e Adm inistração: Rua de São Bento, 405 - 14.° andar conjunto 1433 - Caixa Postal 7815 Telefone: 32-4694 — SAO PAULO D iretor Responsável: HERALDO

VIEIRA

DE

CASTRO

Redação: Theobaldo De Nigiis José Napolitano Sobrinho João Andreotti Composto e impresso nas oficinas da GRÁFICA PIRATININGA LTDA. Rua Voluntários da Pátria, 1156 Telefone: 37-5219 — São Paulo S IN D IC A T O D AS IN D Ú ST R IA S G R Á F IC A S NO E S T A D O D E SÃ O P A U L O D iretoria: Theobaldo De Nigris - Presidente José Napolitano Sobrinho - Secretário João Andreotti - Tesoureiro Núncio Camano - Diretor Dr. Vinícius Ramos de Freitas - Diretor José J. H. Pieretti - Diretor

Conselho Fiscal: Jorge Saraiva Diautas Riedel Mário Rigotti Damiro de Oliveira Volpe Evaldo Asbahr José Andreucci

Delegados na Federação: José Costa Mesa Dante Giosa Geraldo Azevedo Martins Terra Felício A. Orlandi

Delegacia em Santos: Affonso Franco - Pça. da República, 20

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G R Á F IC A

NOSSA PALAVRA

i sede própria já não ó mais 11 sonho Sim, amigo industrial gráfico. A séde própria para o nosso Sindicato, que em tão boa hora nos propuzemos adquirir, já não é, como há algum tempo atrás, um so­ nho, mas sim uma grande realidade.

Não foram perdidos os nossos esforços e, com a sempre certa colaboração dos nossos associados, trans­ formamos aquêle velho sonho, apesar do cepticismo de alguns, e também das muitas dificuldades que se nos apresentaram.

Diversas foram as firmas gráficas que conosco co­ laboraram nessa tarefa, que tantos benefícios trará à nossa classe, ao nosso ramo e ao nosso Sindicato, ao mesmo tempo em que proporcionará a todos, indistintamente, oportunidade de poder contar com os nossos melhores serviços.

Essa vitória não nos pertence. Apenas lideramos o movimento pró-aquisição da séde própria, sabendo que, sem a indispensável colaboração de todos, nàda poderia ser feito. A vitória é, pois, de todos aquêles que, compreendendo o alto significado dessa nossa cam­ panha, deram guarida aos nossos apêlos, apondo o no­ me de suas firmas no “Livro de Ouro” , que será, no futuro, um testemunho eloquente da compreensão e união que caracterizam os industriais gráficos.

Nada mais justo, pois, que os nossos agradecimen­ tos sejam püblicamente dirigidos aos que conosco cola­ boraram e àqueles que venham a colaborar.

Não está encerrada essa nossa campanha. Muitos pro­ blemas ainda se nos apresentarão, sabemos, mas tenta­ remos contorná-los à medida das nossas possibilidades, certos de que essa nossa luta será compensada, mais tarde, e que servirá de exemplo e de estímulo às futu­ ras gerações de industriais gráficos.

A luta não está terminada, repetimos, e todos aque­ les que ainda não aderiram ao nosso movimento ainda poderão fazê-lo. Pense você também, meu caro colega, o quanto lucraremos possuindo a nossa séde própria, modernamente instalada, onde poderemos contar com maiores e melhores serviços, com um local que será o nosso ponto de reunião, onde discutiremos os nossos problemas gerais. Pense, meu amigo, e chegue à con­ clusão de que você também precisa estar ao nosso lado,

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ensejo do XV aniversário do SEN AI, a Escola de Artes Gráficas conta um pouco de sua história

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O completar o SENAI quinze anos de fundação, tôdas as suas Escolas programaram festejos especiais. De 28 a 31 de agosto a Escola de Artes Gráficas esteve aberta à visitação pública.

Disputas desportivas, show, sessão cívica e uma exposição retrospec­ tiva sôbre a história da Escola fizeram parte das comemorações especiais ao ensejo do décimo quinto aniversário do SENAI. Os cursos de Artes Gráficas, no SENAI, foram fundados em 31 de outubro de 1945. Nasceram em

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Durante 3 anos os cursos de artes gráficas funcionaram como ‘cursos-pilôto** neste local.

Flagrante do ato histórico de inauguração dos cursos experimentais para aprendizagem de artes gráficas.

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um barracão, com instalações adaptadas, compradas do acêrvo de uma velha indús­ tria, a “ Tipografia Nunes” que existiu à Rua 21 de Abril n.° 1383. Chamavam-na de C-2a, porque era uma secção da Escola C-2 do Belém, situada na Av. Celso Gar­ cia, 1281.

Durante 3 anos ela funcionou a título precário, com i nstalações e maquinários aproveitados e transformados em Oficinas de Aprendizagem. A C-2a que só abrangia as atividades de tipografia ministrava en­ sino para os cursos de Tipógrafo, Linotipista, Impressor, Encadernador e Pautador.

Seus primeiros orientadores técnicos foram os homens da própria Indústria Gráfica de São Paulo, tais como os srs. João e Ricardo Gonçalves, Francisco Cruz Maldonado, Saverio D’Agostini, João Castaldi, Emanuel Baré e outros.

Na verdade a antiga C-2a foi um labo­ ratório de experimentação, que ensaiou du­ rante anos a organização de cursos de aprendizagem para artes gráficas, pois não possuía o SENAI, ou qualquer outra insti­ tuição no Brasil, a experiência neceçsária para a organização imediata e racional de tais cursos.

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A velha C-2a era um barracão sem fôrro, com telhados de telha-vã e piso de cimento.

Suas oficinas ocupavam uma área média de 500 m2. Possuía duas salas de aula e uma secretaria. Eis tudo ! Tinha capacidade de matrícula para 50 alunos.

Foi em dezembro de 1948 que a antiga C-2a mudou-se para outro local pela pri­ meira vez. Saindo de um velho barracão ela se transferiu para o edifício séde do SENAI, à Rua Monsenhor Andrade, 298, ocupando todo o 3.° andar da ala da Rua Sampaio Moreira. Desligando-se da Escola C-2, do Belém, passou a fazer parte da Es­ cola SENAI do Brás, chamada Escola C-l.

No Brás, como Secção C-la, foram man­ tidos e ampliados os cursos já então exis­ tentes, com a compra de novas máquinas e novas instalações além de ser creada nova secção, a de douração de livros, como complementação da secção de encadernação.

Suas oficinas mais amplas e arejadas, já atingiam perto de 1.000 m2. Seus cursos dispunham também de 4 salas de aulas, funcionando em conjunto com as instala­ ções médica, dentária e pavilhão social, provisório, da Escola C-l. A capacidade média de sua matrícula dobrou de 50 para

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, imnram também, em caráter \ ^ tídifício-sédc do SENAI. Os cursos de artes gráficas funcio

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21 de Julho de 1951 é a data-marco da maioridade dos cursos de artes gráficas, pois representa a data da transformação dêsses cursos em Escola.

100 alunos. Como Secção C-la, dependente da Escola C-l, ela funcionou no Brás du­ rante dois anos e meio. Embora já bem instalada em prédio amplo e moderno, ela ansiava por sua maioridade, por ter o foro e a personalidade de uma verdadeira Escola.

Foi em 21 de julho de 1951, ao se trans­ ferir em caráter definiti­ vo, do Brás para o Cambuci, que a Secção de Artes Gráficas se desli­ gou da Escola C-l. Pas­ sou então, de secção que era de outras escolas, a ser uma unidade própria: 21 de julho de 1951 é, portanto, a data de sua maioridade.

A nova Escola, orgulhosa de suas oficinas, redobrou esforços na sua vontade de crescer. Suas novas instala­ ções, agora são amplas, are­ jadas e modernas em nada lembrando as do velho bar­ racão em que nasceu.

Como Escola, finalmente, ela redobrou sua vontade de crescer. O trabalho árduo de 6 anos de luta, de pesquisas e de expe­ rimentação de métodos, tornaram-na real­ mente uma Escola. Sua vitória foi a vitória de todos os que lutaram com ela, direta ou indiretamente, professores, instrutores, ser-

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No Ano do IV Centenário de São Paulo — 1954 — nasceram as secções novas, para as atividades de offset, abrangendo os cursos de aprendizagem para fotó­ grafo, rctocador, copiador c impressor.

As atividades de clicheria nasceram concomitântemen­ te com as de offset. Para isto foram precisos 900 m2 de área nova, construídos para atender às ampliações de oficinas.

ventes, traçando seu rumo, suas bases e suas diretrizes de ensino.

Já no Ano do IV Centenário de S. Pau­ lo — 1954 — no mês de março, ela instala e inaugura 5 novos cursos, estendendo suas atividades, agora também para clicheria e offset, tendo para isso construido mais de 900 m2 de área de oficinas. Com essas no­ vas atividades foram creados os cursos de Fotógrafo de Reprodução, o de Retocador de Offset, o de Gravador de Offset, o de Impressor de Offset e, ainda, o de Grava­ dor de clichês.

Em 1956, mês de julho, a Escola regis­ tra mais uma etapa de progresso, impor­ tante para a educação integral de seus alu­

nos, construindo, equipamento e inauguran­ do seu novo Pavilhão Social, de 1.000 m2 de área, com Refeitório, Copa, Salas para o Assistente Social, Anfiteatro para jogos, festas, reuniões e instalações condignas pa­ ra a Diretoria do Grêmio Monteiro Lobato e Associação dos Ex-Alunos.

Hoje, a Escola de Artes Gráficas do SENAI é uma escola moderna, levantada num terreno de 4.630 m2, com 3.668 m2 de área construída, dos quais quase 2.000 m2 estão reservados às Oficinas de Aprendizagem, com 11 cursos diferentes, de ofícios rela­ cionados às atividades de Tipografia, de Cli­ cheria e de Offset, tendo promovido no ano de 1956, aprendizagem diurna e noturna pa­ ra 552 alunos entre aprendizes e adultQS.

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Inventor da Tipografia Um dia, o sacristão da Catedral de Harlém, depois de haver mostrado a Gutenberg os manuscritos da biblioteca, lhe exibiu uma tabuinha em que se achava gravada em relêvo uma página da gramática latina. Vi­ nham as letras gravadas às avêssas, e bas­ tava cobri-las de tinta, comprimindo-as so­ bre o pergaminho, para que o escrito ficas­ se impresso. Êsse processo não apresenta­ va novidade alguma, pois há muito tempo já era usado para reproduzir imagens de santos e quadros da Bíblia com as respec­ tivas legendas.

Gutenberg olhou a tabuinha, elogiou a habilidade e a paciência do sacristão gra­ vador. Em tôdas as invenções, e principal­

mente nas que dizem respeito à máquina, aparelho ou instrumento, pode-se frequen­ temente surpreender na mente do gênio o instante em que da imprevista conflagra­ ção de idéias pula fóra o achado miraculo­ so. E’ o momento em que o gênio resolve o seu problema ou encontra o ponto de partida de sua invenção.

Pois o achado miraculoso ocorreu a Gu­ tenberg quando nas mãos sopesava a tabui­ nha, diante do sacristão. De repente, teve a idéia de retalhá-la para obter letras sol­ tas. Assim, poderíam elas formar e com­ binar frases e ser utilizadas em novas pá­ ginas. Uma idéia, como vemos, que hoje

nos parece simples como o ôvo de Colom­ bo. Era, entretanto, o achado miraculoso que preparava a humanidade para a maior das invenções.

Gutenberg bem compreendeu o valor da descoberta. Nada disse. Todo fechado no seu segrêdo, voltou para Estrasburgo com um germe no cérebro que ia revolucionar o mundo. Quem poderia descrever a ale­ gria dêsse feiticeiro enquanto espalhava na tabuinha o seu primeiro alfabeto?

Vieram, em seguida, como acontece a quase todos os inventores, os anos de tra­ balho, as lutas, as decepções. Com os seus instrumentos, com a sua prensa, isolou-se na cela de um convento. Aliou-se a João Faust, que depois, fazendo valer desuma­ namente suas prerrogativas de credor, lhe tira à fôrça a prensa e os forninhos; no entanto morre depois, de peste. Pedro Schoeffer, que lhe sugerira a liga para fun­ dir os caractéres, apodera-se, com a morte de Faust, da tipografia de Gutenberg.

Velho e pobre, Gutenberg é acolhido pelo arcebispo de Mogúncia, que o nomeia seu gentilhomem de câmara. Pode, pois, consagrar os últimos anos ao progresso de sua arte e morrer em paz em 1468. Aos 72 anos de idade, segundo se supõe.

Em 1505, o filho de Schoeffer, num li­ vro que imprimiu, reparou de algum modo a ingratidão do pai para Gutenberg, bem como a cupidez de Faust, com as seguintes palavras: “A maravilhosa arte da imprensa foi inventada em Mogúncia pelo engenhosíssimo João Gutenberg, mil e quatrocentos anos após o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo e depois melhorada e firma­ da pelo esforço, pelos gastos e pelo traba­ lho de João Faust e Pedro Schoeffer, em Mogúncia: pelo que esta cidade deve ser estimada e louvada eternamente, não só pela nação germânica, mas pelo mundo inteiro” .

João Faust e Pedro Schoeffer tiraram proveito do inventor mas não conseguiram arrebatar-lhe a glória. O linotipista que compõe estas linhas, manejando o ejetor, a régua, a alavanca, a faca e a serra, é um discípulo de Gutenberg. Mas um discípulo

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que maravilharia o mestre, se êste ainda vivesse.

Deve-se a Gutenberg, com a sua invenção, o aparecimento da imprensa, que hoje pro­ porciona ao homem de tôdas as camadas sociais um resumo acessível e útil do mun­ do em que vive, êste mundo sôbre o qual atua e do qual reciprocamente, embora não tenha com êle senão relações indiretas, re­ cebe a influência. Ao tempo de Gutenberg, e mesmo alguns séculos depois, o mundo, para o homem, era a sua aldeia, a sua vila, a sua cidade. Tudo quanto acontecia para além das fronteiras do seu meio restrito era coisa vaga, incerta, de que incompleta­ mente tomava conhecimento.

Na verdade, só neste meio século come­ çou o homem a usufruir tôdas as maravi­ lhosas consequências do invento de Guten­ berg. Basta dizer que em fins do século XIX a tiragem dos jornais dos países mais adiantados não ia além de 50 mil exempla­ res. Era o que acontecia na Inglaterra, por

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exemplo, onde o jornal se dirigia a um pe­ queno número de pessoas que possuíam idéias políticas e que governam o país. O direito do voto estava reservado à classe média, e só em 1870 a educação começou a se difundir na classe trabalhadora.

Se o invento, há cinco séculos, era ma­ ravilhoso, suas consequências mais recentes não o são menos. Como não se maravilha­ ria Gutenberg diante de uma Linotipo a alinhar linhas e mais linhas num instante, diante de uma rotativa a imprimir milha­ res de jornais por hora, ou então diante de uma offset a empilhar belos impressos coloridos. Como não se maravilharia mes­ mo diante de uma simples minerva, tão próxima de seu prelo de madeira, mas já representando, com o emprêgo dos novos tipos móveis, tôda uma etapa de aperfei­ çoamento do seu invento. A êle, no entan­ to, caberá sempre a glória de ter sido o pioneiro da arte da impressão; a êle que ofereceu ao mundo o maior legado que a civilização poderia desejar.

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Estética Tipográfica A tipografia, arte seleta de outras eras, Os nossos antepassados deram-nos lições famosa a todos os títulos, quer pela sua assombrosas neste aspecto. Os frontispícios utilidade, quer pela razão de que no seu por êles executados, quer levassem um ou seio ingressou a nobreza, entusiasmando mais títulos, eram admiráveis. A uniforduma maneira transcedente o clero, a ponmidade de caractéres, a classificação dos to de os melhores trabalhos daquela época títulos, a divisão dos espaços, eram, para sairem de suas mãos, há duas ou três de- êles, os pormenores mais importantes do zenas de anos a esta parte, sofre rudes trabalho. Extasiamo-nos perante tais monugolpes no que de mais precioso encerra: mentos da tipografia de então. Hoje, com o seu belo estilo e distinto aspecto gráfico. bastante mágoa, temos de o confessar, um Remodelação profunda tentam dar-lhe frontispício executado e m ‘‘moderno estilo” , os mais famosos técnicos de todo o mundo. assim o classificam, fica, em geral, muito A arquitetura de mãos dadas com a grafia, a9uen? f o que de belo existe. Predomina revoluciona com seus esquemas, ora sérios, a variedade desconcertante de caracteres, ora diabólicos, o que de bom existia na negros com finos, mais parecendo um anundelicada e sensível arte de Gutenberg. mal composto e pior orientado. Espaços A ... . . , divididos sem noçao alguma e, por conseUmas vezes, felizes, apresentam traba- quência, uma apresentação confrangedora, lhos distintos, extraordinários mesmo; ou- atendendo ao valor incalculável que desemtras, fantasiando em demasia, executam penha um frontispício num livro, quer êle produção mais vistosa, mais garrida, mas seja romance ou obra de arte. de difícil leitura, tornando-a, por conse__ . . ,. . . , quência, uma miscelânia compacta de tin„ Na sua maioria, os tipógrafos contempotas e dizeres raneos revelam, infelizmente, posição pou, '. , ... , co sólida para poderem discernir quanto é O modernismo admite-se, e e aceitavel delicada a função de um frontispício. quando não são esquecidas numerosas fa„ . . , . cetas tipográficas que, apesar de antigas, Paf a que qualquer trabalho se apresente são indispensáveis e de primordial impor- com distinção no seu aspecto geral, e netância no aspecto geral dos trabalhos a cessaria a boa divisão de espaços, executar.

Não tem valor nem qualquer influência E’ indiscutível, por exemplo, que quan- a..y*s*-a do leitor e do técnico, a boa clasdo qualquer trabalho não apresenta claros sificaçao titular, se os espaços de coordee espaços divididos harmônicamente, dêem- naçao e divisão nao estiverem harmônicos lhe as voltas que lhe derem nunca poderá e de acordo com a mesma classificaçao. ser obra com apresentação de requintada O tipógrafo de hoje, em grande parte, elegância. desconhece também o valor relativo e priTemos, sem sombra de dúvida, apreciamordial dos claros, do belos trabalhos rotulados de modernos.

Tudo nos leya a crer que a falta de Neles se verifica o cuidado da boa dispo- conhecimentos técnicos é fundamental nessição dos títulos, claros convenientemente te aspecto. A classificação de espaços ou divididos e impressão a côres, com deter- claros requer um estudo concencioso e apuminada suavidade, própria para o fim em rado. Tem limites de ordem técnica e psivista. cológica; no entanto, usam-na hoje descoIndubitàvelmente que temos de admitir nexamente e ao arbítrio de cada um. como bom um trabalho que é executado Correntemente se verifica que os espadentro dêstes moldes. Mas há variantes ços que separam qualquer título dum subinaceitáveis, onde predomina a falta de bom título ou do texto, se encontram em comgôsto na escolha de caractéres e na divisão pleta desarmonia, no que respeita ao asde espaços. pecto gráfico.

Um dos problemas mais delicados da Também é de vital importância, estètitipografia, quanto ànós, é a colocação e camente, o espaço que ladeia uma gravura boa divisão dosespaços. a separá-la do texto. Se êsse espaço não

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tiver uniformidade, existe razão para que o aspecto da página onde está colocada resulte de pouca beleza à vista do leitor.

E’ ponto assente que, quando assim su­ cede, a mesma página poderá ser classifi­ cada de estilo moderno, mas não a pode­ mos aceitar como boa, se tivermos em aten­ ção o seu aspecto geral. E’ no todo que ela deve ser apreciada e não só no seu aspecto arquitetônico.

O arquiteto e o desenhista esboçaram o seu estudo, mas desconhecem, em regra, a parte técnica, a classificação geral dos títulos, bem como os espaços equivalentes e necessários para se conseguir, depois do trabalho que êles esboçaram, uma fácil e tentadora leitura.

A originalidade de um trabalho não consiste só no arrumo que se dá aos títu­ los, mas também na sua correspondente classificação e colocação de espaços.

O arrumo ou arranjo, como queiram chamar-lhe, tem de ser uma sequência do valor dos títulos insertos em qualquer qualidade de trabalho, não menosprezan­ do, claro está, a faceta especial, tão deli­ cada e útil nas artes gráficas.

Numa revista profusamente ilustrada, se não existir harmonia dos caractéres, de acordo com a estética da paginação, des­ necessário se torna dizer que o seu aspecto geral nunca por nunca poderá ser perfeito.

O excessivo e variado emprêgo de ca­ ractéres de desenhos diferentes, só contri­ bui para o desarranjo e fraca apresentação das páginas.

Presentemente é delicada a missão do paginador, se o mesmo pretender acompa­ nhar, com fidelidade, o desenhador que idealizou a “ maquete” a pôr em execução.

O mesmo paginador só a poderá acompa­

nhar com proveito e utilidade, se possuir alguns conhecimentos de desenho; bem ra­ ramente, infelizmente, assim acontece.

Pode usufruir vantagem considerável quem possuir êsses predicados tão úteis como indispensáveis. O contrário do que se apresenta só poderá refletir-se na de­ mora da execução dos trabalhos a efe­ tuar e, por conseguinte, prejuízo para o industrial.

E’ aconselhável remediar êsse mal, que se enraiza assustadoramente adentro da ti­ pografia, banindo fantasias demasiado gros­ seiras e com falta de bom gôsto, evitandose assim o desvirtuamento da função séria e nobre para que ela foi criada.

A tipografia, desde a sua descoberta por Gutenberg, manteve até há trinta anos atrás, o mesmo gôsto simples e delicado, harmonia nos caractéres a empregar em qualquer trabalho, boa classificação e divi­ são de claros, enfim, tudo o que de mais belo existe na genial arte de imprimir.

Hoje, se colhemos benefícios com a ado­ ção da arte moderna, não resta a menor dúvida de que também uma grande parte dos evolucionistas se excedeu, pecando por excesso demasiado de modernismo, moder­ nismo êsse inaceitável e deplorável na tipo­ grafia, quando exagerado.

Contemporizamos e aceitamos de bom grado tudo o que de útil nos possa trazer o modernismo, mas não podemos deixar de repudiar o que de mau também nos apresenta e, por vêzes, em quantidade desoladora.

Poderiamos apresentar vários trabalhos impressos, onde se nota, concludentemente, que a razão está do nosso lado. de

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“ D as O brigaçõ es Legais e da C o la b o ra çã o da In d ú stria G r á f i c a ” 0 Departamento da Receita faz publi­ mento, à emissão, em média, de 100 notas car, para orientação dos estabelecimentos diárias, não será possível que essa firma, decorridos dois ou três meses, ainda con­ gráficos, o trabalho de autoria do sr. Mau­ ro Pereira Vianna, Fiscal de Rendas, inti­ tinue com saldo de talões. E’ evidente, e a fraude será apurada em investigação, que tulado “ Das Obrigações Legais e da Cola­ a emissão de notas vem sendo sonegada. boração Voluntária dos Estabelecimentos Gráficos” .

E’ essa, portanto, a grande importância que representa para o fisco, a referência 1 — Dispõe o Regulamento (Decreto n.° 28.252, de 29 de abril de 1957) no seu Art. expressa à data da impressão e ao número 42, que os estabelecimentos gráficos, sem de impressos. prejuízo no disposto no artigo 31 (Obriga­ III — E’ interessante, também, que os toriedade de outros livros fiscais), ficam estabelecimentos impressores tenham em obrigados a escriturar no Registro de Im­ vista a disposição taxativa do artigo 58: pressos Fiscais (modêlo n.° 10) os impres­ “ a nota fiscal será extraída no mínimo em sos fiscais numerados que confeccionarem, 3 vias” . Observa-se que a lei limita o mí­ destinados quer a terceiros (freguêses), quer nimo, mas não o máximo. Êste ficará ao ao uso do próprio estabelecimento. Diz, livre arbítrio do comerciante, que poderá ainda, o seu parágrafo único que a escri­ ordenar a confecção de blocos de 6, 7 ou turação será feita diàriamente, à vista das mais vias. Entretanto será sempre a ter­ notas emitidas( pela venda dos talonários) ceira via que ficará prêsa ao bloco para ou antes da utilização dos impressos quan­ exibição ao fisco e não a última como até do destinados ao próprio estabelecimento. então vinha ocorrendo. Com essa oportuTal medida, como fàcilmente se obser­ níssima imposição do legislador evitou-se va, é de grande alcance prático, evitando que a via da exibição ao fisco (prêsa ao a fraude no uso e confecção de talonários. bloco) ficasse, devido ao uso constante do Assim, se um estabelecimento comercial carbono e ao grande número de vias, com usa determinada série ou várias séries, o a sua redação obscura, imperceptível como fisco poderá, de pronto, ter o total de blo­ atualmente se verifica. Por conseguinte, o cos impressos mediante uma simples veri­ decalque a carbono será sempre mais visí­ ficação no livro acima mencionado, em po­ vel na terceira via do que na última (na der da firma impressora. hipótese de se tratar de emissão de notas II — O artigo 57 daquele diploma legalem muitas vias), permitindo u’a melhor fiscalização, um mais minucioso exame. dispõe que a Nota Fiscal deverá conter, entre outras indicações: “ O nome do imO artigo 61 determina que a 3.a via pressor da nota, o seu endereço e o número ficará sempre prêsa ao bloco. de sua inscrição; a data e a quantidade da IV — As notas fiscais, cuja natureza impressão” . Tais indicações serão impres­ seja a venda a consumidor (dizemos “Notas sas tipogràficamente, é o que determina o Fiscais” porque foi abolida a “Nota de Ven­ parágrafo 2.° do artigo mencionado. da a Consumidor” , que passará, doravante, Pergunta-se: por que o registro da data a constituir-se de uma série especial da­ da impressão? A imposição legal é de su­ quelas) poderão ser confeccionadas em ape­ ma importância para o fisco, pois, por ela nas duas vias. Êste, logicamente é o limite poder-se-á verificar se a firma vem emi­ mínimo estabelecido pela lei. O máximo tindo ou não as notas fiscais, ou, em ou­ ficará ao livre arbítrio do comerciante. tras palavras, vem sonegando. Dessa for­ Faculta-se a emissão em duas vias só ma, se, da nota constar que foram confec­ para o caso em que o comprador proceda cionados 50 talões em 10 de abril de 1956, e se a firma responsável pelo uso dos do­ à retirada da mercadoria no ato da compra.

O parágrafo l.° do artigo 64 determina cumentos é vendedora de determinadas que dos documentos em tela deverá cons­ mercadorias que obrigam, pelo seu movi-

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tar tipogràficamente a natureza da opera­ ção. Veja-se, a propósito da matéria trata­ da neste capítulo, nossos comentários sôbre a nota fiscal.

O comerciante, é interessante que se frize, não é obrigado a utilizar-se dessa sé­ rie especial (Nota fiscal de venda a consu­ midor), podendo, se assim entender, servirse tão somente das Notas Fiscais, quer pa­ ra as vendas a comerciantes, quer para as vendas a consumidores. O artigo 64 não apenas faculta: “ . . . a Nota Fiscal poderá ser extraída em duas vias” .

V — Os estabelecimentos gráficos não estão impedidos de, atendendo a solicita­ ções de seus freguêses, colocar outras in­ dicações nos documentos fiscais, desde que não haja prejuízo à clareza dos mesmos.

As indicações obrigatórias são aquelas constantes do artigo 57, cujo dispositivo não apresenta alteração à legislação ante­ rior. São indicações legais, além das im­ postas pelo artigo 54 e seu parágrafo úni­ co, que mais abaixo comentaremos.

Tratamos, neste capítulo, das indicações facultativas, solicitando, para o caso, a co­ laboração voluntária dos estabelecimentos gráficos para com as autoridades fiscais e, porque não dizer, para com os seus pró­ prios freguêses, evitando-se-lhes, não raras vêzes, despesas inúteis com indicações con­ trárias aos interêsses fazendários. Não se lhes proibe as indicações extras, proibe-selhes, isto sim, indicações que possam pre­ judicar a clareza dos documentos fiscais.

VI — Determina o artigo 54 do regula­ mento, que os documentos fiscais relativos a operações das quais decorre para o emi­ tente a obrigação de recolher o tributo, de­ vem conter obrigatoriamente a declaração de que o imposto foi pago. Se, pelo con­ trário, referiram-se a operações isentas do imposto ou dispensadas de seu pagamento neste Estado, deverão indicar o dispositivo legal que conceder a dispensa do tributo.

Nas hipóteses aqui tratadas a declaração, apesar do silêncio da lei, poderá ser im­ pressa tipogràficamente.

Há um caso, entretanto, e êste é o do parágrafo único, “ in fine” , do mesmo arti­ go 54, em que não é possível a impressão tipográfica. Trata-se da dispensa do tribu­ to quando o objeto da operação fôr merca­ doria transferida de fora do Estado, com imposto pago. Exige o dispositivo que se faça menção, na Nota Fiscal, da data do pagamento no lugar de origem da merca­ doria. Nesta hipótese, indubitàvelmente, a declaração deverá ser feita de modo diver­ so. E 'evidente a impossibilidade de impri­ mir-se tipogràficamente declaração relativa a dados só futuramente conhecidos.

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VII — Torna-se também obrigatória a impressão tipográfica das seguintes indica­ ções: A denominação da Nota Fiscal, o nú­ mero de ordem e o número de vias, o no­ me, o enderêço e o número de inscrição do emitente.

Essas indicações dispensam qualquer co­ mentário, pois dificilmente ocorrerá a omis­ são das mesmas.

VIII — Os estabelecimentos gráficos observarão, ainda, que no caso de mencio­ narem as funções das respectivas vias das Notas Fiscais, o procedimento deve ser cauteloso para que não haja desrespeito à disposição taxativa do artigo 77: “As diver­ sas vias dos documentos fiscais não se subs­ tituirão nas respectivas funções” . Assim, para exemplificar, teria sido inútil o tra­ balho do estabelecimento gráfico, acarre­ tando prejuízo total aos seus freguêses, se nas diversas vias, entre outras hipóteses viáveis, constassem indicações como estas: 2.a Via — “Para o Caixa” , 3.a Via — “Para acompanhar a mercadoria” etc., etc. — Se assim se proceder, impelidos estarão de funcionar os respectivos documentos fiscais por infração visível à lei. E se na infra­ ção à lei, não poderá a autoridade admi­ nistrativa, sem autorização legal, sanar a irregularidade mediante têrmo. Portanto, verificada a existência do fato ilegal, esta­ rá tôda a produção de impressos destina­ da a um único fim: incineração.

As funções das três primeiras vias serão sempre as mesmas, não importando seja a emissão constituída de três ou dez vias.

Assim, a l.a via será sempre destinada ao comprador; a 2.a a acompanhar a merca­ doria e a 3.a ficará prêsa ao bloco para exibição ao fisco. Não há necessidade de que se indique expressamente as funções dessas vias, pois já estão determinadas por lei. As demais vias do documento terão as finalidades indicadas pelo próprio comer­ ciante, dispensada a anuência do fisco.

IX — Não houve alteração no tocante à numeração dos documentos fiscais. Serão numerados por espécie, em ordem crescen­ te de 1 a 999.999 e enfeixados em blocos uniformes de 50 no máximo. Atingido o número 999.999 a numeração deverá ser recomeçada dentro da mesma letra que designar a série do documento. Frize-se: Dentro da mesma letra que designar a sé­ rie do documento. Essa letra deverá ser

impressa sempre, qualquer seja o caso, em caractéres maiúsculos. Trata-se de imposi­ ção legal a que não podemos fugir.

X — As séries dos vários documentos deverão obedecer rigorosamente à ordem alfabética. Se o comerciante usar três sé­ ries de documentos, estará impedido de

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indicá-las com as letras, exemplificando: cais, dêles farão constar sua firma ou de­ “ A ” , “ O” e “ R” . Ao invés, designá-las-á: nominação, enderêço e número de inscri­ “ A ” , “ B” e “ C” , e assim por diante, sem­ ção, bem como a data e a quantidade de pre respeitada a sequência alfabética. cada impressão.

Essa imposição legal é também de gran­ Mesmo que as notas se destinem ao de alcance prático: facilita indiscutivelmen­ próprio estabelecimento gráfico, da mesma te a ação fiscal, impedindo, por outro lado, forma será imprescindível o procedimento que o comerciante omita propositadamente supra. Já comentamos, linhas atrás, êsse séries em uso. Na ordem alfabética, sem dispositivo. sombra de dúvida, a fraude seria menos viável, embora possível. Se um fiscal, por XII — Não comentaremos o artigo 153 exemplo, apreende um documento perten­ por constituir matéria de interêsse exclu­ cente à série “D” , é sinal evidente da exis­ sivo de comerciantes, não havendo, para os tência das séries “A ” , “B” e “C” , excetua­ industriais gráficos, possibilidade da ocor­ do o caso de infração. rência da suposição nêle ventilada.

Tôdas as séries em uso constarão de têrmo prévio e autenticado existente no XIII — No modêlo n.° 10, para o Re­ Registro de Pagamento por Verba (pará­ gistro de Impressos Fiscais, devem constar, grafo 12.°, artigo 78). Preponderá, por con­ no mínimo, 11 colunas em cada fôlha. Ditas seguinte, a importância aa ordem alfabé­ colunas assim se distribuem: a) — Relati­ tica para os casos em que, por negligência vas ao Comprador — l.a coluna: seu nú­ ou omissão involuntária, nao se procedeu mero de inscrição. 2.a coluna: nome, firma a lavratura do têrmo. ou denominação da sociedade, de acordo Os estabelecimentos gráficos observarão com a ficha de inscrição. 3.a coluna: ende­ também que, se o comerciante usar para rêço completo: rua, número, cidade, Esta­ cada especie de documento apenas uma do. b) — Relativas aos Impressos — 4,a co­ série, todas elas serão designaaas pela le­ luna: espécie do documento, isto é, se a tra ‘\A” . Exemplificando: não pode o co­ Nota Fiscal, Nota de Consignação Recebi­ merciante ter a série A para a Nota Fis­ da, Nota de Compra, etc. 5.a coluna: série cal; a série B para a Nota de Compra; a serie C para a Nota de Consignação Rece­ do impresso. 6.a coluna: das notas impres­ bida, etc. Usar-se-á, pelo contrário, a orsas colocar-se-á nesta coluna a de numera­ aem alfabética para as várias modalidades ção mais baixa (exemplo: de n.° 01. . . 7 a do mesmo documento. Assim, teríamos: coluna: nesta coluna registrar-se-á a nota Serie A para as Notas Fiscais ae Produtos de numeração mais alta (exemplo: a de n.° Tributados; série B para as Notas Fiscais 300). c) — Relativas ao vendedor (impresae Produtos Não Trioutados; série C para sor). 8.a coluna: data da entrega dos do­ as Notas Fiscais de Vendas a Consumidor; cumentos (impressos) ao freguês (comer­ etc. — Êsse é o procedimento correto, le­ ciante). 9.a coluna: série de sua Nota Fis­ gal dentre inúmeras hipóteses que poderão cal de venda. 10.a coluna: número da Nota ocorrer.

Fiscal da Venda. l l . a coluna: observações Sintetizando o que acima expusemos te­ várias do fisco ou do contribuinte. mos a dizer, ou melhor, a frisar que cada documento, cada modalidade de documento Quanto o comerciante, titular dos do­ (Nota Fiscal, Nota de Compra, Nota de cumentos impressos residir em outro Esta­ Consignação Recebida, etc.), deverá iniciardo da Federação, deve o fato ser mencio­ se pela letra “ A” . Não obstante, dentro de nado na coluna n.° 3. cada modalidade, na sua unidade orgânica Procederemos a breve comentário ao poder-se-á utilizar a seriação alfabética, e que diz respeito às colunas 8, 9, 10 e 11 não, frise-se, nas diversas modalidades em conjunto. (relativas ao impressos). Na primeira (8), o XI — O Capítulo III do Regulamento, responsável pelo estabelecimento gráfico registrará a data da entrega dos talonários cuida das obrigações dos estabelecimentos ao freguês. Será freqüente a hipótese de gráficos. No seu artigo 85 diz que os re­ a data da nota ser a mesma da data da feridos estabelecimentos quando confeccio­ narem impressos numerados para fins fis­ entrega. No caso, entretanto, da entrega

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dar-se-á alguns dias depois de emitida a Nota Fiscal, tornar-se-á necessário, para o bom desempenho da fiscalização, que o im-

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pressor ao utilizar-se das quatro últimas colunas (8, 9, 10 e 11), faça-o da seguinte forma:

Coluna 8

Coluna 9

Coluna 10

Coluna 11

Data da

Série " A "

N .° da Nota

Observações

Entrega

ou outra

8 742

Datada de

10-4-1957

qualquer

Vimos, pelo exemplo supra, que é con­ veniente constar também a data da emis­ são da Nota Fiscal do impressor. Por ou­ tro lado, se a Nota Fiscal e a entrega dos impressos forem da mesma data, serão pre­ enchidas tão somente 8, 9 e 10. Se, ao in­ vés, de datas diversas o fato será mencio­ nado na coluna 11, que além dêste se pres­ tará a outros fins. Com êsse procedimento evitar-se-á qualquer embaraço à ação fiscal,

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possibilitando-se a localização rápida do re­ gistro do documento legal. O uso do livro comentado é obrigatório.

XIV — Nenhum estabelecimento gráfi­ co confeccionará documentos fiscais que contenham em cada bloco, mais de 50 con­ juntos de vias numeradas. E’ êsse um dos únicos casos em que a lei determinou o máximo, ficando o mínimo ao livre arbítrio do comerciante.

A I n d ú s t r i a N a c i o n a l de Papel A indústria nacional de papel vem se desenvolvendo de modo considerável nes­ tes últimos anos. Sua produção atual está contribuindo em grande parte para o su­ primento do mercado interno, havendo, in­ clusive, boas perspectivas para a sua ex­ portação. As fábricas brasileiras existentes já produzem todos os tipos de papel ne­ cessários aos diversos usos inclusive para a imprensa. Assinale-se, também, que já existem planos para a instalação de fábri­ cas de celulose no Brasil, principalmente levando-se em conta a contarmos com maté­ ria-prima nativa considerada de boa quali­ dade, como o bagaço de cana, o eucalipto e outros elementos florestais.

São produzidos no Brasil cêrca de 42 tipos de papel, abrangendo tôdas as neces­ sidades do consumo interno. Êsses tipos estão incluídos em 4 grandes grupos. Se­ gundo dados fornecidos pelo Sindicato da Indústria de Papel, a produção evoluiu de 1937 a 1955, de 102.831 para 333.149 tone­ ladas, ou seja, multiplicou-se por 3,3. Es­ pecificamente, no ano de 1955 a produção

nacional de papéis foi a seguinte por grupo: Papéis de impressão e de escrever ............

79.116.134 quilos Cartões, cartolinas e duplex ...................

32.602.306 quilos Papéis para embala­ gem ......................... 156.923.849 quilos Papel de jornal ou imprensa ...............

31.863.412 quilos Diversos - não especi­ ficados ...................

32.643.592 quilos Total ............ 333.149.293 quilos No tocante à produção do papel, o pro­ blema brasileiro relaciona-se mais com a celulose. Quanto a isso, existe a instrução 113, mediante a qual o governo faculta às indústrias tradicionais do ramo, firmas re­ conhecidamente idôneas, a importação de maquinaria e capitais necessários à produ­ ção de celulose.

Dentro em breve teremos a instalação de grandes fábricas para o aproveitamento, em grande escala, da celulose.

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GRÁFIC A

COMUNICADO A LTERA ÇÕ ES so bre

L E G A IS

REFEREN TES

ven d a s

e

Diante das dúvidas levantadas pelos representantes dos estabelecimentos gráficos que têm procurado o Departamento da Receita, vimos, no presente, esclarecer como devem proceder as tipografias para bem cumprirem as exigências da nova regulamentação.

AO

IMPÕSTO

c o n s ig n a ç õ e s

rias sejam retiradas pelo comprador-consumidor. “Notas Fiscais” , com apenas duas vias para efeitos fiscais. Manterão, nêsses casos séries especiais nas quais será declarado: - Nota Fiscal - Venda a Consumidor, c) Da declaração relativa ao pagamento do imposto.

Os documentos emitidos em decorrências de operações tributadas (“Notas Fiscais” , Duplicatas e Triplicatas) conterão a) Devem todos os estabelecimentos obrigatoriamente a declaração que o imgráficos manter a escrituração diária do P°sto foi pago. Essa declaraçao poderá ser “ Registro de Impressos Fiscais” (modêlo impressa, manuscrita ou posta medi ante _o n.° 10 do regulamento publicado no Diário us° d? carimbo. Os termos da declaraçao Oficial de 29 de abril p.p.). Nêsse livro se- Podf ao ser 08 seguintes: O imposto sobre rão registrados todos os impressos fiscais rendas Ç consignações foi pago nos termos numerados que confeccionarem, quer para da legislação em vigor . uso próprio, quer destinados a terceiros. c) M odelos nao m o dificado s. (art 42) Esclarecemos que não houve alteração b) Escriturarão diàriamente o “ Regis- fnos modelos das duplicatas e das notas tro de Pagamento por Verba” (modêlo n.° nscals. .. . „N t piscais” são 1), que e de uso obrigatono para todos os us requisitos aas Notas riscais sao contribuintes, salvoquando enquadrados no os constantes do art. 57 do novo regulasistema de pagamento por estimativa. mento, a saDer. _ v ~ .. a) a denominação ( Nota Fiscal ); c) Continuarão a escriturar os livros b) 0 número ^ ordem e 0 número fiscais ja anteriormente usados, a saber: * '• Registro de Vendas à Vista; Registro de c) *a natureza da operação; Duplicatas e Registro de Compras. A escn/ , . , v turação desses livros atenderá às normas d no enderêçô e o número de estabelecidas para os contribuintes em geinscricao do emitenteral, conforme esclarecimentos publicados lnscfnçao ao emuem®’ . no Diário Oficial de 14 do corrente. Terão . f). 0 °. endereço e o numero de bem em vista que o “ Registro de Estampido destinatário, esta ultima quanlhas” ficará extinto, sendo encerrado dedo °b ri£at°rla a inscrição, pois de registrado o movimento do Estabe*> a discriminação dos produtos, o prelecimento relativo ao mês de maio. Ç° de cada ^ ?u> em f a falta, o valor, este nunca inferior a cotaçao do dia, e o DOS L IV R O S F IS C A IS Q U E E S T Ã O O B R IG A D O S A M A N T E R

DA C O N F E C Ç Ã O D E IM P R ESSO S F IS C A IS

" ki .„ a) Da Nota F isc a l As tipografias terão em vista que a atual 3.a via da “Nota Fiscal” foi abolida (art.

58). Êsse documento será confeccionado, obrigatoriamente, em três vias apenas, para efeitos fiscais, ressalvado aos contribuintes o uso de outras que sejam necessárias ao seu sistema de trabalho. As vias adicionais . serão a 4.a, 5.a, 6.a etc. A 3.a via ficará presa ao bloco. b) Da nota "Nota de Venda a Consu-

total>

,

.

,

,

,

h) o nome do transportador, salvo se a no^a se referjr a operação de venda ao consumidor, nos casos em que a mercadoria seja retirada pelo consumidor; i) o nome do impressor da nota, o seu enderêçô e o numero de sua inscrição, a data e a quantidade da impressão, DOS M O D ELO S D AS G U IA S DE A Q U IS IÇ À O D E V E R B A

Alguns contribuintes e impressores têm feito imprimir guias com as dimensões em m idor". desacordo com o modêlo. Para evitar o inO antigo modêlo ficou suprimido. Para conveniente, esclarecemos que as dimensões as vendas da espécie será usada a “ Nota certas da guia são 16 de altura por 22 de Fiscal” . Poderão os contribuintes, entrelargura.

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Imposto Foi apresentado projeto (n.° 3.023, de 1957) que dispõe sôbre a dedução, no im­ posto de renda, altera diversos artigos do decreto n.° 40.702, de 31-12-56 e dá outras providências: “Art. l.° — Acrescenta-se ao art. 24 do Decreto n.° 40.702, de 31 de dezembro de 1956, os seguintes parágrafos: § 7.° — Quando se verificar, pelo cál­ culo determinado no § 5.° dêste artigo, que o contribuinte pagou além do que devia, o excesso será deduzido do imposto a ser pa­ go nos três exercícios seguintes ao da apre­ sentação da declaração, seja na fonte ou de­ corrente de lançamento; § 8.° — A compensação prevista no § 7.° dêste Imposto sôbre a Renda em que ocorrerem os rendimentos do contribuinte, na fonte ou por lançamento, no exercício imediato ao da entrega da declaração que a originou, e imediatamente nas demais in­ cidências, quando a primeira não cobrir o total a compensar, até o máximo de três anos; § 9.° — O valor da importância a com­ pensar mencionado no § 7.°, dêste artigo, será fixado com a notificação que o Impos­ to sôbre a Renda deverá enviar, caso haja excesso pago com o cálculo feito, no perío­ do de l.° de junho a 31 de Dezembro do exercício em que foi apresentada a decla­ ração, ao empregador do contribuinte, em duas vias; § 10.° — Das duas vias enviadas pelo Fisco, mencionadas no § 9.°, dêste artigo, o empregador ficará com uma para contro­ le do desconto a efetuar ou não na fonte e entregará a outra ao contribuinte para guarda e uso pessoal de compensação nas declarações que venha a apresehtar, caso a fonte não cubra; § 11.° — A falta de remessa da notifi­ cação mencionada no § 9.° dêste artigo significará a ratificação do Fisco do excesso porventura calculado como pago pelo con­ tribuinte, e produzirá o mesmo efeito que a notificação, e cujo montante será confir­

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de R e n d a mado pelos elementos da “ fôlha especial destacável” a que se refere o § 12 do art. 63; § 12.° — O disposto nos §§ 9.° e 11.° dêste artigo não exclui, entretanto, a pos­ sibilidade de cobrança de imposto suple­ mentar, com base na revisão das referidas declarações e de outros elementos apura­ dos, na forma da legislação em vigor” . “ Art. 2.° — Acrescente-se ao artigo 65 do Decreto n.° 40.702, de 31 de dezembro de 1956 os seguintes parágrafos: § 10.° — Os contribuintes que, na for­ ma do § l.°, letra “ b” , dêste artigo, não tenham obrigação de apresentar declaração de rendimentos, poderão, entretanto, fazêlo, se quiserem, para os efeitos do disposto nos §§ 5.°, 7.°, 8.° e 9.° do artigo 24; § 11.° — As declarações dos contribuin­ tes que tenham sofrido desconto na fonte serão feitas em 2 (dois) moldes especiais, fornecidos pela Divisão do Imposto de Ren­ da, conforme seja a declaração feita na for­ ma do § 9.° ou 10.° dêste artigo; § 12.° — Os modelos especiais mencio­ nados no § 11.° dêste artigo deverão con­ ter uma “fôlha destacável” , que deverá con­ ter a sintese dos elementos declarados, a qual na hora da entrega da declaração, se­ rá destacada e entregue ao contribuinte, com o carimbo da Repartição recebedora” .

Art 3.° — Dê-se a seguinte redação ao § 5.° do artigo 24 do mesmo Decreto: § 5.° — As importâncias descontadas pela firma indicada no § 4.° dêste artigo serão abatidas do imposto total apurado na declaração apresentada na forma dos §§ 9.° e 10.° do artigo 63. (Lei n.° 2.354, artigo 12).

Art. 4.° — O Poder Executivo dentro de 30 (trinta) dias regulamentará as disposi­ ções desta lei.

Art. 5.° — Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as dis­ posições em contrário.

Salas das Sessões, de 1957. - A u rélio V ianna.

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Aos Fabricantes de Cadernos Cumpre-nos levar ao conhecimento de nos­ sos prezados Consócios, principalmente aos fa­ bricantes de cadernos, por serem os mais direta­ mente interessados, o resultado do nosso pedido leito à Secretaria da Fazenda, através da Direto­ ria Geral da Receita da Fazenda do Estado, em ofício que lhe foi dirigido em 20 de maio do corrente ano e em atenção a uma solicitação de nossos associados " C A M A P I — Indústria de Artefatos de Papel Ltd a.", desta Capital, sôbre o adiamento do início do uso obrigatório dos novos livros fiscais, de conformidade com a nova Lei que regula o assunto: Foram as seguintes as ponderações que apresentamos para fundamentar o nosso reque­ rimento: " l . ° ) A recente lei n.° 3.672/56, que alte­ rou o sistema de recolhimento de tributos devidos à Fazenda do Esta­ do de São Paulo, determinou modifi­ cações nos livros fiscais usados pelos contribuintes (Vendas à Vista — Re­ gistro de Transferências — Registro de Compras); "2 .°) Tais modificações, de pequena mon­ ta, virão prejudicar grandemente os fabricantes de livros, eis que pos­ suem grandes estoques dêsse mate­ rial, sendo certo que deverão perder, completamente, todo o material em­ patado, dedicando-se à confecção e

C L I C H Ê S LARGO

A

PA ISSA ND Ú,

91

"3 .°)

venda dos novos modelos, que, aliás, já estão sendo produzidos; Como acima dissemos e é do conhe­ cimento de V. Excia., as alterações introduzidas pela nova lei, no que se refere aos modelos de livros, são diminutas;

Assim é que solicitamos de V. Excia. as devidas providências no sentido de que os mo­ delos de livros fiscais sejam exigidos a partir de l.° de Junho de 1958.

Essa prorrogação não virá prejudicar a Fa­ zenda e beneficiará sobremaneira a indústria especializada na fabricação dos mencionados livros".

Finalmente, em despacho exarado no pro­ cesso R-13.863/57, referente ao nosso pedido supra, houve por bem o Exmo. Snr. Secretário da Fazenda aprovar essa nossa solicitação.

(V. Diário Oficial n.° 191, de 27-8-19571.

Assim ,de conformidade com êsse despacho, a exigência para os novos modelos de livros fiscais só terá efeito, a partir de l.° de Junho de 1958, em diante.

Temos o prazer de renovar aos nossos pre­ zados Consócios as nossas Atenciosas e cordiais saudações.

José Napolitano Sobr.°

Theobaldo De Nigris

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Jurisprudência Trabalhista

Prestação de Benefícios

ABANDONO DE EM PRÊG O

pelos Institutos

Terminado o auxílio-doença, continua o empregado a faltar, sem dar satisfação à empresa.

— O empregado que, por mais de trinta dias, deixa de comparecer ao serviço, sem motivo justificado perante o empregador, abandona o emprêgo.

(TST - 181/56 - l.a Turma - ac. publ. em audiência de 19-12-1956).

— Negado o auxílio por parte da insti­ tuição de previdência social competente, deve o empregado apresentar-se à emprêsa.

Não o fazendo, corre o risco de ser despe­ dido, sempre que ultrapassado prazo maior de 30 dias. A comprovação de doença só é válida quando observada a ordem prefe­ rencial da Lei (Dec.-lei n.° 6.905).

(TST - 1772/56 - l.a Turma - D.J. 21-6-57, pág. 1502).

— Incide na falta grave de abandono de emprêgo o empregado que, cessado o auxílio enfermidade, permanece afastado por mais de 30 dias, aguardando solução do pedido de prorrogação do auxílio.

(TST - 4851/55 (PLENO) - D.J. de 26-4-57, pág. 1196).

— Para evitar a perda do emprêgo, o empregado deve apresentar ao empregador, logo que se afasta da emprêsa por doença, atestado médico na ordem preferencial da lei.

(TRT - I a Reg. - 74/55 - D.J. de 15-4-1955, pág. 1425).

Foi sancionada pelo Presidente da Re­ pública a lei n.° 3.220, de 19 de julho de 1957, que dispõe sôbre o pagamento de benefícios, em caso de falecimento do se­ gurado ou seu beneficiário, pelos Institutos e Caixas de Aposentadoria e Pensões. A referida lei tem o seguinte texto: Art. l.° — Em caso de falecimento do segurado ou seu beneficiário de Institutos e Caixas de Aposentadorias e Pensões, o pagamento das prestações de benefícios não recebidos até à data do falecimento será feito aos demais beneficiários seus, inscri­ tos regularmente nas instituições, indepen­ dentemente de inventário, arrolamento ou alvará judicial.

Parágrafo único — Não havendo bene­ ficiário inscrito, o pagamento ficará sujeito à apresentação dos seguintes documentos: I — certidão de óbito; II — certidão de registro civil de casamento, quando fôr o caso; III — certidão de registro de nasci­ mento dos filhos; IV — atestado firmado por uma das seguintes pessoas: autoridade judicial, autoridade policial ou presidente do Sindicato a que pertencia o falecido, contendo os seguintes elementos: a) nome do segurado e beneficiários; b) filiação; c) data de falecimento do segurado ou bene­ ficiário; d) declaração de que não deixou outros herdeiros nem bens, além dos men­ cionados; e) a responsabilidade do atestante pelo conteúdo da declaração.

M á q u in a p a r a e m p a c o t a r r e v is ta s Informa o "Serviço Holandês de Informações" que, em Haia, uma firma constru­ tora de máquinas, que fabrica, há muitos anos, empacotadoras de tamanhos médios e pequenos, acaba de lançar ao mercado uma empacotadora de tamanho grande, já tendo recebido diversas encomendas de empresas jornalísticas e estabelecimentos gráficos.

Essa nova máquina tem 124 cm de comprimento e 91 cm de largura, sendo a altura da mesa de 85 cm. O peso é de 685 kg. As dimensões máximas dos pacotes são: espessura 55 cm e altura 54 cm. O comprimento é ilimitado.Ela pode manejar 720 cintas por hora, para pacotes de cerca de 30 kg.

A máquina dispõe de uma prensa ajustável com uma pressão máxima de 100 kg., mas que pode ser posta fora de serviço, se assimse desejar.

Essa empacotadora é acionada por um motor de indução,trifásico, de 3/4 H.P. a 220/380 volts, sendo ligada e desligada por meio de um pedal (S.H.I.).

"A Fôrça e o Prestígio do Sindicato são resultantes do maior número

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sAniveróaríanieó do mêé de óeiembro Aniversariam durante o mês de Setembro os seguintes industriais gráficos: 1 — Amaury A. J. Giorgio, da São Paulo Editora S/A.; Dirceu Fontoura, de L. Niccolini S/A. - Indústria Gráfica; Ary Fernandes e Waldomiro Voltolino, da Gráfica São Judas Tadeu Ltda. 2 — Guilherme Moracci, da Gráfica Santa Lucia e João Benites, da Clicherie Continental Ltda. 3 — Rômulo Camano, de Camano S/A. Indústria Gráfica e Raphael Pereira, da Tipogra­ fia Cruzeiro Ltda. 4 — Albino Artusi e Diogo Vilar Péres, da Tipografia e Encadernação Vilar.

- 5 — Ângelo João Colombini, da Gráfica S. Antonio. 6 — Francisco Nakano, da Tip. Copacabana; Nicolau Vicente Caruso, de Papéis Gomados Lider e Conexos Ltda. e Alberto dos S. Beirão, de Beirão & Cia. Ltda. 7 — Da. Sofia Teso, de Irmãos Teso Ltda., Paulo Tomanik Ferreira, da Indústria de Papel Roto Arte S/A. 8 — William Elvino Riedel, de E. Riedel & Cia. Ltda e Álvaro A. Lo­ pes, de A. A. Lopes & Souza. 10 — Ferusio Gardesani, da Gráfica Universo. 11 — Francisco A. C. Ottaiano, da Grafitec - Gráfica Técnica Ltda.

12 — Laerte Marcello Calabria, da Tip. e Pap. das Flores Ltda.; Orlando Juliano Catroppa, da Ind. Gráfica Orlando J. Catroppa; Julio Bernardino, da Gráfica Arpa; Fernando Carezzato, da Gráfica Carezzato e Pedro Longhi, da Tipografia Cruzeiro Ltda. 13 — João Oto Beicht, da Com­ panhia Litográfica Ypiranga. 14 — João Vitale, de Irmãos Vitale - Ind. e Comércio e Carl Wilhen Drechssler, de Weiss & Cia. Ltda. 15 — Joaquim Tonio Sato, de Sato & Sinelli Ltda. 16 -— Adriano Novelli, de A. Novelli e José J. H. Pieretti, da Litografia Colúmbia Ltda. e diretor-tesoureiro em exercício do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo. 17 — Antonio Sanguelles.

18 — Alfredo Nardi. 19 — João M. Varella, de A. Varella & Filhos Ltda. e Mário Boschi, da Tipografia Maria Auxilium. 20 — Rodolfo Vollert, de Weiss & Cia. Ltda.; Clementino Nunes Souza, da Tipografia União e Armando Schneider, da Gráfica Amaury Ltda. 21 — Eugênio Cestari, da Gráfica Cestari Ltda. 22 — Bartolomeu Labate, da Tipografia Labate; 23 — José Shechtmann, da Colibrí - Comercial Litografia Brasileira de Im­ pressão Ltda. e Léo Maniero, da Editora Urbis Ltda. 24 — Diaulas Riedel, da Emprêsa Editora "O Pensamento" Ltda e diretor do Sindicato das Indústrias Gráficas. 25 — Da. Ruth Magdalena Buhm, do Est. de Reproduções Gráficas Janus Ltda. 26 — Antonio Augusto Cardoso, de Reis, Cardoso, Botelho S/A. 27 — Rodolfo Bloch, da Lito Press Ltda. 28 —- Da.Elvina I. Orlando, da Indústria Gráfica Nataldo Ltda. 29 — Leopoldo Buhm, do Est. de Reproduções Gráficas Janus Ltda. 30 — A. Colombini.

Aos aniversariantes, o Sindicato das Indús­ trias Gráficas e o Boletim da Indústria Gráfica

Alterada a Lei de Acidentes do Trabalho Um dos mais absurdos artigos da Lei de Acidentes do Trabalho, que tantas vêzes criticamos por meio dêste Boletim, o de número 22, foi finalmente alterado, bene­ ficiando grandemente os trabalhadores, ví­ timas de acidente do trabalho. Pela legis­ lação anterior, como é do conhecimento de todos, as indenizações por incapacidade permanente, que ultrapassassem a impor­ tância de Cr$ 10.000,00, eram pagas até esta importância, sendo o restante reverti­ do em favor do Instituto de Previdência Social a que pertencia o acidentado.

E’ a seguinte a nova redação dos arti­ gos ns. 22, 23, 25 e 64 da Lei n.° 7.036, de 10 de novembro de 1944: Art. 22 — Uma vez que exceda de 24 mil cruzeiros a indenização a que tiver direito o acidentado, nos casos de incapaci­ dade permanente, ou, na hipótese de mor­ te, os seus beneficiários, a diferença será destinada à instituição de previdência so­ cial a que êle pertencer, para o fim de ser concedido acréscimo na aposentadoria ou pensão.

Art. 23 — Se a indenização fôr igual ou inferior a 24 mil cruzeiros ou não es­ tiver a vítima compreendida no regime de previdência de instituto ou caixa de apo­ sentadoria e pensões criada por lei federal, a indenização ser-lhe-á paga, ou aos seus beneficiários, diretamente e de uma só vez.

Art. 25 — Além da indenização prevista no artigo 25, o empregador pagará imedia­ tamente aos herdeiros ou beneficiários do acidentado, a título de auxílio funeral, uma importância igual à metade do mais alto salário mínimo vigorante no país.

Quanto ao parágrafo único do artigo 64 do decreto-lei n.° 7.036, passa a ser o pará­ grafo do mesmo artigo acrescido dos se­ guintes parágrafos: § 2.° — O empregador só poderá re­ correr depositando judicialmente o valor da condenação. § 3.° — Sendo líquida a sentença re­ corrida, o empregador, antes de recorrer, deverá requerer a sua liquidação, que não prejudicará a subida do recurso a superior

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INDÚSTRIA

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R e n d a a n u a l de 55 paí ses O Brasil, com uma renda nacional ou pro­ duto nacional liquido da ordem de 12.830 milhões de dólares (m édia anual do triênio 1952-1954'), aparece em 9.° lugar entre 55 paises para os quais foram divulgadas estimativas semelhantes pela Repartição de Estatística das Nações Uni­ das. Nessa relação, que exclui a URSS e ou­ tros paises cujos métodos de cálculos da renda divergem dos demais, os Estados Unidos colo­ cam-se muito à frente, com um produto líquido que se eleva a 298.530 milhões de dólares.

Seguem-se, em ordem imediatamente decrescen­ te, o Reino Unido (39.480 milhões), a França (31.720 milhões), a Alemanha Ocidental (24.990 milhões), a índia (22.320 milhões), o Canadá (19.360 milhões), o Japão (16.470 milhões) e a Itália (14.740 milhões).

Os mesmos 55 países estão classificados em cinco grupos, segundo a média da renda por habitante. No grupo de renda "per capita" su­ perior a 1.000 dólares apenas se incluem os Estados Unidos (1.870 dólares), o Canadá . . .

(1.330 dólares) e a Suíça (1.010 dólares).

Participam do grupo de 750 a 1.000 dólares 8 países, destacando-se a Nova Zelândia (1.000 dólares), a Austrália e a Suécia (950 dólares).

Do grupo de 500 a 749 dólares, participam 6 países, do de 250 a 499 dólares, 13 países, e do de renda inferior a 250 dólares, 25 países, inclusive o Brasil (230 dólares "per capita").

A distribuição por continentes dos países analisados revela que apenas num país da Eu­ ropa (S u íça) e em dois da América do Norte (Estados Unidos e Canadá) a renda "per ca­ pita" ultrapassa 1.000 dólares. Na Ásia e na África, nenhum país conta com renda superior a 499 dólares. Entre os países europeus, a mais baixa quota por habitante é a de Portugal (200 dólares); entre os asiáticos, é a de Burma (50 dólares); entre os americanos, a do Peru (120 dólares) e entre os africanos, a de Uganda (50 dólares).

Estatística fornecida pelo IBGE.

Condições de salubridade nas oficinas gráficas Foi apresentado na Câmara Federal, o se­ guinte projeto de lei: Art l.° — E' obrigatório a colocação, nas indústrias gráficas, de dispositivos destinados a levar para fora dos locais de trabalho, as ema­ nações dos vapores despreendidos pelo chumbo em fusão, contidos nas caldeiras das máquinas de linotipo e estereotipia, bem assim, o uso de exaustores nas oficinas onde se trabalha com ácido.

Art. 2.° — A Divisão de Higiene e Segu­ rança do Trabalho, do Departamento Nacional do Trabalho deverá no prazo de 90 dias, após

a publicação da presente Lei, determinar a clas­ sificação ou a revisão da classificação, por ven­ tura existente, do grau das condições insalubres das indústrias gráficas, cujas conclusões deve­ rão ser apreciadas por uma Comissão Paritária, designada pelo Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio a após o seu pronunciamento, homo­ logada pelo Presidente da República.

Art. 3.° — O Ministro do Trabalho, Indús­ tria e Comércio, de conformidade com suas atri­ buições, determinará normas e instruções sôbre a fiscalização do disposto nesta Lei.

F i l m e sobre a i d ú s t r i a g r á f i c a Noticiaram os jornais que, sob os aus­ pícios do Instituto Nacional do Livro, o cineasta Lima Barreto, famoso em todo o mundo como diretor de “ O Cangaceiro” , produziu um documentário sôbre o livro, no qual são destacadas tôdas as fases da indústria gráfica, detendo-se em certas par­

ticularidades, com vista ao incentivo do gôsto para a leitura pelo nosso povo. A duração dessa película é de apenas 20 mi­ nutos, mas dada a objetividade com que o assunto foi tratado, pontos fundamentais da fabricação do livro são devidamente mos­ trados.

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BOLETIM

DA

INDÚSTRIA

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T U D O P A R A A S A R T E S G R Á F IC A S ° TECNIGRÁFICA S.A. - R. de Janeiro - S. Paulo ° Todos os anúncios assinalados com ° são refe­ rentes ao lema ° TUDO PARA AS ARTES GRÁ­ FICAS •, publicidade de TECNIGRÁFICA S.A. Rio de Janeiro: Rua São Januário, 272 - Caixa Postal, 3344; FILIAL: Rua General Osório, 152 - Fone: 32-4854 - São Paulo - Est. São Paulo.

CAPA

Religiosos fazem o curso de línotípísta Foi inaugurado na Escola de Artes Grálicas do SENAI, no Cambuci, um curso de linotipista, frequentado exclusivamente por freiras e irmãos maristas. Tornou-se necessário o referido curso, em virtude de aqueles religiosos, precisarem manter em funcionamento a oficina gráfica da Ordem das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, que edita o jornal da Diocese de Taubaté, neste Estado.

Foi essa, mais uma brilhante iniciativa da Escola de Artes Gráficas do SENAI, que assim, ao preparar êsses futuros artífices das artes gráficas, dá uma demons.

tração de amplitude de seus cursos, ao mesmo tempo em que presta um relevante serviço à essas Instituições religiosas, já que estas, como qualquer outra indústria gráfica, também contribuem para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, sem que, até eníão, tivessem qualquer benefícios no setor da aprendizagem. Estão de parabéns as freiras e irmãos maristas, que tão grande interesse demonstram pelas artes gráficas, a ponto de locomoverem-se, duas vezes por semana, de São José dos Campos para esta Capital, assim como a Escola de Artes Gráficas do SENAI, um estabelecimento de ensino de que tanto nos orgulha.

Cam panha

de n o vo

s ó c io

Iniciada a campanha de sócios para o quadro social do Sindicato, temos a satis­ fação de registrar, durante o primeiro semestre de 1957, a admissão dos seguintes novos associados: Cromocart Artes Gráficas S/A., estabelecida à Avenida Rio Branco, 940; Tipografia-Papelaria-Livraria Aragão, sita à Rua Frei Gaspar, 46; João Koprick, esta­ belecido à Rua Itaporanga, 350; Indústria e Comércio Gráfica Maris Ltda., sita à Rua Ely, 1341; Colibri - Comercial Litográfica Brasileira de Impressão S/A., sita à Rua Cesário Ramalho, 329; Gráfica Editora Paulo José da Costa, sita à Avenida Vital Brasil, 1115; Bumblis & Postátni Ltda., estabelecidos à Avenida Tiradentes, 1030; Câmara Brasileira do Livro, sita à Avenida Ipiranga, 1267 e Tipo Artfaca Ltda., sita à Rua Camomil, 181.

Aproveitamos a oportunidade para saudar essas progressistas indústrias gráficas, que agora vêm se unir à família dos sindicalizados.

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(V . S. recebe a revista "N o tic ia s de H eidelberg" ? C a so deseje recebe-la, escreva á Funtimod)