Boletim da Indústria Gráfica (BIG) - Edição 16 - 1950

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INDUSTRIA

GR A F I C A

Ô R G A O OFICIAL DO SINDICATO DAS IN D U S T R IA S

G R A FIC A S

N O E S T A D O DE S A O N U M E R O 16

PAULO

S A O P A U L O , 1.» Q U IN Z E N A D E JU LH O D E 1950

ANO I

PAPEL DE BAG AÇO DE C A N A 0 "Jornal de Notícias" do Rio. publicou em uma de suas edições do mês passado, a respeito da utilização do bagaço de cana na fabricação do papel, o interessante comentário que a seguir transcrevemos: "Divulgam-se notícias promissoras com relação ao aproveitamento do bagaço de cana para fabricação do papel. Uma das dificuldades com que lutam no Brasil as indústrias gráficas, é a produção do papel. Não obstante o progresso que a manufatura dêsse ramo já alcançou no Brasil, não conseguiu ainda nem a qualidade nem o rendimento da indústria estrangeira. Agora, animamse as esperanças de que, com uma nova matéria-prima, o nosso país possa imprimir novas diretrizes à sua indústria de papel. Segundo experiências realizadas, o bagaço de cana presta-se excelen­ temente a essa utilização, a qual lhe dará uma inesperada valorização, transformando-o de resíduo em matéria-prima. Essa transformação poderá, de um lado, concorrer para o barateamento do preço de custo do açúcar e contribuir, de outro, para a produção do papel em bases econômicumente mais favoráveis do que se obtem presentemente. Por enquanto, a nova indústria não teve o incremento que a faça pesar em nossa balança econômica. Diante, contudo, das experiências que, segundo os técnicos, registraram êxito, é de se julgar que, dentro em pouco, veremos o novo ramo manufatureiro em surto animador. 0 aprovei­ tamento do bagaço como matéria-prima para a fabricação do papel poderá também beneficiar zonas para as quais não foram concedidas quotas satisfatórias para a produção de açúcar. Em resumo: para os industriais de açúcar, a nova utilização do bagaço representará um fator de melhoria de rendimento para a sua produção e, para os que não têm quota para o fabrico de açúcar, surge uma oportunidade para o emprêgo da cana em outro setor da manufatura. Estamos ainda diante de uma indústria que verdadeiramente não se iniciou. Parece, no entanto, assegurada a sua viabilidade prática. Assim pelo menos o proclamam os que realizaram as experiências. Formulemos votos para que a exploração comercial confirme inteiramente a pa­ lavra dos técnicos".


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