Revista Pharma 20 Dez 2009

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ABF – Associação Brasileira de Farmacêuticos www.abf.org.br Rua dos Andradas, 96/10º andar – Centro CEP – 20051-001 Tel (21) 2263-0791 Tel/fax – (21) 2233-3672 Email – abf@abf.org.br Diretoria * Presidente: Dr. JOSÉ LIPORAGE TEIXEIRA * Vice-Presidente: Drª. SOLANGE MACHADO DE FARIAS REIS * Diretor 1ª Secretário: Dr. JORGE CAVALCANTI DE OLIVEIRA * Diretora 2º Secretária: Drª. LUIZA EUGÊNIA BROERMAN CAZES * Diretora Tesoureira: Drª. LÉA DA SILVA COSTA CORREIA * Diretor do Departamento Científico-Cultural: Dr. ELIEZER JESUS DE LACERDA BARREIRO * Diretor do Departamento de Assistência: Dr. LUIZ FERNANDO SECCIOSO CHIAVEGATTO * Diretora de Publicidade: Drª. NAIRA VILLAS BOAS VIDAL DE OLIVEIRA * Diretora de Cursos: Drª. MARIA ELINE MATHEUS * Diretora de Museu: Drª. GUACIRA CORRÊA DE MATOS * Diretora da Biblioteca: Drª. MARGARETH DE ARAÚJO SILVA * Diretor da Revista Pharma: Dr. PAULO ROBERTO GOMES DOS SANTOS * Diretora da Revista Brasileira de Farmácia: Drª. MARIA IZABEL SAMPAIO DOS SANTOS EXPEDIENTE: Jornalista Responsável Fátima Fiuza Reg. M.Tb. nº 18.906 frfiuza@globo.com Diagramador colaborador JP A Revista Pharma é um autêntico canal de comunicação, entre nossos associados e colaboradores em geral. Não nos responsabilizamos por ilustrações, idéias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas.

Em Pauta Farmacêutico e a educação em saúde Págs. 04 e 05 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Saúde Obesidade. Muito além de um problema estético – Págs. 12 e 13 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Homenagem Presidente da ABF, torna-se imortal da Academia Brasileira de Medicina Militar – Pág. 14 ○ ○ ○ ○ ○

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Opinião – Pág.15

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Prezados Leitores, Aqui está mais um número da Revista Pharma. Estamos cientes do atraso, afinal, a Pharma é uma publicação bimestral, e a edição de número 20 deveria ter saído no final de setembro. Porém, as vezes precisamos nos adequar às situações que nos são impostas, e que por sua vez geram mudanças e novas adaptações. Foram estas adaptações que não permitiram que a revista tivesse o seu cronograma respeitado. Em muitas ocasiões, para se dar sequência a um projeto, é necessário que se estabeleçam parcerias que comunguem do mesmo propósito, que tenham flexibilidade no momento em que defendem suas ideias e saibam exercitar o respeito ao ser humano. Estas são regras básicas que sempre garantem resultados positivos em qualquer empreitada. Assim, depois de aparar as arestas, estamos dando continuidade e seqüência a Revista Pharma, que em sua edição de número 19, conseguiu proporcionar aos leitores informações importantes e temas de interesse à comunidade farmacêutica. Nosso maior objetivo é o compromisso com você, estudante, recém formado, e farmacêutico nos seus mais diferentes campos de atuação. Queremos estimular o desenvolvimento da cultura, do ensino e da pesquisa no âmbito da profissão farmacêutica. Nesta edição, apresentamos uma matéria sobre a Revista Brasileira de Farmácia, o comprometimento do farmacêutico com a educação em saúde, além de comentar sobre o Congresso da Fenafar. Também publicamos artigos de grande importância para que os profissionais se mantenham bem informados. A Revista Pharma é o nosso elo de comunicação, é o nosso canal de debates e enriquecimento cultural. Façamos bom uso, então. José Liporage Teixeira – CRF 5474 RJ

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Farmacêutico e a educação em saúde O farmacêutico é um profissional diretamente ligado a saúde e ao bem estar do paciente, trabalhando para que este tenha sua qualidade de vida garantida e respeitada. Considerando seu amplo conhecimento sobre os medicamentos, bem como a abrangência da profissão nos dias de hoje, a ideia que se defende é que a prática da atenção farmacêutica deve estar orientada para a educação em saúde, visando sempre uma ação profilática. Contribuição da profissão farmacêutica para a promoção da saúde Dentro deste novo contexto da prática farmacêutica, no qual a preocupação com o bem estar do paciente passa a ser a viga mestra das ações, o farmacêutico assume papel fundamental, somando seus esforços aos dos outros profissionais da área e aos da comunidade para a promoção da saúde. Para isso, alguns aspectos precisam ser considerados. Promover a saúde significa orientar e educar o paciente, avaliando seus fatores de risco e sua pré disposição à doenças e tendência a auto medicação, o que em muitas situações, pode representar um risco. Como profissional de saúde, o farmacêutico, seja da drogaria, farmácia comercial ou farmácia 4

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privativa dos hospitais e unidades ambulatoriais de saúde, pode trabalhar sob três pontos básicos: reorientação do serviço de farmácia, desenvolvimento das habilidades da comunidade e incentivo dos indivíduos à ação comunitária. Reorientação do serviço de farmácia O farmacêutico, via de regra, é o último profissional de saúde que tem contato direto com o paciente depois da decisão médica pela terapia farmacológica. Desta forma, também é responsável pela sua qualidade de vida. Tanto o usuário quanto o profissional devem ser vistos na totalidade do seu ser e por isso, os conceitos de pessoa, responsabilidade, respeito, verdade, consciência, autonomia, justiça, etc. devem ser interiorizados para

modelar a conduta profissional. A humanização do serviço de farmácia passa por todos estes aspectos e abrange questões relativas ao ambiente de atendimento. É necessário que haja instalações adequadas o suficiente para causar bem-estar e confiança. Que o farmacêutico possa atender em sala reservada para este fim, garantindo privacidade. Assim, a estruturação das ações de atenção farmacêutica dentro do serviço de farmácia constitui uma abordagem imprescindível para a promoção da saúde. Desenvolvimento das habilidades da comunidade O farmacêutico pode trabalhar para que a comunidade esteja informada sobre as condições ideais para se ter saúde.

Este é o processo de educação que dará a orientação necessária e conscientizará a comunidade sobre como alcançar níveis elevados de saúde. É importante que a comunidade também esteja orientada sobre como proceder em relação ao uso de medicamentos e conheça as doenças mais prevalentes em seu meio, bem como as maneiras para preveni-las ou minimizar suas complicações. Com o desenvolvimento das habilidades individuais e da comunidade, será possível contar com seu apoio para a realização de movimentos maiores, que tenham em vista a promoção da saúde. Incentivo à ação comunitária Incentivar a ação comunitária reforça todas as


medidas adotadas para a promoção da saúde. A comunidade passa a ser um forte aliado com vista à utilização racional de medicamentos, identificando os problemas mais frequentes e compartilhando com o farmacêutico a responsabilidade pela divulgação da informação para todos os indivíduos. O combate, através da educação, ao uso indiscrimando de medicamentos A Organização Mundial de Saúde, em 1993, preconizou que a atenção farmacêutica tem um pa-

pel essencial na atenção sanitária à comunidade, para garantir uma farmacoterapia efetiva e a promoção da saúde. Assim, baseia-se na postura interdisciplinar, integradora e informadora/educadora do farmacêutico para assumir, frente aos seus pacientes, as responsabilidades relacionadas ao uso racional dos medicamentos e insumos por meio de um acompanhamento sistemático. A educação em saúde reúne todos estes aspectos, e faz do farmacêutico um agente vital na tentativa de estabelecê-la junto à comunidade.

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RBF COM STATUS INTERNACIONAL A Revista Brasileira de Farmácia (RBF) é uma publicação da ABF – Associação Brasileira de Farmacêuticos e é, atualmente, uma revista internacional. Sua missão é publicar artigos originais e de revisão que contribuam para divulgar resultados de pesquisas relevantes na área de Farmácia e disciplinas afins, como Farmácia Social (Atenção Farmacêutica, Assistência Farmacêutica, Farmácia Clínica, Farmácia Comunitária, Farmacoepidemiologia, Farmacovigilância, Cuidados Farmacêuticos, Política de Saúde e de Medicamentos); Etnofarmacologia; Farmacologia; Farmacotécnica; Controle de Qualidade de Produtos e Insumos Farmacêuticos; Educação Farmacêutica; Fitoquímica; Fitomedicina, Farmacognosia, Análises Clínicas, Química de Alimentos e Toxicologia, dentre outras. Dentro deste novo conceito, pretende-se que a RBF tenha um conferencista farmacêutico em cada continente, caracterizando sua internacionalidade. 6

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A Revista Brasileira de Farmácia dá um salto em qualidade e revela sua importância para a comunidade farmacêutica Profª. Drª Maria Isabel Sampaio dos Santos Editora-chefe da RBF A Revista Brasileira de Farmácia (Brazilian Journal of Pharmacy) é um periódico científico, de publicação trimestral, veiculado por meios impresso e eletrônico (ISSN 0370-372X e ISSN 21760667, respectivamente), cuja missão é divulgar resultados de pesquisas relevantes em Farmácia e áreas afins. Esse periódico é mantido e editado pela Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF), instituição sem fins lucrativos, de caráter científico – profissional, visando à defesa, à assistência, ao desenvolvimento profissional e à união da classe farmacêutica. Sua história se iniciou com o idealizador e primeiro presidente da ABF, Luiz Oswaldo de Carvalho, farmacêutico e diretor da Revista de Chimica e Physica, pe-

riódico que circulava entre 1915 e 1916, com trabalhos sobre as ciências aplicadas à medicina, engenharia, agronomia, artes e indústria. Na primeira sessão do Con-

Revista Brasileira de Farmácia 1944 Semana da Farmácia selho Administrativo da ABF, realizada em 10 de março de 1916, Luiz Oswaldo de Carvalho ofereceu a Revista de Chimica e Physica para ser um órgão oficial da ABF, que passou, então, a publicar o expediente e

matérias de interesse da classe. Cerca de quatro anos após, em janeiro de 1920, já na gestão do Prof. Rodolpho Albino Dias da Silva, a ABF editou o primeiro número do seu órgão oficial próprio de divulgação, o Boletim da Associação Brasileira de Farmacêuticos. Essa publicação vem sendo mantida em circulação até hoje, sendo que, a partir de 1937, passou a denominar-se Revista da Associação Brasileira de Farmacêuticos e, posteriormente, em 1941, Revista Brasileira de Farmácia. Ciosa da importância e relevância da RBF, a diretoria da ABF e boa parte da comunidade acadêmica e Instituições científicas de grande importância nacional e projeção internacional, tem investido significativamente na reestruturação da Revista para que possa ocupar a merecida posição de destaque científico-profissional que lhe é de direito.


Atualmente, a RBF está indexada no SECS (Seriados em Ciências da Saúde – BIREME) e no Latindex (Sistema Regional de Información em Línea para Revista Cientificas de América Latina, el Caribe, Espana y Portugal) e está avaliada pela CAPES (2007) como Qualis B5 na área de Farmácia. Nossos próximos desafios serão indexá-la ao Scielo e ao PubMed e recobrar a indexação no Scopus e no SciFinder. Estas indexações aumentarão muito a nossa visibilidade à comunidade científica internacional. O corpo editorial da RBF foi reestruturado e aprovado em reunião da diretoria da ABF em 08/10/ 2009, com a seguinte composição: Editor-chefe, Editores Associados, Conselho Editorial, todos com título de doutor, e Conselho Científico, composto pelos revisores ad hoc

convidados pelos Editores e/ou Conselho Editorial por sua excelência acadêmica e origem institucional. A natureza deste último grupo requer uma constituição dinâmica, de acordo com a demanda, não possuindo, pois, um número fixo de colaboradores pré-determinado. A partir do volume 90(4), 2009, o manual com as novas normas de publicação, contendo o escopo e todos os passos da política editorial da RBF, estará publicado nas últimas páginas do último fascículo de cada volume (ano) impresso da Revista e na página da internet, no endereço http://www.revbrasfarm.org.br. Este documento será rigorosamente obedecido pela equipe de trabalho. Pretende-se com isso garantir a boa apresentação do trabalho científico, assegurar a perenidade da publicação e agilizar o

processo editorial. Desta forma, esperamos estar disponibilizando aos autores um periódico respeitado e confiável, que contribui para a divulgação dos avanços científicos mais relevantes da área de Farmácia, de forma universal, rigorosa e ágil. NORMAS PARA PUBLICAÇÃO A Revista Brasileira de Farmácia (RBF) é um periódico, de publicação trimestral, da Associação Brasileira de Farmacêuticos cuja missão é publicar trabalhos originais de autores brasileiros e estrangeiros relativos às Ciências Farmacêuticas e áreas afins. Antes de enviar seu manuscrito para a RBF siga os passos abaixo, detalhadamente, para garantir a boa apresen-

tação do trabalho e agilizar o processo editorial. As normas estarão disponíveis sempre junto aos números da Revista, nas últimas páginas e na internet no endereço http:/ /www.revista.abf.org.br em arquivo intitulado: NORMAS-RBF.pdf. Revise seu texto cuidadosamente, observando as normas vigentes e o emprego correto da língua portuguesa. A revisão dos trabalhos é de inteira responsabilidade dos próprios autores. Cuidado ao enviar o título e o resumo em inglês de seu manuscrito. Ele é obrigatório e extremamente importante, pois através dele é que podemos fazer da Revista Brasileira de Farmácia um periódico de consultas internacionais e registrá-la nos index internacionais. Portanto, dê atenção especial ao resumo, tanto em português como em inglês. Um resumo com erros em qualquer uma das línguas compromete a apresentação do trabalho. Trabalhos que não possuem títulos em português e inglês, resumo, palavras-chaves, abstract e keywords não

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serão submetidos ao processo editorial pelo Comitê Editorial. O Comitê Editorial não aprovará manuscritos incompletos para a continuidade do processo editorial. CRITÉRIOS PARA PREPARAÇÃO DOS MANUSCRITOS Os manuscritos deverão ser escritos na ortografia oficial e compatíveis com o Microsoft Word. O manuscrito deverá ser formatado em A4, com margens de 2,5 cm, espaçamento de 1,5 cm, na fonte Times New Roman, tamanho 12, com linhas e páginas numeradas a partir do título até as referências e 15 páginas no máximo (não contabilizado as ilustrações). Aceita-se para análise manuscritos originais na língua portuguesa, nos seguintes formatos: (a) Artigo Original: refere-se a trabalhos inéditos de pesquisa científica e concluída, segundo a metodologia científica, cujos resultados possam ser replicados e/ou generalizados. Os manuscri8

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tos deverão seguir a seguinte estrutura: Introdução: apresentar o problema de estudo, destacar sua importância e lacunas de conhecimento, com revisão da literatura; incluir objetivos e outros elementos necessários para situar o tema da pesquisa. Material e métodos: incluir de forma objetiva e completa a natureza/tipo do estudo; dados sobre o local onde foi realizada a pesquisa; população/sujeitos do estudo e seus critérios de seleção; material; equipamentos; procedimentos técnicos e métodos adotados para a coleta de dados; tratamento estatístico/categorização dos dados; informar a data e o número do protocolo da aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, para todos os trabalhos envolvendo estudos com humanos. Deverá ser encaminhada pelo correio uma cópia assinada desse documento. Todo material vegetal utilizado na pesquisa descrita no trabalho deve ter a indicação do seu local de coleta, o país de origem, o responsável pela identificação da espécie e o depósito da exsicata. Resultados e discussão: devem ser apresentados de maneira clara, objetiva e em seqüência lógica, utilizando ilustrações (figuras e tabelas) quando necessário. Deve-se comparar com informações da literatura sobre o tema res-

saltando-se aspectos novos e/ou fundamentais, as limitações do estudo e a indicação de novas pesquisas. Conclusões: apresentar considerações significativas fundamentadas nos resultados encontrados e vinculadas aos objetivos do estudo. (b) Artigo de Revisão: destinados à apresentação do progresso em uma área específica das Ciências Farmacêuticas, com o objetivo de dar uma visão crítica do estado da arte do ponto de vista do especialista altamente qualificado e experiente. É imprescindível que, na referida área, o autor tenha publicações que comprovem a sua experiência e qualificação. Antes do envio do manuscrito, o autor deverá submeter ao Conselho Editorial, por e-mail, um resumo da revisão pretendida, acompanhado de uma carta explicativa da pertinência do trabalho. O material será analisado pelos editores e, uma vez aprovado, será solicitado ao autor o envio do manuscrito completo, dentro das normas da RBF, e só então será dado início ao processo de avaliação

pelos assessores. O Conselho Editorial da RBF poderá, eventualmente, convidar pesquisadores qualificados para submeter artigo de revisão. (c) Relato de caso: refere-se a descrições de experiências de assistência, ensino, pesquisa e extensão na área das ciências farmacêuticas ou afins, para divulgar aspectos inéditos e originais envolvidos. (d) Biografia: constitui-se na história de vida de pessoa que tenha contribuído com a Farmácia ou áreas afins. Deve conter introdução, desenvolvimento, conclusão e referências; E evidenciar o processo de coleta de dados que permitiu a construção biográfica. (e) Assunto Geral: abordagem de assuntos de interesse geral dos farmacêuticos e profissionais da área de saúde, tais como política científica, programas de graduação e pós-graduação, história da farmácia, etc. (f) Editorial: Os textos enviados para a RBF espontaneamente serão analisados pelos editores sobre a importância do seu conteúdo e pertinência de sua publicação.


ENEF Campinas: desafio de um novo MEF Campinas sediou entre os dias 26 e 31 de julho o XXXII Encontro Nacional dos Estudantes de Farmácia (ENEF). O Encontro recebeu delegações de diferentes estados, totalizando mais de 550 estudantes de farmácia de todo o Brasil. O ENEF teve por objetivo promover o encontro entre as regionalidades de nosso país e do movimento estudantil com as bandeiras de luta da Executiva Nacional dos Estudantes de Farmácia (ENEFAR). A abertura ocorreu domingo à tarde com a mesa intitulada Movimento Estudantil na qual teve como participantes Firmínia Rodrigues, Francisco Gick e Lucas Rodrigues, exdirigentes do MEF e Jorge Luis Santos Carlos, atual Coordenador de Educação da ENEFAR. Juntos apresentaram relatos e opiniões a cerca do passado da Executiva, bem como contribuíram com perspectivas para o próximo período do movimento estudantil.

Além deste tema, duas outras mesas foram debatidas: Educação e Trabalho, com a exposição de professores e estudantes, estas atividades eram seguidas de Grupos de Trabalho (GT‘s). Este espaço servia como um momento de troca de idéias e informações entre os estudantes acerca da vida acadêmica e a futura profissão, relacionando esta com a sociedade e estabelecendo um espaço rico para propostas de atuação dos estudantes em prol da transformação sócio-cultural. No ENEF ocorreram ainda oficinas, grupos de trabalhos temáticos, espaços transversais e as festas diárias. O Congresso Científico Brasileiro dos Estudantes de Farmácia (CCBEF) foi inovado com o teatro promovido pelo Diretório Acadêmico da Faculdade de Farmácia (DAFFUFRGS), debatendo de forma diferente a iniciação científica e a produção da tecnologia na academia.

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Auditório lotado Nos espaços transversais os movimentos sociais foram convocados para contribuírem no Encontro com presença do movimento de mulheres. Ao ser feita a avaliação do Encontro pôde-se perceber a renovação do movimento estudantil de farmácia. Havia nos espaços novos estudantes com sede de debate e conhecimento pelas bandeiras de luta e reivindicações do movimento estudantil brasileiro. A plenária apontou demandas e sugestões a serem adotadas pela sede do próximo ENEF. Durante o evento também foram feitas as apresentações das candidaturas às Executivas Regionais, sede do ENEF 2010 e da Coordenação Nacional da ENEFAR 2009/2010. O voto para a sede do próximo ENEF foi feito de maneira secreta,

dentre as candidaturas de Porto Alegre e Salvador, os gaúchos foram os eleitos por uma diferença de apenas 11 votos. Quanto à candidatura para a Coordenação Nacional havia chapa única: ‘’Não há luta sem amor’’, composta por estudantes da UFMA, UFPI e UFPA. Depois de muito debate na plenária a chapa foi eleita com 57 votos a favor em um total de 116 votantes. Após a votação, deu-se por encerrada as atividades do XXXII ENEF. Saudação a todos os participantes desse ENEF que ajudaram a fazer desse um grande encontro, plural de idéias, que marcou mais um momento da história do movimento estudantil de farmácia. Até Porto Alegre, em 2010. Fonte: Site da ENEFAR Revista Pharma

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Congresso da FENAFAR em Salvador debate temas de interesse da comunidade farmacêutica Um debate sobre os desafios da Assistência Farmacêutica no Brasil abriu o 6 Congresso da Fenafar e o 2 Simpósio Nacional de Assistência Farmacêutica, no dia 13/ 08, em Salvador. Representando a ABF – Associação Brasileira de Farmacêuticos, estiveram presentes José Liporage, presidente e Paulo Roberto Gomes dos Santos, Diretor da Revista Pharma que, na oportunidade, foi relançada e teve sua nova linha editorial apresentada aos participantes. O Congresso discutiu a situação política e econômica no Brasil e os caminhos para a integração latino-americana, a

organização sindical e a luta dos farmacêuticos por melhores condições de trabalho e valorização profissional. O debate contou com a participação do Diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF) do Ministério da Saúde, José Miguel do Nascimento Júnior, do diretor adjunto da Anvisa, Norberto Rech, da Superintendente de Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologia em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia – Sesab, Gisélia Santana Souza e de Célia Chaves, presidente da Fenafar. O debate foi coordenado pelo vice-presidente da Federação, Rilke Novato.

Um dos gargalos na política de saúde e assistência farmacêutica no país é a forte dependência externa de insumos e medicamentos, o que aumenta o custo da saúde, reduz o acesso e aumenta a dependência do Brasil. 10

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Autoridades presentes na abertura do Congresso O diretor do DAF fez um retrospecto da elaboração e aplicação das políticas de Assistência Farmacêutica pontuando o que considera os aspectos mais relevantes desse processo, como a inclusão dos medicamentos fitoterápicos na lista de atenção básica e o fomento a produção desses produtos, a inclusão dos homeopáticos e a constituição do Comitê para o Uso Racional de Medicamentos que tem interagido dinamicamente com as ações e orientações do ministério, além da consolidação da Farmácia Popular, como instrumento de democratização do acesso ao medicamento. José Miguel destacou que apesar de avanços nesse campo, o Brasil

precisa de um novo marco regulatório no que tange as normas de regulação sanitária sobre a produção, já que em razão dos diferentes arranjos produtivos existentes no país, elas podem contribuir para o desenvolvimento do sistema ou fazer com que ele desapareça. No caso da produção dos fitoterápicos, Miguel deu o exemplo do cenário do Estado de Santa Catarina, onde nos anos 90 havia 36 fábricas que trabalhavam com plantas medicinais e hoje há apenas seis. Medicamento não é mercadoria Sobre a Farmácia Popular, José Miguel informou que os dados disponíveis mostram que mais de 2 milhões de pessoas estão adquirindo


A mesa composta por autoridades do mundo farmacêutico medicamentos através da Farmácia Popular por mês. Ele observa que alguns medicamentos apresentam um consumo em alguns casos superior em relação aos medicamentos da mesma classe terapêutica que não estão na farmácia popular. Situar no contexto político e econômico do Brasil a questão da Assistência Farmacêutica, a partir de um olhar mais estruturante foi a principal contribuição da representante da Sesab, Gisélia Santana Souza. Ela resgata o conceito de mercadoria no capitalismo para mostrar que o medicamento não tem um valor de uso a priori, mas que sua utilidade só existe se houver a mediação entre o medicamento e o usuário. “O medicamento, essa tec-

nologia, para ser utilizada precisa de uma mediação, ou seja, quem define seu valor de uso, quem orienta a forma de consumo, a quantidade, o momento, é o profissional prescritor – o médico ou o farmacêutico”. Novos horizontes Norberto Rech, da ANVISA, focou sua apresentação na necessidade de se trilhar novos horizontes para a aplicação da Assistência Farmacêutica. “Os avanços que conquistamos até o momento não bastam, o que foi conseguido já se transformou em realidade e agora nós temos outros desafios. Porque esses avanços não podem ser tidos como suficientes”. Norberto parte das profundas carências que marcam o Brasil, o nú-

mero de pessoas em situação de exclusão e que ainda não têm acesso ao sistema de saúde e às políticas de Assistência Farmacêutica. Ele fez considerações sobre a necessidade de haver uma maior capacitação profissional dos farmacêuticos para atuarem em todas as etapas da saúde, e no desenvolvimento de ações de saúde não para o uso do medicamento, mas para o não uso, numa visão de prevenção que deve prevalecer num sistema melhor estruturado. A presidente da Fenafar, Célia Chaves, recuperou o histórico da Fenafar, desde sua fundação – fazendo referência à exposição montada em comemoração aos 35 anos da entidade – e focou em sua exposição a luta pela transformação da farmácia num estabelecimento de saúde, ressaltando que as ações de Assistência Farmacêutica

devem ser observadas não somente no setor pública, mas também e principalmente no setor privado. Ela registrou, também, a questão da necessidade de o Brasil avançar como produtor de insumos e medicamentos para garantir a soberania nacional e o acesso da população aos medicamentos. Nesse sentido, lembrou a lei das patentes, aprovada em 1996, que colocou a produção nacional em condição de subalternidade perante as indústrias multinacionais de fármacos. Um episódio recente que contou com a participação da Federação nesse campo foi a apresentação da representação junto a Advocacia Geral da União pedindo a inconstitucionalidade dos artigos 230 e 231 da Lei de Propriedade Intelectual que instituiu as patentes pipeline. Fonte: Sinfarmig

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Muito além de um sem condições de criar os filhos de forma saudável. Aos olhos de alguns, isso pode parecer um exagero, mas não é novidade para ninguém que a obesidade é um problema de saúde grave e não apenas um problema estético. É uma doença crônica que tem de ser tratada como tal. Associa-se a ela alto índice de mortalidade e uma redução da esperança de vida.

As possíveis complicações que provêm da obesidade e do excesso de peso estão intimamente relacionadas com a distribuição de gordura no organismo e originam um conjunto de problemas físicos (como a diabetes e a pressão alta), psíquicos, (caracterizados pela perda da auto estima e depressão) e sociais (isolamento).

Família, tela do colombiano Fernando Botero, que costuma representar personagens obesos em suas pinturas e esculturas (reprodução). A obesidade é retratada por muitos pintores, mas que na arte pode ser considerado esteticamente belo, na vida real é um grave problema de saúde.

Doenças associadas com o excesso de peso Muitos doentes com excesso de peso apresentam alterações da função da insulina e do metabolismo dos hidratos de carbono, das lipoproteínas e dos triglicéridos. Todas estas situações constituem fatores de risco para a ocorrência de doença cardiovascular. Indivíduos com excesso de peso têm um risco relativo de desenvolvimento de diabetes superior ao triplo, comparativamente com a população geral; da mesma forma, o risco de doença coronária duplica ou triplica em indivíduos com excesso de peso. O excesso de peso representa um risco independente para a ocorrência de doença cardiovascular. O peso corporal

por Fátima Fiuza Recentemente, depois de uma avaliação criteriosa dos assistentes sociais, um casal de Dundee, na Escócia, perdeu a guarda dos filhos por colocar em risco o bem-estar das crianças. O motivo foi a obesidade dos pais. A mãe, de 40 anos, tem mais de 145 kg, o pai, de 53, pesa quase 115 kg. Eles foram declarados inaptos e

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é um fator de previsão de doença coronária melhor do que a pressão arterial, o tabagismo ou a intolerância à glicose. Além disso, o excesso de peso também aumenta o risco de desenvolvimento de outros problemas de saúde, incluindo alguns tipos de cancro, doenças gastrintestinais, perturbações respiratórias e doenças articulares. O excesso de peso prejudica significativamente a qualidade de vida Muitos indivíduos com excesso de peso sofrem de dores, apresentam limitações da mobilidade e desenvolvem uma baixa


DADE:

m problema estético

auto-estima, depressão, perturbações ansiosas e outros problemas psicológicos, em virtude da existência de preconceitos sociais, discriminação e isolamento. Benefícios da Redução de Peso Os doentes com excesso de peso não necessitam de atingir o seu peso corporal ideal para conseguirem benefícios significativos para a saúde. Embora a perda de peso possa reduzir os riscos de saúde relacionados com o excesso de peso, muitos doentes e até mesmo médicos, podem não estar com-

pletamente esclarecidos em relação aos benefícios comprovados da perda de peso. . Os benefícios não se limitam aos doentes que atingem um peso corporal ideal, A perda de peso de pelo menos 5% do peso corporal inicial, é suficiente para se conseguir melhorias clinicamente significativas. Esta perda de peso em doentes obesos associa-se a: · Reduções dos níveis de colesterol total, colesterol LDL e triglicéridos, e aumentos dos níveis do colesterol HDL em doentes com hiperlipidemia; · Aumento da sensibilidade à insulina e diminuição da glicose plasmática e da concentração de insulina em doentes com diabetes mellitus tipo 2;

· Reduções significativas da pressão arterial em doentes com hipertensão arterial; · Aumento da longevidade; · Melhoria da auto-estima e do humor. Obesidade Infantil Dados indicam, segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), que um processo de transição nutricional vem ocorrendo nas ultimas três décadas. A avaliação de crianças brasileiras estudada pela Pesquisa Brasileira do Orçamento Familiar do IBGE indica que, na faixa etária de 10 a 19 anos, a frequência de excesso de peso é de 16,7%. Esta frequência é ainda maior para os pré-adolescentes,

Segundo a Pesquisa Brasileira do Orçamento Familiar do IBGE, na faixa etária de 10 a 19 anos, a frequência de excesso de peso é de 16,7%, chegando a 22% para os pré-adolescentes, entre 10 e 11 anos. foto: obesidadeinfantil.org

entre 10 e 11 anos, chegando a 22%. O mesmo estudo aponta que as meninas sofrem mais do problema que os meninos e que nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste o número de pequenos obesos é maior. Meninas do sudeste urbano apresentam os maiores índices de obesidade entre as crianças e adolescentes do país, chegando a 4%, segundo dados do Departamento de Nutrição da ABESO. O tratamento da criança obesa deve ser instituído o mais precocemente possível, assim que se faz o diagnóstico. Os estudos apontam que a maneira mais eficaz de tratar a obesidade infantil, de forma que a criança emagreça e mantenha-se num peso saudável a longo prazo, é a reeducação alimentar, inserida num processo de mudança de comportamento, tanto com relação às práticas alimentares, como com relação ao estilo de vida. Além disso, a prática de exercícios físicos é fundamental. A criança deve abandonar os hábitos sedentários e gastar mais energia com atividades do dia a dia, além de ter uma atividade física programada. Revista Pharma

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Presidente da ABF torna-se Imortal da Academia Brasileira de Medicina Militar Por Fátima Fiúza No dia 11 de dezembro, o presidente da ABF, José Liporage Teixeira, foi empossado como o mais novo membro da Academia Brasileira de Medicina Militar (ABMM), ocupando a cadeira 66 da Seção de Farmácia. A monografia de sua autoria cujo tema é “O Modelo de Visão Ampliada do Sistema de Farmacovigilância no Serviço de Farmácia do IPEC – FIOCRUZ: Acompanhamento de Suspeitas de Eventos Adversos e de Queixas Técnicas, e Notificações de Agravos em Leishmaniose”, foi considerada obra de grande relevância para a comunidade científica e abriu as portas para a ABMM. No dia 1 de dezembro, este renomado farmacêu-

tico, foi também homenageado pela sociedade civil, através da Associação Lutando para Viver, sociedade civil autônoma, sem fins lucrativos, destinada à prestar apoio social aos usuários do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas / Fiocruz, centro de referência no atendimento a portadores de doenças infecciosas. A cerimônia ocorreu na sede da Associação Lutando para Viver no Campus de Manguinhos da FIOCRUZ. Consciente de sua responsabilidade e compromisso, Liporage ainda persegue seus objetivos com a mesma determinação que lhe é característica. Os próximos desafios consistem em prestar assistência integral multiprofissional e humanizada, inclusive a

farmacêutica, a uma população vulnerável que é a de moradores de rua. Também trabalha pela estruturação do Centro de Informação Inteligente em Assistência Farmacêutica – uma atividade já desenvolvida no Serviço de Farmácia do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas/ FIOCRUZ – que precisaria de investimento principalmente em recur-

Livro esclarece sobre epidemiologia e prevenção de doenças Representando uma novidade no cenário da divulgação científica, o livro Noções Básicas de Epidemiologia e Prevenção das Doenças Infecciosas e Parasitárias, foi pensado a partir de uma pesquisa clínica em tuberculose desenvolvida no Instituto 14

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Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz. De co-autoria de José Liporage, presidente da ABF, Paulo Roberto Gomes, diretor da Revista Pharma e Gilberto Macedo Sperandio, a publicação tem como objetivo apresentar de forma clara e concisa algumas noções básicas sobre epidemiologia

O livro foi escrito por treze autores

e prevenção das doenças infecciosas e parasitárias, proporcionando ao leitor conhecimentos científicos sobre a promoção da saúde e a prevenção de doenças.

sos humanos. Liporage defendeu seu mestrado em 29 de março de 2009 apresentando o trabalho “Reações Adversas ao Antimoniato de Meglumina utilizado no tratamento da Leishmaniose Tegumentar Americana em crianças e adolescentes atendidos no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas/ FIOCRUZ. Toda equipe envolvida na construção deste livro esteve consciente da importância de um trabalho que compartilhe o conhecimento para um resultado satisfatório. O material apresentando é uma iniciativa permeada pela humanização e troca de saberes, que vem proporcionando uma integração relevante entre a equipe de saúde e a clientela.


Interface entre Atenção Farmacêutica e Farmacovigilância Tanto a atenção farmacêutica, como a farmacovigilância têm como finalidade o uso seguro e racional dos medicamentos, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos usuários. No entanto, existem diferentes enfoques, abordagens e objetivos intermediários distintos. Poderíamos dizer que o enfoque da atenção farmacêutica é na obtenção de resultados terapêuticos, com impacto direto na resolução do problema para o usuário, enquanto a farmacovigilância enfoca a garantia da segurança e efetividade, mas com enfoque no produto. O Farmacêutico pode ter papel relevante, além da promoção da saúde, também na prevenção e identificação de problemas relacionados a medicamentos a partir da avaliação da farmacoterapia, especialmente na identificação de reações adversas a medicamentos, tanto do tipo A e B,

quanto interações medicamentosas e ainda a inefetividade terapêutica, podendo realizar ou recomendar uma intervenção apropriada. De certa maneira, pode-se inferir que a causa de um PRM pode estar relacionada a uma reação adversa, a um erro de medicação ou a um medicamento com problema técnico. O farmacêutico, ao realizar a atenção farmacêutica, na maioria das vezes, pratica um ato clínico individual. No entanto,

com a sistematização das suas intervenções e a troca de informações dentro de um sistema de informação composto por outros profissionais de saúde pode contribuir também para um impacto no nível coletivo. Pode se considerar que a farmacovigilância permeia os macrocomponentes da atenção farmacêutica, uma vez que os dois campos do conhecimento promovem o uso seguro e racional de medicamentos. O desafio é identificar

esta interface nos seus elementos críticos que possam auxiliar na operacionalização destas práticas e otimizar a obtenção dos resultados. Partindo das necessidades do usuário, propõe-se distintos caminhos no sentido de dar-lhe uma possível solução, dentro das ações previstas no seu âmbito profissional, buscando desta forma representar possíveis interfaces com o sistema de saúde. A prática da atenção farmacêutica contribuirá certamente como um elo de alimentação e retroalimentação de um sistema de vigilância de medicamentos, contribuindo para que haja o equilíbrio entre os impactos positivos e negativos do uso e dos efeitos dos medicamentos para os indivíduos, diminuindo o risco à saúde decorrentes da sua utilização. Paulo R. G. Santos Farmacêutico CRF-RJ 9227 Revista Pharma

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O Portal dos Fármacos O medicamento é instrumento essencial à correção, preservação, manutenção e promoção da Saúde. O acesso ao medicamento representa um importante fator de inclusão social que depende da disponibilidade do fármaco – princípio ativo contido no medicamento, que em 85% dos casos, no arsenal terapêutico contemporâneo, é de origem sintética. No nosso País uma parcela significativa dos fármacos utilizados no SUS e adquiridos pelo Ministério da Saúde, é importada. Este investimento, que representa ca. 10% do seu orçamento, pode ser otimizado quanto aos seus benefícios terapêuticos pelo aprimoramento do seu uso racional, mais seguro, pela população. O Portal dos Fármacos (www.portaldos farmacos.ccs.ufrj.br) é um projeto de popularização e divulgação das Ciências Farmacêuticas relacionadas aos fármacos e medicamentos (F&M), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ (www. faperj.br) e coordenado pelo Prof. Eliezer J. Barreiro CVLattes, do LAS SBio (www.farmacia. ufrj.br/lassbio) da Faculdade de Farmácia da UFRJ. Acumula, ainda, a função de ser o obser16

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vatório de divulgação das atividades desenvolvidas pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fármacos e Medicamentos (INCT-INOFAR ( w w w. i n c t - i n o f a r. ccs.ufrj.br) Pretende-se com este observatório, contribuir para a construção de consciência crítica quanto ao uso seguro dos medicamentos, em todos seus aspectos incluindo sua indicação terapêutica e, especialmente a posologia. Repúdio à automedicação pelo que representa de risco e o combate à propaganda promíscua e indevida, senão enganosa em muitas ocasiões, dos medicamentos. Pretende o Portal, ainda, divulgar e contribuir para informar a população quanto à importância das Ciências em suas vidas cotidianas, sendo autêntico e efetivo instrumento de promoção social da cidadania, es´clarecendo em bases científicas as necessidades dos cuidados para com o uso correto dos medicamentos. “Na Internet é difícil visualizar o nosso públicoalvo. Conhecendo melhor o nosso público e identificando as suas principais necessidades de informação poderemos oferecer um serviço melhor à sociedade” (Natália Medeiros de Lima).

A fim de cumprir sua missão social, o Portal dos Fármacos interage de forma ativa com a população através da sua participação em feiras (atividades lúdicas) e congressos científicos (apresentação de pôsteres) e procura popularizar, de forma eficiente, o conhecimento científico no ensino formal através de suas atividades educativas. Conversando com o público, curioso e interessado no trabalho desenvolvido pelo Portal dos Fármacos pode-se facilmente perceber que a população, inclusive aquela que lida diariamente com a Ciência, ainda possui numerosas dúvidas em relação aos medicamentos: O que fazer quando acaba o trata-

mento e ainda sobram comprimidos na caixa? Sobre o lugar ideal para sua guarda? Qual é a diferença entre medicamento e remédio? Em função desta percepção, foi elaborada uma cartilha educativa que promove o uso adequado dos medicamentos. Com ilustrações coloridas e uma linguagem simples e dinâmica, a cartilha alerta para os riscos, cuidados e perigos inerentes à utilização de medicamentos sem prescrição médica. Além disso, fornece esclarecimentos a respeito das tarjas, dá orientações sobre onde e como armazenar, quando necessário, os medicamentos e alerta para as propagandas abusivas da indústria farmacêutica. Também foram


produzidas cinco versões dos quebra-cabeças temáticos inspirados em charges, que buscam sensibilizar a população para o uso apropriado dos medicamentos. Alguns depoimentos obtidos: “Procurei projetos com uma temática similar a nossa no Portal dos Fármacos para trocar informações e percebi que nós fazemos um trabalho único de popularização da Ciência. É muito satisfatório quando você percebe que o seu trabalho inova!” – observou a jovem farmacêutica, responsável por desenhar as charges do Portal que provocam uma reflexão sobre uso seguro e correto dos medicamentos. (Natália Medeiros de Lima – Participação do Portal dos Fármacos no “XI Reunión de la RedPoP” – Rede de Popularização de Ciência e Tecnologia da América Latina e Caribe.) Os participantes de um dos eventos onde o Portal dos Fármacos esteve recentemente presente reconheceram a importância social da existência de uma mídia que traga informações idôneas sobre os medicamentos: “Rece-

bemos muitos elogios pelo trabalho desenvolvido no Portal dos Fármacos. As pessoas se surpreenderam com a versatilidade do projeto, que consegue atingir o público leigo e, ao mesmo tempo, trazer conteúdos de interesse para a comunidade científica”, declarou Natália M. de Lima ao ouvir afirmativas como: “...este trabalho de vocês é belíssimo porque atinge não só a criança. “Vocês trabalham com as crianças ao mesmo tempo em que trabalham com adultos”. (Nadja Bandeira – Acessora técnica de Vigilância Sanitária – Congresso URM 2009) A partir da conscientização das pessoas pôde-se construir e aprimorar seu perfil crítico, esclarecendo-as e levando-as a reagir às ações induzidas pelos meios de comunicação, em geral. A mídia, além de ter lado educativo muito bom, peca muitas vezes ao passar o lado técnico-científico necessário à correta e plena conscientização das pessoas, em certos temas como os medicamentos e não logra sucesso sem assessoria, o que o Portal pode realizar à distância.

REALIZAÇÕES DA ABF GARANTEM UMA INSTITUIÇÃO COMPROMETIDA COM A QUALIDADE Prestes a completar 94 anos, a ABF, criada em 20 de janeiro de 1916 como instituição sem fins lucrativos e de caráter científicoprofissional, foi reconhecida de Utilidade Pública de acordo com o Decreto Federal n° 4.704 de 21/06/1923 e pela Lei Estadual n° 227 de 11/11/1962. Ao longo desses anos, a Associação vem prestando serviços de grande valor aos profissionais da área, bem como se atualizando em busca da excelência. Podemos destacar os seguintes aspectos: • A reestruturação do Departamento de Recursos Humanos, definindo a função dos profissionais e seus respectivos setores. • O setor financeiro já calculou a previsão orçamentária para 2010 e trabalhou em 2009 dentro do que foi proposto. • Já está em fechamento contrato para a implantação de um sistema de segurança com câmera e todo equipamento necessário para um serviço de qualidade. • Obras para reforma do auditório em 2010. • Reestruturação da Revista Brasileira de Farmácia com novo corpo editorial e novas regras, além de um site específico. • Volta da Revista Pharma, apresentando nova linha editorial bem mais dinâmica e atraente. • Participação efetiva da ABF no Mercosul. De acordo com a diretoria, muito ainda se pretende fazer para tornar a instituição símbolo de excelência e referência. E o trabalho de qualidade continuará em 2010.

Anuncie na Pharma, revista institucional da ABF Ligue para: 2263-0791 Revista Pharma

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Resolução da ANVISA dispõe sobre normas de farmacovigilância A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, em fevereiro deste ano, a RDC 4. A norma é inédita e torna obrigatórias as ações de farmacovigilância nos laboratórios fabricantes de medicamentos. Ou seja, os laboratórios farmacêuticos serão obrigados a informar qualquer efeito adverso ou notificação relacionada aos seus medicamentos. Com a nova medida, esses estabelecimentos irão se tornar co-responsáveis pela apuração dos problemas relacionados ao uso ou aos desvios de qualidade dos medicamentos. As indústrias deverão contar com estrutura específica destinada a detecção, avaliação e prevenção de problemas relacionados aos eventos adversos de medicamentos. Além disso, torna-se obrigatória a comunicação dos relatos à Anvisa. O texto define prazos e formas para notificação à Agência de acordo com a gravidade da ocorrência. Casos de óbito, por exemplo, devem ser notificados em um prazo máximo de sete dias após o recebimento da informação do evento adverso. A Resolução obriga, ainda, que laboratórios arquivem as notificações por um período mínimo de 20 anos, objetivando possibili-

tar a rastreabilidade e o acesso rápido a informações. As empresas também deverão realizar, pelo menos uma vez por ano, uma auto-inspeção em farmacovigilância. A Resolução prevê que os estabelecimentos poderão ser inspecionados pelos integrantes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). De acordo com o texto, os detentores de registro terão um prazo de 360 dias para se adequarem à norma. Já a Anvisa contará com um período de seis meses para disponibilizar sistemas e ferramentas necessários para o cumprimento das determinações da Resolução. Instrução Normativa reforça ações de farmacovigilância Foi publicado no dia 28/10,

no Diário Oficial da União (DOU), a Instrução Normativa nº 14, que aprova os guias técnicos de orientação aos detentores de registros de medicamentos, tais como as indústrias farmacêuticas e as importadoras de medicamentos, sobre a execução das ações de farmacovigilância. As publicações trazem os requisitos que devem ser observados e seguidos pelas empresas no que se refere aos Planos de Farmacovigilância e de Minimização de Riscos e ao Relatório Periódico de Farmacovigilância. Trazem, também, um glossário dos termos utilizados e condições que devem ser observadas pelas empresas e vigilâncias sanitárias com relação às Boas Práticas

de Inspeção em Farmacovigilância. Os guias vão dar suporte aos detentores de registro de medicamentos para uso humano comercializados e distribuídos no Brasil. Essas empresas estão obrigadas a manter sistemas de farmacovigilância desde a publicação da RDC em 4 de fevereiro de 2009. Os requisitos contidos nos guias devem ser seguidos obrigatoriamente a partir de fevereiro de 2010. Dentre as atividades realizadas pelos setores de farmacovigilância estão a detecção, a avaliação, a compreensão e a prevenção dos efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados aos medicamentos. Fonte: Anvisa Revista Pharma

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No dia 25 de outubro, a Fenafar comemorou 35 anos pautando sua trajetória de luta na valorização do profissional farmacêutico, na defesa do Sistema Único de Saúde, nas ações desenvolvidas para fortalecer os sindicatos em todo o País e na participação determinada e solidária da Federação nas lutas em prol da soberania nacional, da democracia e pelos direitos humanos. Com a Missão de “Organizar, agregar e fortalecer a profissão farmacêutica na luta pela conquista e reconhecimento do trabalho com o compromisso de defender a qualidade e proteção da vida”, a Fenafar, neste período, teve ação protagonista nas Conferências Nacionais de Saúde, com destaque para a 8ª edição que consolidou a proposta de criação do Sistema Único de Saúde e também nas edições da Conferência Nacional de Medicamentos e Assistência Farmacêutica, bem como em todas as iniciativas institucionais de debate sobre a saúde. Neste momento de comemoração, a Fenafar reafirma seus compromissos com a defesa de uma saúde pública, gratuita e de qualidade para todos, com a aplicação de uma Política Nacional de Assistência Farmacêutica, visando sempre a valorização e qualificação do profissional farmacêutico e o acesso racional da população ao medicamento. Assim, a Federação desenvolve a campanha pela redução da jornada 20

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FENAFAR COMPLETA 35 ANOS: UMA TRAJETÓRIA DE LUTAS E CONQUISTAS

para 30 horas semanais sem redução de salário. Esta luta não se limita à reivindicação da redução do tempo de trabalho, mas está vinculada ao reconhecimento do farmacêutico como profissional de saúde, à valorização do seu trabalho no setor público e privado, ao reconhecimento de que as farmácias não são meros estabelecimentos comerciais, mas sim estabelecimentos de saúde e de que o medicamento não é uma mera mercadoria. São lutas articuladas e que precisam do apoio da sociedade para que o Brasil conquiste uma Política Nacional de Saúde democrática e de qualidade. Além das lutas mais específicas, a Fenafar e os sindicatos dos farmacêuticos nos estados participam ativamente das mobilizações nacionais convocadas pelas Centrais Sindicais em defesa dos direitos dos trabalhadores. A Fenafar compreende que todas essas lutas, desde as mais gerais, até as mais específicas da categoria, só resultarão em conquistas efetivas a partir da mobilização e organização de vários atores sociais, e no nosso caso particular, dos farmacêuticos. Por isso, a entidade tem dedicado atenção especial para aprimorar a estruturação e organização da Federação e dos sindicatos, por compreender que a luta da categoria na defesa da saúde e da valorização profissional se dá através da ação dinâmica dos sindicatos. Fonte: Site da Fenafar


Curso de Especialização em Farmácia Clínica Hospitalar Objetivo: Proporcionar um programa de pós-graduação lato-sensu com o objetivo de desenvolver habilidades e competências necessárias para que o farmacêutico possa atuar em Farmácia Hospitalar, através do acesso a um conjunto de atividades/ações que articulem os conhecimentos de novas metodologias de trabalho, qualificando-o como profissional crítico e inserido no debate sobre o desenvolvimento técnico - cientifico. Justificativa: O curso visa atualizar e formar especialistas em Farmácia Clínica Hospitalar, para atender a crescente e cada vez mais exigente demanda de profissionais farmacêuticos, com informação qualificada nesta área de atuação. Público Alvo: Farmacêuticos Metodologia: Serão aplicadas metodologias ati-

vas de ensino-aprendizagem, com destaque para a problematização e a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), como preconiza a OMS e outros organismos internacionais, focadas na construção do conhecimento e no conceito de integralidade. Tais estratégias devem ser empregadas no processo de formação, privilegiando a vivência do estudante nos serviços da rede de saúde. Descrição do Curso: O curso será desenvolvido de acordo com a estratégia de ensino adotada nas disciplinas, por meio de aulas expositivas, seminários, dinâmicas de grupo com discussões de casos, bem como através de atividades de treinamento em serviço de farmácia hospitalar. O plano geral do curso constará de 03 blocos que abordarão as diversas subáreas da Farmácia Hospitalar.

Disciplinas e Carga Horária: Carga horária Disciplinas 48 Administração Farmacêutica 24 Atenção Farmacêutica 24 Farmacotecnica hospitalar I 24 Farmacotécnica hospitalar II 48 Farmacologia Clínica 12 Farmacoepidemiologia 12 Farmacovigilância 12 Farmacoeconomia 12 Assistência em Farmácia Hospitalar 12 Biofarmácia e Farmacocinética Clínica 24 Pesquisa Clínica e Boas Práticas Clínicas 24 Interações Medicamentosas 12 Interpretação do Exame Clínico Laboratorial 12 Metodologia Científica Política de Saúde 12 Treinamento em Serviço de Farmácia 48 hs Hospitalar Pesquisa e Elaboração da Monografia Carga horária total 360 Hs

Período Letivo: 10 me-ses Regime: Tempo parcial Periodicidade: Anual Início/Término – março de 2010/dezembro de 2010 Carga Horária Total: 360h Horário: Terças e quintas-feiras de 18:30 às 20:30h Sábados de 8:30 às 17:30h Número de vagas ofere-cidas: Número máximo de alunos por turma será de 45 alunos, e a turma só será formada com um mínimo de 35 alunos matriculados. Titulação conferida: v Especialista em Farmácia Clínica Hospitalar Estrutura Curricular: BLOCO I DISCIPLINAS Farmacologia Clínica Responsável: Maria Eline Mateus Farmacocinética Clínica Responsável: José Carlos Saraiva Gonçalves Pesquisa Clínica e Boas Práticas Clínicas Responsável: Marcus B. Conde Colaborador: José Carlos Saraiva Gonçalves Interações Medicamentosas Responsável: Nancy dos Santos Barbi Farmacoeconomia Responsável: Rodrigo Saar Colaborador: Náira Villas Bôas Vidal de Oliveira Interpretação do Exame Clínico Laboratorial Responsável: Jorge Fernando Teixeira Soares Farmacovigilância Responsável:Márcia Maria Barros dos Passos Metodologia Científica Responsável:Maria Isabel Sampaio dos Santos Carga Horária

CH 48 12 24

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12 12 12 156h

BLOCO II DISCIPLINAS Administração em Farmácia Hospitalar Responsável: Rodrigo Saar Assistência em Farmácia Hospitalar Responsável: Náira Villas Bôas Vidal de Oliveira Farmacotécnica Hospitalar I Responsável: Eduardo Ricci Júnior Colaborador: Eduardo Rodrigues Farmacotécnica Hospitalar II Responsável: Letícia Boechat Farmacoepidemiologia Responsável: Guacira Correia de Matos Atenção Farmacêutica Responsável:Náira Villas Bôas Vidal de Oliveira Política de Saúde e Medicamentos Responsável:Márcia Maria Barros dos Passos Colaborador:Guacira Correia de Matos Carga Horária

CH 48 12 24

24 12 24 12

156h

BLOCO III Seminários/Estudos de casos Responsável:Náira Villas Bôas Vidal de Oliveira Colaborador: Rodrigo Saar Carga Horária

48h 48h

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Medicamentos vão ganhar sistema de segurança Os medicamentos vendidos no Brasil vão ganhar um sistema de segurança contra falsificações. A tecnologia vai permitir rastrear por onde os remédios passaram até chegar ao consumidor. O sistema será similar ao usado em alguns supermercados, em que frutas e verduras têm um número, uma espécie de RG, com o qual o consumidor pode checar na internet onde foram produzidos. Na indústria química, a preocupação é evitar falsificações e contrabando. Um lacre com uma etiqueta antifraude, que tem selo holográfico e código de barras, é a aposta para reverter perdas de US$ 20 milhões ao ano. Com um leitor ótico, é possível saber se o produto é autêntico e quando e onde foi fabricado. “Esse cliente tem a segurança de

saber que aquele produto foi produzido pelo fabricante original, para que ele não seja alvo de comprar um produto falsificado, um produto roubado”, diz Eduardo Leluc, diretor de uma indústria química. A indústria farmacêutica também confia nesse sistema para acabar com o comércio ilegal. No primeiro semestre deste ano, foram apreendidas 316 toneladas de medicamentos falsificados, sete vezes o que se recolheu no mesmo período de 2008 (45,5 toneladas). A partir de janeiro, todos os medicamentos fabricados no país também poderão ser rastreados pelo consumidor para evitar a falsificação. As mais de duas bilhões de embalagens produzidas por ano terão que sair da indústria com uma iden-

tificação, um código único, que vai permitir localizar o medicamento e revelar o caminho percorrido por ele. Na primeira fase, as fábricas, distribuidores e farmácias terão que instalar o sistema de rastreamento. Cada vez que o remédio trocar de mãos, a mudança fica registrada em um banco de dados administrado pelo go-

Dia do Farmacêutico perto de virar lei Todo dia 20 de janeiro, tradicionalmente, é comemorado o dia do farmacêutico, no entanto, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte aprovou, no dia 9 de junho, o projeto de 22

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lei da Câmara dos Deputados (PLC 145/08) que institui a data oficialmente. A proposta, de autoria das deputadas federais Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Alice Portugal (PCdoB-BA),

está tramitando e ainda será examinada em Plenário. A escolha da data deve-se ao fato de a Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF) ter sido criada em 20 de janeiro de 1916.

verno. Se o consumidor desconfiar que comprou um remédio falsificado, poderá tirar a dúvida rapidamente. A mudança vai exigir investimento das empresas e o governo avisou que não vai permitir repasses ao consumidor. Fonte: Site Investimentos e Notícias

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