Jornal Cavalo Crioulo - dezembro

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Cavalo Crioulo Dezembro de 2010

Por dentro da ABCCC

DNA de potros passa a ser obrigatório Osíris Reis

Estabelecer um novo mecanismo para o controle da paternidade do animal. Esse é um dos principais objetivos da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) ao definir que todos os potros nascidos a partir de julho de 2010 devem ser submetidos a exame de DNA e o resultado comparado com o do pai. Ou seja, a associação não aceitará mais padreação de éguas cujos reprodutores não possuírem o exame genético.

Para o superintendente do Setor de Registro Genealógico da ABCCC, Gilberto Loureiro de Souza, a norma é uma adequação a uma exigência ministerial e torna o registro da raça algo concreto. “A norma servirá para o bom funcionamento do registro genealógi-

Informativo ao criador O Setor de Registro Genealógico da ABCCC encaminhou aos senhores os Pré-Registros e os formulários para comunicação das coberturas de suas éguas, na próxima safra. Com a intenção de melhor servi-los, segue um guia prático para preenchimento da documentação. 1 - O Pré-Registro deverá ser completamente preenchido pelo criador e assinado por ocasião da visita técnica, deixando em branco apenas a parte da resenha gráfica, a pelagem e o local para assinatura do técnico. 2 - Solicitamos que os pedidos de inscrições não sejam preenchidos por nossos técnicos, evitando assim reclamações sobre rasuras dos documentos ou a não identificação dos animais. 3 - Todo pedido de inscrição remetido à ABCCC sem o devido preenchimento e/ou a assinatura do proprietário será devolvido.

4 - O técnico da ABCCC coletará material para exame de DNA de todos os produtos nascidos a partir de 1º de julho de 2010, exceto dos machos que serão registrados como castrados. 5 - Averiguar por ocasião da visita do técnico, se o reprodutor tem exame de DNA. Caso não tenha, o pedido de inscrição será devolvido sem ser protocolado e o criador terá que chamar o técnico novamente para efetuar a coleta.

co”, explicou. Ele acredita que nenhuma raça possui credibilidade sem que se tenha certeza de suas paternidades.

Procedimento O procedimento é simples: quando o técnico chega na propriedade para realizar a resenha ao pé da mãe, já coleta uma amostra da pelagem da cola do potro (alguns pelos junto com a raiz) que deve ser encaminhada à análise laboratorial. Somente após o laudo confirmar a paternidade, é que o SRG fará o registro do animal. No laboratório, o pelo passa por uma análise genética e o resultado é comparado com um banco de dados que contém as informações genéticas dos reprodutores. “Até agora, 99% dos animais fecharam Nota: Tipagem Sanguinea não será aceita. 6 - Para que seja feita a reativação de animais, de castrados para inteiros, será necessário primeiro o exame comparativo de DNA e será cobrada taxa equivalente a dez vezes o valor normal do registro provisório. Após poderá ser apresentado para confirmação. 7 - Se o criador não estiver no estabelecimento na ocasião da visita, o técnico preencherá o pré-registro com a resenha, pelagem, assinatura e coletará o material para exame de DNA, deixando os documentos com o criador. Lembramos que o prazo de nove meses conta a partir do nascimento do potro até a data do protocolo na ABCCC. 8 - Quanto ao preenchimento dos Mapas de Padreações, nestes deverão constar os nomes dos reprodutores e o período correspondente às coberturas.

9 - Se o reprodutor for de sua propriedade, portanto, já registrado em seu nome ou estiver devidamente autorizado pelo proprietário a cobrir suas éguas - por escrito - o criador deverá somente assinar em “Assinatura do proprietário do reprodutor”, não havendo necessidade do reconhecimento da firma.

10 - Caso a cobertura seja cedida por outro criador ou comprada, a Declaração de Padreação deverá vir assinada pelo proprietário do cavalo, conforme está registrado na associação, com a firma reconhecida. 11 - Todos os documentos recebidos na ABCCC sem preenchimento rigo-

com as paternidades”, informou a responsável técnica pelo laboratório Detecta, Roberta Collares.

Exceções Em caso de potros castrados, não será preciso fazer o exame de DNA, devido ao fato que ele não será reprodutor, portanto, exclui-se a necessidade da certificação. Caso o criador informe que irá castrar o animal e mude de ideia, ele também pode requerer o exame na ABCCC, no entanto, suas despesas com o processo serão maiores. Outra exceção refere-se à tipagem sanguínea. Neste caso, a associação aconselha que os criadores aproveitem a visita do técnico para identificar os animais que só têm a tipagem e ainda não passaram pelo exame e proceder a coleta. rosamente correto serão devolvidos.

12 - Será de inteira responsabilidade do criador/proprietário a remessa de toda documentação, preferencialmente via Sedex ou carta registrada, ao setor de registro genealógico da ABCCC. Edilon Xavier de Almeida Chefe SRG Gilberto Loureiro de Souza Superintendente do SRG

Comunicação de padreações Os criadores que adquiriram cavalos, mas ainda não procederam a transferência, devem solicitar ao vendedor uma autorização para poder assinar as padreações desse animal enquanto ele ainda não for transferido. Assim que a autorização chegar à ABCCC, o próprio comprador poderá comunicar as padreações das suas éguas ou de terceiros que o cavalo tenha cobrido.

Nova tabela de emolumentos Atenção criador: aproveite para liquidar seus débitos até o dia 30 de dezembro, pois, a partir do próximo ano, os valores da tabela de emolumentos serão alterados de acordo com o novos dados do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que serão conhecidos até o final de 2010.

Papo Técnico

Rouget Gigena Wrege – Médico Veterinário – CMRV/RS 08345

Técnicas e sistemas de reprodução equina - (Parte 1) * Quanto mais avançada a técnica reprodutiva utilizada, teremos mais eficiência, mais custo, mais trabalho, mais éguas por reprodutor e menos riscos. No entanto, se a técnica for aplicada sem dedicação, competência e conhecimentos necessários, todo o sistema sairá com deficiência.

A monta a campo pode ser conduzida de várias formas distintas.”

A reprodução equina, perante as normas da ABCCC, pode ser dividida em três certames básicos: monta a campo, monta controlada e inseminação artificial a fresco (somente em casos autorizados pela ABCCC). A monta a campo pode ser conduzida de várias formas distintas mas, basicamente, vamos dividi-la em monta a campo sem controle e com controle. A monta a campo sem controle, como todo o sistema reprodutivo que for utilizado, terá algumas vantagens como baixo custo, pouca mão de obra e, com um número adequado de éguas, boas condições de clima e ambiente, garanhão e éguas sadios, as taxas de prenhez neste sistema deverão ser bastante boas. E algumas desvantagens como desgaste do garanhão (principalmente em cavalos novos), baixo número de éguas a serem servidas, alto risco de acidentes, bem como transmissão e disseminação de doenças venéreas e problemas que acarretem em infertilidade ou subfertilidade definitiva ou temporária, rejeição do garanhão a algumas éguas e, no caso de um baixo índice de prenhez,

isto somente será constatado após ser tarde demais para solucionar e o prejuízo estar instalado. Na monta a campo com controle, normalmente, são feitos exames periódicos das éguas, quinzenais ou mensais, possibilitando assim acompanhar mais de perto o processo reprodutivo e o desempenho do garanhão e podendo retirar da manada as éguas que já se encontram gestantes, aliviando assim garanhão e potreiro e, em alguns casos que não há rejeição por parte do garanhão; podemos até substituir éguas prenhas por vazias, aumentando o uso do garanhão. Outra vantagem deste sistema perante a monta sem controle é a identificação de problemas reprodutivos de garanhão e éguas a tempo de serem solucionados e contornados, no entanto, este sistema aumenta o custo e a mão de obra do processo reprodutivo, bem como a inserção de novas éguas na manada tem o risco de rejeição por parte do garanhão. A monta dirigida pode ser conduzida de várias formas distintas, no entanto, para fins didáticos, falaremos em dois sistemas: com controle de folículo e sem controle de folículo. Neste sistema normalmente se utiliza o auxílio de um rufião, que pode ser outro garanhão grande ou pônei ou um rufião preparado. Não se aconselha o uso do próprio garanhão no trabalho de rufiação. É usual nestes casos a rufiação diária das éguas não servidas. Após ser detectado o primeiro dia de cio, a égua começa a ser servida pelo garanhão no terceiro dia, levando um salto a cada 48 horas até o término do cio, após 14 dias esta égua deverá retornar à rufiação por mais cinco a sete dias, para identificar o retorno ao cio, em caso desta não ter emprenhado no primeiro. * Continua na próxima edição

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jornalcavalocrioulo@abccc.com.br


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