4 cuidado restaurativo

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Sousa, A., et al (2014) Restorative Care: A new Philosophy in Elderly Care, Journal of Aging & Inovation, 3 (2): 36 - 49

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REVISÃO NARRATIVA / NARRATIVA REVIEW

AGOSTO, 2014

CUIDADO RESTAURATIVO: UMA NOVA FILOSOFIA NO CUIDADO ÀS PESSOAS IDOSAS RESTORATIVE CARE: A NEW PHILOSOPHY IN ELDERLY CARE ATENCIÓN RESTAURATIVA: UNA NUEVA FILOSOFÍA EN EL CUIDADO DE PERSONAS MAYORES

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!Autores

Ana Sousa1, Cátia Martins2 , Joana Silva3, Sónia Santos4 , João Tavares5, Elsa Henriques6

1,2,3,4,6 Estudantes

do 4º ano do Curso de Licenciatura em Enfermagem ; 5Enfermeiro, Centro Hospitalar e

Universitário de Coimbra, MsC, PhD (Doutor em Geriatria) Corresponding Author: guida_sousa91@hotmail.com RESUMO

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O cuidado da pessoas idosa deve ter como foco a promoção e/ou manutenção da funcionalidade. Na última década foi desenvolvida uma filosofia de cuidado, denominada de cuidado restaurativo (CR), que se caracteriza pela preservação da independência das pessoas neste grupo etário. Este cuidado incorpora a atividade física e funcional em todos os (auto)cuidados, refletindo o paradigma de “cuidar com”, em detrimento de “cuidar por”. Esta filosofia emergente foi desenvolvida por Resnick e colegas, podendo ser usada em diferentes contextos de cuidado, em especial, em relação às pessoas idosas institucionalizadas. Este artigo tem como objetivos: esclarecer o conceito de funcionalidade, e analisar as implicações desta filosofia no desenvolvimento do cuidado às pessoas idosas institucionalizadas. Na prossecução dos mesmos, realizou-se uma revisão da literatura que evidenciou a eficácia e eficiência do CR para as pessoas idosas, os profissionais e as instituições.

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Palavras-chave: pessoa idosa, cuidado restaurativo, atividade física, funcionalidade

ABSTRACT The care of the older adults should focus on the promotion and/or maintenance of functionality. In the last decade was developed a philosophy of care named restorative care (CR), which is characterized by the preservation of the independence of people in this age group. This care incorporate the physical activity and functionality in all (self)care, seeking to reflect the paradigm of "care with" instead of "to care for". This emerging philosophy has been developed by Resnick and colleagues and applied in different care settings, in particular in relation to institutionalized of older adults. This article aims to: clarify the concept of functionality and analyze the implications of this philosophy in the development of care for institutionalized older adults. In pursuit of such objectives, we performed a literature review that showed the effectiveness and efficiency of the restorative care for the older adults, the professionals and the institutions.

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Keywords: older adults, restorative care, physical activity, functionality

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Introdução O envelhecimento é um processo universal, único e individual, sendo gradativo para uns e/ou mais rápido para outros. Essas variações são dependentes de diferentes fatores, tais como, estilo de vida, condições socioeconómicas e a incidência/prevalência de multimorbilidades (Fechine & Trompieri, 2012). Neste processo ocorre, ainda, um conjunto de alterações nos sistemas do organismo, com destaque para a diminuição da reserva fisiológica. Devido a estas alterações há uma tendência para as pessoas idosas (PIs) poderem reduzir a sua mobilidade, repercutindose na sua capacidade para realizar as a t i v i d a d e s d e v i d a d i á r i a 1 ( AV D s ) , especialmente, entre as pessoas institucionalizadas (Resnick et al., 2006; Zimmerman et al., 2005). A literatura alude para o maior risco de descondicionamento físico, depressão, e pior qualidade de vida entre as PIs institucionalizadas (Jang, Bergman, Schonfeld, & Molinari, 2006; Watson et al., 2006). Os/as enfermeiros/as que exercem funções nestas instituições têm papel crucial na mudança desta trajetória, tendencialmente negativa. O cuidado de enfermagem deve ter como objetivo primordial promover a independência e autonomia das PIs. Contudo,

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assiste-se ao desenvolvimento de um cuidado que se carateriza pelo “fazer por”, ao invés de “fazer com”. Os/as enfermeiros/as, bem como outros profissionais, ao substituir a pessoa na realização das AVDs, podem contribuir para o descondicionamento físico, contribuindo, mesmo que indiretamente, para a incapacidade 2 , dependência e desmotivação das PIs (Resnick, Galik, Gruber-Baldini, & Zimmerman, 2009). Assim, e no melhor interesse para as PIs, torna-se necessário implementar uma filosofia de cuidado que tenha na sua génese: 1) avaliar a funcionalidade; 2) alcançar e/ou a manter o mais elevado grau de funcionalidade; 3) prevenir o descondicionamento físico e psicológico; e 4) aumentar o tempo despendido em atividade física (AF)3 (Resnick, Galik, & Boltz, 2013). Com base nestes pressupostos, Resnick e colaboradores desenvolveram uma filosofia de cuidado, que denominaram de cuidado restaurativo (CR) (Pretzer-Aboff, Galik, & Resnick, 2011). O rápido envelhecimento populacional e a insuficiente capacitação dos profissionais, relativamente a esta filosofia de cuidado, estão na base deste artigo, que tem como objetivo: analisar as implicações desta filosofia no desenvolvimento do cuidado às pessoas idosas institucionalizadas.

________________________________________________ 1Atividades de vida diária (AVD) são definidas como o conjunto de atividades ou tarefas comuns que as pessoas desempenham de forma autónoma e rotineira no seu dia-a-dia. Encontram-se relacionadas com o autocuidado e a mobilidade e permite à pessoa viver sem necessitar de ajuda (Sequeira, 2010). 2Incapacidade

é um termo genérico usado para deficiências, limitações de atividade e restrições na participação. O mesmo indica os aspetos negativos de interação entre um indivíduo com uma determinada condição clínica em conjunto com os seus fatores contextuais, os quais podem ser ambientais e pessoais (Organização Mundial da Saúde [OMS], 2004). 3

A atividade física compreende qualquer movimento corporal produzido pela contração muscular que resulte num gasto energético acima do nível de repouso (Caspersen, Powell, & Christenson, 1985).

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O imperativo demográfico O envelhecimento pode ser analisado segundo duas perspetivas: •

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um milhão de habitantes até 2030, sendo que um em cada três portugueses terá 65 ou mais anos em 2050 (Coelho, Magalhães, Peixoto, &

Individual, o envelhecimento assenta na

Bravo, 2008). O rápido envelhecimento

maior longevidade dos indivíduos, ou

demográfico, ocorrido nas últimas décadas,

seja, no aumento da esperança média

colocou Portugal entre os países mais

de vida.

envelhecidos do mundo. De acordo com os

Coletiva, o envelhecimento demográfico

dados da Population Reference Bureau (2011),

define-se pelo aumento da proporção do

ocupa a sexta posição no ranking. Dos países

número de PIs na população total

da União Europeia (UE – 27), Portugal ocupa a

(Instituto Nacional de Estatística [INE],

quinta posição entre os países com população

2002).

com idade igual ou superior a 65 anos (Eurostat,

Em Portugal, as alterações na estrutura

2012).

demográfica são bastante significativas. Entre

Os dados demográficos são inequívocos

1960 e 2000 a população idosa aumentou de

em relação ao envelhecimento da população em

forma indubitável, 8% da população para 16,4%,

Portugal, pelo que, aprofundar o conceito de

respetivamente. Em sentido contrário, a

envelhecimento é fundamental na compreensão

população jovem decresceu de 29,1% em 1960

desta fase do ciclo da vida humana.

para 16% em 2000. Segundo a hipótese média

!

de projeção de população mundial das Nações

Envelhecimento

Unidas, a proporção de jovens continuará a

A literatura é consensual no

diminuir, para atingir os 21% do total da

reconhecimento do envelhecimento como um

população em 2050. Ao contrário, a proporção

processo gradual, universal, heterogéneo,

da população mundial com idade igual ou

dinâmico e irreversível. É portanto, um processo

superior a 65 anos regista uma tendência

multidimensional e único para cada indivíduo

crescente, aumentando de 5,3% para 6,9% do

(Carvalho, 2008). Segundo Fonseca (2006),

total da população, entre 1960 e 2000, e para

existem três padrões de envelhecimento:

15,6% em 2050, segundo as mesmas hipóteses

primário (fisiológico, normal, senescência),

de projeção (Dias & Rodrigues, 2012).

secundário (diferencial, patológico) e terciário

Segundo os dados dos últimos censos, 15% da população jovem encontra-se no grupo

(mudanças que sucedem de forma precipitada na velhice)

etário mais jovem (0-14 anos) e cerca de 19%

O envelhecimento primário não constitui

insere-se no grupo de pessoas mais idosas,

uma doença, mas sim um processo intimamente

com idade igual ou superior a 65anos (INE,

relacionado com a diferenciação e crescimento

2012).. É relevante salientar que o ritmo de

celular. É, desta forma, um processo normal e

crescimento da população idosa é quatro vezes

dependente de fatores endógenos e exógenos,

superior ao da população jovem (INE, 2002).

nos quais se inserem os estilos de vida (Berger

Tendo em conta os dados evidenciados, em Portugal assistir-se-á a um decréscimo de JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

& Mailloux-Poirier, 1995). O envelhecimento secundário refere-se às modificações causadas Volume 3. Edição 2


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pela doença que estão relacionadas com a idade mas que podem ser reversíveis ou

tornar-se dependente de outra pessoa para a

prevenidas (Fonseca, 2006). De acordo com

realização das AVDs. A manutenção da

Fonseca (2006), o envelhecimento terciário é

capacidade funcional destas pessoas constitui

uma fase do ciclo da vida humana, na qual

um dos fatores mais relevantes na sua

existe um envelhecimento rápido, ocorrendo

avaliação da qualidade de vida (Fonseca et al.,

num dado momento da velhice e que precede

2009).

imediatamente a morte.

Especificamente, nessa faixa etária,

Deste modo, o envelhecimento é

deve-se priorizar o desenvolvimento da

caracterizado por perdas progressivas a nível

capacidade aeróbica, flexibilidade, equilíbrio,

das capacidades fisiológicas, dos órgãos e dos

resistência e força muscular de acordo com as

sistemas, e pela diminuição da capacidade de

especificidades deste grupo etário, com o intuito

adaptação do organismo a situações de stresse

de beneficiar a saúde biopsicossocial destas

e de equilíbrio homeostático perante uma

pessoas (Maciel, 2010). A AF regular pode

sobrecarga funcional. As alterações

trazer benefícios significativos para a saúde de

morfológicas, funcionais, bioquímicas,

todas as pessoas independentemente da idade,

psicológicas e sociais, determinam uma perda

sendo também relevante salientar que a

progressiva da capacidade de adaptação da

realização da mesma não termina nesta fase do

pessoa ao meio ambiente, aumentando desta

ciclo da vida humana. Os dados sugerem que a

forma a sua vulnerabilidade perante variados

AF promove uma maior longevidade com

processos patológicos (Carvalho, 2008).

independência, autonomia e qualidade de vida

Concretamente, as alterações orgânicas

(OMS, 2010). Um estudo longitudinal (8 anos)

mais evidentes estão relacionadas com a

de grande escala evidenciou que, um acréscimo

diminuição da mobilidade e perda de equilíbrio,

adicional de 15 a 100 minutos de AF por dia,

sendo que as alterações fisiológicas mais

reduziu a taxa de mortalidade em 4%,

observáveis ocorrem principalmente ao nível da

independentemente da causa de morte, bem

função respiratória e circulatória. Relativamente

como, contribuiu para a manutenção da

às modificações psicológicas, destaca-se uma

competência funcional4 (Wen et al., 2011). Esta

maior suscetibilidade para a depressão (Maciel,

competência é extremamente importante uma

2010).

vez que, as PIs na autoavaliação da sua Ao longo deste processo ocorre

qualidade de vida, valorizam com principal fator

progressivamente uma diminuição da

a vida independente (Fonseca et al., 2009), isto

capacidade funcional da PI, podendo a mesma

é, a sua capacidade funcional.

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____________________________________________ Capacidade da pessoa para realizar as actividades relacionadas com os seus autocuidados, as actividades necessárias à sua independência e as actividades relacionadas em função da sua capacidade cognitiva (Sequeira, 2010) 4

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Declínio funcional A capacidade funcional é definida como

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intuito de identificar as suas “verdadeiras” necessidades.

o potencial que as PIs apresentam para decidir

A perda da capacidade funcional ou

e atuar de forma independente nos aspectos

declínio funcional (DF) refere-se à limitação ou

inerentes à sua vida (Fiedler & Peres, 2008).

não realização das atividades diárias que a

Por outras palavras, consiste na sua capacidade

pessoa desempenhava anteriormente de forma

para desempenhar determinadas atividades ou

independente (Stuck, Egger, Hammer, Minder, &

funções, utilizando habilidades diversas para a

Beck, 2002). Esta perda pode estar associada a

realização de interações sociais nas atividades

alterações do envelhecimento primário e

de lazer e em outros comportamentos

secundário, bem como, pode ser influenciada

requeridos no seu dia-a-dia. Em suma, diz

por fatores demográficos, socioeconómicos,

respeito à capacidade de uma pessoa

culturais e psicossociais (Fiedler & Peres, 2008).

desempenhar as atividades necessárias para

De acordo com o Despacho Normativo

cuidar de si mesmo e do que a rodeia, de uma

n.o12/98, as instituições geriátricas

forma independente (Maciel, 2010).

providenciam uma resposta social desenvolvida

Essas atividades são conhecidas como

em alojamento coletivo, de utilização temporária

AVDs e subdividem-se em:

ou permanente, para as pessoas idosas em

a) Atividades Básicas de Vida Diária (ABVD),

situação de maior risco de perda de

encontram-se relacionadas com os

independência e/ou autonomia. Estas

autocuidados de: alimentar-se, vestir-se e

instituições providenciam cuidados a

despir-se, higiene pessoal, continência,

populações vulneráveis ao nível das

transferência e marcha (Guse, 2006).

necessidades e assistência de saúde,

b) Atividades Instrumentais de Vida Diária

funcionalidade e cognição. As pessoas nesta

(AIVD), encontram-se relacionadas com as

faixa etária tendem a demonstrar declínios

actividades necessárias à sua independência.

funcionais progressivos ao longo do tempo,

As mesmas incluem a capacidade para preparar

requerendo algum tipo de assistência para a

refeições, realizar compras, utilizar transportes,

realização das suas AVDs (Resnick, Galik, et al.,

cuidar da casa, utilizar o telefone, gerir as

2009). O declínio funcional é frequente entre as

próprias finanças e gerir o seu regime

pessoas idosas institucionalizadas. O estudo

terapêutico (Guse, 2006).

retrospectivo de Ang, Au, Yap, e Ee (2006)

A capacidade funcional e a autonomia da

demonstrou que 35% das PIs institucionalizadas

pessoa idosa são bastante relevantes, uma vez

apresentaram declínio funcional (deterioração

que se relacionam diretamente com a sua

em 2 ou mais actividades de vida diárias).

qualidade de vida. Segundo Fiedler e Peres

Uma vez que nestas instituições o foco

(2008), existe uma grande percentagem de PIs

dos cuidados assenta principalmente na

que apresentam algum défice na realização das

prestação de serviços, os cuidadores tendem a

AVDs, pelo que, torna-se indispensável a

desempenham as AVDs pelas PIs. Deste modo,

avaliação funcional destas pessoas, com o

podem estar a promover o descondicionamento físico e a aumentar o risco de declínio funcional

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e/ou dependência (Resnick, Galik, et al., 2009).

potenciando-a o seu devenvolvimento, por

Segundo Resnick, Galick, Boltz, e Pretzer-Aboff

intermédio das interações que se estabelecem e

(2012), os fatores que contribuem para o

restabelecem entre as pessoas e o ambiente

declínio funcional e diminuição da AF da pessoa

(espaço ecológico-social).

idosa são: o défice cognitivo, a depressão, a

O enquadramento teórico deste modelo

falta de motivação, as expectativas culturais que

inclui a inter-relação entre fatores individuais e

promovem a dependência, as barreiras

ambientais no processo de saúde-doença, que

ambientais, a existência de multimorbilidades, a

se encontram organizados em fatores:

dor e as quedas ou medo de cair.

intrapessoais, interpessoais, ambientais e

A filosofia de CR procura alterar esta

políticos. Os fatores intrapessoais

trajetória de desfuncionalidade entre as PIs

compreendem os problemas físicos, tais como,

institucionalizadas e enfatiza a forma como cada

anemia ou doença articular degenerativa,

pessoa deverá ser cuidada na prespetiva do

motivação, humor e cognição. Os fatores

paradigma de “cuidar com”. As PIs devem ser:

interpessoais integram a forma como os

a) incentivas e assistidas na realização das

profissionais comunicam e interagem com a

AVDs; b) estimuladas a participar em AF, de

pessoa idosa (ex: encorajamento verbal para

forma a prevenir o descondicionamento físico; e

realizar uma atividade, ou a falta de incentivo

c) envolvidas ativamente nas atividades

para a realização das mesmas). Os fatores

promotora da sua funcionalidade (Resnick et al.,

ambientais reflectam a importância da existência

2012).

de espaços “amigos das PIs” e englobam

!

Filosofia do cuidado restaurativo

aspetos como: a altura da cama ou da cadeira e a indisponibilidade de espaços amplos, livres de

A filosofia do CR assenta no pressuposto

obstáculos, que possibilitem a marcha. Por

de que os cuidados não devem ser realizados

último, os fatores políticos estão relacionados

“para”, mas sim “com” a pessoa idosa, ou seja,

com a cultura e clima organizacional patente

esta deve ser envolvida e estimulada a

nas orientações políticas ou guidelines das

participar no seu próprio cuidado (Burket,

instituições, as quais podem condicionar a

Hippensteel, Penrod, & Resnick, 2013).

prática profissional e contribuir para aumentar

Engloba, assim, uma participação ativa na

ou diminuir a funcionalidade das PIs e (ex: o uso

gestão da sua saúde de forma a adquirir

de restrições físicas após uma queda). A

comportamentos que otimizem a sua qualidade

filosofia do CR é igualmente influenciada pela

de vida (Resnick et al., 2013).

teoria social cognitiva, especificamente, a teoria

O CR foi desenvolvido com base no

das crenças de autoeficácia (Resnick et al.,

modelo ecológico-social (MES), que tem como

2012), desenvolvida por Bandura (1999).

pressuposto a relação entre o ambiente e o

Segundo este autor, a autoeficácia percebida

desenvolvimento humano. Este modelo salienta

refere-se às “crenças nas próprias capacidades

a forma como o espaço ecológico-social, no

para organizar e executar os cursos de ação

qual a pessoa se encontra inserida, influencia a

requeridos para manejar situações futuras” (p.

sua trajetória de vida, condicionando-a ou

21). Esta teoria infere que quanto maior for a

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autoeficácia e as expectativas das pessoas

sensações positivas (ex: a sensação de

idosas, maior é a probabilidade de que estas

cumprimento associada à execução de uma

iniciem e deem continuidade a uma determinada

aula de exercício) (Galik et al., 2008).

atividade. As expectativas relativas à

O CR reflete-se, ainda, no ensino e

autoeficácia são as crenças da pessoa quanto

motivação dos cuidadores formais. Estes devem

às suas capacidades para desenvolver uma

envolver-se em atividades de cuidado, utilizando

determinada ação, com a finalidade de atingir

as interações interpessoais acima referidas

um resultado desejado. Deste modo, a

(Resnick et al., 2006) com o objetivo de prevenir

autoeficácia refere-se às convicções da pessoa

o declínio funcional e promover a manutenção

em relação às suas habilidades para mobilizar

de um estado ótimo de funcionalidade e AF

fatores cognitivos, motivacionais e de

(Resnick, Galik, et al., 2009). A participação em

comportamento necessários para executar uma

AF é considerada um conceito central do CR,

tarefa específica num determinado contexto. As

constituindo um processo dinâmico no qual

expectativas de resultados são as convicções

surgem oportunidades de excelência para

de que uma certa consequência é fruto de uma

promover as funções das PIs, tendo por base as

ação pessoal.

potencialidades remanescentes das mesmas

De acordo Bandura (1999), as crenças

(Resnick et al., 2013).

de autoeficácia das pessoas em relação à sua

Segundo Resnick et al., (2012), esta

eficácia podem desenvolver-se através de

filosofia de cuidado pode ser implementada com

quatro fontes: as experiências de domínio; as

todas as PIs, independentemente do contexto

experiências vicárias; persuasão social; e

de cuidado (ex: residência geriátrica, lares,

estados psicológicos e emocionais. Estas fontes

hospitais, entre outros). O seu principal objetivo

foram adaptadas por Resnick et al. (2012) às

é modificar as práticas profissionais que podem

crenças das PIs e/ou profissionais em relação à

contribuir para a dependência, substituindo-as

autoeficácia em relação ao CR:

por intervenções centradas na reabilitação,

a) Assistência da pessoa idosa para realizar

recuperação e manutenção da funcionalidade e

com sucesso uma atividade;

prática de AF, com o intuito de reafirmar e/ou

b) Capacidade para convencer verbalmente

restabelecer a independência das PIs.

ou encorajar a pessoa idosa para que esta

Desta forma, é essencial que o CR

acredite ser capaz de desenvolver uma

esteja patente em todas as interações e

determinada atividade;

atividades, e que seja posto em prática no

c) Assistir na execução das AVDs e/ou

desenvolvimento do cuidado às PIs (ex: na

observação da capacidade da pessoa idosa

administração terapêutica, nos tratamentos, nos

para as mesmas;

posicionamentos, nas deslocação para a sala de

d) Implementação de intervenções no sentido

refeições e na realização de procedimentos

de diminuir as sensações de desconforto e/

técnicos) e durante a realização das AVDs

ou tristeza da pessoa, aquando da execução

(Burket et al., 2013).

de uma atividade (ex: a dor ou ansiedade

Burket et al. (2013) referem que nos

relacionada com o exercício) e o aumento de

lares, os/as enfermeiros/as e os/as assistentes

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operacionais dedicam a maioria do seu tempo

com os cuidadores (in)formais, com os factores

no cuidado das PIs, pelo que, devem utilizar

ambientais e com as políticas institucionais.

diversas técnicas inerentes ao CR,

Seguidamente, apresentar-se-á cada uma

nomeadamente:

destas barreiras de uma forma mais

▪ Técnica do cuidar mão sobre mão

pormenorizada.

(segurar a mão da pessoa idosa,

!

proporcionando-lhe amplitude de

a) Barreiras inerentes à pessoa idosa

movimento nos cuidados prestados);

▪ Indisposição geral para consentir ou

▪ Sobreposição das mãos durante o banho, no sentido de encorajar os

participar em AF; ▪ Expetativa de que os profissionais

movimentos passivos;

têm o dever de total i cuidar deles,

▪ Incentivar a deambulação para a casa de

independentemente das suas

banho e a transferência para cadeira, em vez de providenciar-lhe uma arrastadeira

potencialidades físicas; ▪ Crença persistente de que o repouso

ou urinol;

no leito proporciona-lhes uma

▪ Incentivar a pessoa idosa a caminhar para o refeitório, casa de banho, sala de

recuperação mais rápida; ▪ Respostas aos sintomas e condições

convívio e gabinete de enfermagem;

médicas (ex: dor, depressão, fadiga,

▪ Encorajar a pessoa idosa a deslocar-se a pé (com ou sem produtos de apoio), ao

▪ Doenças e condições relacionadas

invés de, deslocar-se de cadeira de

com a idade (demência e declínio

rodas;

sensorial);

▪ Realizar uma aula de exercício físico

!

astenia, dispneia);

diariamente; A implementação do cuidado restaurativo

Vergonha associada ao medo de fracasso;

Desconforto na realização das AVDs;

Reações adversas da medicação

implica um abordagem multifatorial, que envolve

( ex: náuseas, tontura);

todos os intervenientes das instituições. Fechine

(Burket et al., 2013; Resnick, Galik,

e Trompieri (2012) destacam que este processo

et al., 2009).

é fortemente influenciado: pelas pessoas idosas,

!

as quais se subavaliam no que concerne à sua

b) B a r r e i r a s r e l a c i o n a d a s c o m o s

capacidade funcional, pela motivação e pelos

cuidadores formais (ex: enfermeiros/

cuidadores (in)formais, os quais se revelam

as, assistentes operacionais)

cépticos relativamente aos benefícios desta

▪ Tempo insuficiente;

filosofia de cuidado. Resnick et al. (2012) refere

▪ Medo do desequilibro e instabilidade

que o MES constitui um referencial de análise

postural da pessoa idosa;

determinante para examinar as barreiras à

▪ Medo de provocar queda ou lesão;

implementação do CR, sendo estas agrupadas

▪ Recusa da família;

em: inerentes às pessoas idosas, relacionadas

▪ Falta de profissionais;

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▪ Falta de produtos de apoio (ex: andarilhos, bengalas);

relativamente ao cuidado dos profissionais, exigindo que estes cumpram todas as

▪ Falta de conhecimento e formação;

intervenções atempadamente (Resnick, Galik, et

▪ Apoio e reconhecimento inadequado;

al., 2009). Deste modo, alguns familiares:

▪ Desorganização do cuidado; ▪ Crença de que não há benefícios na aplicação do CR; ▪ Pressuposto de que, se a pessoa

▪ Desconhecem os benefícios do cuidado restaurativo; ▪ Focalizam-se em outras necessidades do seu familiar (ex:

idosa teve uma alteração positiva ao

privacidade, alimentação, fadiga);

nível de uma função, o CR deixa de

▪ Medo das quedas e de lesões

ser necessário; ▪ Falta de comunicação entre os profissionais; ▪ Idadismo em relação à pessoa idosa;

subjacentes (Resnick et al., 2012)

!

d) Barreiras ambientais Ambientes promotores da funcionalidade e

▪ Crenças erróneas sobre a velhice

da AF podem prevenir o declínio funcional e

(ex: dependência, solidão,

capacitar as pessoas idosas para atingirem o

incapacidade);

seu nível máximo de funcionalidade e de bem-

▪ Preocupação com a carga de trabalho;

estar. Importa ainda considerar, a adaptação entre a pessoa e o ambiente em que vive. Este

▪ Rotatividade dos profissionais;

processo é dinâmico e interativo e deve ter

▪ Contenção económica;

como objetivos: otimizar a funcionalidade das

▪ Filosofia institucional contraditória;

PIs incentivando-as e envolvendo-as ativamente

(Burket et al., 2013; Resnick et al.,

no seu cuidado. Alguns exemplos da forma

2013; Resnick, Galik, Gruber-Baldini,

como o ambiente influencia positivamente a

& Zimmerman, 2011).

implementação do CR incluem:

!

c) B a r r e i r a s r e l a c i o n a d a s c o m o s cuidadores informais (ex: família, amigos) Atualmente, ainda é notório em várias instituições, uma tendência para os profissionais desenvolverem cuidados desnecessários à

▪ Portas de acesso que consigam utilizar de forma independente; ▪ Tamanho adequado dos corredores e portas para permitir a mobilidade; ▪ Superfícies lisas e macias; ▪ Um corrimão de apoio ao longo dos corredores;

pessoa idosa (cuidados esses para os quais têm

▪ Disposição de cadeiras ou bancos em

potencial funcional). A justificação para a adoção

lugares estratégicos para possibilitar

deste comportamento atribui-se à falta de tempo

breves períodos de repouso durante a

dos profissionais para que a pessoa idosa

marcha (Resnick, Galik, et al., 2009).

complete estas tarefas de forma independente

Esta barreira insere-se no ponto três das

e, também pelo facto de que as famílias apresentarem determinadas expetativas JOURNAL OF AGING AND INOVATION (EM LINHA) ISSN: 2182-696X / (IMPRESSO) ISSN: 2182-6951

estratégias de recomendação de intervenção, do Plano Nacional para a Saúde das Pessoas Volume 3. Edição 2


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Idosas, as quais aludem para a promoção e

Estudos clínicos aleatorizados controlados

desenvolvimento de ambientes capacitadores e

demonstraram que a implementação do CR

amigos das pessoas idosas (Direcção-Geral da

proporcionou: a) a manutenção ou melhoria no

Saúde, 2004).

desempenho das AVDs e a participação por

!

e) Barreiras relativas às políticas

períodos mais prolongados nas AF (Galik et al., 2008; Pretzer-Aboff et al., 2011; Resnick et al.,

institucionais

2011; Resnick, Gruber-Baldini, et al., 2009), e b)

As políticas institucionais ou nacionais

uma gestão do tempo de cuidado mais eficaz e

consideradas inapropriadas podem constituir

eficiente, uma vez que os profissionais não

barreiras à promoção da funcionalidade das PIs.

precisam de realizar as atividades das pessoas

Dentre estas barreiras destaca-se a rigidez das

independentes (Resnick, Galik, et al., 2009;

instituições relativamente ao acesso ao exterior,

Resnick et al., 2006). Os dados apresentados

o que diminui as oportunidades de praticar AF

corroboram a teoria de que a implementação

agradável, tais como, as caminhadas (Resnick,

desta filosofia não aumenta o risco de queda ou

Galik, et al., 2009).

outros eventos adversos decorrentes da sua

Com a finalidade de superar algumas

aplicação (Gruber-Baldini, Resnick, Hebel,

destas barreiras, considera-se pertinente que

Galik, & Zimmerman, 2011). A literatura

durante a implementação do CR numa

evidenciou, ainda, que a utilização do CR pode

instituição, seja incentivado o trabalho, a

diminuir o recurso ao serviço de urgência devido

colaboração e comunicação interdisciplinar, de

a problemas agudos, nomeadamente, infeções

forma a adquirir um conhecimento integral da

e delirium (Gruber-Baldini et al., 2011; Pretzer-

pessoa idosa e das atividades que a mesma

Aboff et al., 2011; Resnick et al., 2011).

pode ou não realizar. É igualmente necessário, que sejam elaboradas sessões de educação/

!

Conclusão

formação adicionais sobre os benefícios do CR

Otimizar a funcionalidade das pessoas

e que se utilizem estratégias pessoais e

idosas constitui um aspeto essencial para a

organizacionais que permitam a aceitação e

promoção do envelhecimento ativo. A motivação

naturalidade das intervenções, tais como: a) o

e a persistência são fatores fundamentais a

uso do humor; b) explicar à pessoa idosa os

desenvolver para que a pessoa idosa participe

benefícios deste cuidado (ex: diminuição das

em AF, principalmente após um evento

parestesias nos membros inferiores); c) dar

incapacitante.

tempo suficiente à pessoa idosa para a

O CR possibilita uma “economia de

realização das atividades; d) ser persistente; e)

tempo”, isto é, nas instituições que

fornecer indicações simples; f) incentivar através

implemenram esta filosofia de cuidado

do reforço positivo; e g) parabenizar pelas

apresentaram uma melhoria significativa na sua

metas alcançadas. O uso das técnicas acima

funcionalidade das PIs (Burket et al., 2013).

descritas é referido como imprescindível para o

Perante estes resultados, os profissionais

sucesso dos profissionais no desenvolvimento

reportaram sentir-se mais confiantes com a

do cuidado restaurativo (Resnick et al., 2011).

implementação deste cuidado, passando este a

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ser parte integrante no planeamento do cuidado

evolução funcional (Resnick, Galik, et al.,

às PIs. Segundo Resnick, Galik, et al. (2009),

2009).

estas mudanças podem contribuir para que os

As intervenções centradas na autoeficácia e

profissionais tenham um papel ativo na

motivação devem ser consideradas como foco

implementação de mudanças no ambiente no

primordial para a obtenção dos objetivos

qual desenvolvem o cuidado, bem como, na

subjacentes ao CR. Os profissionais devem

participação em políticas institucionais que

manter uma atitude positiva, reforçar e otimizar

sejam “mais amigas das pessoas idosas”.

o potencial funcional e a participação em AF. Por

As PIs cuidadas com base no CR

último, as intervenções e atividades deverão ser

reportaram uma avaliação positiva, evidenciada

planeadas e implementadas em equipa,

pela manutenção ou melhoria da sua atividade

incluindo as pessoas idosas e cuidadores

física, mobilidade, equilíbrio e força muscular,

informais/família. Esta integração é crucial para

funcionalidade, resiliência, autonomia, qualidade

o empoderamento das PIs e participação ativa

de vida e menos medo de cair (Resnick, Galik,

em todos os domínios da sua vida.

et al., 2009). Resnick et al. (2013) aludem que a

!

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