Livro Metálica

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Rita de Kåssia Cândido


Um pouco de mim... Desde pequena tinha um sonho: ser professora. Quando cresci, consegui realizar este sonho e logo comecei a sonhar de novo: queria ser escritora. Queria escrever um livro que as pessoas pudessem gostar de ler. Hoje entendo que só pude escrever “As aventuras de Metálica” porque aprendi muito sobre o meio ambiente enquanto professora. Agora tenho outro sonho: ajudar o meio ambiente a ser preservado. E você, quer fazer parte desse sonho?


Rita de Kássia Cândido

1º Edição 2011


Ficha catalográfica elaborada pela Divisão de Tratamento Técnico da Informação do SIBI - São Carlos

C223a

Candido, Rita de Kássia As aventuras de Metálica / Rita de Kássia Candido; ilustrações de Lidiane Santos Cordeiro. -- São Carlos, SP: Futura, 2011. 32 p. ISBN

1. Literatura infanto-juvenil. 2. Meio ambiente. 3. Reciclagem. I. Cordeiro, Lidiane Santos. II. Autor. III. Título. CDD – 028.5 (18a)

Dados técnicos Projeto Gráfico e Editoração : Emanuelle Cândido Cardoso Ilustração: Lidiane Santos Cordeiro Revisão de Texto: Sabrina Maria de Amorim Impressão: Gráfica e Editora Futura


Dedico este livro à minha filha Maria Rita, ao meu esposo Thiago, à minha mãe Marta e à Emanuelle que estão comigo nesse projeto. Aos amigos, amigas e familiares que tanto me apoiaram. Aos alunos e à você, Lívia, que sonhou comigo a linda “Metálica”.


Tudo começou quando Dona Francisca foi ao mercado comprar as mercadorias que estavam faltando em casa. Carregando sua lista de compras, ela pegava tudo o que precisava. Na sessão de doces e “besteirinhas”, não havia se esquecido de ninguém: comprou o yogurte da Bia, o chocolate do Dudu, as balinhas da Carol e sucos para todos. Foi nesse momento que Dona Francisca, ao escolher as latinhas de suco de sua marca favorita, pegou, dentre outras, a

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latinha “Metálica”.


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Metálica era uma latinha de suco: ela era graciosa, inteligente, gostava de aprender diversas coisas e sua grande preocupação era como seria sua

“decomposição”. Ela não queria terminar seu ciclo sujando

rios e

solos, jogada em qualquer lugar. Na verdade, tudo o que Metálica queria era que um dia alguém pudesse

reutilizá-la ou reciclá-la, fazendo com que ela fosse sempre importante. Nesse dia em que Dona Francisca comprou Metálica, a latinha ficou ainda mais preocupada com seu destino.

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Dona Francisca terminou suas compras, foi para sua casa e guardou as mercadorias dentro do armário. E lá estava Metálica: presa dentro de um lugar fechado sem saber as intenções de Dona Francisca. O que restou a ela foi simplesmente relembrar tudo o que havia aprendido sobre lixo. Você deve achar estranho uma latinha aprender a ter consciência

ecológica, mas Metálica era, sim, uma latinha muito aplicada e ficava de antenas, quero dizer, de “lacres” bem ligados nas informações ambientais.

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Metálica sabia tudo sobre lixo e sempre dizia, na linguagem das latinhas: – As pessoas precisam Reduzir suas compras e não comprar o que não vão usar,

Reutilizar o que já têm e Reciclar o lixo seco! Ela também costumava falar: – Se todos separarem

corretamente os resíduos produzidos em casa,

diminuirão os lixos nos aterros. Onde colocaremos tanto lixo daqui alguns anos?

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Metálica, perdida nesses pensamentos, de repente ouviu uma voz muito diferente surgir do armário: – Por que está tão triste, latinha? – Quem está falando? - perguntou ela. – Sou eu, Regina, faço parte do trio

RE-CI-CLAR, junto com minhas amigas Cida e Clara, que aqui estão.

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– Co-como assim? Nunca ouvi vocês! - exclamou Metálica. – Isso é porque você sempre disse tudo por todas nós. Você sempre se mostrou preocupada com o que as pessoas podiam fazer conosco, fazia as perguntas que queríamos fazer, reclamava de tudo o que não era correto e nós acabávamos ficando na nossa, mas agora estamos tristes por vê-la assim tão insegura - afirmou Regina. Metálica, demonstrando toda sua preocupação, disse: – Pois é, estou mesmo, não sei o que faço, pois queria poder falar a essas pessoas que nos compraram para que nos reutilizem ou nos reciclem, mas não tenho a linguagem dos humanos e tenho muito medo de ser jogada

em qualquer lugar...

Regina, tentando tranquilizar a amiga, completou: – Eu também já fui uma latinha insegura como você, mas hoje percebo que as pessoas podem ser diferentes do que imaginamos. Veja só meu último dono: parecia não estar nem aí para o meio ambiente. Tinha certeza que me jogaria em qualquer lugar, no entanto, para minha surpresa, ele me

mandou para a reciclagem e aqui estou novinha em folha.

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– Então você é uma latinha reciclada? – Sou sim, aliás, todas somos. Nesse instante a alegria tomava conta novamente da linda latinha Metálica. Cida, entusiasmada, falou:

– Somos recicladas, bonitas, brilhantes, charmosas, poderosas... Clara interrompeu: – Como você é aparecida, hein, Cida? Mas continuando, também achamos que você deve confiar nas pessoas que nos compraram. – Hoje a reciclagem, além de ser importante para a natureza, ainda serve de fonte de renda para várias famílias - explicou Regina. – Como assim? - perguntou Metálica.

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– É que, quando as pessoas nos vendem para ferros-velhos, elas recebem dinheiro em troca que muitas vezes pode ajudar no sustento de suas famílias. Viu só como somos importantes, bonitas, charmosas e poderosas? - disse Cida.

– Mas ainda existem pessoas que não pensam assim e jogam

latinhas, papéis e plásticos em qualquer lugar - disse Metálica.

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Regina contestou: – Você precisa acreditar... Muitas pessoas hoje em dia ajudam a natureza. Se não for pela reciclagem, é pela redução das compras, ou mesmo reutilizando materiais, transformando

aquilo que poderia ir para o lixo em um acessório super bacana. Tenho muitas amigas que foram reutilizadas e viraram latinhas decorativas, porta- lápis, vasos... – Metálica, pare com esse desânimo! Agora estamos juntas nessa luta

ecológica! - exclamou Regina.

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Enquanto as latinhas conversavam dentro do armário, Dona Francisca limpou a casa, fez o almoço e chamou toda a família para comer. As crianças logo perguntaram de seus doces e “besteirinhas”:

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– Mamãe, trouxe o meu yogurte? perguntou Bia. – Claro ,filha, não me esqueceria de você!

– E meu chocolate, mãe? - perguntou Dudu. – Meu filho, claro que sim, mas só

depois do almoço, hein!

– E minhas balinhas? - perguntou Carol. – Sim, minha filhinha, pois comer alguns docinhos até pode, mas o mais importante é ter uma alimentação

saudável,

por isso vamos almoçar primeiro!

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Enquanto todos sentavam à mesa para almoçar, Dona Francisca abriu a porta do armário para pegar os sucos. Ao perceberem que a porta do armário estava se abrindo as latinhas estremeceram.

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Dona Francisca levou as amigas para o congelador enquanto sua família almoçava. E, lá no congelador, as latinhas de alumínio foram gelando rapidinho o suco.

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Na mesa estavam todos reunidos. Almoçaram a comidinha gostosa de Dona Francisca e conversaram sobre vários assuntos. Dona Francisca, aproveitando a oportunidade, perguntou às crianças o que estavam aprendendo na escola. Dudu disse que a professora de ciências havia lhe dado um trabalho sobre reciclagem de materiais. Ele estava muito entusiasmado com o assunto e, de agora em diante, ajudaria sua mãe a separar

os lixos para a coleta seletiva.

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Bia comentou que sua professora havia lhe falado sobre os 3R s: • Primeiro era preciso Reduzir • Depois Reutilizar

os materiais, como papéis,

metais e plásticos; • Por último Reciclar; Disse que sua turma havia começado a reutilizar papéis para rascunho. Ela disse ainda para Dudu: – Viu só, antes mesmo de reciclar temos que separar materiais para reutilização, por exemplo: vidros de conservas podem virar vasos coloridos ou potes de doces.

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as compras;


Carol, que ainda não ia à escola, pediu: – Mamãe, eu também quero pintar vasinhos! Dona Francisca disse: – Claro, minha filha, vamos usar as técnicas que a professora da Bia ensinou para reutilização. E agora, para comemorar, vou pegar os sucos que comprei! As latinhas nem imaginavam as ideias ecológicas da família de Dona Francisca.

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Dona Francisca retirou os sucos do congelador, distribuindo um para cada um, até que Carol falou:

– Olha só quantas latinhas lindas para reutilizarmos! As latinhas se entreolharam e ficaram muito felizes com a ideia. Dona Francisca complementou: – Então, assim que terminarmos de tomar os sucos, colocaremos nossas latinhas em cima da mesinha lá de fora, que será nossa “mesa

da reutilização”, pois

amanhã cada um de nós irá transformar sua latinha em um objeto novo. O que vocês acham? Todos adoraram a ideia e fizeram como Dona Francisca havia sugerido. Em cima da mesa, Metálica, Regina, Cida e Clara estavam muito contentes com o que lhes aconteceria. Clara exclamou: – Essa família parece ser diferente, eles estão preocupados com a natureza!

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No dia seguinte todos acordaram bem cedo e foram para a “mesa da reutilização”. Era um domingo e todos aproveitaram para tirar o dia de folga fazendo algo diferente. Lavaram as latinhas e começaram a transformação.

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Dudu decorou Regina com cores variadas para colocar sua coleção de låpis

coloridos;

Bia decorou Cida de laranja, para combinar com seu quarto, e dentro colocaria suas

bijuterias e lacinhos de cabelo;

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Carol, a menorzinha das crianรงas, decorou Clara que ficou verdinha, verdinha, toda ecolรณgica. Dentro dela, Carol colocaria algumas balinhas que haviam sobrado.

E Dona Francisca, com todo o carinho e amor, pintou Metรกlica de amarelo com pequenas florzinhas e a colocaria em sua cozinha, onde guardaria as

canetas para anotar recados. 29


Depois que eles pintaram, colocaram as latinhas para secar no sol, porém, antes disso, Dona Francisca falou: - Olha, acho que todos nós gostamos desse trabalho, por isso vamos guardar nossas latinhas decoradas para

sempre e cada vez que olharmos pra elas nos lembraremos dessa união que a gente precisa ter com a natureza! Todos aplaudiram as palavras de Dona Francisca e Metálica ficou ainda mais feliz. Cida completou: -Estamos todas lindas, maravilhosas, coloridas e muito mais poderosas! Agora as latinhas sabiam que não ficariam sozinhas, pois teriam suas amigas por perto e uma família linda que cuidaria delas para sempre.

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Aquele foi um dia marcante na vida da família de Dona Francisca e eles aprenderam o quanto é bom cuidar

da natureza. Daquele momento em diante todos passaram a Reduzir, Reutilizar e Reciclar em casa, na escola, com a família e com os amigos.

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Dicas para você também ajudar o meio ambiente: Reutilize • Aproveite envelopes, cartolinas e folhas de papel com verso livre para rascunho (escrita, impressão, fax, fotocópias); • Reutilize frascos e potes para armazenar alimentos ou outros materiais como linhas e botões ; • Reaproveite sobras de materiais de construção • Conserte ou transforme utensílios e aparelhos em outros objetos . Caso você tenha algo que não use mais, doe-os para quem precisa;

Recicle Separe os recicláveis como papéis, plásticos, vidros e metais. Os materiais devem estar limpos (livres de resíduos orgânicos, restos de comida). Depois, informe-se como participar do programa de coleta seletiva da sua cidade.

A responsabilidade social e a preservação ambiental são um compromisso com a vida

Essas dicas são da:


O livro “As aventuras de Metálica” conta a história da latinha Metálica, que se interessava muito pelos assuntos ambientais e se preocupava com sua decomposição. Tudo começa quando Dona Francisca, ao fazer suas compras no mercado, leva Metálica e outras latinhas de suco para sua casa. Dentro do armário da casa de Dona Francisca, Metálica acaba conhecendo o TRIO RECICLAR: REgina, CIda e CLARa. O trio é formado por latinhas recicladas, que tentam mostrar a Metálica o quanto as pessoas estão cuidando mais do meio ambiente. Mas outras surpresas também surgem no caminho das latinhas quando elas conhecem a família de Dona Francisca... Qual será o destino das latinhas? Com personagens animados e atraentes, a história busca transmitir ao leitor conceitos básicos sobre os 3Rs, cuidados com o Meio Ambiente e iniciativas simples que todos podemos fazer para ajudar a natureza.


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