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Projeto de Embalagem Loja Grão De Arroz Trabalho de Conclusão de Curso Design Gráfico - FJA

Luana Costa Santos


...a todas as pessoas que passaram estão na minha vida...

Projeto apresentado como conclusão da Graduação em Design Gráfico, das Faculdade Jorge Amado - FJA. Orientador(a): Cid Ney Avila Co-orientador(a): Carina Santos Silveira


Projeto de Embalagem - Loja Grão de Arroz

SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO 1.2. JUSTIFICATIVA 1.3. OBJETIVOS 1.3.1 GERAL 1.3.2 ESPECIFICO 1.4. METODOLOGIA

2. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL EM PROJETO D EMBALAGEM 3. PRODUTOS ORGÂNICOS 4. A EMPRESA 4.1 PÚBLICO ALVO 4.2 CONCORRÊNCIA 4.3 CARACTERÍSTICAS DO MERCADO/ DIMENSÃO E PECULIARIDADE 4.5 EMBALAGEM ATUAL

5. PESQUISA DE MERCADO 5.1 SUPERMERCADO: 5.2 FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO 5.3 LOJA ESPECIALIZADA EM PRODUTOS NATURAIS

6. ANÁLISE DE SIMILARES 6.1. ERVA MATE TOSTADA, 100G – MATTE LEÃO 6.2 BANCHÁ, CHÁ VERDE TOSTADO, 100G – VITÃO 6.3 ERVA MATE CHIMARRÃO- BARÃO DE COTEGIPE

7. ESTRATÉGIA DE DESIGN 8. DESENVOLVIMENTO

9. APÊNDICE

4.1 BRIEFING

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1. Apresentação As atuais discussões sobre desenvolvimento sustentável, consciência ambiental e qualidade de vida vêm despertando no consumidor um interesse e maior exigência sobre a procedência dos produtos consumidos. É crescente a preocupação em consumir artigos que não façam mal a saúde e não agridam a natureza. Com isso, produtos de cultivo orgânico e produção sustentável se tornaram um grande diferencial de mercado e sinônimo de saúde e bem estar, além de atender aspectos favoráveis para a preservação da natureza. Os produtos orgânicos recebem atenção especial desde o cultivo até chegar ao consumidor que, por sua vez, precisa entender todo o conceito de responsabilidade sócio ambiental da cadeia de produção ao qual o produto está inserido. Esse conceito deve ser comunicado ao consumidor, principalmente através de suas embalagens, meio de interação direta entre produto e cliente. Essas embalagens devem evidenciar a responsabilidade e consciência ambiental que o produto possui. Com mais de 35 anos de mercado, a loja Grão de Arroz é um exemplo de empresa que acredita e incentiva o consumo responsável e sustentável. Atuando no setor de produtos naturais, a loja tem como principal objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas, oferecendo produtos de qualidade em um ambiente harmônico cuidadosamente criado para aconchegar e receber melhor seus clientes. Nas lojas Grão de Arroz é perceptível o zelo que a empresa possui em relação com a qualidade dos seus serviços e identidade da loja. Em cada detalhe, desde o atendimento até as embalagens dos seus produtos, a loja procura sempre se diferenciar das demais especializadas no segmento de produtos naturais. Porém, mesmo demonstrando tanto cuidado com os seus serviços, nota-se que as embalagens da loja são deficientes e não possuem uma estratégia de design capaz de promover uma boa comunicação entre o produto e o consumidor no

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ponto de venda. A falta de uma estratégia de design adequada desvaloriza todo o investimento e cuidado que a loja possui para com os seus produtos e serviços, o que limita tanto as vendas quanto e sua divulgação. Uma boa estratégia de design aplicada em projetos de embalagens é capaz de melhor posicionar o produto no mercado, estimular vendas, conquistar o cliente e promover uma boa comunicação entre o produto e o consumidor. Diante disso, este projeto se propõe a elaborar estratégias de design para as embalagens da loja Grão de Arroz. Embalagens que promovam a visão de responsabilidade ambiental, característica da loja, e que atenda todos os seus requisitos básicos; conter, conservar, proteger e auxiliar na comercialização do produto. A loja Grão de Arroz possui diversos produtos de diferentes seguimentos. Porém, para atender o prazo estipulado para a elaboração desta atividade, este projeto se limita a planejar soluções para as embalagens de ervas e chás comercializados pela loja, pois entre todos os produtos estes demonstram mais deficiências em suas embalagens.

1.1. Justificativa

Na década de trinta, devido a quebra da bolsa de Nova York, o norte americano Michael Kullen, dono de uma mercearia, foi forçado a demitir os balconistas de sua loja, o que possibilitando o contato direto entre produto e consumidor. A loja King Kullen fez bastante sucesso na época, dando origem ao supermercado como o conhecemos hoje. Desde então a embalagem deixou de ser apenas ferramenta de conservação e transporte do produto e passou a assumir a função de conquistar e interagir com o cliente. Desse modo a embalagem passou a influenciar de maneira sensível no sucesso ou fracasso do seu conteúdo. Sendo, muitas vezes o primeiro contato do consumidor com o produto. Assim, desenvolver uma estratégia de design para as embalagens que comunique a tradição de trinta e cinco anos e a filosofia de um estilo de vida mais saudável da loja Grão de Arroz se torna fundamental para fortalecer a imagem da empresa. Ao desenvolver embalagens mais eficientes, a empresa desenvolverá também um novo meio de comunicar-se com seus consumidores, divulgar seus serviços e elevar suas vendas, pois: “(...) a embalagem tem impacto no negócio, posiciona o produto e é extremamente relevante no processo de escolha realizado pelo consumidor no ponto-de-venda.” (MESTRINER, 2005)

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1.2. Objetivos

1.3.1. Geral Desenvolver um projeto de embalagem para chá em ervas da loja Grão de Arroz levando-se em consideração todo o ciclo de vida da embalagem, desde a matéria prima até o descarte final do produto. O projeto deve atender as principais funções da embalagem; proteger, transportar e conservar o produto, além de divulgar e comunicar a filosofia e a tradição da loja Grão de Arroz. 1.3.2. Específico • Diferenciar o produto entre os demais existentes no mercado; • Estimular o interesse do consumidor em relação ao produto; • Comunicar a filosofia ecológica da Loja Grão de Arroz; • Favorecer o descarte da embalagem, de maneira ecologicamente correta.

1.3. Metodologia

A metodologia de pesquisa para o projeto de embalagem foi dividida em três partes. A primeira delas é o levantamento bibliográfico sobre embalagens ou produtos orgânicos, afim de obter conhecimento e argumentos teóricos sobre o tema, e direcionar as escolhas do projeto. Oois conhecer o produto ao qual se pretende embalar é fundamental para a criação de uma embalagem eficiente que atenda todas as necessidades do produto. Em seguida será realizado um estudo de campo, obedecando roteiro apresentado por Mestrine no livro Design de Embalagem, Curso Avançado, 2005. Estudo de similares para entendermos a linguagem da categoria e avaliar os pontos negativos e positivos das embalagens existentes neste setor. Estudo imagético também serão realizados para a captação de referências visuais sobre o tema e o contexto ao qual os produtos da Grão de Arroz se encontras. E, por fim, a embalagem selecionada será avaliada e finalizada em desenhos técnicos, lay out, análise de efeito de gôndola, bem como definidos aspectos técnicos para posterior produção.

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2. Responsabilidade

ambiental em projeto de embalagem Tendo sua evolução voltada às necessidades sociais, as embalagens refletem o estilo de vida, hábitos de consumo e a cultura da época. Com a atual estrutura comercial, principalmente pelo crescente número de exportação e importação de produtos, a embalagem se tornou ferramenta indispensável para o setor industrial e comercial. Só no Brasil, a indústria de embalagem faturou R$ 32,5 bilhões, o que representa 1,4 % do Produto Interno Bruto (PIB), segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, encomendada pela Associação Brasileira de Embalagens (ABRE). É um setor em pleno desenvolvimento no país, com perspectiva de crescimento de 2,5% em produção física de embalagens, para o ano de 2008. As embalagens brasileiras conquistaram sua excelência em qualidade, sendo isso resultado do desenvolvimento de novas tecnologias, das propostas inovadoras e criatividade desses produtos. O Brasil teve um faturamento de US$ 376.749 milhões na exportação de embalagens no ano de 2006 e no ano seguinte um crescimento de 27,22%, passando a faturar US$ 479,305 milhões. Mesmo com tanto crescimento, nota-se que ainda há um déficit em relação ao planejamento do ciclo de vida das embalagens; onde se considera todos os processos de produção, desde a requisição de matéria prima até o descarte final do produto. Apesar das pressões políticas e sociais, são poucas as embalagens no mercado brasileiro que possuem estratégias ambientais em sua produção. O que resulta no crescente número de resíduos sólidos nos aterros do país; “(...) O Brasil produz diariamente 240 mil toneladas de lixo e os Estados Unidos três milhões de toneladas” (Gurgel, 2005). Criando parâmetros entre países desenvolvidos e o Brasil; o lixo brasileiro é constituído por um elevado número de embalagens, característica de paises desenvolvidos, porém há também um grande número de material orgânico neste lixo e desperdício de materiais recicláveis, característica

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de paises subdesenvolvidos. No ano de 2006, a ABRE lançou uma cartilha de incentivo a “Integração de Aspectos Ambientais no Projeto e Desenvolvimento da Embalagem”, título do documento. Esta cartilha funciona como um manual para os profissionais ligados ao setor de embalagem. A ABRE pontua a importância de conhecer o ciclo de vida da embalagem; considerando a matéria prima a ser utilizada, o método de produção, transporte, comércio, consumo do produto, descarte e/ou reutilização. O domínio dessas informações possibilita melhorias e o aumento da eficiência em cada etapa do ciclo. E assim escolher a matéria prima de menor impacto ambiental, minimizar o desperdício, reduzir o volume de resíduos, otimizar o uso de energia na produção e no transporte, propor reutilização ou reciclagem do produto e contribuir com a preservação da natureza. Todo processo produtivo causa impactos ambientais e, considerando um projeto de tamanha complexidade como o de embalagem, não poderia ser diferente. A embalagem deve atender diversos setores da indústria e do comércio, possuir diversas atribuições; funcionalidade, facilidade de transporte e armazenagem, atender várias exigências técnicas, conquistar o consumidor, diferenciar o produto e estimular sua venda. A administração do ciclo de vida da embalagem auxilia em possíveis trocas compensatórias no projeto. Ou seja, permite otimizar uma etapa importante da produção e o sacrifício de uma não tão importante; “a troca compensatória constituem-se num ponto chave para aplicação dos conceitos ambientais no desenvolvimento das embalagens” (ABRE,2006). O manual da ABRE classifica as trocas compensatórias em três tipos: • Entre aspectos ambientais; • Entre benefícios ambiental, econômico e social; • Entre aspectos ambientais, técnicos e/ou de qualidade. Não existem regras para as trocas compensatórias. Cabe aos profissionais envolvidos conhecer bem o produto a ser embalado e saber quais seriam os melhores caminhos a serem seguidos no projeto. A maior preocupação dos ambientalistas em relação às embalagens se refere ao descarte desses materiais, o que resulta em resíduos que afetam o ecossistema. Porém, a embalagem é fundamental para a estrutura social, cabe ao setor desenvolver soluções que minimizem os impactos ambientais que elas possam vir a causar. “(...) Uma alternativa crescente no mercado é o uso de refil, que pode ter

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uma estrutura mais simplificada do que a embalagem original que proporciona a aplicação correta do produto” (ABRE, 2006). Solucionar o destino da embalagem após o seu uso reduz os impactos ambientais e minimiza o problema de exposição de lixo em aterros e gera novas alternativas de matéria prima, com o reaproveitamento, o que reduz o custo da produção. Quanto ao destino após o uso, as embalagens podem ser: • Descartável: São aquelas embalagens que não possuem função após o seu uso. O ideal, neste caso, é um projeto com estrutura simplificada, que requeresse menos material e que permitisse a reciclagem ou reaproveitamento de sua matéria prima: Como é o caso das latas aço, são descartáveis mais totalmente recicláveis; • Retornável: Sua principal característica é a logística reversa, essas embalagens retornam a indústria para reenvasar o produto. Devem passar pelos processos de lavagem e esterilização. Neste caso, é importante aperfeiçoar as etapas da logística reversa, tornando o retorno da embalagem mais viável para a empresa do que a produção de novas embalagens. Os “cascos de cerveja” são exemplos de embalagens retornáveis; • Reutilizável: São embalagens que possibilita o reaproveitamento pelo consumidor para acondicionar outros produtos. Essas embalagens devem apresentar estrutura resistente que permita a reutilização de maneira segura. É o caso dos potes de sorvete e frascos de vidro. O destino das embalagens depende muito das propriedades do artigo ao qual se pretende acondicionar. Por isso, é importante conhecer bem o produto e sua característica.

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3. Produtos orgânicos Há uma década pensar em cultivo agrícola sem a utilização de aditivos químicos era considerado uma prática inviável e tudo indicava que a Ciência Agrônoma e suas inovações genéticas e tecnológicas iriam dominar a natureza. Porém, nos últimos anos, agricultores, consumidores e pesquisadores vêm se interessando por métodos mais naturais de produção agrícola, o que tem mudado expressivamente este mercado. A principal diferença entre os produtos ditos convencionais e os orgânicos é o uso de agrotóxicos ou adubos químicos. Essa diferença é determinante para o equilíbrio ambiental, pois enquanto a agricultura convencional utiliza a terra como simples suporte para a plantação, o cultivo orgânico usa o solo como uma fonte nutritiva. Se baseando na reintegração da terra através da decomposição de resíduos naturais como estercos, restos de verduras, folhas entre outros, que se transformam em nutrientes para as plantas. Este processo estimula a vida do solo beneficiando todo o ecossistema. Mas, muito mais do que alimentos sem agrotóxicos, os produtos orgânicos promovem qualidade de vida e movimenta uma economia que vem crescendo a cada ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, pesquisas indicam que os alimentos orgânicos em relação aos produtos não orgânicos apresentam até 40% mais antioxidante, substância que previne o câncer e doenças cardiovasculares. Estes produtos também apresentam maior teor de sais minerais, além de conter menos ácidos graxos e gordura-trans. Pesquisas sobre o tema são realizadas em diversos paises e seus resultados estimulam cada vez mais a produção e o consumo desses produtos. A feira de produtos orgânicos no Parque de Águas Clara na capital paulista é uma referência de casos bem sucedidos da comercialização desses produtos. Fundada em 1990 a feira conquista cada vez mais adeptos e pesquisas realizadas no local revelam que a maioria dos clientes apesar de não aderirem a alimenta-

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ção exclusivamente orgânica, são clientes fieis da feira e compram regularmente estes produtos sem se incomodar em pagar um pouco mais por eles. A pesquisa também demonstra a insatisfação dos clientes em relação a variedade de produtos e a dificuldade de acessos. Além disso, pesquisa também mostra que somente 36% dos entrevistados estão satisfeitos com a variedade de produtos encontrados na feira e um número um pouco menor, 35% acham as embalagens excelentes. A situação mais crítica sobre a insatisfação dos entrevistados é a falta de pontos de venda destes produtos, 28% dos consumidores julgam difícil o acesso dos produtos. No Brasil, segundo a Associação de Agricultores Orgânicos - AAO, existem mais de 15 mil agricultores no cultivo de produtos orgânicos e a expectativa é que este número cresça cada vez mais. O desenvolvimento deste setor incentivou a regulamentação da Lei nº10.831/2003 em dezembro de 2007. Esta lei cita a produção, armazenamento, rotulagem, transporte, certificação, comercialização e fiscalização dos produtos orgânicos. A lei visa impulsionar o setor e proporcionar aos consumidores mais garantia e acesso sobre esses produtos.

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4. A empresa Com atuação de 35 anos no setor de produtos orgânicos, a Grão de Arroz Empório de produtos naturais - possui duas sedes na capital baiana; uma localizada no bairro dos Barris e outra no bairro da Pituba. São duas lojas encantadoras, com ambientes agradáveis, que lembram a leveza da cultura oriental. São espaços muito bem decorados que resgatam elementos naturais para o ambiente da loja. Pela sua tradição e qualidade dos serviços, a Grão de Arroz se tornou referência no seguimento de produtos naturais e hoje oferece serviços de restaurante de comida macrobiótico, farmácia natural, empório de produtos naturais e artesanais, além de cursos de culinária vegetariana. Entre os diferentes produtos naturais, a loja oferece também para seus clientes vários tipos de chás, com varias funções e características diferentes. Segundo a própria administração da loja, são incontáveis os tipos de chás que comercializa. O número varia muito, a depender da oferta dos fornecedores. Dentre os chás mais vendidos na Loja Grão de Arroz estão: Chá Verde, Quebra Pedra, Capim Santo, Carqueija, Boldo, Camomila, Pedra Hume, Damiana, 7 ervas, 18 ervas, Alcachofra, Chapéu de Couro, entre outros. Os produtos oferecidos pela Grão de Arroz são de cultivo orgânico. Ou seja, alimentos livres de resíduos químicos, com produção natural e saudável. Devido a isso, os chás oferecidos pela Grão de Arroz possuem sabor e aroma mais intensos, pois em sua produção não há agrotóxicos ou produtos químicos que posam alterar as características no produto.

4.1 Público Alvo

Os clientes da Grão de Arroz consomem produtos em busca de maior qualidade de vida e para manter hábitos saudáveis na alimentação. São pessoas que não

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se incomodam em pagar um pouco mais para consumir produtos de qualidade e livres de agrotóxicos ou qualquer resíduo químico. Esses clientes são constituídos por homens e mulheres com mais de vinte anos, que se preocupam com a saúde e possuem, em sua maioria, consciência ambiental e ecológica. Os consumidores de produtos naturais praticam ou desejam praticar esporte continuamente. Devida a correria do dia a dia e a falta de tempo para praticar esporte, essas pessoas vêem a alimentação saudável como complemento ou substituto de atividades físicas.

4.2 Concorrência

Em Salvador existem poucas lojas de produtos orgânicos com a tradição e a qualidade da Grão de Arroz. O mercado de produtos orgânicos ainda é pouco explorado no cenário baiano. As principais concorrentes do Grão de Arroz são os supermercados que, atualmente, vêm inserindo produtos orgânicos em suas linhas de produtos. Loja como a “Mundo Verde”, marca nacional que possui algumas franquias no mercado baiano, e farmácias de manipulação, que passaram a comercializar ervas como fins medicinais.

4.3 Características do mercado/ dimensão e peculiaridade

O “chá” no Brasil é popularmente conhecido como qualquer bebida resultante da infusão de determinada erva. Essas ervas e infusões entram no mercado em dois segmentos distintos, o segmento de bebidas e o uso medicinal. No segmento de bebidas o chá é tratado como um produto leve e saboroso. Por ser tradicionalmente servido quente, ganhou mais popularidade nas regiões mais frias do país, tornando-se símbolo da cultura e tradição destas regiões. Ao chá sempre foi associado a idéia de bebida requintada atrelada às casas de chá tradicionais, neste segmento se valoriza a qualidade da erva seu sabor e aroma. O chá como bebida gelada se tornou uma opção para quem quer substituir o tradicional refrigerante por uma bebida mais saborosa, saudável e leve. Com isso, grandes marcas de bebidas lançaram varias opções de chá gelado no mercado com variação de sabor, direcionando esses produtos a um público com hábitos mais saudáveis.

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As infusões sempre foram tratadas como medicamento, e mesmo com o avanço da medicina, as ervas ainda são uma ótima opção para curar mal estar e dores indesejadas. É a velha tradição e o conhecimento empírico que populariza o uso de ervas pelas suas propriedades medicinais. São inúmeras as finalidades que encontramos no mercado e no conhecimento popular, há ervas capazes de curar simples dor de estomago. Há estimular a perda de peso, crescimento de cabelo entre outros. Com a comprovação da eficácia, tanto cientificamente como popularmente, as ervas ganharam espaço no segmento farmacêutico e são comercializadas com medicamentos.

4.4 Embalagem atual

Figura 1, embalagens atuais dos produtos da loja Grão de Arroz

A loja a Grão de Arroz adquire seus produtos em grande quantidade, em embalagens de atacado, por isso se faz necessário o uso de embalagens própria da loja, que além de segmentar os produtos possui a função de divulgar a empresa. As embalagens atuais da Grão de Arroz (figura 1) não valorizam seus produtos e não comunicam o conceito e a filosofia da empresa. Na loja os produtos são embalados em sacos plásticos com a marca do empório e o endereço da empresa. Essa embalagem é padrão para a maioria dos artigos da loja, sofrendo apenas variações de tamanho. Nas ervas para chá (figura 2) a empresa utiliza potes plásticos transparente, com tampa por pressão. As informações sobre o produto são apresentadas em etiquetas brancas sem constar a identidade da Grão de Arroz. • Forma: Formato cilíndrico e cônico em polipropileno. • Cor: A embalagem é totalmente transparente, e a etiqueta é branca com impressão em preto.

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• Harmonia: Em diversas embalagens as etiquetas são aplicadas de forma aleatória, conforme. • Ilustrações: A embalagem não possui nenhum tipo de ilustração. • Assinatura da empresa: Não apresenta a assinatura da empresa. • Hierarquia de informações: Nas etiquetas, os nome das ervas que consta na embalagem estão em destaque e as outras informações estão no mesmo nível hierárquico. • Pontos positivos: Permite maior visualização do conteúdo da embalagem, conserva o produto e é resistente.

Figura 2, potes plasticos utilizados nas embalagens das plantas desidratadas

• Pontos negativos: Não possui lacre, abri com facilidade. As embalagens possuem pouco apelo estético e desvaloriza o produto, deixando-o com aspecto barato.

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5. Pesquisa de mercado A pesquisa de mercado é uma ferramenta indispensável para o projeto de embalagem. Através deste estudo verificamos a posição do produto no mercado, as estratégias de marketing que as concorrentes utilizam, a disposição das embalagens no ponto de venda e o comportamento do consumidor diante do produto. Neste projeto os objetos de estudo de campo foram em diversos segmentos de mercado que atuam na comercialização de ervas para infusão ou chá. Analisouse o produto em supermercados, farmácia de manipulação, lojas especializadas em produtos orgânicos e casas de chá, o chá possui diversas aplicações, se é possivel encontrarmos esse em diversos segmentos de mercado.

5.1 Supermercado

Nos supermercados são mais comuns as ervas em saches, que ganham destaque nas gôndolas e são disposta no centro de visão dos consumidores. As ervas encontradas no supermercado estão relacionadas a grandes marcas, conhecidas pelos consumidores por atuar em diferentes segmentos, como no caso das marcas Yoki ( figura 3) produz desde mistura pronta para bolo a gelatina e suco em pó, Dr Oetker que possui grande diversidade de produtos como aperitivos, cereais, misturas pontas paras doces e salgados e produtos deitas e light.

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As ervas possuem embalagens de cores fortes e chamativas, figura 4, onde os produtos competem a atenção do consumidor. O laranja da marca Mate Leão, é facilmente reconhecido entre tantas cores e tonalidades. As imagens que se destacam entre as embalagens, são ilustrações ou fotos de ervas ou frutos. Porém mesmo com tantas cores o verde ainda é predominante entre esses produtos. 16


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Nas gôndolas do supermercado é predominante o uso de embalagens em papel cartão, pequenas caixinhas de diferentes cores, sem muita inovação no que diz respeito as formas e acabamento. Entre esse excesso de cores e caixas sem grandes diferenciais a linha de ervas da marca Chá tribal se destaca pela sua embalagem de material, forma e conceito diferenciado. A linha de produtos da Chá Tribal,(figura 5), é comercializada em embalagens cilíndricas e metálicas. O rótulo possui uma linha estética oriental, com desenhos ricos em detalhes e fundo de textura que lembram formas orgânicas, se diferenciando das cores vibrantes e chapadas das demais embalagens presente.

Figura3, embalagem da Yoki, empresa que produz diversos produtos no setor de alimentos

5.2 Farmácia de manipulação

Neste segmento são exploradas as propriedades medicinais dos chás, os produtos são orgânicos e fornecidos por empresas não tão conhecidas pelo público. Se dá preferência ao consumo de ervas desidratadas naturais e não saches de ervas.

Figura 4, gôndola de chá em supermercado

Diferentemente das ervas comercializadas nos supermercados as embalagens não possuem grandes apelos estéticos, como também apresenta poucas informações sobre o tipo de ervas e suas propriedades. Na maioria dos produtos as embalagens são de plástico flexível, onde são fixados rótulos em papel adesivo, com informações legais sobre o produto. Os rótulos são predominantemente em tons pastel, com uma composição simples, sem muitos elementos ou formas. Como são consumidos como medicamentos, é indispensável que as informações sejam passadas para o cliente com clareza e eficiência. A falta de informações na

Figura 5, embalagem de chá da marca Tribal

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embalagem desses produtos é tão incômoda para esse segmento que a farmácia em questão disponibilizou nas gôndolas tabelas com informações mais completas sobre o produto (figuras 6 e 7).

5.3 Loja especializada em produtos naturais

A loja reserva uma grande área para a exposição de ervas orgânicas destinadas para chá. Neste segmento de loja, a variação de marcas e de produtos é maior, existindo diversas ervas de várias marcas, tanto de produtoras alternativas e pouco conhecidas como marcas mais populares no mercado. As ervas comercializadas neste estabelecimento prometem desde bem está físico e mental até prevenção de diabetes. A gama de produtos é maior e em conseqüência as embalagens são mais variadas. Na loja existe uma divisão lógica dos produtos. Em uma seção mais ao centro se encontra gôndola destinada a ervas em embalagens práticas, semelhantes a linha de produtos encontrados na farmácias de manipulação (figura 8). Essas embalagens possuem aspecto artesanal, e não apresentam apelos estéticos. A cor predominante é o branco do papel e o verde que faz referência a característica orgânica do produto. Essas embalagens também possuem pouco espaço para informações importantes sobre o produto além de apresentar um imagem de produto barato. Logo ao lado são exposta as embalagens de chás em papel cartão (figura 9), com cores em tons pasteis e imagens de frutos e ervas ilustrando os produtos. Na

Figura 6, gôdola de ervas florais em farmácia de manipulação.

Figura 7, tabela improvisada.

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loja o chá é relacionado a suprimentos energéticos, produtos para emagrecer e light. As embalagens sem apelos estéticos são posicionadas nas prateleiras inferiores quase fora do ângulo de visão do consumidor. Entre as diversas embalagens encontradas nesta loja, entre plásticos flexíveis, caixas de papel cartão e pacotes de papel a embalagem que mais chama a atenção são as da linha Chamais, que saem das convencionais ilustrações e em suas embalagens apresentam pessoas com aparência saudável em contato com a natureza. A imagem de pessoas entre varias ilustrações de folhas e frutos com certeza ganha destaque.

Figura 8, gôndolas de ervas florais em loja de produtos naturais

Figura 9, embalagem de papel em destaque na loja.

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6. Análise de similares A análise de similares complementa o estudo de campo, porém essa é mais especifica, onde se analisa as embalagens das principais concorrentes. Analisase o conteúdo dessas embalagens, a escolha de cor, as ilustrações comuns ao segmento de produto e toda a estrutura gráfica da embalagem, desde o material escolhido até a tipografia utilizada; “Estudar o ponto-de-venda, cada um dos concorrentes, analisar a linguagem visual da categoria e compreendê-la são pontos-chave para a relização de projetos de sucesso.” (MESTRINER, 2005) Para o estudo de similares deste projeto foram escolhidos três embalagens, com material e estilo distintos, evidenciando as possibilidades de embalagens que o setor de ervas possui.

6.1 Erva matte tostada, 100g – Matte Leão

Fundada em 1901, no Paraná, a empresa Leão Junior e Cia, popularmente conhecida com Matte Leão, é a empresa brasileira mais tradicional no seguimento de chá. Inicialmente a empresa produzia apenas a erva tostada do “Chá Matte”. Atualmente é possível encontrar em qualquer mercado ou loja especializada, vários produtos da Matte Leão tanto da “linha seca” quanto os chás gelados pronto para beber, não só da erva matte, mas também de outras tipos de ervas. • Forma: Com uma embalagem de papel cartão, o Matte Leão consegue se destacar entre as outras ervas disponíveis no ponto de venda. Mesmo com planificação simples ( Figura 10), a idéia da caixa é pouco utilizada neste segmento. A caixa funciona como uma embalagem secundaria, segundo a definição Mestriner, e dentro dela encontramos a embalagem primaria confeccionada em plástico flexível transparente.

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• Cor: A cor predominante na embalagem é o laranja característico da marca “Matte Leão”. Essa é uma outra característica que se torna ponto forte da embalagem no ponto de venda pois, enquanto as embalagens possuem cores e tons que lembram elementos da natureza, a Matte Leão consegue chamar atenção pela cor laranja forte. • Harmonia: Como o Matte Leão já possui uma imagem forte nomercado, a embalagem comunica muito mais a marca do produto do que o produto. A área principal da embalagem apresenta o Leão, símbolo da marca, em preto sobre fundo laranja e as palavras “matte leão em destaque”. Os elementos, tanto na área posterior quanto nas laterais possuem harmonia visual, onde os elementos gráficos estão centralizados no eixo vertical da caixa.

Figura 10, embalagem da Matte Leão

• Ilustrações: O leão símbolo da marca é a ilustração principal da embalagem que se encontra disposta na área principal da embalagem. No verso, onde constam dicas de preparação dos produtos, temos como ilustração a imagem de um copo com a bebida combinada com limão. A embalagem utiliza a estratégia de marketing e promove outros produtos da empresa, através de fotos, na lateral da caixa. • Assinatura da empresa: A assinatura da empresa consta em todas as faces do produto onde a composição opta em chamar a atenção para a tradição da marca. • Hierarquia de informações: Em todas as faces da caixa do produto a informação que se destaca é “Matte leão”. Todas as outras informações possuem harmonia e dividem o mesmo destaque. 21


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6.2 Banchá, Chá verde tostado, 100g – Vitão

A vitão é uma empresa com onze anos de mercado, especializada em produzir alimentos integrais para proporcionar aos seus clientes melhor qualidade de vida. Seus produtos vão desde Cookies Integrais à Cereais e Frutas desidratadas. • Forma: O chá verde da empresa Vitão se apresenta ao consumidor em embalagens de plástico flexíveis com janela transparente (figura 11) que permite a visualização da erva contida no pacote. A embalagem possui soldagem nas partes superior e inferior.

Figura 11, embalagem d Chá Verde Vitão, frente

• Cor: A cor predominante na embalagem é o verde, em variações tonais. Evitou-se o uso de cores contrastante o que resultou em uma composição suave reforça o discurso de produto natural e saudável • Harmonia: A embalagem apresenta uma composição harmônica, tanto na área frontal do pacote quanto na área posterior. Na área frontal, as informações e os elementos visuais são alinhados no centro vertical da embalagem e na área posterior do pacote se optou em dividir a área em duas colunas equilibrando a composição. • Ilustrações: Optou-se em não utilizar de muitas ilustrações na presente embalagens. Na área frontal ao centro, estão duas folhas com formas simples e traços curvos e suaves. Na área posterior da embalagem temos como imagem um bule e uma xícara que ilustra a seqüência do modo de preparo do Chá Verde.

Figura 12, embalagem de Chá Verde Vitão, verso

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• Assinatura da empresa: A assinatura da empresa por apresentar uma tonalidade mais escura de verde, se destaca como a informação central da embalagem. Certamente o consumidor identificará o produto primeiro pela empresa fabricante e só depois identificará o produto de fato. Na área frontal da embalagem a assinatura da Vitão aparece centralizada no topo da área e reduzida na parte inferior. Na área posterior a marca se apresenta na primeira coluna, sendo a primeira informação a ser lida nesta parte da embalagem. • Elementos de Apoio: a informação Banchá possui contorno em seu tipo e foi disposta dentro de uma faixa o que ocasiona um destaque desta informação sobre as demais contidas na composição. • Hierarquia de informações: Aparentemente a informação mais importante da embalagem do Chá Verde da Vitão, é a marca da empresa que produz o produto, certamente pela credibilidade que a empresa ganhou em tão pouco tempo de existência. Após a identificação da marca a informação valorizada na embalagem é “Banchá” e em seguida chá verde as demais informações estão em equilíbrio, sem disputar a atenção do consumidor.

Figura 13, embalagem do mate Barão de Cotegipe

6.3 Erva Mate Chimarrão- Barão de Cotegipe

A Erva Mate da Barão de Cotegipe é encontrada no mercado baiano em casas de chá e vendida como marca tradicional e de alta qualidade. • Forma: A erva mate da Barão de Cotegipe (Figura13) é contida em uma embalagem de papel branco com impressão em policromia onde não é possível a visualização do conteúdo da embalagem.

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• Cor: A cor predominante na embalagem é o verde, que contrasta melho presente em alguns elementos da embalagem.

com o ver-

• Harmonia: A composição da embalage não possui muita harmonia, devida a sobreposição de imagem, texturas de fundo desnecessária e pouca simetria ou ordenação lógica das informações. As informações na lateral do produto se apresentam sobre uma tarja branca, e possui uma ordenação lógica. Não existem grandes problemas no que se refere à harmonia e a composição dos elementos gráficos, até porque as laterais da embalagem possuem basicamente textos e tabelas. • Ilustrações: Em destaque na área principal da embalagem encontrase a imagem de um Barão com céu azul ao fundo, fazendo referencia a marca do produto “Barão de Cotegipe”. Nesta área também temos a estampa da bandeira do Brasil e folhas, usadas como caixa de texto. Em uma das laterais temos a seqüência de “modo de preparo”, onde se utiliza a de um chimarrão como ilustração. • Assinatura da empresa: A informação “Barão”, que seria a marca do produto, ganha destaque na área principal da embalagem, apresentada em letra bolde preta com sombreamento vermelho, seguida por “de Cotegipe” em letras um pouco menores em cor vermelha. • Elementos de Apoio: Selos, faixas e splashe foram utilizado na presente embalagem. O excesso destes elementos de apoio resulta em uma composição desarmônica e as informações se tornam ruídos, dificultando um bom entendimento das informações. • Hierarquia de informações: A informação que se destaca na embalagem é “Barão de Cotegipe” que, além de está em destaque sobre as demais informações é reforçada pela ilustração do que seria um Barão na área central da embalagem. Ervas Mate, chimarrão é a segunda informação destacada na área frontal da embalagem, porém essa informação se encontra muito próximo selos e outras informações que interferem na leitura imediata das informações.

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7. Estratégia de design A estratégia de Design é a principal etapa do projeto, pois aqui podemos unir criatividade, inovação e definir soluções de embalagem para o produto. Partindo das necessidades do briefing, e das conclusões sobre as pesquisas de mercado, traçamos um perfil para o produto e uma estratégia de design que atenda os requisito e restrições da embalagem para ervas para a Loja Grão de Arroz. (...) estratégias bem-sucedidas são aquelas que respondem aos objetivos do projeto de uma forma que exceda suas exigências, superando os concorrentes, surpreendendo os consumidores e abrindo caminho para o produto no mercado. (MESTRINE, 2005) O principal objetivo deste projeto é divulgar a marca e a filosofia da Grão de Arroz, através das embalagens para ervas, valorizando também este produto e em conseqüência aumentar suas vendas.

Para agregar o caráter orgânico e valorizar a consciência ambiental que os produtos possuem, as embalagens devem ser produzidas em materiais ecologicamente corretos incentivando a conscientização dos clientes em relação ao descarte de lixo. A estratégia de design deverá considerar duas opções de embalagens, refil e reutilizável, despertando o interesse do consumidor em adquirir e conservar as embalagens reutilizáveis e com isso se habituar a consumir os produtos em refil. Como na loja existem vários tipos de chá e varias funções atribuídas a elas, onde, avaliando a atual embalagem do produto nota-se que existem dificuldades na identificação de cada tipo de chá e suas funções, torna-se necessário alguma ferramenta que classifique e identifique os vários tipos de ervas exposto no

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ponto de venda. Porém com a grande variedade de ervas, elaborar embalagens especificas para cada tipo é inviável e dispendiosos. Pensando nisso pretende-se adotar a estratégia de subdivide as ervas em categorias, levando-se em consideração as aplicações das ervas. Serão três categorias: Saúde, Energia, Harmonia (calmante). A composição gráfica da embalagem deverá seguir uma estética oriental, com elementos simples com formas orgânicas, remetendo sempre a idéia de produtos naturais. As subcategorias devem apresentar cores diferentes facilitando sua identificação, essas cores devem ser aplicadas em tonalidades suaves, reforçando a leveza das bebidas de chá.

7.1 Informações importantes/legais

• Peso, quantidade do produto • Informar a data que o produto foi embalado e a validade • Código de barras • Fabricante, informações sobre o fabricante (CGC ou CNPG) • Preparo do produto • Benefícios e utilidade da erva contida na embalagem • Marca da Grão de Arroz, informações sobre a loja • A informação “produto orgânico”.

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8. Desenvolvimento

Material;

Atendendo as especificações da estratégia de design; a embalagem deve ter aspecto natural, evidenciando a responsabilidade ecológica que a empresa possui. Foram pesquisados os possíveis materiais que atendessem a esse critério. As opções encontradas foram papel com fibra natural, ou papel reciclado. Porém existem restrições sobre o uso de papel reciclado em embalagens de produtos alimentícios. Com isso o projeto adotou o papel de fibra natural como opção para as embalagens refil. O papel Kraft, é produzido com pasta química não braqueadora, o que lhe confere uma cor semelhante a da madeira, possui fibras longos e 100% naturais, o que resulta em um papel resistente e de grande aderência. Possui ampla variedade de gramaturas, sendo utilizada como embalagens em diversos setores. O papel kraft atualmente é utilizado em diversos produtos de alto valor agregado, passou a ser a melhor opção para as empresas que desejam agregar aos seus produtos o valor ecológico e ambiental. A embalagem permanente deve ser de material que atraia o consumidor a adquirir-la e manter em sua residência, portanto deve ser resistente e esteticamente agradável. Neste caso optou-se em utilizar embalagens de vidros, que proporciona um visual requintado no produto. Além disso, já faz parte do universo culinário ao qual o produto pertence.

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Cores;

Com a definição do material, que possui como principal característica a cor amarronsada, planejou-se uma cartela de cor que valorizasse o tom natural do papel. Considerando a estratégia de design, as embalagem, deveriam conter o mínimo de cores possível, o que aumenta a necessidade de usar a cor do papel como elemento da gráfico da embalagem. 27


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Neste projeto a cor será utilizada também como ferramenta de comunicação, informando ao consumidor a qual categoria o produto se encaixa. O produto foi dividido em três categorias distintas: Energia; Para essa categoria optou-se por cores quentes, cores que predominam o vermelho e amarelo, pois como o próprio nome da categoria diz, esses produtos servem para aumentar o metabolismo e a disposição do consumidor, efeitos provocados também pelas cores quentes. Harmonia; Na categoria “Harmonia”, estão as plantas com propriedade calmante e relaxante, neste caso optouse por cores que remetessem o contato com a natureza. Bem-estar; Neste caso, utilizou-se cores frias, que remetessem calma e saúde, essa categoria está voltada para as ervas medicinais e o azul é muito utilizado nesta área, que resultaria na identificação imediata do produto.

Ilustração

Foi necessária a criação de três imagens chave; um signo que identificasse o produto chá, selo que destacasse a propriedade orgânica das plantas e uma ilustração conceitual que agregasse valor ao produto e a loja Grão de Arroz.

Figura 14,cartela de cores, considerando a tonalidade de papel kraft

Pesquisas imagéticas e referencias do estudo de mercado e similares auxiliaram na criação das imagens.

Tipografia

Foram escolhidas famílias tipográficas que evidenciassem a leveza e suavidade do produto. São tipos de traços finos e retos, sem serifas.

Figura 15, Referencia imagética para a criação do selo “prduto orgânico”

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Figura, 16, Referencia imagética de elementos do universo do chá.

Figura 17, Referencia para a criação da ilustração conceitual

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Geração de alternativa para os ícones da embalagem

Após estudo e análises, foram geradas algumas alternativas, que foram analisadas e selecionas para compor o layout da embalagem. Foram selecionadas as alternativas que melhor atendiam critérios de legibilidade, equilíbrio estético, identificação com o produto entre outros. Selo “Produto orgânico” 1

2

3

4

(x)

Figura 18, Alternativas para o selo comida orgânica. A opção número 4 foi a selecionada

Selo “Produto orgânico” 1

2

3

4

(x) Figura 19, Alternativas para a identificação do produto. A opção 3 foi a selecionada, possui mais suavidade.

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Geração de alternativa da embalagem

A proposta inicial do projeto foi criar uma embalagem no formato, soco de papel tipo S.O.S, porém foi realizada uma visita técnica a Fabrica Luanova, empresa especializada em embalagens de papel e o saco tipo S.O.S, não foi muito bem recomendado para embalar plantas desidratadas. Esse tipo de embalagem é muito porosa, o que deixaria o produto muito exposto ao ambiente externo da embalagem, perdendo seu aroma e absorvendo aromas de outros produtos. Foram geradas algumas alternativa para esse tipo de embalagem, porém nenhuma delas passaram na “Exigência do Plano de Barreiras”. Alternativas, Saco tipo S.O.S

Figura 20, Layout inspirado nas borboletas,

Figura 21, Layout, para saco S.O.S

Essas embalagens serviram de experiência e inspiração para as embalagens finais

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8. Embalagem final A embalagem refil para chá da Grão de Arroz, passou a ter sofisticação e auto valor agregado ao produto, isso foi alcançado através de soluções práticas; A embalagem possui planificação com baixa complexidade e três dobras simples, pode ser embalada pela própria loja, com acontece atualmente. O projeto também aproveita alguns maquinários que a Grão de Arroz possui, como empacotadora e etiquetador. Para melhor conservar o produto, optou-se em conter a planta desidratada em sacos plásticos laminados, que evita a entrada de insetos, algo muito comum nesses produtos. O plástico também proporciona boa isolação do produto, mantêm o aroma das ervas por mais tempo. A embalagem permanente, agrega valor ao produto, essas embalagens são ecologicamente corretas, e proporciona ao produto sofisticação e apreço, assim como as embalagem refil, a embalagem permanente possui três modelos com cores diferente o que estimula, que o consumidor compre essas embalagens diversas vezes. O rotulo da embalagem permanente assim como o refil, possui lay-out simplificado, podendo ser implantado também pelos próprios funcionários da loja. As plantas desidratadas possuem volumes diferentes para cada espécie, padronizar o peso desse produtos, resultaria em embalagens de volumes variados, As duas passando um aspecto de desordem no ponto de venda. O novo projeto de embalagem , prevê o a permanência das etiquetas que a loja utiliza atualmente para informar a quantidade do produto, o que soluciona o problema de volume da embalagem. 32


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Figura 22, embalagem refil das trĂŞs categorias

Figura 23, embalagem pemanemte

Figura 24, embalagem no ponto de venda

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Especificações Para a embalagem refil; • Papel Kraf fibra virgem 300gr, offset 2x4; • Plástico laminado 12x8 cm • Acabamento: vinco, faca especial, granpo, e perfuração. Para a embalagem permanente; • Rótulo auto-adesivo, faca especial, offset 2x0 • Frasco de vidro com tampa rosca plástica

Considerações finais As embalagens para erva, podem ser o primeiro passa da Grão de Arroz para inserir em seus produtos nova estratégia de design, assim a empresa perceberá a importância dessa ferramenta no mercado. E os resultados que esse cuidado e investimento causa em seus cliente. Recomenda-se que a Grão de arroz instale coleta seletiva em suas sedes, incentivando os seu clientes a pratica. Inserir conceitos ambientais em projeto de embalagem além de beneficiar a natureza, agrega valor ao produto, resultando em projetos criativos, com soluções praticas. Este projeto mostra a importância de não se limitar em projetar a embalagem, e sim, pensar em todo o seu ciclo de vida.

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9. Apêndice ASPECTOS GERAIS DE ANÁLISE PARA DESENVOLVIMENTO DE EMBALAGENS Fonte: adaptação do IDI/MAM (1976)

1. ASPECTOS GERAIS DO PRODUTO A SER EMBALADO 1 É um produto novo ou tradicional? As ervas para chá possui tradição milenar na cultura oriental e ociedental 2 É um produto tradicional com um novo tratamento? As ervas comercializadas na Grão de Arroz são de cultivo orgânico 3 Com que finalidade o produto será utilizado? Preparo de infusões, como bebida. 4 Onde o produto será utilizado? O produto é destinado para o preparo de chá, de forma caseira. 5 Existe uma estratégia de mercadologia do produto? Não há nenhum tipo de estratégia mercadológica nas ervas comercializadas na Grão de Arroz. 6 Qual o grau de concorrência existente e como este se define? As ervas para chá podem ser encontradas desde feiras em ar livre até lojas sofisticadas. 7 Que características devem ser consideradas na embalagem? Embalagem ecologicamente correta, que possibilite a reciclagem ou a reutilização. 8 O produto deve ser embalado por unidades; por conjunto de unidades ou por quantidades? As ervas são vendidas por quantidade, em gramas. 9 É necessária a embalagem de transporte para a sua distribuição? A grão de Arroz já possui embalagem para transporte, são caixotes resistente de plástico. 2. ESTADO E CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DO PRODUTO A SER EMBALADO 36


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1 O produto é sólido? (pó, granulado, em pedaços soltos, em peças –montadas ou desmontadas) As ervas são produtos sólidos que sofrem variação entre granulado, pó e pedaços . 4 O produto é leve ou pesado? As ervas de chá são bastante leves. 3. APARÊNCIA DO PRODUTO A SER EMBALADO 1 A aparência do produto atrai o usuário/consumidor? As atuais embalagens para ervas da loja Grão de Arroz são potes plástico que não possui nenhum apelo estético. 2 A aparência do produto satisfaz o usuário/consumidor? A embalagem não demonstra nenhum tipos de cuidado com o produto, tem aspecto barato e sem valor. 3 A aparência do produto expressa: ordem/desordem ? robustez ? precisão ? balanço/ equilíbrio ? simplicidade/complexidade ? Atualmente as embalagens expressa desordem, pos m muitos casos as etiquetas de identificação do tipo de erva é posta nos potes sem o menor cuidado. É uma embalagem simples. 4 Que aspectos caracterizam a aparência do produto? (forma, detalhes de projeto, materiais, acabamento, cores e tonalidades) A embalagem é totalmente transparente permitindo a visualização do produto. 5 O produto é incolor ou colorido? Colorido. 4. COMPORTAMENTO DO PRODUTO EM RELAÇÃO À INFLUÊNCIAS FÍSICAS, QUÍMICAS E BIOLÓGICAS 1 Como se comporta o produto em relação: a temperatura? São ervas desidratas, se em elevadas temperaturas podem pegar fogo. a umidade? Sem exposta a umidade pode ser atingida por mofo e bolor a secura? Ambientes secos são idéias para as ervas a luz? Pouca variações, quando exportas a luz. a vibração? Sem reação a insetos? As ervas são bastante sujeita a insetos. 4. NECESSIDADE DE PROTEÇÃO DO PRODUTO. 1 Proteger contra: pressão ? não

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quebra ? não impacto ? não movimento centrífugo ? não arranhões/riscos ? não modificação da forma ? não decomposição ? sim esvaziamento ? sim desidratação ? não roubo? sim luz ? não ar ? não influências elétricas ? não influências radioativas ? não água ? sim vaporização ? não condições climáticas ? sim danificações por animais ? sim bactérias ? sim fungos ? sim absorção/perda de cheiro e paladar ? sim corrosão ? não temperatura ? sim umidade ? sim transporte ? sim manuseio ? sim descarte ? sim 5. CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DO PRODUTO. 1 O produto é perecível ? sim 2 O produto tem prazo de validade ? sim 3 O produto é: venenoso? não inflamável? não explosivo? não ácido? não radioativo? não cáustico? não corrosivo? não 4 O produto é facilmente quebrável? não 5 O produto possui forma irregular que necessite dispositivos especiais de proteção? não

6 Sua industrialização deve ser feita em função de instalações de processamento de embalagem já existentes? não 7 Deve ser considerado o conforto de utilização do produto como facilidade de estocagem? sim 8 Deve ser considerado o conforto de utilização do produto como facilidade de abrir e fechar? sim

6. ASPECTOS GERAIS DO PROCESSO DE DESPACHO 1 A expedição ou firma de transporte conhece o produto a ser transportado? Conhece, a própria loja transporta o produto. 2 A expedição ou firma de transporte sabe manipular o produto em todas as operações de transporte? Sabe, os funcionários conhecem bem os produtos. 3 Qual o tipo de transporte? (Rodoviário, Ferroviário, Aéreo ou Marítimo) Rodoviário, e não enfrentam grandes distancias. 4 Como é realizado o despacho ? Ocupação total do volume disponível do meio de transporte. E não são estocados por muito tempo até o consumo 5 O espaço disponível dos meios de transporte é conhecido? Sim, os carros são de propriedade da loja 8. ASPECTOS GERAIS DA DISTRIBUIÇÃO E VENDA

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1 Que tipo de comercialização é previsto? Varejo, nas dependências da loja Grão de Arroz 2 O peso líquido deve ser indicado na embalagem? Sim, a embalagem deve identificar a quantidade do produto 3 Em que quantidades o produto será entregue pelo atacadista/varejista? Embalagens unitárias 9. PUBLICIDADE: DISTRIBUIÇÃO E VENDA 1 A forma e tamanho da embalagem exigirão montagens e displays especiais para a exposição? Sim, a loja já possui uma seção especifica para as embalagem de chá, um montagem especial chamaria a atenção dos clientes. 2 O comerciante é quem vai promover a venda do produto ou esta iniciativa deve partir do produtor? O consumidor terá contato direto com o produto e a embalagem deve promover a sua venda.

3 Que medidas podem ser tomadas visando aumentar a motivação para o consumo? Promover maior apelo estético no produto, comunicar as qualidades de produto através da embalagem. 4 Os desejos e necessidades do consumidor serão considerados no desenvolvimento da embalagem? Sim, deve-se ressaltar a busca do consumidor por melhoria da sua qualidade de vida. 5 A embalagem será usada na formação da imagem publicitária do produto? Sim, não só do produto mas também da loja Grão de Arroz. 6 A publicidade será feita somente através da embalagem? Sim. 7 Que funções deve preencher a embalagem na promoção (qualificação) publicitária? Comunicar, diferenciar o produto sobre os demais e ressaltar suas qualidades positivas. 8 É desejável o acréscimo de elementos à embalagem, tais como rótulos, etiquetas ? Sim, se possível.

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9 Que características do produto devem ser enfatizadas na embalagem? A qualidade de ser um produto orgânico e que se preocupa com a preservação do meio ambiente.

10. META DE VENDA 1 O produto preenche uma lacuna no mercado ou compete com outros similares? Existem diversas marcas de ervas no mercado, porem existem poucas com produção orgânica, sem aditivos químicos. 2 Qual é o nível de concorrência? A concorrência é entre as lojas de produto naturais. 3 A que tipo de consumidor se destina o produto? Consumidor que se preocupam com a melhoria de qualidade de vida, tem consciência ecológica e consume produtos naturais. 5 Sua venda é permanente ou temporária? Permanente, possuindo sessão especial da loja. 6 O produto será consumido no país ou no exterior? País, em especifico em Salvador, capital do estado da Bahia.

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Referências ABRE – Associação Brasileira de Embalagem. Integração de Aspectos Ambientais no Projeto e Desenvolvimento da Embalagem. 2006. ABRE – Associação Brasileira de Embalagem. Meio Ambiente e a Indústria de Embalagem. 2006. GURGEL, Floriano do Amaral. Administração da Embalagem. São Paulo: Thomson Learning, 2007. MESTRINE, Fabio. Design de Embalagem. Curso Basico, 2ª edição. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2004.

MESTRINE, Fabio. Design de Embalagem. Curso Avançado, 2ª edição. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2005.

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