IcztoNoEcziste Magazine #2

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Manifesto I.N.E.

“O surgimento da merda, o motivo, o não-didatismo, as circunstâncias e as consequências...” Surgimento e Motivo: 9 de abril de 2009 é lançada a revista virtual “IcztoNoEcziste” da mais famosa maneira underground, o “DIY”. O criação da revista foi concebida atravéz de um curso de Design Gráfico, pois inicialmente tratava-se de um trabalho escolar e não um meio de divulgação do Deathrock por imagem (isto está bem claro no primeiro número da revista). A idéia da temática surgiu pelo simples fato de não existirem tantos materiais relacionados ao deathrock no Brasil, e os poucos materiais existentes foram criados em um certo período, deixando um longo hiato até o momento. A idéia também era que os artigos digitalizados da época não caíssem no ostracismo.

Não-didatismo: A I.N.E. não tem o intúito de ensinar ou desenvolver qualquer pensamento de embasamento sobre a cena ou história do Deathrock, todas as matérias, propagandas e conteúdo em geral da revista são direcionados a informação e nada além, ou seja, se você busca história, acontecimentos, resenhas e troca geral de informações, está lendo a revista certa. Existem outros grupos e pessoas dentro da cena Deathrock que desenvolvem o conceito, fundamentalista e comportamental do mesmo, confiram nesta edi-

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ção uma entrevista com Mazo da Morcegos Resistem, um aprofundamento no assunto.

Circunstâncias e Consequências: Como toda produção, seja ela independente ou não, é repugiada por uma parte do movimento em questão, e não seria diferente dentro da cena Deathrock, pelo simples fato de existirem tantas ramificações ideológicas e musicais. A I.N.E. #1 apresentou uma “propaganda” relacionada ao não uso de drogas, o que refletiu em uma grande repercução negativa sobre o assunto, pois a interpretação da mesma parecia distorcida pelo fato de não existir um direcionamento ou uma explicação para o motivo da propaganda. A história ou ideologia do Deathrock não tem ligação nenhuma ao “não uso de drogas”, essa era uma idéia de um grupo de amigos isolada de São Paulo não especificada na propaganda, no caso o último grupo fechado da DRSP.

Conteúdo: Inicialmente a revista foi dividida nas seguintes partes: Fiend Clubs, Deathrock Bio, Hall da Escória, (as resenhas) New Grave e Basement Tapes, Estranhos no Ninho, Entrevista, Curiosidades e Restos, neste segundo número mantemos a maioria dos tópicos originais,

porém reavalidos, e adicionamos alguns tópicos extras. Fiend Clubs tratava-se de uma página de divulgação dos eventos que ocorreriam no Brasil relacionados à cena. Deathrock Bio trava-se de uma biografia referente ao Deathrock em alguma parte do Mundo, acontecimentos isolados. Hall da Escória aborda uma banda em especial contando sua tragetória, discografia, membros e todos os tipos de informações. Resenhas; New Grave não tem nada a ver com o estilo difundido pelos lados da Europa, é apenas um nome para a resenhas que diferenciamse pelas bandas do revival Deathrock de 1998 até o presente. Basement Tapes são resenhas de bandas que iniciaram a cena Deathrock, os primórdios do final dos anos 70 até meados dos anos 90. Estranhos no Ninho contém matérias relacionadas à curiosidades ocorridas no Brasil referentes a cena Deathrock. Entrevista (sem palavras), Curiosidades e Restos.

ERRATAS #1:

- Faltou o Crédito ao Frango na Deathrock Bio e no Editorial. - Faltou o Crédito do Via Underground no Editorial, por ceder banners de propaganda para a revista.


entrevista morcegos resistem

deathrock bio são francisco/wages of sin

(PAG.05)

(PAG.09)

hall da escória the skelletones (PAG.12)

death sinema show bela lugosi/max schreck (pAG.15)

entrevista

resenhas new grave basement tapes (PAG.22)

(PAG.28)

dinah cancer

estranhos no ninho

curiosidadese restos

(PAG.36)

rikk agnew

(PAG.43)

fiend clubs Via underground (PAG.44)

Publisher e Jornalista responsável: Sonâmbulo (César) (deathrockbrasil@yahoo.com.br) Diagramação: César Foto da capa: (na ordem) Deathboy, Zumbiza e Ale Zombaby (The Skelletones) Redação: Sonâmbulo Relações Públicas: Sonâmbulo (19) 3585-5282 Colaboraram nesta Edição: Madie, Zumbiza, Deathboy, Mazo, Kathleen (Wages Of Sin), Ale Zombaby (The Skelletones), Escarlatina Obsessiva, Brumas de Outono. “I.N.E. é um E-Zine, uma produção independente que não visa fins lucrativos”

Redação/Publicidade: César da Conceição Tel.: (19) 3585-5282 Rua José Silvestre, 65 - Jd. Porto Novo Porto Ferreira-SP CEP: 13660-000 site: www.myspace.com/deathrockbrasil e-mail: deathrockbrasil@yahoo.com.br


www.myspace.com/deathrockbrasil


Morcegos entrevista morcegos resistem

C

Com Mazo

omo pudemos observar no contexto tratado na primeira edição da revista, a cena deathrock Brasileira teria acabado de passar pelo que parecia ser seu último episódio conturbador, apenas divergências filosofais sobre a interpretação da simbologia DR. Apesar da cena ter se expandido significativamente e aproximado mais os interessados interestatais, ainda havia muito a se dizer sobre os acontecimentos ou pensamentos voltados ao estado corrosivo que haviamos passado (ou ainda passamos). Bom, após todo episódio nasceu a Morcegos Resistem, um grupo de amigos que agregam seguidores da DRSP, DRRJ e DRPR entre outros colabores, onde a idéia central deste pessoal é o didatismo e a troca de informações sobre o Deathrock, Gótico e vertentes, uma boa para quem gostaria de conhecer o Deathrock ou apenas escutar um som.

Resistem


Mazo: Acredito que o Blog serviu de grande ajuda para a Morcegos Resistem porque atraves dele estamos mostrando sons historicamente mais ligados a cena Deathrock e até mesmo a gótica mas ele é apenas um blog, download é uma coisa tão comum hoje em dia que se apoiar somente na divulgação de bandas não vai contribuir para o que queremos. Por isso estamos trabalhando também na criação de zines, logo nosso primeiro sera lançado, e espero lançarmos também uma coletanea junto. Estamos planejando também eventos da Morcegos, mas o zine sem duvida é nosso principal objetivo.

Iczto No Ecziste: Bom primeiramente, conte-nos sobre o surgimento da Morcegos Resistem. (esclareça a relação entre Morcegos Resistem e Gangue Morcego - “DRSP-DRRJ”) Mazo: Tudo começou em uma conversa minha com o Alexandre Raposa, ele estava comentando sobre a banda que ele estava criando, começamos a nos aprofundar nas questões da nossa cena e então surgiu a idéia de criar um grupo para trabalharmos em prol da cena. Então ele me disse que ja existia a Gangue Morcego, e eu estava interessado no nome criado pelo Daniel da banda Knutz o Morcegos Resistem. Ele conversou com o pessoal do Rio, mas por algumas divergencias de idéias e de vontade em ajudar acabou que adotamos o nome do Daniel, Morcegos Resistem, sem vinculação nenhuma com a Gangue Morcego. Temos pessoas da DRPR tambem que nos ajudam. I.N.E.: Conte-nos sobre os objetivos da Morcegos Resistem e como pretendem alcançá-los. Mazo: Uma das principais formas de expressão de qualquer grupo social/cultura, é sem duvida a musica, e com o Deathrock não poderia ser diferente, então não podiamos deixar de divulga-la. Mas nosso foco principal não é referente só a ela, alias, ela esta até em segundo plano. Nosso objetivo é divulgar o que esta por tras da musica, as idéias, comportamentos, a estetica, entre outros valores sociais. Quantidade é uma consequencia, estamos interessados na qualidade desta cena. I.N.E.: Como o primeiro passo já foi dado, que foi a construção do blog para downloads e manutenção do mesmo, gostaria de saber se já está em andamento algum outro projeto do grupo.

I.N.E.: O objetivo de divulgar o Deathrock em solo nacional é bem válido, pelo simples fato daqueles que não conhecem por motivos culturais passarem a conhecer. Você acredita que com o caminho que estamos percorrendo musicalmente, estamos sendo capazes de quebrar certos tabus socio-culturais e expandir o Deathrock em escala nacional? Mazo: Como eu citei em outra resposta, a quantidade é uma consequencia. Hoje em dia a cena em que o Deathrock sobrevive, no caso a cena gótica esta em grande evolução. Grandes bandas, grandes eventos, essa nova onda de download em blog também esta aumentando bastante o conhecimento musical do publico. Hoje em dia o que esta em alta na cena é o tal de Cybergoth, mas para você ter uma idéia o Cybergoth surgiu no começo dos anos 90 e esta crescendo aqui a apenas uns 2 anos. Então pode esperar que em breve o Deathrock sera a carta da vez e ganhar seu espaço. I.N.E.: A questão agora é diretamente à Morcegos Resistem. Além de expandir a música e agregar novos seguidores (consequência de uma boa divulgação musical) o que podemos esperar da Morcegos Resistem com relação às novidades Mundiais? Mazo: Olha, a cena nacional é tão deficiente que ao nos preocuparmos com ela jamais teremos tempo para pensar na Morcegos de forma mundial. O que podemos esperar ao menos é que tenhamos um reconhecimento, isso seria muito gratificante para nós. E que muitas bandas novas de qualidade surjam. I.N.E.: Várias vezes você expôs seus pensamentos sobre a DRSP primordial, citando suas distorções

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de valores como ganguismo e homofobia. Sabemos que a DRSP passou por uma reformulação de ideais, e os antigos membros seguiram outros rumos. Sobre os membros e o rumo da nova DRSP (que se fragmentou no primeiro semestre de 2009) o que você tem a dizer? Mazo: Nós não temos muito contato com o grupo DRSP atual, e com algumas excessões nem sabemos quem exatamente são os membros da DRSP e quais seus objetivos e projetos alem do evento Batcave Reunion. Sei que possuem muito interesse e força de vontade em criar uma cena Deathrock melhor, e isso é muito bom. Mas falar de DRSP é muito abrangente, não acredito que ser DRSP seja um grupo fechado, por exemplo, nós da Morcegos Resistem também somos DRSP, você é DRSP. Apenas cabe a nós exercermos essa militancia e manter uma DRSP de qualidade e que represente realmente o que é o Deathrock. I.N.E.: Não pude deixar de observar um conteúdo no blog voltado ao Junkeria Nefasta, site que era mantido pelos antigos membros e fundadores da DRSP, isso não seria uma inversão de valores para a Morcegos Resistem? Explique-nos sobre a inserção desses conteúdos no blog. Mazo: Acho que não podemos generalizar, tanto que na matéria que foi divulgada do nosso zine citamos alguns desses projetos e bandas. A DRSP primal passou por duas fases, e ambas tinham suas qualidades e membros que temos que respeitar como o Heltir, VoodooSlut, Crisis, Alejandro, entre outros.Os zines e o site Junkeria Nefasta são de altissima qualidade, e arrisco até a dizer que o Junkeria Nefasta foi o melhor projeto relacionado a Deathrock que ja tivemos, negar a isso seria burrice. A inversão de valores esta exatamente em quem alem de gostar de Deathrock, ajudava na criação desses trabalhos mas na pratica tinham outras atitudes. Se mostrarmos o que de qualidade foi feito, podemos influenciar outros a fazerem também, ao invez de fazerem o que foi feito de “errado”. I.N.E.:

Bom,

concordo com você no fato da colaboração mútua para que as coisas aconteçam, seria uma certa unificação deathrocker, foi por esse motivo que montei o myspace Deathrock Brasil com o emblema DRBR, não existe dono ou distorção de valores para esse emblema. Mas a questão é, você acha que com o fim da manipulação do emblema DRSP, o caminho para o crescimento deathrocker mútuo está mais próximo? Mazo: Sempre lutamos para que o emblema DRSP fosse livre, porque apesar de ser apenas um emblema ainda influencia muitas pessoas por todo Brasil. Com a quebra dessa manipulação, quebramos também o que ele representava. Lembra do V de Vingança? Tem uma frase que explica bem isso: “Um símbolo sozinho pode não representar nada, mas se todos se juntam, um símbolo pode significar muito, pode significar a mudança de um pais”. Com isso com certeza a cena Deathrock irá aumentar cada vez mais, só precisamos orientar o pessoal que for entrando para não haver outros tipos de distorções. I.N.E.: Deixe um pensamento seu de incentivo para os Deathrockers que lêem esta entrevista. Mazo: Fazer parte de um grupo social alternativo seja ele Deathrock, Gótico, Punk não faz de ninguem melhor ou pior. O importante é nosso carater, nossos valores, nossas idéias, grupos sociais apenas expressam isso. Então ser Deathrock não é apenas curtir som Deathrock, é concordar com sua proposta, com seus valores, que são expressados atraves da musica e estetica.

eu

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São Francisco e Wages Of Sin

deathrock bio

O Gothic Rock e o Deathrock são dois estilos diferentes de música. O Gothic Rock é um termo usado para a música que é moderadamente mais lenta, com vocais de homens sadios ou de fêmeas afligidas. Já o Deathrock tem um som original que combina muitos outros estilos da música com suas melodias obscuras, psicodélicas, que são um assombro de tão poderosas. Não tem nada a ver com política, e não está tentando mudar o mundo, o Deathrock se realiza somente sobre a vida, porque combina a essência do medo e da amargura dos seres humanos com a música que extasia, estimula, e balança! Kathleen - Wages Of Sin


Não há muita coisa escrita sobre o Deathrock de São Francisco, mas era onde Kathleen estava com sua banda Shadow Image, antes mesmo da música ser intitulada de Deathrock. Mais tarde, Shadow Image reformulou-se e transformou-se em Wages Of Sin, descrito por muitos na época como sendo Deathrock ou Gótico Americano. O termo “Deathrock” apenas estava começando a ser usado neste tempo, e os proprietários dos clubes eram hesitantes em registrar uma banda que se intitulava Deathrock, pois era muito difícil encontrar outras bandas que soavam semelhantes, já que o Punk ainda era muito popular. As bandas eram registradas junto a nomes que soavam ser do mesmo gênero, mesmo que não fossem na maioria dos casos.

O Deathrock em São Francisco Na década de 80 o punk sofreu uma reviravolta musical, onde abandonou suas ideologias iniciais e partiu para o Gloomand-Doom, termo usado em São Franscisco para o que agora chamamos de “Deathrock”. O The Nuns, uma das conhecidas bandas Punks de São Francisco é um bom exemplo da inicialização do Deathrock na musicalidade local. Jennifer do The Nuns introduziu visuais mais pesados ligados à cor preta, foi quando Slink e suas linhas de teclados foram adicionados à banda, criando assim um visual “destruído”. Hoje os The Nuns são intitulados góticos da cena fetiche de Nova Iorque, já não são mais aquela banda de punk conhecida em São Francisco. Apareceram quase como da noite para o dia, as bandas estavam dando forma ao estilo musical que seria considerado Gloom-and-Doom, como: “Altar de Fey”, “Our Lady In Pain”, “Thrill Of The Pull”, “The Gun Club”, e “The Black Dolls”, entre outros. Shadow Image teve suas canções inter-

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pretadas pelos vocais afligidos e hipnóticos de Kathleen. Enquanto as bandas Christian Death e Kommunity FK eram a cena do Deathrock em Los Angeles, o Wages Of Sin era a cena de São Francisco. Kathleen Damon (anteriormente do Shadow Image), transformouse na voz e na cara do Deathrock local. KPIX, o Canal 5 (CBS) transmitiu uma entrevista e uma

apresentação de Kathleen e Wages Of Sin para um programa semanal chamado “Notes To My Parents”. Ela Dissipou a agitação da mídia sobre jovens (no pensamento do povo) que cometiam o suicídio em shows de Deathrock. Kathleen foi perguntada porque desgastou o preto, e ela respondeu: “Eu sou quem lamenta as pessoas que estão indo à morte”. Após a KPIX de São Francisco, Kathleen foi entrevistada por Alan Hunter em seu programa chamado “Basement Tapes” da

Colagem de Randon


MTV, onde seu video “In The Shadows” era transmitido. O Wages Of Sin e os artistas do selo Vusic Express, participaram da mesma coletânia de videos que uma outra popular banda de deathrock, a Kommunity FK. Este vídeo foi espalhado por 500 clubes noturnos de todo o país durante mais ou menos um ano, e igualmente por vários países do globo. Kathleen começou a difundir então um evento chamado “Curse Of Friday The 13th”, caracterizado por muito Dea-

throck, Gótico, e por grupos de rock comparados aos ascendentes da Batcave. Os Eventos ocorriam somente nas sextasfeiras. Os promoters do Wages Of Sin sentiram que estavam compatíveis com a cena, pois estavam sendo comparados a The Cramps, The Church, 45 Grave, Savage Republic, The Nuns, Camper Van Beethovan, entre outras, o que os levou à um show na Vis Club em São Francisco, aberto pela banda Faith No More.

A relação com a Batcave

Em torno deste mesmo período na Europa, acontecia uma cena num clube chamado Batcave, similares as festas da “Curse Of The Friday The 13th”. Ollie Wisdow, vocalista da banda Specimen, abandonou as festas da Batcave e igualmente a si mesmo, então Ollie decidiu vir a São Francisco, com o intuito de reformular o Specimen. Ollie Wisdow se supreendeu com o talento do guitarrista Smeg, da banda local Wages Of Sin, dos membros da banda Until December e do popular teclista Gere Fenelli. O Specimen nunca foi registrado como uma banda Gótica ou Deathrock, e Ollie Wisdow não representaria tais etiquetas. Ollie disse uma vez a seu agente: “Você sabe, eu usei o termo para registrar todas as bandas na Batcave, e quando algumas bandas me ligavam e diziam: -nós somos a banda perfeita para a Batcave. Eu respondia: Eu

não os quero!. Pois eu quis promover uma banda nova, que não tivesse relação com qualquer tipo de rotulação.” E agora, o que Ollie têm a dizer sobre o próprio rótulo “Batcave”? Ollie Wisdow disse “Era o meu clube em Londres com os sacos de lixo pendurados no teto, e as pessoas o amavam, mesmo que a maioria das pessoas não considerassem aquilo uma cena.” O Specimen permaneceu em São Francisco por aproximadamente dois anos, e encerraram definitivamente as atividades porque Ollie teve que voltar para a Inglaterra. São considerados por muitos um dos fundadores do gênero Gothic Rock, sua música “Kiss Kiss, Bang Bang” é um Glam-Goth clássico. As coisas nunca mais foram as mesmas em São Francisco depois que o Specimen partiu.

A breve volta do Wages of Sin

Death. Logo depois fizeram uma performance no popular clube de deathrock chamado The House Of Voodoo. Foi a única banda a tocar lá em 2003, e a última banda a tocar no Big Heart City em São Francisco antes do edifício ser demolido.

Após um hiato de 12 anos, o Wages Of Sin se reuniu para tocar no Haight St. Fair no dia 10 de junho de 2001 em São Francisco, com Jefferson Starship, seguido por uma apresentação de Gitane Demone do Christian

Wages Of Sin

Kathleen era além de vocalista da banda Wages Of Sin, uma poetiza, e teve um grande número de poemas publicados em todo o Mundo.

Random era um guitarrista muito talentoso e versátil, ele combinava amplificadores Marshall, efeito de guitarra GNX4 e uma Fender Strato para criar sons que ninguém havia ouvido ou criado antes. Tocou para o Hell’s Angels e com Carlos Santana. Random soa como Jimi Hendrix, Tommy Bolin e Jerry García com uma pitada obscura e psicodélica.

Agora o Deathrock é um fenômeno Mundial, entretanto, a cena de São Francisco é negligenciada de algum modo nos periódicos, revistas e até mesmo na Internet. Muitas das melhores bandas de Deathrock se originaram em San Francisco, algumas morreram ou apenas desapareceram. São Francisco tem tudo, com exceção do esquecido - contudo ainda há muito a se dizer…

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Hall da escória com The Skelletones

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Em meados de 2005 o Gago, a Dany Monster, a Mara Huwe e sei la mais quem, estavam organizando um evento que fosse formado por bandas punks e deathrock, o que acabaria se tornando o atual Visceras Festival. O único problema foi que faltavam bandas de deathrock pra participar no evento. O Sarna (Guilherme, ex-vocal do Demonoids, atual guitarrista de uma banda de rockabilly que não lembro o nome agora) topou em formar uma banda de deathrock pra participar do evento, confirmando então que a banda participaria. Ele chamou para a banda o Ale Zombaby, Cheng e o Kiko, ex-DRSPs de guarulhos (ou atuais, sei-lá). Com o passar dos dias pediram um nome pra colocar no flyer, e escolhemos The Skelletones, mas ainda tudo isso sem ensaio nenhum. Foi então que Ale Zombaby começou a ficar preocupado, pois sem ensaio teriam que cancelar o show, e faltavam poucas semanas para o evento. Para não

el

biografia

sk

Ale Zombaby

Primeiro Show

ter que cancelar o show, Ale chamou alguns amigos que tocavam musicas de deathrock conhecidas por hobbie,estes foram: o Japa (guitarra), Vadão (baixo), Bill (bateria), Erika (vocal fem.) e o Kiko (teclado), para ensairem algumas musicas covers em poucos dias. A banda foi formada só para não furar o show que já tinha sido confirmado pelo Sarna desde o principio, mas no fim das contas agradando ao publico, foram chamados para participar de outros eventos, e assim o The Skelletones se afirmou como banda.

Parti


line up

influencias

Com o passar dos anos a formação foi sofrendo variações, atualmente os integrantes são: Ale Zombaby (vocal), K-rla (back vocal, teclado), Japa (guitarra), Bisqüi (guitarra), Vadão (baixo) e Thiago (batera).

As influencias da banda vem do deathrock, batcave, pos-punk e gothic rock.

musica

Uma curiosidade que aconteceu com a banda foi um convite ao vocalista Ale Zombaby para participar na turnê Brasileira do Rikk Agnew (ex-guitarrista do Christian Death de Rozz Williams) para cantar justamente as musicas do Christian Death. Foi um show e tanto, inesquecível para quem esteve presente.

No momento a banda só realiza covers, mas já estão no processo de composição para musicas próprias.

curiosidade

Detalhes sobre os eventos de Rikk Agnew na pág.

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Dezembro de 2009

s ne to

Último Vísceras

icipação do Frango

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the skelletones gigografia


Durante as várias décadas de existência do cinema, nenhum estilo se sobressaiu tão bem quanto os clássicos de horror. Tendo início nas bizarras fotografias dos filmes expressionistas , as temáticas foram criando formas ao decorrer dos anos e mudanças culturais. Max Schreck interpretou o imortal Conde Orlok no filme Nosferatu em 1922, este por sua vez, tratava-se de uma adaptação não autorizada de Drácula, obra de Bram Stoker. Já Bela Lugosi foi o homem que deu vida ao personagem Drácula de Bram Stoker nas telas do cinema, considerada a melhor atuação. Infelizmente, dois atores que não nasceram da noite para o dia e não tiveram um caminho concreto na carreira, tendo assim, fins arrastados.


O mais jovem dos quatro filhos de um banqueiro, Bela Lugosi começou a sua carreira nos palcos da Europa em várias peças de William Shakespeare. Mas no entanto tornou-se famoso pelo seu papel de Drácula numa encenação da clássica história de vampiro de Bram Stoker, e teve como especialidade os filmes de horror. Bela Lugosi fugiu de casa com 11 anos, abandonou a escola e engajou-se no trabalho de mineração. Na adolescência começou a atuar em pequenas companhias teatrais. O caminho mais comum o guiou do teatro para o cinema mudo húngaro, atuando com o nome artístico de Arisztid Olt. Porém,

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teve que interromper seu início de atividades no cinema graças à Primeira Guerra Mundial. Há boatos de que ele tenha sido ferido três vezes, assim causando sua futura dependência em morfina para aliviar as dores que seguiram por sua vida inteira. Há também uma versão que diz que ele conseguiu ser liberado do serviço se passando por louco. Ao ser liberado do serviço militar, teve uma vida conturbada. Fez cerca de 12 filmes, casouse pela 1ª de cinco vezes e saiu da Hungria por conta das suas opiniões políticas. Ele se refugiou na Alemanha, mas passou pouco tempo no país e foi para o país onde conseguiu alcançar a fama: os Estados Unidos. Bela participou do teatro na comunidade húngaro-americana, e após algum tempo ganhou a oportunidade de interpretar Drácula numa adaptação teatral escrita por John Balderston. Sua interpretação única e assustadora nesta peça foi que abriu as portas para seu estrelato no cinema. O diretor Tod Browing descobriu e o chamou para interpretar o vampiro em sua versão cinematográfica de Drácula. Este papel deu estrelato a Lugosi, mas ao mesmo tempo o marcou como “um ator de um só papel”. Bela fez vários outros filmes de horror, como também de outros gêneros. Dentre os de horror, merecem destaque Murdes In The Rue Morgue, The Raven, Mark of Vampire, dentre outros. Porém, o ator não conseguiu es-

tabilidade no cinema, e passou a partir de meados da década de 30 a atuar em filmes baratos. Ainda conseguiu papéis bons como em Son of Frankenstein, The Ghost of Frankenstein, The Corpse Vanishes, etc... Porém, estereotipado como “Drácula”, e seguindo o mesmo declínio do gênero na década de 40, no qual os monstros clássicos protagonizavam filmes em que se enfrentavam ou comédias, Bela ficou desempregado. Foi descoberto por Ed Wood, que gravou alguns filmes com Bela (inclusive Ed Wood arcou com vários custos de internação de Bela, consumido pelo vício em morfina). O último filme de Bela Lugosi foi Plan 9 from Outer Space, de Ed Wood. Porém Bela filmou somente uma semana, falecendo no dia 16 de agosto de 1956. Bela foi sepultado com o traje de Drácula a pedido do seu filho e da sua quarta esposa, no cemitério de Holy Cross na cidade de Culver City, na California. Contrariando a crença popular, Lugosi nunca terá pedido para ser sepultado com o traje tendo deixado essa decisão ao filho e à esposa; Bela Lugosi, Jr. confirmaria em várias ocasiões que ele e a sua mãe teriam tomado a decisão. O Horror perdia assim um de seus maiores ícones. Mas Bela Lugosi continua vivo na memória dos fãs do gênero, tendo sido interpretado por Martin Landau, ganhador do Oscar por este papel, no filme “Ed Wood” de Tim Burton.


Filmografia 1917 1923 1924 1925 1925 1928 1928 1929 1929 1930 1930 1930 1930 1930 1931 1931 1931 1931 1931 1932 1932 1932 1932 1933 1933 1933 1933 1933 1934 1934 1934 1934 1935 1935 1935 1935 1935 1935 1936 1936 1936 1936 1937 1939 1939 1939 1939 1939 1940 1940 1940 1940 1941 1941 1941

Az Ezredes The Silent Command The Rejected Woman Midnight Girl Daughters Who Pay How to Handle Women The Veiled Woman Prisoners The Thirteenth Chair Viennese Nights Such Men Are Dangerous Wild Company Oh, for a Man Renegades The Black Camel Women of All Nations Drácula Fifty Million Frenchmen Broadminded Chandu the Magician Murders in the Rue Morgue White Zombie Island of Lost Souls International House Night of Terror The Devil’s in Love The Death Kiss The Whispering Shadow Chandu on the Magic Island Gift of Gab The Return of Chandu The Black Cat The Best Man Wins The Mysterious Mr. Wong The Raven Mark of the Vampire Murder by Television Phantom Ship The Invisible Ray Postal Inspector Shadow of Chinatown Dracula’s Daughter S.O.S. Coast Guard Son of Frankenstein The Phantom Creeps The Human Monster The Gorilla Ninotchka The Saint’s Double Trouble Saturday Night Serials You’ll Find Out Black Friday The Wolf Man The Black Cat Spooks Run Wild

1941 The Devil Bat 1941 The Invisible Ghost 1942 Black Dragons 1942 Dick Tracy, Detective / The Corpse Vanishes 1942 Frankenstein Meets the Wolfman 1942 Bowery at Midnight 1942 Dick Tracy vs. Cueball / Bowery at Midnight 1942 The Corpse Vanishes 1942 Night Monster 1942 The Ghost of Frankenstein 1943 The Return of the Vampire 1943 The Old Dark House 1943 The Ape Man 1943 Ghosts on the Loose 1944 Matinee Double Feature

1944 Return of the Ape Man 1944 Zombies on Broadway 1944 One Body Too Many 1944 Voodoo Man 1945 The Body Snatcher 1946 Genius at Work 1947 Scared to Death 1947 Dick Tracy Meets Gruesome 1948 Abbott and Costello Meet Frankenstein 1952 Bela Lugosi Meets a Brooklyn Gorilla 1952 Old Mother Riley Meets the Vampire 1953 Glen or Glenda? 1955 Bride of the Monster 1956 The Black Sleep 1956 Plan 9 from Outer Space


Max Schreck Maximilian Schreck nasceu no dia 6 de setembro de 1879 em Berlim Alemanha, e faleceu no dia 20 de fevereiro de 1936 aos 56 anos em Munich. Schreck era casado com a atriz Fanny Normann entre os anos de 1910 a 1936 Maximilian “Max” Schreck era um ator alemão, reconhecido Mundialmente por seu papel principal no filme Nosferatu de 1922. A vida de Schreck

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Schreck estudou teatro no Berlin Staatstheater (o teatro Estatal de Berlim) onde se formou precisamente no ano de 1902. Inicialmente fez estágios nas cidades de Meseritz e Speyer, e excursionou então pela Alemanha durante dois anos fazendo pontas nos teatros de Zittau, Erfurt, Brema, Lucerne, Gera e Frankfurt. Schreck juntou-se então à Companhia Max Reinhardt em Berlim. Muitos que participaram de Reinhardt fizeram uma contribuição significativa para o cinema na época. Suas atividades cessaram entre 1915 a 1918, período em que Schreck serviu na Primeira Guerra Mundial. Durante 1919 e 1922, Schreck apareceu no Munich Kammerspiele, incluindo um papel na primeira produção do expressionista Bertolt Brecht, Trommeln in der Nacht. Durante este período, trabalhou paralelamente em seu primeiro filme,

Der Richter von Zalamea, adaptação de uma peça de seis atos, escrita por Decla Bioscop. Em 1921, Schreck foi empregado por Prana Film para sua primeira e única produção, intitulada de Nosferatu. A companhia se declarou falida após o filme ser lançado para evitar pagar a violação dos direitos à viúva de Bram Stoker, o autor do livro Drácula. Schreck interpretou Orlok, um personagem análogo ao Conde Drácula. Em 1923, quando ainda estava Munich, Schreck apareceu em uma comédia surreal de 16 minutos, escrita por Bertolt Brecht com os atores Karl Valentin, Liesl Karlstadt, Erwin Faber, e Blandine Ebinger, intitulado Mysterien eines Friseursalons (Mysteries of a barbershop), dirigido por Erich Engel. Ainda em 1923, Schreck interpretou um homem cego no filme Die Straße (The Street). A segunda colaboração de Schreck junto ao diretor F.W. Murnau do filme Nosferatu, foi uma comédia em 1924, intitulada Die Finanzen des Grossherzogs (The Grand Duke’s Finances). Mesmo Murnau não hesitou em declarar seu desprezo pelas imagens. Em 1926, Schreck retornou ao Kammerspiele em Munich e continuou a atuar nos filmes que sobreviviam ao advento do som, até sua morte 20 de Fevereiro de 1936 de parada cardíaca. Schreck foi enterrado somente no dia 14 de março no Wilmersdorfer Waldfriedhof em Berlim.

Vida Pessoal Schreck e sua esposa Fanny Normann apareceram juntos em alguns filmes, o nome dela era frequentemente creditado como Fanny Schreck. Schreck tinha um irmão chamado Augustin Schreck, pai da sobrinha de Max Schreck, a atriz Gisela Uhlen (nome de nascimento: Gisela Friedlinde Schreck). Curiosamente, schreck é a palavra em Alemão que significa susto ou terror. Vem da palavra schrecken: “para amedrontar, ou aterrorizar”. Os contemporâneos recordam Schreck como um solitário, com um senso de humor incomun e habilidade de interpretar personagens grotescos.


Referências culturais É interpretado por Willem Dafoe no filme Shadow of a Vampire (A Sombra de um Vampiro), filme que mostra as estranhas manias de Schreck durante as filmagens de “Nosferatu”. O nome do personagem Max Shreck que foi interpretado por Christopher Walken em Batman Returns (1992), foi uma homenagem à Max Schreck. Uma referência a NOSFERATU é feita no episódio 36 do desenho animado Bob Esbonja. Filmografia 1920 Der Richter von Zalamea 1921 Am Narrenseil, 2. Teil - Rätsel der Kriminalistik 1921 Der zeugende Tod 1921 Der Roman der Christine von Herre 1922 Nosferatu, eine Symphonie des Grauens 1922 Nathan, der Weise 1923 Mysterien eines Frisiersalons 1923 Der Kaufmann von Venedig 1923 Die Straße 1924 Die Finanzen des Großherzogs 1924 Dudu, ein Menschenschicksal 1925 Krieg im Frieden 1927 Am Rande der Welt

1927 Ramper, der Tiermensch 1928 Doña Juana 1928 Der alte Fritz - 2. Ausklang 1928 Luther 1928 Scampolo 1928 Rasputins Liebesabenteuer 1928 Wolga Wolga 1930 Ludwig der Zweite, König von Bayern 1930 Das Land des Lächelns 1932 Peter Voss, der Millionendieb 1932 Nacht der Versuchung 1932 Die verkaufte Braut 1932 Fürst Seppl

1933 Muß man sich gleich scheiden lassen 1933 Eine Frau wie Du 1933 Roman einer Nacht 1933 Fräulein Hoffmanns Erzählungen 1933 Der Tunnel 1933 Ein Kuß in der Sommernacht 1933 Das verliebte Hotel 1934 Peer Gynt 1935 Knockout - Ein junges 1936 Mädchen, ein junger Mann 1936 Donogoo Tonka 1936 Die letzten Vier von Santa Cruz




resenhas

new grave

Dead Candy – Splitterfrieden [2009]

The Cemetary Girlz – Smoke My Brain [2009] Deathrock Francês criado pelo DJ ALien S. Pagan em 2006, com Manu Zorch (Zorch Factor, Camp Z, ex Sleeping Children) e Romeo (Ex Wallenberg , Ex Sleeping Children). Em 2007 lançaram uma Demo “DIY” de 5 faixas, lançada no selo virtual Zorch Factory Records que teve uma ótima repercução após o primeiro show em agosto de 2007. Após várias turnês pela Europa, a banda lança agora o Debut Smoke My Brain com 13 faixas, trabalho minucioso e muito bem produzido, destacando as faixas: Death Has Tasted The Blood, Sleeping Screams, Broken Teeth e La Morte. Hoje o Line-up da banda é: Dj Alien S Pagan : Voice, All Lyrics, Artworks, Manager/Promoter; Little Spigaou : Guitars; Elvira : Bass e Diva Re (Deachovsky) : Drums. (Alien S. Pagan estará no Brasil em Junho, discotecando no Evento WoodGothic II.) >Saiba mais

A banda Alemã Dead Candy é formada por Robin Sane (Robin Sane & The Strange Eyes, Ex-Jellin Sane, ExLessCupid) e Lestan Zeroe (Zeroe, ExLithium, Ex-LessCupid) no ano de 2005, onde começou apenas como um projeto ou uma brincadeira, porém as composições foram crescendo e em 2008 lançam seu Debut intitulado Post-Mortem com 14 faixas, trabalho “DIY”. Em 2009 lançam o Splitterfrieden oficialmente pelo selo virtual Zorch Factory Records, são composições mais arranjadas, um trabalho mais maduro da banda onde a sua musicalidade navega entre o GothPunk e o Experimentalismo, adotando grooves diferenciados. A banda é influenciada por nomes como: Bauhaus, The Cure, Die Toten Hosen e Joy Division, porém sua musicalidade não permeia entre eles. Dentro do Splitterfrieden podemos destacar algumas faixas, elas seriam: Traum Der Gotten, Splitterfrieden e Flieder. Este não será, definitivamente, o melhor do Deathrock que você vai escutar. >Saiba mais

Sistema de votação

Feio!

Bonito!

Lindo!

formação completa. Lançaram então uma Demo-ensaio intitulada de Primeira Ejaculação de apenas uma música, e após um longo período de “hiato” a banda retorna, faz sua primeira apresentação em janeiro de 2010 e dia 10 de Abril será lançado este EP da banda intitulado Hall da Escória de 5 faixas. A musicalidade da banda gira em torno do Deathrock e suas variações cronológicas, porém mais embasado no tradicional, sendo influenciada pelos nomes: 45 Grave, Christian Death, The Undead, Mighty Sphincter, Crippled Ballerinas, The Madhouse e Luiza Fria. É impossível dizer ao certo se banda anda na ativa ou não, pelos problemas ocorridos recentemente, mas podemos citar o seu último Line-up que contava com Sonâmbulo no vocal, guitarra (estúdio) e programação; Nebula71 no baixo; Pinhead na guitarra (ao vivo); Carne Seca na programação (ao vivo) e Rasputina na guitarra (estúdio). Dentro deste EP já podemos destacar as Faixas Igreja Do Sexo, A Dança Das Caveiras e Surf Aliens. >Saiba mais

Los Carniceros Del Norte – Poe Is Dead [EP 2009] Igreja Do Sexo – Hall Da Escória [EP 2010] A Igreja Do Sexo nasceu em meados de 2007 com Sonâmbulo e Rasputina, mas só tomou forma em 2008 com a

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A banda foi formada com o intuito de homenagear o Cinema do Horror em suas canções, muito bem esclarecido em sua primeira Demo intitulada de 13 Cuchilladas, foram 13 faixas, cada uma inspirada em um filme diferente, pois bem,


chegou a hora de uma homegem mais centrada, chegou a hora de Edgar Allan Poe. As músicas do EP foram inspiradas nos filmes dirigidos por Roger Corman sobre as histórias de Poe, são elas: El Gato Preto, El Cuervo, La Mascara De La Muerte Roja e El Pozo E El Pendulo. O primeiro impacto da audição deste EP não é muito bem vinda, pelo fato da banda se distanciar um pouco da musicalidade de suas primeiras Demos, os sons estão mais leves, perderam um pouco da pegada mais Punk, porém muito bem distribuídas nas temáticas propostas, o que vale muito a pena a audição do mesmo que também está disponível para download grátis no selo virtual Zorch Factory Records. >Saiba mais

Sudores De Muerte – Luz De Gaz [2008] O Sudores de Muerte já está a algum tempo espalhando o bom humor-negro nos lados da Espanha, mais precisamente em Murcia. A banda foi formada em 2005 por Pompas Funebres e Catalepsia (duas mulheres cansadas da situação da cena pop), onde se juntaram ao baterista Desenterrador, juntos formaram também o selo Zombito Records que atualmente abriga um total de quatro bandas. Luz De Gaz é o terceiro trabalho da banda, onde eles calcaram definitivamente o estilo/proposta da banda em questão, definiram como “Necromugre”, sendo uma mistura de Punk Garagem com Post-Punk mesclados geralmente à uma sonoridade mais retrô, embora suas influências vão muito além, podendo citar o Rock-and-Roll, Country, Glam, Psicodelia, New-Wave e até mesmo o Black Metal. Luz De Gaz é um trabalho que trz um diferencial muito bom para a cena Dark, destaque para as músicas Canción Triste, Yo Disparé a SDM, Desentierro e Mi Hermana Garrapata. >Saiba mais

Murnau’s Playhouse – Sanity Show [2009] O Murnau’s Playhouse foi uma das bandas que me impressionou quando escutei-a pela primeira vez, trata-se de um grupo que surgiu em 2007 na cidade de Tampere na Finlândia. Tudo começou quando o guitarrista Marko se juntou ao baixista Ville, simplesmente para ensaios esporádicos, onde consequentemente compunham várias canções e adquiriam o felling tão desejado, a idéia foi se fortificando com a entrada dos outros músicos, até a gravação da Demo em 2008. Lançado no ano passado, o Sanity Show teve uma grande repercução sendo nomeado o melhor album do ano no site Deathrock.com, um álbum cheio de fellings e composições muito bem feitas, entrelaçando-se em composições unem o Post-Punk, Old School Gothic Rock com pitadas do Deathrock tanto na musicalidade quanto no visual. Destaque para as músicas Sister Violence, White Noise White Light, Her Next Twin, The Blight e Panopticon. >Saiba mais

The Phantom Limbs – Accept The Juice [2009] O The Phantom Limbs talvez seja a banda de Synth Punk que esteja mais agregada aos gostos dos Deathro-

ckers, pelo fato de suas influencias musicais (Synth Punk, Dark Punk, Deathrock, Experimental, Jazz, Classical) e temáticas estarem profundamente ligadas. A banda teve início no ano de 1999 e acabou em 2005, o Accept The Juice é uma compilação de todos os EPs, de músicas que apareceram em coletâneas, demos, unreleaseds e músicas ao vivo. O CD acompanha o DVD chamado Whole Loto Love que conta com apresentações ao vivo da banda ao decorrer da carreira entre 1999-2004, além de um material bônus. Sem mais delongas é um trabalho completo, o material mais rico da banda que recomendo a todos. O vocalista Hopeless possui outro projeto musical nos mesmos moldes do The Phantom Limbs, chamado Loto Ball (http:// w w w. m y s p a c e . c o m / lotoballshow), também muito aconselhável. Destaque para a obra completa. >Saiba mais

Scary Bitches – The Island Of The Damned [2009] A banda Scary Bitches foi formada na Inglaterra no ano de 1998, sua sonoridade mescla a pura lata do Gothic Rock inglês à temática extremamente sarcástica e o humor negro. A banda é formada atualmente por Alma Geddon (Vocais e Guitarra), Dread Rasiid (Vocais, Teclados e Saxofone) e Bet The Linher (Vocais, Percussão e Bateria), além de contar com dois dançarinos para performances ao vivo se transformarem em algo mais teatral, voltado para o culto aos filmes-B e ao Halloween. The Island Of The Damned está com ainda mais pitadas do eletrônico que os outros albuns, o que vezes um ou outra se torna sim um empecilho pela forma que é adicionada, exagerado. Destaque para as faixas The Island Of The Damned, Fifteen For The Bogeyman e Bats.

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basement tapes Martyr Whore – Roseydolvelt Ballet [1995] Crónica Negra – Crónica Negra [1984] Uma K-7 de cinco faixas, este é o único trabalho da banda que se formou em meados de 1983 na cidade de Valladolid, muito conhecida por ser a primeira banda de After Punk (termo espanhol para Post-Punk) a ingressar na gravadora Valladolid 83. O início da banda se deu devido a fragmentação de dois grupos punks da cidade, Os Analgésicos e os Desidentes, que deixavam para traz a etapa punk de Pistols, Dead Kenedys, Crash e aderiam às influências de Joy Division, Iggy Pop, Exploited, Killing Joke, Bauhaus etc. O grupo era formado por Anselmo Pérez no vocal, Paco Alvarado na guitarra e back-vocal, Miguel Alegrena na Batería, Aurori (noiva de Anselmo) no sintetizador e back-vocal e Moncho no contra-baixo. E apesar deste ser o único trabalho da banda, é um ótimo grupo Espanhol de After Punk, destacando as faixas: Gérmenes Nocivos, Brujas e Entusiasmo Flagelado. > Saiba mais

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Roseydolvelt Ballet foi lançado pelo selo Alemão Apollyon no dia 19 de maio de 1995, e apesar deste longínquo lançamento, Martyr Whore tratase de uma grande banda Francesa de Deathrock. Muitos consideram este lançamento como sendo o sucessor de “Only Theatre Of Pain” ou “Theatre Of Pain Part 2”, mas apesar desta comparação, podemos dizer que se trata de uma banda com diferencial e identidade própria, já que seu instrumental balança entre baterias groovadas e guitarras de riffs solados estridentes, num puro culto aos filmes B. Martyr Whore conta com Lloyd Amant nos vocais e baixo, Hendrick Gerace na guitarra e David Boniol na bateria. Infelizmente é uma banda que não dispõe de muita informação sobre seu início, sua música e seu fim, mas que vale a pena conhecer sobre o pouco que tem. Roseydolvelt Ballet é o primeiro trabalho do Martyr Whore, um grande trabalho, e nele podemos destacar as músicas: Frezzing Conspiration, Frustration Drama, Dolls Amitabha entre outras. >Saiba mais

Phaidia – In The Dark [1985] Phaidia foi uma banda japonesa de Deathrock, formada no início dos anos 80 por Gilly na voz, Kawamoto na guitarra, Ron no baixo e Yoshida na bateria. Com suas linhas de vocais escandalosos, baterias e guitarras poderosas, a banda era influenciada pela música Dark, Post-Punk e Deathrock, criando assim o que na época chamavam de Gothic Rock enérgico, com algumas pitadas do punk, isto por sua vez gerou o título de “Os Christian Death Japoneses”. Após lançarem um Fexi Self-Title em 84 pela Rocker Records e logo depois um EP intitulado “Dancing Death”, a banda reuniu um total de dez músicas para a gravação e lançamento do álbum “In The Dark” em 85, o que se tornou um marco na história do Deathrock Mundial. A banda ainda participou de uma coletânea de Yoshida Tatsuya chamada “Devil from the East”, e recentemente foi homenageada com uma regravação da música “Dead End Love” pela banda (também Japonesa) 13Th Moon. “In The Dark” sem dúvida é o melhor trabalho da banda, e remetente direto da musicalidade crescente na época, vai além da simples indicação sonora. > Saiba mais

Savage Republic – Tragic Figures [1982]


Tragic Figures talvez seja o único álbum desta banda que podemos considerar como sendo Deathrock emergente da época, pois o experimentalismo em sua musicalidade levou a banda para outros caminhos ao decorrer de seus lançamentos, apesar da essência da performance tribalista e ritmizada do Post-Punk nunca ter sido abandonada definitivamente. Dentre a musicalidade da banda, podemos citar ainda o Industrial e o Art-Punk, influenciada pelos nomes Glenn Branca, Can, DNA, Amon Duul, PiL, The Pop Group, Joy Division, Throbbing Gristle, Cabaret Voltaire, The Ventures e Flipper. A banda teve seu retorno em meados de 2008 com seu line-up totalmente alterado. >Saiba mais

Super Heroines – Cry For Help [1982] Assim como Christian Death e 45 Grave, a banda Super Heroines ajudou a formular o Deathrock nos anos 80. Formada em 1981 por Eva O. (The Speed Queens, Christian Death, Shadow Project) nos vocais e guitarras, Jill Emery nos baixos e China na bateria. A banda então participa da famosa coletânea “Hell Comes To Your House” com 2 faixas “Death On The Elevator” e “Embalmed Love”, e antes de gravar o álbum “Cry For Help”, Eva O. participa das gravações do Álbum “Only The Theatre Of Pain” do “Christian Death” fazendo backing vocal. A idéia da Super Heroines era fazer um som agressivo influenciado pelo Punk Rock, Gothic Rock e pitadas do Metal que tomava forma no fim dos anos 70, tornando-se uma das bandas mais conceituadas no underground macabro, dando à Eva O. o título de Rainha das trevas (Queen Of Darkness). Destaque para as faixas: Beast, Convicts e I’m Not Here. >Saiba mais

The Undead – Act Your Rage! [1989] Bobby Steele entrou para o Misfits em novembro de 1978 como guitarrista, e com apenas nove dias de banda já estava nos palcos fazendo shows, porém em outubro de 1980 foi substituído por Doyle. Imediatamente formou o The Undead, que abriu um show para o Misfits em dezembro de 1981. A música do The Undead nasceu no meio Horror Punk, mas vai além, mesclando-se diretamente ao puro Punk Rock e ao Deathrock como é o caso da música Hollywood Boulevard. Act Yor Rage! é um album empolgante, um dos melhores trabalhos de Steele, podendo destacar as faixas: Evening Of Desire (Clássico), Undead e Social Reason. O Deathhawk já tomava formas mais concretas no visual de Bobby Steele, ele deixava a costeleta sob o Moicano, difundindo mais esse novo conceito. >Saiba mais

The Voluptuous Horror Of Karen Black – A National Healthcare [1992] Essa esquisita banda foi formada entre 1990-91 por Samoa e Kembra Pfahler, sua sonoridade é voltada na velha mistura Deathrock, uma junção do Glam-Punk com temáticas bizarras e de horror. As performances da

banda são teatrais, mesclando elementos do bizarro, do sensual e do pornográfico. Kembra Pfhaler é conhecida por suas participações em filmes do Cinema da Trangressão na década de 80, trabalhando com Nick Zedd e criando até filme próprio. Pra quem curte mais essa pegada GlamPunk vai se interessar por essa banda tão misteriosa. A National Healthcare é o primeiro trabalho do grupo, podendo destacar as faixas: Alaska, Dionetics, One Man Lady e Isis Water. >Saiba mais

Wreckage – Cryptology [The Best Of 1988-2001] Wreckage é uma lendária banda do underground Californiano, antes conhecida como Like Wreckage, existiu exatamente entre os anos de 1988 e 2001, onde enfrentaram altos e baixos a respeito de formação e musicalidade, alguns membros montaram a segunda versão de Screms For Tina enquanto Lestat fundou o Ghost Train. Este Best-Of intitulado Cryptology nos remete à perfeita cronologia musical da banda, nele está incluso um EP nunca lançado, gravado ainda sob o nome de Like Wreckage. A musicalidade da banda é o Deathrock da segunda metade dos anos 80, mais calcado no Gothic Rock e Pos-Punk, soando como uma mistura de Screms For Tina e Chop Shop. Destaque para as faixas: Like Wreckage (Clássica), Burning Waters, Bodycount Jive, Believe, Phoenix Rising e Wait For The Blackout. >Saiba mais

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Dinah Cancer

Biografia

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inah Cancer é o nome artístico de Mary Simms, vocalista da conhecida banda 45 Grave, uma das fundadoras do gênero “Deathrock”.

A primeira banda de Dinah Cancer participou foi o Castration Squad, uma banda Punk só de mulheres formada por Alice Bag do The Bags, nesta banda ela atuava pelo nome de Mary Bat-Thing. Dinah Cancer ainda participava da banda Vox Pop e fazia back-vocals para o Nervous Gender em 1980. Em 1981, a 45 Grave foi formada, junto ao baixista Rob Graves do The Bags, do teclista Paul Roessler que tinha participado do The Screamers e do Nervous Gender, e Don Bolles que tocava bateria para o Nervous Gender e The Germs. Com a adição de Paul Cutler na guitarra, a banda encontrou o sucesso com a liberação de seu primeiro single “Black Cross” em 1981, e em suas contribuições para a coletânea “Hell Comes To Your House”. São considerados um dos fundadores do gênero “Deathrock”, e ajudaram a formular o som e a estética da cena que viria a ser chamada de Gótica. Dinah Cancer viveu com Nikki Sixx do Mötley Crüe por um pe-

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diversos convites de pessoas para voltar ao ramo da música por vários anos, até sentir que suas filhas eram bastante crescidas para compreender o que fazia.

ríodo de tempo no princípio dos anos 80, antes de se casar com Paul Cutler, quando ambos eram membros da 45 Grave.

Eventualmente, Cancer se juntou à banda Penis Flytrap, que liberou um álbum antes que ela e o baterista Hal Satan deixassem o grupo para formar o “Dinah Cancer And The Grave Robbers”, o que viria a ser uma nova versão do 45 Grave, com Lisa Pifer (baixo), L. Ron Jeremy (guitarra solo), Kenton Holmes (guitarra base) e Stevyn Grey (bateria). A última aparição consideravelmente influente do 45 Gra-

ve, foi na trilha sonora do filme “Night Of The Demons” (A Noite Dos Demônios), um remake do clássico de 1988, lançado recentemente em fevereiro deste ano. (não confundir com “Night Of The Demon”, filme Inglês de 1957)

O 45 Grave se desmembrou em 1985, entretanto, devido ao sucesso do LP “Autopsy” lançado em 1987, a banda é reformada, e no próximo ano começam as gravações de um novo albúm, “Only The Good Die Young”, lançado em 1989. A banda sofreu uma parada permanente com a morte de Rob Graves em 1991, que sofreu uma overdose de heroína. Dinah Cancer casou-se novamente e momentaneamente, onde teve duas filhas, Ilse e Eirika antes de separar do seu segundo marido. Após sua segunda separação, Cancer voltou a usar seu nome de nascimento, Mary Simms, e centrou toda sua energia para a criação de suas filhas. Tornou-se professora do desenvolvimento da infância, e durante este período sua música foi trilha sonora do filme “A Volta Dos MortosVivos”. Resistiu a

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Entrevista Com Dinah Cancer

IcztoNoEcziste: O que você pode dizer sobre sua vida musical atualmente? Como tem sido e o que você tem feito? Dinah Cancer: Acho que sintia falta de cantar algumas musicas do 45 Grave. Lancei o Graverobbers, só pra ver se ainda existia algum interesse no 45 Grave. Primeiro, acharam que era um rumor que a Dinah Câncer estivesse de volta e que o fantasma do 45 Grave estava rondando, então levou um tempo para “renascermos”. Os shows são legais, a multidão cresce e canta junto… A internet realmente ajuda. Como algumas fotos nossas e alguns albuns estavam fora de catálogo, muitos fãs pediam por fotos antigas, musicas, letras e informações sobre o 45 Grave, então eu construi alguns dos sites que estão pela internet para atender a esses pedidos. Alem disso, eu acabei divulgando algumas fotos pessoais e ideias sobre o 45 Grave. Agora as pessoas podem me contatar e saber quem é a voz por trás de “Partytime” do filme “Return of the Living Dead”. Como dizem alguns dos meus amigos: “quem não quer ver uma mulher sexy, e ela está coberta de sangue”.

Por: Madie Munster Continuando com o horror, fui chamada para trabalhar na trilha sonora de uma re-filmagem de “Night of the Demons”, dos anos 80. As filmagens que vi foram engraçadas, e a nova música será lançada com o filme agora em 2010. Seios, sangue, demônios, festa... parece uma noite bem divertida para mim, e é bom fazer parte disso. I.N.E.: O que você pode dizer sobre “Dinah Câncer and the Graverobbers”? Dinah: Em torno de outubro de 2003, fiquei pensando em formar uma banda. Isso foi mais um sonho do que realidade durante um tempo. Fiquei brincando com essa idéia, até que, tivemos alguns problemas com a banda que me acompanhava no Penis Flytrap, e então os convidei a sair da banda educadamente. Tocar com eles era difícil e também uma chatisse, então o Hal veio comigo para o novo projeto, e em janeiro, começamos a procurar novas pessoas para a banda. Em fevereiro achamos um guitarrista, Daniel De Leon, das bandas The Rezurex e the Deep Eynde. Do Die Young veio Chris Gultch no baixo. Era pra ser um tributo ao fantasma do 45 Grave, eu queria tocar umas músicas antigas que algumas pessoas haviam me pedido. Dê aos fãs o que eles querem! E agora vocês tem a nós, com nova formação! Dinah Cancer nos vocais, Daniel na guitarra, Hal Satan na bateria e no baixo Lisa Pifer, das bandas DI, Nina Hagen e Snap-her. I.N.E.: Você tem contato com fãs brasileiros? O que você acha do pessoal que curte

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I.N.E.: Você foi uma das inspirações da cena gótica/deathrock/horror. Quando e o porque da sua paixão pelo macabro? Dinah: Eu entrei pro lado negro da força muito jovem. Vampiros e zumbis me atraiam desde criança, e eu queria parecer com eles. Eu também sou viciada em filmes de horror. Eu gosto desse tipo de filme desde que tenho uns 7 anos, quando assistia Frankenstein na TV. Eu também assistia a Família Addams e Os Monstros, que tiveram grande influencia na minha psique. Eu fui estudante de arte durante anos e quando eu desenhava, todos os desenhos tinham boca azul e cabelo roxo. Quando eu ouvi punk a primeira vez, foi como se a musica tivesse sido feita para mim e eu não olhei pra trás. Achei pessoas com as quais me dei bem e musicas que gostei. Eu sabia que não estava sozinha. Isso é quem eu sou. I.N.E.: Qual sua relação com outras bandas, novas ou antigas?

suas bandas ao redor do planeta? Dinah: O 45 Grave não tocava fora dos EUA e do Canadá desde os anos 80. Então tem sido legal viajar para a Europa e ver que tem tantos loucos e tantos “ghouls” em outros lugares. Eu nem queria voltar para casa (risos). Eu tento responder a todo mundo que me escreve, e algumas pessoas do Brasil falam comigo, eu adoraria ir e tocar ai, além de conhecer algumas pessoas. I.N.E.: O que você acha da cena deathrock atualmente? Você conhece outras cenas ao redor do planeta? Dinah: Como em toda cena, tem altos e baixos. Aqui, um grande número de pessoas mudou de Los Angeles, então algumas bandas novas estão saindo. Em compensação, recentemente, alguns clubes novos abriram, então tem sido bem legal. A Europa também tem uma cena boa, conheci pessoas ótimas na Alemanha, Itália, Bélgica e na Cidade do México também. Pessoal divertido de sair junto!

Dinah: Eu ainda tenho contato com a maioria das bandas. Nós crescemos juntos e éramos uma grande família demente. A maioria deles ainda faz turnê, então, quando podemos, saímos juntos. Eu falava muito com o Rozz antes dele morrer (RIP). Eu ainda tenho contato com o povo do Black Flag, Misfits, Sisters of Mercy, The Damned. Sim, eu ainda falo com todos eles e de vez em quando almoçamos juntos. I.N.E.: E como foi “voltar a ativa” com as bandas depois de um tempo cuidando dos seus filhos e trabalhando. Soube que você recusou alguns convites para shows, então como foi voltar às baladas e shows? Dinah: Sempre estive envolvida com a cena, mesmo nessa época, apenas não fazia shows. Às vezes você cansa, o 45 Grave tinha muitos conflitos e nos separamos de uma maneira ruim. Então dei um tempo a mim mesma. O 45 Grave acabou, e a morte do Rob Graves me deixou vazia e nenhuma música saia. Eu estava grávida da Ilse, minha mãe veio morar comigo, e eu abri uma loja de ocultismo. Eu não conseguia sair tanto. Fiz isso por 6 anos e depois comecei a voltar para a musica. Ia para shows e clubes, mas não era sempre. Eu ainda

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pintava meu cabelo e me vestia de preto. Você não pode deixar a musica, a musica fez parte de você em algum momento, e isso te puxa de volta. Foi quando eu comecei a trabalhar com o Penis Flytrap. Eu sei que isso me faz feliz. Esse ano, farei 50 anos, e eu ainda tenho meu cabelo roxo e ainda estou vestida de preto. Apenas com mais rugas. Deathrock até a morte! I.N.E.: Como você se sente com relação a músicas suas fazerem parte da trilha sonora de um dos filmes thrash mais conhecidos? Como você mesma disse, aposto que muitos gostariam e saber de quem é a voz por trás de “Partytime” (haha). Dinah: Animada, chocada, um monte de emoções vêm a tona. Nós fomos ao set de filmagens de Return Of The Living Dead aqui em Hollywood com a equipe e o elenco. Eles nunca nos disseram como a música seria usada, e eles a usaram em todo o filme de uma maneira muito legal. Isso nos surpreendeu. Mas eu tive de reescrever a letra para o filme. Bem, eles adoraram a musica, mas a companhia que fazia o filme não gostou da letra, então a gravadora me perguntou se eu poderia mudar a letra para a trilha sonora. Então fizemos a versão “zombie”. A história da criancinha abusada não caiu muito bem com eles. A gravadora nem leu nada e nem quis saber, essa letra é baseada numa história verdadeira que eu li em uma revista sobre crimes. A insanidade e a crueldade deram as caras. Então a letra de “Partytime” é sobre uma menina abusada, mas foi escrita como um tributo a ela, a pequena Sabine. A letra é sobre

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o que a família fez com ela, e como ela não merecia isso. Quando voltei a fazer shows, você não tem idéia de quanto o filme teve impacto nas pessoas. Eu tive fãs que disseram que foi a primeira música de filme que eles ouviram. Eles podiam cantar Partytime pra mim. Eles procuraram por outros albums. Isso foi e ainda é um momento de orgulho a ser associado com o elenco e a equipe do filme. Ao longo dos anos, eu procurei pelo elenco do filme em convenções. Nós trocamos autógrafos. Eu fui à festa de aniversário do filme no antigo Egyptian Theatre, em Hollywood Boulevard, em 2005. Era a re-gravação do ROTLD em DVD. Finalmente, achei Dan O”Bannon, Beverly Randolf e os outros membros. Me pediram para falar sobre “Partytime”. Minha resposta: “vocês não tem idéia do impacto que tem na vida das pessoas quando decidem trabalhar em um projeto. Eu espero que isso venha a ser um blockbuster ou um ícone cult.” Eu fui sortuda de ser associada à um ícone do cinema cult, e ainda me sinto orgulhosa por fazer parte da história do cinema. I.N.E.: E a trilha Sonora de “Night of the Demons”? Como foi fazer parte de uma trilha sonora novamente? Dinah: Eu estou feliz em trabalhar na indústria do horror novamente. Eu amo esses filmes e adicionar a isso minhas músicas é fantástico. E o resto da banda está super animada. Isso faz uma diferença monstruosa em tudo. O filme será lançado em setembro de 2010, e nossa nova música “Night of the Demons” está agora nos shows, bem como outros sons novos. Tenho uma boa notícia pra você, o diretor e coroteirista do NOTD Adam Gierasch nos enviou um e-mail com a lista de bandas que farão parte da trilha e uma pequena sinopse do filme, que conta, entre outros, com as atrizes Diora Baird (The Texas Chainsaw Massacre), Shannon Elizabeth (American Pie), Monica Keena (Dawson’s Creek) e os atores Jonathan Beach, Michael Copon (One Tree Hill) e Edward Furlong (A Outra História Americana e Extermina-


dor do Futuro 2). (Veja sinopse e lista de bandas no fim da página). I.N.E.: Por fim, o que você acha da possibilidade de tocar no Brasil? Dinah: Eu adoraria fazer uma turnê no Brasil. Conheci ótimas pessoas do Brasil quando tocamos na Cidade do México, alguns anos atrás. Foi uma apresentação ótima e uma multidão que estava louca por diversão e por “undead music”! Todos tiveram uma noite ótima e macabra. Mantendo o espírito vivo. Isso está nos frios e negros corações que mantêm isso vivo. O fantasma do 45 Grave está chegando.

SINOPSE “Angela Feld (Shannon Elizabeth) prepara a maior das festas de Halloween, na infame mansão Broussard, em Nova Orleans, onde eventos estranhos aconteceram a erca de um século. Mas quando a polícia surge na festa e quase todos são presos, os únicos que ficam para trás são Ângela e seus amigos. Logo os adolescente fazem uma descoberta um tanto quanto macabra na casa, e então os eventos inexplicáveis começam a acontecer. Os portões da mansão se fecham misteriosamente e os adolescentes se vêem presos durante a noite... e logo eles se deparam com a necessidade de lutar contra antigos espíritos comedores de carne humana.”

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a r pra c i d e p tidos a ... e m o r t in tou Fomos ikk, ele acei R tour do

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foi orte, porque s s o m e v ti ro Alejand Bem, eu e o ora... er e surgiu na h o Rikk iria faz e uma coisa qu u q o o d tu par de Rikk Estavamos a os passos do r a h n a p m o c os a no Espaaqui, resolvem a Sexta feira n le e d w o ré h s me diz, o luga o e fomos ver o n o ri p ró p o Como s voltaço Impróprio. tecem evento n o c a e u q , o asm ge. Dai imagin d “pequeno” me e t h ig a tr /S lico HC k para do para o púb abordar o Rik e d il c fa is a am mos que seri ikk, ontramos o R conversar. c n e , s o m a g che mputaLogo quando nte de um co e fr a n o d n ta n ndro uanto o Aleja ele estava se q n e e h c n la dir um portunidor. Eu fui pe esperava a o r com dade pra fala voltei, ele e quando uma presenciei ouco cena um p ikk cômica... o R se estava qua O DORMIND o na frente d v ta PC, es a pescando de sono,


ocou a musica Am to a d n a b a r, çamos a ri da banda Adoleos a ele o m ss e ce s u is d (S to então come a e b u e q s banda gem e fomo paravamos para tinhamos uma re p e u s k q o c N criamos cora ro ). th ts a n e te ce d n over de da Dai pra fre cava varios c ue cantar, mas na empolgação falar com ele. q e . r.D e v C n s o c o vam fotos, inclusive toca ra acabou matiramos umas com le a to g n s a ju a r , s ta ca o n si a rs ú c e m div riamos de samos sobre k, e ele se neceitou a ik a fos gosta R o ra le g e o d tó e n u u a q ca u s o o ch , foi entã suntos, pedim a cona que ele s e m continuar a tocar. a a ara, mas com is u c o o p g e e d d ia o e g a id lo d e ito frustrados, u um forresto da ban m o s u o o e ir u tim v q n e se s d s o o o m diçã estáva o Fred N sta da banda ri te ente pedindo aceitasse. Foi então que a g b e o d e u o q ir e té u e a mig grand para apareo Alejandro ja veio para nos dar uma te n e g a u o id e vi c n autografos, e a co k oal da banda adutor do Rik go para canin m o d o força e o pess ra n a s p tinha virado tr o s o rm s ce os ancio u. Ja estavam to e s n pelo acaso. o c s o o ã n a v tar. w, to ele assina meço do sho Enquan idade, ca- o co a h in m a conder a felic s m e o s (c o s m fo ia ra u g g a autó amos noção d s a ele h o n m ti a s v o ta n n e u m rg o muit . neta) pe que era aquilo stian Death ri o h d C o ã r s a n c e to im se iria a banda e d Ele disse qu os um show d . m ti .. s is s w s o h A s gar s no e depois o lu ve tempo , te ro o lt ã A n ê e n u e N rq o não, p lotado o do mpletamente ensaiar com o c ra a a p v te ta s n e ie c ow sufi qui. Nesno para o Sh a a a m d u n h a r b lo a a c d de pessoal uei que ninq n ri b to n e m do Rikk. se mo olganrado as o c e d bastante emp r w te o h ia s v e m d U m é gu tar uando itiram de can ncipalmente q ri p , te letras e desis , (risos)

Aco sas ntece, qu biza rras e com eç por con aram a ta d isso acont ece ... rc

oi-

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Até chegar no domingo, a anciedade aumentou muito, por ser um lugar grande, onde eu nunca tinha ido, e que seria o “principal show” do Rikk aqui. Chegando no CCJ, ele estava sentado perto da porta, as únicas palavras que consegui dizer em inglês pra ele era que tava muito calor mas que iria ser um grande dia... logo eu e o Alejandro fomos preparando o visual enquanto esperávamos pelo resto do nosso pessoal (Karla, Flink, K, Skinny, Ralf, Priscila). Estavamos com um pouco de medo pra saber se iamos mesmo cantar no show, até que fomos reconhecidos pelo cara que trouxe o Rikk pro Brasil, ele ja mandou irmos para o camarim do Rikk, e lá ele ficou super feliz por es-

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tarmos de visual, com o patch do christian death na jaqueta e tudo, foi onde conversamos muitas coisas, muitas curiosidades sobre o tempo em que ele tocava com o Rozz Willams na qual eu vou guardar pra mim (risos). A hora do Show estava chegando, atras do palco ja sentia o friozinho na barriga, o lugar estava lotado, não cabia mais ninguem, nao tenho ideia de quantas pessoas tinham lá dentro, mas pra mim tinha umas 500...quando o show começou foi aquela animação toda, mas ja dava pra ouvir algumas pessoas gritando pra tocarem Christian Death (acho que era o Julho rsrs). Já estava-

mos envolvidos no show, a vez do Alejandro estava chegando, ele entrou no palco, e arrebentou cantando Spiritual Cramp, mas foi no começo da Romeo distress, a maior emoção pra mim, entrei no palco me arrastando, o Rikk pegou minha mão e a beijou, assim como beijou a mão do Alejandro (por causa do refrão da música Kiss on my hands)... Claramente eu via o Rikk emocionado, mas também eu sentia algo de estranho acontecendo no palco, principalmente com o tom da minha voz, foi um ótimo show. Logo após o show, tiramos umas fotos, e vimos o Rikk começar a passar mal, ai entra a parte “polêmica” da história. No dia seguinte, antes da festa VIP que ia ter, fiquei sabendo o que aconteceu depois do show de domingo, o Rikk tinha ido para o hospital, o pesso-


Pra quem quiser conferir, tem 3 videos no youtube, com qualidade de celular, com os nomes de: al que estava com ele, disse que ele começou a falar em alguma lingua estranha (que não era inglês rsrs), e depois que ele voltou ao normal, ele começou a contar histórias sobre o Rozz, e afirmou que isso sempre acontecia quando ele tocava alguma musica do Christian Death, como se fosse alguma maldiçao que o Rozz tivesse jogado na banda antes de morrer, e que se dependesse do Rikk, nunca mais gostaria de tocar essas músicas. Quando ouvi isso, fiquei meio chocado, primeiro que realmente eu sentia algo estranho acontecendo, e segundo que além de termos cantado com ele, participamos no que seria a ultima vez que ele iria tocar Christian Death, ou seja, participamos do fim

Rikk Agnew Spiritual Cramp live in CCJ SP Brazil de tudo isso? eu não acredito. Enfim, o que posso dizer é que ele sempre vai ser bem vindo aqui, quero agradecer a todas as pessoas que foram nos shows, nos deram apoio e nos ajudaram, de coração, foi concerteza uma das maiores emoções da minha vida, e acho que do Alejandro também.

Rikk Agnew Romeo’s Distress live in CCJ SP Brazil Tour Brasileira de Rikk Agnew E logo serão adicionadas fotos no site temporário da Ghouls Club: http://deathrock1919.multiply.com/

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s e d a s d o i t s s o i e r r e cu Como todos sabem, a banda Luiza Fria chegou ao fim no segundo semestre do ano passado. Uma pena, pois foi a banda que conseguiu balançar o Punk Morto, a cena DR do Brasil novamente, uma banda que com certeza ficará na história. Para os fans: Kell Kill planeja continuar com o Deathrock, agora é só esperar e ver o resultado!!!

A banda Gangue Morcego do Rio de Janeiro está gravando novamente, muito em breve teremos mais sons desse projeto maluco da cena DRRJ!!! Os caras fazem um som muito criativo, boa sorte para esse grupo de amigos, espero ansioso pelas novas músicas.

PÉGA EU!

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d n e i f club

O Via Underground, é um projeto com a pura intenção de resgatar a cena alternativa de São Paulo há tempos esquecida como Gothic Rock, Bat Cave, EBM e todas as suas vertentes que sempre foram promovidas por casas noturnas de São Paulo no final da década de 80 e início dos anos 90. Ainda outro de nossos projetos, o Via Nocturna, fundado no ano de 2001, que promoveu o melhor da cena alternativa, passou por diversas casas noturnas tais como: Hole Club, Eletroshock, After Dark (início da casa), Pub Fiction, Susi in Transe, Dynamite, Dj Pub, Inferno Club, Morpheus, Tribehouse, Dr. Phibes, Front 575, Torre do Dr. Zero, DJ Club, Disco B, Inspiral, Aeroflith. Logo depois com uma alta da cena eletrônica que estava por um tempo apagada, foi criado o projeto URBANOISE (2002) com a pura música eletrônica, EBM e suas vertentes, ainda com future pop e power noise, grandes novidades da época. Hoje o Via Underground se encarrega de trazer para o público de São Paulo o melhor da cena alternativa underground agregando os dois projetos e se encarregando de promover as melhores festas nas casas mais requisitadas da região, como o Hotel Cambridge, onde atualmente acontece nosso projeto aos domingos com 4 ambientes, telão, garçons , som de qualidade, enfim, total infra-estrutura.

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necrocomics.blogspot.com


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