21ª Semana da Imprensa e dos Media na Escola

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QUI FAIT L’INFO ? Quem é que faz a informação?  Interrogar as fontes da informação  Interrogar o estatuto e a deontologia dos jornalistas


CARTA A CLÁUDIO FRAGATA

Março de 2010 Prezado Cláudio, No âmbito da semana francesa dedicada aos meios de comunicação social na escola, o livro, Zé Perri, de Cláudio Fragata foi abordado na aula com alunos de 13/14 anos. Interessou-nos o fundo verídico da obra. Interessou-nos também essa designação usada pela Tatiana Belinky na contra-capa do livro, de jornalista-escritor e de escritor-jornalista. Afinal em que é que ficamos? Essa escritora ousa também descrever o seu livro como ‘crônica literária’. A crónica é um género jornalístico, certo? Então, mais uma vez, em que é que ficamos? O seu livro é mais jornalismo? Ou é mais literatura? Não é perigoso misturar os dois géneros? Não corre o risco de decepcionar os leitores (do jornalista) fazendo-os desejarem ter mais verdades do que aquelas que lhes pode dar? Depois de conversar na aula com os alunos sobre estas e outras questões, os jovens foram desafiados a escreverem-lhe algumas perguntas. Pediu-se-lhes que interrogassem a fonte de informação que é o jornalista Cláudio Fragata. No fundo, foram levados a interrogar o jornalista sobre o seu estatuto e a sua deontologia relativamente a uma obra que parte de uma realidade concreta, a existência de SaintExupéry. Aliás, alguns dos alunos relembraram, e bem, que o Cláudio Fragata parece ter não só um interesse especial pelos aviões, como também pelos factos verídicos como matéria-prima da ficção (lembra-se de Seis Tombos e Um Pulinho? Por estas bandas ninguém esqueceu). Não lhe parece que anda a dançar perto do precipício? Os seus leitores atentos


ENTREVISTA ABERTA A CLÁUDIO FRAGATA, um escritor-jornalista

Questão 1. Será que Cláudio Fragata deixou de lado a profissão de

Aluno(s) DDM+GS

jornalista para se centrar no seu papel de escritor? 2. Quantas pessoas teve de encontrar para recolher a

Idem

informação necessária à realização de Zé Perri? 3. No seu livro não há documentos, fotos, nada que comprove

Idem

que St. Exupéry tenha de facto passado por Florianópolis. Como justifica a existência da sua obra? Uma intrujice? 4. Considera o seu livro Zé Perri como uma crónica literária,

EA+DT

uma biografia ou um outro género? 5. Acha que há elementos suficientes para comprovar a

Idem

amizade entre Saint-Ex e Deca? 6. De que maneira a sua visita a Campeche o ajudou a escrever

Idem

o seu livro? 7. Pretende, com o seu livro, que o leitor encontre uma moral

Idem

na amizade entre um piloto-escritor e um pescador ou entre um escritor-piloto e um pescador? 8. Por que se interessou por este assunto a ponto de querer

RT+GH

escrever um livro? 9. Na sua opinião, que interesse pode ter para o leitor ler uma

RT+GH

história sobre a amizade entre St. Exupéry e Deca? 10.St. Exupéry fez escalas em muitos outros sítios. Por que se

RT+GH

interessou pela escala nesta cidade brasileira? 11. Quando foi a Campeche ouviu falar da história que conta? 12.Reconhece-se na personagem de Zé Perri?

CV+CN+TF Idem


13.Foi visitar a família ou o local onde Deca vivia? Porquê?

Idem

14.Escreveu este livro como se fosse um diário da sua visita a

idem

Campeche e um diário da vida de St. Ex? 15.Antes deste livro escreveu Seis Tombos e Um Pulinho sobre

idem

o tema da aviação. Existe alguma relação entre voar e escrever? 16.Tal como no seu livro Seis Tombos e Um Pulinho, em Zé

YM+AG

Perri também encontramos uma figura importante para a aviação. Como explica o seu interesse por estas figuras? Tem a intenção de partilhar com os leitores essas pesquisas sobre figuras da aviação que estão subjacentes aos seus livros? 17.Para escrever este livro foi mais importante a sua atividade

FT+KV

como jornalista ou a sua imaginação? 18.Para si, St. Ex é antes de mais escritor-piloto ou o inverso,

Idem

piloto-escritor? 19.Porquê comparar o encontro de Deca e de St. Ex com o

Idem

encontro do Principezinho e a raposa? 20.Acha que a amizade entre Deca e St. Ex podia ser

idem

verdadeira? Terá mesmo existido? 21.Vê-se mais como jornalista-escritor ou como escritor-

FT+KV+ES+EE

jornalista? 22.Qual das profissões passa em primeiro lugar: jornalista ou

LL+HG

escritor? Porquê? Qual prefere? 23.O facto de ser jornalista ajuda-o a escrever livros?

Idem

24.Quantos anos levou para concretizar esta obra?

Idem

25.Gosta da pessoa St. Ex? Foi uma das razões, gostar ou não

Idem

dele, que o levou a escrever este livro? 26.Quantas e que viagens fez para verificar as informações verídicas do seu livro?

Idem


27.Sabendo que há várias versões sobre a morte de St. Exupéry,

ES+EE

porque escolheu deixar este assunto no mistério e não evocou o testemunho do piloto alemão Hors Rippert1 que pensa ser o responsável pela morte do piloto-escritor francês? 28.A sua atividade de jornalista ajudou-o a escrever Zé Perri? 29.Como é que sabe que Zé Perri era grande amigo do pescador

idem FF+VD

Deca? 30.Prefere escrever as suas próprias histórias ou ser jornalista?

Idem

O que é que muda? Qual delas lhe dá mais liberdade? 31.Onde arranjou a inspiração para escrever este seu livro?

idem

Quais foram as primeiras ideias? Em que pensou? 32.Todas a informações que nos dá no livro são verídicas ou a

YM+AG

sua face de ‘escritor’ levou-o a acrescentar alguma fantasia? 33.Lemos um artigo sobre o alemão que afirmou ter abatido o

Idem

avião de St. Ex. Ouviu falar desse assunto? Se sim, porque não o mencionou no livro? Não acredita nessa história? 34.Ao longo da redacção do seu livro, quais foram os

Idem

momentos mais interessantes para si? A pesquisa das informações ou a conceção da vertente mais poética do livro? 35.Como e quando descobriu a amizade entre Deca e Zé Perri? Porque se interessou tanto pelo assunto, se não há grandes provas materiais da sua existência?

1

Cf http://passouline.blog.lemonde.fr/2008/03/15/saint-exupery-abattu-par-un-lecteur/

idem


Trabalho realizado pela turma de 8º ano da Secção Portuguesa do Liceu Internacional Março de 2010 IC


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