DEZembro / 2017
Simbiose entre Primeiro e Terceiro setores Uma definição recorrente da atuação do Terceiro Setor é o preenchimento das lacunas deixadas pelo Primeiro Setor: o governo. Ainda que seja parcialmente verdade, há muitos casos em que as entidades se unem ao poder público para encontrar soluções para as necessidades da sociedade. Esta tendência vem ao encontro do fortalecimento das instituições solidárias, uma vez que elas estão deixando de ser forças residuais e começando a assumir um papel de proeminência na comunidade. Um exemplo desse tipo de atuação é o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), iniciativa presente em mais de 170 países do mundo, executando diversos projetos em diferentes áreas. Ele ainda oferece apoio na área de Governança
Democrática, incentivando a administração pública para assumir uma gestão modernizada e eficaz, visando à defesa dos direitos humanos. Seguindo esse preceito, o PNUD nutre parcerias com os governos municipais, estaduais e federal para desenvolver práticas de combate à pobreza e à desigualdade por meio da melhoria dos serviços públicos. Além disso, há a avaliação das políticas sociais, com ênfase na igualdade de gênero, de etnia e geracional. O Programa Sesc de Voluntariado no Rio Grande do Sul também busca no poder público parcerias para a execução de projetos sociais. Há uma parceria sob esse escopo em Santiago, segundo conta a assistente social da unidade de Santa Maria, Elisângela Rodrigues: “Há muitos anos o Sesc-
Motivação pelo feedback Por trabalhar sem buscar retorno financeiro, é fundamental dar retornos constantes sobre o desempenho do voluntário, a fim de manter a sua motivação: O feedback deve ser dado tanto pela instituição quanto pelo público, então incentive a comunidade a dar o reconhecimento pelo bom trabalho. A orientação do programa é que as entidades realizem esse momento de forma sistemática, e, quando possível, imediata, uma vez que o retorno tem maior efeito se for feito na hora. Ao realizar o comentário, é importante passar segurança para o voluntário, afirmando que ele terá retorno e acompanhamento constantes. A periodicidade depende da instituição e cada um trabalha de acordo com a sua gestão local de voluntariado. Para mais informações sobre o Programa Sesc de Voluntariado, acesse: www.sescrs.com.br/acaosocial/voluntariado
Sesc-RS Santa Maria
Com um crescimento quantitativo e qualitativo das entidades sociais, a administração pública encontrou no Terceiro Setor uma parceria para realizar projetos e ampliar programas sociais
RS já conta com uma ótima relação com a Prefeitura, sempre tivemos um diálogo muito aberto e positivo com as lideranças da cidade”. Então, em julho, a entidade levou ao município a implementação do Programa Sesc de Voluntariado, com convite especial à secretaria municipal do Desenvolvimento Social. “Fizemos também uma oficina de gestão com técnicos do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), que colocou à disposição o espaço para o curso de treinamento de voluntários. Em seguida, já tínhamos diversos interessados dispostos a participar”, comenta. Ela revela que a iniciativa é muito inovadora para os processos do Sesc-RS na unidade, uma vez que os equipamentos públicos enfrentam dificuldades diferentes dos privados: “Um dos grandes obstáculos é a relação entre servidores e a população, mas também encontramos muita disposição da parte dos voluntários para resolver questões pontuais”. Entretanto, ela conta que a preocupação dos participantes em fazer dar certo é inspiradora, e motivação é o que não falta.
na prática
com a palavra, O Centro Social e Cultural Pallotti
O Centro Social e Cultural Pallotti é um projeto social que atende gratuitamente 400 crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos. De acordo com a assistente social Suélen Rosauro, o objetivo é receber os jovens no turno inverso ao da escola para acompanhamento pastoral, psicossocial e pedagógico. “Oferecemos oficinas de arte, como canto, música e teatro, escolinha de futebol, lanche, atividades lúdicas e grupos terapêuticos.”
Desde setembro, o centro conta com dois voluntários capacitados pelo Sesc-RS, que, segundo Suélen, contribuem muito com o andamento das atividades propostas pelo projeto social: “A participação dos voluntários veio para somar às ações já desenvolvidas na instituição”. Além disso, revela a profissional, os voluntários trouxeram propostas inovadoras e cativaram o interesse dos alunos, oportunizando novas experiências.
Os voluntários se integraram ao trabalho em equipe, possibilitando trocas interdisciplinares
Divulgação/Centro Social e Cultural Pallotti
Contribuição na formação de jovens
com a palavra, o voluntário
Fazendo arte
Arquivo Pessoal
“Realizar trabalho voluntário é incrível, pois você acaba ganhando muito em experiência de vida e nas trocas geradas.” É assim que a estudante de Ar-
Keyciane Amado ressalta a atuação do Programa Sesc de Voluntariado
EM DESTAQUE | Desafio
tes Visuais e fotógrafa Keyciane Amado descreve a sua experiência como voluntária, função que exerce desde setembro no Centro Social e Cultural Pallotti, em Santa Maria. Keyciane teve o primeiro contato com a prática pelo curso de capacitação do Programa Sesc de Voluntariado, que, segundo ela, esclareceu dúvidas sobre o trabalho e possibilitou o encontro de pessoas interessadas na prática. Com seus conhecimentos de fotografia, Keyciane montou uma oficina com os participantes, utilizando produções plásti-
marca Dia Nacional do Voluntariado
Em alusão ao Dia Nacional do Voluntariado, que acontece em 5 de dezembro, foi realizado, no dia 2 do mesmo mês, o Desafio Sesc de Voluntariado. A programação ocorreu na Instituição de Educação Infantil Piu-Piu, em Porto Alegre, e incluiu atividades como pintura e decoração de espaços
cas realizadas pelos alunos. “A cada aula decidíamos os temas, e, assim, fomos construindo o trabalho juntos. Muitas vezes levava a minha câmera para eles poderem fotografar, e também falamos sobre fotografia no celular. Tivemos uma produção muito bonita nas oficinas.” Ela acredita ter aprendido muito mais do que ensinado, principalmente ao perceber que, mesmo de maneira simples, as oficinas contribuíram para o desenvolvimento dos participantes: “Não apenas por conhecer uma técnica nova, mas por criar algo”.
Programa Sesc de Voluntariado
da escola, colocação de forro no refeitório, conserto da rede elétrica e confecção de capas para colchonetes. Participaram 41 voluntários e colaboradores do Sesc-RS. “Refletimos sobre a prática, além de colocar a mão na massa para realizar transformação social”, afirma a assistente social Luciana Basile.
AGENDA
Acompanhe os próximos cursos e oficinas em www.sesc-rs.com.br/acaosocial/voluntariado