Curso Sesc de Preparação para o Voluntariado (apostila)

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Curso de Preparação para o Voluntariado Caro (a) participante, Esperamos que o Curso de Preparação para o Voluntariado contribua para seu aprimoramento e que isso se reflita na nobre missão de ajudar o próximo e contribuir para o desenvolvimento de um mundo melhor! Parabéns por sua iniciativa!


Sesc/RS Curso de preparação para o voluntariado Sesc/RS - Alexandre Ben Rodrigues e Luciana da Costa Basile (coordenação). Porto Alegre: Sesc/RS, 2017. 30p.; 29x21 cm

1. Trabalho voluntário 2. Voluntário I. Rodrigues, Alexandre Ben II. Basile, Luciana da Costa III. Título IV. Sistema Fecomércio/RS V. Sesc/RS CDU 364.466

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APRESENTAÇÃO O Sesc/RS, por meio do Programa Sesc de Voluntariado, tem incentivado desde 2001 a participação da comunidade gaúcha em ações solidárias que gerem a promoção do bem-estar social. Nesta publicação, que disponibilizamos a todos os alunos do Curso de Preparação para o Voluntariado, procuramos oferecer conhecimentos básicos sobre o tema do voluntariado para todos aqueles que desejam qualificar sua ação em prol da sociedade em que vivem. Temos a convicção de que este material será uma fonte significativa de inspiração e conhecimento para todo aquele que vê no voluntariado uma oportunidade na sua vida. Bons estudos!

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SUMÁRIO 05 1. O QUE É VOLUNTARIADO? 05 Conceito 07 A história do voluntariado no Brasil 09 O voluntariado e a legislação brasileira 12 13 13 19

2. O VOLUNTARIADO HOJE O voluntariado e o terceiro setor Panorama do terceiro setor no Brasil O voluntariado e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

21 22 23 24

3. QUERO SER VOLUNTÁRIO, E AGORA? Motivação Valores, atitudes e perfil do voluntário Direitos e responsabilidades do voluntário

27 27 27

4. O VOLUNTARIADO NA PRÁTICA Classificação dos voluntários Locais e atividades para desenvolver o voluntariado

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5. PLANEJANDO UMA AÇÃO VOLUNTÁRIA

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1. O QUE É VOLUNTARIADO? De acordo com o Manual do Voluntário do Mesa Brasil Sesc: “O serviço voluntário é uma das formas mais transformadoras de participação cidadã em nossa sociedade atual, pois é o meio com que todo cidadão, independente de escolaridade, religião, cor, condição financeira ou física, pode fazer a diferença no meio em que vive. Assim sendo, caracteriza-se como uma importante força que se soma a diversas áreas e causas, tais como: direito à alimentação, meio ambiente, geração de emprego e renda, recreação para crianças de baixa renda etc.” Isso significa dizer que o serviço voluntário caracteriza-se por ser uma oportunidade ao indivíduo que quer exercer a sua cidadania e trocar experiências e conhecimentos com outras pessoas, ajudando a resolver desafios concretos da vida em sociedade. No serviço voluntário buscamos construir coletivamente as soluções para a melhoria da vida de todos, impactando positivamente na realidade que nos cerca. Todos nós temos algo a oferecer para tornar nosso mundo um lugar melhor, bastando apenas que tenhamos a oportunidade de descobrir isso e então colocar em prática. O voluntariado promove o engajamento social por meio de uma corrente solidária. Quanto mais pessoas pudermos mobilizar, mais efetivas serão as nossas ações e maior será o impacto social. 1.1 Conceito Temos aqui algumas definições estabelecidas por organizações onde o serviço voluntário é valorizado: Voluntário é um “... ator social e um agente de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade doando seu tempo e conhecimentos, realiza um serviço gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa como às suas próprias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico, político ou emocional”. Fundação Abrinq - Abril de 1996

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“O voluntário é o jovem ou o adulto que, devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte de seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar social ou outros campos...” Organização das Nações Unidas - ONU

Alguém que se supõe ter a capacidade de fazer uma escolha, diferente da criança.

Condição principal do voluntariado.

Há algo de privativo ou singular nessa escolha, algo que só diz respeito a uma pessoa.

Não é especificado em quantidade, mas se supõe ser parcial.

Há uma abertura quanto ao trabalho voluntário, o que pode se dar de diversas maneiras, organizadas ou não.

Deixa claro que é uma área prioritária

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1.2 A história do voluntariado no Brasil O serviço voluntário tem uma longa história no Brasil e, até muito recentemente, estava ligado a ações de caridade, geralmente oferecido por instituições religiosas e entendido apenas como uma doação de um indivíduo, que dispunha de tempo, para outro indivíduo em alguma situação de vulnerabilidade social. A concepção mais recente de voluntariado envolve a troca mútua entre os indivíduos, gerando aprendizados e promovendo a cidadania de todos. Assim, o voluntariado assume um papel muito mais estratégico na vida das pessoas e das organizações públicas e privadas. As diferentes formas de concepção do serviço voluntário do Brasil são parte integrante da nossa história e falam um pouco sobre os diferentes contextos sociais e desafios que os brasileiros enfrentaram ao longo das décadas para a construção de uma sociedade mais próspera. O texto a seguir, extraído da Revista Filantropia, sintetiza um pouco essas diferentes etapas do voluntariado no nosso país. História do voluntariado no Brasil ¹ A evolução da ação voluntária no país passa por quatro momentos bem definidos: benemerência, Estado de bem-estar social, voluntariado “combativo” e integração do Estado com a sociedade civil. Benemerência O nascimento formal do voluntariado teve origem no século 19, com o enfoque na benemerência. Na época, os problemas sociais eram entendidos como “desvios” da ordem dominante e atribuídos a indivíduos “em desgraça” que, por não terem a oportunidade de se reintegrarem à sociedade, necessitavam da caridade organizada. Assim, famílias mais abastadas, com boas intenções, distribuíam seus excedentes entre os necessitados. Nesse contexto social paternalista, rigoroso e excludente, o “voluntariado de benemerência” era responsável pelas condições de vida da população. Embora desenvolvesse políticas muito interessantes, foi uma época que favoreceu o individualismo em prejuízo das iniciativas voluntárias ou associativas. O voluntariado “combativo” A década de 1960 propiciou irreversíveis transformações de comportamento, politizando e polemizando todas as relações ao extremo, inclusive as pessoais. Com a queda do Estado do bem-estar social, o movimento voluntário viu-se questionado politicamente e sem direção clara. O movimento ainda foi influenciado por uma corrente contestatória e libertária, presente em quase todos os movimentos sociais de origem popular da época. Com a mudança da sociedade, grupos de pessoas lideraram a participação ativa nas questões sociais e inúmeras organizações sociais foram criadas, caracterizando uma atuação voluntária de ação social. Surge o voluntariado “combativo”, muitas vezes distante de seus ideais básicos. Parecia um movimento “desorientado”, “espontâneo”, principalmente jovem e sem perspectivas de uma consolidação institucional que pudesse desenvolver sua identidade. A ação se baseava no pressuposto de uma mudança de ordem social e situava-se, muitas vezes, no âmbito do protesto. O modelo dos anos 1980

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Na metade da década de 1980, com a democratização da América Latina e dos países em desenvolvimento, o neoliberalismo surgiu como concepção político-econômica cultural no Ocidente. Os Estados ajustaram seus orçamentos e diminuíram lentamente os financiamentos da assistência social, transferidos para os empreendimentos privados ou para as mãos dos antigos beneficiados. A resposta foi o nascimento de um voluntariado que veio preencher os espaços deixados pelo Estado e que se esforçou para diminuir as necessidades daqueles que ficaram fora do sistema. A questão deixou de ser responsabilidade exclusiva do Estado, e a sociedade civil passou a ser corresponsável, inclusive pela atuação de organizações sociais, fundações e empresas. O trabalho voluntário começou a ser debatido como peça-chave nessa abordagem de intervenção nos problemas sociais, tanto pela possibilidade individual de ação participativa nos problemas da sociedade quanto pela ação privada para o bem público. Foi um voluntariado de muitas conquistas concretas, de muitas ações assistenciais de atuação primária, que agiu para reduzir problemas latentes. A caminho de uma nova cultura A década de 1990 abre as portas para um novo voluntariado, que supera o anterior e considera o voluntário como um cidadão que, motivado por valores de participação e solidariedade, doa seu tempo, trabalho e talento de maneira espontânea e não remunerada em prol de causas de interesse social e comunitário. O movimento Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela Vida, criado em março de 1993, constituiu-se em fato de extrema relevância para revitalizar uma consciência adormecida na sociedade brasileira. Sua proposta foi deixar de esperar por ações estruturais que não estariam ao alcance do cidadão e estimular o gesto imediato para quem tem fome, partindo para ações emergenciais como um primeiro passo. A partir dessa ação, outras surgiram com a mesma proposta: fazer com que a sociedade tomasse iniciativas imediatas para resolver seus problemas e, ao mesmo tempo, pressionasse o Estado para que ele cumprisse seu papel de formular políticas públicas. Outro fato marcante na história do voluntariado no Brasil foi a criação do Programa Voluntários, do Conselho da Comunidade Solidária, em dezembro de 1996. O programa incentivou a constituição de uma rede nacional de Centros de Voluntariados. Hoje, a rede conta com cerca de 60 centros, localizados nas principais cidades do país. São organizações autônomas e independentes financeira e administrativamente, que buscam atender às necessidades da região onde estão inseridas.

LEIA MAIS “Falsas percepções sobre o trabalho voluntário” - Silvia Maria Louza Nacche

¹ Texto extraído da Revista Filantropia (ISSN 1677-1362), nº 67, 2016.

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1.3 O voluntariado e a legislação brasileira Considerada um avanço no desenvolvimento do voluntariado no nosso país, a Lei Nº 9.608 que regulamenta o serviço voluntário, foi aprovada em 18 de fevereiro de 1998. Ela vem atender uma das mais antigas e constantes reivindicações das instituições que sentiam-se inseguras para desenvolver um programa de voluntariado e acabar sofrendo alguma punição em possíveis fiscalizações de sindicatos e de outros órgãos sobre o vínculo dessas pessoas. Recentemente a Lei passou por alteração, ficado assim descrita: LEI Nº 9.608, DE 18 DE FEVEREIRO DE 1998 Art. 1º Considera-se serviço voluntário, para os fins desta Lei, a atividade não remunerada prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não lucrativos que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência à pessoa. (Redação dada pela Lei nº 13.297, de 2016) Art. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador do serviço voluntário, dele devendo constar o objeto e as condições de seu exercício. Art. 3º O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias.

Certamente, a principal contribuição que a Lei do Voluntariado trouxe foi a determinação do estabelecimento de um Termo de Adesão (ANEXO 2), que deve ser assinado entre o voluntário e a instituição tomadora do serviço. De acordo com o Manual do Voluntário do Mesa Brasil Sesc: “O Termo de Adesão é uma proteção para o voluntário, pois é nesse termo que deverão estar estabelecidas as “regras do jogo”. Devem estar claras nesse documento quais as atividades a serem desempenhadas pelo voluntário, dias e horários, bem como as expectativas de resultado.”

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Refletindo... Apresentamos abaixo algumas afirmativas para que você indique se são verdadeiras ou falsas²: 1 - Para ser voluntário é necessário ter concluído, pelo menos, o Ensino Fundamental. (V) (F) 2 - Eu não me sinto confortável em hospitais e não tenho jeito com crianças, sendo assim, não posso ser voluntário. (V) (F) 3 - No novo conceito de voluntariado, o trabalho do voluntário não está só na área assistencial, apoio aos doentes ou deficientes, mas em inúmeras outras possibilidades nas áreas de educação, cultura, defesa de direitos, defesa do meio ambiente, segurança alimentar e nutricional, assistência social etc. (V) (F) 4 - Eu posso desenvolver um trabalho voluntário conscientizando as pessoas do meu bairro sobre a importância de aproveitar melhor os alimentos. (V) (F) 5 - O trabalho voluntário pode ser desenvolvido por meio de ações organizadas coletivamente, bem como por iniciativa do próprio voluntário. (V) (F) 6 - O trabalho voluntário visa atender somente às necessidades do próximo, desconsiderando a satisfação pessoal de quem o realiza. (V) (F) 7 - O trabalho voluntário é, cada vez mais, uma via de mão dupla: não só generosidade e doação, mas também gratificação; prazer em se sentir útil; oportunidade de praticar alguma coisa que se gosta, para qual não se foi obrigado e numa área de livre escolha; aprender coisas novas; conhecer pessoas diferentes etc. (V) (F) 8 - O voluntariado, aqui no Brasil, não passa de uma novidade do século 21. (V) (F) 9 - Os registros históricos apontam que as ações voluntárias se fazem presentes no Brasil desde a fundação da Santa Casa de Misericórdia, no ano de 1543. (V) (F) 10 - A atividade não remunerada (voluntária) e o estágio não remunerado não são coisas diferentes. Assim sendo, como voluntário, eu tenho direito a certificado de estágio. (V) (F) 11 - O trabalho voluntário, embora não seja um estágio, abre oportunidade para o recém-formado adquirir experiência na sua área de formação. (V) (F)

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12 - O prestador de serviço voluntário poderá ser ressarcido de despesas efetuadas no desempenho de suas atividades, desde que comprovadas e previamente autorizadas pela coordenação da entidade. (V) (F) 13 - O trabalho voluntário, mesmo quando se estender por muito tempo, não gera vínculo empregatício ou funcional. (V) (F) 14 - Ao assinar o Termo de Adesão, o voluntário está irremediavelmente preso à instituição e ao setor escolhido para a realização do trabalho voluntário. (V) (F) 15 - Já escolhi minha área para prestar serviço voluntário, mas sei que se eu não gostar poderei conversar com meu coordenador de voluntários, considerando a transferência para outra área ou mesmo outra instituição. (V) (F)

Curiosidades: Vejamos algumas datas e fatos da história do voluntariado no Brasil: 1543 - Fundada, na Vila de Santos, a Santa Casa de Misericórdia; 1908 - A Cruz Vermelha chega ao Brasil; 1910 - O Escotismo se estabelece no país, com o objetivo de “ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião”; 1935 - É promulgada a Lei de Utilidade Pública, para regular a colaboração do Estado com as instituições filantrópicas; 1942 - Getúlio Vargas funda a Legião Brasileira de Assistência. A primeira-dama, Darci Vargas, foi a primeira presidente; 1961 - Surge a APAE - Associação de Pais e Amigos de Excepcionais; 1967 - O governo cria o Projeto Rondon, que leva universitários brasileiros para dar assistência a comunidades carentes no interior do país; 1983 - É criada a Pastoral da Criança, para combater a mortalidade infantil; 1985 - Instituído o Dia Nacional do Voluntariado: 28 de agosto; 1990 - A iniciativa voluntária começa a buscar parcerias com a classe empresarial; 1990 - Aprovada a Declaração Internacional do Voluntariado; 1993 - Betinho cria a Ação da Cidadania Contra a fome, a Miséria e pela Vida, que organiza a sociedade para combater a fome; 1995 - Fernando Henrique Cardoso cria o Comunidade Solidária, para tentar se adequar às exigências do moderno voluntariado. Ruth Cardoso assume a presidência; 1997 - São Criados os Centros de Voluntariado no país; ² Questões extraídas do Manual do Voluntário: Mesa Brasil Sesc 2007.

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1998 - É promulgada a Lei Nº 9.608, que dispõe sobre as condições do serviço voluntário; 1999 - É promulgada a Lei Nº 9.790, que qualifica as organizações da sociedade civil de direito público e disciplina o termo de parcerias; 2001 - Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) o Ano Internacional do Voluntário; 2003 - O Programa Fome Zero é criado pelo governo federal; 2011 - Por solicitação da Rede Brasil Voluntário é realizada uma pesquisa através do IBOPE, para conhecer o perfil do voluntariado no país; 2016 - Aprovado no Senado ajuste de texto na Lei do Voluntariado. 2. O VOLUNTARIADO HOJE A história nos mostra que concepções de voluntariado caritativo, assistencialista e ligados a militância política, já foram superadas. Atualmente, o voluntariado mostra-se cada vez mais atrelado a ações de cidadania que têm por objetivo contribuir na resolução de problemas sociais, assegurar direitos humanos e sociais por meio da responsabilidade compartilhada entre Estado, sociedade civil, empresas e organizações sociais. Hoje, e cada vez mais, o voluntariado requer ações qualificadas, tanto na atuação do voluntário como nos serviços prestados pelas organizações sociais. A seguir, segue relatório³ de alguns dos resultados da pesquisa realizada pela Fundação Itaú e Datafolha, em 2014: “Segundo o levantamento feito pelo Instituto Datafolha com 2024 brasileiros de 135 municípios, 11% da população brasileira são voluntários e um número quase três vezes maior (28%) já realizou algum tipo de atividade formal não remunerada para ajudar o outro em algum momento. Ou seja, cerca de três em cada dez pessoas já realizaram ações voluntárias ao longo da vida. É muita gente fazendo o bem. De acordo com a pesquisa, 58% das pessoas entraram no voluntariado para serem solidários, enquanto 18% disseram que se iniciaram na prática por influência de conhecidos ou instituições. Outros 17% dizem que entraram por satisfação pessoal. E o que recebem em troca? Um conjunto de sentimentos que os faz enxergar um mundo melhor se formando: sensação de bem-estar (51%), sentir-se útil (40%) e gratificação pessoal (37%) são, na opinião dos brasileiros, o que as pessoas obtêm ao praticar atividade voluntária. Tamanha satisfação pode ser contagiante. Afinal, ainda há muita gente que nunca foi voluntária na vida. A maioria diz que falta tempo - é a razão alegada por 40% dos que nunca foram voluntários e por 42% daqueles que deixaram de atuar. Além de não ter tempo, quase um terço (29%) dos que nunca foram voluntários diz não ter sido convidada a desempenhar esse tipo de atividade em momento algum, e 18% dizem não ter pensado no assunto. Por isso até hoje estariam longe de uma atividade solidária”.

Acesse a pesquisa completa em www.ivoluntarios.org.br

³ Extraído de https://www.ivoluntarios.org.br, em novembro de 2016.

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2.1 O voluntariado e o terceiro setor O termo terceiro setor surge para classificar as organizações que tem como foco de atuação os desafios sociais ligados à educação, saúde, assistência social, meio ambiente, entre outros. As organizações do 3º setor são compostas pela sociedade civil e, por isso, se difere do Estado (1º setor) e mercado (2º setor). O movimento surge no Brasil a partir dos anos 70, época em que a sociedade civil se fortalece em oposição ao Estado, fazendo com que as organizações não governamentais crescessem cada vez mais. Porém, foi na década de 90, pós-ditadura militar, que o terceiro setor ganha espaço no cenário brasileiro, atuando em conjunto com empresas privadas e setor público. A busca por soluções para as complexas questões sociais presentes na estrutura brasileira faz com que, cada vez mais, o terceiro setor atue por meio de redes de trabalho. Dentro desse contexto, podemos afirmar que o voluntariado é um dos principais componentes do 3º setor, uma vez que realiza seu trabalho a partir de princípios como solidariedade, justiça social e cidadania.

VEJA MAIS “Vídeo 6º Encontro Gaúcho do terceiro setor”. https://www.youtube.com/watch?v=b8I-EXepK7A

2.2 Panorama do terceiro setor no Brasil Realizada pelo IBGE entre 2014 e 2015, a pesquisa descrita abaixo, revela dados sobre o setor no país: PEAS 2014-2015: 70% das unidades de assistência social privadas sem fins lucrativos do país têm pessoal ocupado com nível superior A pesquisa de Entidades de Assistência Social Privadas sem Fins Lucrativos no Brasil (PEAS) 2014-2015 - Unidades de prestação de serviços socioassistenciais do IBGE identificaram 13.659 unidades prestadoras de serviços de assistência social em atividade no país. Trata-se de um amplo conjunto de orfanatos, asilos, centros de reabilitação, casas de passagem e de acolhida, clubes de mães, grupos de apoio e outras iniciativas sociais. Mais da metade dessas unidades atuam no Sudeste e 28,7% delas, no estado de São Paulo. Sete em cada dez unidades (70%) têm pessoal ocupado com nível superior e 53,6% das unidades prestam mais de um tipo de serviço socioassistencial, sendo que o mais frequente, desenvolvido por 75,4% delas, era o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. A regulamentação desses serviços, as

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formas de acesso dos atendidos, os critérios de triagem, a oferta de benefícios e alimentação e outras características das unidades de assistência social estão detalhados na publicação. O objetivo da PEAS 2014-2015 foi investigar o funcionamento das unidades de prestação de Serviços Socioassistenciais, com informações sobre perfil do público-alvo; formas de chegada dos usuários e responsáveis por seu encaminhamento; existência de critérios de seleção para atendimento; atividades desenvolvidas e objetivos dos serviços; cobertura e forma de registro dos atendimentos; oferta de benefícios socioassistenciais e de alimentação; infraestrutura física das unidades; condições de acessibilidade; e perfil ocupacional dos recursos humanos, entre outros aspectos. O Sudeste concentra 52,5% das unidades de assistência social e o Sul, 25,9%, enquanto as participações somadas de Nordeste, Centro-Oeste e Norte eram de 21,6%. Entre os estados, São Paulo (28,7%), Minas Gerais (17,1%) e Paraná (10,8%) têm os maiores percentuais. Em 68,1% das unidades investigadas o quadro de pessoal é composto por funcionários contratados, isto é, com carteira de trabalho assinada, enquanto em 29,8% das unidades há prestadores de serviço, que são os trabalhadores subcontratados em tempo parcial, temporários, trabalhadores por conta própria ou sem carteira assinada, e 25,4% possuem pessoal cedido pela administração pública. Apenas 22,4% das unidades investigadas têm estagiários. Já o trabalho de voluntários está presente em cerca de 77,1% das unidades (ou 10.537) e em 80,4% destas, eles colaboram, em média, por até 10 horas semanais. Uma mesma unidade de prestação de serviço socioassistencial pode funcionar com mais de um tipo de pessoal ocupado, além de estagiários e voluntários, como se vê na tabela abaixo: Percentual de Unidades de Prestação de Serviços Socioassistenciais Privadas sem Fins Lucrativos por tipo de pessoal ocupado, estagiários e voluntários - Brasil 2014-2015: Estagiários 22,4

Funcionários cedidos 25,4

Prestadores de serviço 29,8

Funcionários contratados 68,1

Voluntários 77,1

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenação de População e Indicadores Sociais, PEAS 2014-2015.

Entre as 13.659 unidades de assistência social analisadas, 70% informaram ter pessoal ocupado (contratados, prestadores de serviços e/ou cedidos) com nível superior. A presença de assistente social e psicólogo nas equipes dos serviços socioassistenciais é determinada pelo Conselho Nacional de Assistência Social e as graduações mais frequentes entre o pessoal ocupado contratado, prestador de serviço e cedido nas unidades são assistente social (63,8%), pedagogo (54,2%) e psicólogo (52,0%). 75,4% das unidades prestam Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Segundo os três níveis de complexidade do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), os serviços socioassistenciais são classificados como Serviços de Proteção Social Básica (destina-se à população

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que vive em situação de fragilidade) ou Serviços de Proteção Social Especial (destina-se àqueles em situações de violações de direitos). A Proteção Social Especial pode ser de Média Complexidade (atendimento a famílias e indivíduos inseridos em seu núcleo familiar) ou de Alta Complexidade (atendimento a indivíduos que se encontram afastados do convívio com o núcleo familiar). Como Proteção Social Básica estão relacionados o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (prestado por 75,4% das unidades pesquisadas) e o Serviço de Proteção Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas (14,4%), como mostra a tabela a seguir. Lembramos que uma mesma unidade de prestação de serviço socioassistencial pode realizar mais de um tipo de serviço. Percentual de Unidades de Prestação de Serviços Socioassistenciais Privadas sem Fins Lucrativos por serviço prestado - Brasil 2014-2015 Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

75,4

Assessoramento / Defesa e Garantia de Direitos

21,5

Serviço de Proteção Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias

21,0

Serviço de Acolhimento Institucional

20,5

Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas

14,4

Serviço Especializado em Abordagem Social

6,9

Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade

6,6

Serviço de Proteção em Situação de Calamidades Públicas e de Emergências

5,0

Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua

4,1

Outros

20,7

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Entidades de Assistência Social sem Fins Lucrativos, 2014-2015.

Além dos serviços previstos na Tipificação Nacional, foram analisados o Assessoramento e a Defesa e Garantia de Direitos, ofertado por 21,5% das unidades, e “Outros” serviços, presentes em 20,7% das unidades, que abrangem ofertas e atenções não regulamentadas ou aquelas regulamentadas por tipificações municipais ou estaduais. Chega a 87,4% o percentual de unidades que ofertam serviços previstos na Tipificação Nacional de Serviços, instrumento legal em que se materializa o Sistema Único de Assistência Social - SUAS (sistema público que organiza, de forma descentralizada, os serviços socioassistenciais no Brasil), por sua vez regido pela Política Nacional de Assistência Social - PNAS. Considerando a quantidade de serviços que cada unidade comporta, nota-se que 46,4% das unidades investigadas desenvolve

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apenas um único serviço de assistência social, proporção similar às que realizam dois ou três serviços (42,6%), enquanto 11% das unidades desenvolvem quatro ou mais. 65,5% das unidades com Serviços de Acolhimento Institucional têm idosos como público-alvo A PEAS examina os públicos a que se destinam os diferentes serviços assistenciais. Entre as unidades que prestam Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, 59,9% atendem crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, e 58,4% atua com o público de jovens e adultos entre 18 a 59 anos de idade. Já no Serviço Especializado em Abordagem Social, 72,8% das unidades têm como público-alvo os jovens e adultos entre 18 a 59 anos de idade. Suas metas são a redução do número de pessoas em situação de rua, a identificação de situações de violações de direitos e a proteção social às pessoas que residem e sobrevivem em espaços públicos. Os idosos com 60 anos ou mais de idade são atendidos por 65,5% das unidades com Serviço de Acolhimento Institucional, nomeadas na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais como Casas-Lar, Abrigos Institucionais ou Instituições de Longa Permanência para Idosos. Os usuários chegam aos serviços socioassistenciais analisados por meio de busca ativa, realizada por equipes itinerantes, visitadores sociais e outros; por demanda espontânea dos atendidos e/ ou encaminhados por agentes socioassistenciais ou das demais políticas públicas, como saúde, educação e habitação, órgãos de defesa de direitos e pelo sistema de justiça. Considera-se que em uma mesma unidade de prestação de serviço socioassistencial pode haver mais de uma forma de chegada dos usuários, em um ou mais serviços prestados. Percentual de Unidades de Prestação de Serviços Socioassistenciais Privadas sem Fins Lucrativos por forma de chegada dos usuários, segundo serviços socioassistenciais prestados Brasil 2014-2015 Serviços Serviço de Acolhimento Institucional Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua Serviço de Proteção Social Especial para Deficientes, Idosos e suas Famílias Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

Busca Ativa

Espontânea

Encaminhamento

15,5

60,4

87,5

40,1

73,3

57,2

34,3

79,4

81,6

51,9

72,8

61,4

32,2

82,4

67,2

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenação de População e Indicadores Sociais, PEAS 2014-2015.

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Vulnerabilidade ou risco pessoal e social é o critério de seleção mais frequente A PEAS também levantou informações sobre os critérios utilizados pelas unidades para a triagem dos atendimentos em relação ao Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (intervenção social planejada que se organiza de modo a ampliar trocas culturais e de vivências, desenvolver o sentimento de pertença e de identidade, fortalecer vínculos familiares e incentivar a socialização e a convivência comunitária), o Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas, o Serviço de Proteção Social Especial para Deficientes, Idosos e suas Famílias e o Serviço de Acolhimento Institucional (acolhimento destinado a famílias e indivíduos com vínculos familiares rompidos ou fragilizados, garantindo proteção integral). Nesses serviços, é significativa a proporção de unidades (entre 42,7% e 50%) que informa não definir critérios de seleção para atendimento. Entre as unidades que definem critérios, o mais frequente é o grau de vulnerabilidade ou risco pessoal e social dos usuários (de 31,4% a 39,2% do total de cada serviço), como forma de captar as diferenças sociais e conhecer os casos individuais, as circunstâncias e os requisitos sociais do público a que se destinam os serviços: Percentual de Unidades de Prestação de Serviços Socioassistenciais Privadas sem Fins Lucrativos por principal critério de seleção utilizado para atendimento aos usuários, segundo serviços socioassistenciais prestados - Brasil 2014-2015

Serviços

Não existe critério

Grau de vulnerabilidade Ordem de Renda Endereço Composição Religião Outro ou risco pessoal chegada domiciliar residencial familiar e social

Acolhimento Institucional

42,7

39,2

5,5

2,2

2,0

1,4

0,0

7,0

Proteção Social Especial para Deficientes, Idosos e suas Famílias

45,6

31,9

5,8

3,0

2,5

0,7

0,1

10,4

Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas

50,0

35,7

2,2

4,0

2,3

0,4

0,1

5,3

Convivência e Fortalecimento de Vínculos

47,6

31,4

5,5

5,6

2,9

0,9

0,1

6,0

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenação de População e Indicadores Sociais, PEAS 2014-2015.

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82,3% das unidades oferecem alimentação Além dos serviços, foram analisadas as ofertas de benefícios e de alimentação nas unidades. A oferta de alimentação é feita por 82,3% das unidades pesquisadas, percentual muito superior aos dois outros tipos de provisão: benefícios sociais eventuais, financiados e regulados pelo poder público (15,7%) e benefícios doados por conta própria, com recursos das unidades (48,9%). Uma mesma unidade de prestação de serviço socioassistencial pode realizar concessão de benefícios eventuais, doação de benefícios por conta própria e/ou ofertar alimentação. Total e percentuais de Unidades de Prestação de Serviços Socioassistenciais Privadas sem Fins Lucrativos por tipo de provisão fornecida, segundo classes de tamanho da população dos municípios e Grandes Regiões, 2014-2015 Unidades de Prestação de Serviços Socioassistenciais Classes de tamanho da Faz doação de Faz concessão Oferta população dos municípios benefícios por Total de benefícios alimentação e Grandes Regiões conta própria eventuais (%) (%) (%) Brasil 13.659 15,7 48,9 82,3 Classes de tamanho da população dos municípios Até 5.000 hab. 411 17,0 43,6 73,5 De 5.001 a 10.000 hab. 728 18,3 41,6 82,8 De 10.001 a 20.000 hab. 1.448 17,1 45,6 84,2 De 20.001 a 50.000 hab. 2.298 18,6 47,9 84,1 De 50.001 a 100.000 hab. 1.629 17,2 52,6 83,5 De 100.001 a 500.000 hab. 3.273 15,4 54,1 84,6 Mais de 500.000 hab. 3.872 12,4 46,6 79,0 Grandes Regiões Norte 356 13,8 47,2 82,6 Nordeste 1.668 12,3 43,8 78,8 Sudeste 7.172 15,8 48,3 85,7 Sul 3.531 17,1 50,4 75,7 Centro-Oeste 932 15,9 56,9 88,2 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenação de População e Indicadores Sociais, PEAS 2014-2015.

Sobre o tipo de alimentação fornecida, destaca-se que 81,7% das unidades fornecem refeição pronta para o consumo e 40,8% informam distribuir cestas básicas, ambos voltados à garantia dos mínimos sociais e à segurança de sobrevivência para indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade e risco pessoal e social.

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Das unidades que concedem benefícios por conta própria, 76,2% doam agasalhos, vestuário, cobertores, móveis, colchões ou utensílios domésticos. Outros tipos de donativos estão descritos na publicação da PEAS 2014-2015. Extraído de: http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias.html?view=noticia&id=1&idnoticia=3000&busca= 1&t=peas-20142015-70-0-unidades-assistencia-social-privadas-sem-fins-lucrativos-pais, em novembro de 2016. 2.3 O voluntariado e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável A ampliação da abrangência do voluntariado, que constatamos ao conhecer a sua história e a centralidade da sua importância para as organizações sociais do terceiro setor, colocaram o serviço voluntário no centro das grandes estratégias governamentais em âmbito internacional. O texto abaixo, publicado pelo Instituto BM&F BOVESPA oferece um panorama sobre o tema:

Entre os dias 25 e 27 de setembro, durante a Cúpula da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável, em Nova Iorque, foi lançada a Agenda Pós-2015, que contempla os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que substituem os ODM. Criados no âmbito das Nações Unidas, em 2000, os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) tinham como intuito debater temas voltados ao enfrentamento da pobreza, combate a doenças, entre outras demandas predominantemente sociais dos países pobres. Ao longo destes 15 anos, os ODM incentivaram e atingiram grandes resultados ao redor do mundo, expirando em 2015. Estes novos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são mais amplos e direcionados a todos os países, apresentando um maior equilíbrio entre as várias dimensões do desenvolvimento sustentável - ambiental, social e econômico.

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Segundo a Sam Kahamba Kutesa, presidente da Assembleia Geral da ONU, “esta é uma oportunidade histórica de formular uma agenda de desenvolvimento pós-2015 que seja transformativa, que traga resultados tangíveis na luta contra a pobreza e que conduza à melhoria de vida de todas as pessoas, sem exceção”. Como exemplo, podemos citar a Conferência Mundial de Juventude de 2014, que aconteceu recentemente no Sri Lanka, foi bem articulada, tendo de lá saído a Carta Colombo, a qual também é conhecida como Plano de Ação Colombo, resultando no compromisso e consenso entre ONU, governos e jovens, com recomendações da juventude na agenda pós-2015, contendo suas demandas, anseios e desejos para que tenha a participação dos jovens em todos os níveis e agendas globais que dialoguem com as prioridades dos jovens de todo o mundo. O propósito de termos feito a exposição acima, é para mostrar que todos querem ser partícipes tanto nas decisões, no advocacy, quanto na implementação, no protagonismo. É assim a participação do VOLUNTARIADO, tanto em nível nacional quanto internacional. O reconhecimento da ONU é importantíssimo, pois segundo Helen Clark, administradora do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDP - United Nations Development Program), há elos muito fortes entre o voluntariado, o desenvolvimento humano e a paz. O voluntariado deixou de ser considerado como um fator secundário e passou a ser reconhecido como o caminho principal, para a solução de muitas mazelas das comunidades. Até algumas décadas atrás o voluntariado era visto como uma ação apenas de pessoas com boas condições financeiras e/ou pessoas boazinhas. Atualmente, tanto no Brasil, com 25% de sua população se dedicando ao voluntariado, quanto no mundo, o voluntariado é entendido como exercício de cidadania. São cidadãos preocupados com as necessidades de suas comunidades e que compreendem que é preciso haver a união entre governo, empresas e sociedade civil para o apoio à busca das soluções dos problemas sociais. O conceito de voluntariado, em qualquer parte do mundo, diz que é uma ação realizada sem expectativas de recompensa financeira. Que ela, sem dúvida alguma, produz benefícios tangíveis e intangíveis não apenas para os beneficiários, mas também para os voluntários. E, principalmente, deve ser realizado por vontade própria. No Brasil, o voluntariado já fez a transição da cultura do “o que eu ganho com isso?” para a cultura “em que eu posso ajudar?”. O voluntariado no Brasil está provando que não importa classes sociais, não importa ideologias. Que ele é sincero e livre, quando nós nos unimos e nos dedicamos ao outro. Quando colocamos como propósito máximo, a essência humana. Pois o nosso desenvolvimento só acontece por meio do desenvolvimento do outro. O conceito de RSI - Responsabilidade Social Individual, nos mostra que é muito importante criarmos um capital social em nosso país, porque “trabalhar os valores internos faz despertar na pessoa o seu verdadeiro valor, o que a torna mais ativa e socialmente transformadora do mundo ao seu redor”. Valores passam pela ética, pela moral, pela idoneidade, pelo respeito, em todos os sentidos, e pelos nossos direitos e deveres de cidadania. O agir ou não agir de cada um, segundo o sociólogo Bernardo Toro, é que consolida ou transforma a ordem social em que vivemos. Nos países onde os cidadãos estiverem engajados e trabalhando para vencer seus próprios desafios, o desenvolvimento e a paz serão mais duradouros.

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ODS1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; ODS2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável; ODS3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades; ODS4. Garantir educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizado ao longo da vida para todos; ODS5. Alcançar igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas; ODS6. Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos; ODS7. Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e moderna para todos; ODS8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos; ODS9. Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação; ODS10. Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles; ODS11. Tomar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis; ODS12. Assegurar padrões de consumo e produção sustentáveis; ODS13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos, **Reconhecendo que a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC) é o principal fórum internacional e intergovernamental para negociar a resposta global à mudança do clima; ODS14. Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável; ODS15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, bem como deter e reverter a degradação do solo e a perda da biodiversidade; ODS16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis; ODS17. Fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável; Fonte: PNUD 2015 (http://pnud.org.br/Noticia.aspx?id=4009)

Extraído de https://bvmfemacao.v2v.net/pages/462-o-voluntariado-e-os-ods-objetivos-dodesenvolvimento-sustentavel - Acesso: 02/05/2016, às 10h05min. 3. QUERO SER VOLUNTÁRIO, E AGORA? Ser voluntário não requer nenhum pré-requisito formal ou qualquer dom extraordinário. Cada um de nós tem habilidades, treinadas e desenvolvidas ao longo da nossa vida, que podem ser úteis para resolver problemas concretos de outras pessoas ou comunidades. A atitude de colocar nossas habilidades a serviço de algo maior é um ato responsável e solidário, não só com outros, mas com nós mesmos. A verdadeira cidadania não envolve somente usufruir de direitos sociais, mas também exercitar o dever de contribuir com o nosso mundo da melhor forma possível.

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A história a seguir, extraída do Manual do Voluntário Mesa Brasil Sesc, exemplifica o que estamos dizendo: “José Alcides Gonçalves, nascido em 5 de outubro de 1941, trabalhou durante muitos anos repondo produtos nas prateleiras do supermercado, e ficava sempre incomodado com o desperdício de alimentos. Ao se aposentar, quis trabalhar como voluntário, ajudando na seleção dos alimentos distribuídos no Programa Mesa Brasil Sesc. Hoje ele se sente melhor e mais feliz, sabendo que está ajudando pessoas da sua comunidade que estão em situação de vida difícil”. 3.1 Motivação Segundo DOMENEGHETI (2001) e SILVA (2007), a motivação é a inspiração que nos leva a tomar uma decisão ou realizar uma ação. Na sua essência é algo puramente individual e subjetivo, dialogando com nosso mundo interior e com a leitura que fazemos da realidade que nos cerca. Podemos destacar algumas das principais motivações que encontramos quando falamos sobre voluntariado: Fortalecimento da cidadania: A possibilidade de influir na construção de uma sociedade mais justa e igualitária motiva pessoas que acreditam ser responsabilidade de cada um participar da busca de soluções para os problemas sociais. Fazer a diferença: A sensação de realização, de sentir que está contribuindo de alguma forma para a melhoria da qualidade de vida, de estar fazendo a diferença, pode ser a motivação de muitos voluntários. Desenvolvimento pessoal: Adquirir experiências pessoais e profissionais, desenvolver novos talentos e habilidades, estabelecer novos contatos, fazer novos amigos, obter crescimento da autoestima, da liderança, da autoconfiança, também são motivações que levam as pessoas ao voluntariado. Retribuição de algo que recebeu: Colaborar com entidades sociais que atendem pessoas necessitadas pode ser uma forma de retribuir pelo que se recebeu em algum momento importante da nossa vida. Motivações religiosas: Preceitos de religiões que incentivam o trabalho e o amor ao próximo muitas vezes são a mola propulsora para atuação voluntária.

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“Seja qual for a sua motivação, o importante é ter consciência dos “reais” motivos, pois isto trará bons resultados para você e para o público ou causa em que você irá atuar como voluntário. Isso porque você poderá, mais tarde, avaliar se todas as expectativas estão sendo atendidas. Tanto as suas como as da organização que lhe abriu as portas. Caso considere necessário, você terá liberdade para buscar uma outra área para desenvolver suas atividades voluntárias que atendam melhor aos seus anseios.” Manual do Voluntário Mesa Brasil Sesc.

3.2 Valores, atitudes e perfil do voluntário Os VALORES fundamentais do voluntariado dão significado à ação voluntária e representam o ideal de uma motivação consciente. Alguns deles são:

Respeito Ética Solidariedade Igualdade Justiça Esses valores se concretizam nas ATITUDES, dentre as quais destacamos as seguintes, conforme DOMENEGHETI (2001): Equilíbrio ao servir: Ter a medida certa para não se exceder nem se desgastar emocionalmente, procurando sempre exercer sua função com equilíbrio e prudência. É muito comum o voluntário se apegar a uma pessoa, um paciente ou uma família. Isso faz parte, porém, o voluntario não pode deixar que esse sentimento transpareça e assim atrapalhe suas atividades. Tolerância: Quando trabalhamos em equipe é muito comum que haja diferentes opiniões e, muitas vezes, isso pode acarretar em entraves na execução do trabalho. Portanto, é importante que o voluntário evite desgastes e não perca seu foco de atuação. Respeito e hierarquia: Para um trabalho ter êxito é importante estar embasado em uma hierarquia de tarefas e funções, caso contrário, o voluntário ficará desorientado, não sabendo o que e como fazer. Cabe ressaltar que a hierarquia no voluntariado não está baseada na competência ou no salário e sim, na disponibilidade de boa vontade.

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3.3 Direitos e responsabilidades do voluntário Uma das primeiras tarefas que temos quando falamos sobre voluntariado é situar os direitos e deveres de quem se dedica à essa atividade. Sabemos que a responsabilidade e o comprometimento devem ter sempre como contrapartida um conjunto de direitos fundamentais que garantam o respeito e a consideração pelo voluntário, cuja dedicação e empenho são tão valorizados por todos nós. São DIREITOS do voluntário: • Atuar em áreas de trabalho que tenha familiaridade e/ou satisfação pessoal, aproveitando seus conhecimentos e experiências; • Receber orientações sobre suas tarefas, poder opinar e se posicionar criticamente sobre elas; • Ter os meios operacionais para a realização do trabalho voluntário disponíveis; • Participar de treinamento e capacitação sobre a área em que pretende atuar, recebendo o devido acompanhamento por parte dos responsáveis pelas ações ou projetos; • Não receber cobranças que excedam os termos previamente acordados do serviço voluntário; • Ser reconhecido pelo valor do seu trabalho. São RESPONSABILIDADES do voluntário: • Cumprir as normas e acordos estabelecidos no local ou entidade social que o recebe; • Obter todo o conhecimento necessário para o desempenho do serviço voluntário; • Respeitar os termos assumidos no início do serviço voluntário, informando previamente qualquer dificuldade para o seu cumprimento; • Não assumir tarefas que tenha qualquer tipo de dificuldade ou impedimento para realizar; • Tratar a todos com igualdade e respeito; • Participar dos momentos de formação continuada e capacitação necessária ao aprimoramento do seu desempenho; • Não tomar decisões sem o consentimento prévio dos dirigentes de entidades sociais que o recebem; • Estar aberto a receber críticas e considerações sobre seu trabalho, buscando aprimorálo em benefício de toda a coletividade.

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“Cada um contribui na medida de suas possibilidades, mas cada compromisso assumido deve ser cumprido. Alguns tem mais tempo livre, outros só dispõem de algumas poucas horas por semana. Há pessoas que sabem exatamente “onde” ou “com quem” querem trabalhar, enquanto outras estão prontas a ajudar no que for preciso, onde a necessidade for mais urgente. Por isso, escolha um serviço que una a necessidade com suas habilidades e gosto pessoal.” Manual do Voluntário Mesa Brasil Sesc.

Importante: Nunca assuma uma ação voluntária que você não terá condições de realizar de fato! Analise com bastante responsabilidade os recursos que terá que dispor: - Tenho tempo? - Estou preparado? - Me sinto motivado?

Refletindo... 1 - O trabalho voluntário não desobriga o governo de cumprir suas obrigações para com a população. (V) (F) 2 - Eu não vou ser voluntário na creche do meu bairro, pois não quero tirar o emprego de ninguém. (V) (F) 3 - Uma dona de casa que nunca trabalhou fora pode ser voluntária e usar a experiência que tem em administrar as despesas domésticas e evitar desperdícios para ajudar outras pessoas. (V) (F)

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4 - Como vimos, é muito importante que a pessoa tenha consciência dos motivos que a levam a querer realizar ações voluntárias. Quais os seus motivos? _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ 5 - A pessoa que faz trabalho voluntário tem a oportunidade de desenvolver a autodisciplina e a autoconfiança, além de aprender a trabalhar em grupo e conviver com as diferenças, dentre outras qualidades igualmente valorizadas no mercado de trabalho e que, portanto, podem agregar valor ao currículo do indivíduo. (V) (F) 6 - Como voluntário tenho direito a ser respeitado quanto ao tempo que coloquei a disposição e à natureza do trabalho que vou fazer. (V) (F) 7 - Em um trabalho voluntário não preciso avisar se tiver que faltar. Afinal, não sou empregado, não recebo salário, logo não preciso dar satisfações. (V) (F) 8 - Se resolvo ser voluntário é porque tenho muito conhecimento a ser compartilhado. Não tenho nada para aprender na instituição na qual vou desenvolver minha atividade voluntária, mas, sim, a ensinar. (V) (F) 9 - Ser voluntário significa ter compromisso. Existem pessoas que contam com essa colaboração e o mínimo que se deve fazer é avisar quando surgirem imprevistos e não puder comparecer. (V) (F) 10 - As regras operacionais da instituição valem para todos e eu, como voluntário, devo respeitá-las. Afinal, o meu papel é de colaborador e não de complicador das relações dentro da instituição. (V) (F)

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4. O VOLUNTARIADO NA PRÁTICA 4.1 Classificação dos Voluntários De acordo com DOMENEGHETTI (2001), existem várias formas de classificarmos a ação voluntária: Voluntários de Gestão: aqui, se enquadram os voluntários que atuam diretamente na gestão de uma entidade social ou de um projeto, como membros de conselhos, diretoria, coordenadores. Voluntários de Atuação: são os voluntários que atuam nas atividades práticas da entidade, como contação de histórias, auxiliar na cozinha, reforço escolar. Voluntários Externos: são os voluntários que prestam serviço à entidade sem frequentá-la ou dão suporte externo quando requisitados. Como por exemplo: confeccionando algo em sua casa, auxiliando na arrecadação de campanhas. Voluntários de Fim de Semana: são voluntários que atuam em entidades que funcionam inclusive ou exclusivamente no fim de semana em diversas atividades, como realizar visitas em asilos, abrigos e hospitais, acompanhar em passeios. Voluntário On-line: essa modalidade permite que o voluntário realize atividades sem sair de casa, sendo feita totalmente ou em parte via internet, sem precisar estar presente nas organizações. Dentre as atividades que podem ser desenvolvidas estão: redação de projetos, consultoria financeira ou jurídica, produção de cartazes e material de comunicação, criação e manutenção de sites e páginas em redes sociais.

VEJA MAIS “Vídeo voluntariado on-line”. https://www.youtube.com/watch?v=p4yH7Tt4PE4

4.2 Locais e atividades para desenvolver o voluntariado Vários são os locais e inúmeras as atividades que podem ser desenvolvidas no voluntariado. Aqui, destacamos algumas das atividades que as entidades mais necessitam:

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Local

Atividade

Creches Comunitárias

Contação de histórias, oficinas diversas para as crianças.

Igrejas

Apoio no trabalho social desenvolvido, organização de campanhas para arrecadação de roupas e alimentos.

Hospitais

Visita aos pacientes, organização de materiais para serem doados.

Instituições que desenvolvem reforço escolar

Apoio na realização das tarefas escolares, oficina de leitura.

Instituições voltadas para o atendimento de pessoas com deficiências

Apoio aos profissionais nos atendimentos, auxiliar na cozinha.

Asilos ou grupos de convivência

Conversar com os idosos, auxiliar na rouparia.

Organizações de preservação do meio ambiente

Auxiliar na divulgação de eventos, elaborar projetos para captação de recursos.

Grupos e movimentos de luta contra a violência

Auxiliar na divulgação de eventos, apoio administrativo.

ORIENTAÇÕES SOBRE A VISITA A visita a uma entidade social faz parte da metodologia curso, proporcionando que você tenha uma aproximação com uma realidade que para muitos ainda é desconhecida. Trata-se de uma visita de observação, que será guiada pelo responsável da entidade. Durante a visita, você pode questionar, tirar suas dúvidas, mas sem interferir nas atividades que estejam sendo desenvolvidas no momento. Não esqueça de preencher o formulário: ROTEIRO DE VISITA DE OBSERVAÇÃO 5. PLANEJANDO UMA AÇÃO VOLUNTÁRIA Para auxiliar você a pensar no desenvolvimento de ações voluntárias, iremos realizar uma dinâmica de grupo. Nela, será possível, por meio de discussão do grupo, dentificar problemas sociais e buscar soluções por meio do voluntariado.

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Dicas para a entrevista! Traga seu formulário - perfil do participante - preenchido. Pense em atividades que você deseja realizar e não esqueça de considerar sua disponibilidade!

Referências bibliográficas: DOMENEGHETTI, Ana Maria. Voluntariado. São Paulo: Esfera, 2001. SESC. Manual do voluntario: Mesa Brasil Sesc / Cláudia Márcia Santos Barros (coordenação). Rio de Janeiro: Sesc, Departamento Nacional, 2007. SILVA, Jacqueline Oliveira. Gestão Social, Solidariedade e Cidadania. Porto Alegre: Palmarinca, 2009.

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sesc-rs.com.br/acaosocial/voluntariado

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