Six Seconds #4

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EDIÇÃO #4 Editor Chefe Ian K. Menezes Design e Paginação Ian K. Menezes Colaboração nessa edição Bruno Thompis Anayara Fraga Pedro Tiago da Silva Jr. Livia Ramires Almir Macedo Mateus Casali Valmor A. Bastos Felipe Delgado Pedro Lopes Diego N. Vianna Fotos Gabriel Vitrola Marcelo Campos Revisão Mateus Casali Contato www.sixseconds.com.br contato@sixseconds.com.br

Six Seconds Magazine http://www.sixseconds.com.br contato@sixseconds.com.br A Six Seconds é uma revista online bimestral que vem com o intuito de apoiar e divulgar bandas do metal moderno que ainda estão no underground. Nós visamos apoioar bandas do cenário independente, ajudar eventos e serem mais divulgados, trazer notícias sobre bandas nacionais e internacionais, resenhas sobre lançamentos de CDs e sobre shows. Ian: +55 71 8712.4491 Pedro: +55 11 9702.5058 Anayara: +55 11 9792.1777

Mostre para a Six Seconds do que você é capaz, se você gostaria de contribuir com a revista, não perca tempo! Mande já um e-mail para

contato@sixseconds.com.br e agarre está chance.


04.

Six Seconds News

06.

Top 5 filmes

Com ou inspirados pela música.

12

07.

Os 5 lugares mais loucos Para filmar um vídeo.

10.

Dissidium

Old School Death Metal.

12.

Oh, Sleeper

Um álbum cristão ou um álbum anti-satanico?

14.

Command6 Evolução?

17.

Sound Of The Underground

18.

Unearthly

O orgulho do Black Metal.

14 20.

Fones de ouvido

Como aproveitar a música ainda mais.

22.

Ellagrace

Tudo sobre o EP Acredite.

24.

Retrofoguetes

HQ e Ficção Cientifica.

26.

Adramma

A doença incurável.

28.

Anno Zero

A essência do Dark Metal.

24

30.

Fu Manchu

Banda destaque.

32.

Stay Brutal

34.

Resenhas de álbums.


Six Seconds News Sonic Syndicate com novo vocalista

A banda Sueca de Death Metal Melódico revelou que o novo vocalista da banda será o inglês Nathan J. Biggs. A banda comentou: “Nathan provavelmente é a melhor coisa que já aconteceu para o Sonic Syndicate desde da descoberta das distorçõesde guitarras e o trabalho que nós temos feito juntos. Ele é como um velho irmão que acaba de se reecontrar. A rebelião começa!” Biggs acrescentou: “Algo incrível e totalmente imprevisível que aconteceu! Eu não apenas conseguir entrar para uma banda extremamente promissora, mas também ganhei uma nova familia. A energia entre Sonic e eu gera um resultado que é de tirar o fôlego, Estamos levando para o proximo nível.”

Sick Of It All no estúdio em Novembro

Em recente entrevista, Lou Koller, vocalista do Sick Of It All declarou que a banda já está escrevendo o novo disco e que entrarão em estúdio em Novembro para gravá-lo. O lançamento deve ser por volta de Abril/Maio pela Century Media.

Artwork do novo álbum do Hatebreed

Confira a seguir o artwork do novo álbum do Hatebreed, que leva o mesmo nome da banda. O lançamento será no dia 29 de Setembro pela E1 Music.

e muitas curiosidades sobre a história desses 12 anos de Chipset Zero. Para conhecer o trabalho do Chipset Zerø, acesse: www.chipsetzero.com.br

Artwork do novo álbum do Hatebreed

Confira a seguir o artwork do novo álbum do Hatebreed, que leva o mesmo nome da banda. O lançamento será no dia 29 de Setembro pela E1 Music.

The Agonist no Brasil

AFI com nova música

http://www.myspace.com/AFI AFI colocaram sua nova música no Myspace intitulada como “Medicate”. O quarto álbum da banda “Crush Love” já está disponível para pré-venda no iTunes. Aqueles que efetuarem a pré-venda, poderão fazer o download imediato da nova faixa “Medicate”, assim como duas faixas bônus “”Breathing Towers To Heaven (Demo)” e “Too Late For Gods”.

A banda canadense The Agonist se apresentará pela primeira vez no Brasil, no Clube Outs (São Paulo) no dia 3 de Outubro.

Pré-venda: http://bit.ly/AFIcrashlove

Detalhes do álbum da banda Inhale Exhale

Banda de Metalcore cristã Inhale Exhale lançará o novo álbum “Bury Me Alive” dia 06 de Outubro pela Solid State Records.

Mais datas de Kreator e Exodus no Brasil

Guitarrista John LaRussa explica: “Nós realmente tentamos algo diferente e fresco para nossos fãs. Nós achamos que esse era o álbum que eles queriam que nos fizessemos. Há muito mais energia nas músicas e mostra também um laod mais progressivo das coisas.”

24 de Outubro – Master Hall (Curitiba) 26 de Outubro – Opinião (Porto Alegre) 31 de Outubro – Via Funchal (São Paulo)

Faixas: 01. Rooms 02. Did You Ever Have A Touch To Lose 03. Condemned 04. Over And Ou 05. A Dark Place For Your Mind To Be 06. Intentions 07. Explosions 08. Fiction 09. Better Her Than Me 10. Thin Black Lines 11. An Era

Slipknot cancela shows

Confira logo abaixo a capa:

O Kreator confirmou mais duas data da sua turnê pelo Brasil juntamente com o Exodus.

Há possibilidade de haver mais datas. O Slipknot cancelou seus shows dos dias 22 e 23 de Agosto nos EUA. O O baterista Joey Jordison foi hospitalizado no sábado e, possivelmente, por isso também cancelaram o show de domingo. Não foi divulgado o motivo pelo qual Joey foi hospitalizado.

Mais uma música do Despised Icon online

A faixa-título do álbum “Day Of Mourning” do Despised Icon pode ser ouvida no Myspace da banda. O álbum tem lançamento marcado para 22 de Setembro pela Century Media. O álbum foi produzido por Yannick St-Amand. mixado por Chris “Zeuss” Harris (Hatebreed, Whitechapel) e masterizado por Alan Douches (Mastodon, The Dillinger Escape Plan)

Chipset Zero prepara vídeo clip novo e DVD de 12 anos

Depois de alguns meses meio “sumida”, a banda Chipset Zerø retorna a ativa e motivada a voltar aos palcos. Domingo dia 23 de Agosto, irão gravar um novo video clipe, da música “Mental Cage” e em Dezembro lançarão pretendem lançar um DVD comemorativo de 12 anos de existência (1997-2009). “Este DVD que era pra ter saido em 2007, mas deu tudo errado e então decidimos partir para a gravação e produção do disco “Red-O-Matic”, lançado em 2008, diz Jamil Pilli, batera e fundador da banda.” O DVD contará com uma série de imagens ao longo destes 12 anos, depoimentos dos integrantes e amigos

Artwork e detalhes sobre o novo álbum do Converge

“Axe To Fall”, o novo álbum do Converge, será lançado dia 20 de Outubro pela Epitaph Records. O álbum foi gravado pelo guitarrista Kurt Ballou e conta com as participações especiais de Steve Brodsky (Cave In), Adam McGrath (Cave In), J.R. Connors (Cave In, Doomriders), Uffe Cederlund (Disfear, ex-Entombed), John Pettibone (The Vows, Himsa), Steve Von Till (Neurosis), e Mookie Singerman (Genghis Tron). Veja a seguir a capa e a track listing. 01. Dark Horse 02. Reap What You Sow 03. Axe To Fall 04. Effigy 05. Worms Will Feed 06. Wishing Well 07. Damages 08. Losing Battle 09. Dead Beat 10. Cutter 11. Slave Driver 12. Cruel Bloom 13. Wretched World Confira a capa:


Detalhes da edição de aniversário de “Slipknot”

decorrentes de uma severa pneumonia.

Reunião do Adema

ÚLTIMOS LANÇAMENTOS

O membros originais do Adema (Marky Chavez (vocal), David Deroo (baixo), Tim Fluckey (guitarra), Mike Ransom (guitarra) e Kris Kohls (bateria) se reuniram para o lançamento do primeiro DVD da banda, que sai ainda esse ano. Além disso, anunciaram que pretendem começar a escrever um novo álbum e voltar as turnês em 2010.

Artwork e tracklisting do novo álbum do Kamala

A banda de Thrash Metal, Kamala, divulgou a arte de seu segundo álbum “Fractal”, que será lançado em Novembro. Este será o primeiro trabalho da banda a sair pelo selo paulista Free Mind Records, e foi produzido novamente por Ricardo Piccoli (Sunseth Midnight). “Fractal” terá as seguintes faixas:

Veja a seguir a primeira imagem e os detalhes sobre a edição de 10º aniversário do álbum “Slipknot”, dos mascarados de mesmo nome. Essa edição especial terá um CD/DVD terá demos raras, b-sides e remixes e será lançada dia 9 de Setembro (09/09/09). O DVD trará o documentário “of the (sic): Your Nightmares, Our Dreams” com cenas de bastidores da banda em 1999. O documentário foi dirigido pela percussionista Shawn Crahan (o “palhaço”). Veja a seguir o conteúdo completo.

Shadows Fall

Retribution Everblack Industries

Chevelle

Sci-Fi Crimes Sony Music

DVD do 36 Crazyfists em Outubro “Underneath A Northern Sky” é o título do primeiro DVD do 36 Crazyfists que será lançado dia 27 de Outubro. O DVD foi gravado no dia 9 de Janeiro de 2009 na cidade natal da banda, Anchorage no Alasca (EUA).

* Bonus tracks Bonus DVD: * “of the (sic): Your Nightmares, Our Dreams”: Um pequeno filme dirigido M. Shawn Crahan. Também inclui o concerto inédito no Dynamo Open Air 2000 e os vídeos: * * * *

Spit It Out Wait And Bleed Wait And Bleed (animated version) Surfacing

A edição deluxe para colecionadores, “Slipknot – 10 Years Of Life Death Love Hate Pain Scars Victory War Blood And Destruction”, também será lançada. Será embalada em uma caixa de metal que terá o CD/DVD, uma camiseta, patch, cartões, chaveiro e mais algumas surpresas.

R.I.P. Les Paul

Dia 13 de Agost com94 anos de idade, falece Les Paul, o criador da guitarra elétrica e de algumas tecnologias de gravação em estúdio. Morreu devido a complicações

Son Of The Morning Solid State Records

1. Consequences 2. Stand On My Manger 3. Purify 4. The Fall 5. Push 6. What is that? 7. In Others Mind 8. Determination 9. No Turning Back 10. Fractal 11. Stillbirth

“Slipknot” special-edition CD/DVD track listing: 01. 742617000027 02. (sic) 03. Eyeless 04. Wait And Bleed 05. Surfacing 06. Spit It Out 07. Tattered & Torn 08. Purity * 09. Liberate 10. Prosthetics 11. No Life 12. Diluted 13. Only One 14. Scissors 15. Eeyore 16. Me Inside 17. Get This * 18. Spit It Out (Hyper Version) * 19. Spit It Out (Stamp You Out Mix) * 20. (sic) (Molt-Injected Mix) * 21. Wait And Bleed (Terry Date Mix) * 22. Wait And Bleed (demo) * 23. Snap (demo) * 24. Interloper (demo) * 25. Despise (demo) *

Oh, Sleeper

3 Inches Of Blood

Here Waits Thy Doom Century Media

Baixista do 36 Crazyfists no Skinlab

Baixista do 36 Crazyfists no Skinlab Seg, 31 de Agosto de 20091 comentário Envie para o Twitter Brett “Buzzard” Makowski, baixista do 36 Crazyfists, se juntou ao Skinlab como segundo guitarrista. A estréia de Buzzard foi no passado Sábado (29 de Agosto) em um show na Califórnia.

Faith No More em Porto Alegre

A produtora Opinião confirmou via Twitter a participação do Faith No More no Pepsi On Stage em Porto Alegre/ RS que acontece dia 3 de Novembro.

Otep

Smash The Control Machine KOCH Records


“TOP 5 Filmes com ou inspirados pela música” David Hall é um cineasta que faz filmes inspirados pelo metal e com base nos álbums de bandas de metal. Entre vários de seus trabalhos incluem Axis Of Eden: The Feature Film (baseado em um álbum de Today Is The Day) e também Disgorge, México (baseado em um álbum de Fuck The Facts). Ele também está planejando novos projeos com Sigh e Jucifer, e entre outros.

D

avid Hall tem moradia em vários lugares... Londres, Ontário, Canadá. Ele conta que descobriu que o cara que fez o filme Anvil! The Story of Anvil, morava em Londres também. A um tempo atrás ele foi para Baltimore, para filmar um filme chamado Maryland Deathfest: The Movie, um filme sobre a 7. versão do Maryland Deathfest, que provavelmente é um dos melhores festivais de música do mundo. Desde de Janeiro, ele vem assistindo varios filmes sobre shows, bandas e música e desde de então vem comentando sobre 5 filmes que tem uma qualidade cinematográfica. Aqui estão eles:

Woodstock (1970)

Direção de Michael Wadleigh No meu primeiro para Ryan Taylor, um membro da equipe que lançou Maryland Deathfest, eu declarei que Maryland Deathfest: The Movie, deveria ser tão bom quanto Woodstock, só que sem aqueles hippies fedorentos. Woodstock é simplesmente o melhor filme relacionado a shows. Não há narração, não há títulos ou truques publicitários. É um tiro de energia com a energia e paixão de um filme estudantil, construído e entregue para os mestres. Sua influência na cultura pop e os videos são uma base diária. - David Hall Woodstock é um documentário sobre o Festival de Woodstock lançado em 1970. Foi dirigido por Michael Wadleigh, e editado por Martin Scorsese e Thelma Schoonmaker, entre outros. Foi indicado ao Oscar de “Melhor Trilha-Sonora”, “Melhor Edição” e “Melhor Documentário”, vencendo este último. Em 1994 foi lançada a versão oficial do diretor, expandida para 225 minutos. Em 1996, o edição original foi selecionada para preservação no Registro Nacional de Filmes da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos por seu “significado cultural histórico ou estético.

Tommy (1975)

Direção de Ken Russell Além da incomparável cinematografia e edição, o que mais me impressiona sobre este filme é a integração da música e letra no script. Os cineastas tratam o assunto (a música) com a mesma seriedade como um “verdadeiro” filme, e provam que filmes baseados em músicas podem ser feitos para muito mais do que só para os fãs. - David Hall Tommy é um filme musical baseado na “ópera rock” lançada em 1969 pelo The Who. Foi dirigido por Ken Russell e apresenta um elenco de estrelas da música, incluindo os próprios integrantes da banda. Ann-Margret foi premiada com um Globo de Ouro por sua atuação e indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Durante a II Guerra Mundial o Capitão Walker é considerado morto em batalha. Sua esposa Nora Walker fica com a tarefa de cuidar sozinha de Tommy, filho recém-nascido do casal. Nora se envolve com Frank Hobbs, mas em 1951 seu antigo marido retorna repentinamente e é morto por Frank. O garoto Tommy presencia tudo, mas sua mãe e seu padrasto insistem que ele não viu, ouviu e não vai falar nada a ninguém, e em consequência Tommy se torna cego, surdo e mudo. Já adolescente, Tommy se torna um campeão de pinball, trazendo fama e fortuna para sua família. Depois de curado, ele se torna uma espécie de figura messiânica e angaria um culto de seguidores, que no final rejeitam seus ensinamentos e o abandonam.

Pink Floyd Live at Pompeii (1972)

Direção de Adrian Maben

É bastante épico para uma banda para armar e tocar em ruínas de uma antiga cidade destruída e Pink Floyd tocam apenas para que os técnicos e os gravadores filmem eles. A iluminação neste filme me deixa besta toda vez que eu assisto - com esse iluminação fantástica parece que eles estão tocando na lua e eu não pensar em outro filme onde tanta trabalho foi incorporada na composição. - David Hall Em 1972, o Pink Floyd realizou um concerto histórico na não menos mítica cidade italiana de Pompéia, aos pés do vulcão Vesúvio. David Gilmour, Nick Mason, Roger Waters e Richard Wright soltaram seus sons mágicos no milenário anfiteatro da histórica cidade. O público delirou. E o cineasta Adrian Maben registrou toda esta extraordinária experiência áudio visual no documentário Pink Floyd ao Vivo em Pompéia. A música de Pink Floyd - colorida, criativa, surrealista e altamente inventiva - adapta-se muito bem à representação visual. Filmado nas ruínas e no anfiteatro da mítica cidade de Pompéia, o Pink Floyd leva o espectador a uma extraordinária experiência audiovisual. O filme foi gravado na arena durante o dia e nas fantásticas paisagens de vulcões em erupção à noite, numa perfeita transição do áudio para o vídeo. As canções começam e terminam com a música Echoes, do álbum Meddle.


The Song Remains the Same (1976)

Direção de Peter Clifton

Este filme pinta um retrato íntimo de uma banda e capta toda a vibração da cena de rock nos anos 70. A melhor coisa sobre este filme é a forma que ele é filmado, muitos close-ups e muitas cenas sobre a banda; A edição de John Bonham, na cena é realmente apertado. - David Hall The Song Remains the Same é o registro de um show da famosa banda de Rock n’ Roll e Blues Led Zeppelin. A gravação ocorreu durante três noites consecutivas no Madison Square Garden em Nova York, no ano de 1973. O filme estreou nos cinemas em 1976 e foi lançado em VHS em 1990.

Singin’ in the Rain (1952)

Direção de Peter Clifton

Se não existisse esse filme, video clipes não existiriam. Esse filme é a biblia de como filmar um musical. É uma obra prima em edição, em definir o padrão para a pós-produção, filmagem, coreografia, encenação, iluminação, estimulação e etc. Além do gênio técnico, este filme é sobre a indústria cinematográfica e foi o primeiro filme que nos levou “para os bastidores” envolvendo assim o público no comércio de segredos. - David Hall Singin’ in the Rain é um filme filmado em 1952 de comédia musical. Estrelando Gene Kelly, Donald O’Connor e Debbie Reynolds e dirigido por Kelly e Stanley Donen. O filme é frequentemente descrito como um dos melhores musicais de todos os tempos

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“Os 5 lugares mais loucos para filmar um video” No segundo Top, nós mostraremos para vocês os 10 lugares mais insanos para filmar um video. Como várias bandas procuram diversidade, elas percorrem para o lugar ideal para gravar o seu video clipe. Confira!

Machu Picchu, Peru

Ouça: Mortem (http://www.myspace.com/thetruemortem) Machu Picchu (em Portugal também denominado de Machu Pichu, em quíchua Machu Pikchu, “velha montanha”, também chamada “cidade perdida dos Incas”, é uma cidade pré-colombiana bem conservada, localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba, atual Peru. Foi construída no século XV, sob as ordens de Pachacuti. O local é, provavelmente, o símbolo mais típico do Império Inca, quer devido à sua original localização e características geológicas, quer devido à sua descoberta tardia em 1911. Apenas cerca de 30% da cidade é de construção original, o restante foi reconstruído. As áreas reconstruídas são facilmente reconhecidas, pelo encaixe entre as pedras. A construção original é formada por pedras maiores, e com encaixes com pouco espaço entre as rochas. Consta de duas grandes áreas: a agrícola formada principalmente por terraços e recintos de armazenagem de alimentos; e a outra urbana, na qual se destaca a zona sagrada com templos, praças e mausoléus reais. O lugar foi elevado à categoria de Património mundial da UNESCO, tendo sido alvo de preocupações devido à interacção com o turismo por ser um dos pontos históricos mais visitados do Peru. Há diversas teorias sobre a função de Machu Picchu, e a mais aceita afirma que foi um assentamento construído com o objetivo de supervisionar a economia das regiões conquistadas e com o propósito secreto de refugiar o soberano Inca e seu séquito mais próximo, no caso de ataque. As ruínas desta cidade inca pré-colombiana é localizada 2400 metros acima do nível do mar, nos Andes peruanos, a cerca de 50 milhas a noroeste de Cuzco. Cercado de todos os lados por montanhas, o mais próximo do Huayna Picchu (foto ao lado) era para ser a mais alta residência de um Sacerdote. Machu Picchu é perfeito para qualquer banda de Death Metal com vista meio mística.

Deserto do Atacama, Chile Ouça: Mar de Grises (http://www.myspace.com/mardegrises2) O deserto do Atacama está localizado na região norte do Chile. Com cerca de 200 km de extensão, é considerado o deserto mais alto e mais árido do mundo, pois chove muito pouco na região, em conseqüência das correntes marítimas do Pacífico não conseguirem passar para o deserto, por causa de sua altitude. Assim, quando se evaporam, as nuvens úmidas descarregam seu conteúdo antes de chegar ao deserto, podendo deixá-lo durante épocas sem chuva. Isso o torna de aridez incrível. As temperaturas no deserto variam entre 0ºC à noite e 40ºC durante o dia. Em função destas condições existem poucas cidades e vilas no deserto; uma delas, muito conhecida, é San Pedro do Atacama ou São Pedro do Atacama, que tem pouco mais de 3 000 habitantes e está a 2 400 metros de altitude. Por ser bem isolada é considerada um oásis no meio do deserto e o principal ponto de encontro de viajantes do mundo inteiro, mochileiros, fotógrafos, astrônomos, cientistas, pesquisadores, motociclistas e aventureiros. Apesar de pequena e isolada no coração do deserto mais árido do mundo, San Pedro possui uma


vida agitada, mesmo depois da meia noite, os bares e restaurantes ficam lotados com pessoas conversando e planejando o dia seguinte. Se uma banda de Funeral/Doom Metal procura um local, esse definitivamente seria o ideal para um clipe.

Goðafoss, Islândia

Ouça: Potentiam (http://www.myspace.com/potentiam) As quedas de água de Deus, assim foram batizadas, ainda no século 11, numa história relatada numa janela da catedral de Akureyri. Godafoss fica junto à estrada que nos leva a um dos locais mais cativantes do norte da Islândia. O lago Mývatn. Godafoss tem um charme singular que se espraia pelos seus 30m de largura e pelos 12m de altura.

Tikal, Guatemala Ouça: Týr (http://www.myspace.com/tyr1) Tikal foi um dos maiores centros populacionais e culturais da civilização maia. Já no Século IV a.C. se iniciava a construção da sua arquitetura monumental mas as estruturas que hoje lá se veem provêm do período clássico, que ocorreu de 200 d.C. até 850 d.C.. Depois desta data nenhum grande monumento foi construído; coincidindo com esta data depósitos que comprovam ocorrência de incêndio em alguns palácios usados pela elite da cidade. Deste período em diante se inicia o gradual declínio de sua população até o seu abandono total por volta do Século X d.C. O nome “ Tikal “ quer dizer “ Lugar de Vozes “ ou “ Lugar de Línguas “ na língua maia. Entretanto, a designação do nome antigo da cidade mais comum que se extrai dos hieroglifos a designam como Mutal ou Yax Mutal, que significaria “ Pacote “ ou “ Pacote Verde “, e talvez metaforicamente “ Primeira Profecia “. Estudiosos estimam que, no seu auge, a cidade tinha uma população entre 100000 e 200000 habitantes.

Luxor, Egito

Ouça: Nile (http://www.myspace.com/nilecatacombs) Luxor é uma cidade do sul do Egito, capital da província de mesmo nome. Sua população é de 376,022 (censo de 1999), e sua área, de 416 km². A Luxor moderna cresceu a partir das ruínas de Tebas, antiga capital do Império Novo (1550-1069 a.C.) e situa-se a 670 km ao sul do Cairo. A sua riqueza, tanto arquitetônica como cultural, fazem dela a cidade mais monumental das que albergam vestígios da antiga civilização egípcia. O Nilo separa Luxor em duas partes: a margem oriental, outrora consagrada aos vivos, onde encontramos os vestígios dos mais importantes templos consagrados aos deuses da mitologia egípcia, e a margem ocidental, consagrada aos mortos, onde se localizam algumas das mais importantes necrópoles do antigo Egipto, segundas em importância relativamente às existentes no planalto de Gizé, no Cairo, e onde foram feitos alguns dos achados arqueológicos mais significativos da antiga civilização, designadamente o túmulo de Tutankhamon, descoberto em 1922 pelo célebre arqueólogo e egiptólogo inglês Howard Carter. Na margem Oriental encontra-se: O Templo de Karnak, sendo o maior dos templos do antigo Egipto cujos vestígios chegaram até nós, foi dedicado à tríade tebana divina de Amon, Mut e Khonshu, e foi sucessivamente aumentado pelos diversos faraós, tendo levado mais de mil anos a construir. Constitui uma mescla de vários templos fundidos num só. O seu grande destaque é a Grande Sala Hipostila, cujo teto era suportado por 134 enormes colunas, ainda actualmente existentes, e consideradas como sendo as maiores do mundo. O Templo de Luxor, foi iniciado na época de Amenhotep III e só foi acabado no período muçulmano. É o único monumento do mundo que contém em si mesmo documentos das épocas faraónica, grecoromana, copta e islâmica, com nichos e frescos coptas e até uma Mesquita (Abu al-Haggag). Museu de Luxor, é um belo e interessante museu ainda que pequeno. Foi inaugurado pelo ex-Presidente francês Valéry Giscard d’Estaing em 1974. Possui uma importante colecção de todas as épocas do Egipto Antigo. Uma sala aberta recentemente contém as últimas descobertas arqueológicas do Templo de Luxor. Na margem Ocidental encontram-se: O Vale dos Reis, principal necrópole real do Império Novo do antigo Egito, possui 62 túmulos dos faraós desse período e também os túmulos dos faraós Tutankamon, Ramsés IX, Seti I, Ramsés VI e o de Horemheb. Ainda hoje se continuam a retirar jóias dos túmulos dos filhos de Ramsés II. Os túmulos aí existentes designam-se pelas siglas KV (significando Kings Valley, em português vale dos reis) seguidas de um número, sendo este atribuído consoante a ordem cronológica da descoberta de cada túmulo. No total existem 62 túmulos, sendo o mais importante precisamente o número 62, o do Faraó Tutankhamon, mais pelo espólio do achado do que porventura a importância do faraó. Em 1994 os arqueólogos começaram a escavar o túmulo KV5, considerado pouco importante até então. Encontrou-se o maior e mais complexo túmulo do Vale dos Reis. Julga-se ter encontrado o túmulo dos 52 filhos de Ramses II. Até agora foram descobertos uma sala com 16 colunas, vários corredores e mais de 100 câmaras. Apesar de não terem sido encontrados tesouros, foram no entanto recuperados do entulho milhares de artefatos. Os trabalhos arqueológicos, ainda longe do fim, prolongar-se-ão por vários anos antes de se abrir o túmulo ao público. O Vale das Rainhas, onde se destacam os túmulos do Príncipe Amenkhepchef, da Raínha Ti e o da Raínha Nefertari, esposa do Faraó Ramses II. Este último, foi aberto ao público em 1995. No entanto, a entrada neste túmulo está actualmente vedada ao público para conservação dos hieróglifos, recentemente restaurados. Este túmulo dispõe de alguns dos mais bem conservados e coloridos hieróglifos egípcios. O Templo mortuário da Raínha Hatshepshut, o seu estilo arquitetônico é único. Foi projetado e construído por Senenmut, arquitecto da Rainha Hatshepsut. Esta Raínha (18ª Dinastia) governou como um autêntico faraó sendo assim considerada a 1ª mulher chefe do Governo na História. Este templo constitui uma visão impressionante, tendo sido talhado parcialmente na rocha, e a visão do mesmo funde-se na grandeza da encosta calcária que lhe serve de apoio. O templo foi posteriormente alterado por Ramses II e pelos seus sucessores, e mais tarde os cristãos transformaram-no num mosteiro (daí o nome Deir al-Bahri, que significa “Mosteiro do Norte”). Próximo ao templo principal situam-se as ruínas do Templo de Montuhotep II, Faraó da 11ª Dinastia que unificou o Egipto, e o Templo de Tutmósis III, sucessor da Rainha Hatshepsut.



DISSIDIUM :: OLD SCHOOL DEATH METAL _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Dissidium é a mais nova banda de old school death metal nacional. Seguindo os mesmos passos de Morbid Angel, eles lançam o primeiro álbum intitulado Danse Macabre. A Six Seconds conversa com o guitarrista Alex Souldealer e o baxista Márcio Quirino sobre tudo que está rolando na banda. O som de vocês possui um aspecto bem interessante, o fato de introduzirem ‘berros’ aparentemente ‘old school’, ou seja, ao mesmo tempo inspirados em filmes e livros de terror/horror clássicos dos anos 70 e 80, gore em geral, conseguindo reencarnar naquela época. Comentem sobre essa observação. Márcio: Está corretíssimo. Não é algo acidental... Desde o início tínhamos a perfeita idéia de como devia ser trabalhada toda a concepção que forma o “background” estético do EP. Tinha de ser algo que remontasse a essa época e a trouxesse à tona em diversos aspectos, desde as imagens suscitadas pelas letras, até as sonoridades exploradas nos riffs! E para atingir essa finalidade acho que o método mais adequado (e que acabou se tornando também o mais natural) era simplesmente deixar fluir as nossas próprias experiências e visões particulares acerta desta temática; isso trouxe algo de intimista ao trabalho, já que somos todos apreciadores do horror desde a infância, tanto na literatura, como no cinema e na música. Alex: Bem, a julgar pela sua observação, parece que realmente conseguimos êxito no desenvolvimento da temática escolhida. Para nós, era bastante importante que o trabalho tivesse uma coerência interna e que os ouvintes pudessem, por meio do reconhecimento de alguns signos fundamentais, participar desta atmosfera peculiar que as grandes obras do horror nos oferecem. Para tanto, fizemos várias experimentações, burilamos todos os detalhes, religando e estabelecendo novas conexões com a memória estética que o fenômeno do horror nos legou. E como todo

este universo de idéias macabras sempre esteve presente em nossa experiência diária, ou seja, sempre foi uma parte importante de nossa personalidade sonora, o trabalho de composição da obra tornou-se algo bastante espontâneo e prazeroso. Sendo assim, me parece que se conseguimos “transportar” o ouvinte para uma determinada “época”, como você se refere, o motivo é que vivenciamos intensamente aquilo que os trabalhos de horror têm de mais potente: um nível artístico singular através do qual o trabalho do horror se transforma numa dança; ou como diria o mestre Stephen King, um nível em que a busca fundamental é atingir os “pontos de pressão fóbica”. A faixa intro ‘Dr. Phibes’ foi inspirada no filme de terror setentista ‘The Abominable Dr. Phibes’?! Comentem sobre a influência desse filme no som de vocês. Márcio: É uma faixa que gosto muito. Por ser um tema de abertura, me traz um sentimento saudosista de quando assistia a thrillers de terror e, no início, havia sempre os créditos apresentados com um fundo musical, exatamente como na faixa “Dr. Phibes”. Tanto a idéia e a própria composição da música são do vocalista W. Scorpion. Alex: Sim, a música foi inspirada no filme homônimo do diretor Robert Fuest. A saga e a própria caracterização da personagem Dr. Anton Phibes (interpretado magistralmente pelo Vincent Prince) é simplesmente espetacular e, de fato, bastante inspiradora! (Riso) Entretanto, entre as inúmeras possibilidades líricas que o filme oferece, o que mais nos interessava era que a música capturasse aquela

atmosfera “dramático-sonora” que permite o Dr. Phibes e sua assistente, a encantadora Vulnavia, celebrarem seus feitos macabros. E acho que Williard (Vocalista) foi muito feliz em sua composição! Pois, ao menos para mim, esta música consegue conjugar dois aspectos fundamentais para nossa obra: por um lado, fazendo referência à trilha sonora “clássica” do cinema de horror (expressa justamente através da sonoridade do órgão e da orquestra do Dr. Phibes), e por outro, sendo um convite para um novo mundo de sutis prazeres, um prelúdio macabro e mortal que nos arrebata e revela: “-- Fostes longe demais, pobre mortal! Agora tens que sobreviver ao nosso ‘circo dos horrores’!” (Risos) Qual o significado do livro ‘Necronomicon’ para vocês, e qual foi a sensação de introduzir um início tão conceitual, do livro, na música? Márcio: A faixa faz referência ao filme de Sam Raimi, “The Evil Dead” (“A Morte do Demônio”, na versão em português), que por sua vez traz menções ao lendário livro sobre os mortos e sua relação sobrenatural com os vivos, etc, de autoria de H. P. Lovecraft. É interessante o fato desta criação de Lovecraft ter conseguido se tornar um paradigma tanto histórico quando literário, confundindo o espectador quanto ao que é “real” ou não. Isso é justamente o que buscamos nas composições de “Danse Macabre”: trazer o mitológico ao cotidiano e despertar no ouvinte alguma inquietação interior e alguma identificação com aquele plano “estranho”. Alex: A introdução desta música foi elaborada a partir de


um efeito sonoro presente numa cena do filme “The Evil Dead”. Nós a batizamos de “cena do balanço”... Ela marca a chegada do grupo de protagonistas à cabana na floresta em que se desenrolarão os principais acontecimentos sobrenaturais. Para mim, aquela imagem da cabana abandonada e o som marcante do balanço da varanda, batendo contra a parede, é absolutamente sensacional! E sempre me traz de volta aquela boa sensação de assistir um grande filme de terror pela primeira vez! Exploramos e desenvolvemos este efeito até que ele se tornasse em uma seqüência natural da música, fundindo-se em seu ápice com o som da bateria, de forma que o ritmo frenético do filme estivesse presente na própria composição. Comentem sobre a faixa diálogo vocal-instrumental ‘My Dear Norman’.

8.5 8

Danse Macabre Independente

Celebrar o grotesco em todas as suas faces. Essa é a proposta principal desse álbum de estréia do Dissidium. De acordo com a expressão medieval La Danse Macabre repassa o ideal de que: “Não importa o que tu és em vida. A Dança da Morte te unirá aos demais”. É com esse aspecto de horror show, que o Dissidium mostra ao que veio, esbanjando sagacidade nas composições e mostrando as influências logo de cara. Influências essas, que são notáveis e vão de Morbid Angel, Death, até um mais recente e aclamado Bloodbath. A introdução do disco faz muito bem o papel aterrorizador que se prosseguirá no decorrer do disco. Burried Alive é uma pedrada na cara do ouvinte, repleta de riffs bem trabalhados e com um clima bem denso e pesado, essa faixa remete aos áureos tempos em que o Death metal teve uma aceitação bem mais elevada no cenário metálico da década de 90. Necronomicom, retoma a pegada veloz do estilo, a bateria bem marcada e repleta de bate-estacas dá o ritmo mais acelerado da música, alternando com momentos de mais cadência. My Dear Norman, remete exclusivamente à memória de Norman Bates, um dos maiores ícones do cinema de horror de todos os tempos, estrelado em 1960 no filme Psicose. A faixa cumpre magnificamente o papel de transpor o horror apresentado por Norman no cinema através de passagens faladas atreladas a um instrumental bastante mórbido, aos ouvintes. Seguindo a linha de serial killers do cinema mundial, a banda faz com que Norman Bates venha como uma introdução assustadora para a próxima faixa, “Michael Myers”, que se mostra bem trabalhada e repleta de blast-beatings e passagens de riffs mais alternados, fazendo com que a música soe bem mais heterogênea que as demais. Em Embodied Hell, a banda relaxa um pouco e não deixa a faixa vingar tão bem no disco. Dawn of Dead encerra todas as pegadas mais pesadas do disco muito bem, com passagens em que é impossível escutar sem ter vontade de bangear. O encerramento do disco fica a cargo da faixa Mortalha da Alma, que em sua estrutura é composta liricamente de um poema maldito, bem digno de um Augusto dos Anjos. É uma certeza absoluta que, se H. P. Lovecraft fosse um poeta, ele, com toda certeza, escreveria algo do tipo. É com todo o prazer que vos apresento o Dissidium. Banda brasileira de Death Metal e que, futuramente, irá nos dar muitas alegrias. Stay Dark! BRUNO THOMPIS

Márcio: Quisemos penetrar fundo na mente dos perturbados e tendenciosos ao assassinato... não necessariamente a mente do personagem “Norman Bates” (“Psycho” - 1960, de Hitchcock: “Psicose”, na versão nacional), que ali nos serve apenas como um símbolo ou motivo para essa abordagem da loucura tencionada pela morte. Ou seja, trata-se de uma visão geral sobre esse fenômeno, com esperanças de mais uma vez encontrar nele algo de “familiar”... Então, se alguém dissesse em tom de acusação que “My Dear Norman” é uma esteticização do mal psicológico e social, eu diria: “puta merda, é isso mesmo!” Alex: Esta peça musical é um elemento bastante peculiar na composição deste trabalho. A própria sonoridade das cordas, a ausência da bateria e as vozes sobrepostas que conduzem a canção - alternando entre o sussurro e o desespero - foram pensadas para causar um certo desconforto, um certo estranhamento no ouvinte. Como um efeito em stereo de vozes psicóticas, esquizofrênicas... Ou seja, imagine que “a voz” da sua própria consciência, aquela em quem você mais confia, falasse em uma freqüência totalmente adversa à da maioria e, desta forma, o conduzisse a um mundo de prazeres e realizações. Como você poderia dizer que este impulso não é verdadeiro?! Como definir que não é correto satisfazer suas paixões?! Em seguida, acrescente um pouco daquele magistral universo de Alfred Hitchcock, expresso no amor filial de Norman Bates (na interpretação antológica de Anthony Perkins, claro!). Sim, é uma receita um tanto ousada e ambiciosa, mas nós apreciamos trabalhar desta forma. Provavelmente, a mais brutal faixa do álbum é ‘Michael Myers’. Contendo ritmo, vocais fortes e poderosos, mesclados a um instrumental impecável que se encaixa perfeitamente no contexto. Comentem sobre o uso de vozes (gritos) e um instrumental obscuro ao andamento final da música. Márcio: “Michael Myers” tinha de ser exatamente como você descreveu; pois aí sim a intenção era focar o personagem clássico do mestre John Carpenter e, como tal, a faixa tinha de ser algo forte, imprevisível e ameaçador/ agressivo ao mesmo tempo! Ao escrever as letras e os “riffs” eu tentei deixar de ser Márcio por uns instantes, esquecer que vivo numa sociedade pretensamente civilizada e regida por normas, ignorar sentimentos fraternais como amor, compaixão, humildade, etc., quis deixar surgir algo de monstruoso que pouco a pouco prevalecesse a tudo isso, sem conceito algum por trás ou razão alguma! Essa era a minha visão do “caráter” de Myers, e é o que o seu criador conseguiu inspirar esteticamente em mim. A passagem final é uma interpretação do também clássico tema musical do personagem Myers, além de uma homenagem a Carpenter, seu autor de direito. De qual filme e/ou livro foi inspirado para a composição de ‘Embodied Hell’, e expliquem o por que de introduzir guitarras melódicas, inclusive com solos, ao som de vocês. Márcio: “Embodied Hell” é inspirada no filme “The Exorcist” (“O Exorcista”), de 1973, e nas coxas de Linda Blair, ahah! A letra dessa faixa tem um tom bastante pietista, por assim dizer. Ela abrange tanto a angústia do padre, com suas dúvidas sobre o divino, diante da possessão demoníaca, quanto o sentimento indescritível de quem é possuído e, finalmente, há também “falas” das próprias forças malignas, tudo se desenvolvendo numa espécie de diálogo dramático... Então achei que seria necessário algo mais melódico para ambientar essa atmosfera, algo que desse contornos épicos à narrativa. Daí a escolha de melodias e duetos “à la” Iron Maiden, o que para mim é além de tudo sempre um enorme prazer! Alex: As melodias estão presentes em todas as músicas do trabalho, estejam estas destacadas pelas guitarras ou não! O que acontece é que em algumas músicas, pela própria natureza da composição, isso se torna mais perceptível... O que quero dizer é que em todos os casos, estamos sempre pensando em função das próprias músicas. Nesta, em particular, os intervalos utilizados nas linhas de guitarra evidenciam propositadamente o aspecto melódico da composição, criando um contraponto com as vocalizações ásperas e sombrias. Quanto ao solo... Mais uma vez estava pensando no que pedia a composição. Por este mesmo motivo, eles não estão presentes em todas as músicas.

Nesta sim, tinha que existir um! Ele precisava ser desta maneira, pois em seu final há uma menção ao tema do filme “The Exorcist”, e eu queria uma transição sutil entre a base anterior e esta citação. O solo, neste caso, cumpre perfeitamente esta “função”, destacando o tema final. Em todo caso, quem manda mesmo é o ouvido! Particularmente, a melhor faixa do álbum é ‘Dawn Of The Dead’. Comentem sobre o inteligente uso de vozes meio que sussurradas ao longo da faixa, e o surpreendente solo no final. Márcio: Os sussurros deviam meio que reproduzir os gemidos incompreensíveis dos mortos-vivos, já que a faixa tem por tema o filme que traz o mesmo título, cheio de zumbis, mentes infectadas e coisas do gênero. Os “leads” de guitarra acompanham a mesma lógica das ocasiões anteriores, ou seja, criam uma textura sonora interessante, carregada de tensão, para conduzir a “cena” que se passa. Alex: Obrigado pelo “surpreendente”! (Risos) Novamente, procuramos utilizar os intervalos sonoros de maneira a enfatizar algum aspecto necessário à dramaticidade da própria composição. Neste caso, podemos dizer que o caminhar desolado dos mortos ao crepúsculo, foi a inspiração! Comentem sobre a parte lírica da faixa ‘Mortalha da alma’, que contém uma musicalidade bem sombria. Márcio: A concepção original da faixa era a de um poema, que soasse musical já pela sua simples declamação. Sobre isso não posso atribuir o sucesso da execução e da gravação (em um único, performático e teatral “take” de estúdio) a outra coisa, senão à perspicácia, competência técnica, experiência e “feeling” do vocalista W. Scorpion, que conseguiu traduzir todo o conteúdo mórbido das falas e ações dos filmes de Zé do Caixão (tema da música), com uma dramatização inspirada e, sobretudo, fluente, repleta de musicalidade e “punch” lírico, o que é raro em faixas conceituais desse tipo, que normalmente se tornam monótonas já nos primeiros segundos. Qual o significado do nome ‘Dissidium’ para vocês?. Márcio: Não quero nem gosto de soar prolixo, mas acho que a melhor maneira de responder a esta pergunta é remontando à nossa formação filosófica. Então, para mim, “Dissidium” significaria algo como uma espécie de “separação” radical que sofremos de nós mesmos e do “sentido” de nossas vidas, a todo instante e desde sempre... o esforço para revelar e recobrar para si o que foi “perdido”... a vontade de se reinventar e às vezes o oposto disto, ou seja, a resignação ante a fatalidade da existência e do iminente desaparecimento. Coisas assim, enfim... Alex: A palavra vem do latim e significa: dissentimento, desarmonia, discórdia, divisão, dissensão. Obviamente, temos uma compreensão particular do seu significado... E realmente acredito que não deva esclarecer muito sobre este aspecto, mas sim, deixar o público simplesmente percebê-lo como um signo através do qual é possível identificar um determinado grupo de artistas inquietos, que continuamente tangenciam o abismo... Comentem sobre o título do álbum, ‘Danse Macabre’, e também sobre a influência de Stephen King para vocês. Márcio: O EP foi produzido por Andrei e Victor Hugo Targino e co-produzido por nós. Eu não costumo falar em termos do que seria “ideal” ou “perfeito”, acho que não existe o disco perfeito e isso é bom! Então, em termos técnicos, acho que o resultado é muito bom e todos (produtores e músicos) cresceram muito com o processo, sendo essa parte da experiência, ao menos para mim, tão importante quanto o material propriamente dito, que tem agradado a todos de forma praticamente unânime. Obrigado! Alex: Embora a situação tenha melhorado muito nos últimos anos, ainda é muito difícil o acesso a uma produção de qualidade em nossa região. Principalmente em se tratando de bandas independentes, ainda mais em nosso estilo musical. Por isso mesmo, considero a realização desta obra uma grande conquista. Ao menos no que se refere à “cena Heavy Metal” de nossa cidade, procuramos utilizar o que havia de melhor. Para tanto, foi preciso vários anos de trabalho e persistência, tentando obter o melhor resultado de cada recurso disponível. O interessante é que esta temática dos filmes de horror, desde o início nos pareceu apropriada também por esta questão da produção. Pois tal qual os “Filmes Trash”, “Filmes B” que admiramos, o que nos falta em recursos materiais, compensamos em criatividade e ousadia!! (Risos) E é muito gratificante perceber que o trabalho tem causado um impacto positivo nos ouvintes, principalmente, entre aqueles que conhecem e apreciam realmente o gênero. Para nós, é a indicação de que o trabalho tem consistência e que devemos continuar trilhando nosso próprio caminho, acreditando cada vez mais em nossa arte. ALMIR MACEDO


Oh, Sleep

“Son Of The Morning“ é o título do terceiro álbum da b Deus e o Diabo, o vocalista Micah Kinard bateu um pa que está por vir.

E

ai, como estão as coisas por ai?

Diabo.

breakdowns?

E ai! Tudo tranquilo, apenas relaxando um pouco de algumas turnês.

Nos fale o quão foda ficou o novo álbum!

Existem breakdowns em cada faixa do novo álbum, nos não escrevemos músicas pensando nos breakdowns, eles entram naturalmente. Nós pensamos que é mais importante ter uma música que flui melhor musicalmente do que uma intupida de breakdowns variados.

Nos conte tudo sobre sobre Oh, Sleeper para aqueles que não conhecem. Nós somos uma banda de caras que amam tocar. estamos longe da perfeição, mas nos empenhamos para escrever músicas que possam incentivar e inspirar pessoas à cuidarem de suas vidas e reivindicar vitória sobre qualquer coisa que pode deixá-los para baixo. “Son Of The Morning” é o nome do novo álbum, o que você pode nos dizer em comparação ao álbum anterior “When I Am God”. Este novo álbum está MUITO diferente de “When I Am God” e estamos realmente animados com isso pois fizemos com 100% do nosso esforço. Tudo relacionado a música, técnica, letras, estilo, conceito, estruturas... está tudo diferente. Na minha opinião “Son Of The Morning” é muito mais pesado do que “When I Am God”, mas também bem mais compreensível. Além disso, SOTM é um álbum conceitual (uma história completa do início ao fim), narrando a batalha final entre Deus e o

Haha! Bem, eu acredito que somos críticos bastante severos e estamos muito felizes com o resultado. Eu não acho que nós poderiamos ter feito um álbum melhor. Nos shows vocês tocaram 2 musicas novas, “The New Breed” e “Commissioned by Kings”, o que você pode nos contar sobre elas? “The New Breed” foi uma das nossas primeiras músicas novas que escrevemos e é um hino. É uma música estimulante para quem está lutando no exército de Deus. “Commissioned by Kings” foi a primeira música nova a ser escrita e é a que mais se assemelha sonoricamente ao nosso último álbum. Liricamente retrata uma batalha contra um exército de mortos-vivos, na qual funciona como uma metáfora lutando contra seu própio autoorgulho. Ela tem uma galera muito divertida que berra: “BRING OUT THE DEAD! BRING OUT THE DEAD!”. Eu mal posso esperar para tocá-la ao vivo para que todos possam cantar conosco. O novo álbum apresenta mais do tipo, verse, chorus, verse, chors, bridge. Mas e quanto a

Qual o significado da capa do álbum? É um pentagrama quebrado. A cultura satanica tem combinado o pentagrama com a cabeça do bode (o cavanhaque, as orelhas, e os chifres) e na ultima parte do álbum, Deus fala para Satanás, “eles cantarão para o mundo renascer conforme eu corto seus chifres. Eu cortarei seus chifres! Eu cortarei seus chifres!” O simbolo na capa é um pentagrama com os chifres cortados. mostra a vitoria definitiva de Deus contra o Diabo. Por quê o nome “Son Of The Morning? Existe alguma historia por traz disso?” Son Of The Morning é outro nome para Satanás, derivada do nome Morning Star. O álbum inteiro é sobre ele, revelando sua verdadeira face e sua estratégia contra nós. O álbum começa com a faixa “Son Of The Morning” com a voz caracterizando


per

banda cristã Oh, Sleeper. Envolvendo a batalha final entre apo com a Six Seconds, falando tudo sobre o novo álbum o Satanás e o resto do álbum representa Deus falando para várias pessoas e ensinando como derrotá-lo, criando assim um exército invencível. Na última música Deus diretamente responde a primeira msica e diz exatamente como ele derrotará seu inimigo. E aproveitando, por quê o nome “Oh, Sleeper”? Nosso nome veio de um um versículo do livro de Efésios. Ef 5:14. “Desperta, ó tu que dormes” e essa banda representa o nosso despertar. Que tipo de mensagem o álbum “Son Of The Morning” traz para o público? O que gostaríamos de transmitir aos ouvintes é encorajamento, força e inspiração para levantarse e ser um conquistador nas suas vida. Uma música trilhando a vida de um guerreiro.

Sim, 100%. Vocês estão com um novo baterista, Matt Davis. Como ele entrou no Oh, Sleeper? Nosso baterista original, Ryan Conely decidiu que ele tinha conseguido tudo que ele queria na música e que era tempo para ele passar para o próimo capítulo de sua vida. Nós começamos a procurar um novo baterista e Matt nos enviou alguns videos dele tocando e nós nos apaixonamos, haha! Ele é um músico incrível, provavelmente um dos mais talentosos nesta banda. Nós saímos de Texas, tudo deu certo e aqui nós estamos. Mudou algo na tematica do novo álbum? Sim, ele está escrito mais em formas de metáforas espirituais em vez de metáforas metológicas. Também está muito mais honesto e brusco.

Que tipo de influências vocês tiveram para o álbum sair como saiu?

Eu soube que no novo álbum irão ter alguns participantes? Pode nos dizer quem?

O trabalho de Deus em nossas vida. Essa foi nossa inspiração principal. Eu também sou muito influenciado por filmes e histórias épicas.

Sim, Cody Bonette (As Cities Burn) participa nos vocais na terceira faixa “In All Honesty”

Vocês estão satisfeitos com o resultado principal?

Vocês ja escolheram alguma música do novo álbum para fazer video-clipe?

Sim, há alguns dias nós gravamos 2 videos com Isthmus Studios em Atlanta GA sob a direção de Daniel Davison. Um video para “Son Of The Morning” e uma parte para o video “The Finisher”. A primeira e última faixas do novo álbum. E quanto ao Brasil? Tem planos para vim pra cá? Eu espero que sim! Gostaríamos muito de ir até aí. Se houver uma oportunidade para nós, vamos chegar aí o mais rápido possível! O que você tem a dizer para os fãs que estão esperando o novo álbum? Vocês são tudo para nós e honestamente, tentamos escrever um álbum que vocês gostem e possam aplicar em suas vidas. Espero que gostem. Obrigado pela entrevista. Obrigado! Agradecemos muito o apoio. Oh, Sleeper LOVES BRAZIL! IAN K. MENEZES / VALMOR A. BASTOS




Englobando a cena underground, os paulistas do Command6 vem mostrando seu talento, acompanhando seu primeiro álbum “Evolution?“. A Six Seconds conversa com o guitarrista Bruno Luis sobre esse novo trabalho. Por que o nome Command6? O nome surgiu de uma variação da palavra “Comando”. Por questão de patente não pudemos utilizar o nome e depois de várias adaptações chegamos ao conceito “Command6”. As pessoas criaram várias versões que já ouvimos sobre isso mas preferimos deixar que as pessoas continuem tirando suas próprias conclusões. À quem vocês dão crédito, além da própria banda, para a conclusão da gravação e produção do álbum em menos de 1 ano? A todos os nossos amigos, família e todas as outras pessoas envolvidas no projeto. Nosso trabalho foi muito bem planejado desde o início e apesar de tudo, não tivemos grandes dificuldades. Já nos conhecíamos há muito tempo antes do Command6 nascer e até mesmo já havíamos tocado juntos em outros projetos. Por terem uma sonoridade mais ‘madura’, achariam que seriam mais ou menos valorizados em relação às novas bandas no cenário brasileiro que seguem um caminho diferente? Talvez... Difícil de saber pois nós temos muitas influências e colocamos todas dentro das nossas músicas. Nós acreditamos e lutamos para que o máximo de pessoas curtam o nosso trabalho, independente do estilo e nós não temos nenhum tipo de divergência por dividir o palco com uma banda de outro estilo. Temos muitos amigos a parceiros de trabalho e isso é uma coisa que nos orgulha muito. Os integrantes (ou a banda em si) possuem alguma religião? E no quão acham que isso influencia na sonoridade, tanto lírica quanto musical? Acredito que a banda tenha um lado espiritual independente de qualquer religião mas uma coisa mais concreta, não. Com certeza isso acaba influenciando não só na música, como na vida. Religião é filosofia e cada um escolhe a melhor pra si. Como vocês vieram a conhecer o Fábio “Nenê” Altro e como se deu o processo de sua participação na música “Bleed The Cure” ? O Thiago Castro conhece o Nenê há alguns anos e foi isso basicamente. O Nenê é uma pessoa espetacular que sempre nos apoiou e ter ele no nosso disco de estréia, sem dúvida foi uma coisa muito gratificante. Ele ouviu a música uma vez apenas e já saiu quebrando tudo nos berros(rs). Parecia que já conhecia a música e essa sintonia foi demais! Do que exatamente a abordagem lírica fala ? No geral, as letras falam de coisas que aconteceram no cotidiano de cada um. Algumas acabaram até sendo um tipo de desabafo de coisas que vinham acontecendo nas nossas vidas na época e o que nós achamos mais legal é que nós podemos sentir isso não só na parte lírica das músicas mas também no instrumental. A música não mente e

quanto mais sincera ela é, mais forte ela fica com o tempo. Por que dar o nome de ‘Evolution?’ ao álbum ? Depois que ouvimos o álbum inteiro esse nome surgiu. Acreditamos que a palavra defina o que sentimos naquela hora e o que criamos. Foi um momento incrível e sem dúvida esse álbum é motivo de muito orgulho para toda a banda. É simplesmente o fruto de um trabalho intenso que marcou a vida de cada um, para sempre.

Command6 Evolution? Independente

Comentem sobre a arte gráfica do álbum. A arte gráfica foi criada por um grande amigo nosso chamado Marcelo Campos. Basicamente o conceito todo é dele, relacionando a arte com o título do cd e nós apenas demos sugestões e pequenas idéias complementando. O Marcelo fez um trabalho incrível e foi uma honra ter trabalhado com ele. Qual o verdadeiro nome do ‘Wash’, quer dizer, se esse não for o verdadeiro nome mesmo. E qual o por quê da utilização de um único nome como no caso do baterista e do baixista? (rs) Essa é apenas uma abreviação dos nomes. Sobre o fato de ser um único nome ou apelido, não fazemos a menor idéia do que dizer (rs)... Talvez eles tenham optado por uma maneira mais simples para que as pessoas pudessem memorizar seus nomes com facilidade. Como anda a agenda de shows da banda, atualmente? E como era antes, em comparação à antes e depois do lançamento do álbum? Nós tivemos uma fase de adaptação depois que trocamos de baixista e ficamos ensaiando bastante até que o Johnny Hass estivesse familiarizado com o nosso repertório. Depois disso, passamos a agendar shows novamente e já temos algumas datas legais para Julho, Agosto, Setembro e Novembro. No nosso myspace oficial (www.myspace. com/command6) a galera pode encontrar todas as informações possíveis. Nós também sempre estamos procurando oportunidades para nos apresentarmos em outras cidades e estados e caso alguém se interesse pelo nosso trabalho, simplesmente entrem em contato por e-mail (command6br@gmail.com). A idéia de criar um som pesado, nervoso e brutal, misturando melodias marcantes e riffs poderosos, sem se prender a rótulos, partiu de quais influências musicais? As influências mais marcantes acredito que sejam Pantera, Sepultura, Metallica, Alice in Chains, Slpknot entre outras. A realidade é que cada integrante da banda acabou trazendo sua principal influência e isso é a coisa mais importante de tudo. O Command6 não tem limites para a música e temos muita coisa para fazer ainda... esse é só o começo! ALMIR MACEDO

9 É muito bom, falar de bandas ótimas. Quanto a isso, não há o que se negar. Melhor ainda, é falar de bandas ótimas, humildes, vindas do cenário underground e com instrumentistas sagazes, criativos e, acima de tudo, amantes da música. O command6 é uma das bandas, que, junto com o Project46 (entrevista na edição II), mais me empolgaram e me fizeram almejar um futuro promissor para tais. Chega a ser difícil descrever o quanto o Command6 me agradou. Quando tive a oportunidade de perguntar ao Bruno (Guitarrista) sobre o som do grupo, influências e coisas do tipo, ele me respondeu o seguinte: “O command6 pretende ser brutal e, ao mesmo tempo, não quer se prender a rótulos”. O resultado das audições foi o mais favorável possível. Há faixas bem parecidas com o heavy metal tradicional, outras mais parecidas com o Death Metal desenvolvido pelo Obituary, outras mais rasgadas e velozes, assemelhando-se bastante ao trash metal da bay-area californiana, dos anos 80 e algumas levantando a bandeira do hard rock moderno. A proposta do disco “Evolution?” é bastante simples: ser heterogêneo, sem deixar de lado a essência do grupo, que aposta nessa heterogeneidade. Before The Storm abre o disco magnificamente bem, repleta de breakdowns e com vocais bem agressivos, dá o clima nervoso que poderemos ver durante o resto do disco. Jesus Cry segue como um complemento bem apurado. Good Friends remete àquele death metal mais cadenciado do Obituary e segue bem a proposta. Armaggedon, é a faixa mais power do disco, chegando a lembrar muito o Pantera de outrora. So Hot! é a que mais se aplica ao contexto do hard rock moderno, sendo muito bem executada e detentora de um dos refrãos mais grudentos do disco. Broken Glass retoma a pegada mais rápida do disco, repleta de vocais rasgados e mais agressivos. É, de longe, a faixa mais brutal do disco. Após Broken Glass, You’ve Wanted, you’ve got it, vem com toda a pegada característica mostrada pela banda durante as demais faixas. Vale ressaltar que, em momento algum, a banda se faz inaudível. Daí até o fim do disco, vemos uma série de influências que ainda não tinham se feito presentes com veemência, como o new metal, e o heavy metal tradicional. War of Words, fecha o disco, maravilhosamente bem, com uma pegada hardcore bem ao estilo das composições de Max Cavallera. Posso citar o Command6 como a maior surpresa que tive esse ano, em termos musicais. É um disco altamente aconselhável pra quem gosta de música underground bem feita e repleta de competência. Divino. BRUNO THOMPIS


ANOS 80 Ah, os anos oitenta. Cabelos estilo poodle, roupas coloridas, faixas na cabeça, ombreiras. Ano que marcou tanta a moda como a música. Foi uma época que a música dominava a todos, hits atrás de hits. E mesmo depois de vinte anos, os tiozões do rock ainda estão fazendo sucessos. Um exemplo bem claro disso é os Titãs, desde 1981 na estrada, ainda com o nome de Titãs Iê-Iê, rodava o circuito underground agradando a todos com o seu som polêmico. Eu lhes pergunto: quem é que não conhece “Sonífera Ilha”,” Família” ou “Polícia”? Músicas polêmicas de boa qualidade. Mas não somente eles, mas como também o Ultrage a Rigor, Capital Inicial, Lulu Santos, Kid Abelha, Biquini Cavadão, Paralamas do Sucesso ainda “saltam” na cena de vez enquando. Outras sumiram totalmente, mas pode ser ouvidas ainda por ai, como Blitz e os falecidos Cazuza e Renato Russo (Vocalista da finada banda Legião Urbana). Porém, os anos 80 não foram só marcados por sintetizadores e cabelos diferentes. Em 1982, acontecia um grande evento, conhecido como Começo do Fim do Mundo, que marcava o início do Punk Rock no Brasil. Esse evento reuniu no Sesc bandas de São Paulo e do ABC Paulista, como: Coléra, Inocentes, Olho Seco e Ratos de Porão (que ainda não contava com o vocalista João Gordo). Infelizmente, um evento tão importante, acabou em confronto com a polícia. Os anos 80 marcaram mais do que nunca a música brasileira. Ídolos inesquecíveis e músicas incomparáveis. Segue abaixo algumas dicas de vídeos e sites, para vocês darem uma conferida: Site Oficial do Titãs: http://www.titas.net Paralamas do Sucesso - Lanterna dos Afogados: http://www.youtube.com/watch?v=n7OZBeVfgbs Ultrage a Rigor – Ciúme: http://www.youtube.com/watch?v=T0Q6smhxd78 Kid Abelha – Como eu quero: http://www.youtube.com/watch?v=-ujmTQ3MpCE Ira! – Envelheço na cidade: http://www.youtube.com/watch?v=Nm8CdzMDH-s ANAYARA FRAGA



Com o recente lançamento de “Age Of Chaos”, Unearthly se consolida como uma das mais agressivas bandas de Black Metal do Brasil. Em entrevista exclusiva a Six Seconds o baixista M. Mictian revela todo o processo de gravação do novo disco e conversa sobre outros assuntos.

E ai, tudo beleza?

tenho uma preferencia por essa ou aquela banda.

Por aqui tudo em ordem e continuamos na batalha sempre.

Como anda a agenda de vocês? Tem planos para tocar Brasil afora?

Você poderia nos dizer o significado do nome “Unearthly”?

Temos alguns shows pelo Brasil por todo este ano divulgando esse novo album,e pensamos no ano que vem irmos para a europa fazer uma tour mas não temos nada acertado estamos trabalhando em cima disso ainda,acho que em alguns meses teremos isso tudo fechado assim esperamos.

Essa palavra é do inglês arcaico é algo como : Vindo de outro mundo , mundo sobrenatural , oculto. O que inspirou vocês a tocarem Black/Death Metal? A paixão por este estilo desde muito novo ouço metal e chegou uma hora que decidi tocar e fazer a minha própria banda e até hoje estou fazendo o que mais gosto. Você acredita que Unearthly possui algo diferentes das demais bandas do gênero?

Como o povo da sua região reage ao tipo de música que voces tocam? Não sei de ninguém que tenha reclamado na verdade, as pessoas por aqui nem sabem que tocamos metal extremo (risos), esse tipo de música não é muito divulgando e as pessoas que moram por aqui não tem interesse em metal extremo.

Depende de cada ótica eu faço o que me agrada se isso é algo a mais ou é diferente dos outros não me interessa o mais importante pra mim é fazer o que me agrada e o que realmente me dá prazer então sigo em frente fazendo a minha música.

Onde podemos comprar o novo cd “Age Of Chaos”?

Qual o significado inicial da capa do album “Age Of Chaos”?

Já houve algum momento estranho ou engraçado enquanto vocês tocavam?

O album fala sobre a Era do Chaos, basicamente foi isso que o artista que fez a capa tentou passar, a mistura de religiões , ocultismo e todo o chaos que tudo isso trás ao ser humano com uma forte expressão do Hinduismo porque segundo eles vivemos a Kaly Yuga, a era do chaos.

Vários... Acontece muita coisa, desde apagão de luz, gente que sobe no palco e desliga o equipamento sem querer, mas acho que o mais engraçado foi em um dos nossos shows no Equador que subiu um cara no palco e estava com uma apito na boca e começou a apitar parecendo um guarda de trânsito (risos) isso foi engraçado de verdade...

Nos conte um pouco como foi a produção do álbum “Age Of Chaos”. Compomos o álbum aqui no Rio de Janeiro durante alguns meses depois partimos para São Paulo para a gravação do album no estudio da Da Tribo com o produtor Ciero que já trabalhou com Krisiun, Torture Squad , Endrah e é muito experiente no assunto metal extremo e correu tudo da melhor maneira possível e chegamos no resultado final bastante satisfatório foi gratificante trabalhar com ele. Qual o tema lírico que vocês abordam nas suas músicas? Anti-cristianismo, anti-alienação, muitas das vezes anti-humanos. Acho que podemos abordar muitos temas em nossas músicas e cada ouvinte interpreta da maneira que achar melhor. Como vocês acabaram assinando contrato com a Free Mind Records? Quando fomos procurado pela Free Mind indicado por uma amiga a banda já era muito conhecida na cena de metal extremo aqui no Brasil portanto ficou bem fácil fazer um acordo com eles mesmo porque eles já conheciam os trabalhos anteriores da banda. Com qual bandas vocês gostariam de dividir o palco futuramente? Qualquer banda que faça metal extremo de verdade e que goste e tenha orgulho como nós de dizer que somos uma banda de Metal Extremo sinceramnete não

Em várias lojas especializadas em metal pelo Brasil e em algumas lojas online e também no site da gravadora Free Mind, www.freemindrecords.com.br

Qual sua opinião sobre o “Age Of Chaos” em comparação aos outros trabalhos? A cada album é notável uma clara evolução em nossas músicas eu acho que o “Age Of Chaos” eu diria é mais simétrico mais completo melhor acabado em termos de composição ritmica, letra, voz e arte gráfica tudo se encaixa de maneira bem natural uma nas outras. O albums saiu como vocês esperavam? Sim, planejamos este álbum assim exatamente como queríamos fomos para o estúdio e as coisas deram tudo certo como tinhamos planejado estamos muito felizes por esta conquista. Algum membro da banda possui algum projeto paralelo? D.Arawn nosso guitarrista tem uma banda chamada HatePride, um som mais thrash e nosso batera toca em uma outra banda chamada Gutted Souls de death metal é isso o que eles fazem quando não estão atarefados com o Unearthly Vocês possuem algum video-clipe? Tem plano para gravar algum? Temos um video clipe da música “Revelations of Holy Lies...live!” são imagens da gravação do album ficou simples mas bem feito e bem editado está no youtube no site e myspace da banda. Há alguma banda em especial que você esteja ouvindo no momento?

Além de coisas que sempre ouvi como Kiss, Wasp, ACDC, Metallica(antigo), Sarcofago, Motorhead, Sexthrash, Sodom e Sepultura, acho o que mais tenho ouvido hoje em dia seria Krisiun, Behemoth e Cavalera Conspiracy. Vocês estão na cena por mais de 10 anos. O que têm mudado na cena local? Há uma mutação normal não ouve grandes mudanças a internet apareceu ficou mais fácil de se divulgar sua banda mas ao mesmo tempo ninguém compra mais os discos todos fazem download, houve um comodismo,hoje tem mais shows mais os mesmos nem sempre tem uma quantidade de público razoável a não ser quando a banda é gringa aí sim o público aparece. Muito obrigado pela entrevista. O Unearthly que agradece esse apoio e a mão estendida para ajudar na divulgação do nosso novo album e também divulgar o Nome Unearthly... grande abraço! IAN K. MENEZES

Unearthly Age Of Chaos

Free Mind Records

7 Extremo, veloz e destruidor. Quem não conhece Unearthly deve ser avisado de antemão dessas características para não se assustar. Com 11 anos de luta pelo Black Metal, o grupo vem se conciliando como uma das mais agressivas bandas de Black Metal do Brasil. Desde de 2000 o grupo apresentava sua demo com puro black metal brasileiro, mas com o passar dos anos foi incorporando de maneiras bem dinstintas elementos do Death Metal. Com esta fusão eles se tornaram grandes nomes do Black/Death Metal underground. Em seu terceiro álbum Eregion (vocais), D. Arawn (guitarra), M. Mictian (baixo) e Mauro M. (bateria) investiram pesado em diversos temas como mistura de religiões ocultismo e todo o chaos que tudo isso trás ao ser humano. O resultado final foi brutal e intenso. “Age Of Chaos” é um disco muito rico sonoramente. Proliferam detalhes em suas composições que enriquecem e mostram os talentos desse quarteto carioca. Sensacional. Não há outra palavra para resumir as nove faixas deste disco. O trabalho gráfico, passa uma forte expressão do Hinduismo porque segundo eles vivemos a Kaly Yuga, a era do chaos. Com mais uma produção excelente da Free Mind Records, Unearthly sobe mais um degrau na sua carreira. IAN K. MENEZES


Desde do começo da infância, as pessoas são envolvidas por músicas, de uma forma ou de outra. Conforme o tempo passa as pessoas descobrem bandas de diferentes estilos e algumas procuram tornar a experiência com o áudio cada vez melhor. Aí que entram o fone de ouvido, é claro que existem diversas marcas, mas como saber qual o melhor? A Six Seconds traz pra vocês algumas informações, algumas dicas para que você não fique tão perdido sobre o assunto! Afinal, música é uma coisa que se precisa ouvir da melhor forma possível! Ouvir música é bom demais, isso é fato. Melhor ainda é por um fone nas orelhas, se desligar do barulho do mundo atual e descobrir detalhes sobre as músicas que nunca seriam ouvidas em caixas de som normais. Acontece que é difícil para muitas pessoas escolher o fone certo. Portanto aqui nós daremos um pouco de assistência no assunto. Bom, na hora de comprar um fone independente do modelo você precisa ver se suas especificações são boas. Observe esses valores que você escolherá um bom fone. Frequência: é a faixa de ondas que nosso ouvido pode captar. Nosso ouvido capta sons de 20hz até 20.000hz, portanto fones bons abrangem uma média de 20.000 a 22.0000hz. É padrão. Sensibilidade: Isso sim é um ponto importante a observar. Entenda sensisbilidade a capacidade de um fone ter volume alto sem chiar. Quanto mais decibéis, mais alto você ouve sem prejudicar o som. Um fone bom tem cerca de 110db ou mais. Impedância: Também um dado importante. É a potência do seu fone, é importante pra quem usa o fone com amplificadores ou dispositivos com alta potência de som. Para obter a qualidade perfeita deve-se casar a impedância do fone com a do dispositivo. Geralmente os valores de impedância giram em torno dos 32 ohms. Núcleo: Você já viu que cada alto falante seja fone ou uma caixa de som, tem um imã. Pois bem, esse imã é o maior responsável pela qualidade do seu fone. Quanto mais raro o magneto presente, mais perfeito o som sairá. Fones bons tem pelo menos um núcleo de neodímio (magneto raro na natureza). Poucos fabricantes indicam o material do imã, procure saber!!! Driver: É um dado novo, mas é uma tendência a ser observada no futuro. Fones estéreos normais tem apenas um driver, responsável pelos graves e agudos. Ultimamente foi desenvolvida a tecnologia multi-driver, onde são colocados 2 drivers dentro na caixa de 1 foninho, um driver para graves, outro para agudos (ex. Fone inear da Apple). Isso garante uma qualidade MUITO perfeita. Em decorrência disso temos fones hoje com 5 drivers resultando um som 5.1 direto no seu ouvido (Zallman 5.1) . Pena que são muito caros ainda.

Fone in-ear da Apple

Zallman 5.1

Outra coisa muito importante que se deve observar é o isolamento acustico, que estão disponiveis nos fones in-ear. São aqueles fones que se encaixam no ouvido interno, tapando todo som externo. Vamos tomar como exemplo o KOSS The Plug, uma marca muito famosa que custa em torno de R$ 50,00, mas há modelos de outras com preços mais acessíveis. Se estiver disposto a pagar caro por um fone, escolha um de marca. Não vale a pena comprar fones muito baratos, tipo os que são vendidos em camelôs, pois, além de serem fabricados com material de baixa qualidade, tem especificações muito ruins e duram muito pouco tempo. Agora, que nós já falamos o básico, vamos aos tipos de fones, no total existem 3 tipos: Earbuds, Fones Supra-Auriculares e Fones Intra-auriculares.


Earbuds (às vezes chamados intra-auriculares, embora não seja o correto) São aqueles pequenos que você enfia na orelha. A maioria dos fones que você vê por aí são do tipo “earbud”. Fones desse tipo são muito fáceis de achar. Fones bons desse tipo são bem difíceis de achar. Como são muito pequenos, os earbuds – tanto os vagabundos quanto os de qualidade – não conseguem reproduzir com perfeição os sons mais graves. Outra desvantagem é que eles não são bons para ambientes barulhentos, tipo ônibus ou avião. Aí você aumenta o volume pra compensar e, daqui a alguns anos, acaba trocando o fone por um aparelho de surdez… Dica: fones que venham com aparelhos bons, são bons. A empresa não iria por o produto a perder com fones ruins (ex. Sony-Ericsson, Apple, Hp)

Supra-auriculares (headsets) É o “fone de DJ”, aquele modelo grandão e almofadado que você usa sobre a orelha. São confortáves, fáceis de colocar e tirar, e os modelos com traseira fechada bloqueiam boa parte dos ruídos externos. Como são maiores, reproduzem o som com maior fidelidade e são menos nocivos à audição, porque ficam mais longe do seu tímpano do que os earbuds. Mas são mais caros, não são lá muito portáteis e nem discretos (se você tentar usar um deles durante a aula, sua professora vai notar). Fones supra-auriculares são particularmente bons para usar com jogos de PC, principalmente os de tiro em primeira pessoa. Dica: Caso for comprar, peça para experimentar o fone, ele deve englobar a sua orelha. Marcas? Philips oferece o melhor custo-benefício, mas as profissionais como AKG e Soundking são perfeitas.

Intra-auriculares (inear ou canalphones): Eles tem um formato esquisito e um jeito ainda mais estranho de usar: você enfia eles dentro do canal auditivo. E isso, meus caros, é a melhor coisa do mundo. (la ele, haha.). Fones intra-auriculares são tão discretos e portáteis quanto os earbuds, tem uma qualidade sonora maravilhosa e isolam praticamente TODO o ruído externo – o que é um perigo na hora do cooper, por exemplo. Você só vai perceber que entrou na frente do ônibus quando ele te atropelar, já que a buzina, a freada e o rugido do motor jamais chegarão aos seus tímpanos. Claro que esse poder todo tem seu preço: fones intra-auriculares são caros. Além disso, o uso dentro do canal auditivo não é exatamente confortável. E, de vez em quando, você vai ter a desagradável tarefa de limpar restos de cera de ouvido deles. Quer qualidade? Pague caro. Fones assim requerem muita tecnologia pois só o fato de ir direto no seu tímpano requer que se tenha um som limpo para não ferrar com você, requer qualidade pois você sente cada batida. Ao contrário do que a maioria pensa, esses fones são MUITO POUCO nocivos ao ouvido (menos até que os supra auriculares) por como você tem um isolamento do ruido externo, você pode ouvir a música num volume muito mais baixo. Dica: Se você quer um desses é porque quer pagar caro. Sendo assim só tente algo como Shure, Koss, AudioTechnica ou Seinheiser. Philips e Panasonic oferecem um fone razoável mas tente evitar ou tente comprá-los para judiar mesmo como correr ou dormir. E aqui vão algumas palavras finais: - Dizem que o diafragma do fone fica mais flexível conforme vai se ouvindo. Enfim, alguns fones vão se ‘amaciando’. Mas acho que é lenda. - Evite pelo amor a Darth Vader comprar fones de camelô. Soneca, Coby, Clone, Penesamig ou qualquer outra droga desse tipo. Não presta, não presta, não presta. - E já adianto uma coisa que com certeza vai acontecer com muitos: vocês sairão daqui loucos para ver análise de fones e notarão que o Koss The Plug é ÓTIMO. Sim, ele é barato e tem um isolamento e um áudio muito bom, mas o grave dele é como tomar um coice no ouvido. Muito forte. No começo é bom mas enjoa, ele é bom para calibrar seu mp3 com uma aumento de agudos ao utilizar esse fone. Aí sim, é uma boa pedida



Depois de muito tempo ensaiando e trabalhando duro eles conseguiram gravar e lançar o seu primeiro trabalho. Ellagrace vem subindo na cena underground e o vocalista Hélzio Pires bate um papo com a Six Seconds sobre como tudo aconteceu.

Ellagrace Acredite (EP) Independente

E ai, tudo certo?

7.5 Há uns dois anos atrás, o cenário do metalcore brasileiro deu um salto em qualidade, que foi bem apreciado pelo público local. Com o boom de bandas de metalcore surgindo, pudemos presenciar o surgimento de muitas soando iguais, muitas outras fazendo cópias baratas, outras tentando inovar e não conseguindo se desapegar de um estilo batido de composições. Porém, ao passo que, pra algo ruim existir, há de se existir algo bom, tivemos também uma ótima safra de bandas boas nesse estilo. Algumas, infelizmente, se limitaram aos seus estados de origem, talvez por falta de apoio, talvez por falta de coragem dos integrantes ou qualquer outro motivo que não cabe a mim explanar aqui. É com essa introdução que eu venho elogiar grandemente o trabalho desenvolvido pelos meninos da banda Ellagrace. A dificuldade de aceitação de músicas cantadas em português no cenário metálico brasileiro, é inegável. Visto isso, a banda já leva alguns pontos por conseguir compor um trabalho muito digno de ser escutado em nosso idioma nativo. A proposta da banda é fazer um metalcore mesclado a elementos do que hoje classificamos como post-hardcore, adcionando a isso uma pitada de melodia encontrada com muita freqüência em bandas do que convencionou-se chamar de screamo. O disco se inicia com a faixa título do EP, “Acredite”, que se mostra bem executada e eleva o nome da banda a um patamar de desenvolvimento consideravelmente bom. Usando do lado mais melódico e contornando temas que envolvem os relacionamentos afetivos, a faixa “Falsas Promessas” trás um refrão bastante poderoso e melódico, bem ao estilo do neo-hardcore, as pegadas mais pesadas se diferenciam das demais no quesito breakdowns, que aparecem com mais freqüência e se encaixam perfeitamente nas melodias. “Na verdade”, é a faixa que deixa mais a desejar pela qualidade de produção. Porém, creio que, num futuro próximo, a banda poderá vir a organizar esse pequeno detalhe. “Mais ou Menos Assim”, é a faixa mais curta do disco e tem uma pegada mais voltado pro lado do metalcore, abondanando um pouco a pegada mais hardcore que vinha no começo do disco, sem perder o contexto melódico existente desde então. “Uma Chance Para Nós Dois”, encerra o disco com uma faixa mais diferente das demais no disco, optando pela pegada hardcore em sua essência, alternando para uma pancadaria final, bem digna e repleta de breakdowns e guitarras soladas. O que posso frizar como ponto negativo do disco, são os vocais mais melodiosos, que deixam um pouco a desejar, porém, a experiência vem com o tempo, intrinsecamente ligada ao absorvimento de sagacidade nas composições. Espero ver, brevemente o lançamento de um trabalho completo do Ellagrace, corrigindo as falhas, poucas, desse disco. BRUNO THOMPIS

Tudo firmeza, melhor impossível.

da banda. Inclusive vai rolar um em Santos, dia 12/09(Glória e Hardneja Sertacore) e outro no RJ 13/09 (Envydust), estamos super ansiosos.

Vocês recentemente lançaram o EP Acredite. Por quê o nome Acredite?

Vocês também gravaram um documentário certo? Nos fale um pouco disso.

Sim, exatamente lançamos. A idéia de colocar esse nome é porque resume de certa forma tudo até o momento o que a banda tem passado. Tanto nas letras onde colocamos detalhes de momentos da nossa vida, passagens de algum acontecimento que marcou, e também o fato da banda ser nova e não desistir e acreditar sempre.

Gravamos. Um amigo precisava fazer um TCC, e convidou a banda a ser o tema desse TCC. Foi tudo bem simples mesmo, entrevistas individuais e tudo mais. Está no youtube para quem quiser ver, e também vai estar como multimídia no Ep físico.

Como foi a composição geral do EP? (riffs, vocais, etc.) Nosso processo de composição é bem simples. Nos primórdios rolava até composição via MSN, diego gravava pedaços e mandava para o Kiko e o Kiko fazia o mesmo depois. Chegamos até gravar uma musica completa assim, indo no estúdio somente pra colocar bateria. Geralmente diego ou o Kiko trazem as idéias, na maioria das vezes as músicas completas e vamos enriquecendo colocando e tirando partes e a bateria. Estando completa instrumentalmente eu e Kiko vamos colocando as idéias do vocal. As vezes sai bem rapidinho, mas as vezes é demorado. Depende muito. Quais foram as influências principais para o EP ter saido como saiu? Se estivessem todos aqui contaria até o três e todos falariam em coral: AUGUST BURNS RED. Essa banda é comum a todos no Ellagrace. Ouvimos várias bandas de TUDO mesmo. Eu por exemplo estou ouvindo praticamente 24 horas o novo do August Burns Red e o novo do Copeland. Tem outras bandas ae que ouvimos pra caramba, SAOSIN, A DAY TO REMEMBER, fora as que não lembrei agora. Vocês tem tocando em alguns lugares com o passar dos meses. Vocês acreditam que agora Ellagrace vai ficar mais conhecido, devido ao lançamento do EP? Cara acreditamos que de certa forma, sim. Mas o EP não foi apenas para lançar e dizer que agora vamos DOMINAR O MUNDO. Esse ep foi mais para a banda ter um registro oficial. A banda era “conhecida” e não tinha o que mostrar para caso tivesse um interesse de alguém ouvir e conhecer a banda. Decidimos então gravar as musicas que já estavam prontas a algum tempo. Esse ep foi apenas o primeiro passo de muitos que estão por vir. Sobre os shows, tem uma galera até considerável de fora que curti a banda que dá uma baita moral, ficamos muito contente com esse tipo de coisa, principalmente pelo porte

Nos shows vocês tocam algum cover ou apenas músicas do EP? Isso foi no começo da banda, tocávamos cover mais por falta de repertório mesmo haha. Rolou até algumas vezes mais recente de tocar um UNDEROATH, que foi uma grande inspiração e influência. No momento estamos pensando realmente em tocar algum cover, mas não temos nada em mente. Quando o EP vai estar a venda? Ainda não temos datas pra falar, mas não vai demorar tanto igual ao Chinese Democracy. Pode confiar O que vocês gostariam de dizer para as bandas que estão começando? Acreditem no potencial de vocês e ensaiem bastante, ensaios e mais ensaios é a fonte de tudo. Obrigado pela entrevista. Nós que agradecemos novamente o espaço. MENEZES

hélzio pires recomenda

A Day To Remember - Homesick

IAN K.


Ambientado na literatura e nas HQs de ficção-científica, o trio instrumental de surf-music baiano traz um som fluente em vários ritmos, que vão do tango a músicas que fazem referência direta ao axé, honrado no passo ousado a terra pátria de Morotó Slim, CH e Rex. A Six Seconds troca uma idéia com o baixista CH sobre tudo que está rolando no Retrofoguetes. Confira! Iaê, tudo bem pessoal? Tudo ótimo. Como vocês musical?

iniciaram

na

carreira

Viemos de bandas representativas na cena baiana nos anos noventa. Eu vim de uma banda chamada Dois Sapos e Meio, enquanto que Rex e Morotó vieram dos The Dead Billies. Todos começaram a tocar muito cedo. O que levou a vocês a fazer um som tão diferente? Na verdade nosso som tem influências de coisas que ouvimos ou lemos desde crianças. A diferença está na identidade criada por esse animal de 3 cabeças chamado Retrofoguetes. Hoje quando se escuta algo que fazemos pode se perceber essa identidade. Que tipo de inspirações vocês tiveram antes de montar a banda?

As influências são muitas, desde o universo das HQs até os filme “B” de ficção científica. Trilhas de filmes e música dos anos 60 também fazem parte dessa formação.

eles que tocam conosco em “Maldito Mambo!”.

Vocês tiveram um devido sucesso com o som, sendo chamados até para o programa do Jô, como vocês se sentiram sobre isso?

Temos um público grande e bastante fiel em Salvador. Somos muito prestigiados pelas pessoas da nossa terra, o que para nós é uma enorme alegria.

Bom, ficamos impressionados com o alcance que este trabalho vem alcançando, afinal ninguém espera muito reconhecimento ao fazer um projeto de música instrumental. Mas acima de qualquer coisa procuramos manter o foco na fonte primordial que nos conduz; A música.

Nos fale um pouco da produção do novo disco, Chachachá.

Com que tipo de bandas vocês gostariam de dividir o palco futuramente? Cara... São muitas, mas uma delas se tornou uma realização possível para nós, dividir o palco com a Orkestra Rumpilezz, do maestro Letieres Leite, que tem um trabalho fabuloso. São

Como o povo da sua região reage ao tipo de música que voces tocam?

Chachachá é o segundo disco de carreira dos Retrofoguetes e é um disco em que trabalhamos as composições sem nos preocuparmos em definir limítes para nossa música, o que acabou nos permitindo ir muito além do que já tínhamos feito. Foi produzido pela dupla André T e Nancy Viegas, é um disco totalmente independente, saiu pelo nosso próprio selo, o “Indústrias Karzov” e contamos com alguns músicos excepcionais tocando instrumentos como acordeom, marimbas, guitarra baiana, percussão, teclados, vibrafone,


8 Chachachá

Independente

O que é que a baiana tem? já cantava Carmen Miranda, mas quem achavava que na Bahia só tem axé e macumba, pode ter certeza que está totalmente enganado. Ambientado na literatura e nas HQs de ficção-científica, o trio instrumental de surf-music baiano traz um som fluente em vários ritmos, que vão do tango a músicas que fazem referência direta ao axé, honrado no passo ousado a terra pátria de Morotó Slim, CH e Rex. Os Retrofoguetes vem se firmando como uma das mais conceituadas bandas do circuito independente brasileiro. Com seu último lançamento entitulado “Chachachá” eles sobem mais um degrau na música underground baiana. Totalmente independente, os Retrofoguetes trazem um som de altissíma qualidade, com participações de artistas consagrados da música baiana, tais como André T., Aroldo Macedo, Gil Santiago e muitos outros. Chachachá mostra claramente o caminho que a banda vem percorrendo. E agora, Retrofoguetes deixa de ser uma banda de surf-music para atingir o status desejado entre 11 de cada 10 artistas, com a construção de um gênero próprio. Identidade que desafia até quem quiser classificá-los simplesmente como uma banda de rock. IAN K. MENEZES

etc. Já houve algum momento estranho ou engraçado enquanto vocês tocavam? Sim, já conseguimos separar uma briga e ainda por cima fazer os dois caras dançarem abraçados depois, tocando uma canção de amor. Conseguimos fazer isso sem dizer uma única palavra, apenas com música e bom humor.

Sempre somos convidados a gravar com outros artistas e as vezes montamos alguns projetos. No momento tenho um projeto de som pesado chamado Bestiário com alguns integrantes da extinta “Úteros em Fúria”, banda de suma importância no rock baiano. Há alguma banda em especial que você esteja ouvindo no momento?

Qual sua opinião entre o atual lançamento “Chachachá” em compração ao trabalho anterior?

No momento estou ouvindo “Mambo Sinuendo” de Ry Cooder e Manuel Galban.

Estamos passeando mais, ousando mais, tocando melhor, gravando melhor. Mas todo trabalho tem seu valor, e o “Ativar Retrofoguetes!” é um disco que gostamos muito, foi muito importante para chegarmos até o Chachachá.

Se vocês pudessem definir a banda em uma palavra, qual seria?

Esse lançamento saiu como vocês esperavam? Bom, sonhamos muito alto, queríamos fazer um lançamento nacional grande e isso foi feito no Festival Abril Pro Rock em Recife. Depois queríamos fazer um lançamento local no Teatro Castro Alves em Salvador, que pra nóis seria a realização de um sonho, algo que acabou se concretizando e foi um sucesso. O TCA é o maior teatro da América Latina e um dos palcos de maior representatividade na música brasileira. Vocês pretendem gravar algum DVD? Se sim, nos conte um pouco sobre. Registramos esse show, mas por enquanto ainda é cedo para falarmos sobre isso. Algum membro da banda possui algum projeto paralelo?

Trabalho. Sendo uma banda independente, vocês contaram com o apoio de alguem no lançamento do novo album? Sim, trabalhamos muito na produção e concepção, mas contamos com o apoio de inúmeros profissionais que estiveram envolvidos no projeto, de músicos a técnicos, da equipe do teatro aos cinegrafistas, muita gente apoiou nosso projeto e vestiu a camisa. De onde surgiu a idéia de ter uma variação tão grande de artistas nos shows? Na verdade em 90% desses shows somos apenas nós três, na formação de trio que sempre tivemos. Em oportunidades bem específicas convidamos músicos que admiramos, como foi o caso do lançamento do disco. De onde vem o nome Retrofoguetes? Da estética proposta pelo trabalho, Retrofoguetes remete ao universo

de filmes, seriados, música retrô, quadrinhos, livros, etc. Ficção científica e música. Com a evolução dos meios de comunicações, como internet, telefonia entre outros ficou mais facil ser uma banda independente? Divulgar material e outros tipos de trabalho? A internet permite que vc tenha toda uma estrutura de trabalho para difusão, fechamento de contratos, permite uma autonomia sem precedentes, as ferramentas estão ao alcance de todos. A questão é saber usar isso corretamente e ter uma certa disciplina de trabalho, como num escritório comum. No ultimo trabalho dá para perceber varias influêcias pessoais de jazz a tango como vocês decidem qual a influência mais adequada para a musica? Cada um dá um palpite do que gostaria de ver no som ou vocês decidem pelo melhor trabalho? Cara... Nós simplesmente tocamos e a coisa vai tomando forma. Claro que sempre ouvimos as sugestões uns dos outros, mas quem decide mesmo é a música, ela vai se revelando a medida em que tocamos, não pré concebemos um formato para nossos discos, a não ser em projetos específicos como foi o disco de natal. Sempre quem dita as regras é a música, trabalhamos a serviço dela. A Six Seconds agradece pela entrevista. Nós também agradecemos a atenção. IAN K. MENEZES / PEDRO LOPES


The Uncurable Disease é o título do segundo álb entrevista exclusiva o guitarrista Ricardo Biancar sobre a banda e o recente lançamento. Confira!

Opa, tudo bem? Olá Ian, tudo bem! Para aqueles que não conhecem, fale um pouco sobre a banda Adramma. Adramma é uma banda de um metal um pouco diferente do que é ouvido por aí, tentamos ser autênticos acima de tudo. Ela foi formada no final de 2006, e atualmente conta com Lumen Witkowski (baixo), Ricardo Biancarelli (Guitarra e Vocais), Joe Ossuna (Vocais e Guitarra), e Igor Sacilotto (bateria). Como vocês tiveram a idéia de formar uma banda? A banda foi formada com o intuito de fazer um som pesado, tentando sair um pouco do padrão que se ouve por aí. Uma pergunta clássica: que tipo de influências vocês tiveram/tem? Nós temos um pouco de tudo como influência, daria para montar uma lista enorme aqui, mas destacando o que mais ouvimos são: Soilwork, Scar Symmetry, The Haunted, Meshuggah, Periphery, Disarmonia Mundi, Lamb of God. E claro há influências indiretas de outros estilos musicais, como Jazz, Trance, que de uma forma ou outra se mistura ao som do Adramma e assim fazemos nossas músicas, da forma mais coesa possível.

The Uncurable Disease é o segundo álbum da banda. De que forma vocês veem a evolução da banda em comparação ao trabalho anterior? Nós vemos uma evolução enorme. Somos muito mais maduros agora como banda e como pessoas. Em nosso primeiro álbum (Highlight Flowers Make Words Hear the Pain) ainda éramos 5 pessoas tentando fazer música pesada. Em The Uncurable Disease, desde o inicio das composições já tínhamos em mente como- queríamos que este álbum soasse. Qual significado da capa do álbum? Ele não tem um significado único, mas tentamos mostrar o quanto os homens estão se autodestruindo, pensando em si mesmo e cada vez mais conseguimos ver que isso não terá outro resultado a não ser o fim. Por isso o título (The Uncurable Disease: “A doença incurável). E também ao fundo da capa, pode se notar umas pétalas de girassol, que foi usado em nosso primeiro álbum, e cada vez mais ele está desaparecendo, assim como o homem. O álbum foi produzido de forma independente ou vocês tiveram algum apoio? O álbum foi produzido de forma totalmente independente, sem apoio de ninguém, a não ser de nós mesmos. Fale-nos um pouco da composição do álbum O álbum foi 90% escrito por mim. Faço minhas linhas de bate-

ria com um seqüenciador, gravo as linhas de guitarra e depois repasso para o pessoal da banda, que durante os ensaios colocamos os arranjos, e mudamos algumas partes, se necessário. Esse lançamento saiu como vocês esperavam? O resultado foi o esperado, logo quando saiu o EP, disponibilizamos na internet, e a reação das pessoas até agora, está sendo muito positiva. Todos acharam um trabalho totalmente diferente do EP anterior, muito superior por sinal, e isso é muito bom pra nós! Como vocês avaliam a cena underground atual? Isso é um caso complicado, hahaha! Não é muito favorável para nós, que estamos começando. É uma questão de tempo para conhecer as pessoas certas envolvidas na cena, sem que precise PAGAR para apresentar sua música as pessoas. Ou ter cotas de ingressos, para conseguir tocar em algum festival. Isso só faz as portas se fecharem e surgirem bandas cada vez mais pobres. Produtores que tiverem interesse em trazer o Adramma para sua cidade, e só entrar em contato pelo: contato.adramma@gmail.com De onde vem o nome Adramma? O nome Adramma é um neologismo criado por mim. O significado dele seria: “Sem drama” ou “Sem piedade”. Acho que ele mostra muito bem o que queremos mostrar em nossas composições.


bum dos paulistas do Adramma, em relli bate um papo com a Six Seconds

De fato a internet vem ajudando bandas a serem divulgar de uma forma espetacular. O que você acha sobre download de Mp3? Acha que podendo baixar o álbum, vendas podem ser prejudicadas? Minha opinião é que a internet é o melhor lugar para bandas independentes serem divulgadas. É fantástica a idéia que uma pessoa do outro lado do mundo pode estar escutando seu trabalho agora, totalmente de graça. Nosso EP está inteiramente disponível em nossa página, porém penso que não afete tanto as vendas. Não há mais a tradição de comprar CDs, salvo a exceção. Creio que alguém que realmente goste da banda, irá adquirir o EP. As artes dos álbuns de vocês são muito boas, existe algum tipo de mensagem que vocês tentam expressar nelas? Acho que não há uma mensagem nelas não. Quando as criei, tentei fazer delas o mais “atrativo” ao ouvinte. Acho que cada um que escutar nossas músicas e ler nossas letras, pode tirar das capas a mensagem que quiser. Desde que seja uma mensagem positiva, claro. Já houve algum momento estranho ou engraçado enquanto vocês tocavam? Um fato memorável foi no nosso show no Unistock, na Unicamp. Tinha um japonês, com cara de ser físico, totalmente louco, “moshando” junto com a música, sozinho, num canto.

Foi um fato bizarro e engraçado para nós. Algum membro da banda possui algum projeto paralelo? Não. Há alguma banda em especial que você esteja ouvindo no momento?

RICARDO biancarelli recomenda

Sim. Ultimamente todos na banda têm escutado Between The Buried and Me, Vildjharta e Periphery. Como o povo da sua região reage ao tipo de música que vocês tocam? Em determinadas cidades, as pessoas reagem até que bem. Em nossa cidade (Americana/SP), houve um tempo em que havia uma cena legal, mas hoje em dia, ela não existe mais. Somente em cidades vizinhas, como Campinas, Piracicaba, Limeira, que o movimento ainda se mantém, e muito bem. Obrigado pela entrevista. Obrigado pelo espaço, Six Seconds! Para todos que queiram conferir nosso EP, entre em nosso myspace e façam o download no link disponível em nossa página! IAN K. MENEZES Between The Buried and Me - Colors


Englobando a cena underground, Anno Zero ingressa com um som totalmente independente, a Six Seconds conversa com a banda sobre tudo que está rolando. Confira! Consideremos a cena brasileira atual. Em uma escala variando de insuficiente, regular, bom e ótimo. Com qual dos adjetivos você classificaria a cena piauiense? Porque? Insuficiente. Não há muito profissionalismo na cena. Qual foi o processo de formação da Anno Zero e, por que o Dark Metal? Anno Zero se formou a partir de Fyb e Eduardo, após o fim do Monasterium. O Fyb já tinha algumas músicas praticamente finalizadas (Fool e Why Only Me) e mostrando um dia na casa do Ed, em um violão, o convenceu de recomeçar uma nova história. Logo em seguida André entrou na banda, e testamos vários bateristas, até que vimos o Cristiano tocando e o convidamos. O estilo foi moldado a partir do que ouvíamos na época, Paradise Lost, Anathema, Depeche Mode etc. Isso ocorreu de forma natural, pois era o que gostávamos de ouvir e tocar. Mas sempre procuramos adicionar outros elementos nesse som, buscando uma identidade própria – e conseguimos. O Anno Zero não é uma cópia de nenhuma dessas bandas. O ano

foi o mesmo da gravação do primeiro Cd, 2001. Chega a ser uma pergunta bem clichê, mas, há algum segredo na forma de composição musical de cada um? Como se dá esse processo? Geralmente alguém chega com uma idéia e nos juntamos para fazer o resto da música em cima. É algo bem tranqüilo, e que for bom fica, o resto é descartado. O segredo é ser honesto no que procuramos externar. É o sentimento que sentimos no momento em sua forma musical. Por isso concluímos que não temos um estilo tão definido assim... A Anno Zero teve um ano de 2007, bastante movimentado, seguido de um 2008, com menos shows, porém a banda chegou a se apresentar por várias vezes em Teresina. Visto esses “sobe-e-desce” e o hiato para a gravação, o que você pode apontar como proveitoso e evolutivo para a banda, tanto nos palcos quanto em estúdio? Adquirimos experiência e maturidade no quesito principal, que é a convivência entre as diferentes cabeças, neces-

sidades, vontades... Hoje só tocamos em shows que nos ofereçam plenas condições de mostrar as músicas do jeito que achamos que devem soar, para nossa satisfação e de nosso público. O Another Pleasant Evening, teve uma aceitação bastante positiva para a mídia especializada. Aceitação esta que rendeu a vocês o título de “maior representante brasileira do lado triste do metal”. Como foi, gravar esse disco? E, quais as portas que foram abertas pra vocês após esse lançamento? Gravar o disco foi um processo bem tranqüilo, uma vez que conseguimos rapidamente levantar a grana na época e já tínhamos todas as músicas prontas e ensaiadas exaustivamente. Estávamos bem ensaiados, o estúdio era bom e tivemos liberdade. Ao mesmo tempo, tivemos que arcar com alguns percalços de nos auto-produzirmos, como a inexperiência. A aceitação foi boa, o que nos possibilitou figurar em várias revistas e sites nacionais e internacionais. O nome da banda ficou bem divulgado naquela época. Como um apanhado geral, como você analisa a evolução musical do Anno Zero, desde o Another Pleasant Evening, até o seu sucessor que está por vir? O Anno Zero começou como uma banda de metal, mas


Falando um pouco do caminho musical seguido pela banda... Para muitos, o Dark Metal é o estilo musical desenvolvido pelos gregos do Rotting Christ a partir dos elementos do Black/Death Metal mesclados ao Doom Metal. Para vocês da Anno Zero, o que é o Dark Metal? Gostaríamos na verdade de nos livrarmos desse rótulo, pois a maioria das pessoas faz essa associação que você faz, e nada está mais distante da realidade musical do Anno Zero. Como disse anteriormente, nossa música é influenciada por metal, mas também por outros elementos que vêm de fora do metal. O fato de usarmos o rótulo de Dark Metal, foi pela pura denominação e não por outras bandas que se intitulavam assim, pois de fato, encontramos mais bandas parecidas com Black metal do que Doom. Queríamos definir nosso som como pesado, triste e sombrio além de agressivo quando necessário e para isso é difícil escolher uma denominação. Para nós, hoje o Anno Zero basicamente faz música pesada, mas com uma personalidade própria, única. Nosso estilo é “Anno Zero Music”. As influências da banda, vão de Depeche Mode, Sisters of Mercy, Anathema, Paradise Lost, Moonspell até os primórdios, com os Beatles. Todas essas influências são bem notáveis em suas composições. Qual o ponto chave para se atrelar às influências sem copiá-las? As influências vão muito além disso tudo. Mas o importante é termos em mente o seguinte: ser influenciado é algo inerente ao músico. Você decide ser músico porque ouve música. Mas o compositor usa essas influências como elementos, como ferramentas. É como um construtor que usa os mesmos materiais (tijolos, cimento, etc) para fazer várias casas diferentes – a fonte é a mesma, mas a forma é moldada a partir das suas idéias específicas. Nós usamos nosso background musical como fonte de inspiração, até analiticamente, para ver o que é o certo e o errado em se tratando da técnica de composição. Mas na hora de efetivamente fazer a música, é a nossa idéia que prevalece. O novo disco, que, ao que tudo indica será denominado: Next Level. O que você pode adiantar para mim e para todos os leitores da Six Seconds a respeito desse disco? O disco virá com a essência do Anno Zero, ou seja, música pesada, com muito feeling. Mas trará muitos elementos que não estavam presentes no primeiro CD de forma mais contundente. O nome Next Level é provisório, mas encerra uma verdade: é um próximo nível, um outro patamar, na evolução da banda. Hoje em dia, ver bandas com uma formação sólida por 8 anos consecutivos, é meio que difícil. Muitos afirmam que se deve ao fato da diferenciação musical. A Anno Zero já enfrentou problemas sérios com os membros, a ponto de fazê-los se separarem? O Eduardo saiu da banda durante 2 anos por motivos pessoais não relacionados ao Anno Zero, mesmo assim nunca deixou de acompanhar nem de encontrar os outros membros, pois a amizade é muito forte, no Anno Zero somos verdadeiros irmãos, somos padrinhos dos filhos uns dos outros, freqüentamos as casas uns dos outros quase todo fim de semana. Mas já retornou à formação há alguns meses, e fora isso, nada demais aconteceu. No fim do disco, Another Pleasant Evening, na faixa Diafragma, podemos perceber um finalzinho bastante descontraído entre você e uma menininha cantando uma música infantil. Como surgiu a idéia para que isso se encaixasse no disco e o que aconteceu naquele dia? Na verdade é um menininho. É o filho do Fyb C, Raphael, que na época tinha 4 anos de idade. É uma canção que se aprende na escola, e a idéia surgiu na hora mesmo, por ele estar no estúdio e o Fyb teve idéia de gravar algo com ele. Foi o que saiu. Depois ele tentou gravar o vocal por cima, mas como podemos notar, ele não conseguiu parar de rir! Sua carreira musical é um tanto quanto extensa e repleta de sucesso regional, Fábio. Você pode falar um pouco para nós sobre como tudo começou para você, como músico, e o percurso pelo qual você passou até chegar ao Anno Zero?

sempre adicionando outros elementos na nossa sonoridade. Escute com atenção Relief, PVS e Inside my Head e vocÊ verá isso. E as novas músicas estão rumando ainda mais para isso. O metal é uma dessas influências, mas há outras muito fortes, como o rock’n’roll, a música eletrônica mais pesada, a música brasileira. E isso tudo será misturado no novo trabalho, mantendo a essência da banda – fazer música pesada, não importando a maneira ou os instrumentos utilizados. Peso, para nós do Anno Zero, não é apenas distorção e gritos, é um conceito muito mais amplo e complexo. Há algum caso estranho, vivido pela banda durante esses 8 anos de estrada, que você possa relatar aos leitores da Six Seconds? Nós não conseguimos encontrar nenhum caso estranho digno de citar aqui.. a não ser um tempo maior do que esperávamos para finalizar esse segundo disco. A Lei A. Tito Filho, pra os Leitores da Six Seconds que não estão familiarizados, é uma lei que colabora com o desenvolvimento cultural dos artistas piauienses (Conhecida como Lei de Incentivo Cultural). O Anno Zero foi premiado dentre diversas outras bandas competentes no cenário underground Piauiense. Como está sendo trabalhar com essa lei? Comente um pouco sobre o suporte dado por ela. A lei é importante, pois proporciona um volume de recursos que dificilmente conseguiríamos por conta própria – no mínimo demandaria muito mais tempo. Como a cena não é profissionalizada, não há como ser remunerado dignamente por shows, não há receita significativa vinda de merchandising da banda, então a lei termina sendo uma saída. Para nós está sendo proveitosa, pois estamos produzindo melhor o novo trabalho, com mais calma e fazendo as coisas como devem ser feitas neste momento.

Como músico gosto de pensar que iniciei com a Monasterium, em 95. Antes, só bandas de covers com amigos de colégio e de bairro. Tocava bandas clássicas e era bastante limitado, mal sabia tocar uma base direito. Quando entrei na Monasterium, pude me ambientar com uma banda com propostas profissionais e séria, com músicas autorais, planos e tudo mais. Nunca esquecerei do meu primeiro show, em São Luís-MA: na segunda ou terceira música, uma corda da guitarra do Josh(vocal/guitarra) quebrou e tive que “segurar” o resto do show sozinho, foi uma prova para mim em que acredito que me saí bem e me motivou a penetrar cada vez mais nesse mundo musical. Entrar pela primeira vez em estúdio, gravar demos e finalmente o primeiro cd, viagens, festivais, shows grandes, pequenos buracos, levar cano, tudo foi compondo meu background. A busca por melhores equipamentos, melhores performances, melhores composições. Com o fim da Monasterium, proximo ao ano 2000, toquei com bandas de vidas breve, que tocavam mais covers do que composições próprias, para não ficar parado. Montei a Atmosfear (death), Drink my Tears (doom), toquei com o Metallica Cover .. mas eu tinha músicas já prontas para uma nova banda..e o desejo de montar algo realmente especial, e aí vocês já conhecem a história! Há planos, para que, com o lançamento do disco Next Level, vocês possam fazer uma turnê de lançamento nacional e, quem sabe, internacional? Por enquanto o único plano é lançar o material. Em seguida vamos divulgá-lo, principalmente através da Internet. Só depois pensaremos em turnês. E, pra encerrar, agradeço a disponibilidade que você teve em responder nossas perguntas e esclarecer um pouco mais sobre a Anno Zero para os que já os conheciam e apresentá-los ao público que não sabia da existência. Espero poder entrevista-los mais vezes aqui na revista, e aguardo ansioso pelo lançamento de Next Level. Deixo este último espaço reservado para você agraciar os leitores da Six Seconds com algumas palavras e dizer o que eles podem esperar da Anno Zero, neste fim de 2009. Agradecemos a oportunidade. Visitem nosso site, www.annozero.com.br para ficar por dentro das notícias e acessem o nosso Myspace, www.myspace.com/annozero para ouvir as músicas. Há inclusive uma nova faixa, instrumental, chamada Infected, disponível. Ela mostra um pouco do que virá neste próximo nível. Fiquem todos em paz. BRUNO THOMPIS


O Fu Manchu é uma banda do sudeste da Califórnia, que lançaram em 1990 seu primeiro single chamada Keep Between Trees. As letras da banda são todas inspiradas em tópicos como arcades, carros turbinados dos anos 70, e mitos como UFO’s e sobre skate. Eles apareceram em muitas coletâneas nos Estados Unidos como no jogo Tony Hawks Pro Skater e também na dos eventos X-Games da ESPN Americana, recentemente foram convidados a tocar no programa americano Monster Garage. A banda conseguiu lançar ótimos álbuns e reforçou a fama de fazer ótimos shows, já escursionando com as bandas Kyuss, Monster Magnet, Marilyn Manson, Clutch, Corrosion of Conformity e White Zombie. A banda foi formada originalmente em 1987 como uma banda de punk/hardcore primeiramente batizada de Virulence. Suas primeiras influências foram bandas como Black Flag e Bl’ast. A formação era Ken Pucci no vocal, Scott Hill na guitarra, Greg McCaughey no baixo e Ruben Romano na bateria. Em 1989 lançaram um LP chamado If This Isn’t a Dream… lançado pela gravadora independente Alchemy Records. Em 1990 o vocalista Ken Pucci sai da banda logo sendo substituído por Glen Chivens, após o ocorrido a banda muda o nome da banda para Fu Manchu (nome baseado no personagem fictício Fu Manchu, que é um gênio do crime chinês que apareceram em livros e seriados). Logo após isso lançam um single chamado Kept Between Trees pelo selo Slap A Ham Records. Nesse álbum ainda a uma forte influência de hardcore. Mas logo, a banda vira mergulhar em um som mais hard rock estilo anos 70. Duas saídas ocorrem na banda, o vocalista Glen e o baixista Greg, esse último é subistituido por Mark Abshire, o motivo de suas saídas aconteceu por que eles achavam que a banda estava seguindo um modismo, pois nos anos 90, época das bandas da Sub Pop, quase todas elas tinham essa influência do rock dos anos 70. Cansado de trocar de vocalista, o guitarrista Scott Hill assumiu o vocal e chamou mais o guitarrista Scott Votaw para se juntar a banda. Em 1992 a banda lançou três

singles em 7”: “Senioritis,” “Pick Up Summer,” e “Don’t Bother Knockin’ (If This Vans Rockin’). Em 1993, o guitarrista Scott Votaw sai da banda dando lugar a Eddie Glass.

Weezer, Queens of the Stone Age e Rancid. A banda promete, além dessas, outras novidades

Nos anos 90 com o sucesso do Nirvana e da cena grunge de Seattle, o Fu Manchu foi sondado por uma gravadora major que até bancou uma demo, mas a banda preferiu lançar por uma gravadora independente. Em 1993 sai o primeiro álbum, chamado No One Rides For Free pelo selo Bong Load Records. O baixista Abshire deixou a banda após lançarem o segundo álbum Daredevil em 1995, sendo substituído por Brad Davis. O baterista Romano e o guitarrista Glass saem pouco tempo após o lançamento do terceiro álbum In Search Of… lançado em 1996 sendo substituído pelo ex-Kyuss, Brant Bjork na bateria e Bob Balch na guitarra. Com essa formação gravam o álbum de maior repercussão da banda, The Action Is Go lançado em 1997. Depois de algumas turnês de sucesso sai os álbuns Eatin Dust em 1999 e um ano depois sai o álbum King of the Road de 2000. Romano e Abshire formaram o power trio Nebula (que já tocou no Brasil), que é o lado psicodélico do Fu Manchu expandido. O grupo comenta que a amizade continua até hoje e que nos shows de ambas as bandas é normal você ver as pessoas usando a camisa das duas bandas.

Scott Hill (vocal e guitarra) Bob Balch (guitarra) Brad Davis (baixista (baixo) Scott Reeder (bateria)

Brant Bjork deixou a banda em 2002 após o lançamento de California Crossing para investir em sua carreira solo, entrando em seu lugar Scott Reeder (não confundir com o ex-baixista do Kyuss). Em 2003, lançam seu primeiro álbum ao vivo Go for it… Live! e logo após entram em estúdio para lançar em 2004 seu último álbum lançado, Start The Machine. Em 2006, a banda assina com a gravadora Century Media, e planeja lançar um álbum novo, previsto para a metade de 2007. A banda irá gravar no famoso estúdio “Grandmaster Records Studios”, onde já passaram bandas como Tool, Nine Inch Nails e Black Crowes, com o renomado produtor Andrew Alekel, que já trabalhou com bandas como

Formação atual

Ex-membros & participações especiais Glen Chivens (vocal) Scott Votaw (guitarra) Eddie Glass (guitarra) Mike Cooper-Smith (guitarra) Greg McCaughey (baixo) Mark Abshire (baixo) Ruben Romano (bateria) Brant Bjork (bateria) Josh Homme (percussão) Álbuns de estúdio If This Isn’t a Dream... (1990) (a banda ainda se chamava Virulence) No One Rides for Free (1994) Daredevil (1995) In Search Of... (1996) The Action is Go (1997) Return to Earth 91-93 (1998) Eatin’ Dust (1999) King of the Road (1999/2000) California Crossing (2002) Go for it... Live! (2003) Start the Machine (2004) We Must Obey (2007)



Para entender as diferentes vertentes do metal, vamos imaginar uma situação e seus respectivos desfechos na abordagem de cada linha. “No alto do castelo, há uma princesa - muito carente - que foi ali trancada, e é ‘guardada’ por um grande e terrível dragão”... E os desfechos.. . HEAVY METAL: O protagonista chega no castelo numa Harley Davidson, mata o dragão, enche a cara de cerveja com a princesa e depois transa com ela. . METAL MELÓDICO: O protagonista chega no castelo num cavalo alado branco, escapa do dragão, salva a princesa, fogem para longe e fazem amor. . TRASH METAL: O protagonista chega no castelo, duela com o dragão, salva a princesa e transa com ela. . POWER METAL: O protagonista chega brandindo sua espada e trava uma batalha gloriosa contra o dragão. O dragão sucumbe enquanto ele permanece em pé, banhado pelo sangue de seu inimigo, sinal de seu triunfo. Resgata a princesa. Esgota a paciência dela com autoelogios e transa com ela. . FOLK METAL: O protagonista chega acompanhado de vários amigos e duendes tocando acordeon, alaúde, viola e outros instrumentos estranhos. Fazem o dragão dormir depois de tanto dançar e vão embora, sem a princesa, pois a floresta está cheia de ninfas. . VIKING METAL: O protagonista chega em um navio, mata o dragão com um machado, assa e come. Estupra a princesa, pilha o castelo e toca fogo em tudo antes de ir embora. . DEATH METAL: O protagonista chega, mata o dragão, transa com a princesa, mata a princesa e vai embora. . BLACK METAL: Chega de madrugada, dentro da neblina. Mata o dragão e empala em frente ao castelo. Sodomiza a princesa, a corta com uma faca e bebe o seu sangue em um ritual até matá-la. Depois descobre que ela não era mais virgem e a empala junto com o dragão. GORE: Chega, mata o dragão. Sobe no castelo, transa com a princesa e a mata. Depois transa com ela de novo. Queima o corpo da princesa e transa com ela de novo. . SPLATTER: Chega, mata o dragão, abre-o com um bisturi. Sodomiza a princesa com as tripas do dragão. Abre buracos nela com o bisturi e estupra cada um dos buracos. Tira os globos oculares da princesa e estupra as órbitas. Depois mata a princesa, faz uma autó sia, tira fotos, e lança um album cuja capa é uma das fotos. . DOOM METAL: Chega no castelo, olha o tamanho do dragão, fica deprimido e se mata. O dragão come o cadáver do protagonista e depois come a princesa. . WHITE METAL: Chega no castelo, exorciza o dragão, converte a princesa e usa o castelo para sediar mais uma “Igreja Universal do Reino de Deus”. . NEW METAL: Chega no castelo se achando o maior e dizendo o quanto é bom de briga. Quer provar para todos que também é foda e é capaz de salvar a princesa. Perde feio e leva o maior cacete. Então toma um Prozak e vai gravar um disco “The Best Of”. . GRUNGE: Chega no castelo e tem uma overdose de heroína. . PUNK ROCK: Cospe no dragão, joga uma pedra nele e depois foge. Pixa o muro do castelo com um “A” de anarquia. Faz um moicano na princesa e depois abre uma barraquinha de fanzines no saguão do castelo. . EMOCORE: Chega ao castelo e conta ao dragão o quanto gosta da princesa. O dragão fica com pena e o deixa passar. Após entrar no castelo ele descobre que a princesa fugiu com o protagonista Heavy Metal. Escreve uma música de letra emotiva contando como foi abandonado pela sua amada e como o mundo é injusto. . ROCK N’ROLL CLÁSSICO: Chega de moto fumando um baseado e oferece para o dragão, que logo fica seu amigo. Depois acampa com a princesa numa parte mais afastada do jardim e depois de muito sexo, drogas e rock n roll, tem uma overdose de LSD e morre sufocado no próprio vômito. . PROGRESSIVO: Chega, toca um solo virtuoso de guitarra de 26 minutos. O dragão se mata de tanto tédio. Chega até a princesa e toca outro solo que explora todas as técnicas de atonalismo em compassos ternários compostos aprendidas no último ano de conservatório. A princesa foge e vai procurar o protagonista Heavy Metal. . HARD ROCK: Chega em um conversível vermelho, com duas loiras peitudas e tomando Jack Daniel’s. Mata o dragão com uma faca e faz uma orgia com a princesa e as loiras. . GLAM ROCK: Chega no castelo. O dragão rí tanto quando o vê que o deixa passar. Ele entra no castelo, rouba o hair dresser e o batom da princesa. Depois a convence a pintar o castelo de rosa e a fazer luzes nos cabelos. . GOTHIC METAL: O protagonista chega, não mata o dragão e não fode a princesa mas canta melancólicamente sobre o assunto. . NEW METAL: O protagonista chega com um boné de baseball ao contrário, calças largas e atitude, ripa dum micro e começa a atirar com umas rimas sobre problemas da sua infância. O dragão cospe-lhe fogo e o protagonista derrete-se pois é completamente artificial e feito de plástico. . CHRISTIAN METAL: O protagonista chega e dá um panfleto evangelizador ao dragão. Salva a princesa e esta pergunta-lhe se quer transar mas ele insiste que não, só quando estiverem casados. O dragão atira o panfleto ao lixo. . GORE METAL: O protagonista chega e mata o dragão, espalha as suas entranhas em frente ao castelo, fode a prinesa e mata-a... Depois fode o seu corpo sem vida, rasga-lhe a barriga e come-lhe as entranhas, fode a carcassa pela terceira vez, queima o cadáver e depois fode-o uma última vez. . GRIND METAL: O protagonista chega, grita algo completamente indecifrável durante dois minutos e vai-se embora.




7 Behemoth

Evangelion Nuclear Blast/Metal Blade

9 6 7 9

vocal

adam “nergal” darski

guitarra

adam “nergal” darski

baixo

tomasz “orion” wróblewski

bateria

zbigniew “inferno” prominski

“Não me encanta e, dificilmente conseguirá me encantar”. Foi com esse pensamento que comecei a ouvir esse novo trabalho do Behemoth, intitulado Evangelion. O Behemoth, definitivamente, não faz o estilo de bandas que eu escuto com freqüência. Porém, algo nesse disco me chamou a atenção. Daimonos, a faixa de abertura do disco, soa bem macabra e tenebrosa, alternando momentos bem pesados a momentos mais velozes, fazendo jus à temática musical da banda. Passar de um Black Metal, cru e repleto de significação dentro do estilo, pra um Death Metal, não é pra todos. As raízes da banda são inegavelmente atreladas ao Black Metal, o que faz com que o Death Metal desenvolvido pela banda não soe tão natural assim. Há de se destacar os blast-beatings extremamente freqüentes, chegando a ser uma audição extremamente previsível. O disco segue com as faixas Shemhamforash e Ov Fire and The Void. Esta última, se tornando a faixa de maior destaque do disco. Agrupando um contexto mais sombrio com um instrumental marcado e repleto de agressividade, bem ao estilo do Death Metal desenvolvido pelo Morbid Angel e, atualmente desenvolvido pelo Bloodbath com aquela pegada mais cadenciada. Transmigrating Beyong Realms Ov Amenti e He Who Breeds Pestilence se destacam entre as demais por serem bem regadas a

momentos bastante cadenciados, intercalando momentos mais velozes e com maior fúria e agressividade. O disco se encerra com a faixa Lúcifer, que é bem mórbida e a mais cadenciada do disco, com um final bem digno de ser aclamado. A capacidade que o Behemoth tem de manter o disco sempre na média é impressionante. Porém, o lançamento de Evangelion, ainda deixa a desejar no que tange essa média alcançada pelo grupo. BRUNO THOMPIS

que você poderia dizer sobre ele é que ele não tem muita identidade; se você não sabia que Noris tinha deixado a banda, você provavelmente acharia que era Carrigan que estaria tocando nesse álbum. Apesar de Darkest Hour não ter mudado muito, The Eternal Return continua sendo

6

7

Suffocation Blood Oath

Darkest Hour The Eternal Return

Nuclear Blast

Victory Records

Alguem aí conhece Suffocation? Deveria conhecer, fundada em Nova York vem mostrando um material prolífico por mais de um década. Depois de quinze da banda lançar o seu album Self-Titled, que provou ser uma grave realização da sua música. Agora com esse último lançamento “Blood Oath”, a pressão é relativa, poderá ele fazer jus ao seu lançamento anterior? Até mesmo ultrapassar clássicos como “Pirced From Within”? Minha primeira impressão ou ouvir o álbum me deixou atordoado com a satisfação. A primeira faixa do álbum, mostra basicamente tudo que o álbum tem a oferecer. Terrance e Guy apresentam bons riffs, enquanto Derek Boyer toca um dos baixos mais ruins que eu ja ouvi em minha vida. A coisa mais notável que se destaca é o som baixo. A distinção do baixo não é a única coisa que torna este álbum forte, mas também a técnica nos riffs que os guitarristas tem a oferecer. Eles parecem explorar suas guitarras mais do que nos álbuns anteriores, porque pra mim parece mais pesado do que nunca. Sem mencionar os grandes solos que estão presentes desde o início até ao fim. As guitarras se destacam sem somba de dúvida nesse álbum. Há muitas coisas boas sobre este álbum, e parece não ter falhas. Então, por quê dar uma classificação média para ele? Apesar das faixas serem boas, elas ficam com o passar do tempo repetitivas a tal ponto que já fica chato de ouvir. Por exemplo, você está ouvindo a faixa inicial, e com o passar do tempo você mal percebe que mudou de faixa. Em geral, se você estiver em uma necessidade desesperada de ouvir algo brutal, eu recomendaria isto para você. IAN K. MENEZES

Agressivo, sombrio, cativante e divertido. The Eternal Return é um lançamento digno para a discografia do Darkest Hour. Dada a data de lançamento próxima, permita-me por um momento comparar esse lançamento com o novo álbum do Killswtich Engage. KSE demonstram tão pouco progresso no seu último álbum, que já começou a regredir de vez. O som continua basicamente o mesmo, mas de alguma maneira eles conseguiram ficar ainda piores. De cara você falar o mesmo de Darkest Hour. The Eternal Return não é muito diferente do último lançamento deles “Deliver Us”, porém esse lançamento contem alterações suficientes para tirar-los da mesma rota que Killswitch Engage seguiu. The Eternal Retturn é um álbum muito mais agressivo e, embora Deliver Us tenha tema sobre apocalipse e destruição, este álbum consegue ser ainda mais sombrio do que seu antecessor. Isto é mais evidente na primeira canção que foi lançada, “No God”. Como o título sugere, a música é uma coisa sombria, com riffs e os berros de John Henry principalmente nas partes “No god to consume you... no god, it’s all an illusion.” Mais uma vez, John Henry é o maior trunfo da banda, o seu vocal vem dominando aos poucos todo o álbum e enquanto tinha várias faixas clean no álbum anterior, nenhuma dessas é de se achar neste lançamento. No entanto, não significa que este álbum não seja atraente, longe disso. A perda de Kris Norris levou muita gente a pensar que o aspecto técnico de Darkest Hour poderia ser diminuído, mas aconteceu exatamente o contrário. Mike “Lonestar” Carrigan é uma substituição mais do que adequada para Norris e a única coisa negativa

9 Command6 Evolution?

Independente

É muito bom, falar de bandas ótimas. Quanto a isso, não há o que se negar. Melhor ainda, é falar de bandas ótimas, humildes, vindas do cenário underground e com instrumentistas sagazes, criativos e, acima de tudo, amantes da música. O Command6 é uma das bandas, que, junto com o Project46 (entrevista na edição II), mais me empolgaram e me fizeram almejar um futuro promissor para tais. Chega a ser difícil descrever o quanto o Command6 me agradou. Quando tive a oportunidade de perguntar ao Bruno (Guitarrista) sobre o som do grupo, influências e coisas do tipo, ele me respondeu o seguinte: “O Command6 pretende ser brutal e, ao mesmo tempo, não quer se prender a rótulos”. O resultado das audições foi o mais favorável possível. Há faixas bem parecidas com o heavy metal tradicional, outras mais parecidas com o Death Metal desenvolvido pelo Obituary, outras mais rasgadas e velozes, assemelhando-se bastante ao trash metal da bay-area californiana, dos anos 80 e algumas levantando a bandeira do hard rock moderno. A proposta do disco “Evolution?” é bastante simples: ser heterogêneo, sem deixar de lado a essência do grupo, que aposta nessa heterogeneidade. Before The Storm abre o disco magnificamente bem, repleta de breakdowns e com vocais bem agressivos, dá o clima nervoso que poderemos ver durante o resto do disco. Jesus Cry segue como um

complemento bem apurado. Good Friends remete àquele death metal mais cadenciado do Obituary e segue bem a proposta. Armaggedon, é a faixa mais power do disco, chegando a lembrar muito o Pantera de outrora. So Hot! é a que mais se aplica ao contexto do hard rock moderno, sendo muito bem executada e detentora de um dos refrãos mais grudentos do disco. Broken Glass retoma a pegada mais rápida do disco, repleta de vocais rasgados e mais agressivos. É, de longe, a faixa mais brutal do disco. Após Broken Glass, You’ve Wanted, you’ve got it, vem com toda a pegada característica mostrada pela banda durante as demais faixas. Vale ressaltar que, em momento algum, a banda se faz inaudível. Daí até o fim do disco, vemos uma série de influências que ainda não tinham se feito presentes com veemência, como o new metal, e o heavy metal tradicional. War of Words, fecha o disco, maravilhosamente bem, com uma pegada hardcore bem ao estilo das composições de Max Cavallera. Posso citar o Command6 como a maior surpresa que tive esse ano, em termos musicais. É um disco altamente aconselhável para quem gosta de música underground bem feita e repleta de competência.

9 Nightrage Wearing A Martyr’s Crown Lifeforce Records

Iniciados na Grécia, à partir dos compatriotas Gus G. (que deixara a banda após 2 álbuns lançados) e Marios Illiopolous (o único remanescente), juntamente com um dos ídolos do Melodic Death Metal sueco, Tomas Lindberg (que também deixara a banda após 2 álbuns lançados), entre outros, e logo após relocaram-se para a Suécia. A sonoridade de “Wearing A Martyr’s Crown”, juntamente com o novo vocalista, o finlândes An-


tony Hämäläinen (que substituíra o vocalista anterior, Jimmie Strimmel, atualmente no Dead By April junto à outro ex-membros que saíram no último álbum) é um álbum sólido, que caracteriza o Melodic Death Metal com algumas de suas características principais: O constante uso de riffs melódicos, a velocidade instrumental, o ritmo instrumental que varia de música à música, e o uso virtuoso da guitarra, principalmente com certas pausas acústicas instrumentais. Há também muita influência de In Flames, além de mais peso na guitarra, devido a banda voltar a contar com dois guitarristas. O álbum inicia-se com uma pancada intitulada “Shed The Blood, que “a lá “Spiral” (do álbum anterior), utiliza a velocidade em todos os seus extremos, tanto nas guitarras, quanto nos vocais e bateria. Na faixa seguinte, essa velocidade é cessada, dando entrada à um metal cadenciado, com algumas vozes sussurradas ligeiramente, além de um instrumental com muito mais cadenciamento e ritmo. Enfim, o álbum em si, é baseado nessa mesclagem de peso e melodia, mas sem o muito uso de vocais melódicos (é usado apenas em 3 músicas do álbum). Destaques: “Shed The Blood” (pela dualidade entre o peso e o ritmo), Wearing A Martyr’s Crown (pelo solo e pela passagem acústica, perfeitamente encaixada), “Futile Tears” (pela incrível passagem acústica, a melhor passagem do álbum), “Failure Of All Human Emotions” (por ser a mais pesada, em todos os sentidos!) e “Sting Of Remorse” (faixa instrumental, fechando o álbum, com mais de 6 solos!). ALMIR MACEDO

5 Arkaea Years In The Darkness E1 Music

Fear Factory com um vocalista de Metalcore. Threat Signal sem boas idéias musicais. A biografia do Arkaea admite que pelo menos metade deste álbum foi produzido com a intenção de torná-lo mais parecido com o ultimo lançamento do Fear Factory - isso foi realmente declarado desde do começo. Também foi mencionado que além do baterista do Fear Factory, Raymond herrera e guitarrista Christian Wolbers, o resto da banda está completa pelo vocalista Jon Howard e baxista Pat Kavanagh da banda Threat Signal. Para aqueles que conhecem as bandas, poderiam para ler imediatamente, porque saberiam exatamente o que esperar desse álbum. Agora, deduzido de outra forma, este álbum parece ser o cruzamento entre os 2 últimos álbums do Fear Factory com um vocal de Metalcore (haha). Acontece que Fear Factory não é bom suficiente para suportar um vocal como o de Jon Haward, assim como o vocal de Jon Howard não é bom suficiente para suportar um estilo de música,

como o do Fear Factory, aí agora você vê a confusão. Há muitas pessoas que leveriam a culpa por isso não ter ficado da forma que deveria, mas a maior parte da culpa vai para o guitarrista Christian Wolbers. Por algum motivo, Christian continua usando os mesmos riffs que eles vinha usando nas guitarras do Fear Factory. Os riffs deles são bastantes industriais que ele herdou de Dino Cazares a uns anos atrás e estão começando a se tornar um pouco obsoleto. Ainda assim ele tenta integrar suas influências de Rock, Metal no seu repertório, que não é o

7

Unearthly Age Of Chaos

enganado. Ambientado na literatura e nas HQs de ficção-científica, o trio instrumental de surf-music baiano traz um som fluente em vários ritmos, que vão do tango a músicas que fazem referência direta ao axé, honrado no passo ousado a terra pátria de Morotó Slim, CH e Rex. Os Retrofoguetes vem se firmando como uma das mais conceituadas bandas do circuito independente brasileiro, com seu último lançamento entitulado “Chachachá” eles sobem mais um degrau na música underground baiana. Totalmente independente, os Retrofoguetes trazem um som de altíssima qualidade, com participações de artistas consagrados da música baiana, tais como André T., Aroldo Macedo, Gil Santiago e muitos outros. Chachachá mostra claramente o caminho que a banda vem percorrendo. O Retrofoguetes deixa de ser uma banda de surfmusic para atingir o status desejado entre 11 de cada 10 artistas, que a construção de um gênero próprio. Identidade que desafia até quem quiser classificá-los simplesmente como uma banda de rock. IAN K MENEZESÉ

Free Mind Records

Extremo, veloz e destruidor. Quem não conhece Unearthly deve ser avisado de antemão dessas características para não se assustar. Com 11 anos de luta pelo Black Metal, o grupo vem se conciliando como uma das mais agressivas bandas de Black Metal do Brasil. Desde de 2000 o grupo apresentava sua demo com puro black metal brasileiro, mas com o passar dos anos foi incorporando de maneiras bem distintas elementos do Death Metal. Com esta fusão eles se tornaram grandes nomes do Black/ Death Metal underground. Em seu terceiro álbum Eregion (vocais), D. Arawn (guitarra), M. Mictian (baixo) e Mauro M. (bateria) investiram pesado em diversos temas como mistura de religiões ocultismo e todo o chaos que tudo isso trás ao ser humano. O resultado final foi brutal e intenso. “Age Of Chaos” é um disco muito rico sonoramente. Proliferam detalhes em suas composições que enriquecem e mostram os talentos desse quarteto carioca. Sensacional. Não há outra palavra para resumir as nove faixas deste disco. O trabalho gráfico, passa uma forte expressão do Hinduismo porque segundo eles vivemos a Kaly Yuga, a era do chaos. Com mais uma produção excelente da Free Mind Records, Unearthly sobe mais um degrau na sua carreira. IAN K. MENEZES

8 Retrofoguetes Chachachá Independente

O que é que a baiana tem? Já cantava Carmen Miranda, mas quem achava que na Bahia só tem axé e macumba, pode ter certeza que está totalmente

10

Animals As Leaders Animals As Leaders Prosthetics Records

Perfeição em um álbum instrumental. É isso que, Tosin Abasi (ex-Reflux) consegue fazer em seu novo projeto, o Animals As Leaders. A proposta do som trata-se um instrumental progressivo, mesclado com música ambiente e influenciado por batidas eletrônicas feitas com o uso de sintetizadores. O som é tocado com uma guitarra de 7 cordas (talvez também de 8 cordas, não sei ao certo), com o uso de técnicas a lá Fredrik Thordendal, e é exibido com classe e profundo virtuosismo de Tosin Abasi. Também conta com outros mais músicos, são eles: Javier Reyes (guitarras ao vivo) e Chebon Littlefield (baixo ao vivo e nos sintetizadores). O seu trabalho, como guitarrista, pode assemelharse à também o de outros guitarristas virtuosos da atualidade, como Misha “Bulb” Mansoor (Periphery, Bulb), Tymon Kruidenier (Cynic, Exivious) e Graham “Pin” Pinney (SikTh, Within The Void). Enfim, é um excelente músico, com um excelente álbum. Todas as músicas são excelentes, e o mesmo merece todos os créditos por este trabalho que, com certeza, estará entre um dos melhores álbuns do ano. Destaques: “Tempting Time” (talvez a melhor do álbum, logo de cara, contém muitas quebradas de ritmo, muita virtuosidade nos solos, além de ter um pequeno recheio de arranjos eletrônicos mesclados no final), Soraya (totalmente influenciada pelo jazz), “Thoroughly at Home” (muito DJENT, que é uma forma de dizer que é um som influenciado pela banda Meshuggah.

7.5

Code For Silence D.Ecaying M.Atter - O.Rganic N.Emesis Off Records Finland

Peso, melodia e modernidade. É isso que a banda Code For Silence faz (ou tenta fazer) em seu primeiro álbum. Uma banda nova que, contando com dois guitarrista que também fazem os sons sintetizados, dois vocalistas (um melódico e o outro gutural), um baixista e um baterista (muito bom, por sinal) consegue mesclar o peso do Melodic Death Metal, um pouco de Groove Metal, Thrash Metal e uma espécie de de “Gothic Metal” (pelo uso de atmosferas parecidas, que são usadas em algumas bandas do estilo, além do vocal melódico). Em seu primeiro álbum, o uso de melodias inteligentes, que distorcem o vocal gutural, e o mesmo para os sintetizadores, a banda consegue fazer uma provável “inovação” na utilização dos mesmos. Creio que alguns não se familiarizão(aram) com o vocal gutural de Annti Ström, que não é bem aquele que estamos acostumados ouvir em bandas finlandesas. É um gutural que parece ser meio forçado e um pouco enjoado. Enfim, é o ponto fraco do CD. O ponte forte é o que já foi propriamente dito, o uso inteligente dos instrumentais e dos vocais melódicos. É um CD muito apreciável, com alguns pontos baixos. Mas que não tiram o crédito do vocalista Tony Kaikkonen, que entrara após a primeira formação da banda, juntamente com o baterista Rolf Pilve. Destaques: “...For I Am A Demon” (uma boa introdução, com bastante elementos industriais) “Worst Case Scenario” (com outra boa introdução, mas agora mais ritmada. Com uma melodia incrível, além de excelente uso dos sintetizadores) e “Lady Delmoore” (essa merece até um clipe, tem tudo o que comentei anteriormente). ALMIR MACEDO

8

Death By Stereo Death Is My Only Friend Serjical Strike Records

Desde que Death By Stero deixou a gravadora Epitaph Records, muitos duvidaram (ou não) se a banda seria capaz de seguir em frente e se envolver com mais alguém. Sob o olhar atento de Serj Tankian (System Of A Down), Death By Stereo acaba de dar um enorme passo desde do seu


8

D Creation Silent Echoes

PlayGround Music

Modern Melodic Death Metal. É a aposta do D Creation, uma promissora banda que tem um excelente vocalista. Seu nome é Olli Vuorinen. Iniciados com o de “Dawn Creation” (nome trocado após a saída de integrantes, e a entrada de Olli Vuorinen nos vocais), nome com o qual gravaram duas demos, mudaram o nome para D Creation em alguns anos depois. Em seu primeiro álbum, a proposta do som é de mesclar Melodic Death Metal e Metal moderno com um som com uma incrível atmosfera de melodia e raiva (ou seja, uma mistura híbrida de vários subgêneros do metal), uma hora é Melodic Death Metal, outrora se assemelha ao Groove Metal (pelo menos um pouco no instrumental). Músicas como “Asleep”, “Dritfing Forever” e “Redemption” mostram isso claramente. Destaques: “Fadeaway” (tradicional início de músicas com teclado, com um porém, o fundo obscuro mesclado ao instrumental groove sendo distorcidos com o vocal melódico), “Killdream” (provavelmente a melhor da banda. Som rápido com vocal melódico, e com uma quebrada de ritmo, como de costume e uma cativante melodia) e “Paradise Sweet” (faixa melódica que tem um excelente refrão, muita harmonia e vocal feminino nos vocais de acompanhamento). ALMIR MACEDO

8

Disarmonia Mundi The Restless Memoirs (EP) Coroner Records

Com origem italiana, pela gravadora Coroner Records, gravaram seu primeiro álbum em 2002, com o vocalista Benny Bianco Chinto (que saíra após o lançamento do álbum), o guitarrista Simone Palermiti, o baixista Mirco Andreis, e oscilando na bateria e na guitarra, Ettore Rigotti. É um álbum que explora mais o lado progressivo da banda, não contando com o sueco Björn Strid e nem Claudio Ravinale (ambos ingressaram em 2004 na banda). Nesse EP, está contido uma coleção de demos da banda, que contam com Cláudio Ravinale e Ettore Rigotti, mas sem a presença de Björn Strid que, em algumas músicas, no ano em que foram gravadas, nem havia sido convidado para o Disarmonia Mundi. O EP começa com “Across The Burning Surface” é uma faixa que faz a utilização de um Melodic Death Metal moderno, com o uso de teclados e dois ou mais vocais. Em “Flare”, talvez a canção mais curta e direta da banda, trata-se da dualidade de instrumentais excessivamente melódicos com o uso de vocais distorcidos, e com a melhor parte da música (a parte melódica) cantada apenas uma vez. Uma pena. Destaques: “Across The Burning Surface” (pelo seu ritmo com a entrada de teclado, e pelo seu refrão rápido e direto, combinando perfeitamente com o teclado), “Spiral Dancer” (pelo melhor refrão do EP, que é repetido duas vezes e contém ainda uma passagem diversificada. A melhor e mais completa faixa do EP!) e “Ghost Song” (uma das únicas faixas melódicas da banda, contendo uma melodia incrível). ALMIR MACEDO

8.5

Memphis May Fire Sleepwalking Trustkill Records

Mais uma fusão sensacional de Hardcore com Southern Rock recomendado para fãs de Every Time I Die, He is Legend e Maylene and the Sons of Disaster. O que separa Memphis May Fire das demais bandas do gênero é o fato de ter vocais melódicos suaves, executados pelo novo front-man Matt Mullins que em algumas passagens chega a lembrar Aaron Gillespie (Underoath). O primeiro lenght-full da banda de Dallas

também oferece riffs muito bem trabalhados de Kellen McGregor e Ryan Bentley, seguidos pelo baixo de Cory Elderado marcando a base e a bateria empolgante de Jeremy Grisham. Está mais calmo comparado ao “Memphis May Fire EP”, porém frases como “It’s not just a game when you’re winning” (“Não é apenas um jogo quando você está ganhando”) da música “You’re Lucky It’s Not 1692”, “You don’t have to be the person you were yesterday” (“Você não precisa ser a pessoa que você foi ontem”) da música “Been There, Done That, Got Da Shirt” ou “Beauty is young and will die in time” (“Beleza é jovem e morre com o tempo”) da música “Quantity Is Their Quality”, mostra que a banda estava preocupada com o conteúdo das letras, assim sendo muito profissionais na composição do álbum. VALMOR A. BASTOS

que aparecem com mais freqüência e se encaixam perfeitamente nas melodias. “Na verdade”, é a faixa que deixa mais a desejar pela qualidade de produção. Porém, creio que, num futuro próximo, a banda poderá vir a organizar esse pequeno detalhe. “Mais ou Menos Assim”, é a faixa mais curta do disco e tem uma pegada mais voltado pro lado do metalcore, abandanando um pouco a pegada mais hardcore que vinha no começo do disco, sem perder o contexto melódico existente desde então. “Uma Chance Para Nós Dois”, encerra o disco com uma faixa mais diferente das demais no disco, optando pela pegada hardcore em sua essência, alternando para uma pancadaria final, bem digna e repleta de breakdowns e guitarras soladas. O que posso frizar como ponto negativo do disco, são os vocais mais melodiosos, que deixam um pouco a desejar, porém, a experiência vem com o tempo, intrinsecamente ligada ao absorvimento de sagacidade nas composições. Espero ver, brevemente o lançamento de um trabalho completo do Ellagrace, corrigindo as falhas, poucas, desse disco. BRUNO

7.5

Ellagrace Acredite (EP) Independente

Há uns dois anos atrás, o cenário do metalcore brasileiro deu um salto em qualidade, que foi bem apreciado pelo público local. Com o boom de bandas de metalcore surgindo, pudemos presenciar o surgimento de muitas soando iguais, muitas outras fazendo cópias baratas, outras tentando inovar e não conseguindo se desapegar de um estilo batido de composições. Porém, ao passo que, pra algo ruim existir, há de se existir algo bom, tivemos também uma ótima safra de bandas boas nesse estilo. Algumas, infelizmente, se limitaram aos seus estados de origem, talvez por falta de apoio, talvez por falta de coragem dos integrantes ou qualquer outro motivo que não cabe a mim explanar aqui. É com essa introdução que eu venho elogiar grandemente o trabalho desenvolvido pelos meninos da banda Ellagrace. A dificuldade de aceitação de músicas cantadas em português no cenário metálico brasileiro, é inegável. Visto isso, a banda já leva alguns pontos por conseguir compor um trabalho muito digno de ser escutado em nosso idioma nativo. A proposta da banda é fazer um metalcore mesclado a elementos do que hoje classificamos como post-hardcore, adicionando a isso uma pitada de melodia encontrada com muita freqüência em bandas do que convencionou-se chamar de screamo. O disco se inicia com a faixa título do EP, “Acredite”, que se mostra bem executada e eleva o nome da banda a um patamar de desenvolvimento consideravelmente bom. Usando do lado mais melódico e contornando temas que envolvem os relacionamentos afetivos, a faixa “Falsas Promessas” trás um refrão bastante poderoso e melódico, bem ao estilo do neo-hardcore, as pegadas mais pesadas se diferenciam das demais no quesito breakdowns,

8.5

Dissidium Danse Macabre

8

lançamento de 2005, “Death For Life”. Esse passo é chamado “Death Is My Only Friend”. Ouvindo o álbum deles “Death Alive” meus pensamentos se misturavam. Desta vez a banda deixou de ser um pouco enfurrajada musicalmente e se foram aceitadas de mão aberta a uma promoção artística do próprio Serj Tankian. O resultado é um álbum que leva um minuto ou dois para se definir e termina de forma forte com faixas experimentais. Você pode notar a diversidade nesse álbum, começando com a introdução “Opening Destruction”, a próxima faixa caracterizada pelo hardcore “The Ballad Of Sid Dynamite”, uma dais faixas voltadas para o Rock “I Sing For You” e o trabalho de guitarra do metal na música “The Last Song”, isso tudo deixa o ouvinte excitado para o que está por vir. Isso realmente não me incomoda, isso apenas deixa a musicalidade de Death By Stereo provocadora. O que parece ser exatamente o que uma banda que não tenha lançado um álbum em quatro anos precise fazer. Produtor Jason Freese (Green Day, Jewel, Goo Goo Dolls) ajudou a banda a chegar a um nvel comercial de ambos os métodos de produção, bem como a integridade lo-fi, que é mais do que eu posso dizer para os outros que ele tem ajudado a produzir. IAN K MENEZESÉ m

Independente

Celebrar o grotesco em todas as suas faces. Essa é a proposta principal desse álbum de estréia do Dissidium. De acordo com a expressão medieval La Danse Macabre repassa o ideal de que: “Não importa o que tu és em vida. A Dança da Morte te unirá aos demais”. É com esse aspecto de horror show, que o Dissidium mostra ao que veio, esbanjando sagacidade nas composições e mostrando as influências logo de cara. Influências essas, que são notáveis e vão de Morbid Angel, Death, até um mais recente e aclamado Bloodbath. A introdução do disco faz muito bem o papel aterrorizador que se prosseguirá no decorrer do disco. Burried Alive é uma pedrada na cara do ouvinte, repleta de riffs bem trabalhados e com um clima bem denso e pesado, essa faixa remete aos áureos tempos em que o Death metal teve uma aceitação bem mais elevada no cenário metálico da década de 90. Necronomicom, retoma a pegada veloz do estilo, a bateria bem marcada e repleta de bate-estacas dá o ritmo mais acelerado da música, alternando com momentos de mais cadência. My Dear Norman, remete exclusivamente à memória de Norman Bates, um dos maiores ícones do cinema de horror de todos os tempos, estrelado em 1960 no filme Psicose. A faixa cumpre magnificamente o papel de transpor o horror apresentado por Norman no cinema através de passagens faladas atreladas a um instrumental bastante mórbido, aos ouvintes. Seguindo a linha de serial


killers do cinema mundial, a banda faz com que Norman Bates venha como uma introdução assustadora para a próxima faixa, “Michael Myers”, que se mostra bem trabalhada e repleta de blast-beatings e passagens de riffs mais alternados, fazendo com que a música soe bem mais heterogênea que as demais. Em Embodied Hell, a banda relaxa um pouco e não deixa a faixa vingar tão bem no disco. Dawn of Dead encerra todas as pegadas mais pesadas do disco muito bem, com passagens em que é impossível escutar sem ter vontade de bangear. O encerramento do disco fica a cargo da faixa Mortalha da Alma, que em sua estrutura é composta liricamente de um poema maldito, bem digno de um Augusto dos Anjos. É uma certeza absoluta que, se H. P. Lovecraft fosse um poeta, ele, com toda certeza, escreveria algo do tipo. É com todo o prazer que vos apresento o Dissidium. Banda brasileira de Death Metal e que, futuramente, irá nos dar muitas alegrias. Stay Dark! BRUNO THOMPIS

8

Devildriver Pray For Villains

Roadrunner Records

Dez Fafara é um homem em uma missão: Se livrar da coceira do New Metal. Como a maioria de vocês estão cientes, Coal Chamber foi sua primeira banda que chamou atenção no New Metal. Quando New Metal decidiu tomar um rumo em direção ao Rapcore, a maioria das bandas foram deixadas com uma espécie de estigma e simplesmente não poderia abalar mais faziam antigamente. Ainda com o nascimento do Devildriver, o primeiro álbum ainda estava cheio de defeitos (segundo alguns fãs, o.o), criticando que mais parecia a continuação de Coal Chamber. Foi então que em 2005, Dez Fafara resolveu aparecer com uma formação totalmente nova e produzir o segundo álbum da banda intitulado como, The Fury of Our Maker’s Hand. Mesmo que isso não cale a boca dos críticos e pesimistas, o terceiro álbum “The Last Kind Words” foi ainda mais agressiva do que o trabalho anterior, que aumentou a posição de Fafara ainda mais como um líder do metal, eliminando todas as raízes de New Metal que tinham sobrado. “Pray For Villains” é uma extensão de maturidade em que “The Last Kind Words” parou e traz ainda mais pontos positivos para a banda. Uma das primeiras coisas que se percebe com cada faixa é a curta intro que, mais faz lembrar pequenos hinos do metal, no qual a banda vem trabalhando a aperfeiçoando ao longo dos seus dois últimos álbuns. Estes pequenos hinos, são feitos por cada membro da banda de forma própia, desta maneira, você pode ver que a banda tem um excelente desempenho individual. Em termos de composição, a banda nunca foi muito rigorosa, ela sempre quis provar mais atravez da

sua agressividade na música. Se eu pudesse resumir Devildriver em uma palavra seria coerêcia. Sem duvida esse é um dos melhores trabalhos que a banda já produziu. IAN K. MENEZES

8

Showbread The Fear Of God Tooth & Nail

Showbread continua Showbread. “The Fear Of God” segue o mesmo caminho que o ultimo lançamento duplo do Showbreead “Anorexia/Nervosa”. O álbum inicia com uma declaração introdutória computadorizada que segue: “Showbread apresenta ‘The Fear Of God’, ajuste o volume do seu áudio para que essa você ouça essa mensagem claramente. [...] E que o raw rock te mate para todo o sempre.” Raw Rock. Quando é difícil criticar um gênero para uma banda, a ponto de não achar nenhum parecido, o melhor é criar um gênero novo, certo? Isso é o que Showbread vem fazendo fazendo. Uma tentativa de montar um som original. Esse não é um método 100% válido e dificilmente irá funcionar. No entanto, a brilhante introdução combinada de “I’m Lost” combinada com “Nothing Matters Anymore” sugere que Showbread está realmente tentando alguma coisa, começando um álbum com uma boa impressão para o “raw” e para o “rock”. Tudo que segue dessas músicas cria uma espectativa que não faz o ouvinte desligar o som. Misturando riffs, com sintetizadores eles começam a formar uma especie de dance-rock, músicas como “Out Of My Mind” e “Regret Consumes Me” deixam a impressão de diversão no ar. Nem mesmo a magnifica técnica do baixista Patrick Porter pode salvar a música “Shepherd, No Sheep” de se tornar o ritmo meio pop-punk. A única faixa que deixa de ser como o todo prometido “raw” rock é a faixa adequadamente intitulada “Let There Be Raw”, que segue com refrão lietaralmente raw-raw-raw-raw, explodindo um espiral de sintetizadores seguindo por um excelente solo de guitarra, você sentir a diversão? Isso sim é trabalho. No mais é um álbum divertido porquê é um álbum diferente e é um álbum diferente porquê é um álbum divertido. IAN K. MENEZES

Curiosidade é o que me mordia por dentro enquanto eu esperava esse CD vazar na internet (porque esperar o Euro abaixar demora demais). As 4 músicas (que são as 4 primeiras do CD) que colocaram no myspace (www.myspace.com/devilsgift) são ótimas. Se o álbum inteiro fosse assim seria perfeito. Shadow Never Ending é empolgante, daquelas que faz você querer cantar junto. Como eu li as letras das músicas, e não é surpresa que eu gostei, eu ficava cada vez mais na expectativa sem nenhuma idéia do que viria.. ”Então”... o CD é bom. Tem tudo o que eu particularmente não gosto no metal como MUITOS solos de guitarra, partes instrumentais muito grandes e o jeito de tocar em certas músicas (principalmente Sacrifice e Hold on) que me fazem lembrar farofada oitentista ou o Blessed By A Broken Heart (agora eu entendi porque eles fizeram uma turnê juntos). E a voz foi deixada meio de lado em certas partes. Algumas músicas me deixaram com a impressão de que podiam melhorar se tivessem ficado mais um pouco no estúdio. Na verdade se tivessem usado um tempo a mais consertariam o álbum todo e ele sairia quase impecável. Quase porque fazer um álbum perfeito já de cara é difícil pacas. Mas essas pequenas falhas são compensadas (a maioria pelo menos) pela letra e o vocal fodão quando a guitarra não fica brigando pra ver se aparece mais que a voz. Eu não gostava de berros em grandes partes das músicas mas depois de ouvir Shadow Never Ending e Final Words mudei de idéia. O negócio é saber fazer e a Lennon sabe porque você entende o que ela berra. E sendo assim dá um clima diferente, um pouco melhor, ao invés de ser aquilo que todos já conhecemos muito bem. Então relevando isso, aquilo e falando do CD como um todo, ele é bom. Pode ouvir que é bom sim. Só não se assuste quando ouvir um estridente “Keep the fuck away from me” ou uma também estridente frase reduzindo a sua pessoa a nada. E preparese psicologicamente para a última música do CD, ela faz você no mínimo soltar um “Ein?”. Considerações finais: a banda tem cara de que o próximo álbum sempre será melhor. LIVIA RAMIRES

9

My Dying Bride For Lies I Sire

Peaceville Records

9

Novembers Doom Into Night’s Requiem Infernal The End Records / Candlelight

7

Devil’s Gift Devil’s Gift Ant Hill

vídeo clipe muito bem produzido e elevou ainda mais o nome da banda. Após o lançamento de 2005, a banda leva mais dois anos pra completar um outro trabalho que se mostra bem mais evoluído e leva a cara da banda. The Novella Reservoir, abre mais alguns horizontes musicais da banda, fazendo com que o grupo se consolide como um dos maiores representantes do Death/Doom Metal, ao lado do My Dying Bride. Dado esse título de referência musical em um determinado estilo dentro do metal, podemos ter esse princípio ao ouvirmos o novo disco, Into Night’s Requiem Infernal. É um disco genial e sobre isso, não há o que se negar. Em um contexto lírico, o November’s Doom, hoje em dia, é uma das bandas imbatíveis. Mesclando temas mais existenciais a temas bem críticos de âmbito antireligioso, a banda consegue seguir uma linha de raciocínio maravilhosa em cada disco, não se deixando contradizer em nenhum momento. Isso já é uma vitória enorme que rompe com alguns padrões que estamos acostumados a ver dentro do mundo da música. No que tange ao lado musical do grupo, vemos uma banda bastante entrosada e consciente de que está dando continuidade a todo um projeto desenvolvido desde o lançamento do seu primeiro disco “Amid It’s Hallowed Mirth”. Os destaques do disco, ficam por conta da belíssima balada, característica da banda, The Fifth Day of March e da pancadaria maior, “Lazaru’s Regret”, que mostram dois lados extremamente diferentes da banda e podem ser facilmente apreciados, visto a capacidade imensa que esses americanos tem de conquistar, cada vez mais, seguidores pra esse lado do metal. Para os fãs, mais um disco maravilhoso do Novembers Doom. Para quem não conhece, mais outra oportunidade de ser apresentado à uma das bandas mais lineares e homogêneas do metal. Ótimo disco. BRUNO THOMPIS

Após um hiato de dois anos, o Novembers Doom volta a agraciar os fãs do Death/Doom Metal com mais um disco digno de merecer uma atenção especial. O disco The Pale Haunt Departure (2005), com toda a certeza, foi o disco que fez com que a bandeira do Novembers fosse hasteada com veemência pelos adoradores do lado mais triste e melancólico do metal. Lá, podemos encontrar clássicos como Dark World Burden, Autumm Reflection, que inclusive, ganhou um

É impossível, pensar o doom metal sem pensar a revolução causada pelos ingleses do My Dying Bride. Do início do fim da década de 80, até o início da década de 90, quando foi criado o Doom Metal, presenciamos uma evolução radical no que tange esse estilo. Primeiro foi o ápice com o Candlemass, depois o “boom” inglês e o surgimento de, hoje, mestres no estilo como Anathema, Paradise Lost, Katatonia. O My Dying Bride faz parte desse segundo grupo. Apostando sempre em um Doom Metal mais voltado para as partes agressivas mescladas à muita melodia, esses ingleses provaram que o que o Candlemass deu início, ainda poderia ser mais disseminado e propagado de maneiras diferentes. Foi com essa


4

All Time Low Nothing Personal Hopeless Records

Quarteto de Maryland, All Time Low, acabam de lançar seu novo album intitulado “Nothing Personal”. Talvez o melhor a dizer sobre esse álbum seria que há muito mais ruim do que bom. Parece que a banda tropeçou e caiu pra trás, um exagero na produção de um álbum com muito açúcar e ao mesmo tempo sem deixar ele doce. É realmente uma pena, porquê All Time Low vem mostrando que eles são talentosos e capazes de produzir um som que sobressai muito bem na multidão. Pop-Punk geralmente é uma mistura de tudo sobre a música pop com a energia do punk rock e seus tempos frenéticos. Quando isso é feito de forma corretamente, o gênero pode trazer grande prazer aos seus ouvintes. Infelizmente, All Time

Low parece ter perdido isso de alguma forma. Meu problema principal nesse álbum é o foco demais na produção, os vocais estão entupidos com “whoooas”, uma sequência exagerada de sintetizadores são misturados com bateria para deixar uma marca que não combina nem um pouco com o gênero da banda. Muitas faixas parecem uma extensão de outra. A banda sempre conseguiu fazer com que cada música se diferencie uma das outras, aparentemente em “Nothing Personal”, isso não possível. Apesar dessas muitas falhas, existem momentos agradáveis no álbum, as faixas finais “Keep The Change, You Filthy Animal” e “A Party Song” conseguem proporcionar um pouco de destaque no álbum. Se você procura por uma banda de pop-punk, eu não recomendaria esse álbum, é melhor ficar ouvindo Yellowcard ou New Found Glory. IAN K. MENEZES

9

Bittencourt Project Brainworms I Voice Music Records

Quem já conhece o trabalho de Rafael Bittencourt sabe de suas composições complexas e bem elaboradas, trazendo em suas influências desde música popular brasileira, bossa nova, música clássica e o bom e velho Rock ‘n Roll. Junto do Angra ao lado de Kiko Loureiro, se destaca e mostrase um dos melhores guitarristas e compositores do Brasil. Com o Angra conquistou um patamar de músico não só pelo Brasil e Japão, mas pelo mundo com varias turnês mundiais, desde Andtré Matos nos vocais e hoje Edu Falaschi mandando ver. O Bittencourt Project vem para se destacar e mostrar que ainda há muito de novo e com muita qualidade por vir, lançado no final de 2008, primeiro CD “Brainworms I”, trás o hard rock progressivo de alta densidade e muito peso. Ao lado de excelentes músicos como Felipe Andreoli, Marcell Cardoso, Fernando Nunes, Fabrizio Disarno, Nei Medeiros, Frank Djoni, Tony SZ e diversas participações excepcionais mostra a excelência de seus trabalhos trazendo de suas origens brasileiras, levadas e letras em português regadas a muito metal. Rafael nas guitarras e violões, com solos completos e cheios de feeling característico de suas composições, melodias leves com dedilhados e bases pesadas com solos rápidos, supera como ótimo vocalista desde os backings do Angra, agora mostrando-se um excelente vocalista. Brainworms assim como é chamado o álbum, vem com músicas em português como “Nacib Véio” e “O Pastor” músicas instrumentais tais “Comendo Melancia”, “Primeiro Amor” as quais deixam ainda mais rico e evidente as raízes brasileiras em seu trabalho. Um CD com músicas rápidas pesadas e bem trabalhadas, contrapondo-se em músicas leves e dedilhadas, harmoniosas. Um cd

de alta qualidade superando como trabalho solo. Rock n’ Roll do início ao fim, o Brasil mostrando seu melhor

7

Rx Bandits Mandala

8

proposta que surgiram discos como “Turn Loose The Swans”, “34,788%... Complete”, “The Dreadfull Hours”, “Songs of Darkness, Words of Light”, e encantaram a crítica e fizeram com que a banda fixasse ainda mais, seu nome no cenário musical mundial como o maior nome do que se convencionou chamar de Death/Doom Metal. Em 2006, quando foi anunciado o lançamento de mais um disco de estúdio da banda, intitulado “A Line of Deathless Kings”, a imprensa o acolheu como um dos trabalhos mais diferentes que o My Dying Bride fez, desde o início de carreira. Isso, como era de se esperar, causou críticas vindas de ambas as partes: os mais tradicionais que queriam uma “volta às origens” e os mais liberais que viram como um “amadurecimento” positivo. Eu, particularmente, faço parte do segundo grupo de pessoas. Vejo o “A Line...”, como um ponto positivo e divisor de águas, na banda. Ainda no “Songs of Darkness...”, a banda tem o pé mais voltado nas partes melancólicas, com o clima bem sombrio que virou característica do grupo. O que não vemos com freqüência nos dois últimos lançamentos. Talvez, a diminuição desse clima, dessa atmosfera mais densa, tenha feito com que fãs conservadores se revoltassem. O que é bastante notável nesse novo lançamento é a volta dos violinos com mais freqüência em cada música, tal qual víamos no Turn Loos The Swans. Habilidade, destreza, sofisticação, melancolia, agressividade e, acima de tudo, superação. São esses adjetivos com os quais podemos descrever esse lançamento. Destaques? “Santuario di Sangue’, onde é muito bom ouvir o Aaron cantando com uma voz mais aguda do que de costume, ‘My Body, a Funeral”, maravilhosa faixa de abertura, “Bring me Victory” e “Death Triumphant”, que fecha o disco maravilhosamente bem. Disco indispensável para os amantes do

Sargent House

Finalmente. Mandala é o grande suspiro que Rx Bandits vem segurando a muitos anos. A transformação progressiva pode não ter sido planejada quando eles ainda eram chamados de The Pharmaceutical Bandits, mas eventualmente foi uma transformação em tanto. Com cada álbum que eles lançaram elas progrediram de forma impressionante de um reggae-ska para um som totalmente híbrido com diferentes elementos progressivos de ska, reggae e rock. Desde do lançamento do seu álbum dinâmico “The Resignation”, foi definitivamente o começo de uma nova era para Rx Bandits. No “The Resignation” nós achamos faixas bem tantos ecléticas como “Mastering The List” e “Decrescendo” que se ramificou um chame um pouco rock do que eles costumavam ser. De fato, era um prelúdio gasto na banda experimental, The Sound of Animals Fightin, onde os ouvintes encontraram muitas idéias no som. De lá, era apenas uma questão de tempo até que eles se adaptarem a este estilo que os prendia em um som mais sofisticado e nostálgico. Devido a algumas circunstâncias, o membro, Chris Sheets deixou a banda, ficando assim livrar para escrever suas canções. Com o novo lançamento “Mandala”, o vocalista Matt Embree encontra mais espaço dentro de faixas melódicas, é muito claro e bastante acessível aos ouvintes a mistura de elementos pesados e de pop, tudo se encontrando em todas as partes do álbum. O que mais brilha nesse álbum é a confiança que os membros expressam. No começo, eu admito que Mandala deixou uma impressão meio “seca”, mas depois de um tempo tudo se estabilizou. É um álbum que é preciso ser ouvido mais de uma vez para começar a gostar. IAN K. MENEZES

com o seu novo álbum intitulado “Picket Fence Cartel” a banda entra em uma categoria bastante cativante. Iniciando o álbum com a faixa “Destroyer”, impulsionado por um riff áspero e alguns efeitos ambientais, é um dos destaques do álbum. No início da música Andrew Schwab inicia a música com “Ready yourself for the end” tudo com um sintetizador por trás, para depois estabilizar a sua voz. Embora eu não tenha me empolgado tanto na primeira vez que eu escutei, eu gostei bastante da faixa. Duas coisas que eu notei que aconteceram foi um, o peso de Project86 caiu um pouco e a bateria foi bastante bem combinada nesse álbum. Outra coisa que eu sempre admirei em Project 86, foi sua forma de criar faixas concencionais, satisfazendo o ouvinte ouvir de novo e de novo, um exemplo para isso seria a próxima faixa “The Butcher”. A faixa tem um riff que totalmente deixa o ouvinte na vontade de ouvir mais de uma vez, ele encaixa perfeitamente em qualquer coisa e com as letras que ela tem, eu diria que ela daria um ótimo videoclipe. “Two Glass Eyes” é importante mencionar que ela lembra um pouco do patrimônio da banda, com um riff rápido e agressivo nos versos. A próxima faixa que falaremos é sem dúvida a mais criativa do álbum, Project 86 anda evoluindo e com isso tenta acrescentar algumas misturas nas músicas, como algumas vezes isso não funciona, geralmente a faixa não fica bem como era de se esperar. “Dark Angel Dragnet” é um grande exemplo para isso, a música oferece um refrão extremamente cativanete, mas infelizmente é seguida por uma série de versos esquisitos. “Cyclonus” para voltar um pouco e lembra até um pouco “The Butcher”, mas na verdade é apenas uma faixa com algumas variações. Randy Torres tenta cortar a faixa, mas ela continua demasiada e cansativa. Última coisa, a banda parece estar tentando endurecer o som vindo de “Rival Factions”. É um álbum interessante para aquelas que ainda não conhecem o som de Project 86.. IAN K. MENEZES

9.5

August Burns Red Constellations Solid State Records

8

Project 86 Picket Fence Cartel Tooth & Nails

Project 86 é uma banda que eu nunca liguei muito, ainda assim continuo a checar os álbuns deles só para ver o progresso deles. Progresso não é uma palavra estranha para a banda,

Após terem aumentado o seu legado de fãs em turnês como Warped, Take Action e Dubai Desert Rock Festival, além de ganhar prestígio no filme “The Spirit” com a música “Carol of the Bells” (do EP “Lost Messengers: The Outtakes”) na trilha sonora, os caras da Pensilvânia voltaram para o estúdio acompanhados pelo produtor Jason Suecof (Sevendust, All That Remains e Trivium). O álbum contém breakdowns intensos seguidos por solos delirantes, berros bem introduzidos acompanhados por uma bateria estonteante que abusa de pedal duplo e china cymbals. Além de ter


8

Winds Of Plague The Great Stone War Century Media

Uma nítida melhora e eventualmente, um sinal de boas coisas que está por vir... Se você não for um fã de breakdowns ou teclados épicos, nem comece a ler. O novo trabalho dos californianos do Winds Of Plague consiste em uma suspresa agrádavel dos melhores aspectos do seu trabalho anterior e os novos deste trabalho, deixam o álbum ainda melhor. “The Great Stone War” é um álbum conceitual narrando uma história onde levam personagens e situações em uma batalha apocalíptica que muda a Terra para sempre. Winds of Plague é uma das bandas que se destacam como mestres em narração musical (assim como Mastodon). O novo trabalho mostra uma clara evolução desde do trabalho anterior “Decimate The Weak”, embora o último álbum tenha uma poderosa reputação e apesar de ter breakdowns e excelentes estruturas ele sofre com o uso indevido de teclados. Eu estou feliz em dizer que esses fatores foram reparados em um certo grau nesse álbum. Antes de mais nada, os breakdowns... em várias resenhas álbuns de metal é notável um ódio para qualquer tipo de breakdows, isso é fato. Eu pessoalmente gosto de breakdowns e acredito que eles sirvam como uma espécie de catalisador durante uma apresentação ao vivo. Alguns de vocês podem ficar bastante satisfeitos após ouvir “The Great Stone War”, devido a alta quantidade de variabilidade nos breakdowns em todo o álbum. Uma característica única do “Winds Of Plague” é que os breakdowns, mesmo aqueles que são bastante genéricos, são enriquecidos por teclados. Isso certamente fica bem mais interessante na hora de ouvir o álbum. Infezlimente uma variação muito grande de breakdowns, deixa o álbum um pouco monótono e chato. Liricamente, esté álbum se enquadra bem no meio de muito bom e muito ruim. Cantar sobre uma antiga batalha em 2009 soa ligeiramente extravagante. A maior decepção, musicalemente, em “The Great Stone War” é a bateria, não significa que eles são ruins, eles apenas soam essencialmente o mesmo em cada faixa. É um bom álbum para aqueles que ainda não conhecem a banda. IAN K. MENEZES

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algumas citações da Bíblia Sagrada, “Constellations” traz uma reflexão sobre quem é o culpado pelas escolhas que fazemos e porque o ser humano tem a alma tão vazia quando não está com Deus. Recentemente lançaram o clipe de “Meddler” dirigido por Steve Hoover. Indiscutivelmente um dos melhores álbuns de Metalcore do ano. VALMOR A BASTOS.

aquela melodia cativante do refrão e um arranjo de piano idem. Um cover da jeitosa cantora country LeAnn Rimes também se faz presente em Damn, melhor que a original. A alegria de Visions e Nothing At All contrastam com a melancólica When You Walk Away. Pra fechar, Tyketto neles! Lay Your Body Down, muito saudada pelos presentes com direito a solo de gaita de boca. Enfim, indispensável pra quem curte um momento mais “relax” de boa música. DIEGO N. VIANNA

a crueza, se comparado ao clássico Live And Dangerous, de 1978, supostamente entupido de overdubs. E o negócio aqui é pedrada atrás de pedrada. As essenciais Jailbreak, The Boys Are Back In Town e Massacre, ao lado de outras canções mais obscuras como Don’t Believe A Word - do ótimo Johnny The Fox (1976) - que fizeram o compositor Phil Lynott merecer sua estátua em Dublin. Vocais simples, mas muito bem utilizados, guitarras dobradas a cargo da dupla Scott Gorham e Brian Robertson, somados à bateria sem frescura do bicho-grilo Brian Downey… Nostalgia pura! DIEGO N. VIANNA

reigner e parceiro de Turgon na referida banda, solo e no Shadow King) e Joe Lynn Turner mais o guitarrista Scott McKinstry que deu conta dos solos. Turgon assume a produção e o intrumental restante. Now Is The Hour traz versos épicos, pontes de alta assimilação, vocais impecáveis e refrãos memoráveis, ou seja, um sonho paradisíaco do gênero. Grandes destaques ficam pela soberba introdução com In Your Wildest Dreams, Desire Of Our Hearts (um AORzaço com os teclados de Turgon à frente), uma balada respeitável (I Live For You), a dramática Secrets, belos riffs em The Passage, climas dramáticos em Always e Light Of My World e o peso da faixa título. Trata-se, enfim, de um prato cheio para adoradores de AOR. Não há erro! DIEGO N. VIANNA

9

Danny Vaughn The Road Less Travelled Independente

O vocalista Danny Vaughn solta mais um acústico para os fãs. O álbum ao vivo é calcado em seu material solo e alguns projetos da “estrada menos viajada de sua carreira”, ou seja, canções menos conhecidas do grande público e apenas um tema do Tyketto, banda que lhe rendeu fama mundial. Gravado em dezembro do ano passado, o material se destaca em sua totalidade. Acompanhado de ótimos músicos, Vaughn solta sua bela voz de forma ímpar, com a mesma potência que o consagrou no passado. Soldiers & Sailors On The Riverside traz

10

Thin Lizzy Still Dangerous

VH1 Classic Records

Quando se fala na maior banda de rock’n’roll da Irlanda, pensa-se em U2, certo? Errado! Thin Lizzy foi e sempre será cultuada em todo o mundo pelos autênticos rockers. Pois o grupo de curta trajetória criado pelo falecido Philip Parris Lynott retorna neste lançamento póstumo, o ao vivo Still Dangerous: Live At The Tower Theatre, Philadelphia 1977. Gravado em 1977 durante a turnê de Bad Reputation, o diferencial deste álbum é

8

Places Of Power Now Is The Hour Frontier

O multinstrumentista Bruce Turgon solta este projeto calcado no hard rock melódico com altíssimas doses de AOR, Places Of Power. Ao seu lado, o jamaicano Philip Bardowell (Unruly Child, Peter Criss, The Beach Boys), um vocalista que lembra muito ícones como Lou Gramm (cantor do Fo-

8.5

Chickenfoot Chickenfoot Redline

Os ex-Van Halen Sammy Hagar (vocal) e Michael Anthony (baixo e vocal) chamaram o amigo Chad Smith (Red Hot Chili Peppers, bateria) para


fazer uma jam no boteco de Sammy no Novo México. Faltava o guitarrista. Que tal chamar Joe Satriani? A brincadeira virou coisa de gente grande e surgiu a superbanda Chickenfoot. Desde Balance, Hagar e Anthony nos devia um trabalho de impacto. E esta demanda agora foi suprida. A começar pela capa, um espetáculo à parte, onde a imagem da banda aparece e some conforme sua mão tocá-la, este álbum é rock’n’roll das antigas com um novo feel. Avenida Revolution já começa zoneando tudo, com os berros de Sammy e uma barulheira atrás. O baixo de Anthony nunca esteve tão saliente. Nota-se que esta faixa é fruto de uma daquelas jams etílicas. Soap On A Roap tem um riff suingado de Satriani. Um quê de Led Zeppelin também presente no banjo de Sexy Little Thing. Sammy continua cantando um monte de abobrinhas, mas hard rock é isso aí! Pra que muita profundidade? O melhor está por vir. Oh, Yeah, primeiro single, resume toda a carreira desses tiozinhos. Guitarras maliciosas à la Van Halen, letra sacana, bateria cheia de groove e… os saudosos backing vocals de “Mad” Anthony estão de volta! Runnin’ Up mantém o pique e em Get It Up o dueto vocal entre Sammy e Michael são o grande destaque. É a mais pesada e lembra Van Halen dos áureos tempos. A cadenciada Down The Drain continua sem perder em nada, apesar do andamento mais lento. A alegria volta em My Kinda Girl. A única balada do disco é a bela Learning To Fall. A letra melancólica destoa das demais. Um solo econômico, mas cheio de feeling de Satriani também se destaca, mostrando que esta é uma banda de verdade, sem pretensões de destaques individuais, mas como um todo. Um hardão em Turning Left com alavancadas de Satriani duelando com os berros agudíssimos de Anthony dão um efeito hilário! Festa e festa! O baixo em semicolcheias igualmente se destaca. Future In The Past começa uma balada e descamba para os grooves a comando do baterista Chad Smith, além de uma cítara e coros “indianos” ao final zeppeliniano. Grande refrão! Um álbum ótimo pra se escutar no verão! A produção old school de Andy Johns (Van Halen, Rolling Stones, Led Zeppelin) somou em muito neste disco que não revolucionará, mas que fará bonito na carreira desses veteranos. DIEGO N. VIANNA

dutor Mutt Lange, em Adrenalize, originalmente lançado em 31 de março de 1992, a produção coube à própria banda com auxílio de Mike Shipley. O som ficaria mais cru? Que nada! Conseguiu ficar ainda mais comercial como a bobíssima Let’s Get Rocked, que abre o disco. Heaven Is é outra que mais parece Bryan Adams ou até Roxette, o que não significa que tenha ficado tão ruim... Make Love Like A Man continua neste pique. Refrãos ultra-grudentos, backing vocals impossíveis de serem reproduzidos ao vivo sem uma mãozinha pré-gravada, guitarras lá embaixo, letras cafonas... A saudade da época de Rock Brigade e High ‘N’ Dry começa a pegar... A balada Tonight dá uma melhorada com seu clima pseudo-dramático. White Lightning é uma canção midtempo com ares de hard rock, uma das melhores (e menos conhecidas). Stand Up (Kick Love Into Motion) retoma o açúcar com seu refrão. Personal Property é mais agitadinha. O hit Have You Ever Needed Someone So Bad é trilha sonora de novela (ou de um passeio na roda gigante com uma maçã do amor), os vocais de Elliot chegam a irritar e nos tons mais altos nota-se que naquela época o rapaz já não era o mesmo. I Wanna Touch U (sim, o “you” com essa grafia poser) vai na mesma ideia de Let’s Get Rocked, ou seja, uma canção infantil. Pra fechar, finalmente um riff hard rock! Tear It Down. Talvez a melhor do álbum. Esta edição “deluxe” traz um segundo disco. Este sim a cereja do bolo (muito doce) de Adrenalize. Algumas faixas ao vivo, muito mais orgânicas, como as saudosíssimas Hysteria, Photograph (apesar de Rick Allen tragicamente ter perdido seu braço num acidente, ele menteve sua desenvoltura utilizando uma pedaleira especialmente criada pare ele) e Pour Some Sugar On Me. Até a horrenda Let’s Get Rocked melhorou. Após esta pequena amostra da banda ao vivo, ainda há os lados B dos singles, aqui inclusos. Um ótimo cover para You Can’t Always Get What You Want, sem aquela parafernália de efeitos de estúdio, apenas instrumentos acústicos e tal. Assim como em Little Wing, de Jimi Hendrix. Uma demo de Tonight também se faz presente, menos pasteurizada. Now I’m Here (do Queen) ao vivo naquele famoso tributo a Freddie Mercury traz a participação mais que especial do guitarrista Brian May. Ótimas versões acústicas para Two Steps Behind e Tonight (terceira vez que esta canção aparece no mesmo pacote). Mais duas ao vivo: a digna Too Late, dos áureos tempos de NWOBHM, e Women. Enfim, o segundo CD de extras se redime do primeiro. Recomendado somente para fãs. DIEGO N. VIANNA

7

Def Leppard Adrenalize Deluxe Edition Mercury

A banda inglesa Def Leppard iniciou em 1977 como parte do seleto grupo denominado de new wave of british heavy metal. Porém, com o passar do tempo, o grupo deixou de ser heavy, adicionando fortes elementos do pop rock, guinada que lhe rendeu álbuns multi-platinados ao redor do mundo. Acostumados a trabalhar com o pro-

4.5

Eric Martin Mr. Vocalist 2 Sony

mbora na década de 90 o grunge tenha causado um grande estrago no cenário musical, relegando boa parte das bandas de hard rock ao ostracismo, no Japão artistas daquele estilo nunca deixaram de gozar de certa fama. Fato que o Mr. Big voltou recentemente com uma grandiosa turnê por aquele país. Eric Martin, seu vocalista, assinou com a Sony japonesa, uma gravadora major, e por ela lançou ano passado um álbum de covers de artistas populares (do Japão) intitulado de Mr. Vocalist. A receptividade foi tamanha que a façanha se repete em Mr. Vocalist 2, entretanto, com a diferença de que neste segundo volume as “releituras” são destinadas a artistas internacionais como Mariah Carey, Faith Hill, Carole King, Alicia Keys, Christina Aguilera e por aí vai! Eric Martin, que de bobo só tem a cara e o jeito de andar, abraçou a causa mais uma vez e… o resultado? Primeira posição nos charts da “terra do sol nascente”! Todavia, será muito difícil de assimilar a batidíssima My Heart Will Go On da “diva” Celine Dion, suprassumo da breguice. Pior ainda só poderia ser I Will Always Love You, aquela gritaria de Whitney Houston. A coisa toma proporções dantescas em Unbreak My Heart de Toni Braxton… Até que dá pra aguentar Time After Time de Cindy Lauper, esta em formato acústico que não compromete muito, ou You’ve Got A Friend, de James Taylor. There Will Be, de Faith Hill e Superstar dos Carpenters até passam (sozinhas, mas não numa tacada só)… Chega! Escutar todo este álbum é tortura na certa (em que pese o Sr. Vocalista estar cantando muito)! Voltemos aos clássicos do Mr. Big ou a carreira solo propriamente dita de Martin que lançou o ótimo Destroy All Monsters há pouco tempo. Se você for diabético, passe longe desta compilação, pois poderá lhe causar um aumento anormal de açúcar no sangue! DIEGO N. VIANNA

9

Heaven & Hell The Devil You Know Warner

Panela “véia” é que faz comida boa! Os veteranos do Black Sabbath que gravaram o clássico de 1980, Heaven And Hell, agora estão de volta, sob a alcunha daquele álbum, ou seja, Heaven & Hell! Os saudosos fãs da fase áurea já podem conferir o material inédito desta instituição do heavy metal em The Devil You Know, uma pedrada na orelha! Atom & Evil abre o álbum de forma espetacular, um doomzão arrastado. Fear traz um riff nervoso de Tony Iommi e uma quebradeira de bateria de Vinny Appice no começo. A já conhecida Bible Black (primeiro single) nos remete aos tempos de Mob Rules, trazendo um violão soturno e uma vocalização soberba de Ronnie James Dio, além da letra sinistra. Geezer Butler introduz Double The Pain com seu baixo “dia-

bólico”. Uma bela ponte e um refrão contagiante também se destacam nesta canção mais rápida. Porém, o melhor ainda está por vir: Rock And Roll Angel traz uma introdução maravilhosa, um riff mais alegre de Iommi - que apesar de destoar do restante do material - se torna um grande atrativo, principalmente pela referida intro e mais uma vez a voz de Dio. Ao final um violão melancólico. The Turn Of The Screw mantém o ritmo. Sua letra versa sobre um sujeito que, literalmente, tem um parafuso a menos, fato que o faz utilizar uma chave de fenda por aí… O andamento acelera em Eating The Cannibals, um bom metal que poderia figurar qualquer álbum da banda Dio. E se você quiser saber “por onde andei me escondendo depois de todos esses anos…”, “siga as lágrimas” (Follow The Tears), mais uma ótima letra de Ronnie. Neverwhere é outra canção mais rápida, interessante. O doom retorna para fechar o álbum, Breaking Into Heaven, sobre anjos que, trancados fora do Paraíso, resolvem fazer um ataque surpresa a Deus. Em suma, uma volta épica. Heavy metal da melhor qualidade no peso de Appice, nos graves de Butler, nas guitarras de Iommi, somado às letras do pequeno grande contador de estórias que é Ronnie James Dio. DIEGO N. VIANNA

9.5

Saga The Human Condition InsideOut

Quem, como eu, achou que a banda Saga decairia com a saída do seu carismático vocalista ano passado deu com os burros n’água. Rob Moratti (ex-Final Frontier) substitui Michael Sadler de forma digna. O som da banda progressiva canadense continua firme, pesado e cheio de belas nuances. Sem perder a identidade - muito pelo contrário, em The Human Condition ela é reafirmada - as canções são verdadeiros tesouros do estilo; e sem perder para nenhum clássico do passado, o álbum abre com a rápida e quase instrumental faixa-título. Permeada pela guitarra de Ian Crichton e pelo baixo de seu irmão Jim Chrichton, cheia de staccatos e afins, lá pelo final se escuta a voz de Moratti, melódica e um pouco mais agressiva que a de Sadler: “running from my human condition”. A tecladeira viajandona de Jim Gilmour também se destaca neste petardo. Depois desta tempestade sonora, o que virá? A cadenciada Step Inside, com vocais com alguma influência oriental e um refrão tipicamente “sadleriano”! A balada Hands In Time, melancólica, letra forte, nos deixa nas “mãos do tempo”. Na próxima faixa (Avalon) não poderia faltar um dueto vocal com Gilmour, sensacional, além de uma certa dose celta nos arranjos. A Number With A Name é Saga em sua mais pura essência! Já dá pra imaginar o impac-



to dela ao vivo, pode figurar entre os grandes clássicos da banda. Now Is Now traz alguns loops eletrônicos, dá uma acalmada nos ânimos, mas o prog rock volta violentamente em Let It Go. Crown Of Thorns é a mais pesada do álbum. Impressionante como mesmo nas passagens mais complexas o baterista Brian Doerner faz o diabo com apenas um bumbo. Baterista old school é assim! Pra finalizar esta belezura You Look Good To Me traz uma introdução na guitarra que lembra muito You’re Not Alone. É a volta definitiva do Saga às raízes. The Human Condition nada deve a Behaviour, Wildest Dreams ou The Beginner’s Guide To Throwing Shapes, só pra citar alguns. Claro que o talentosíssimo Michael Sadler faz falta, todavia, seus antigos parceiros farão jus ao legado do Saga como provam em The Human Condition, ao lado de Moratti. Quem havia gostado de 10,000 Days, de dois anos atrás, irá adorar este. DIEGO N. VIANNA

7

Sunstorm House Of Dreams Frontiers

House Of Dreams é o segundo álbum do Sunstorm, projeto AOR feito sob encomenda pelo selo italiano Frontiers. Nele o vocalista Joe Lynn Turner (ex-Rainbow, Deep Purple e Yngwie Malmsteen) canta temas compostos por verdadeiros magos do estilo como Jim Peterik (Survivor, Pride Of Lions, The Ides Of March), Desmond Child (KISS, Bon Jovi, Alice Cooper), Paul Sabu (Alice Cooper, Little Caesar, Shania Twain) e os irmãos Tom e James Martin (House Of Lords, Ted Poley, Khymera). A produção ficou novamente nas mãos do requisitado Dennis Ward (Pink Cream 69, Khymera, Angra). A faixa de abertura Divided e a subseqüente Don’t Give Up trazem um AOR pesado com doses cavalares de teclados a cargo de Gunther Werno (Vanden Plas, Place Vendome). The Spirit Inside, porém, nada mais é do que uma mera cópia da balada Kayleigh do Marillion… I Found Love traz aquele ritmo propício a uma sessão de aeróbica, mais oitentista impossível! A melosa Say You Will e Gutters Of Gold, escritas por Peterik, farão a alegria de todo fã de AOR, assim como Save Your Place In Your Heart, de Turner e Sabu, cuja introdução demonstra muito feeling. Forever Now mantém o mesmo formato. A seguir mais uma balada, Tears On The Pages, outra pérola de Peterik que poderia figurar qualquer álbum do Pride Of Lions. Destaque total para a voz de Turner. House Of Dreams é uma típica faixa dos irmãos Martin, climática, melódica e com ênfase nos riffs de Uwe Reitenauer (Place Vendome). A saideira fica com Walk On, escrita por Turner e Child; uma baladona que havia sido gravada tempos atrás pelo australiano Jimmy Barnes (e a presente versão ficou

melhor). Enfim, um álbum tradicional de AOR que não superou o primeiro. DIEGO N. VIANNA

8

Place Vendome Streets Of Fire Frontiers

Mais um projeto dos “poderosos chefões” do selo italiano Frontiers que deu certo. Para fazer o “serviço sujo”, Michael Kiske (ex-Helloween, vocais), Dennis Ward (Pink Cream 69, produção e baixo), Uwe Reitenauer (Sunstorm, guitarras), Kosta Zafiriou (Pink Cream 69, bateria) e Gunther Werno (Vanden Plas, teclados), além dos compositores Robert Sall (Work Of Art), Torsti Spoof (Leverage), Magnus Karlsson (Allen/Lande, Starbreaker) e Ronny Milianowicz (Saint Deamon), responsáveis por boa parte do vasto catálogo melódico do selo do país da bota. Este segundo álbum do Place Vendome traz aquela mistura de Helloween com Journey, graças aos vocais inconfundíveis de Kiske e os temas AOR. My Guardian Angel é uma semi-balada que cola aos ouvidos, sendo a faixa de trabalho de Streets Of Fire. A contagiante Follow Me traz versos muito legais, assim como Valerie (The Truth Is In Your Eyes), que lembram muito Work Of Art (que lembra muito Toto), ou seja, westcoast de primeira (cortesia de Sall)! A introspectiva Scene In Replay inicia lenta, mas de repente o refrão contagiante toma as rédeas da canção. Mais AOR em Changes e na alegre Surrender Your Soul, com sua tecladeira uptempo e refrão à la Journey fase Arrival (inclusive muito semelhante tanto musical quanto liricamente a Higher Place). Em que pese os excessos de clichês, uma boa segunda parte que não decepcionará apreciadores do gênero. DIEGO N. VIANNA

de modernidade. Fazendo com que realmente seja difícil dar um rótulo preciso. “Fool” remete bastante ao que a cena mais obscura do metal realmente precisa: letras fortes, guitarras pesadas e melodiosas, refrão altamente marcante e um desejo absurdo de descobrir como será essa música ao vivo. Perdas, relacionamentos fracassados, são sempre pontos bastante fortes a serem tratados de uma forma mais existencial e, nesse ponto, o Anno Zero soube trabalhar como ninguém. Relief faz a mescla entre vozes masculinas e femininas de uma forma não tão convencional no estilo. As vozes mais limpas do vocalista Fyb C. mescladas ao maravilhoso vocal de Elayne Leonel (convidada) dão um quê mais depressivo à música, alternado com momentos mais melodiosos e mais violentos. “Addicted”, segura a peteca e dá andamento e diversidade à um terreno que, desde o início, é galgado por influências mais dark. Hear, com seu refrão bem grudento, entra pro meu hall de músicas que passam o dia na cabeça, sem ao menos eu ter escutado. Inside My Head, para os não familiarizados com o estilo proposto, se torna a faixa mais complicada pra uma aceitação. Porém, segue a linha-base de algo mais cadenciado e trás bastante competência na sua execução. Pra finalizar o disco, temos duas pancadas inimagináveis num disco de Dark Metal: Radio Edit, que é um death metal extremamente bem trabalhado, alternando momentos mais cadenciados que deixam o ouvinte procurando que caminhão o acertou. E Public Vídeo Surveillance, que, com sua letra de três palavras, põe diversas bandas próprias do estilo, no bolso. A última faixa do disco é um espetáculo a parte: recheada de melodias meditantes (se é que posso chamar assim), Diafragma é a faixa que trás a melhor letra do disco e trás uma mensagem altamente reflexiva. O instrumental é outro espetáculo: repleta de solos ditando o ritmo da música e riffs bem pesados, dando um clima mais denso e depressivo. Definitivamente, como já foi frisado, o Anno Zero é um dos maiores expoentes brasileiros do lado triste do metal, pra não dizer o maior e ser injusto com algumas outras bandas que se propõem a fazer algo semelhante. Acreditem: no Piauí há metal sim. E é um metal repleto de identidade própria, assim como o metal brasileiro em geral. BRUNO THOMPIS

10

Anno Zero Another Pleasant Evening SuperOil Records

A formula é simples: coração, influências diversas, compositores inspirados e muita sagacidade para serem únicos. O que muitos não contavam é que, ao invés de desaparecer, essa fórmula estava se modificando e se modernizando. Para alegria de uns e desespero de outros. O disco, Another Pleasant Evening, faz um paralelo imenso que vai do doom metal mais antigo, que era a proposta do Paradise Lost, até uma pegada mais Death Metal com pitadas

7.5

Killswitch Engage Killswitch Engage II Roadrunner Records

Dados por muitos como os inventores do metalcore, os americanos do Killswitch Engage, nesse mais novo trabalho, apresentam mais outro disco digno de se merecer uma pausa no que se estiver fazendo para ouvi-

lo. Venhamos e convenhamos, o nome do disco não é o mais criativo do mundo, mas é um caso a parte. Com canções figurando entre o grande cast televisivo (Resident Evil 2: Apocalypse, e no programa de “luta-livre” WWE), pode-se afirmar que o KSE tem um nome bastante significativo a prezar. E, com o lançamento deste novo álbum, a banda consegue, sem sombras de dúvida. KSE II, trás todas as características da banda, altamente melhoradas. Há quem diga que a saída do vocalista Jesse Leach tenha deixado a banda à deriva em um contexto vocal. Porém, o que acontece é extremamente o contrário: Howard Jones se mostra um vocalista fenomenal e sabe, como ninguém, alternar os momentos mais melodiosos com os mais agressivos. Os destaques maiores do disco, ficam por conta de “The forgotten”, que tem os riffs iniciais bem ao estilo da banda, alternando os power chords com as guitarrinhas soladas. A performance maior e de grande destaque é a de Howard Jones, que canta impecavelmente. “Starting Over”, como era de se esperar, foi a merecedora de um vídeo clipe oficial. O fim do disco é bom, dando destaque a “Save Me”. E não consegue passar disso. Talvez a fórmula melódica usada pelos americanos não seja mais tão original assim. BRUNO THOMPIS

8

Job For A Cowboy Ruination Metal Blade

Letras fortes, instrumental pesado e agressividade incessante. Estes são os três pontos principais que culminaram no ápice do Job For a Cowboy, com o lançamento do mais novo disco “Ruination”. A banda, de 2005 até aqui, vem emplacando hits no lado extremo do metal. O disco Gênesis, já mostrava a proposta da banda logo de cara. A faixa “Embedded”, se tornou a grande representante dessa subida rumo ao respeito na cena Death Metal mundial. Há quem os chame de Deathcore, há quem os chame de Death/Black Metal, e há quem diga que isso tudo é baboseira, por que o que realmente importa é o som violento e desafiador que esses americanos fazem. “Unfurling a Darkened Gospel” é violenta “até o talo”, como é costume se dizer nos arredores nordestinos, e abre o disco com uma violência impressionante. O que se segue no decorrer do disco é uma demonstração absurda de técnica e precisão por parte do baterista Jon Rice, que alia a criatividade à uma destreza em executar seu instrumento que poucas vezes vi igual. Alguns dos destaques do disco são as faixas “Lord of Chaos”, “Constitucional Masturbation” (que é, de cara, a que tem a letra mais direta do disco), “Ruination”, que é a faixa mais cadenciada do disco. A produção do disco ficou a critério do consagrado produtor Jason Suecof, que, dentre outras bandas, já produziu Trivium, August Burns Red, God Forbid, Chimaira, The Black Dahlia Murder... Enfim, o homem entende do negócio. Ponto extremamente positivo ao Job for a Cowboy por mais esse novo lançamento. A banda já passou de promissora a indispensável na cena atual do Death Metal moderno. BRUNO THOMPIS



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