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Sheila Neves

INSTRUMENTOS NÁUTICOS


Instrumentos náuticos Os instrumentos náuticos são uma peça fundamental na arte de navegar. A sua finalidade é basicamente obter a posição da embarcação de modo a permitir uma navegação segura. Outros são apenas auxiliares ou complementares desses instrumentos não sendo por isso de desprezar. Modernamente a electrónica, pela sua facilidade e fiabilidade, impôs-se e quase nos faz esquecer o difícil percurso da descoberta e aperfeiçoamento dos instrumentos usados pelos pioneiros da arte de navegar dos quais os portugueses se podem orgulhar de também terem contribuído. Os problemas que se puseram sobre a latitude e longitude deram um grande impulso ao aperfeiçoamento e descoberta de novos instrumentos.


Alguns instrumentos náuticos Os instrumentos náuticos são uma peça fundamental na arte de navegar. A sua finalidade é, basicamente, obter a posição da embarcação de modo a permitir

uma

navegação

segura. Outros são apenas auxiliares ou complementares desses

instrumentos

não

sendo por isso de desprezar.


Ampulheta

Um dos diversos instrumentos que o homem concebeu para medir o tempo foi a ampulheta, também conhecido por relógio de areia. A sua invenção é atribuída a um monge de Chartres, de nome Luitprand que viveu no séc.VIII. No entanto as primeiras referências deste tipo de objecto aparecem apenas no séc.XIV. Pela descrição de então admite-se que a ampulheta já era usada a bordo. É constituída por duas âmbulas de vidro unidas pelo gargalo e de modo a deixar passar a areia de uma para outra num determinado intervalo de tempo através de um orifício.


Astrolábio

O instrumento era composto por um disco graduado, a madre, onde se achavam colocadas várias lâminas circulares. Essas lâminas eram também graduadas à superfície das suas margens, permitindo através da alidade determinar a altura de qualquer astro. A alidade girava em torno do centro comum da madre e de todas as lâminas. Cada uma das lâminas ou discos servia para uma determinada latitude. No séc.XI, Zarquial, um árabe da Península Ibérica, idealizou um astrolábio universal com uma só lâmina e que servia para qualquer lugar. Com o astrolábio plano resolviam-se problemas geométricos, como calcular a altura de um edifício ou a profundidade de um poço. Era também usado em astrologia.


Balestilha

É constituída por uma régua de madeira, o virote, de secção quadrada e com três ou quatro palmos de comprimento, na qual se enfia a soalha que corre perpendicularmente ao virote. Para medir a altura de uma estrela visava-se por uma das extremidade do virote através de uma pínula e ajustava-se a soalha de modo que a aresta superior desta coincidisse com a estrela e a outra extremidade com o horizonte do mar. Para medir o sol, a operação era feita de costas para o astro, para não ferir a vista. O observador espreitava o horizonte pela tangente do virote deslocando a pínula, com orifício ou fenda, até que visse a sombra do extremo da soalha coincidir na pínula. A leitura era feita na escala do virote na posição da pínula.


Bússola

A bússola, mais conhecida pelos marinheiros como agulha, é sem dúvida o instrumento de navegação mais importante a bordo, ainda hoje. Baseia-se no princípio que um ferro natural ou artificialmente magnetizado tem em se orientar segundo a direcção do campo magnético da Terra. Os chineses conheceram-na muito antes dos europeus. Foram aqueles os primeiros a fazerem uso da propriedade da magnetite para procurarem os pontos cardeais. O Norte tinha extrema importância na sua cultura e por isso o imperador estava sentado no trono a Norte do palácio olhando para Sul. A bússola chinesa era composta por um prato quadrangular representando a Terra onde uma colher de magnetite poisada no centro indicava o Sul.


Quadrante

Tinha a forma de um quarto de círculo tendo numa das arestas rectilíneas duas pínulas por onde se enfiava o astro. Um fio de prumo era fixo ao centro do arco e interceptava o limbo graduado em graus de O a 90º. O astro era visado pelo lado onde estavam marcados os 90º. A posição da linha de prumo indicava na graduação a altura do astro. Para facilitar a leitura mais rigorosa do limbo graduado do quadrante de forma a atingir fracções mínimas da menor divisão da escala, arranjou Pedro Nunes um dispositivo com o nome de nónio.


Kamal

O kamal compunha-se por uma tábua rectangular com um fio com vários nós suspensos do seu centro. A estes nós correspondia uma graduação em isbas. Prendia-se o nó com os dentes, ou encostava-se a mão com o nó junto à cara, e esticava-se o fio com a peça de madeira afastada da cara, visando o horizonte pelo lado inferior da tábua e a estrela pelo lado oposto. Com a mão livre contavam os nós que sobravam para efectuarem o cálculo.


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