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Especial Tubotech - 2013

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Publicação

Ano 8 - Edição nº 47 - Outubro de 2013

SETOR DE TUBOS

MANTÉM CRESCIMENTO

Gestão

Made in Brazil, sim senhor. É disto que estamos precisando

Mercado Schulz: nova unidade produzirá tubulações para o pré-sal

Cases & Cases

Nova unidade da Tuper fornece tubos para o setor de óleo e gás



editorial

mercado empresarial

expediente

Tubos e acessórios: setor continua prosperando

Coordenação: Mariza Simão Redatora: Sonnia Mateu - MTb 10362-SP contato: sonniamateu@yahoo.com.br Colaboraram nesta edição: Irineu Uehara e João Lopes

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esmo com o baixo crescimento da economia brasileira, o setor de tubos e conexões continua com seus negócios em alta, de um modo geral. Uns mais, outros menos, os

Diagramação: Rogério Silva

fabricantes têm conseguido manter bons resultados e, inclusive,

Arte: José Francisco dos Santos, José Luiz Moreira,

apostam que esse cenário melhore no segundo semestre e ao

Edmilson Mandiar, Ivanice Bovolenta, Marilene Moreno, Hermínio Mirabete Junior, Adriano Ferrari Distribuição no segmento da feira: Tubotech 2013 (Feira Internacional de Tubos, Conexões e Componentes)

longo de 2014. A perspectiva é de que as vendas deslanchem de vez em decorrência de uma série de fatores, como a aceleração das obras na infraestrutura, no âmbito do PAC e das iniciativas mais recentes

Matriz:

de modernização/construção de aeroportos, ferrovias e rodovias;

São Paulo - Rua Martins Fontes, 230 - Centro

a continuidade das obras ligadas aos eventos esportivos, como a

CEP 01050-907 - Tel.: (11) 3124-6200 - Fax: (11) 3124-6273

Copa do Mundo e as Olimpíadas; a forte demanda de materiais

Filiais:

de construção trazida pelo programa Minha Casa Minha Vida;

Araçatuba - Rua Campos Sales, 97 3º and.- sl 32

a disseminação pelo País das redes de saneamento básico e de

CEP 16010-230 - Tel.: (18) 3622-1569 - Fax: (18) 3622-1309

canalização de água; e, por fim, a montagem da infraestrutura

Presidente Prudente - Av. Cel. José Soares Marcondes, 871 - 8º and. - sl 81 - Centro - CEP 19010-000 Tel.: (18) 3222-8444 - Fax: (18) 3223-3690 Ribeirão Preto - Rua Álvares Cabral, 576 -9º and.

para a exploração do petróleo pré-sal. Além disso, os “players” desta indústria aguardam uma recuperação mais consistente do PIB, o que fará com que as cadeias

cj 92 - Centro - CEP 14010-080 - Tel.: (16) 3636-4628

dos mais distintos segmentos absorvam com maior ímpeto a

Fax: (16) 3625-9895

produção interna de tubulações.

São José do Rio Preto - Rua XV de Novembro, 3057 -

É com esta perspectiva que acontece, de 01 a 03 de outubro,

4º and. - cj 408 - CEP 15015-110

a versão 2013 da Tubotech, o único das Américas e o segundo

Tel.: (17) 3234-3599 - Fax: (17) 3233-7419

evento da área, mais importante do mundo e que, paralelamente aos negócios, promoverá um seminário técnico para a difusão do

O editor não se responsabiliza pelas opiniões expressas pelos entrevistados.

conhecimento. A MERCADO EMPRESARIAL faz sua parte, dedicando ao setor esta edição. Boa leitura!

Mercado Empresarial

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sumário

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Panorama do setor

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Inovação

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Setor de Tubos mantém crescimento

Bateria recarregável de zinco-ar de alta eficiência e baixo custo

Cases & Cases

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Nova unidade da Tuper fornece tubos para o setor de óleo e gás

Evento

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TUBOTECH 2013 Um polo de oportunidades e desenvolvimento

Gestão

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Desenvolvimento

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Made in Brazil, sim senhor. É disto que estamos precisando

Tecnologia

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Economia

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A pegada da Tigre para faturar R$ 5 bi

GE coloca tecnologia da aviação no Pré-Sal

Tubos Ipiranga aposta R$ 25 mil em expansão

Pesquisa

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Meio Ambiente

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Fábrica Verde economiza R$ 1 milhão em energia elétrica

Mercado

34

Interpipe passa em auditoria de pré-qualificação da Petrobras e amplia operações na AL

Fascículo Sustentabilidade - Vol.4

46 48 Nesta Nestaedição: edição:

Pesquisador da USP descobre como tornar baterias mais eficientes

Vitrine

Dicas de leitura

Água ... à beira do estresse



panorama do setor

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SETOR DE TUBOS

MANTÉM CRESCIMENTO

E os fabricantes apostam em uma melhora do cenário no transcurso deste segundo semestre e ao longo de 2014

E

m que pese a desaceleração da economia brasileira, os negócios no setor de tubos e conexões, de um modo geral, seguem prosperando. A depender do nicho de atuação, as receitas amealhadas podem ser maiores ou menores, mas os resultados têm-se mantido em níveis considerados satisfatórios pelos fabricantes, que apostam em uma melhora do cenário no transcurso deste segundo semestre e ao longo de 2014. Mais concretamente, a perspectiva é de que as vendas deslanchem de vez em decorrência de uma série de vetores importantes, tais como: 1) Aceleração das obras na infraestrutura, no âmbito do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e das iniciativas mais recentes de modernização/ construção de aeroportos, ferrovias e rodovias; 2) Prosseguimento das obras ligadas aos eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas; 3) A forte demanda de materiais de construção trazida pelo programa Minha Casa Minha Vida; 4) Disseminação pelo País das redes de saneamento básico e de canalização de água; 5) Montagem da


mercado empresarial

infraestrutura para a exploração do petróleo pré-sal. Além desta multiplicidade de empreendimentos, os “players” desta indústria aguardam uma recuperação mais consistente do PIB (Produto Interno Bruto), fazendo com que as cadeias dos mais distintos segmentos absorvam com maior ímpeto a produção interna de tubulações. A previsão do mercado é de que a economia cresça ao redor de 2% neste ano, melhorando em relação ao raquítico nível de 0,9% contabilizado em 2012. Tomando-se, por exemplo, o ramo de tubos e acessórios de PVC (policloreto de vinila), as taxas de expansão têm-se mantido em bons patamares. Um dos pesos-pesados neste terreno, a Tigre faturou R$ 3,1 bilhões em 2012, um incremento de 6% em relação ao ano anterior. Ou seja, sua performance foi bem melhor do que a média registrada pelas empresas da área de construção – segundo a Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), as receitas de suas afiliadas subiram 1,4% no ano passado, diante de uma produção industrial negativa no País (-2,7%), a qual, por seu turno, contribuiu decisivamente para que o PIB aumentasse tão-somente 0,9%. Redução de impostos Ao analisar o quadro dos últimos anos, Paulo Nascentes, vice-presidente de Tubos e Conexões da Tigre, pondera: “O Minha Casa e a redução de impostos para a cesta de materiais de construção impulsionaram as vendas”. Assim, o setor predial continuou sendo o principal filão da Tigre, respondendo por 80% dos negócios. Também de olho na Copa do Mundo, a fabricante mobilizou uma equipe técnica comercial dedicada para atender demandas ligadas às reformas e construções dos estádios que sediarão as partidas. O mais recente contrato foi com o Clube Atlético Paranaense, visando fornecer equipamentos para sistemas hidráulicos e de infraestrutura para a reforma e ampliação da Arena da Baixada. “Até o momento, estamos presentes em 11 obras dessa envergadura para a Copa, visto que a gama de produtos fornecidos é variada e vai além dos tubos e conexões”, detalha ele. Nascentes diz estar esperançoso com respeito a 2013, “principalmente levando em consideração as obras de infraestrutura que deverão ser retomadas neste segundo semestre”. As tubulações e acessórios compõem o carro-chefe do Grupo Tigre, correspondendo

panorama do setor

a quase 90% do faturamento. O otimismo da companhia, aliás, encontra respaldo nas projeções da Abramat, pelas quais as vendas deverão subir 4,5% no corrente ano. Por sua vez, também surfando na maré favorável, as vendas líquidas da Mexichem Brasil (detentora das marcas Amanco, Plastubos e Bidim) tiveram um incremento de 8% em 2012, com a marca Amanco, sozinha, crescendo 11,9%. “Todos os nossos segmentos de atuação – predial, infraestrutura e irrigação – registraram aumentos. Mas a irrigação avançou mais por conta da expansão das ‘commodities’ agrícolas no País, o que deve continuar nos próximos anos”, explica Maurício Harger, presidente da corporação. Em 2013, acrescenta o executivo, a múlti estima resultados ainda melhores, graças às empreitadas no âmbito do PAC, do Minha Casa e dos eventos esportivos, com a perspectiva de que a linha Amanco, especialmente, supere o índice alcançado no ano passado. Além do mais, “a construção civil deve seguir com performance acima do PIB, como tem sido habitual, voltando a crescer entre 4% e 5%”, prognostica Harger. De seu lado, Claudia Regina Arruda, presidente da ABPE (Associação Brasileira de Tubos Poliolefínicos e Sistemas), nota que tubos de pressão à base de PE (polietileno) vêm tendo uma procura da ordem de 40 mil toneladas por ano no Brasil, incluindo matéria-prima nacional e importada. Utilização em redes “E há boa expectativa de crescimento deste mercado, entre 10% e 15%, para 2013”, antecipa ela, explicando que este perfil de produto

Um dos pesospesados no ramo de tubos e acessórios de PVC, a Tigre faturou R$ 3,1 bilhões em 2012, um incremento de 6% em relação ao ano anterior

“O Minha Casa e a redução de impostos para a cesta de materiais de construção impulsionaram as vendas”

Paulo Nascentes, vicepresidente de Tubos e Conexões da Tigre

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panorama do setor

está sendo cada vez mais utilizado em redes e adutoras de água bruta e tratada, além do emprego no esgoto sanitário em diâmetros nos quais tradicionalmente se aplicavam outros materiais. Por ocasião dos megaeventos esportivos, em particular, a ABPE prevê uma demanda acentuada, já que realizações deste porte requerem múltiplas obras voltadas ao transporte, turismo e saneamento básico, que depois serão disponibilizadas à população local. “A engenharia nacional deverá estar capacitada para implantar todos os projetos em prazo bastante reduzido, considerando-se a morosidade de obtenção de licenças ambientais, construção e capacitação de pessoas”, adverte Claudia. Na verdade, frisa a executiva, os fabricantes deste ramo esperam a consolidação e o crescimento das aplicações dos poliolefínicos como um todo (além do polietileno, há também o polipropileno) no saneamento básico, na construção civil e na indústria. As estruturas deste tipo, argumenta ela, oferecem grande resistência química, destacando-se nas aplicações fabris a baixas temperaturas (<50ºC). A participação destes materiais, por sinal, vem aumentando nas readequações de processos industriais e, em especial, nas especificações das novas cervejarias, plantas petroquímicas e fábricas multinacionais que se estão instalando no Brasil. “São soluções de eficácia já comprovada no Exterior”, sublinha a dirigente da ABPE. Por fim, ela garante que, não agora mas nas fases posteriores dos projetos com o pré-sal, os poliolefínicos também poderão ser empregados. “Deverá haver demanda para tubulações de polietileno e polipropileno, seja na distribuição, seja na industrialização do petróleo”, prevê Claudia Arruda. Destoando um pouco das outras ramificações desta diversificada área, os fabricantes de tubos e conexões metálicos parecem ter sentido mais “Deverá haver defortemente os efeitos da refreada na economia manda para tubulabrasileira, na medida em que estes artefatos se ções de polietileno fazem presentes em várias cadeias produtivas. e polipropileno, seja No entender de José Adolfo Siqueira, diretorna distribuição, seja executivo da Abitam (Associação Brasileira da na industrialização Indústria de Tubos e Acessórios de Metal), a do petróleo” procura esfriou em verticais chaves para estes produtores, como as de construção, caminhões e ônibus, máquinas agrícolas e petrolífera. “A indústria e a produção de bens de capital e equipamentos vêm caindo, assim como o segmento de óleo e gás, com o atraso no cronograma de obras da Petrobras”, ilustra ele. Claudia Regina Arruda, presidente da ABPE (Associação Brasileira de Tubos Poliolefínicos e Sistemas)

Demanda com altos e baixos Até medos do ano, o ritmo das encomendas vinha-se pautando pela descontinuidade, alternando altas e baixas sucessivas. De acordo com

Siqueira, o PAC não avançou muito e a Copa do Mundo não propiciou aumentos significativos das vendas: “As coberturas dos estádios, por exemplo, foram feitas também com tubulações de Portugal e da China”. E as próprias obras de saneamento, arremeta ele, encontram-se atrasadas. No entanto, se o primeiro semestre não foi bom, deverá haver uma melhora no segundo, contrapõe Siqueira, devido à maior agilização, enfim, nas obras do PAC e à renovação da infraestrutura dos aeroportos, sem perder de vista o fato de que 2014 será um ano eleitoral. Com todos esses fatores na balança, para 2013 a previsão é de que seja produzido um total de três milhões de toneladas de tubos e acessórios metálicos, um aumento de 20% sobre os 2,5 milhões de toneladas de 2012. Desse modo, antecipa-se um faturamento de US$ 8,3 bilhões, o que perfaria uma elevação de 9,2% sobre os US$ 7,6 bilhões do ano passado. Por outro lado, outro problema de monta,


mercado empresarial

panorama do setor

“Assistimos a uma grande entrada de tubos inoxidáveis com costura. Mais da metade destes importados são chineses”

José Adolfo Siqueira, diretor-executivo da Abitam

no “front” do comércio externo, têm desafiado os associados da Abitam. Os fabricantes nacionais estão às voltas com uma competição desigual com os importados, em razão do dólar ainda sobrevalorizado, da escala da produção e das dificuldades logísticas. “Esses entraves são agravados pelas isenções fiscais que favorecem os tubos provenientes de outros países, sobretudo na indústria naval, ao passo que os produtos locais seguem pagando os impostos de sempre. O jogo não é zero a zero”, resume Siqueira. Um atropelo adicional, nota o diretor-executivo da Abitam, é a prática de “dumping” por parte da China (principalmente) e de Taiwan. “Assistimos a uma grande entrada de tubos inoxidáveis com costura. Mais da metade destes importados são chineses”, atesta ele. Para fazer face às irregularidades, atendendo aos pleitos do setor, o governo passou a sobretaxar as importações daquelas nações a partir de julho.

Maior déficit comercial Do lado das exportações, a situação é igualmente adversa: além dos efeitos do “custo Brasil”, nossos fabricantes deparam-se com o excesso de oferta nos mercados de outros países. Com todos estes percalços, houve no ano passado um déficit comercial de aproximadamente US$ 240 milhões. As exportações somaram US$ 560 milhões, em cima das vendas de 240 mil toneladas de tubos e acessórios, enquanto as importações movimentaram US$ 800 milhões, com o ingresso de 270 mil toneladas. Para 2013, a Abitam prevê um pequeno incremento no total exportado, que deverá bater nas 250 mil toneladas. Contudo, Siqueira assinala que este resultado favorável tem de ser tributado à execução de projetos específicos envolvendo produtos sem costura, para cumprir contratos com parceiros em outras nações. Em contraste, “o desempenho dos tubos com costura, de grandes e pequenas dimensões, deverá ser ruim”, lamenta ele. Já para as importações, antevê-se um montante de 300 mil toneladas em 2013, número que só não será maior devido às barreiras tarifárias impostas pelo governo.

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panorama do setor

O grande potencial do saneamento As obras na área de saneamento avançaram, mas resta muito a ser feito ainda, o que abre para todos os fornecedores de tubos, conexões e acessórios um enorme potencial de mercado. Afinal, as carências do Brasil neste quesito são sobejamente conhecidas, representando um grave problema de saúde pública e colocando em questão a qualidade de vida de vastos contingentes populacionais. Apoiando-se nas avaliações mais recentes publicadas pela ONG Trata Brasil, Paulo Nascentes, vice-presidente de Tubos e Conexões da Tigre, logo de cara pondera: “Para que aconteça a universalização do saneamento e da drenagem, é necessário investimento bem maior do que já vem sendo feito”. Com o intuito de prospectar este filão, a Tigre havia criado, em 2009, uma joint-venture com a ADS (Advanced Drainage Systems Inc.). Além disso, a empresa inaugurou em 2011 a primeira fábrica, em Rio Claro (interior de São Paulo), para produzir equipamentos voltados para a área, prevendo inaugurar a segunda no Estado de Alagoas. De seu lado, Maurício Harger, presidente da Mexichem Brasil, lembra que o mercado de tubulações para água e saneamento público já havia aumentado em 25% em 2012.“Nós crescemos em linha com esse mercado.

Vale ressaltar que isso é número de faturamento e 2012 foi um ano de reposição de inflação nos preços”, afirma ele, prognosticando que no biênio 2013-2014 o segmento tende a seguir com vigorosa expansão. Para dimensionar melhor o déficit de iniciativas nesta seara, Claudia Regina Arruda, presidente da ABPE (Associação Brasileira de Tubos Poliolefínicos e Sistemas), cita como referência o levantamento realizado pela Aesbe (Associação das Empresas Estaduais de Saneamento Básico), que indica a necessidade de aportar recursos superiores a R$ 100 bilhões, a fim de levar água e esgoto à população que não tem acesso a estes benefícios. Contenção de vazamentos Ela também destaca os programas de contenção de perdas por vazamento, que representam custo adicional, pois se trata de desperdício de água já tratada, o que leva à necessidade de captação, por parte das companhias de saneamento, de maiores volumes em mananciais cada vez mais distantes dos centros consumidores.


mercado empresarial

Assim, por exemplo, a Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) recentemente se viu obrigada a iniciar uma empreitada, com dispêndios estimados em mais de R$ 500 milhões, para coletar água a 83 quilômetros da cidade de São Paulo, no âmbito do projeto São Lourenço. Para quantificar o problema, a ABPE menciona as diretivas da Sabesp, segundo as quais precisam ser atingidos índices de perdas compatíveis com os padrões internacionais, que se situam entre 15% e 17%. Atualmente, o desperdício nos municípios operados pela estatal no Estado de São Paulo está na casa dos 26,5%. A fim de se atingir estes padrões até o final da década, ainda conforme a Sabesp, serão demandados investimentos da ordem de R$ 4,3 bilhões na substituição de redes, troca de tubulações, implantação de equipamentos de redução da pressão da água e substituição de hidrômetros. “O efetivo controle dos desperdícios deve incluir a substituição de ramais prediais, redes

panorama do setor

e adutoras pré-existentes por materiais que possibilitem vazamento zero, como é o caso do polietileno, minimizando significativamente a necessidade de novas captações”, enfatiza Claudia. Mais detalhadamente, os artefatos de polietileno, prossegue a presidente da ABPE, são as soluções técnicas mais indicadas, em virtude de sua flexibilidade e pelo fato de seu fornecimento se dar em bobinas de 100 m. “Eles são instalados pelo Método Não Destrutivo (MND), que permite a execução de furo direcional abaixo da superfície, com inserção do segmento de tubo a ser implantado, puxado pelo próprio equipamento que executa a perfuração”, descreve ela. Desse modo, argumenta ela, poderiam ser eliminados os transtornos normalmente ocasionados pela abertura de valas, com o intuito de substituir trechos de redes e troca de tubulações em áreas urbanas, o que costuma impactar negativamente o trânsito e circulação da população.

“Nós crescemos em linha com esse mercado. Vale ressaltar que isso é número de faturamento e 2012 foi um ano de reposição de inflação nos preços”

Maurício Harger, presidente da Mexichem Brasil

Texto: Irineu Uehara, Jornalista

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panorama do setor

PINGUE & PONGUE Pingue-Pongue com Claudia Regina Presidente da Abpe

Arruda,

ME - Tubos poliolefínicos são os produzidos a partir de compostos de polietileno/PE ou polipropileno/PP, e têm ampla aplicação na construção civil, saneamento básico e indústria, seja como condutos livres ou forçados. Existem aplicações nas quais eles são imbatíveis? CLAUDIA ARRUDA - Podemos afirmar que o PE é “imbatível” quando aplicado em ramais prediais de água, redes de gás combustível e inserções de tubos por MND/Método Não Destrutivo; sendo também bastante competitivo em outras aplicações tais como: emissários e travessias sub aquáticas, água pluviais e drenagem, transporte de sólidos e na condução de diversos produtos químicos. Além do custo direto do material a ser adotado, se faz necessário considerar o custo final da obra, que inclui os dos materiais e da mão de obra de instalação, e poderá determinar a aplicação dos materiais poliolefínicos, como sendo a solução global de menor custo. ME - A extrusão de tubos de PE vem ganhando mercado. Com isso, o setor só tem a ganhar, pois não se está trocando um material pelo outro, e sim, ampliando o número de aplicações? CLAUDIA ARRUDA - As condições de utilização da tubulação (vazão, pressão, temperatura, tipo de fluido, etc.) determinam a indicação pelo projetista, do(s) tipo(s) de material(is) adequados. O polietileno, por ser um material bastante versátil sob diversos aspectos de aplicação, poderá servir inicialmente como

alternativa a projetos em que se utilizavam os materiais tradicionais e, constatado seu desempenho passar a ser utilizado rotineiramente, competindo com outros materiais até então considerados como mais adequados. Como exemplo citamos a recente adoção do PE em redes de abastecimento de água (diâmetros acima de 63mm) de Cias.de Saneamento Básico, em que tradicionalmente se utilizava o PCV ou FoFo. Em contra partida, a aplicação do polietileno em ramais prediais (diâmetros 20 e 32mm) está consolidada, ressaltando-se que tubos em aço galvanizado e PVC entraram em desuso há duas décadas. ME - No passado, se falou muito do mercado de tubos de polietileno para telecomunicações e gás. Essa demanda deslanchou mesmo? Como vê hoje esse segmento? CLAUDIA ARRUDA - A aplicação de dutos de PE para telecomunicações deslanchou entre os anos 1999 e 2001, com a utilização de subdutos e dutos corrugados de polietileno utilizados para passagem de cabos de fibra ótica. A partir de 2008, houve uma retomada do mercado de telecomunicações, que permanece até o presente, com a implantação sistemática de projetos da ordem de 3.000km/ano de subdutos e dutos corrugados.


mercado empresarial

Somente a titulo de citação e dada a importância da formalização dos requisitos mínimos para a fabricação e recebimento de dutos corrugados, entrou em vigor a partir de 2009, a norma ABNT NBR 15715 relativa a “Sistemas de dutos corrugados de polietileno(PE) para infra estrutura de cabos de energia e telecomunicações – Requisitos”, norma esta que deve ser adotada como referencia para a especificação, aquisição e recebimento dos citados materiais, de modo a garantir o desempenho desejado para a aplicação a que se propõe. Já no caso do tubo de PE para aplicações em redes de gás combustível, segmento em que o PE pode ser considerado como mercado “cativo”, a demanda significativa foi nos anos 2005 destacando-se a implantação de redes pela COMGÁS na cidade de São Paulo. Desde então o mercado sofreu certa acomodação porém mantendo demanda anual constante da ordem de 500 km/ano. Toda a normalização brasileira relativa a “Sistemas de distribuição de gás combustível para redes enterradas em polietileno”, na qual se inclui a NBR 14462 que trata dos Requisitos, bem como as demais normas do segmento, foram elaboradas no ano 2000 e atualmente estão listadas no programa de Revisão Sistemática da ABNT visando atualização ou cancelamento, de modo a atender a evolução dos materiais ao longo dos anos. ME - Ainda é novidade falar dos sistemas maleáveis como o PEX monocamada, utilizado para água quente e fria, e o PEX multicamadas, indicado para gás? Por quê? CLAUDIA ARRUDA - A A implantação de novos materiais e tecnologias ou ambos, sempre envolve o convencimento do usuário final quanto a credibilidade da solução proposta; esta é a situação atual da aplicação do PE-X em sistemas de condução de água quente e fria e gás combustível. No caso do PE-X Monocamada a norma brasileira ANBT NBR 15.939, que passou a vigorar em 2011 tem servido como sustentação de confiabilidade do produto, dando suporte ao fabricante/distribuidor.

panorama do setor

Já no caso do Multicamadas - tubos de Alumínio com revestimento interno e externo por compostos de PE, está em fase final de elaboração o projeto de norma brasileiro relativo ao Sistema Multicamadas, que irá determinar os requisitos para tubos e formas de conexão e transição visando aplicação em instalações aparentes de gás combustível (GN ou GLP), nas ultimas décadas, mercado tradicional do cobre. ME - A ABPE disponibiliza, sem ônus algum, ensaios laboratoriais para avaliar o desempenho dos materiais poliolefínicos. Quais os benefícios dessa colaboração? CLAUDIA ARRUDA - Amostras de tubos e conexões aplicados em sistemas poliolefínicos que apresentem problemas de desempenho, poderão ser encaminhadas para análise sem ônus ao usuário final. A Associação mantém contrato com o CCDM/ Centro de Caracterização de Materiais da Universidade Federal de São Carlos, laboratório altamente capacitado que executa os ensaios pertinentes, emitindo relatório específico dos resultados encontrados. Somente são avaliadas amostras de tubos e conexões, desde que completamente identificadas com gravação indelével da norma brasileira pertinente e informações que permitam a rastreabilidade da produção e da matéria prima utilizada. Da mesma forma, são analisadas as características de soldas executadas em tubulações visando avaliar sua conformidade com os padrões normativos dada a importância da qualidade da soldagem para obtenção de vazamento zero, destacando que esta reflete adequada qualificação da mão de obra de instalação. Tal prestação de serviços realizada de maneira imparcial através de nossa Comissão Interna de Gestão da Qualidade, proporciona ao usuário final respaldo técnico de modo a garantir o direito ao consumidor que adquiriu produtos com expectativa de vida útil de 50 anos como previsto na normalização brasileira, desde que instalados e operados nas condições previstas em projeto. ME

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evento

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TUBOTECH 2013 feira internacional de tubos, conexões e componentes

Um polo de oportunidades e de desenvolvimento

Ú

nico das Américas e o segundo evento mais impor- configura-se como uma das grandes novidades de tante do mundo para a área de tubos e acessórios, petróleo do mundo – sendo que as oportunidades a Tubotech 2013 (Feira Internacional de Tubos, de fornecimento ao pré e ao pós-sal mobilizam Conexões e Componentes) reunirá de 01 a 03 deste novos investimentos e pesquisas focados em tubos mês de outubro, no Centro de Exposie dutos submarinos para conduzir os ções Imigrantes, em São Paulo, toda hidrocarbonetos das áreas de extraa cadeia produtiva do setor para geEvento reunirá especialistas ção até as refinarias. rar negócios, difundir conhecimento das áreas de petróleo, gás, auO bom desempenho do setor e promover o network. tomotivo, construção, químico, imobiliário e do setor automotivo, Tubos, conexões e componentes petroquímico, farmacêutico, está levando a indústria da consestão, de alguma forma, presentes no bebidas, infra-estrutura, dentrução civil, de automóveis e seus cotidiano de toda a sociedade, sendo tre outros fornecedores a patamares inéditos. utilizados, por exemplo, na indústria A atualização e a ampliação da inde bebidas e produtos alimentícios, fraestrutura de aeroportos, portos na fabricação de automóveis, aviões e residências, nos marítimos e pluviais, estradas, rede hoteleira, entre móveis e navios, na condução de petróleo, gás, energia, outras, posicionam o Brasil como um dos maiores água e esgoto, na construção civil, e em inúmeros outros canteiros de obras do planeta. mercados. Todas estas ações demandam uma infinidade Grandes eventos esportivos como a Copa do Mundo de de insumos, como tubos, entre os quais se podem Futebol e as Olimpíadas, além de outros torneios mundiais, destacar os estruturais, para condução de gases e colocam o Brasil como centro esportivo do mundo nos fluídos e, naturalmente, seus acessórios e compopróximos seis anos. A descoberta das reservas do pré-sal nentes, como conexões, bombas e válvulas.


mercado empresarial

evento

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É nesse cenário que acontece a versão 2013 da feira, que receberá visitantes das áreas de petróleo, gás, automotivo, construção, químico, petroquímico, farmacêutico, bebidas, infra-estrutura, dentre outros. Paralelamente aos negócios, acontece a Techshow um conjunto de palestras técnicas apresentadas pelos expositores para a difusão do conhecimento. Organizado pelo Grupo CIPA, o evento é realizado pela ABITAM (Associação Brasileira da Indústria de Tubos e Acessórios de Metal) em cooperação com a Tube/Messe Dusseldorf e Tarcom Promoções. ME

tubotech 2011


gestão

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Made in Brazil, sim senhor É disto que estamos precisando. *José Milton Dallari

P

assou praticamente despercebido o anúncio de uma medida extremamente importante e inteligente tomada pelo governo de Goiás: a criação de um serviço de abertura de empresas em 24 horas. Parece banal que seja lançado um serviço como este, uma espécie de Poupatempo empresarial, batizado de Vapt-vupt, mas nunca foi tão importante para o Brasil o lançamento de mecanismos que estimulem o surgimento de novos empresários e ajudem os que já atuam a encorpar seus negócios. Não se trata mais apenas de desburocratizar eliminando papeladas, algo que, ironicamente, já mereceu no passado até ministério. Facilitar o desenvolvimento da iniciativa privada tem hoje um papel crucial no controle de preços e na estabilidade econômica. Um dos gargalos da inflação é justamente a produção insuficiente, abaixo da demanda. Antigamente, acenava-se com a importação de produtos para fazer o empresário conter os reajustes. Hoje em dia isso não faz mais tanto sentido assim. Temos aqui produtos importados em praticamente todos os segmentos e falar em barreiras tarifárias para estimular setores da indústria nacional é uma visão ultrapassada. Afinal,

desde a década de 90, fabricantes nacionais saíram de cena para dar lugar a um outro tipo de investidor, o multinacional, cuja decisão de investir é tomada com base em parâmetros bem diferentes do que simplesmente analisar a demanda do mercado brasileiro. Mesmo que a economia do Brasil cresça e vá bem, que sentido faz aplicar altas somas de investimento na subsidiária brasileira enquanto, no resto do mundo, e isso inclui os países-sede de muitas destas companhias, a crise persiste? Isso talvez ajude a entender o motivo do nosso “pibinho”. Faz tempo não somos mais dissociados do resto do mundo. Se antes dependíamos dos países ricos para tomar empréstimos, hoje dependemos muito mais deles como investidores diretos, pois a produção está concentrada nas mãos de poucas companhias internacionais. A figura do empresário nacional, que segurava o “boi” no pasto e punha a perder o controle da inflação, não existe mais. Mas se aquela figura era sinal de atraso


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perante o resto do mundo, está também na hora de reconhecer que nenhum país vive bem se não tiver suas próprias indústrias para contribuir com a economia. Não nos adianta só agricultura, pecuária e minério. Temos de ter o restante da cadeia produtiva funcionando até mesmo para garantir que, numa crise econômica internacional, os royalties das operações no Brasil não saiam voando para cobrir rombos ao redor do mundo, deixando a galinha dos ovos de ouro sem ovos e sem ouro. Ou seja. O Brasil tem de reviver a expectativa de ter um empresariado nacional forte, incluindo ai o setor industrial. Muitos empresários que formaram grandes grupos nacionais vivem hoje do lucro da venda de suas operações ou de dividendos de joint-ventures firmadas entre as décadas de 90 e 2000. Não vão mais abandonar os ganhos financeiros para se aventurar a buscar lucro com produção num país onde o tempo médio para abrir uma empresa é de 119 dias. Ocupamos o 179º num ranking de burocracia realizado entre 183 países na pesquisa Doing Business. Ou seja, estamos entre os mais incompetentes. Entre os países que compõe o BRICs, somos o mais lento para a abertura de novas empresas. Desde 2005, o tempo médio para se abrir uma empresa no mundo caiu de 50 para 30 dias. Ou seja, nos movemos lentamente e estamos muito, muito atrasados. Não podemos nos vangloriar comparando nosso resultado com do Suriname, onde a média é de 694 dias. Sem o estímulo ao surgimento de novos negócios não há um quesito básico da democracia, o capitalismo. Ter uma leva de empresas de grande, médio e pequeno porte capazes de decidir tendo como base o comportamento do mercado nacional é um trunfo para a economia de qualquer país. Ultrapassada a fase da internacionalização, o Brasil precisa ingressar em outra, mais moderna ainda, de recriar sua indústria nacional em parâmetros modernos, competitivos e aptos a concorrer de igual para igual em qualquer mercado. Temos porte para fazer isso. Nosso gigantesco mercado interno é o que atrai para o Brasil centenas de multinacionais. Conhecer o comportamento deste mercado e entender as necessidades do novo consumidor de classe

média são vantagens competitivas para qualquer empresa nascida no país. A burocracia desanima investidores, arrefece ânimos e reduz a motivação dos empreendedores. Ela é também um mecanismo de corrupção, pois cria dificuldade para vender facilidades. Não há mais que ser tolerada. Não cabe aos políticos discutir sobre excesso de regulamentações e sim às entidades que representam setores. Há ainda mecanismos em que o próprio setor privado pode avançar. É o caso da concessão de financiamentos. O governo foi o principal agente na oferta de crédito nos últimos anos , mas não é nesta lógica que o sistema deve funcionar. Os bancos privados têm ai uma grande oportunidade de aumentar seu volume de negócios e aperfeiçoar seu gerenciamento de crédito. No ranking, o Brasil ainda aparece em 104º lugar. Mecanismos como a alienação fiduciária permitiram aumento de 353% no setor imobiliário nos últimos cinco anos, mas em geral as exigências exageradas de garantia servem como entrave a quem tem condições de crescer. O Brasil precisa de gente disposta a investir e superar obstáculos e isso não é exatamente uma novidade. Há cartilhas prontas para que os municípios facilitem o surgimento de empresas, como a da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, e programas como a Redesim, criada em 2007 pelo governo federal para simplificar o registro e a legalização de empresas. Até mesmo pequenos empreendedores têm a seu alcance alternativas como as do Microempreendedor Individual (MEI) para legalizar suas atividades com rapidez. Seguir o exemplo de Goiás é o mínimo que se espera dos estados e prefeituras. Mas, convenhamos, falta vontade política dos gestores públicos, e, confiança e vontade empresarial do setor privado.

*O administrador de empresas José Milton Dallari, integrante da equipe que implantou o Plano Real, é atualmente Diretor Administrativo e Financeiro da CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo e membro do Conselho Deliberativo do SEBRAE-SP (Serviço Brasileiro de Apoio Às Micro e Pequenas Empresas).

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Tubos Ipiranga apoSta R$ 25 mIL em expansão Crescimento será de cerca de 10%, que corresponderá a aproximadamente 80 mil toneladas anuais

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ma das líderes em distribuição de tubos de aço e conexões no País, a Tubos Ipiranga, que tem sede em Ribeirão Pires, está investindo R$ 25 milhões para ampliar seu raio de atuação e o leque de produtos que comercializa. Com o fornecimento de marcas de peso, como a Tenaris Confab, Vallourec, Arcelor Mittal e Pam Saint Gobain, a empresa comercializa hoje mais de 6.000 toneladas ao mês dos mais diversos tipos (de 0,5 até 100 polegadas) e, com a expansão, planeja chegar a 6.700 mil mensais, crescimento de cerca de 10%, que corresponderá a aproximadamente 80 mil toneladas anuais. O faturamento deve registrar ritmo semelhante de expansão: a previsão é saltar de R$ 373 milhões em 2012 para mais de R$ 400 milhões neste ano. Entre os investimentos realizados, a companhia que recentemente começou a distribuir nova linha de tubos de ferro fundido para o segmento de saneamento básico, e para isso, reforçou os estoques nos armazéns da sede, no Grande ABC. Além disso, inaugurou unidades em diversas partes do País, para reduzir custos. Com isso, a empresa passa a não depender tanto de viagens de longa distância e pode

atender melhor as clientes, já que a proximidade significa mais agilidade no atendimento às necessidades das indústrias. Para raio de até 100 quilômetros de suas instalações, utiliza frota própria de caminhões (hoje formada por cerca de 20 veículos). “Acima disso, é terceirizado (o transporte)”, afirma o presidente do grupo, Alexandre Plassa. Foram abertas filiais em Recife, Salvador e Americana (no interior de São Paulo), e ampliada a de Belo Horizonte. Também está em estudos ter instalações na região CentroOeste, que carece de um distribuidor, assinala o presidente da companhia, Alexandre Plassa. No Recife, os investimentos foram para atender a nova refinaria RNEST, da Petrobras, e estaleiros. E em Salvador, o foco também foram as indústrias petrolíferas. A área de petróleo e gás é importante nos negócios da Tubos Ipiranga. Cerca de 30% a 40% das


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vendas são para esse mercado, que deve ganhar impulso mais forte nos próximos anos, por causa do pré-sal. “Estamos preparados para isso”, assinala. Ele ressalta que 2013 já poderia ser melhor na área petrolífera, mas muitos investimentos foram postergados. Por sua vez, as instalações em Americana permitem agora à companhia alcançar mais facilmente o entorno de Campinas e Piracicaba, onde se concentram as fabricantes de implementos agrícolas, mecânicas e automotivas. Já na capital mineira, a companhia se preparou para abastecer melhor o mercado de mineração, elevando em 30% seus estoques. Setor automotivo A distribuição de tubos, de aço e de ferro, corresponde a cerca de 70% do faturamento da Tubos Ipiranga. Os outros 30% vêm de produção própria de itens na fábrica da companhia em São Bernardo. Nesse município, a

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empresa produz tubos trefilados (trefilação é o processo de fabricação de barras finas de metal), que são insumos para a fabricação de componentes automotivos. Além disso, a unidade fabrica tubos de grande porte (acima de 24 polegadas de diâmetro) para projetos especiais destinados à indústria do petróleo e mineração. Segundo o presidente da companhia, Alexandre Plassa, o forte atualmente da demanda se concentra nos trefilados, já que a área de veículos se mostra bastante aquecida neste ano. A produção de carros no País registra alta de 18% no acumulado de janeiro a maio na comparação com igual período de 2012. Ele estima que será possível expansão de 15% em suas vendas para o segmento neste ano. O executivo não descarta, no futuro, concentrar a atividade fabril na unidade de Ribeirão Pires, para otimizar custos. Adquirido há três anos, o espaço conta com área privilegiada para expansões. São 518 mil m² de terreno, com 77 mil m² de construções em localização com fácil acesso ao trecho Sul do Rodoanel. Ele explica que para a companhia a facilidade de escoamento dos produtos é fundamento. “Somos uma empresa de logística”, ressalta. Fonte: Diário do Grande ABC ME

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Consumo de aço no país deve subir 4,3% em 2013 A alta deverá ficar acima da média mundial, que deverá ser de 2,9% no mesmo período

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consumo aparente de aço no país (que contabiliza as vendas das usinas nacionais e as importações) crescerá 4,3% em 2013 ante o ano passado, conforme projeções da World Steel Association (Worldsteel), entidade internacional que representa a indústria siderúrgica. A alta deverá ficar acima da média mundial, que deverá ser de 2,9% no mesmo período. De acordo com a entidade, o consumo aparente deverá ficar em 26,2 milhões de toneladas no atual exercício. Em 2012, foram cerca 25 milhões de toneladas. A expansão, segundo a Worldsteel, será viabilizada pela retomada dos investimentos, aliada à redução dos estoques de aço no país. Estes fatores deverão garantir também o incremento em 2014, que, conforme previsões da associação, deverá alcançar 3,8%, totalizando 27,2 milhões de toneladas. Já as expectativas para a demanda global de aço apontam para um crescimento de 2,9% em 2013 na comparação com o ano passado. O volume consumido passará de 1,413 bilhão de toneladas para 1,454 bilhão de toneladas. Em 2014, as estimativas são de incremento de 3,2%, alcançando 1,6 bilhão de toneladas. Segundo o Comitê Econômico da Worldsteel, 2012 foi um ano de desafios para o setor, que registrou os piores resultados desde 2009. A demanda, por exemplo, caiu 6,5% em relação a 2011. O desempenho foi provocado pela instabilidade econômica internacional no período. Já em 2013 houve uma estabilização dos principais riscos para a economia global. Entre eles, a crise na zona do euro, a perda de ritmo da China e o abismo fiscal nos EUA. Desta forma, a entidade espera uma retomada do mercado internacional no segundo semestre. O crescimento será impulsionado pelas economias emergentes, que deverão registrar aumento médio de

3,9% na demanda em 2013 em relação ao ano anterior. Nestes países, incluindo o Brasil, o consumo aparente deverá alcançar 1,063 bilhão de toneladas, contra 1,024 bilhão de toneladas em 2012. China Segundo o Diário do Comércio (MG), somente a China, principal consumidor e produtor global, será responsável por 669 milhões de toneladas. O volume é 3,5% superior ao verificado no ano passado, quando somou 646 milhões de toneladas, conforme o relatório da Worldsteel. No Brasil, além de maior consumo interno e externo, as siderúrgicas poderão ser beneficiadas pelas medidas que vêm sendo adotadas. Uma delas é o fim da "guerra dos portos", que alimentava a invasão de aço importado no Brasil. Alguns estados, para estimular o uso dos terminais, estavam desonerando o ICMS de produtos importados. Para acabar com estes estímulos às importações, entrou em vigor neste ano a Resolução Nº 13 do Senado, que unificou a alíquota do tributo em 4% nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados após o seu desembaraço. A redução das tarifas de energia para o setor industrial, anunciada no fim do ano passado pelo governo federal, também terá efeitos positivos, uma vez que a siderurgia é grande consumidora do insumo, que representa um dos principais custos para o segmento. ME


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economia

Mercado prevê mais inflação e menos crescimento para 2013 e 2014 Expectativa dos analistas para a alta do PIB de 2013 caiu para 2,4%. Para o IPCA deste ano, previsão do mercado subiu para 5,87%, diz BC.

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s economistas do mercado financeiro baixaram nas últimas semanas sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 e de 2014, além de terem aumentado sua previsão para a inflação nos dois anos, informou o Banco Central. As estimativas foram divulgadas por meio do relatório de mercado, também conhecido como Boletim Focus. O documento é fruto de pesquisa da autoridade monetária com mais de 100 instituições financeiras. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência para o sistema de metas de inflação, a estimativa do mercado financeiro para este ano subiu de 5,86% para 5,87% neste ano. Para 2014, a previsão avançou de 5,80% para 5,88%. Deste modo, o mercado financeiro continua a acreditar que a inflação terá aceleração neste ano, fechando 2013 acima do patamar registrado em 2012 (5,84%) e diferente do que afirmou o presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, no fim do ano passado. Taxa de juros Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. O mercado financeiro também elevou sua previsão para a taxa de juros no fim de 2013 de 9% para 9,25% ao ano. Para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de julho deste ano, a expectativa do mercado financeiro foi mantida em uma nova alta 0,5 ponto percentual, dos atuais 8% para 8,5% ao ano. Para o fim de 2014, a previsão dos analistas para os juros básicos subiu de 9% para 9,25% ao ano.

Produto Interno Bruto Para a expansão do PIB de 2013, a estimativa dos analistas do mercado recuou de 2,46% para 2,40%. Foi a sétima queda consecutiva deste indicador. Para 2014 a previsão de crescimento da economia brasileira caiu de 3,10% para 3%. A revisão para baixo na expectativa de crescimento da economia brasileira feita pelo mercado financeiro acontece após a divulgação do PIB do primeiro trimestre deste ano que, segundo o IBGE, avançou somente 0,6% na comparação com os três últimos meses do ano passado - valor que ficou abaixo da previsão dos economistas. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou recentemente que a meta do governo para o crescimento deste ano é de 3% neste ano, abaixo do que ainda consta no orçamento federal - que prevê uma alta de 3,5%. Nas últimas semanas, o BC baixou de 3,1% para 2,7% sua estimativa de crescimento do PIB em 2013. Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros Ainda segundo o relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2013 subiu de R$ 2,13 para R$ 2,15 por dólar. Para o fechamento de 2014, a estimativa dos analistas dos bancos para o dólar ficou estável em R$ 2,20. A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2013 caiu de US$ 6,50 bilhões para US$ 6 bilhões na semana passada. Para 2014, a previsão de superávit comercial recuou de US$ 8 bilhões para US$ 7,35 bilhões na última semana. Para 2013, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou inalterada em US$ 60 bilhões. Para 2014, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros continuou em US$ 60 bilhões nas últimas semanas. Fonte: G1 ME

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Fascículo

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Água... à beira do estresse

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água é o recurso natural mais abundante do planeta. De maneira quase onipresente, ela está no dia a dia dos 7 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Além de matar a sede, está nos alimentos, nas roupas, nos carros, na fabricação dos produtos os mais variados. Mas o recurso mais fundamental para a sobrevivência do ser humano enfrenta uma crise de abastecimento. Estima-se que cerca de 40% da população global viva hoje sob a situação de estresse hídrico. Essas pessoas habitam regiões onde a oferta anual é inferior a 1.700 metros cúbicos de água por habitante, limite mínimo considerado seguro pela ONU. Nesse caso, a falta de água é frequente – e, para piorar, a perspectiva para o futuro é de maior escassez.


Sustentabilidade

Um cenário preocupante

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e acordo com as estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa Pública Alimentar, com sede em Washington, até 2050 um total de 4,8 bilhões de pessoas estará em situação de estresse hídrico. Além de problemas para o consumo humano, esse cenário, caso se confirme, colocará em xeque safras agrícolas e a produção industrial, uma vez que a água e o crescimento econômico caminham juntos. A seca que atingiu os Estados Unidos no último verão – a mais severa e a mais longa dos últimos 25 anos – é uma espécie de prévia disso. A falta de chuvas engoliu 0,2 ponto de crescimento da economia americana no segundo trimestre deste ano. As informações são do Guia Exame. A diminuição da água no mundo é constante e, muitas vezes, silenciosa. Seus ruídos tendem a ser percebidos apenas quando é tarde para agir. Das dez bacias hidrográficas mais densamente povoadas do mundo, grupo que compreende os arredores de rios como o indiano Ganges e o chinês Yang-tsé, cinco já são exploradas acima dos níveis considerados sustentáveis. Se nada mudar nas próximas décadas, cerca de 45% de toda riqueza global será produzida em regiões sujeitas ao estresse hídrico. “Esse cenário terá impacto nas decisões de investimento e nos custos operacionais das empresas, afetando a competitividade das regiões”, afirma um estudo da Veolia, empresa francesa de soluções ambientais. Em muitos países em desenvolvimento e pobres, a situação é mais dramática. Falta acesso a água potável e saneamento para a esmagadora maioria dos cidadãos. Só o tempo perdido por uma pessoa para conseguir água de mínima qualidade pode chegar a 2 horas por dia em várias partes da África. Pela maior suscetibilidade a doenças, como a diarréia, quem vive nessas condições costuma ser menos produtivo. Essas mazelas já são assustadoras do ponto de vista social, mas elas têm implicações igualmente graves para a economia. Segundo o Guia Exame, um estudo desenvolvido na escola de negócios Cass Business School, ligada à City University, de Londres, indica que um aumento de 10% no número de pessoas


4 com acesso a água potável nos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) conseguiria elevar o crescimento do PIB per capita do bloco cerca de 1,6% ao ano. “O avanço econômico depende da disponibilidade de níveis elevados de água potável”, aponta Josephine Fodgen, autora da pesquisa. “Embora não se debata muito o tema, o mundo pode sofrer uma crise de crescimento provocada pela escassez de água nas próximas décadas.”

Com uma população de 20 milhões de habitantes, a capital paulista e sua região metropolitana correm sérios riscos de desabastecimento de água

No Brasil No total, o Brasil consome 356 milhões de metros cúbicos por ano – é o quarto maior consumo do mundo, perdendo para a China, a Índia e os Estados Unidos. Estamos tão acostumados com a fartura de recursos que talvez nada disso assuste. Cerca de 12% da água doce do mundo percorre o território brasileiro, onde vivem menos de 3% dos seres humanos. Entre os membros do G20, grupo das 20 maiores economias, ao país só perde para o Canadá em disponibilidade de água per capita. Temos 42.000 metros cúbicos anuais por habitante, um luxo para poucos. Boa parte da água no Brasil, porém, está concentrada nas regiões mais remotas e menos habitadas. Nove estados do país já ultrapassaram ou estão no limiar do estresse hídrico. Nessa conta, além dos tradicionais estados áridos do Nordeste, entraram os mais urbanizados e desenvolvidos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. A situação nas capitais mais populosas inspira cuidado, pede planejamento e exige ação, segundo Paulo Varella, diretor da Agência Nacional de Águas. A cidade de São Paulo e sua região metropolitana, com uma população que se aproxima de 20 milhões, são consideradas áreas propensas a enfrentar problemas de falta de água no futuro. Embora haja bacias de rios no entorno da capital, a água disponível é de péssima qualidade em razão entre outros motivos, da quantidade de gente que vive – e produz esgoto – na região. Não dá mais para depender da bacia do Alto Tietê. A situação dela é crítica, segundo Edson Giriboni, secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do estado de São Paulo. A saída é buscar água cada vez mais longe. Está prevista uma concorrência visando uma parceria públicoprivada que vai trazer água da bacia do rio Ribeira de Iguape, na divisa com o Paraná, para a capital paulista. O investimento chegará a 1,6 bilhão de reais. Um extenso estudo que está sendo conduzido pela secretaria paulista avalia outras nove opções de captação de água. Entre as alternativas em avaliação está trazer água da bacia do rio Paraíba do Sul, na divisa com o Rio de Janeiro. Quando essa possibilidade foi ventilada pela primeira vez, em 2008, alarmou a população fluminense. Dessa bacia sai a água que abastece a casa de 12 milhões de moradores da cidade do Rio de Janeiro e sua região metropolitana. O temor é que não haja volume suficiente para abastecer duas das localidades mais densamente povoadas do Brasil. Até agora, nada foi definido entre os governos de São Paulo e Rio. As disputas entre estados de um mesmo país costumam ser resolvidas em seus respectivos Congressos ou pelos Poderes

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A Conferência Mundial da ONU sobre Água e Meio Ambiente (1992, Dublin) estabeleceu critérios básicos para a gestão dos recursos hídricos para o século 21: -“A água é um recurso finito e vulnerável, essencial para a manutenção da vida, do desenvolvimento e do meio ambiente.” -“A água tem um valor econômico para todos os seus usos e deve, portanto, ser considerada uma commodity.”

Executivos. A situação pode ficar bem mais complicada quando envolver dois ou mais países. É por isso que a animosidade entre vizinhos que disputam a mesma água é acompanhada de perto pela Organização das Nações Unidas (ONU). Um relatório recente patrocinado pelo Departamento de Estado americano alerta para o fato de que problemas relacionados à água têm potencial para ampliar a instabilidade em diversos países, do norte da África ao Oriente Médio. Essa é a realidade num cenário de escassez crescente.

Um direito das gerações presentes e futuras Em vários países a falta de água doce é um processo crônico, a exemplo da Arábia Saudita, da Argélia, da Bélgica, do Egito, de Israel e do Kwait. No Brasil, a escassez é frequente em Estados como Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, além do Distrito Federal e da região metropolitana de São Paulo. Diante desse quadro, faz-se necessário que cada Estado passe a controlar a utilização da água doce por meio de um sistema de gerenciamento de recursos hídricos eficiente, de forma a manter a quantidade e a qualidade desse bem e a promover o seu acesso por parte da população. Com esse objetivo foi editada a Lei n° 9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos

e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, modificando significativamente o regime jurídico brasileiro da água. Ao estabelecer o direito à água das gerações presentes e futuras e a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, a lei em comento consagrou expressamente o desenvolvimento sustentável como objetivo da Política Nacional de Recursos Hídricos. Por sustentabilidade hídrica se deve compreender a disponibilidade quantitativa, a disponibilidade qualitativa e o acesso eqüitativo, dentro dos usos e das necessidades de cada bacia hidrográfica. O Brasil, por ser detentor de quinze por cento da água doce existente no mundo e possuidor de bacias hidrográficas de enorme relevância, a exemplo do Amazonas, do Tocantins, do São Francisco, do Paraná, do Paraguai e do Uruguai, possui uma especial responsabilidade nesse tipo de assunto. Nesse sentido, a Lei n° 9.433/97 representou um passo importante, mas é preciso avançar em ações efetivas e na promoção de uma educação ambiental que alcance verdadeiramente a todos. É sabido que a questão da água, seja no que diz respeito à quantidade, à qualidade e ao acesso eqüitativo, é a mais urgente de toda a problemática ambiental. Logo, a água não é um mero insumo dentro da cadeia produtiva, como os detentores do


4 investir na organização de mecanismos de gestão, com ações como: reconhecer e respeitar as estruturas de organização social, identificar as lideranças locais e aproveitar o potencial das formas tradicionais de superação dos dilemas sociais. Outro programa é o de Revitalização de Bacias Hidrográficas, cujo objetivo é recuperar, conservar e preservar as bacias hidrográficas em situação de vulnerabilidade ambiental, por meio de ações permanentes e integradas que promovam o uso sustentável dos recursos naturais, a melhoria das condições socioambientais e a melhoria da disponibilidade de água em quantidade e qualidade para os diversos usos. Atualmente, o Programa atua nas bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Tocantins-Araguaia, Paraíba do Sul e Alto Paraguai (Pantanal).

Cases

capital gostariam que fosse, devendo ser compreendida como um direito fundamental da pessoa humana, de forma que o seu acesso deve ter prioridade absoluta em relação ao orçamento público e às demais políticas públicas.

Programas governamentais A Unesco estabeleceu que 2013 é o Ano Internacional de Cooperação pela Água. Através do Ministério do Meio Ambiente, o Governo Federal vem realizando projetos de sustentabilidade com foco nos recursos hídricos. Um deles é o Programa Água Doce, cujo compromisso é o de garantir o uso sustentável dos recursos hídricos, promovendo a convivência com o Semiárido a partir da sustentabilidade ambiental. O programa trabalha com cinco dimensões: social, ambiental, econômica, espacial e cultural. É coordenado pela Embrapa Meio Ambiente e executado pela equipe de técnicos capacitados em cada Estado. Um de seus objetivos é tornar os sistemas produtivos e de dessalinização auto-sustentáveis com o controle dos impactos ambientais, por meio da capacitação de agentes locais multiplicadores. O maior desafio é garantir a autonomia da comunidade para que ela assuma o controle desse trabalho. Para isso é preciso

Reúso da água Em 2012, quando completou dez anos, a Braskem, uma das maiores petroquímicas do continente americano, comemorou avanços em praticamente todos os indicadores ambientais. Entre outras coisas, diminuiu pela metade a geração de resíduos e em 32% a de efluentes. As fábricas foram modernizadas e hoje gastam 9% menos energia. As emissões de gases estufa caíram 11% - o equivalente ao plantio de 7 milhões de árvores por ano. O único indicador que não avançou nesse período foi o de consumo de água: de 2002 a 2011, cresceu 8%. Mas a empresa quer corrigir a falha, baixando o consumo a um nível inferior ao de 2002. Para isso, já está estocando água de chuva para usar na fábrica de Camaçari, na Bahia. A iniciativa aumentará 12% o índice de reuso de água pela companhia. A Braskem faz parte também de um projeto de reaproveitamento de água que está sendo implantado no Polo Petroquímico do ABC, na Grande São Paulo. A ideia é transformar o esgoto da região em água para ser usada na geração de energia, no resfriamento de equipamentos e em outras aplicações industriais. A empresa pretende reutilizar essa água de duas a três vezes na fábrica do ABC. Baixo consumo A Whirlpool Latin America, dona das marcas Brastemp, Consul e KitchenAid, economizou 141 m³ de água em 2011 nas Unidades Joinville, Manaus, Rio Claro e São Paulo. A redução do consumo de 843 mil m³ em 2010 para 693 mil m³ em 2011 representa uma economia de 17% dos recursos. Com o objetivo de registrar a mesma tendência em 2012, a empresa investiu no uso sustentável da água por meio de sistemas de captação de água da chuva e Estações de Tratamento de Efluentes (ETE). Em agosto passado, a Unidade Rio Claro inaugurou uma nova ETE, que deve gerar, em média, uma economia de 66 milhões de litros de água por ano. Os investimentos também passam por inovações nos produtos desenvolvidos pela empresa, que tem baixo consumo de água. As lava-louças Brastemp, por exemplo, consumem de 12 a 20 litros de água em cada operação, sendo menos da metade do volume utilizado na lavagem manual.

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A água é um recurso indispensável para a sobrevivência de todas as espécies e exerce uma influência decisiva na qualidade de vida das populações. Contudo, o modo como são utilizados e gerenciados os recursos hídricos tem levado a um nível de degradação ambiental e a um risco de escassez de água que comprometem a qualidade de vida desta e das gerações futuras. Gerenciar os recursos hídricos não e tarefa fácil, uma vez que envolve conflitos sociais, econômicos, políticos e ambientais.


4 Como fazer reúso da água residencial Consulta feita pelo portal medindoagua.eco.br à bióloga Daniela Lima, do blog Consciência Com Ciência: 1) De que modo um cidadão comum poderia reutilizar sua água residencial em outras atividades sem gastar dinheiro com instalação de sistemas de reúso? Resposta: Alguns exemplos: a) Nos banhos quentes com chuveiro - em especial com aquecimento à gás, mas vale para os elétricos também, embora a quantidade de água seja menor - usar um balde para coletar a água fria e depois reaproveitá-la, seja para a descarga na bacia sanitária, seja para regar plantas; b) O aproveitamento da água da chuva, nos EUA se comercializa os barris/toneis de chuva, aqui pode-se aproveitar bambonas plásticas descartadas, aparando a água que desce das calhas dos telhados (pelos tubos de queda pluvial) e utilizando-a para regar plantas e gramados; c) Armazenar a água que sai da máquina de lavar e utilizá-la para a descarga das bacias sanitárias; d) O ato de lavar a louça com bacias, como se fazia antigamente ou se pratica na Europa, e não com a água corrente da torneira aberta, já é um forma de reuso, pois a mesma água é utilizada para lavar e enxaguar várias peças de louça. Segundo o blog Eco Desenvolvimento, pode-se usar uma bacia com água para ensaboar a louça sem precisar deixar a torneira aberta. O resultado é o mesmo e você poderá poupar até 160 litros a cada lavagem. Você ainda pode fazer isso na própria pia, tapando a passagem da água. Uma conta do Instituto Akatu mostra que com essa atitude, uma família que lava louça três vezes ao dia pode economizar até 480 litros de água, e se cinco famílias adotarem essa medida, em vinte anos terão salvo 17,5 milhões de litros – o suficiente para abastecer quase 9 milhões de pessoas em um dia. Para tornar essa economia ainda maior, experimente usar duas bacias – uma para ensaboar e outra para enxaguar as louças. Você irá utilizar apenas 20 litros e economizar 660 litros de água em um único dia.

2) Utilizar a água proveniente de máquinas de lavar é uma maneira de diminuir o consumo de água? Resposta: A máquina de lavar roupas é uma das maiores consumidoras de água em uma residência. É responsável, por 10% a 15% da água doméstica consumida, ficando atrás do chuveiro que consome em média 25% . Então a resposta é completamente afirmativa. Mas atenção: Só utilize a máquina de lavar completamente carregada, nunca lave poucas roupas de cada vez, além do desperdício de água, você estará gastando muito mais energia elétrica, que é produzida utilizando-se a água. Duplo desperdício.

3) O quanto essa reutilização da água em casa por pessoas conscientes poderia ajudar no problema mundial de falta de água? Resposta: É interessante abordar esta questão respondendo também aos críticos da luta pela conservação da água, que alegam que a quantidade da água foi, é e será sempre a mesma no Planeta Terra e por isso os argumentos para a sua economia não teriam fundamento. O problema da água está na acessibilidade e na sua poluição/contaminação. A acessibilidade é agravada por alterações ambientais que acarretam a redução das chuvas e da recarga dos acumuladores e transportadores de água, como os aquíferos, os açudes, os rios, etc., assim o acesso a água está cada vez mais difícil, pois a água está mais longe das populações. A poluição/ contaminação torna cada vez mais onerosa, ou até mesmo impeditiva, a utilização da mesma para o consumo humano, exigindo grandes investimentos para recuperá-la. Cabe destacar que o aumento da produção de alimentos, é outro agravante que dificulta a acessibilidade e aumenta a poluição/contaminação da água, sendo a agricultura responsável pela maior parte do consumo da água mundial, cerca de 80%. Desta forma, se pouparmos a água que consumimos, estaremos contribuindo para a conservação do ciclo da água, gerando menos água residual para ser tratada e facilitando a nossa vida, da nossa comunidade e garantindo melhores condições de vida para a própria humanidade.

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Sustentabilidade

Declaração Universal dos Direitos da Água A ONU divulgou em 22 de março de 1992 um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água”: uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão. Art. 1º – A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos. Art. 2º – A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem. Art. 3º – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia. Art. 4º – O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam. Art. 5º – A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo. Art. 7º – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis. Art. 8º – A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado. Art. 9º – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. Art. 10º – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Fontes: Ministério do Meio Ambiente, Embrapa, Sebrae; Wikipédia; Talden Queiroz Farias/ Artigo “Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos no Ordenamento Jurídico Brasileiro”; Portal medindoagua.eco.br; blog Recriar com você; Guia Exame; Fapesp


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meio ambiente

Fábrica

verde

da Tigre economiza R$ 1 milhão em energia elétrica

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Nova estrutura torna-se modelo de sustentabilidade e, com ela, a empresa introduz no mercado registros com junta soldável

Tigre, multinacional brasileira líder na fabricação de tubos, conexões e acessórios no país e uma das maiores do mundo, construiu sua primeira fábrica de registros no Brasil em Joinville (SC), no mesmo complexo industrial da matriz. O investimento, na ordem de R$ 15 milhões, foi feito para atender uma crescente demanda pelos produtos e por ser uma produção de alta complexidade, que se utiliza de materiais especiais e processos diferenciados. A unidade torna-se uma referência em modernidade e sustentabilidade para a empresa, já que todo o projeto foi desenvolvido para gerar menor consumo de energia e água. “Economizamos cerca de R$ 1 milhão com pequenas adequações, como por exemplo, a alteração da voltagem de energia”, afirma Rogério Khontopp, diretor de qualidade e inovação da Tigre. Sua estrutura conta com telhas térmicas que dispensam condicionadores de ar e mantém uma temperatura agradável no ambiente interno; reaproveitamento de água de chuva para os sistemas internos de produção; torres de resfriamento secas que não permitem evaporação de água, economizando 15 mil m³ de água por dia. A Tigre também investiu na alteração de voltagem da fábrica para 380 volts em que os cabeamentos são menores e proporciona economia de energia; máquinas injetoras automatizadas, em que o consumo de energia reduz em até 50% já que o motor funciona conforme a necessidade da produção; sistema de controle de luminosidade e sistema para aproveitar melhor a luz natural do ambiente dentro da fábrica. Nos 2600 m² de fábrica são produzidos aproximadamente 600 mil peças por mês, entre eles registros e válvulas em PVC e CPVC, da linha VS Compacto, registros Borboleta, registros de Chuveiros, registros Gaveta, relógios de leitura de consumo de água, chamadas de Unidade de Medição e Controle (UMC), KIT Cavalete para hidrômetro residencial e a nova linha de registros multi-materiais para aplicações mais especiais. O galpão possui 31 injetoras e a linha de registros da Tigre atende a todo o mercado brasileiro e alguns países da América Latina. Inovação Com a nova fábrica, a Tigre começa a introduzir no mercado registros com junta soldável. A vantagem em relação ao modelo anterior, que era roscável, é que o novo padrão reduz a possibilidade de vazamento e o melhor ajuste da peça no tubo. “Este novo conceito vem atender a demanda dos clientes e poderemos operar com estoques menores, reduzindo assim as despesas relativas à produção nas linhas de produtos injetados”, conta Khontopp. ME


meio ambiente

mercado empresarial

Material multiuso faz tudo

em energia verde É formado convertendo cristais de dióxido de titânio em nanofibras, que podem então ser facilmente transformadas em membranas flexíveis

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roduzir hidrogênio, dessalinizar água do mar e dobrar a vida útil das baterias de lítio são objetivos há muito perseguidos. Mas será possível conseguir tudo isso com um único material? Darren Sun, da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, garante que sim. E não se trata de teoria - Sun já apresentou a primeira versão do seu "nanomaterial maravilhoso". O material é chamado de dióxido de titânio multiuso. É formado convertendo cristais de dióxido de titânio em nanofibras, que podem então ser facilmente transformadas em membranas flexíveis que incluem uma combinação de carbono, cobre, zinco ou estanho, dependendo da aplicação específica que se deseja. De fato, membranas de filtragem são essenciais em inúmeros processos industriais, incluindo as baterias, células a combustível, produção de hidrogênio, dessalinização da água do mar, entre outras. Outra vantagem do dióxido de titânio é que ele é hidrofílico e fotocalisador, podendo ativar reações sob ação da luz solar. Segundo o Dr. Sun, com membranas fabricadas com a composição adequada, é possível: produzir hidrogênio e água limpa ao mesmo tempo, sob ação da luz solar; produzir água pura a partir de águas servidas; dessalinizar água do mar; gerar eletricidade por meio de células solares flexíveis; dobrar a vida útil das baterias de lítio (usando o material como anodo); produzir curativos antibacterianos. Em seus testes, o pesquisador usou 0,5 grama de seu nanomaterial para obter 1,53 mililitro de hidrogênio em

uma hora - três vezes mais do que quando se usa platina como catalisador. Usando águas servidas, a produção de hidrogênio alcançou 200 mililitros por hora. Atualmente, ele afirma estar colaborando com colegas que estão estudando o uso do dióxido de titânio em baterias de lítio - os testes, que dobraram a capacidade das baterias, foram feitos em baterias do tipo botão. Segundo Sun, o próximo objetivo é encontrar parceiros industriais que queiram usar seu material. ME

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mercado

Paranaense Plastilit inaugura nova unidade ainda este ano

passa em auditoria de pré-qualificação da Petrobras e amplia operações na AL

Divulgação

A paranaense Plastilit – Conexões, Tubos e Acessório vai inaugurar ainda este ano uma nova fábrica, no município de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba. A 4º maior produtora de conexões de PVC do país, com um crescimento médio de 30% ao ano, sinaliza com esse investimento suas perspectivas de expansão. A nova unidade terá 30 mil m² de área construída e mais 60 mil m² de área livre. É estimado um investimento de R$ 50 milhões entre a aquisição do imóvel, sua estruturação e a compra de novos equipamentos. A fábrica terá capacidade produtiva aumentada de 16 mil toneladas/ano para a expectativa de 30 mil toneladas/ano, e a mesma será projetada para suportar uma produção ainda maior, pois a empresa investe, paralelamente, em novos produtos, como torneiras em ABS, assentos sanitários, caixas sifonadas, mangueiras corrugadas, sifões, engates flexíveis, torneiras em polietileno e conexões de grandes dimensões. A obra terá um layout inovador no sentido de modernizar a produção e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente. Tecnologia aliada a novas práticas deverão otimizar os recursos naturais envolvidos no processo de proInvestimento dução e, assim, diminuir de 50 milhões o consumo de energia e deverá praticaos residuais sólidos pósmente dobrar a produção. ME produção

Interpipe

Em 2012, a companhia vendeu mais de 1.1 milhões de toneladas de tubos para clientes em mais de 80 países A Interpipe, uma das maiores fabricantes de tubos de aço no mundo e há 11 anos no mercado brasileiro, amplia suas operações na América Latina: sua fábrica de produção de tubos sem emendas, a Interpipe Niko Tube, passou, em abril último, na auditoria de pré-qualificação realizada pela Petrobras, o que, segundo a chefe do departamento de Vendas da empresa, Vera Smal, gera oportunidades significantes para a companhia. "Atualmente, a América do Sul é um mercado muito promissor para nossa empresa. Como tal, o desenvolvimento de parcerias com as principais empresas na região, como a Petrobras, é uma conquista importante para nós", afirmou a executiva. De acordo com os resultados de qualificação emitidos, os materiais da Interpipe Niko Tube foram aprovados para os padrões API 5 L e ASTM A 106, A53, A335 na abrangência da produção do plano com o tubo externo com diâmetro de até 12 polegadas. Companhia internacional verticalmente integrada, e uma das maiores fabricantes de tubos de aço sem emendas no mundo, a Interpipe vendeu em 2012, mais de 1.1 milhões de toneladas de tubos para clientes em mais de 80 países. Está também entre as três maiores produtoras de rodas ferroviárias e pneus, além de operar uma ampla rede de escritórios localizados na Europa, América do Norte, Oriente Médio, Rússia e Ásia Central. ME


mercado empresarial

mercado

Bombas Grundfos quer duplicar faturamento em três anos

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uplicar o faturamento local no prazo de três anos, ou seja, manter um ritmo de crescimento de vendas de 25% ao ano, é o desafio que Sandro Sandanelli aceitou ao assumir a gerência geral da Bombas Grundfos do Brasil, segundo o portal Química. A empresa de origem dinamarquesa é especializada em soluções para bombeamento, com uma receita global de US$ 3,6 bilhões por ano. O faturamento da subsidiária brasileira no ano passado foi de cerca de R$ 60 milhões, 10% a mais do que em 2011. Segundo Sandanelli, 2012 foi um ano difícil em muitos setores, especialmente para os fabricantes de bens de capital mecânicos. Apesar disso, ele prevê que 2013 iniciará um ciclo de fortes investimentos para preparar o país para sediar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Depois disso, ele acredita que as vendas para saneamento básico (água e esgotos) devam permanecer em forte elevação. A empresa está investindo para reforçar a sua infraestrutura de negócios, de modo que

suporte o crescimento projetado de vendas futuras. Exemplo disso é a construção de uma bancada adicional de testes para bombas de grande porte, que deverá ser instalada na sede, em São Bernardo do Campo-SP (onde funcionou por muitos anos a fábrica da Mark Peerless, compraA empresa está investinda mundialmente pela Grundfos), do para reforçar a sua inem 2013, mediante investimento fraestrutura de negócios, de € 1 milhão. de modo que suporte o A nova bancada permitirá testar crescimento projetado de os produtos nos parâmetros de vendas futuras pressão e de vazão impostos pelas novas normas europeias, que serão exigidas a partir de 2017. Segundo o executivo, elas são muito mais detalhistas que as normas nacionais da ABNT. Além disso, a companhia acabou de concluir um investimento de R$ 7 milhões para implantar o sistema de gerenciamento empresarial da SAP, o mesmo da matriz. O reforço na estrutura operacional incluiu a abertura de filiais em Recife-PE e no Rio de Janeiro-RJ, a ampliação do quadro de representantes comerciais e da rede de assistência técnica nacional. ME

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mercado

Schulz: nova unidade produzirá tubulações para o pré-sal

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O investimento será de R$ 60 milhões

grupo alemão Schulz, fabricante de tubulações para o mercado de petróleo e gás, vai construir uma quarta unidade produtiva no Brasil, com investimento estimado de R$ 60 milhões. A fábrica, em Campos dos Goytacazes (RJ), será a primeira da companhia no país voltada exclusivamente para a exploração de petróleo na camada do pré-sal. Prevista para entrar em operação neste segundo semestre de 2013, a unidade vai produzir uma tubulação específica para a operação em águas profundas, conhecido como BMS. Será capaz de produzir 70 mil metros de tubos anualmente. Os tubos são usados na ligação entre o solo marinho e as plataformas. Por ele podem passar tanto o petróleo e o gás que são extraídos dos campos, como também a água, a argila e outros materiais que são bombeados para dentro do solo para que se crie a pressão necessária para a saída do combustível. De acordo Marcelo Bueno, presidente da companhia para a América Latina, a nova fábrica vai produzir as tubulações com mais de 60% de conteúdo nacional. As outras três unidades produtivas da empresa no Brasil fabricam tubos que são usados nas plataformas, acima da lâmina d'água. ME

Agco investe R$ 65 milhões em fábrica no Rio Grande do Sul A Agco, fabricante das máquinas e implementos Massey Fergusson e Valtra, inaugurou recentemente em Santa Rosa, interior do Rio Grande do Sul, uma nova área de pinturas de peças e complementos, baseados em nanotecnologia. O investimento, de R$ 65 milhões, vai aumentar a capacidade de produção da fábrica, que produz colheitadeiras e plataformas para grãos: até o final do ano, a unidade atingirá sua capacidade total de produção, que é de 200 colheitadeiras por mês. Atualmente, são fabricadas 150 unidades/mês. Com o novo sistema de pintura das chapas e componentes, elas podem ter sua vida útil aumentada em 50%. As chapas deixam de ser pintadas com pistolas e passam a receber camadas sucessivas de tintas especiais em 16 tanques, o que acaba com o risco de as chapas terem alguma área sem cobertura de tinta, deixando-as expostas a fatores corrosivos. Isso prolonga a vida útil dos equipamentos. O sistema é semelhante aos usados pelas montadoras de veículos automotores. A Agco detém atualmente entre 16,5% a 17% do mercado de colheitadeiras no país. Para o ano de 2014, a empresa estima que esta participação chegará a 20%. ME

Investimento foi feito em equipamentos industriais baseados em nanotecnologia


mercado empresarial

iniovação

inovação

Bateria recarregável de zinco-ar

de alta eficiência e baixo custo Já existem baterias de zinco-ar no mercado, mas não são recarregáveis e não conseguem armazenar muita energia. O grande desafio tem sido desenvolver versões recarregáveis, o que cientistas da Universidade de Stanford perto de realizar

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Cientistas da Universidade de Stanford deram um passo importante no desenvolvimento de uma bateria de zinco-ar. Os resultados poderão levar ao desenvolvimento de uma alternativa mais barata e mais eficiente para as baterias de íons de lítio utilizadas hoje. Baterias de zinco-ar combinam o oxigênio atmosférico e o metal zinco em um eletrólito alcalino líquido, gerando eletricidade com um subproduto do óxido de zinco produzido na reação. Quando o processo é revertido durante a recarga, são produzidos novamente oxigênio e zinco. "Com a ampla oferta de oxigênio na atmosfera, as baterias de metal-ar têm uma densidade teórica de energia drasticamente maior do que qualquer bateria aquosa tradicional, ou que as baterias de íons de lítio. Entre elas, a zinco-ar é técnica e economicamente a opção mais viável," disse Hongjie Dai, coordenador da equipe. Outras vantagens dessas baterias incluem a abundância e o baixo custo dos metais utilizados, todos bem mais baratos do que o lítio, e o fato de que os eletrólitos não são inflamáveis, tornando as baterias muito seguras.

Eletrocatalisadores Já existem baterias de zinco-ar no mercado, mas elas não são recarregáveis e não conseguem armazenar muita energia. O grande desafio tem sido desenvolver versões recarregáveis - que geralmente exigem catalisadores caros, como a platina - e aumentar a vida útil dos eletrodos de zinco. Para isso, são necessários eletrocatalisadores ativos e duráveis para catalisar a reação do oxigênio - de redução durante a descarga e de evolução durante a recarga. Foi justamente aí que o pesquisador Yanguang Li conseguiu seu avanço, dispensando a platina e o irídio, normalmente utilizados nos protótipos de baterias zinco-ar recarregáveis. "A combinação de um catalisador híbrido de ar e óxido de cobalto para a redução do oxigênio, e um catalisador híbrido ar hidróxido de níquel-ferro para a evolução do oxigênio resultou em uma eficiência energética recorde para uma bateria de zinco-ar, com uma densidade de energia específica mais de duas vezes superior à da tecnologia de íons de lítio," resumiu o pesquisador. Fonte: Inovação Tecnológica ME

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panorama casesdo & cases setor

Nova unidade da Tuper fornece tubos para o setor de óleo e gás

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Tuper inaugurou mais uma unidade industrial. Localizada na cidade catarinense de São Bento do Sul, a oitava unidade industrial da empresa recebeu investimentos de R$ 198 milhões. A Tuper Óleo e Gás produzirá tubos de aço American Petroleum Institute (API) que atendem especificações técnicas internacionais. Dessa forma, a companhia passa a ser a única empresa de capital 100% nacional dentre as grandes fabricantes instaladas no Brasil a produzir tubos de aço API, reconhecidos pela indústria de petróleo internacional com as especificações técnicas necessárias para suas atividades produtivas. A nova unidade produzirá tubos de aço carbono para aplicações estruturais e de condução, com diâmetros de até 13 3/8 polegadas e espessuras variando de 3 mm até 16 mm, utilizados no transporte de óleo, minerais, gases, combustíveis e outros. Também serão fabricados tubos casing, usados para revestimento de poços de petróleo. A produção de tubos estruturais da nova planta também atenderá a indústria naval, construção civil em geral, além dos setores rodoferroviário, sucroenergético, telecomunicações e de grandes construções de infraestr utura.

Cerca de 70% da produção da Tuper Óleo e Gás será destinada ao segmento de petróleo, gás, químico, petroquímico e mineração; enquanto 30% será destinado para os demais setores. A Tuper fornece itens para a construção e reforma dos que serão usados na Copa de 2014, como Maracanã, Mineirão, Itaquerão e Castelão. Dirigentes da empresa anunciaram investimentos de R$ 133 milhões nas áreas de geração de energia e também na produção de andaimes tubulares para o segmento da construção civil. O presidente da empresa, Frank Bollmann, revelou que a companhia está finalizando um plano para abrir uma subsidiária da Tuper Comercial nos Estados Unidos. O objetivo é atender o mercado americano e, futuramente, ingressar também em outros mercados.


panorama do setor cases & cases

mercado empresarial

A companhia passa a ser a única empresa de capital 100% nacional, dentre as grandes fabricantes instaladas no Brasil, a produzir tubos de aço API

nos segmentos de petróleo, gás, químico, petroquímico e mineração. As vendas se concentrarão basicamente nos países da América Latina e do Norte e na África. A primeira exportação foi confirmada com emEstratégia e investimento A unidade de óleo e gás terá papel preponderante na estratégia de crescimento da Tuper. A empresa sediada em São Bento do Sul (SC) quer atingir faturamento bruto superior a R$ 2,6 bilhões até 2017, alta na média anual de 2% a 3% a partir de 2014, cabendo de 30% a 35% do valor à nova unidade, a oitava do grupo. Com atuação em 22 segmentos industriais, a Tuper investiu R$ 198 milhões na construção desta fábrica, valor que elevou para R$ 357 milhões o aporte feito nos últimos dois anos em ampliação e modernização das unidades industriais, onde são produzidos tubos e perfis de aço. Os recursos foram gerados por meio de financiamentos com instituições financeiras públicas e privadas, caixa próprio e de acionistas. A unidade de 34,5 mil metros quadrados de área construída começou a ser erguida em junho de 2010, tem capacidade para processar até 180 mil toneladas de aço, volume que elevou para 480 mil toneladas o total do grupo. O mercado externo deverá responder por 40% a 50% dos negócios que a empresa pretende fechar

presa dos Estados Unidos. Atualmente a Tuper comercializa não mais de 3% de sua produção no exterior, atingindo cinco países. Com a nova unidade a expectativa é de 8% a 9% no prazo de quatro a cinco anos. O presidente e CEO da Tuper, Frank Bollmann, destacou aos jornalistas que visitaram a nova unidade que a empresa deverá crescer 31% em 2012, superando faturamento bruto de R$ 1,3 bilhão. Para 2013, já com a nova unidade em plena operação, o valor deverá chegar a R$ 1,8 bilhão. Bollmann espera para o final do mês a visita de auditores da Petrobras para a certificação da unidade e, assim, iniciar o fornecimento de produtos. Em 2012 a previsão é de que a Tuper consiga processar 400 mil toneladas, das quais em torno de 50 mil na nova fábrica, pouco mais da metade inicialmente estimada em função do atraso na instalação de equipamentos vindos da Itália. No ano passado, a empresa processou 274 mil toneladas e faturou R$ 1,033 milhão. Fonte: Revista do Aço

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cases & cases

Xylem conquista prêmio no Global Water Awards

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Xylem, uma das maiores fornecedoras mundiais de tecnologia voltada para água, foi agraciada na Global Water Awards, evento que destaca as principais conquistas na indústria internacional da água, na categoria Industrial Water Sustainability. O evento é realizado anualmente na maior conferência de negócios para a indústria da água em todo o mundo, a Cúpula Mundial da Água, na Espanha. A empresa foi reconhecida pelos sistemas de ozônio WEDECO fornecido para a expansão de produção da Fibria – indústria de papel e celulose, que utiliza duas linhas de ozônio operadas pela WTA Empresa foi recoProdução de Cellulose Ltda., para branquear nhecida na categoa polpa de madeira na fabricação de papel ria Industrial Water branco de alta qualidade na fábrica Fibria em Sustainability Jacareí, São Paulo. A Xylem ofereceu uma solução completa, sob medida, incluindo geração integrada de ozônio (novo sistema gerador de ozônio Z-Compact), compressão de ozônio e controle de gás residual (reutilização de oxigênio). Este sistema foi especificamente projetado em parceria com a WTA Produção de Cellulose Ltda após várias análises técnicas e comerciais com forte participação do

consumidor final, a Fibria. As plantas instaladas possuem a capacidade de produção de 1 x 500 Kg O3/h e de 1 x 250 Kg O3/h. Atualmente esta é a maior planta de ozônio no mundo. A tecnologia mantém as duas linhas de branqueamento operando com mais de 99% de disponibilidade e utiliza metade do volume do consumo e de produção de água, reduzindo significativamente o impacto ambiental do desperdício do fluxo de água e, ao mesmo tempo, os custos da operação de branqueamento. Esse projeto desenvolvido para a Fibria pela Xylem, em parceria com a WTA Produção de Cellulose, comprova a possibilidade de soluções sustentáveis para a indústria de papel e celulose. Xylem - A Xylem (Záilem) está presente em mais de 150 países. No Brasil, possui escritórios nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará, Santa Catarina, Bahia e Espírito Santo. A empresa é detentora das marcas Flygt, Godwin, Sanitaire, Leopold e Wedeco, entre outras. ME


sustentabilidade desenvolvimento

mercado empresarial

A pegada da Tigre para faturar R$ 5 bi

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ara saltar dos atuais R$ 3,1 bilhões de faturamento para R$ 5 bilhões, previsto para ser alcançado em dezembro de 2014, o Grupo Tigre tem uma estratégia arrojada – ainda que bem conhecida pelos CEOs. O crescimento se dará de modo orgânico e também por meio de aquisições. “Uma das aquisições deverá ser anunciada logo. É um negócio menor no qual já se faz auditoria interna dos dados econômico-financeiros e contábeis (due dilligence). Há três negócios de aquisições maiores em andamento. Olhamos todas as oportunidades. Há conversas com empresas brasileiras e do exterior”, declarou Evaldo Dreher, presidente da Tigre, ao jornal A Notícia. Dreher também confirmou que, ainda neste ano, a multinacional joinvilense do setor plástico terá cinco novas fábricas sendo três no Brasil. A Tigre /ADS, divisão de produtos para drenagem e tubos de grande diâmetro e mineração, terá planta em Maceió (AL). Já a Tigre, que fabrica tubos e conexões, construirá novas unidades em Camaçari (BA) e em Rio Claro (SP). Outras duas unidades serão erguidas no Peru. O investimento total será de R$ 100 milhões.

O planejamento da Tigre é visto com otimismo por analistas. Roulien Vieira, diretor do núcleo regional da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) de Santa Catarina, acredita que a principal razão que levou ao estabelecimento dessa meta é a gradual retomada da economia – no Brasil e no exterior. “Os preparativos para a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016 e a retomada gradual, ainda que lenta, da economia europeia e norte-americana sustentarão esse crescimento da companhia”, aponta Vieira. Outro ponto que ele destaca é a disposição geográfica das novas unidades – duas delas no Nordeste. Ela se somam às unidades de Camaçari, na Bahia, Escada, em Pernambuco e Rio Claro, no interior paulista). E a aposta da Tigre no Nordeste é um acerto, segundo Roulien. “Desde a década de 90, o Nordeste tem recebido pesados investimentos do governo como também da iniciativa privada. O potencial ainda é enorme por lá”, contextualiza. ME

A líder do mercado de tubos e conexões de PVC terá cinco novas fábricas no Brasil, com ênfase no Nordeste. E vai em busca de aquisições

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tecnologia

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Tenaris investe em tecnologia de ponta para apoiar desafios das águas ultraprofundas

A Investimento de US$ 180 milhões em duas novas prensas, já instaladas na unidade produtiva de Pindamonhangaba, interior de São Paulo

Tenaris, companhia multinacional com sede em Luxemburgo que oferece soluções tubulares para o mercado energético, deu início à fabricação, em final de maio último, de uma nova linha de produtos, resultado de investimento de US$ 180 milhões em duas novas prensas, já instaladas na unidade produtiva de Pindamonhangaba, interior de São Paulo. Com tecnologia alemã, as prensas permitirão que a companhia produza tubos de 1,5'' de espessura entre os dimensionais de 12 3/4’’ a 48’’. Segundo Renato Catallini, presidente da Tenaris no Brasil, as novas prensas produzirão tubos com maiores espessuras e graus de aço mais elevados, “capazes de enfrentar as hostilidades dos ambientes de exploração em águas ultraprofundas, que incluem elevadas pressões e ambientes ácidos, com alto índice de corrosão", explica. Um importante benefício adicional das novas

prensas é a diminuição no consumo de energia, em relação à geração anterior de equipamentos. Durante todo o processo de produção dos tubos, a economia pode chegar a 35%, devido aos motores, às bombas hidráulicas de alta eficiência e aos transformadores de última geração que alimentam os equipamentos. Com essa nova tecnologia, a companhia reforça sua parceria em projetos futuros e atuais da exploração e da produção offshore, contribuindo também com o avanço tecnológico exigido pelo desenvolvimento do Pré-Sal. A Tenaris também está instalando seu quinto Centro Global de Pesquisa e Desenvolvimento na Ilha do Fundão (RJ), com um investimento de US$ 38 milhões. A inauguração está prevista para dezembro de 2013. ME


mercado empresarial

tecnologia

GE coloca tecnologia da aviação no pré-sal

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GE Distributed Power fornecerá quatro turbinas aeroderivadas LM2500+G4 para a Modec (Mitsui Ocean Development and Engineering Co. Ltda.), especializada em engenharia, suprimento, construção e instalação de sistemas flutuantes de operação, segundo o Gui Oil&Gas. Essas unidades fornecerão energia para embarcações de retirada do pré-sal na costa brasileira, inclusive para as operações críticas de processamento. Com peso reduzido, as turbinas - derivadas dos motores de aviação da GE - são movidas a gás natural e operam com combustível líquido como backup. Uma opção compacta para instalação em plataformas de operações offshore. A potência de produção de energia de cada turbina é de 34 MW, suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil pessoas, como Sorocaba, no interior de São Paulo. Segundo Pedro Weiss, líder Comercial da GE Distributed Power para América Latina, o modelo LM2500+G4 garante durabilidade e confiabilidade, uma vez que é produzido com rigorosos padrões de segurança. “Cada vez mais investimos em inovações para garantir uma entrega de qualidade para as empresas parcerias e desafios locais”, conta. Até o terceiro trimestre deste ano, as turbinas serão enviadas para os estaleiros e instaladas nos campos de pré-sal da costa brasileira. O pré-sal apresenta as condições

Turbinas movidas a gás natural e que operam com combustível líquido como backup mais desafiadoras para a produção de petróleo, por conta da profundidade à qual os equipamentos são submetidos. Inovações como esta da GE são fundamentais para ampliar a extração de óleo. Para manter a parceria com o setor, em 2011, a GE inaugurou seu Centro de Serviços para turbinas aeroderivadas na cidade de Petrópolis, (RJ), com investimentos de US$ 10 milhões. O Centro de Serviços permite reduzir, pela metade, o tempo de manutenção dessas turbinas utilizadas na geração de petróleo. ME

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pesquisa

Pesquisador da USP descobre como tornar baterias mais eficientes

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Pesquisa da FGV revela que 57,1% esperam que a situação dos negócios, em seis meses, seja melhor que a registrada nos mesmos meses de 2009

ma pesquisa da Escola Politécnica da USP (Poli) final somente pode realizar um sonho de quem usa dispositivos água. móveis: seu laptop, tablet ou smartphone poderá No entandemorar dias ou semanas até apitar que está com to, essas batea bateria quase acabando. rias custam caro por causa do preço proibitivo O estudo, tema da tese de doutorado do químico Adir da platina. No mercado internacional, uma onça José Moreira, poderá levar à fabricação de baterias de (ou 28 gramas) pode custar 1,5 mil dólares. Um célula de combustível tão eficientes quanto as melhores caminho, então, seria reduzir a quantidade de do mercado, mas com uma menor quantidade de um de platina utilizada na fabricação. Apesar de com seus principais componentes, a cara platina - portanto, isso o preço cair, ocorreria o mesmo com a mais baratas. eficiência e com a durabilidade Baterias de célula de combustível são da bateria. Cientistas ao redor Com menor quantidiferentes das baterias e pilhas encontrado mundo tentam, há anos, dade de platina, as das em controles remotos e lanternas. encontrar formas de usar a Elas geram energia a partir de um combaterias serão mais platina de forma eficiente. bustível que pode vir de fonte externa, baratas Como a grande quantidade como o hidrogênio, por meio de um de platina torna a célula muito processo eletroquímico e um facilitador, cara, além de muito do material a platina. ficar desperdiçado dentro da célula, Moreira O metal separa o hidrogênio em prótons e elétrons. conseguiu aumentar a atividade química da Uma membrana permite a passagem apenas dos prótons. platina nas baterias a célula de combustível. Enquanto isso, os elétrons são obrigados a passar por outro caminho, gerando a corrente elétrica. Muito dura- Por meio de uma técnica desenvolvida no douras, elas alimentam carros elétricos de última geração laboratório da Poli, ele reduziu o tamanho das e são a promessa para dias ou até semanas de vida para partículas. "Por causa disso conseguirmos atingir a smartphones e laptops. Como a célula de combustível pode usar o hidrogênio mesma eficiência, mas com uma menor quanpara gerar energia, especialistas a consideram uma fonte tidade de platina", diz Moreira. Quanto menor de energia renovável. Além disso, diferente das baterias o tamanho das partículas, mais eficiente é o e pilhas comuns, que precisam de cuidado especial quan- desempenho da célula. "Partículas pequenas do são depositadas no lixo por causa de seus materiais facilitam as reações eletroquímicas, grandes as nocivos ao meio ambiente, a célula tem como produto dificultam", explica. Fonte: verdesobrerodas.com.br


pesquisa mercado

mercado empresarial

SENAI faz parceria UE deve dobrar verba para com Centro de Pes- parcerias público-privadas em pesquisa e inovação quisa Britânico A Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia,

Objetivo é desenvolver projetos de qualificação na área de tecnologias construtivas sustentáveis

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Centro de Pesquisa da Construção (Building Research Establishment – BRE) do Reino Unido assinaram um memorando de entendimentos, em julho último, em Brasília (DF). Segundo o Portal da Indústria, a ideia é desenvolver projetos com foco na capacitação e certificação de profissionais da rede SENAI em tecnologias construtivas sustentáveis. Para o SENAI, esse é o início de um diálogo que proporcionará inúmeros benefícios para as duas instituições. Com a parceria, será possível criar projetos que englobem serviços de qualificação e de alto valor agregado para as indústrias brasileiras. SOBRE A BRE - A Building Research Establishment (BRE) é uma organização privada que realiza pesquisas, consultorias e testes para a construção civil. A organização desenvolveu o primeiro método de avaliação ambiental e sistema de classificação de construções do mundo, chamado Breeam. Desde 1990, mais de 250 mil construções já foram certificadas pelo método e mais de um milhão foram registradas para o processo de avaliação.

pretende dobrar a verba pública disponível para as chamadas Iniciativas Conjuntas de Tecnologia (JTIs, na sigla em inglês), parcerias de pesquisa e desenvolvimento firmadas com a iniciativa privada. Estabelecidas em 2007, as JTIs receberam € 3,12 bilhões (R$ 9,2 bilhões). Para o período 2014-2020, a previsão é de € 6,44 bilhões (R$ 19 bilhões). A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento Europeu e pelos países-membros da União. Das cinco iniciativas criadas em 2007, três serão mantidas, e duas, fundidas num projeto único. Além disso, uma nova quinta iniciativa – para criar substitutos, sem origem fóssil, para os produtos petroquímicos usados na indústria – será estabelecida. Os programas mantidos até 2020 são o Células de Combustível e Hidrogênio, para a pesquisa, desenvolvimento e demonstração da eficácia dessas tecnologias, que podem ser utilizadas para acumular energia e também para substituir os combustíveis fósseis em veículos, na Europa; o Céu Limpo, para a criação de tecnologias que tornem os aviões mais amigáveis para o meio ambiente, por meio da redução de ruído e das emissões de carbono; e a Iniciativa de Inovação Médica, com verba de € 2 bilhões. Essa Iniciativa tem o objetivo de apoiar o processo de desenvolvimento de novas drogas, com a criação de redes de especialistas na academia e na indústria. A segunda fase desse programa terá metas específicas para a criação de novos medicamentos, como antibióticos. Serão fundidos os programas Artemis e Eniac. Ambos lidavam com tecnologia eletrônica – o Eniac, especificamente, com nanoeletrônica – numa iniciativa única, a de Sistemas e Componentes Eletrônicos. O novo programa criado, para reduzir o uso de derivados de petróleo em processos industriais, será chamado de InPrevisão é de 6,4 dústrias Biobaseadas.

bilhões de euros para o período 2014-2020, em cinco iniciativas

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vitrine

Amanco Irrigafort

Resistente, leve e consome menos energia

O Amanco Irrigafort é o primeiro tubo em PVC da marca desenvolvido especialmente para altas pressões no segmento de irrigação. Além de resistente e leve, o que facilita o transporte e a instalação, o processo produtivo do tubo consome menos energia em relação às soluções de mercado para a mesma aplicação, tonando-se uma opção sustentável. O produto possui ainda o sistema de vedação do tipo junta elástica, com anel integrado e removível, permitindo a integração com qualquer sistema defofo. Moléculas biorientadas (tecnologia inovadora e exclusiva da Amanco no país) no interior do produto aumentam a performance mecânica do tubo durante a aplicação. O Amanco Irrigafort é a versão para o mercado agrícola do Amanco Biax, que foi lançado em 2010 e é voltado para sistemas de adução e distribuição de água e esgoto sob pressão.

Novo sistema

de válvulas integradas de oxigênio da White Martins Segurança e desempenho em hospitais, clínicas e no atendimento domiciliar

A White Martins lançou primeiro sistema de válvulas integradas para cilindros de oxigênio de grande porte no Brasil. A tecnologia, que segue o mesmo conceito dos cilindros portáteis desenvolvidos pela empresa para transporte de pacientes, é indicada para o uso nos leitos de hospitais e clínicas ou no atendimento domiciliar. De acordo com a companhia, por apresentar o regulador de pressão e o fluxômetro integrados ao cilindro, o sistema reduz os custos com acessórios de gasoterapia, tradicionalmente utilizados no mercado hospitalar, dispensando a montagem e manutenção de conexões e fluxômetros. Esta solução pode administrar uma vazão de 0,5 a 25 litros por minuto de oxigênio e o fluxo pode ser ajustado de acordo com a necessidade terapêutica.


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mercado empresarial

TIGREFire®

Máquina pARA Tubos Proteção Contra Incêndio de Concreto TUBER

TBG-610

Durabilidade e facilidade de instalação e de manutenção A linha de tubos e conexões de CPVC TIGREFire® foi desenvolvida para condução de água em sistemas de proteção e combate a incêndio com chuveiros automáticos. Tem sua utilização recomendada em áreas classificadas como Risco Leve, ou seja, aquelas onde a quantidade e/ou a combustibilidade do conteúdo existente (carga incêndio) é baixa e onde possui esperada baixa taxa de liberação de calor. Exemplos: escritórios, hotéis, residências, igrejas, clubes, escolas, hospitais, livrarias, museus, casas de repouso, restaurantes (exceto cozinha), teatros e auditórios, sótãos. Entre suas características, estão: facilidade de instalação devido ao processo de execução de juntas à frio, com adesivo, sem a necessidade de equipamentos especiais; facilidade de transporte e manuseio na instalação devido à leveza do material; facilidade de se executar reparos nas instalações e mudanças de projetos. Ganho de altura no Pé Direito da obra devido existirem buchas de redução de diâmetro, facilitando a execução do projeto. Dispensa manutenção preventiva, como pintura e limpeza interna. Durabilidade: por ser feito de CPVC, não sofre ataque químico das substâncias da água, o que evita oxidação, ferrugem ou corrosão dos componentes, e incrustações que comprometeriam o desempenho hidráulico ao longo do tempo. A linha de CPVC TIGREFire® deve ser instalada em sistemas molhados, ou seja, redes de tubulação fixa, permanentemente cheias de água sob pressão, onde são instalados os chuveiros automáticos (sprinklers) nos seus ramais. Os chuveiros automáticos (sprinklers) desempenham o papel simultâneo de detectar e combater o fogo. Neste sistema a água somente é descarregada pelos sprinklers que forem acionados pelo calor ou fogo.

Ajuste adequado da rotação para cada diâmetro de tubo fabricado, adequando a potência disponível, à produtividade As máquinas TUBER da Série 600, tipos TBG610/615-A, são equipamentos destinados à fabricação de tubos de concreto Simples e Armados - MF/ PB, para canalizações de águas pluviais, conforme norma ABNT NBR 8890. O equipamento executa o processo de Giro Compressão Radial, utilizando ferramenta tipo Êmbolo com Rolos de Pressão, que fazem a compactação do concreto, contra as paredes do molde externo e calibrando o diâmetro interno do tubo, pelo próprio Êmbolo. É dotado de Inversor de Frequência no motor principal, permitindo o ajuste adequado da rotação para cada diâmetro de tubo fabricado, adequando a potência disponível, à produtividade. O modelo TBG é dotado de Base Giratória de 03 posições, com indexação automática, permite um posicionamento rápido e preciso; Comando por Software Supervisório, que permite armazenar todos os parâmetros do processo de fabricação, garantindo um menor desvio padrão; Módulo de Gerenciamento de Manutenção Preventiva e Controle de Desgaste das Ferramentas, garantindo uma vida duradoura ao equipamento e aos ferramentais.

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dicas de leitura

ANÁLISE DE TENSÕES EM tuBULAÇÕES INDUSTRIAIS O projeto de tubulações industriais requer o conhecimento de diversas áreas da engenharia, como, por exemplo, resistência dos materiais, sistemas mecânicos e transferência de calor. Encontram-se, nesta obra, conceitos relativos ao gerenciamento de projetos, sua documentação, normas utilizadas e diversos exemplos de aplicação que serão, certamente, de muita utilidade tanto para estudantes de engenharia quanto para profissionais, engenheiros e projetistas, uma vez que o texto apresenta as metodologias e normas próprias para o fim a que se propõe. Uma análise de seu conteúdo evidencia o fato de que, além de um livro-texto, esta obra é um tratado de Tecnologia de Tubulações, estudando em profundidade assuntos como critérios para análise de tensões, suportes e restrições, cargas de serviço e cargas ocasionais e, enfim, efetuando a análise das cargas térmicas, responsáveis pela maior parte dos problemas que surgem em tubulações industriais. O projeto adequado dessas tubulações, por meio de utilização de normas e procedimentos corretos, e também de seus elementos de sustentação e fixação evita, além de acidentes mais sérios, um consumo excessivo de energia ocasionado por vazamentos.

TABELAS E GRÁFICOS PARA PROJETOS DE TUBULAÇÕES 7ª Edição Os gráficos e tabelas aqui apresentados foram aproveitados de normas oficiais nacionais e estrangeiras, ou de material de propriedade de várias entidades. Entretanto, exceto em raros casos, não se limitou simplesmente a copiar o material aproveitado, tendo sido feitos diversos arranjos, simplificações, notas, e outras adaptações, não só para dar uma uniformidade de apresentação, como principalmente para facilitar o trabalho de consulta e dar melhor adequação às necessidades do projetista. Por esse motivo, muitas das tabelas extraídas de normas não foram reproduzidas na íntegra, tornando-se apenas os elementos que de fato interessam usualmente ao projeto; conseguiu-se assim um resumo que acreditamos facilitar bastante o uso dessas tabelas. Acrescentamos também numerosas notas explicativas que não constam nos documentos de origem. As tabelas e gráficos originários de fontes norte-americanas foram convertidos para o sistema métrico, excetuando-se apenas alguns casos em que essa conversão além de difícil seria de pouca valia.

Autores: Bailona, Baltazar Agenor; Porto, Fernando Silva de Araújo; Camargo, José Rui

Autores: Pedro C. da Silva Telles; Darcy G. Paula Barros

Editora: LTC / 2006

Editora: Interciência/2011

Número de páginas: 262

Número de páginas: 210

BOMBAS INDUSTRIAIS Este livro tem por objetivo fornecer subsídios aos engenheiros e técnicos, e também aos estudantes de engenharia, envolvidos com as atividades de especificação, seleção, operação, manutenção e instalação de bombas. Ênfase especial é dada ao estudo das bombas dinâmicas e sua aplicação na indústria do petróleo, petroquímica e áreas correlatas. Os dois capítulos finais fornecem informações básicas sobre as bombas volumétricas. Autor: Mattos, Edson Ezequiel de Editora: Interciência/2001 Número de páginas : 474

TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS - CÁLCULO 9ª Edição OUma obra útil, não só como livrotexto para cursos universitários, mas para todos os profissionais que trabalham com tribulações. A obra possui um cunho prático, omitindo desenvolvimentos teóricos extensos e enfatizando a observação e recomendações práticas ao longo de seus oito capítulos. Autores: Pedro C. da Silva Telles Editora: LTC/2012 Número de páginas: 180


dicas de leitura

mercado empresarial

VASOS DE PRESSÃO 2ª Edição Vasos de pressão trata do projeto mecânico, do detalhamento, da fabricação, da montagem e inspeção de vasos de pressão em geral: vasos propriamente ditos, reatores, torres de destilação e de fracionamento, esferas para gases etc., e também permutadores de calor, aquecedores, resfriadores, refervedores, condensadores e outros equipamentos de processo. O livro destina-se aos estudantes de engenharia e aos profissionais de nível superior e de nível médio que trabalham em firmas de projeto, fabricação e montagem de vasos de pressão, em firmas de inspeção, bem como aos usuários em geral de vasos de pressão.

EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS DE PROCESSOS Ter noções de equipamentos industriais é imprescindível para o desempenho profissional na maioria das especializações da Engenharia, tanto na elaboração de projetos, quanto na implementação e manutenção de instalações industriais e prediais. Este livro apresenta o que de mais importante e útil se pode realizar com equipamentos de diversas finalidades, oferecendo, ainda, uma breve recordação de Hidrodinâmica e Termodinâmica, matérias necessárias à compreensão de como funcionam os equipamentos. Entre tantos equipamentos, esta obra aborda os seguintes: Bombas, Ventiladores, Compressores, Turbinas a vapor e a gás, Caldeiras de vapor, Equipamentos para água gelada e para água quente, Misturadores e agitadores, Separadores, Filtros e Válvulas.

Autor: Telles, Pedro Carlos da Silva Editora: LTC Número de páginas: 180

Autor: Macintyre, Archibald Joseph Editora: LTC Número de páginas: 280

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índice de anunciantes

Aços Lapefer................................................................................................ ...............22 Aldifer Distribuidora de Ferro e Aço................................................................4ª Capa AM Cofres & Móveis.................................................................................................. 31 Beerre Assessoria Empresarial................................................................................. 22 Belotti Soluções Industriais....................................................................................... 31 Consigo Comércio Cine Foto Som............................................................................ 49 Extretec Indústria e Comércio de Trefilados........................................................... 22 Feital...................................................................................................................2ª Capa Geradores Jundiaí...................................................................................................... 31 Hidraufort Comércio de Tubos e Conexões.....................................................2ª Capa Metalfitas Comércio de Fitas de Aço....................................................................... 22 Metalmag Produtos Magnéticos Ltda...................................................................... 49 Multvent Venezianas Industriais................................................................................ 5 Portal 123Achei.................................................................................................3ª Capa Tekno S/A Indústria e Comércio................................................................................ 5 Trefital......................................................................................................................... 49 Viveiro Vertis Veritas................................................................................................. 49 Wimaq Industrial Ltda............................................................................................... 22

Anuncie Agora Mesmo Tel.: (11) 3124-6200



CAPA


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