Jornal da SBD - Nº 5 Setembro / Outubro 2012

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Jovem Dermatologista

Jovem Dermatologista

Carreira sem fronteiras Assim como Renata Joffe, todo dermatologista, seja ele jovem ou não, pode mudar o rumo da vida profissional, driblando as adversidades com determinação e muito estudo partir de 2003, a vida de Renata Joffe, hoje com 35 anos de idade, mudou completamente. Formada pela Faculdade de Medicina de Teresópolis (Unifeso) e com especialização em dermatologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a então dermatopatologista não imaginava que sua carreira pudesse estar traçada fora do Brasil, apesar de sempre ter se encantado com a ideia. Seu futuro começou a se deÄnir após ter assistido a uma palestra do professor, pesquisador e dermapatologista Bernard Ackerman, durante o Congresso Brasileiro de Vitória, no Espírito Santo. “Naquele momento percebi meu grande interesse pela carreira de dermatopatologista. Fiz questão de me apresentar ao Dr. Ackerman para demonstrar todo o meu entusiasmo por sua apresentação. Em alguns minutos de conversa, ele me convidou para fazer um fellowship na Ackerman Academy of Dermatopathology, em Nova York, nos Estados Unidos (EUA). Aceitei o convite na hora e, alguns dias depois, eu já estava organizando minha ida para Manhattan. Assim, logo após concluir o curso de pós-graduação na UFRJ, fui de mala e cuia para os Estados Unidos!” Já em solo estrangeiro, em 2004, ano em que chegou a Nova York, Renata teve o privilégio de vivenciar a dermatopatologia em alto nível, conhecer pessoas interessantes e expandir seus conhecimentos na disciplina. Tudo isso durante o fellowship na Ackerman Academy. “Passava grande parte do tempo participando de sessões clinicopatológicas e fazendo pesquisas sobre a verdadeira relação entre o sol e o desenvolvimento do melanoma. Participei de várias publicações de pequenos trabalhos conceituais. Durante esse período, fui incentivada por diversas pessoas queridas, incluindo minha família e o Dr. Ackerman, a Äcar em Nova York e a seguir a carreira de dermatopatologia nos EUA. Apesar de sempre ter sido o meu sonho, eu sabia que, se decidisse Äcar, teria uma longa e difícil trajetória pela frente.” A jornada estava apenas começando. Para conseguir realizar seu objetivo, Renata se matriculou

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no curso preparatório a Äm de adquirir base para enfrentar as quatro provas complexas do United States Medical Licensing Exam (USMLE), cujo objetivo é revalidar diplomas médicos estrangeiros. O certiÄcado de revalidação, chamado de Educational Commission for Foreign Medical Graduates (ECFMG), é a única maneira de um médico estrangeiro clinicar nos EUA. O processo demandou bastante esforço. As avaliações eram longas, difíceis e custosas, e as notas de Renata competiriam com as de candidatos americanos. Contudo, após quase um ano e meio de muitos estudos e dedicação, ela obteve o certiÄcado de revalidação. Naquele momento, novos caminhos se delineavam. Na dúvida entre cursar a residência de dermatologia ou de anatomia patológica, já que ambas permitiriam a subespecialização em dermatopatologia, ela escolheu a última, e foi iniciada nova etapa de estudos, que duraria três anos, na Columbia University, em NY. “Dessa forma, complementaria meus conhecimentos e me tornaria, eventualmente, dermatopatologista mais completa. Em junho de 2006, com o início da residência percebi que tinha feito a escolha certa. Sempre que tinha algum tempo livre, continuava fazendo pesquisas e trabalhos com o Dr. Ackerman. Em junho de 2008, publicamos juntos a primeira edição do livro: The sun and the ‘epidemic of

melanoma: myth on myth. Um ano depois, concluí a residência e retornei ao Ackerman Academy com o objetivo de fazer mais um ano de dermatopatologia, sendo agora fellow oÄcial e, dessa vez, com o Prof. Geoff Gottlieb. Ao Äm do curso, fui procurada para trabalhar como dermatopatologista no laboratório de anatomia patológica e de biologia molecular Miraca Life Sciences, em Dallas, Texas. Aceitei e me mudei para a cidade em 2010.” O laboratório em que trabalha fornece laudos para mais de três mil pacientes por dia e, na dermatopatologia, recebe em torno de 600 mil biopsias por ano. “Cada dermatopatologista diagnostica aproximadamente 150 lâminas diariamente”, completa. Ao falar sobre a dermatologia brasileira e, em especial da SBD, Renata Joffe é só otimismo. “Acho a dermatologia no Brasil um sucesso! A SBD e seus membros estão cada vez mais presentes e inÅuentes. O número de membros, apresentações e publicações é cada vez maior. Hoje, sendo a

segunda maior sociedade de dermatologia no mundo, vejo que o Brasil tem grande impacto em seu conhecimento de dermatologia, principalmente nas áreas de doenças infectoparasitárias, assim como nos avanços na área de cosmiatria. Outros países também já perceberam a presença e o know-how da dermatologia brasileira nos congressos e simpósios internacionais”, observa sem esquecer os ensinamentos adquiridos em solo brasileiro: “Tive ótimos professores e uma excelente formação na UFRJ, além de poder entrar em contato com grande variedade de pacientes com casos interessantes. O ensino foi muito completo e abrangeu todos os aspectos da dermatologia. Éramos incentivados a publicar trabalhos, fazer apresentações, participar de pesquisas e projetos na comunidade, bem como a participar de congressos nacionais e internacionais”, conclui a dermatopatologista Renata Joffe, que nos deu seu exemplo de garra, ousadia, talento e vontade de vencer na vida. Ela é brasileira.

Queremos saber sua opinião sobre o conteúdo deste jornal, bem como as ações desenvolvidas em nossa Sociedade. Envie suas opiniões, sugestões e críticas para o e-mail comunicacao@sbd.org.br. Suas ideias são muito importantes para que, a cada edição, possamos aperfeiçoar nosso trabalho.

Painel do leitor

Cara diretoria da SBD, Quero felicitá-los por duas ações recentes: a reestruturação da CNPCP para um Dia de Ação, bem bolado e mais efetivo, e pela campanha de valorização publicada na revista Veja, atitude arrojada e com boa visibilidade, muito bem concebida e executada. Com ações corajosas como essas a nossa SBD vai crescer sempre. Parabéns pela postura audaz, Omar Lupi

Errata

Ackerman e Renata Joffe: ensinamentos do mestre vão ficar para sempre

O Jornal da SBD retiÄca a informação publicada na edição anterior sobre como baixar os dados de acesso para a utilização do aplicativo Atlas Dermatológico. Diferente do que informamos, não é pelo e-mail site@sbd.org.br que são solicitados login e senha para o download gratuito da ferramenta, mas sim diretamente no site da entidade. O processo é simples. Basta entrar no site médico, clicar em “Miniatlas Dermatológico”, inserir seu login (n. do CRM, estado, senha) para receber os dados de acesso ao aplicativo. Feito isso, com os dados fornecidos pelo sistema em mãos, acesse a Apple Store, digite “Atlas Dermatologia” no campo de “busca” e realize o download. O aplicativo é válido por 12 meses e funciona exclusivamente em iPhone e iPad. O associado que tiver esquecido a senha de acesso ao sistema poderá solicitá-la pelo e-mail cadastrado na SBD.

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