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DFB FESTIVAL 2022

Edição de retomada presencial do DFB Festival celebra título de cidade criativa do design, outorgado a fortaleza pela UNESCO

Após dois anos de realização online do evento, o DFB Festival, maior evento de moda autoral da América Latina, retornou a sua forma presencial e híbrida nas areias da Praia de Iracema, no último mês de maio de 25 a 28. De acordo com Claudio Silveira, idealizador do evento, o festival tinha como tema “Ocupe seu espaço” com um olhar 360º, para retratar o Brasil de diversos horizontes. Para além da moda e da forma multicultural, o público conferiu programações voltadas para cultura, economia, formação, indústria, gastronomia e turismo. Nesta edição, a criatividade e a economia criativa dos fortalezenses ganharam destaque durante os desfiles, exposições e ações educativas

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Nesta edição, o DFB Festival contou com uma programação também digital. Fora da Cidade Autoral, o público assistiu a entrevistas, prévias, podcasts via DFB TV e DFBCast. Os desfiles e a programação de talks foram transmitidos simultaneamente no canal do Youtube por lives.

“Acredito que o formato híbrido e um caminho sem volta para o setor de grandes eventos. Ao mesmo tempo amplifica o alcance das ações, e permite chegarmos a mais pessoas, utilizando diversas plataformas online” destaca Claudio Silveira.

Reforçando o compromisso com a criatividade e economia criativa, o DFB ressalta o título de Fortaleza como Cidade Criativa do Design pela Unesco. O reconhecimento foi outorgado em 2019, ano da última edição presencial do DFB Festival.

Segundo Claudio Silveira, a força criativa da indústria da moda cearense esteve muito presente. Para além da moda e de forma multicultural, o público conferiu programações voltadas para a cultura, economia, formação, indústria, gastronomia e turismo presente nesta edição.

O DFB Festival 2022 foi realizado pelas Artesanias do Ceara e apresentado pela Secretaria Especial da Cultura do Governo federal e pelo Governo do Estado do Ceara. Agradecimentos à Enel, patrocínio Giga Mall e apoio da prefeitura de Fortaleza, Sebrae, Cagece e Vicunha. E ainda contou com apoio institucional da Secretaria da Cultura (Secult/CE).

MEGAESTRUTURA E ESPAÇOS DE NEGÓCIOS E LAZER

Neste ano, o DFB Festival apresentou a maior estrutura da sua história. Com 30.000 m² construídos sobre as areias do Aterro da Praia de Iracema, a Cidade Autoral apresentou duas passarelas gigantes, dois pavilhões com dezenas stands, coleções e expositores, arena de beach tennis, palco de 28 metros de altura e 100% reciclável, espaços kids e pet-friendly.

JORNADA DO CONHECIMENTO E DIGITALIZAÇÃO

Ao longo de quatro dias, o Dragão Pensando Moda (DPM) se transformou em um verdadeiro espaço de formação e troca de vivências. Promovido pelo Senac, a programação encerrou com destaque a moda con-

temporânea e seus desafios para inclusão e sustentabilidade na moda. Grandes vozes do assunto, compartilharam vivências e soluções criativas para construir marcas mais inclusivas no mercado.

EXPOSIÇÃO VIRTUAL

Com uma proposta de cidadania, o festival contou com uma exposição promovida pelo Senac/CE, em parceria com o Instituto do Câncer do Ceara feita com mulheres mastectomizadas. Mais do que pertinente (INCA), chancelado pelo Ministério da Saúde, estima-se que, em 2022, mais de 66.200 novos casos da doença surgiram. O Ceará situa-se entre os sete estados com maior índice previsto, com taxa estimada de 50,54 casos para cada 100 mil mulheres.

Acreditar na pluralidade é um dos preceitos do DFB Festival, maior evento de moda autoral da América Latina. Pensamentos, propósitos e corpos plurais. Diante deste cenário, em que o corpo é uma das principais formas de conexão entre indivíduo e o mundo, o evento inspira-se em narrativas para gerar imagens poderosas e empoderadas.

Baseados nestes dados o Senac/CE apresentou durante o festival a exposição digital “Rês(peito)”, que reúne 10 mulheres que venceram a luta contra o câncer de mama. A exibição do material foi conferida em tótens, durante o DFB, que aconteceu de 25 a 28 de maio.

A expo digital “Res(peito)” confirma que, quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de plena recuperação, mesmo que com sequelas emocionais ou físicas. É o que atestam as 10 convidadas que posaram para as lentes de Nicolas Gondim, fotógrafo que também assina as imagens da campanha do DFB Festival 2022. Mais do que simples histórias de superação, cada narrativa mostra o quão complexo é o momento em que uma mulher se depara com o diagnóstico do câncer de mama.

TALKS E OFICINAS VOLTADAS PARA MODA

Constituído por atrações para diversos eixos, o Festival também abrangeu um ciclo formativo de conhecimento e troca de vivências, com palestras e oficinas em parceria com o Senac CE,Unifor e Haco. Os assuntos foram marketing digital, escrita criativa e jóias foram abordados.

CONEXÃO GASTRONÔMICA

Nesta edição o público assistiu a uma verdadeira conexão gastronômica, com grande diversidade de gastronomia ofereceu uma oficina de receitas descomplicadas do Maciço, orquestrada pelos chefs Mattu Macedo e Núbia Lima, o espaço também recebeu uma aula-show de Patrick Lima Alex e Thales Romão, chefs de grande renome na cidade.

PALCO FACTORY

Enquanto o público assistia às criações nas salas de desfile, o Palco Factory recebia atrações nacionais e locais de diversos ritmos e gêneros musicais. Em clima sunset, a cantora Luiza Nobel entoou um repertório com regravações de hits do funk e pop, junto a composições próprias, como “Anástacia”, “Go Now” e “Let’s Burn”, o duo pernambucano BENZA exalou brasilidade com músicas que misturam pop e tropicalismo a batidas eletrônicas, a banda Mundo Livre S/A transformou o palco em um verdadeiro caldeirão com apresentação das faixas enérgicas e provocativas do projeto “Walking Dead Folia”, além de hits que marcaram a carreira do grupo, considerado um dos expoentes do mangue beat no Brasil. Em clima sunset, Two Notty, dos irmãos DJs Marcello e Felipe Barra, contagiaram o público com um repertório eclético e cheio de remixes eletrizantes, o rapper Doixton trouxe a versatilidade do trap nacional, a banda Selvagens à Procura de Lei agitou a multidão de fãs com sucessos e hits do indie e rock nacional,

DESFILES

O evento recebeu, mais de 20 desfiles em suas passarelas de 40 metros, com estrutura total que o grande público conferiu em duas salas as criações dos estilista, marcas e especiais de moda cearense: • DAVID LEE + NARCÉLIO GRUD: David Lee em parceria com Narcélio Grud, apresentaram AURORA. Explorando o universo feminino e,

num movimento de fora para dentro, imprimindo sua assinatura em curvas suaves, numa experiência criativa na qual o corpo demarcado é visto numa perspectiva “sexy suave”. Projetando luz sobre o contorno, a alfaiataria sempre presente nas coleções do designer traz uma silhueta utilitária para os looks masculinos. Para completar o seu tradicional crochê, valorizando o artesanato nordestino. • KALLIL NEPOMUCENO: A proposta do veterano Kallil Nepomuceno foi mostrar o que vem depois da angústia, do isolamento e do abandono da pandemia da Covid-19. O que vem depois da dor e do sofrimento de uma guerra que mesmo distante interfere no nosso dia a dia? É preciso renascer para poder enxergar de novo, tirar o embaçado da visão e contemplar a vida e o que ela nos traz. Na passarela criações femininas e masculinas que passeiam dos tons sólidos, monocromáticos e clássicos às estampas 3D colors que destacam o verde, o azul, o laranja, a fúcsia, o limão siciliano, entre outros, numa viagem que passa por peças mais encorpados de alfaiataria a tecidos leves, como a seda pura e o tule, que destacam a transparência e a fluidez, marcantes na assinatura

Kallil Nepomuceno. Muitos vestidos, saias com fendas, decotes, maxis jaquetas, legging e segunda pele para arrematar os looks. Botas e sandálias ganham as maxis estampas e fecham a coleção. • HAND LACE POR EDINA MOREIRA: Apresentou a coleção Pé No Chão, inspirada nas memórias de infância compartilhadas com a irmã Erica no Sertão do Ceará. A coleção retrata vivências, relações pessoais e com o meio ambiente do interior do sertanejo. • OLÊ RENDEIRAS: Em sua estreia, a Olé Rendeiras, fruto da parceria de Catarina Mina e

QAIR Brasil, em um projeto idealizado em 2019 que já mudou a vida de mais de 250 mulheres de Trairi, no CE. O desfile surpreendeu o público com looks delicados e coloridos, feitas por renda de bilro, harmonizados em diferentes recortes, como blusas, quimonos, vestidos e biquínis para a coleção MARÉ.

RT

• ALMERINDA: “Mas o que usaria Maria Antonieta em 2022?” Essa foi a pergunta que inspirou a nova coleção da estilista. Como resultado Almerinda trabalhou uma cartela de cores açucarada, trouxe o clássico branco junto das cores Pistache, Verde Macaron, Lilás Candy, Caramelo Coffe e Cereja. Passando pelos jardins temos o Azul Céu, nos tons de flores temos Lavanda, Fúcsia e o Off Pétala e finalizamos com o tom de Vinho Marsala. As rendas de Renascença, Chantilly e o bordado

Richelieu se unem aos tecidos nobres como

Voil de Algodão, Linho, Organza, Tafetá de

Seda, Gazar de Seda, Zibeline dão um tom moderno a coleção. • THERESA MONTENEGRO: Em uma atmosfera de romance e magnetismo, nasceu a coleção. A estilista, que fez sua estreia presencial no DFB 2022. Apresentou na passarela, o DNA da marca, a exclusividade tão característica do feito à mão. Vidrilhos, canutilhos, miçangas, cristais e strass foram aplicados em tecidos que vão do crepe ao tule, passando pelo cetim de seda e zibeline para criar peças exclusivas. Metal e acrílico também marcam presença. • RENDÁ por CAMILA ARRAES: Trouxe uma releitura artística e poética com uma coleção feita inteiramente de renda sem cor, em homenagem ao artista cearense

Vando Figueiredo. • RIO-JAS: As tipologias artesanais, identidade da marca exuberante e ousada, como as tramas de nós que constroem os macramés e crochês exclusivos. Uma mixagem do artesanato do nordeste com as estampas atemporais do animal print, símbolo constante da marca. • BRUNO OLLY: Trouxe criações ousadas com roupas curtas e coladas e desfile de um casting majoritariamente masculino para questionar os padrões impostos aos gêneros na sociedade.

“Ridículo é quem perde tempo em querer menosprezar o próximo”, disse. • SHERIDAS: Para iluminar, trazer luz e recomeços. Terra Luz vibra nas cores, e faz rito de celebração. Memórias afetivas de um domingo ensolarado na Terra do Sol, que é quente e energética o ano inteiro, foi o cenário da coleção. Foi uma experiência imersiva no design, música e moda nas areias da Praia de

Iracema. • VITOR CUNHA: Novo nome da cena autoral, usou do conceito mitológico e estético da libélula para criação de peças exuberantes em modelagens justas e oversized, produzidas por diversas técnicas, como crochê freeform e reinterpretações de macramê. Aguardado por uma sala lotada. • LINDEBERGUE: O estilista que faz parte da história do DFB, encantou mais uma vez o público ao apresentar uma coleção cheia de significados e sentidos, referentes ao contexto pandêmico, com peças em crochê e composições de tule, que homenagearam às mulheres, em diversos padrões estéticos, e ainda destinou espaço para personalidades queer e drag queens. • IVANILDO NUNES: Trouxe uma coleção vibrante e renascentista, construída com rechilieu, renda de bilro e crochê. • MARINA BITU: A marca apresentou a coleção Octopus, que retratou a ligação da figura feminina com o oceano em peças sensíveis e fluida. • BABA: Transportou o público para o outro mundo com criações inteiramente coloridas, estampadas e provocativas e recortes profundamente criativos • BANANA URBANA: Marcou o retorno do cocriador do evento, Josenias Junior, a marca estreou a coleção “Banana da Terra”, preenchida por peças de estética tropical e com a cor amarela como grande protagonista. • SAW SWIN: Representando a moda beachwear, a marca encantou o público com produções que celebraram a figura de fluidez e versatilidade do gênero feminino. • SAND BLUE: A marca investiu em sustentabilidade ao apresentar uma coleção de beachwear com acessórios reutilizados de resíduos descartáveis da indústria, como a corda náutica.

• VI LINGERIE: A marca de lingerie apresentou a coleção "Ceará é Flor, é Amor", trazendo uma releitura da cultura cearense através de peças em tons rosê e rendas, que esbanjaram feminilidade.

DFB FESTIVAL 2022

Em edição histórica encerrou com desfiles marcantes, e de revelações da moda autoral, sucesso de público e exaltação da cultura criativa

Milhares de fortalezenses conferiram programação multifacetada, voltada para cultura, economia, formação, indústria, gastronomia, inovação, fitness e turismo. programação musical, o público assistiu a apresentações de atrações da eletrônica, rap e rock. O ciclo de formação deu continuidade a temáticas de inclusão social e ecossistema da moda. Ao todo, estima-se que mais de 30 mil fortalezenses circularam e prestigiaram o evento.

“Os dois últimos anos nos mostraram que nos momentos de maior desafio é onde conseguimos nos reinventar e superar as adversidades. Acredito que é esta mensagem a maior mensagem que o DFB 22 quer passar: desafios existem para serem superados. Esse é o motivo para quatro dias de intensa celebração, reencontros, sensação de esperança renovada e construção do maior DFB da história”, declara Claudio Silveira, mente criativa do DFB Festival.

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