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Câncer de Cabeça e Pescoço

Especial Saúde da mulher mulher Câncer de Cabeça e Pescoço

Os tumores de Boca e da Garganta estão relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, má higiene oral, falta de cuidados dentários e o contato como HPV

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No dia 27 de Julho comemoramos o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. Na verdade, todo o mês de Julho é destinado às ações que tem por objetivo prevenir ou promover o diagnóstico precoce destes tipos de neoplasias, o chamado Julho Verde. Sempre é importante relembrar as medidas preventivas para reduzir o risco de desenvolver tumores nestes locais.

A população da nossa região tem ascendência europeia em grande parte e o risco do câncer de pele se destaca, inclusive na região da cabeça e pescoço. Desta forma é importante lembrar que o uso diário de protetor solar adequado para este sítio, bem como evitar a exposição ao Sol nos horários das 10 às 16 horas e a utilização de proteção mecânica como roupas de mangas longas, com proteção contra radiação solar, chapéu, bonés e sombrinhas são importantes para evitar o câncer de pele. As mesmas atitudes são efetivas na prevenção dos tumores dos lábios.

Os tumores de Boca e da Garganta estão relacionados com o consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, má higiene oral, falta de cuidados dentários e o contato como HPV(Papilomavirus humano).

Estudos realizados no Brasil e pesquisas em outros países correlacionam de modo enfático o aumento da incidência dos tumores da Orofaringe com a prevalência da infecção pelo HPV e práticas sexuais sem proteção. Neste contexto ganha importância a oferta da vacina para prevenção do HPV, disponível no Sistema Público de Saúde, mas que tem baixa adesão na população alvo.

A boa notícia é que alguns subtipos de tumores, incluindo estes relacionados ao HPV podem sofrer uma redução na intensidade do tratamento e manter os mesmos níveis de cura que se obtinham com tratamentos mais agressivos.

Outra situação favorável é a consolidação de novas modalidades terapêuticas, como a Imunoterapia (tratamento destinado a aumentar o grau de resposta imunológica do organismo contra os tumores) que pode ser usada em conjunto com a quimioterapia ou isoladamente apresentando resultados superiores às terapias convencionais.

Outro órgão que se situa no pescoço é a Tireóide, sede de nódulos e tumores cujo diagnóstico tem aumentado significativamente no Brasil e no mundo.

A novidade neste campo é o surgimento de um teste molecular “made in Brazil”, capaz de separar os nódulos malignos dos nódulos benignos e, desta forma, permitindo evitar a cirurgia em grande parte dos casos. Estima-se que 60% das pessoas que realizam exame de Ultrassom da Tireóide terão nódulos detectados ao longo da vida, o que mostra a importância deste novo método diagnóstico no arsenal médico.

O Teste molecular chama-se Mir-THYpe e foi desenvolvido pela empresa brasileira Onkos Diagnósticos Moleculares. A pesquisa que consolidou a utilização deste método contou com a participação de pacientes, médicos e do laboratório Patologia Médica na Região dos Campos Gerais, sendo publicado recentemente no periódico Lancet Discovery Science(eBioMedicine).

Desta forma, podemos celebrar um avanço relevante na Oncologia desenvolvido no Brasil, com efetividade comprovada, custo menor que os testes realizados no exterior, facilidade logística e intercâmbio técnico com a nossa região.

DR. RUBENS ADÃO DA SILVA

Especial Saúde da mulher mulher Câncer e seu impacto na sociedade

Incontáveis fatores estão envolvidos no impacto do diagnóstico de câncer para a sociedade. Relacionar exclusivamente a doença com custos e gastos de saúde é subestimar a consequência que ele traz à população.

São valores dificílimos de mensurar, que envolvem aspectos emocionais, percepção de valor, qualidade de vida e de produtividade. Um olhar sistêmico para o câncer é fundamental para acolher de forma eficaz não somente o paciente mas a família e a comunidade ao redor. Vivenciar o processo de adoecer pode significar privação da sociabilidade do cotidiano, segregação e interrupção do curso normal da vida. A natureza imprevisível do câncer a priori gera estresse desencadeando eventualmente angústia, culpa ou ansiedade. A um primeiro momento, para o paciente costuma haver uma sensação de perplexidade — o chão sai dos seus pés. Entender, que nós seres humanos, somos compostos por uma tríade – corpo, mente e espírito e que tudo o que acomete o físico repercute nos âmbitos emocional e espiritual é o primeiro passo para vencer esse primeiro round. O segundo passo é buscar a energia interior que faz brigar pela vida, sendo ela muitas vezes relacionada à criação e suas vivências. Todos somos reflexo do que vivemos no passado: êxitos, fracassos e lutas. Neste momento, os profissionais de saúde tem papel fundamental, auxiliando os pacientes a desenvolver estratégias de enfrentamento e também compreendendo como a família se ajusta em cada situação. Para os familiares, solidão e silêncio podem ocasionar estresse, adoecimentos e rompimentos dos vínculos. Amparar o sofrimento e acolher ambos, paciente e família, resgatando recursos internos fortalece os vínculos entre paciente x família x equipe. Olhar além da doença, cuidar do todo. O impacto positivo do cuidado da pessoa com câncer e não do câncer na pessoa, assim como da presença multidisciplinar preparada já é reconhecido amplamente e mundialmente. Permite autonomia, sensação de pertencimento e integração na sociedade para o paciente. Gera adaptação para que o paciente mantenha sua qualidade de vida e sua dignidade.

DRA. CYNTHIA HOLZMANN KOEHLER

Especial Saúde da mulher mulher O que são Meningiomas Intracranianos?

Os meningiomas ocorrem mais frequentemente em mulheres (aproximadamente 60% dos casos quando comparados aos homens), em uma faixa etária de em torno dos 50 anos. Os sintomas variam conforme a sua localização, podendo variar de uma simples cefaléia (dor de cabeça) até sintomas neurológicos mais graves.

Com uma incidência de 30-35% entre os tumores intracranianos primários, os meningiomas são tumores benignos, em sua grande maioria. Muitos casos são assintomáticos e acometem, principalmente, mulheres, tendo seu pico entre 6ª e 7ª década de vida.

Meningeomas são tumores originários das meninges, tecidos que revestem e protegem o sistema nervoso central. Atualmente, ele tem uma incidência de 30-35% entre os tumores intracranianos primários, tendo assumido a posição de maus, comum entre estes, segundo alguns estudos, à frente dos gliomas. São tumores benignos em sua grande maioria, com alguns tipos associados à malignidade e de pior evolução.

Muitos dos meningeomas são assintomáticos e incidentais, sendo relatados como achados incidentais de necropsia em até 1,5% dos pacientes. Acometem, principalmente, pessoas de média idade e mais idosos, com pico na 6ª e 7ª década de vida, sendo o sexo feminino majoritariamente acometido. Os sintomas dependem do local onde está a lesão e são diversas as localizações possíveis. Na região frontal, por exemplo, podem causar perda da visão, de olfato e alteração de comportamento. Na região posterior da cabeça, podem cursar com alterações da coordenação; na base do crânio, podem causar alteração de nervos cranianos, como dificuldade para falar, deglutir ou movimentar a língua. Dor de cabeça, vômitos, perda de força e sensibilidade também são sintomas possíveis. Praticamente, qualquer sintoma neurológico pode ser encontrado.

Especial Saúde da mulher mulher

O prognóstico (evolução) está diretamente relacionado com o diagnóstico precoce e escolha correta da terapia.

Sendo lesões de crescimento lento, não é incomum serem diagnosticadas em tamanhos consideravelmente grandes.

A causa da maioria dos casos não está bem estabelecida, mas, certamente, células defeituosas da membrana apresentam uma susceptibilidade genética para se multiplicarem de modo desordenado. Sabe-se que meningeomas podem surgir a partir de sessões de radioterapia do sistema nervoso central, mas casos assim são raros de associação comprovada difícil. A influência hormonal na formação dos meningeomas ainda não está bem estabelecida, mas estudos ainda não concluídos procuram comprovar a existência de uma seleção similar ao que a Hiperplasia Prostágica tem, como o avançar da idade nos homens. Ou seja: quanto mais se avança a idade, maior a chance de ser ter um meningioma intracraniano.

Os casos familiares também são raros e estão ligados a síndromes genéticas, como a neurofibromatose. A cirurgia é o tratamento mais eficaz para esse tipo de tumor e, geralmente, é possível a remoção total com a cura da doença. Algumas vezes, estas lesões apresentam difícil tratamento, ou por serem aqueles raros casos malignos, ou devido ao complexo acesso cirúrgico, como os meningeomas petrocliviais, esfeno-orbitário e do seio cavernoso; nestes casos, outros tratamentos como a radioterapia podem ser utilizados.

O objetivo principal de qualquer intervenção neurocirúrgica é a preservação da função neurológica. Se já houver algum déficit neurológico antes da cirurgia, há necessidade de se discutir muito bem, com o neurocirurgião, as chances de recuperação total. O seguimento clínico pode recidivar décadas após sua ressecção, devendo ser monitorados com exames de imagens seriados.

DR. FÁBIO VIEGAS

CRM/PR 25867 | CRM/SC 24521 | RQE 19049 Neurocirurgia | Cirurgia de Nervos Periféricos

Especial Saúde da mulher mulher Ciclo menstrual X desempenho físico

Muitas mulheres não tem conhecimento sobre o próprio ciclo menstrual e o impacto dele no seu dia a dia.

Biologicamente falando, o ciclo é dividido em três fases: 1) fase folicular: nesse período, o endométrio é expelido, pois não houve gravidez e o corpo começa a se preparar para um novo ciclo, consequentemente aumenta a produção de estrogênio; 2) fase ovulatória: acontece exatamente na metade do ciclo menstrual, ocorrendo a ovulação, seguido do aumento da produção de LH (hormônio luteinizante), finalizando o amadurecimento do óvulo; 3) fase lútea: após a ovulação, acontece a formação do corpo-lúteo. Essa estrutura é responsável pela produção de estrogênio e de progesterona. Caso não haja a fecundação os níveis de LH caem drasticamente, o corpo-lúteo decresce, consequentemente os níveis de estrogênio e progesterona também, provocando a menstruação.

Cada fase tem sua característica, e sua secreção hormonal específica, e isso pode gerar diferentes reações para cada mulher, tanto no emocional, como também no desempenho físico.

Atletas de elite tendem a fazer uma periodização de treino de acordo com o seu ciclo menstrual, pois afeta diretamente no rendimento na sessão de treino. Quando falamos de mulheres em busca de hipertrofia, emagrecimento, ou outro objetivo especifico dentro da academia, podemos analisar uma diferença menor em seu desemprenho físico, já que essas não têm uma carga de treinamento muito alta.

Podemos observar que ao final da fase lútea temos uma diminuição na secreção hormonal, quando aparecem os sintomas pré-menstruais, a TPM, o que altera o humor e disposição para as atividades diárias, consequentemente diminui o rendimento na sessão de treinamento.

Já no final da fase folicular e dentro da fase ovulatória temos um aumento na secreção hormonal, os níveis de testosterona e estrogênio estão em alta, assim temos um aumento no desempenho físico, nessa fase podemos aumentar a intensidade dos treinos.

Contudo, concluímos que no período de baixa hormonal, é essencial que os estímulos físicos continuem sendo realizados mesmo com a intensidade reduzida, para que outras esferas relacionadas a bem estar e qualidade de vida sejam ativadas, mantendo uma constância e performance na periodização dos treinos.

Lembrando que isso varia de mulher para mulher, o ideal é o seu profissional analisar o seu desempenho e sua percepção de esforço durante a sessão de treino e adequar com seus objetivos.

VITOR HUGO B. OLIVEIRA

CREF 18617

MARYANE HILGENBERG

CREF 034244-G/PR