Notaer - Edição de Agosto

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TRÁFEGO AÉREO

MEIO AMBIENTE - Queimadas podem prejudicar tráfego aéreo, impacto semelhante ao dos nevoeiros O período de seca aumenta o risco de ocorrências de queimadas e a fumaça pode causar impacto no tráfego aéreo, de acordo com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA); região Centro-Oeste é o maior foco

CENIPA

AGÊNCIA BRASIL

CENIPA cria ferramenta para pesquisa sobre risco aviário no Brasil

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uem quiser consultar dados referentes a colisão entre aviões e aves em qualquer aeródromo do país, conhecer o número de ocorrências, saber o tipo de aeronave e em que fase do voo o acidente ocorre, dentre outras informações, pode recorrer à internet, graças à nova ferramenta do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA). Veja em www.cenipa.aer.mil.br. Desde o começo de junho, as fichas para reporte de qualquer ocorrência envolvendo aves ganharam formato novo, para facilitar o preenchimento, e foram inseridas em um banco de dados aprimorado. O objetivo é tornar as fichas e os dados acessíveis para estimular os reportes, que são feitos de forma voluntária. “A estimativa mundial é que apenas 20% das colisões que ocorrem são reportadas aos órgãos competentes”, afirmou o Major Aviador Henrique Rubens Balta de Oliveira, Gerente do Programa de Gerenciamento do Risco Aviário, do CENIPA. Risco Aviário é a denominação para o risco decorrente da utilização do mesmo espaço aéreo por aeronaves e aves. Exemplo do que uma colisão pode causar é o fato ocorrido em Nova York (EUA), em janeiro de 2009, quando uma aeronave pousou no Rio Hudson, após os motores terem aspirado aves.

A ocorrência de queimadas perto de aeroportos pode prejudicar a visibilidade para a aproximação dos pilotos

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lém dos danos ao meio ambiente, queimadas podem prejudicar o tráfego aéreo. O alerta da Aeronáutica tem relação com o início da época de seca e aumento das queimadas, principalmente na Região CentroOeste do Brasil. Segundo o diretor do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), Coronel Aviador Fábio Almeida Esteves, para a atividade aérea, os problemas criados pela fumaça produzida pelas queimadas são semelhantes àqueles produzidos por nevoeiros. A fumaça também pode reduzir a visibilidade nos aeródromos, dificultando ou, até mesmo, impedindo as operações de pouso e decolagem. O controle de tráfego aéreo monitora a visibilidade, alcance horizontal da visão, e o teto, altura da base das nebulosidades. No caso da fumaça o teto não é relevante, pois o fenômeno, normalmente, chega até o nível do solo.

“Os principais aeroportos das regiões Centro-Oeste e Norte do país operam com equipamentos que garantem a operação por instrumentos segura, incluindo o sistema ILS Categoria I, que permite a aproximação com restrições de visibilidade, até 800 metros, e teto, até 200 pés [ou 66 metros]”, disse o oficial. Segundo o Coronel Esteves, no período mais seco do ano, a fumaça das queimadas se espalha de forma uniforme. A ausência de chuvas ou ventos fortes faz com que a densidade da fumaça aumente dia após dia, até reduzir, de forma crítica, a visibilidade. Quando isso acontece, as aeronaves são impedidas de operar para estes destinos pelas companhias aéreas, que recebem informações por meio de boletins meteorológicos. Se já estiver em rota, o avião volta para o local de origem, já que nas duas regiões (Centro-Oeste e Norte) do Brasil os aeroportos são distantes uns dos outros, sendo raras as alter-

nativas que atendam aos interesses dos passageiros e das empresas de transporte aéreo. Um aeródromo em um local afetado dessa forma, embora possua modernos equipamentos de auxílio à navegação (caso de Campo Grande, Cuiabá, Porto Velho e Rio Branco) pode ficar sem transporte aéreo de passageiros por longos períodos, apesar da continuidade de uma eventual e pequena movimentação de aeronaves. Isto ocorre porque, mesmo em condições abaixo dos mínimos de visibilidade, os aeroportos não fecham. Sendo assim, as aeronaves da “aviação geral”, segmento composto pelos táxis aéreos, pelos aviões particulares e pelos executivos, entre outros, podem, mesmo nestas situações, tentar o pouso executando o procedimento de aproximação por instrumentos para a pista em operação e, mantendo uma altitude de segurança (específica para cada procedimento), tentar avistar a cabeceira e pousar.


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