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A COOPERAÇÃO MILITAR INTERNACIONAL

O desenvolvimento tecnológico contínuo das Forças Armadas brasileiras contribui para a elevação do nível operacional para o pronto emprego requerido pela Nação, seja em missões típicas de defesa da Pátria, seja no apoio à população em situações de calamidade e quando demandadas pelo Poder Público, ou contribuindo para a promoção da paz internacional.

É nesse contexto que, nas últimas décadas, a Força Aérea Brasileira tem buscado a sua atualização com a incorporação de equipamentos mais modernos e que exigem a permanente capacitação do efetivo, com vistas ao cumprimento da missão constitucional da nossa instituição militar.

Essa capacitação, não raras vezes, advém de parcerias estratégicas multinacionais que agregam alto valor às ações de salvaguarda dos interesses nacionais, como a promoção da autonomia produtiva e a projeção do país com a sua inserção em processos decisórios internacionais. Assim, a Força Aérea contribui tanto com a proteção das pessoas, dos bens e recursos do Estado brasileiro, como para a estabilidade regional e para a paz e a segurança internacionais.

No âmbito regional, esse desenvolvimento, aliado à diplomacia, contribui para a estabilidade sempre quando ocorre sob a égide de ações integradas e coordenadas. A preservação dos interesses das nações e a redução das diferenças estruturais entre os países são fatores contribuintes essenciais para a efetiva dissuasão ou eventual enfrentamento de ações hostis.

Sob aspectos mais amplos, o desenvolvimento da Força Aérea Brasileira promove condições favoráveis à implementação do Poder Aeroespacial em sua plenitude, fundamento essencial para a efetiva dissuasão contra ameaças à defesa e à segurança nacionais, no âmbito do Poder Nacional.

No bojo dessas premissas, com vistas aos pressupostos concebidos na Política Nacional de Defesa, torna-se essencial que a Força Aérea Brasileira incremente o relacionamento internacional, com atividades diplomáticas e de inteligência, incluindo a permanente atualização dos conhecimentos de nível operacional e estratégico.

Em continuidade às experiências anteriores, devemos não somente manter, mas ampliar a cooperação com as Forças Aéreas e com as instituições estratégicas dos países amigos. No continente americano, o Sistema de Cooperação entre as Forças Aéreas Americanas (SICOFAA) é o exemplo de associação regional para a qual o COMAER deve voltar sua atenção.

Sob uma perspectiva mais ampla, devemos buscar as mais promissoras aproximações com as demais nações, principalmente aquelas que prospectam maiores incrementos de capacidades e conhecimentos valiosos aos interesses nacionais e favoráveis ao Poder Aeroespacial brasileiro. O Gripen User Group, um agrupamento colaborativo das Forças Aéreas dos países operadores das aeronaves Gripen, é outro bom exemplo de parceria estratégica a ser implementada.

Nesse ambiente internacional cada vez mais interdependente, a cooperação ganha especial importância. Assim, estimulo a participação da Força Aérea Brasileira em contribuições diretas com os organismos internacionais ou em conjunto com as demais Forças Singulares, sob a coordenação do Ministério da Defesa, como já ocorre nos esforços combinados na busca da paz capitaneados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Como Comandante, apoio e incentivo as trocas de experiências por meio de acordos de cooperação com as Forças Aéreas e instituições de estado dos países de interesse, que possam contribuir com a consolidação das atividades efetivamente aplicadas em nossas reais necessidades operativas.

Estimulo, ainda, o diálogo e a cooperação com outros países, prioritariamente com as suas Forças Aéreas, por se constituírem poderosos instrumentos de prevenção e resolução de conflitos, instrumentos essenciais para o êxito da missão de defender o espaço aéreo e a soberania nacionais.

A Comunica O Com A Sociedade

Assim como nosso espaço operacional não tem fronteiras bem definidas, nossa interface com a sociedade brasileira é fluida, pois somos parte indissociável e indivisível dela. Contudo, muito do que fazemos pode passar desapercebido a seus olhos se não divulgado adequadamente. Ela deve perceber que somos uma Força que atua a qualquer tempo, em qualquer lugar, com incondicional disponibilidade permanente para servir ao cidadão.

Dessa forma, considero extremamente benéfico prestar conta de nossas ações à Nação, intensificando a divulgação nos meios de comunicação, estreitando relacionamento com os órgãos da imprensa e utilizando as diversas mídias à disposição nos dias atuais, de modo que a população tenha a perfeita e clara noção da atuação de nossa Instituição, até mesmo contribuindo para a atração de jovens que queiram ingressar em nossas fileiras, na dinâmica da constante necessidade de renovação de seus quadros.

Assim, na indissociável relação entre as funções de comunicação social e de informações, é essencial que a população conheça e acompanhe a atuação da FAB em sua plenitude, em todo o leque de nossas missões, resguardadas as informações sigilosas, que possam revelar dados que causem prejuízo ou exponham capacidades ou dados importantes e sensíveis da Força, no âmbito das suas atribuições em defesa da Pátria.