ESPAÇo
Pilotos de satélite Conheça como é o trabalho dos futuros “pilotos” do satélite brasileiro que irá ao espaço no próximo ano juSSARA PECCINI
ARTE / THALES
“E
u me imaginava operando ou controlando algum veículo aéreo, dentro da atmosfera, não fora dela, no espaço”. A frase é do Tenente-Coronel Marcelo Magalhães, um dos 30 brasileiros que estão diante do desafio de pilotar um veículo que ficará a 36 mil quilômetros da Terra. Piloto de aeronaves de reconhecimento e patrulha da Força Aérea Brasileira, o aviador interessado na área aeroespacial iniciou sua preparação em abril de 2014. “Na aeronave a resposta ao comando é imediata e visível ao piloto. No satélite, a diferença é que não vemos o comando ser executado, temos que esperar e interpretar os dados recebidos”, compara.
60
Jul/Ago/Set 2015
Aerovisão
São 20 militares da Marinha, Exército e Aeronáutica, além de outros dez do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Agência Espacial Brasileira, Telebras e da empresa Visiona, que estão se especializando na tarefa de operar, controlar e cuidar do Satélite Geoestacionário Brasileiro de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). A “tripulação”do satélite é uma equipe que trabalha 24 horas por dia, sete dias na semana. Pilotar o satélite significa mantê-lo na sua posição definida: o espaço não é infinito para ele. O espaço geoestacionário está dividido em 180 posições orbitais, cada uma separada da outra por um ângulo de 2°. No caso do SGDC, a órbita é sobre a linha do equador, para que o satélite tenha um período de rotação
igual ao da Terra, o que dá a sensação de que ele está parado no espaço sobre a sua área de interesse. Cada uma dessas posições é um cubo com cerca de 75 quilômetros de cada lado. Neste endereço espacial o SGDC deverá se manter para trabalhar bem. Porém, ele não estará sozinho. Outros dois satélites, sendo um da Embratel e outro estrangeiro, já orbitam por ali. De acordo com dados do centro de operações espaciais da Força Aérea dos Estados Unidos, há 705 satélites geoestacionários em órbita. Quem organiza a posição desses veículos espaciais é a ITU (International Telecommunication Union), a agência especializada das Nações Unidas para tecnologias de informação e comunicação.