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Oração Cristã

Oração cristã Jane do Térsio

Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos têm ofendido

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Esse pedido é formado por duas partes: na primeira: “Perdoai-nos as nossas ofensas” está implicitamente incluído nos três primeiros pedidos da Oração do Senhor, pois o Sacrifício de Cristo é “para a remissão dos pecados”. Na segunda parte, nosso pedido será ouvido somente sob a condição de nós, antes, tenhamos por nossa vez, perdoado.

Perdoai-nos as nossas ofensas

Como o filho pródigo, nós nos reconhecemos como pecadores. Após nos reconhecermos pecadores, apelamos para a misericórdia de Deus, porque seu Filho e mediante os sacramentos, “temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1,14). Perdão e vida reconciliada são possíveis porque temos um Pai bom. Mas este mar de misericórdia não pode penetrar em nosso coração enquanto não tivermos perdoado os que nos ofenderam. Quando recusamos perdoar os nossos irmãos, nosso coração se fecha.

...Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido

A misericórdia penetra no nosso coração somente se também soubermos perdoar, mesmo os nossos inimigos. A misericórdia só pode penetrar em nosso coração se soubermos perdoar nossos inimigos, a exemplo e com a ajuda de Cristo. Em seus ensinamentos Jesus nos diz: “Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48); “sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36); “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13,34). Se para nós parece impossível satisfazer essa exigência, o coração que se entrega ao Espírito Santo transforma a ferida em compaixão e purifica a memória, transformando a ofensa em intercessão. Este coração pode, como Cristo, amar até o extremo do amor.

A oração cristã chega até o perdão dos inimigos. Transforma o discípulo e o configura com o seu Mestre. O perdão é o ponto alto da oração cristã; Jesus nos diz que primeiro devemos nos reconciliar com o irmão e só depois levar a oferenda ao altar. O dom da oração não pode ser recebido a não ser num coração em consonância com a compaixão divina. O perdão dá também testemunho de que, em nosso mundo, o amor é mais forte que o pecado.

Muitas pessoas lutam uma vida inteira com o fato de não conseguirem perdoar. O profundo bloqueio da intransigência só se resolve na perspectiva de Deus, que nos acolheu: como nos diz São Paulo em Rm 5,8: “sendo nós ainda pecadores”.

Aqui é interessante observar que a oração diz “perdoai-nos as nossas ofendas” e não “perdoai as nossas ofensas”. No primeiro caso, você está pedindo para perdoar você e a ofensa feita; no segundo caso você esta pedindo para perdoar a ofensa. Dando um exemplo: você pisa no pé de alguém, diz “desculpe”, ou seja, desculpe a pisada no pé; mas se você diz me desculpe você esta pedindo para o outro desculpar o ato de pisar nele não a pisada, mas completando, você diz “me desculpe eu pisei no seu pé”. O pedido fica completo. Então, da próxima vez que formos rezar o Pai nosso digamos “...perdoai-nos as nossas ofensas...”

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