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Espaço teológico

Espaço teológico Michele Amaral - Bacharel em Teologia – PUC-Rio

Nesse mês convido você a meditar sobre Gratidão. Antes de iniciarmos essa reflexão vamos buscar no dicionário o que significa essa palavra: gratidão “é o ato de reconhecer um benefício recebido de alguém sem nada dar em troca”. Ora se gratidão é reconhecer que recebemos algo de alguém e ele não nos pediu nada em troca, então, nós devemos ser gratos a Deus por tudo, pois Ele nos ama de forma gratuita. Diante disso te pergunto: você tem o habito de agradecer a Deus por tudo?

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Temos muita dificuldade em sermos gratos, pois pensamos que o importante é ter, “eu seria feliz se eu tivesse _____”. Mas será que é isso que importa, ter ou deveríamos estar mais preocupados em ser? Aí vem logo aquela pergunta: pelo que devo ser grato? Deixarei S. Paulo responder por mim: Gratidão

“Em tudo daí graças” (1Ts 5,18)

Isso mesmo, devemos ser gratos a tudo, pois nos traz paz e alegria e ao sermos gratos reconhecemos como Deus é bom. “Pois tudo o que Deus criou é bom, e nada deve ser rejeitado, se for recebido com ação de graças” (1Tm 4,4). E o que é ação de graças? é mais que um simples “muito obrigado”, é um modo de oração incessante, ou seja, uma atitude de vida, uma disposição de constante gratidão e exaltação diante das diversas circunstâncias da vida.

Ser grato também é andar com

fé, sabendo que Deus está no controle de tudo e que todas as coisas que nos acontecem podem ser usadas para o nosso próprio bem. “A fé é uma posse antecipada do que se espera, um meio de demostrar as realidades que não se veem” (Hb 11,1), ou seja, não vemos Deus e cremos, pois, ter fé é acreditar sem ver. “Pois aquele que se aproxima de Deus deve crer que ele existe(...)” (Hb 1,6).

Temos que ter a consciência de que quando somos gratos estamos louvando a Deus por tudo, pois louvar é aplaudir, elogiar, portanto, quando louvamos estamos declarando a nossa gratidão. Quando somos gratos convidamos a felicidade para estar conosco, pois reconhecemos que a vida é um presente. São Paulo nos lembra: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1Ts 5,18).

Ora, mas como dar graças quando tudo vai mal? Realmente é difícil, caímos logo no vício da lamentação e da murmuração, ficamos de mau humor e começamos a afirmar que Deus parou de ouvir a nossa oração, que não nos ama e que não se importa mais conosco. Ainda bem que Deus é misericordioso. Eu sei, por experiência própria, que parar e agradecer nesses momentos nos parece uma forma de negação, de apatia e de ilusão, ficamos com a impressão de que esta é uma forma utópica de ver a vida, mas dar graça em todos os momentos implica reconhecer que nossa vida está nas mãos do Pai, que vivemos sob o senhorio de Cristo e que somos sustentados pelo Espírito Santo, ou seja, louvamos a Trindade.

Mesmo em meio a lutas podemos dar graças, não como meio de negação do sofrimento e da dor, mas como submissão a Deus e como meio de alcançarmos seu consolo e força, apesar das aflições. Não é fácil, mas devemos ser gratos pelas coisas boas que aconteceram e nos permitir que os momentos de provação se tornem oportunidade de aprender. Deus é perfeito, na alegria e na dor ele é o mesmo! Quando somos gratos reconhecemos o que recebemos e somos capazes de servir com mais amor, criando um ciclo de bondade, pois nos fazendo bem e aos outros também. Então, “Rendam graças ao Senhor, pois ele é bom; o seu amor dura para sempre (1Cr 16,34)

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