3 minute read

O AMADORAEDUCA DÀ A CONHECE PROJETOS EDUCATIVOS

O Parque Ilha Mágica do Lido voltou a acolher, durante quatro dias, a grande festa da educação: o AmadoraEduca.

Esta iniciativa reuniu as escolas e os alunos do Município e deu a conhecer os projetos educativos desenvolvidos ao longo do ano letivo pelos agrupamentos de escolas, no âmbito do Programa Municipal de Apoio aos Projetos Socioeducativos. Através da dinamização de atividades lúdicas, pretendeu-se acima de tudo proporcionar às crianças momentos de diversão, bem como promover a troca de experiências e a partilha de conhecimentos e saberes, com o objetivo de se estabelecerem redes de comunicação e de trabalho integrado entre as várias escolas da rede pública do Município dos diferentes graus de ensino. ◆

Com mais de trinta anos de experiência profissional no setor financeiro, António Almeida decidiu mudar de ramo de atividade e desde 2021 está à frente de uma das maiores panificadoras da Amadora, sem nunca esquecer quem iniciou o negócio.

Como nasceu a UPAL?

A União das Panificadores da Amadora Limitada (UPAL) nasceu em 1961 da vontade de 16 pessoas juntarem os seus negócios, como pequenas padarias ou venda de farinhas, num só. Hoje, a empresa já vai na 4ª geração e já conta com cerca de 160 sócios, pois à medida que a UPAL foi crescendo, foram dadas quotas aos trabalhadores. Este é verdadeiramente um negócio de várias famílias.

Como chegou à UPAL?

Desempenhei várias funções no setor financeiro durante 30 anos, desde a banca de retalho à banca de empresas, Direção de Risco e Auditoria, entre outras áreas, em Portugal e no estrangeiro. Em 2021, quis mudar de área e aplicar o meu conhecimento e experiência nesta empresa, pois acompanhava a evolução da UPAL de forma próxima há vários anos por razões familiares. Aliás, dou muito mérito a todos os que começaram e mantiveram esta empresa com 62 anos, pois a verdade é que com menos ferramentas de gestão e acesso limitado à formação, comparativamente aos dias de hoje, criaram uma grande empresa. Atualmente, o nosso grande objetivo é preparar a empresa para os próximos anos. A UPAL começou familiar e ainda é, mas o mercado é muito competitivo e nós próprios, como consumidores, queremos mais e melhor.

A UPAL é das maiores panificadoras aqui na Amadora, o que a distingue?

A UPAL sempre foi uma empresa reconhecida pela qualidade dos seus produtos. E temos feito uma grande aposta na criação de produtos diferenciadores, como por exemplo o pão de Barbela, feito com trigo de Barbela, moído numa mó de pedra, sem aditivos e feito com massa mãe. Outro exemplo é o pão da Mina, um pão com massa mãe sem aditivos, cujo nome é uma homenagem à freguesia da Mina. Além da aposta na inovação, não podemos deixar de sublinhar a importância da UPAL na economia local, através da criação de postos de trabalho. Por outro lado, contribui também para o reforço do conhecimento da comunidade sobre o processo de panificação na Amadora, nomeadamente através da participação na exposição “Trigo na Eira, Pão na Masseira. Uma história do Pão na Amadora”, no Núcleo Museográfico do Casal da Falagueira, ou da realização de visitas guiadas à nossa fábrica.

Quais são os produtos que vendem mais?

Falando da panificação, a carcaça é o produto rei. Temos muitos clientes que só comem carcaças se forem da UPAL. Mas sabemos que eventualmente os nossos filhos e netos já não vão comer carcaças todos os dias, já vão querer um pão mais saudável, com um trigo diferenciado. Queremos muito manter os produtos de raiz da empresa, mas pretendemos criar produtos novos, como o pão de Barbela ou o pão da Mina, que são reconhecidos pelos nossos clientes.

Apostam na matéria-prima nacional?

Sim, tentamos sempre utilizar matéria-prima nacional. É uma grande preocupação nossa, apesar de não existir produção nacional para o consumo existente. Por exemplo, o trigo de barbela utilizado no nosso pão de Barbela é um trigo secular que cresce em Portugal em zonas específicas.

Em termos de distribuição, onde estão?

Temos cerca de 30 postos de venda nossos na Amadora, o que é muito importante para nós. Paralelamente, fazemos distribuição desde a Ota, passando por Cascais e Montijo. Temos uma grande variedade de clientes, como lojas, hotéis, escolas, IPSS, caterings, entre muitos outros.

As instalações foram sempre aqui em Alfragide?

Tivemos quatro fábricas e esta foi a última a ser construída, em 1980. No entanto, por uma questão de gestão, optamos por concentrar toda a atividade nesta fábrica. Atualmente, dinamizamos nestas instalações visitas com escolas e com a comunidade, para conhecerem a fábrica e o processo do pão. São atividades em que apostamos, pois ligam- -nos à nossa população.

Gosta de estar na Amadora?

Conheço bem a Amadora e adoro trabalhar cá. Muitos colegas meus perguntavam “vens do setor financeiro para aqui, sais de um banco para a indústria de pão?”. Mas eu gosto muito, porque estou mais próximo das pessoas e estou a fabricar um bem essencial, que é o pão. Eu costumo brincar em circuitos familiares ou de amigos, dizendo que o importante é sabermos de gestão, porque seja no setor financeiro ou na indústria da panificação, há sempre uma “massa” para trabalharmos. Depois o importante é aplicarmos a nossa experiência e conhecimento e conseguir transmitir a toda a equipa. Se ao mencionado associarmos uma “pitada” de humildade e paixão tudo será mais fácil.