Seminario 400 anos coletanea volume i

Page 217

“As diferenças viriam à tona, como de costume, em período eleitoral” (REIS, pag. 23, 1º parágrafo). Isso tudo ocorrendo em 1877. No ano seguinte, os Liberais retornaram novamente ao poder e assim como o partido Conservador, também tiveram as suas divergências políticas internas. Essas diferenças ocorrem entre Nunes Gonçalves e Carlos Fernando Ribeiro e parece ser que elas ocorrem do mesmo modo que ocorreram no partido Conservador. Neste caso do partido Liberal, vemos que a disputa intra-oligárquica ficou cada vez mais acirrada com a ascensão de um aliado de Carlos Fernando Ribeiro, Felipe Franco de Sá, ao governo do Estado. Com isto, acaba ocorrendo a cisão do partido Liberal, que ficou dividido entre os “marcelenistas” (aliados de Nunes Gonçalves) e os “salinos” (liderados por Carlos Fernando Ribeiro). Nas eleições, tanto nacionais como provinciais e/ou municipais, os acordos entre grupos políticos começaram a não mais obedecer a uma fidelidade partidária e isso acabará gerando disputas INTRAoligárquicas ao invés de disputas INTER-oligárquicas, sendo expressas claramente nas cisões tanto do partido Conservador quanto do partido Liberal. Com o tempo, como percebemos até aqui, as disputas políticas deixam o âmbito familiar, característico do primeiro período de formação da oligarquia no Maranhão, e passam para o âmbito dos grupos políticos, como percebe-se no seguinte trecho: “A transição do predomínio das disputas de famílias à organização de grupos políticos dependentes da utilização patrimonial do aparelho do Estado foi acompanhada pela diferenciação dos tipos de lideranças dos partidos” (REIS, pag. 67, 2º parágrafo) Uma coisa bem importante no período refere-se a posse de um diploma de curso superior, que criava uma certa distinção social. A maioria deles era do curso de direito da Faculdade de Direito do Recife. “(...) no caso dos senhores rurais não funcionava como meio indispensável para o exercício de funções políticas no âmbito provincial” (REIS, pag. 68, 1º parágrafo) Ao que parece, a proclamação da república, em novembro de 1889, provocou uma intensificação nos processos de crise intra-oligárquica “A mudança de regime acelerou o processo de renovação interna da oligarquia” (REIS, pag. 72, 1º parágrafo) Entre 1890 e 1892, temos o auge das disputas intra-oligárquicas, quando a luta pelo poder político é atrelada com a ingerência do governo. Com o advento da proclamação da república, deixa de existir os partidos Liberal e Conservador e em 1891 temos quatro “novos” partidos: o Republicano, o Católico, o Nacional e o Constitucional. Esses três últimos partidos formavam o chamado “Partido Federalista”, que fazia oposição ao partido Republicano. Uma coisa a ser analisado é que talvez, pelo fato de haverem três partidos compondo a chapa da oposição, havia sempre certa divergência de interesses. Isso pode ser visto quando os ex-membros do partido Constitucional abriram uma dissidência dentro do partido federalista. Parece que a partir do trecho abaixo que podemos perceber a “necessidade” do caráter de mediadora atribuída por Flávio Reis às oligarquias, uma mediadora entre o governo centra e o governo estadual e/ou provincial/municipal:


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.
Seminario 400 anos coletanea volume i by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - Issuu