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história de persistência e de superação nas corridas

Muitas pessoas começam a correr para praticar um exercício aeróbico mais intenso e buscar qualidade de vida. Aos poucos, a corrida se torna um estilo de vida, uma paixão. Assim aconteceu com o corredor, Giovani Guerini, integrante da Associação Correr Toledo. O atleta iniciou na corrida devagar e com responsabilidade, mas o suficiente para se apaixonar por esse esporte.

Em sua trajetória na corrida, Giovani observa que muitos atletas sonham em buscar novas distâncias e com ele não foi diferente. “Corri 5, 10, 21 km da Meia Maratona, 42 km da Maratona, 60 km de uma Ultramaratona. Alguns corredores desistem sem mesmo iniciar os treinamentos; outros na preparação; alguns no percurso e uma minoria - que pensava fazer uma prova - cruza a linha de chegada bem”.

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Cada preparação para uma corrida transforma a vida, segundo Giovani. Ele explica que os treinos são - na maioria das vezes - sozinhos durante a madrugada. “A rua está vazia, apenas você e o seu desejo de ser cada vez melhor. Momento para colocar os pensamentos em dia, traçar estratégias, comemorar os quilômetros vencidos, chorar a dor que normalmente não é somente nas pernas, e sim, na alma e no coração”.

O corredor revela que em nenhuma prova largou com medo de não terminar; ele sempre pensou no momento da chegada, na torcida de quem estava de fora e sabia do desafio daquele dia. “Desistindo de desistir, um passo de cada vez, km a km, assim sempre funcionou. A maioria das pessoas inicia pelas provas de entrada. São as provas geralmente de 4 ou 5 km. O primeiro passo é escolher a prova, a data, a distância e se inscrever. Com os dias passando, o compromisso de treinar, fazer o melhor de si surge e a sensação de terminar a primeira prova é incrível”.

DESAFIO – Em cada corrida, Giovani sempre buscou a superação. Na última edição da prova 24 Horas Dr. Torao Takada, ele participou do desafio dos 100 km. “Após correr por nove horas seguidas, quando olhei para o relógio e vi que tinha percorrido 75 km veio na cabeça o quanto foi difícil fazer minha primeira prova de 10 km. Eu sempre tive dificuldade em correr rápido e almejar em ganhar uma corrida é realmente para poucos. Logo os objetivos ficaram claros: terminar bem as provas”.

O desejo em aumentar a distância percorrida se tornou o desafio pessoal a ser superado em casa prova. “Quando a distância dos 10 km estava frequente nos treinos, vi que era hora de buscar ajuda de um treinador. As idas a academia se tornaram frequentes, nutricionistas e tudo que pudesse me ajudar nessa evolução”, comenta Giovani.

Além de sempre conversar com os corredores mais experientes buscando dicas, o atleta ouviu as histórias contadas pelo Dr. Torao das provas que fez. “Sempre as escutei com carinho. Tinha a ideia de fazer várias Meia Maratona (21 Km) antes de sonhar com a Maratona, mas a pandemia mudou os planos e os treinos foram fluindo tão bem que lancei a ideia de me desafiar para ir direto para esse desafio”.

Foram seis meses de preparação e os 42 km foram concluídos. Como surge a Ultramaratona, prova acima de 50 km na vida de Giovani? Ano passado, ele teve um ano espetacular nas provas. “Fiz várias Maratonas e me desafiei a correr na Serra do Rio do Rastro, considerada uma das mais lindas e difíceis do Brasil devido a altimetria. “Em novembro encerrei o calendário planejado na Maratona de Curitiba e corri pensando qual seria o novo desafio. Me inscrevi para o Desafio das Catedrais entre Londrina e Maringá. O desafio era completar os 60 Km. Nesse tipo de prova, o corredor faz de forma autônoma, carrega sua alimentação e hidratação, pois são poucos pontos de apoio. Planejamento, coragem e apoio dos demais corredores ao longo do caminho são características das ultras. Terminei exausto, mas feliz e pensando qual seria o desafio de 2023 e ele se concretizou ao correr em casa 75 km; fantástico!”.

Giovani é grato aos amigos e conhecidos que fez nas corridas. “Todos são especiais, os corredores, organizadores da prova, fotógrafos e familiares que acompanham. Meu filho mais velho, o Vinicius, começou a correr comigo, parou e agora está voltando aos poucos. Meus filhos mais novos Aila (9 anos) e Theo (6 anos) também correm nas provinhas kids. Um orgulho para minha esposa e para mim”. Por fim, por que Giovani corre? “Para chegar ao final é muito pouco e ainda assim não tem resposta melhor. Acho que eu corro para ser parte de algo. É ser parte de um mundo onde não importa nada além de sua própria determinação”, finaliza o corredor.