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O QUE É DEPRESSÃO

Agora podemos entender o que realmente é a depressão.

O termo “depressão” foi banalizado, tornando-se sinônimo de sentimentos de profunda tristeza. Uma vez que todas as pessoas já experimentaram tristeza uma vez ou outra, todas tiveram depressão? Vejamos, as pessoas com a enfermidade depressão manifestam um desânimo paralisante, contínuo e prolongado, o qual interfere no cotidiano doméstico, no ambiente de trabalho e demais situações sociais. Fatos corriqueiros do dia a dia, tais como brigar com alguém, erros e rejeição em um trabalho, mudanças bruscas na vida, causam tristeza e aborrecimento, e as pessoas que enfrentam tais situações podem dizer que se sentem tristes, aborrecidas, porém esse sentimento não chega a ser depressão (doença clínica).

A tristeza geralmente desaparece sem precisar de tratamento especial. Bastam alguns momentos de prazer e/ou carinho e qualquer um é capaz de perceber que a tristeza, que antes dominava, desapareceu. Uma pessoa triste pode viver o seu cotidiano sem se arrastar” pela vida. Porém, a depressão não desaparece tão facilmente e traz em seu bojo sérias complicações para a habilidade de pensar e agir.

Segundo Coryell — MD, Carver College of Medicine at University of Iowa — (DSM-5 2020), os transtornos depressivos “caracterizam-se por tristeza suficientemente grave ou persistente para interferir no funcionamento, e muitas vezes, para diminuir o interesse ou o prazer nas atividades”.

Os sintomas causam prejuízos significativos na vida profissional, familiar e social da pessoa.

A depressão é uma doença de alta prevalência (especialmente nos países em desenvolvimento) e pode ser potencialmente fatal. Pode ser diagnosticada através dos relatos do paciente e alguns exames endocrinológicos úteis. É preciso buscar ajuda. O tratamento é capaz de colocar nos eixos toda a comunicação do cérebro e mandar embora as emoções negativas em excesso, deixando apenas o que é considerado normal. Procurar um psiquiatra, fazer psicoterapia, dormir bem e praticar atividade física fazem parte do tratamento, como veremos mais adiante. Há casos em que o médico pode recomendar a eletroconvulsoterapia ou estimulação magnética transcraniana rápida (EMTr).

Preste atenção em si mesmo e nas pessoas que você ama. Se a tristeza tem sido um sentimento constante, procure um profissional da saúde.

Depressão é um mal que também pode vir como resposta de estresse crônico, que foge do controle do cérebro. Você pode e deve ajudar o seu cérebro a sair dessas crises (com exercícios físicos constantes e, se necessário, buscar um médico para obter tratamento com antidepressivos ou estabilizadores de humor). Como a doença depressiva afeta o humor e os pensamentos, pode ser difícil avaliar com precisão seus sintomas. Se você pensa que está deprimido pergunte a amigos próximos ou familiares se eles notaram mudanças no seu humor, comportamento, pensamento ou na saúde física. Eles podem ter visto algo em sua maneira de agir que talvez você não esteja percebendo por agir inconscientemente. Por que me sinto tão para baixo, do nada? Sinto que a vida está passando por mim e, na verdade, não estou percebendo. Só consigo sentir cansaço e indiferença para qualquer coisa que antes me animava ou deixava feliz.

Marta Lopes

Causas

O que pode desencadear depressão? Por que algumas pessoas têm depressão? Ainda não se conhece tudo a respeito do que causa essa enfermidade; novas descobertas surgem conforme a medicina evolui em estudos e acompanhamento de casos. A Neurociência tem aprofundado estudos nessa área e descoberto muitos fatores, e sua contribuição para sanar essa questão tem sido valiosa.

Existem algumas teorias sobre a função evolutiva da depressão. Algumas doenças foram selecionadas pela evolução para sobrevivência da espécie e muitas das doenças que temos têm, ou tiveram, uma função. Por exemplo, as ansiedades: em que momento o ser humano desenvolveu um tipo de ansiedade? Foi parte do momento histórico vivido para proteção da espécie. Temos até “lixos evolutivos”; por exemplo, mesmo se as cobras forem extintas no futuro, ainda teremos medo de cobras.

Quer dizer que ela teve uma função na evolução da espécie?

Na Teoria da Competição Social, existe um conceito que se chama SAHP (Social Attention Holding Power) que é a habilidade de provocar atenção positiva e gratificações sociais, na forma de aprovação, gratificações, respeito, admiração, desejo, etc. Perder a atenção social produz ansiedade, que por sua vez pode gerar depressão, ou essa ansiedade pode gerar agressividade que será submetida a subordinação, e a consequência será a depressão.

Outra é a Teoria do Apego, criada pelo psicólogo John Bowlby, a qual diz que é eficaz a formação de vínculos, parcerias, alianças e coalisões. A perda dessa ligação afetiva provoca depressão, inibe os comportamentos de risco em um momento de fragilidade e provoca a busca por novo relacionamento e manutenção dos existentes.

Já a Teoria do Risco Social (mistura das duas anteriores) sugere que o fenômeno depressivo pode ser concebido como uma resposta defensiva ao aumento do risco em cada um dos domínios (estratégias) sociais: poder ou afiliação.

Parece-me que os homens estão sempre buscando razões para a existência e desenvolvimento das doenças, a fim de se tornar mais fácil a sua compreensão e a busca por possíveis soluções. Então, tenho certeza de que estamos muito perto de concluirmos bons prognósticos a respeito da depressão.

Muitas são as a vertentes científicas que se debruçam sobre esse tema buscando cura e melhoria nos sintomas, sintomas. Além da Alopatia, temos a Homeopatia, a Biofísica Quântica, e outros ramos da Ciência.

Principais gatilhos (estímulos que o cérebro recebe e que podem detonar o processo):

• Derrotas, humilhações, sentir-se preso ou coagido por circunstâncias.

• Perda de um ente querido (pais e filhos — são os mais traumáticos).

• Mudanças (casa, cidade, país, trabalho, etc.).

• Violência (física, bullying, etc).

• Abuso (emocional, psicológico, físico ou sexual).

A depressão também pode se desenvolver com uma combinação de fatores. Por exemplo, em uma família em que os pais têm depressão, os filhos possuem um fator genético que os deixa mais vulneráveis para desenvolver a doença. Essa vulnerabilidade pode afetar o modo como o cérebro responde (fator biológico) ao fato desse indivíduo ter perdido o trabalho (fator meio ambiente).