Revista Menu 168

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JABUTICABA por Rachel Martins foto Sheila Oliveira/Empório Fotográfico produção Melissa Thomé

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Está na época de saborear a jabuticaba, frutinha suculenta e explosiva, que nasce quase colada aos galhos da jabuticabeira, entre os meses de setembro e dezembro. Nativa do Brasil, ela pode ser consumida ao natural – gelada ou na sombra de sua árvore, para quem tem a sorte de ter uma jabuticabeira por perto – ou em geleias e compotas, que é uma maneira deliciosa de conservar essa fruta sazonal por mais tempo. “Tem de aproveitar o máximo que dá na época. Faço geleia e cozinho com casca e tudo”, conta o chef Arthur Marques, responsável pela cozinha de viés caipira da Fazenda Capoava, no interior paulista. Marques sugere variar as especiarias usadas nas receitas, como cravo ou cardamomo, para obter novos sabores. “As compotas, feitas com a fruta inteira, podem ser comidas com queijo branco ou decorando um bolo. As geleias são ideais para consumir o ano inteiro”, acrescenta. A frutinha resiste bem na geladeira e pode até ser congelada. Mas, nesse caso, deve ser usada preferivelmente em sucos, porque perde sua textura característica ao descongelar. Outra opção, já no campo dos salgados, é preparar um molho agridoce, que acompanha muito bem carnes brancas, como a de porco. Com muitos fãs, a fruta tem um festival em sua homenagem, realizado há mais de 25 anos na cidade de Sabará, em Minas Gerais (a próxima edição deve ocorrer entre novembro e dezembro). Casa Branca, no interior paulista, também tem uma festa dedicada à jabuticaba. Pertencente à família Myrtaceae, a mesma da goiaba e da pitanga, a jabuticaba é cultivada principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil e se divide em poucas espécies. A mais comum é a sabará (Myrciaria jaboticaba), seguida da ponhema (Myrciaria cauliflora), de acordo com o pesquisador Eduardo Suguino, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios. Cada uma delas guarda suas peculiaridades: a sabará é menor, mais doce e saborosa em comparação com a ponhema. Esta deve ser consumida bem madura, quando o dulçor chega ao auge. “É ótima para se fazer geleias e doces”, diz o pesquisador. Apesar de seu sabor cativante, a jabuticabeira não é uma espécie atraente para o cultivo em escala comercial. Entre os motivos estão o fato de a planta demorar de oito a 12 anos para frutificar pela primeira vez e a necessidade da colheita manual. Vendida no mercado a um preço elevado, sua vocação é mesmo para o pomar doméstico. Sorte de quem tem uma jabuticabeira para chamar de sua.

novembro/2012

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